Mario Soares Agredido

  • 49 Respostas
  • 10639 Visualizações
*

emarques

  • Especialista
  • ****
  • 1177
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +1/-0
(sem assunto)
« Responder #45 em: Dezembro 15, 2005, 07:05:32 pm »
Citação de: "NVF"
Citação de: "Miguel"
A independencia estava prevista, os objetivos do Caetano era de dar uma independencia corecta como fez o reino unido as suas antigas colonias.


Isso e' completamente mito,

Não sei se será completamente mito. Lembro-me de um documentário da RTP em que chegaram a entrevistar algumas pessoas que teriam sido enviadas pelo Caetano a Londres onde se encontraram com representantes do PAIGC (acho) para discutir a possibilidade do reconhecimento da independência. As supostas negociações teriam começado a 23 ou 24 de Abril de 1974...

O problema, claro, é ser "too little, too late" e em segredo.
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

*

papatango

  • Investigador
  • *****
  • 8085
  • Recebeu: 1327 vez(es)
  • +6546/-1406
(sem assunto)
« Responder #46 em: Dezembro 15, 2005, 10:04:25 pm »
Moi ->

Este é naturalmente um tema interessante, e que dá muito para falar, creio que devemos criar um tópico específico para discutir os assunto.

Não me é possível neste momento contestar os pontos de vista que apresenta.

Mas, naturalmente, não estou de acordo com eles :)

Isto, levado sempre em consideração que eu também acho a guerra um erro. Estou de acordo com a questão que apontou relativa a parte dos colonos ter um nível de vida superior ao dos soldados que foram enviados da "metropole" para os defender.
No entanto, as análises tácticas e as micro-análises, indicam uma realidade muito diferente da ideia genérica sobre a situação em 1973-1974.

São os pequenos sinais, as pequenas notícias, as pequenas reacções, os pequenos comentários de Mário Soares e de outros "líderes" que me levaram a mudar de posição ao longo dos últimos anos relativamente à descolonização.

Há demasiada areia atirada para os nossos olhos. Mas há pessoas que entendem porque é que os olhos ardiam.

Há coisas na "Estoria" que nos contam, que não fazem sentido. A começar pelos negócios de alguns dos capitães de Abril, em Angola nos anos a seguir à independência.

Volateremos ao tema mais tarde, mas infelizmente não posso prolongar-me, porque tería que ír à procura de citações e de livros onde tenho passagens sublinhadas. São as passagens e os recortes que me permitiram criar uma imagem muito diferente daquela que é oficialmente aceite.

A questão da descolonização é extremamente complexa, e a razão da existência do império, tem a ver com as razões que estão na origam da expansão ultramarina.

Eu, recuso-me a olhar para Portugal com os olhos da racionalidade europeia redutora, originária em Bruxelas, eurocentrista por natureza e anti-atlântista por opção.

Até mais tarde.
Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

*

Spectral

  • Investigador
  • *****
  • 1437
  • +4/-1
(sem assunto)
« Responder #47 em: Dezembro 16, 2005, 12:33:42 am »
Citar
Não sei se será completamente mito. Lembro-me de um documentário da RTP em que chegaram a entrevistar algumas pessoas que teriam sido enviadas pelo Caetano a Londres onde se encontraram com representantes do PAIGC (acho) para discutir a possibilidade do reconhecimento da independência. As supostas negociações teriam começado a 23 ou 24 de Abril de 1974...

O problema, claro, é ser "too little, too late" e em segredo.



Uma coisa é abrir discussões para a independência da Guiné, onde a guerra corria (relativamente aos outros terrenos) mal e era um território sem grande importância económica, outra conceder a independência a colónias como Angola ou Moçambique. Tal parece-me ir contra a própria matriz de base do Estado Novo e não tenho muitas dúvidas que haveria uma reação militar por parte dos seus elementos mais à direita, como Kaúlza de Arriaga.

E quanto a sugerir que um Portugal ditatorial poderia conduzir uma descolonização como a efectuada pelo Reino Unido, bem isso é pura fantasia.
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

*

Pantera

  • Perito
  • **
  • 399
  • +2/-0
(sem assunto)
« Responder #48 em: Dezembro 16, 2005, 01:45:29 am »
Eu pessoalmente sou contra este "tipo de agressão",porque acho que foi demasiado leve.

Mas a sério,o ex-combatente agrediu,por causa do facto de gastarmos por ano 40.000 cts a proteger as casas do Soares,enquanto eles nada têm.Como li no correio da manhã o individuo tinha casa e vida feita em Angola e depois veio para cá apenas com a mulher e os filhos pequenos.
Isso faz-me lembrar o meu pai e a minha mãe,tinham casa lá e depois tiveram que vir de avião para cá,com o meu irmão ainda na alcofa,não trouxeram nada de Angola,perderam tudo.E hoje o Soares tem tudo na vida,é por isso que acho mal esta agressão pois deveria ser bem maior. :twisted:

*

TOMKAT

  • Especialista
  • ****
  • 1173
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #49 em: Dezembro 16, 2005, 07:01:04 am »
Citação de: "emarques"
...
 Lembro-me de um documentário da RTP em que chegaram a entrevistar algumas pessoas que teriam sido enviadas pelo Caetano a Londres onde se encontraram com representantes do PAIGC (acho) para discutir a possibilidade do reconhecimento da independência. As supostas negociações teriam começado a 23 ou 24 de Abril de 1974...

O problema, claro, é ser "too little, too late" e em segredo.


Em especial "too late" emarques.
Os pretensos passos dados em direcção a uma hipotética decolonização dados por Marcelo Caetano, chegaram com 10 anos de atraso.
Os movimentos independentistas nessa altura já sofriam de demasiadas influências externas, especialmente russas e chinesas e até os americanos já metiam a "colher" neste assunto.
A independência da Guiné era inevitável, aconteceria mais tarde ou mais cedo, aliás o PAIGC já tinha proclamado a independência do território antes da revolução de Abril.
Para Angola e Moçambique preconizavam-se soluções tipo Rodésia.
Vejam como está hoje esse país, actual Zimbabwe, para ver da validade dessas soluções.
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
ALEA JACTA EST.....
«O meu ideal político é a democracia, para que cada homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado»... Albert Einstein