-
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.nato.int%2Fkfor%2Fmedia%2Fphotos%2F2006%2Fphoto_week%2Fb060316.jpg&hash=8e214e9bf080be48621446c251eece0e)
"De São Mamede a Aljubarrota... de Ceuta ao Buçaco... de La Lys a África... do Ocidente ao Oriente... Sempre dispostos ao último sacrifício por Portugal, pelos Portugueses e nos últimos tempos pela Paz em todos os cantos do Mundo... O militar português, nem sempre nas melhores condições, cumpre a sua missão..."
Decidi iniciar este tópico pela existência ao longo do fórum de vários relatos extraordinários sobre as façanhas dos Portugueses ao longo dos séculos, o que merece um local onde se possam consultar todas essas "histórias" que nos fazem ter orgulho em SER PORTUGUÊS
-
Finalmente um tópico assim! Tenho a certeza que vai ser muito bom. Parabéns TOMSK.
-
Começo eu...
Excerto da "Crónica do Condestável de Portugal" por uma autor anónimo do Séc.XIV
"E quis Deus que uma grande pestilência desse no arraial castelhano, obrigando o Rei a levantar o seu cerco, e sair para Castela.
E uma noite puseram fogo no arraial e quintas do arredor, e era tão grande o incêndio, que de Palmela, onde Nun'Álvares estava, parecia que Lisboa toda ardia. D.Nuno passou a noite muito angustiado, cuidando que alguem dos grandes que estavam com o Mestre lhe fizera traição.
E quando, de manhã, o dia foi claro e Lisboa apareceu, nobre e formosa como sempre, e Nun'Álvares soube que El-Rei de Castela se partia, levando consigo muitos mortos e doentes, logo mandou pedir licença ao Mestre, para ir atalhar a hoste castelhana ao caminho, e com a ajuda de Deus, desbaratá-la. O Mestre lho não consentiu; e Nun'Álvares resolveu-se a ir vê-lo para lhe falar sobre este caso.
E estando para se meter em dois batéis com alguns dos seus homens, para passar de noite à cidade, disse-lhe um dos seus escudeiros, homem mui valente :
«-Senhor Nun'Álvares, eu sonhei a noite passada que vós partíes deste lugar em batéis, e passando por entre a frota castelhana vos prenderam: pelo que vos peço, por mercê, que não partais»
Nun'Álvares respondeu-lhe :
«-Pois que assim é ficareis aqui com o vosso sonho». E não o quis levar com grande pena do escudeiro, que lho dissera de boamente.
E Nun'Álvares embarcou, e ao atravessar pela frota de Castela, quando se encontrou no mais espesso dos navios, mandou dar às trombetas.
Em toda a frota foi grande o alarme e a confusão. De um a outro navio bradavam, perguntando quem fora; e todos, até os que dormiam se armaram, prontos para combater. Pois ninguém podia imaginar que homem como aquele, ainda que moço, capitão tão principal, cometesse à ventura e por jogo tão saborosa e arriscada façanha."
( Conseguem assim os batéis escapar-se de tão perigosa situação, e, pela madrugada, têm alcançado uma das praias de Lisboa )
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg136.imageshack.us%2Fimg136%2F1660%2Fbscap0012cr0.th.jpg&hash=4d0e0d96ddd1c477bdf8b86b2e1a4ce6) (http://http)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg136.imageshack.us%2Fimages%2Fthpix.gif&hash=75f9a96057cd100e94a04f8cd9fee556) (http://http)
Nun´Álvares e seus homens passam por entre a frota inimiga, perante o olhar incrédulo dos castelhanos
-
Se me permitem, vou transcrever o post do utilizador SeaKaffir, pois acho que merece figurar neste tópico
Episódios curiosos da história de Portugal para quem esqueceu o que é ser português:
Em 1537 alguns marinheiros portugueses praticaram um crime, então classificado como um "grande gaffe diplomática". Em frente de Diu recebeu-se o Sultão Bahadur Xá a bordo de uma nau portuguesa.
