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Força Aérea Portuguesa / Re: F-35A Lightning II na FAP
« Última mensagem por Red Baron em Hoje às 07:10:58 pm »Pessoal...
Vamos lá ver,
não se toma uma decisão que tem repercussões nos próximos 30 anos por causa de um tiririca americano que está lá temporariamente. Ainda mais com a guerra civil dentro dos dems e reps, tudo muda outra vez quando peça principal cair.
Todas as crises têm um lado positivo, após as quais se observa um período de renovação. No caso da Europa será a reconstrução, e o replaneamento da defesa. E por mais que queiram ignorar isto o F-35 é um projecto de desenvolvimento e fabrico que também europeu e uma peça fundamental até a vinda do 6G. Se o caça principal da FAP for outra vez um jato que já está em serviço há 30 anos então não sairemos da cepa torta.
A marinha e o exercito estão a dar passos enormes de renovação (mais uma completa reclassificação dos seus meios). Não queiramos que o da FAP seja um remendo e fique atrás. Aceito que a vinda do Eurofighter seja um stopgap para a retirada do F-16, mas o F-35 tem de ser a pedra basilar da FAP. A nossa versão já será a block 4 para a qual todas as outras FA's estão a planear migrar e uniformizar as suas frotas (o que existe é uma mescla de versões umas mais e outras com menos problemas de fiabilidade).
Eu até acho que será para os próximos 40 anos, pelo menos.
Atenção que o meu post não é uma viragem de 180º naquilo que penso, isto é, que se Portugal - e a FAP, por conseguinte - imperiosamente julgarem que o salto para a 5ª Geração é fundamental para o quadro estratégico nacional, europeu e da Aliança Atlântica, então não há como não encomendar o Lightning II e a breve trecho. E sim, o F-35 é um projeto multinacional, não apenas norte-americano.
A ênfase na minha anterior publicação era mais com as "cautelas e caldos de galinha" que o Ministério da Defesa tem demonstrado face à questão do substituto do F-16, seja como disse por razões geopolíticas, táticas ou economicistas. Até me custa a crer que estou a elogiar este Governo, porém nesta questão, e com os ventos que sopram de Washington, é de todo aconselhável fazê-lo. Portugal é o país europeu por excelência de cariz transatlântico, "entalado" entre os Estados Unidos e a velha Europa a que pertence, e a solução de que se fala (Eurofighter Typhoon usados + F-35A Block 4 novos) é até, de certa forma, uma espécie de maneira de agradar a gregos e troianos.
Sim, Donald Trump e o seu delfim J.D. Vance, que pessoalmente acho mais perverso e perigoso que o Dementia Don, não durarão para sempre, e as eleições intercalares/primárias no ano que vem nos Estados Unidos poderão ditar um reforço substancial dos Democratas, que dessa forma poderá atenuar os efeitos nocivos desta administração atual. Todavia, ficámos a conhecer na quinta-feira o que do outro lado do Atlântico pensam e querem fazer na Europa, e por muito que nalguns pontos até se possa ser levado a concordar com alguma parte do que está escrito, não se pode permitir a ingerência norte-americana na política europeia, tal como a Europa não interfere na política interna dos Estados Unidos. Isto já sem falar na questão da Ucrânia, do querer praticamente passar uma borracha em tudo o que a Rússia fez e faz, etc, etc.
Estamos ainda na fase inicial do choque, choque esse que muitos já esperavam dadas as recentes declarações e atitudes de Washington. Vamos ver agora na prática se isso alterará alguma coisa ou não no procurement militar europeu, nomeadamente na compra de armamento Made in the US. Creio que não, mas cá estaremos para ver.
O grande problema da Europa é o gajo que gosta de fazer sexo com sofás.
O preblema de não comprar F-35 é ficarmos afastados da Holanda e da Belgica.

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