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Conflitos => Conflitos do Passado e História Militar => Tópico iniciado por: Traído em Outubro 18, 2009, 02:14:39 am

Título: Posição de Israel em relação à guerra do ultramar
Enviado por: Traído em Outubro 18, 2009, 02:14:39 am
Boa noite,

Antes de mais peço desculpa se esta não é a secção correcta para colocar a minha questão, mas penso que é a que se adequa melhor :?
Uma vez que as UZIs eram usadas na guerra e Portugal estava sujeito a vários embargos, gostava de saber se Israel apoiava Portugal ou estava tão necessitado de dinheiro que ignorava os embargos.



cumprimentos
Título: Re: Posição de Israel em relação à guerra do ultramar
Enviado por: legionario em Outubro 21, 2009, 08:46:02 pm
A posiçao de Israel em relaçao à guerra do ultramar era apoiar a FNLA (ex-UPA) do Holden Roberto. Esta posiçao nao seria por convicçoes morais ou éticas,  porque ao mesmo tempo  Israel mantinha um excelente relacionamento com o regime de apartheid sul-africano...

Quanto aos (poucos) mancebos portugueses de confissao judia, apressaram-se a  fazer as malas logo no principio dos anos sessenta para evitar a mobilizaçao para Angola e emigraram para o Brasil e Israel Fonte :  www.sefarade.org (http://www.sefarade.org)
Título: Re: Posição de Israel em relação à guerra do ultramar
Enviado por: papatango em Outubro 21, 2009, 09:21:50 pm
Não há muita informação sobre a questão da posição de Israel.
Não nos podemos esquecer de que nos anos 60 Israel tinha bastantes questões com que se preocupar, pelo que a questão portuguesa era seguramente das menos importantes.

A ligação mais directa entre Israel e Portugal durante o periodo da guerra em África terá sido resultado da guerra do Yom Kippur no final de 1973, já nos últimos meses do regime.

Nessa altura, o presidente dos Estados Unidos exigiu que Portugal concedesse autorização para a passagem de aeronaves americanas pelos Açores para abastecer as forças de Israel e contrabalançar a ponte aérea que tinha sido estabelecida desde a Rússia para abastecer a Siria e  o Egipto.

Portugal apresentou reticencias durante um ou dois dias, altura em que aparentemente Nixon terá informado (ou dado a entender) a Marcelo Caetano que os Estados Unidos utilizariam os Açores à força com ou sem a autorização do governo português.

Portugal pretendia aproveitar o auxilio concedido, para conseguir o fornecimento de armamento que os Estados Unidos se recusavam a vender a Portugal.
Nessa altura, consegue-se finalmente o fornecimento de misseis anti-aéreos, pois os militares portugueses consideravam que poderiam perder a superioridade aérea na Guiné, onde já havia MiG-17 e se esperavam os MiG-21.
Os mísseis seriam fornecidos pelos Estados Unidos a Israel, que por sua vez os enviaria para Portugal.

O 25 de Abril cancelou a transacção e os mísseis nunca chegaram a Portugal, embora Israel os tenha expedido. Estavam na Alemanha em trânsito quando se deu a revolução.

Cumprimentos