As conversações diplomáticas deram para o torto e o Sultão e sua comitiva resolveram retirar-se zangados.
Alguns marinheiros portugueses, indisciplinados, dificultaram-lhes a entrada no batel, chegando ao ponto de dar com um remo, fortemente, na cabeça do Sultão, tendo este morrido afogado. A acção vergonhosa causou um grito de vingança desde os reinos mulçumanos do Golfo de Cambaia até ao Egipto e Constantinopla. A viúva do Sultão ofereceu toda a sua fortuna para financiar uma expedição punitiva contra os portugueses. A fortaleza de Diu estava a ser defendida por 600 portugueses, comandados por António da Silveira. O Sultão de Cambaia e o turco Suleimão Paxá reuniram as suas forças, conseguindo cercar Diu com 70 galés turcas um exército de terra de 23.000 homens. Tendo já feito prisioneiros alguns portugueses, enviou por um deles uma carta a António da Silveira.
Temos de saber que Suleimão Paxá não era tido em boa conta pelos portugueses. Tratava-se de um eunuco que, através de uma revolução palaciana, com o levantamento geral dos eunucos, conseguiu degolar a família real, usurpando o respectivo trono e poder.
Quanto António da Silveira recebeu a carta do turco, virou-se para os seus companheiros dizendo: «Vejamos o que diz o perro do capado!» e leua a carta em público. Suleimão Paxá prometia aos portugueses livre saída de pessoas e bens desde que fossem para a costa de Malabar e entregassem a fortaleza e as armas. Prometia esfolar todos vivos se não o fizessem e glorificava-se de ter reunido o maior exército em Cambaia, tendo muita gente que tomara Belgrado, Hungria e a ilha de Rodes. Perguntava mesmo a António da Silveira como se iria defender num "curral com tão pouco gado"!
António da Silveira mandou vir papel e Tinta e, estando todos presentes, enviou-lhe a seguinte resposta: «Muito honrado capitão Paxá, bem vi as palavras da tua carta. Se em Rodes tivessem estado os cavaleiros que estão aqui neste curral podes crer que não a terias tomado. Fica a saber que aqui estão portugueses acostumados a matar muitos mouros e têm por capitão António Silveira, que tem um par de tomates mais fortes que as balas dos teus canhões e que todos os portugueses aqui têm tomates e não temem quem os não tenha!»
Não se pode imaginar insulto maior! Narra-no Gaspar Correia que o capado, quando recebeu esta resposta, mandou logo matar alguns portugueses, feridos, que estavam na sua posse e começou um luta de gigantes. Durante mais de um mês António da Silveira fez-lhe frente, ficando os portugueses capazes de lutar reduzidos a menos de quarenta, mas causando tais baixas aos turcos que estes resolveram levantar o cerco a Diu e retirar-se
(Gaspar Correia: Cronica dos Feytos da Índica, vol. IV, p.34-36)
Trinta para cada Um
Garcia de Sá enviou, em 1519, uma nau comandada por Manuel Pacheco para impor aos Reis de Pacem e Achem o cumprimento do que estava estabelecido por cntrato. Quando faltou a água à grande nai portuguesa, foi enviado um batel para fazer o reabastecimento. A pequena embarcação era tripulada por cinco portugueses, António de Vera, do Porto, António Peçanha, de Alenquer, Francisco Gramaxo, João Almeida de Quintela e um barbeiro de bordo, sendo remada por escravos malaios.
Já longe da sua nau e perto de terra, foram surpreendidos por um capitão do Rei de Pacem, comandando três navios de 150 homens cada. Os mulçulmanos viram ali uma boa oportunidade para rapidamente alcançarem a glória de prender ou matar cinco portugueses! Reconhecendo os cinco o perigo em que estavam, e não o podendo evitar, resolveram então abordar o navio comandante, subindo para bordo aos gritos de "Santiago", com as suas espadas na mão direita e as adagas na esquerda. Os mouros, que estavam convencidos de que os cinco se entregariam sem resistência, não podendo contar com nenhum apoio dos seus escravos remadores (perante a óbvia superioridade muçulmana), ficaram perplexos com o calente combate que então se desenrolou.
