lemanha: 25 mortos e 10 feridos no acidente do Transrapid - Novo balanço
Berlim, 22 Set (Lusa) - Pelo menos 25 pessoas morreram e 10 ficaram feridas na colisão do comboio magnético Transrapid com vagão oficina em Lathen (Baixa-Saxónia), disse a polícia alemã, depois de concluídas as operações de socorro ao fim da noite.
O choque ocorreu às 09:30 (08:30 em Lisboa), a menos de um quilómetro da estação de partida em Lathen, quando o Transrapid, com 33 pessoas a bordo, tinha atingido cerca de 200 quilómetros/hora, cerca de metade da sua velocidade de cruzeiro.
O vagão oficina costumava fazer primeiro a limpeza do trajecto, num percurso em plena floresta, em que o principal trabalho era a remoção de hastes e ramos de árvores.
Só quando o vagão abandonava o trilho magnético o Transrapid podia iniciar a sua viagem, habitualmente com turistas a bordo que, por 18 euros, podiam tomar contacto com esta tecnologia de ponta e com a vertigem da velocidade.
Um porta-voz da firma que gere o funcionamento do Transrapid excluiu já a hipótese de ter havido um erro técnico, mesmo antes do inquérito oficial, considerando que deve ter ocorrido um erro humano.
A Procuradoria-geral de Emsland, em cuja cuja jurisdição está a área do acidente, já teve hoje funcionários no local e iniciou as investigações.
O comboio magnético, que pode ser dirigido por um maquinista, mas também comandado por operadores a partir de um centro de comando, como foi hoje o caso, ou ainda ser totalmente dirigido por computador,
era considerado um dos meios de transporte mais seguros do mundo pela unanimidade dos especialistas, até ao acidente de Lathen.
O Transrapid era também considerado o maior objecto de prestígio da tecnologia. No entanto, o governo e os consórcios que o projectaram, a Siemens e a Thyssen Krupp, têm sentidos muitas dificuldades na venda da tecnologia a outros países.
Na Alemanha, o Transrapid opera apenas no trajecto de ensaio de 31,8 quilómetros, entre Lathen e Melstrup.
Só em Xangai, na China, existe um trajecto comercial do Transrapid, entre a grande metrópole chinesa e o aeroporto local.
Apesar de o projecto Transrapid ser considerado pouco rentável e de difícil comercialização estavam a decorrer negociações para construir mais um trajecto entre Xangai e Pequim e outro do centro de Munique até ao aeroporto local.
Entretanto, a chanceler alemã, Angela Merkel, cancelou os seus compromissos e esteve no local da tragédia, a apresentar condolências a familiares das vítimas, que estão a ser assistidos por padres, psicólogos e outros especialistas.
"Num dia como este, as palavras de pouco servem", desabafou a chanceler federal.
Também o ministro dos Transportes, Wolfgang Tiefensee, que estava hoje numa reunião com o seu homólogo chinês, em Pequim, interrompeu a visita oficial à China e regressará ainda hoje à Alemanha, disse um porta-voz.