Couberam trinta adversários mouros a cada um dos portugueses, que os atacaram com uma ferocidade de quem já se considera perdido, querendo ao menos levar consigo o maior número possível de adversários! Quando os mouros começaram a cair mortos e se ouviram os gritos dos decepados, feridos e moribundos, os outros, aterrorizados, atiraram-se ao mar. Perante esta demonstração de falta de coragem dos seus próprios homens, o capitão mouro virou-se com a sua cimitarra contra os seus soldados que saltavam para a água. O capitão envolveu-se em luta com os seus homens, que já não lhe obedeciam, acabando por cair também ao mar, onde ainda utilizou a sua cimitarra para dar cutiladas aos seus, até acabar por se afogar.
Os cinco portugueses ficaram donos do barco mouro, perante os olhos estupefactos das tripulações das outras duas embarcações. Estas, perdendo o seu capitão-geral, mostraram as popas, acabando por se irem embora sem dar mais luta. De certo não se tinham dado conta de que os nossos cinco, exaustos da luta e com muitas feridas cada um deles, acabaram por cair e até desmaiar. Os seus escravos remadores malaios vieram então a bordo para os ajudar; navegaram com o batel rebocado pela embarcação muçulmana conquistada, de volta, em direcção à nau. Tratados pelos médicos de bordo, tornaram-se os heróis do dia, facto também reconhecido pelo Reio de Pacem que, perante tal actuação de tão poucos, veio oferecer a paz e a satisfação de todos os danos, conforme o Vice-Rei lhe tinha proposto. A acção destes cinco impediu asssim grandes batalhas, com enormes perdas para ambas as partes.
(Manuel Faria e Sousa: Ásia Portuguesa, tomo I, part. III, cap. III, p. 189)
Quantos Ferimentos Aguenta um Português?
Durante os sangrentos combates na defesa da fortaleza de Diu, ficou um Fernão Penteado, natural da Covilhã, ferido na cabeça por uma "racha de pedra de bombarda" (uma bala de canhão rachou-lhe a cabeça). Chegando ao Mestre João, singular cirurgião de Diu (um dos cincos que saltaram para a brecha do muro após o rebentamento do baluarte - outro relato), deu-se conta que este já tinha uma longa fila de feridos graves para curar, ouvindo ao mesmo tempo os gritos de socorro de companheiros aflitos na defesa de um dos baluartes. Narra-nos então o cronista: «Correndo como pôde, se foi ao combate, não sendo parte a grande ferida para o estorvar, se envolveu na peleja, em a qual, como as feridas fossem baratas (não caras = fáceis de obter), houve prestes outra, isso mesmo na cabeça, assaz má, e assim premiado de duas se tornou ao cirurgião. O qual achou já muito mais ocupado e com grandes coisas diantes de si. Como a esta hora refrescassem os inimigos e apertassem os nossos, e por conseguinte os nossos com dobrado esforço e vigor lho defendessem, causou isto grande estrondo temeroso, profunda e triste consonância, a qual sentindo o dito Fernão Penteado, deixando o que cumpria à sua saúde e vida, com novos espíritos deu volta ao combate, como lugar que, ainda que fosse pouco sadio, podia em ele mlhor aquietar seu duro espírito e assim misturando com os companheiros, pelejando não como ferido de tais e tão grandes feridas, recebeu outra de um pique (lança) pelo braço direito, da qual encravado (impossibilitado), bem contra o que lhe seu desejo pedia, se veio curar de todas as três, dando sinal mui claro a todos de seu alento e valentia, das quais feridas aprouve a Deus dar-lhe saúde. Depois, indo em uma fusta, com temporal se perdeu, e ali fez seu fim!»
(Lopo de Sousa Coutinho: O Primeiro Cerco de Diu, cap. XVII).
Não Tendo Bala, Arrancou um Dente, Carregou o Mosquete e Disparou
É por vezes nos relatos de estrangeiros, que há muitos séculos se debruçam sobre a nossa história, que encontramos pormenores interessantes.
Narra-nos um padre holandês, Philippus Baldaeus, que acompanhou as armadas seiscentistas dos Países Baixos nas suas conquistas das praças portuguesas do índico, uma história curiosa que, entretanto, também já consegui descobrir num relato português.
Durante o primeiro cerco de Diu, encontrou-se um soldado português como único sobrevivente num dos baluartes que os turcos estavam a atacar, em ondas sucessivas. Tendo já gasto todas as balas (esferas de chumbo), mas possuindo ainda suficiente pólvora para mais um tiro, e na aflição de nada mais ter com que carregar a sua espigarda, resolveu um dos seus dentes! Carregou com ele a arma e disparou-a contra o adversário surpreso, que já o considerava sem munições!
Trata-se de um pequeno promenor numa grande batalha, que facilmente entra no esquecimento. O holandês, porém, adversário nosso um século depois, narra este facto com profunto respeito por um digno rival! As diferentes edições da sua obra (em holandês, alemão e inglês), não condizem em todos os pontos, notando-se cortes feitos pelos editores seiscentistas. Todas as edições, porém, mencionam o episódio, o que nos mostra que todos acharam suficientemente interessante para ser transmitido aos seus eleitores, o que muito honra este soldado português.
(Phillippus Baldeus: A Description of ye East India Coasts of Malabar and Coromandel, chap. X, p. 533 na edição inglesa (página 54 na edição alemã); Pedro de Mariz: Diálogos de Varia Historia, tomo II, diálogo quinto, p.18)
-
Continuo este tópico com mais um relato sobre as acções daquele que para mim, aglutina em si algumas das façanhas mais importantes que se praticaram nesse tempo.
"No verão de 1382, o Prior do Crato obteve o seu primeiro sucesso contra os assaltantes castelhanos de Sintra. Aproveitando a sua ausência, D. Nuno Álvares Pereira e seu cunhado Pedro Afonso de Casal ( casado com D.Inês, irmã de D.Nuno) combinaram apanhar o inimigo numa emboscada, e, para levarem avante o seu intento juntaram 55 homens de cavalo e foram para um lugar chamado Restelo, onde todos se ocultaram nuns valados e atrás de uns penedos.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg384.imageshack.us%2Fimg384%2F9918%2Fimg4513ra2.th.jpg&hash=41cd3247b5457ca78089f0fd9106076f) (http://http)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg384.imageshack.us%2Fimages%2Fthpix.gif&hash=5f6b29e2ec3616dfe8c6eacf087281d2) (http://http)
Não esperaram muito tempo.
Certos da habitual impunidade, lestos e atrevidos, os assaltantes castelhanos logo começaram apressadamente a colher cachos das vinhas e frutas dos pomares.
Eis senão quando lhes sai pela frente o bando de D.Nuno.
Espavoridos pelo ataque de todo o ponto inesperado, os assaltantes logo resolveram voltar para a praia. Alguns ainda conseguem alcançar os barcos quem os haviam trazido, mas os restantes, na precipitação da fuga, deitam-se à água a nado.
Entretanto os marinheiros da esquadra castelhana, apercebendo de bordo o que se estava passando, aprestam-se rapidamente para a luta e em número de uns duzentos e cinquenta, todos bem armados e apetrechados, metem-se nos barcos, e depressa chegam a terra.
D. Nuno reconhece a importância desta força, em tão grande desproporção com a sua, mas esta circunstância não lhe faz diminuir nem a serenidade, nem o ardor pelo combate. Fica firme, gritando aos seus homens para igualmente se considerarem firmes e certos de que, com a ajuda de Deus, seriam eles que dariam o primeiro golpe no inimigo.
Os seus companheiros porém, é que se não mostraram tão corajosos como ele, e vá de fugirem, escondendo-se onde puderam.
Apesar de ter ficado completamente só, D.Nuno não desanima, e, metendo os acicates ao cavalo, atirou-se sobre os castelhanos brandindo a sua lança tão violentamente, que o inimigo desorganizava as suas fileiras diante dele. Com os fortes golpes que desferia, a lança partiu-se, e então começou de lutar com a espada, distribuíndo golpes violentos e certeiros, para a direita e para a esquerda
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg381.imageshack.us%2Fimg381%2F3555%2Fddddddei6.th.jpg&hash=4b2c435caa80731bf797969cb0e77c49) (http://http)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg381.imageshack.us%2Fimages%2Fthpix.gif&hash=35690288b77dc7eb517d5b91bf20aa2e) (http://http)
Durou bastante tempo este combate de um contra muitos.
Era de maravilha vê-lo aguentar-se, sempre destro e valoroso, no meio de tanta gente, até que o cavalo, ferido por tantas lançadas, caiu morto sobre a anca esquerda, ficando D.Nuno com a perna entalada debaixo dele; mas ainda nessa posição, com a espada, continua a defender-se valorosamente. Sobre ele caem muitas lançadas, mas de tão boas folhas e de tal têmpera era a sua armadura que os golpes contra ela, amolgavam-na mas não a penetravam.
Inevitavelmente, seria morto se não fosse acudido nesta altura.
Presenciando tudo de longe, os seus companheiros, possuídos de vergonha, acudiram afinal aos brados de um clérigo, chamado Vasco Eanes de Couto, em cuja casa D.Nuno estava alojado, e correram em defesa do seu chefe, já decididos e sem medo algum. O clérigo, homem robusto e valente, chegando junto de D.Nuno, cortou a cilha ao cavalo morto, e assim o libertou daquela tão embaraçosa como perigosa situação. Em seguida, os dois, logo ajudados pelos restantes - incluíndo os dois irmãos de D.Nuno, Diogo e Fernão, e seu cunhado Pedro Afonso de Casal, que ali haviam chegado - de tal maneira tão denodadamente se bateram que os atacantes retiraram, fugindo para os barcos.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg367.imageshack.us%2Fimg367%2F46%2Fescudeiroszd7.th.png&hash=476956cef8c29339b51cb560757bacc7) (http://http)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg367.imageshack.us%2Fimages%2Fthpix.gif&hash=f06f5c4320fb52271423084ce8440c5b) (http://http)
Ainda no meio da refrega, Pedro de Casal, montado no seu cavalo, achou-se também numa situação deveras crítica. Um dos inimigos, com uma valente bote de lança perfura-lhe a armadura, trespassando-a. Em vez de largar a arma, Pedro de Casal pára; e vergando-se sobre o flanco do animal, impõe ao inimigo a morte ou a rendição. Este, porém, com a vantagem da sua posição, recusa uma e outra coisa: e , sem dúvida, o caso seria muito grave para Pedro, se D.Nuno não tivesse dado conta do sucedido e, vendo que a lança trespassara a armadura, não corresse logo em socorro do cunhado, julgando-o ferido. Ia então desferir sobre o adversário um golpe mortal, quando este se entregou.
Referem os velhos Cronistas que, nesse dia, concedeu Deus a D.Nuno e aos seus companheiros muita honra e glória. E tanto assim, que nenhum dos portugueses morreu na refrega, muito embora alguns deles tivessem ficado feridos.
(...) No regresso a Lisboa, a pequena hoste de pelejadores foi muito aclamada pelo povo, e D.Nuno levado em triunfo pelas ruas da cidade(...)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg50.imageshack.us%2Fimg50%2F6434%2Fcamiev1.th.png&hash=6680bdd593e314ea69da121e6a6824fb) (http://http)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg50.imageshack.us%2Fimages%2Fthpix.gif&hash=f62be469c1eef6992a776be4fbaed221) (http://http)
Em consequência deste brilhante feito, cessaram por completo as incursões dos castelhanos nos arrebaldes da cidade.
( O relato é retirado da " Vida e Obra de Dom Nuno Álvares Pereira", as imagens de diversos livros e do trailer pertencente ao site da Fundação da Batalha de Aljubarrota )
-
Aos outros utilizadores que queiram contribuir para a riqueza informativa deste tópico, sejam bem-vindos!
-
Aos outros utilizadores que queiram contribuir para a riqueza informativa deste tópico, sejam bem-vindos!

Certo, Tomsk. E que tal traduzir a citação de Rommel da sua assinatura para português?
E já agora, porque é que um orgulhoso português precisa de uma citação de um ilustre guerreiro alemão?
-
O homem não tem culpa que os portugueses não digam nada tão interessante..
-
Certo, Tomsk. E que tal traduzir a citação de Rommel da sua assinatura para português?
E já agora, porque é que um orgulhoso português precisa de uma citação de um ilustre guerreiro alemão?
Que não seja por isso! Já vou arranjar uma nova citação! :P
-
"As vacas avançavam, uma atrás das outras, se encostavam ao robot e se sentiam deliciadas, enquanto ele durante cerca de 6-7 minutos realizava a ordenha. Ela saía e imediatamente outra entrava" Aníbal Cavaco Silva
isto sim é que é um presidente :lol: :lol:
-
Essa das vacas foi muito boa ! por acaso tambem vi ( e ouvi) na tv o Presidente da républica dizer isso
:)
-
"Gonçalo Mendes da Maia, o «Lidador», fazia noventa e cinco anos. Revia a sua vida passada em constantes lides guerreiras. Estava satisfeito.
Chamou os seus amigos e companheiros, Mem Moniz e Lourenço Viegas, chamado o «Espadeiro» pela sua fama a brandir a espada, e propôs-lhe uma surtida contra os mouros. Prepararam a saída.
Passado algum tempo, ouvia-se um tropel de cavalos acompanhado do tumulto de algumas centenas de peões armados para combater a pé. Correram pelos campos do Alentejo, atravessaram searas de trigo...
De súbito, ao darem a volta a uma mata, depararam com uma força moura comandada pelo terrível Almoleimar.
Gonçalo Mendes da Maia mandou avançar.
Queria conquistar Alcácer do Sal.
Gonçalo Mendes e Almoleimar encontraram-se, frente a frente.
Gonçalo Mendes atirou-se contra ele, ferindo-o gravemente. O sarraceno também atingiu o «Lidador» com um corte profundo no ombro.
Ambos caíram, Almoleimar morto, o «Lidador» a perder sangue.
Vendo os chefes caídos, os combatentes vacilaram. O combate podia ter terminado ali, mas chegou Ali-Abu-Hassan, rei de Tânger, com uma poderosa força de cavaleiros. Sentindo que os portugueses poderiam desencorajar-se, Gonçalo Mendes levantou-se, pediu um cavalo e dirigou-se para o lugar mais aceso da peleja.
Os portugueses ao verem o seu chefe a combater de novo, recuperaram a coragem. O «Lidador» lutava com eles até que, num esforço maior, a ferida do ombro voltou a abrir-se e o sangue jorrou em tal quantidade, que caiu morto.
Pelo Lidador! - gritou o «Espadeiro» e , de uma espadeirada, acabou com o rei de Tânger.
Os mouros então fugiram. Terminara vitoriosa a batalha e, com ela, a vida do «Lidador».
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg396.imageshack.us%2Fimg396%2F5866%2Fe300a00011p24cr0072sv3.th.jpg&hash=2bac8a7df620f7d08399a19d19642b43) (http://http)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg396.imageshack.us%2Fimages%2Fthpix.gif&hash=939b278bbf1d83046763c3ee6db4123b) (http://http)
-
" Geraldo Geraldes, o «Sem Pavor», foi um aventureiro sem medo que invadia e conquistava o território mouro do Alentejo. O «Sem Pavor» era o pavor dos mouros.
A sua grande conquista foi a de Évora, no Outono de 1165. Diz a lenda que vigiavam a fortaleza um velho chefe mouro e a sua bela filha, revezando-se no alto de uma torre. A jovem, gostava de se divertir ouvindo histórias, canções dos trovadores, ou bailando.
Geraldo Geraldes soube desses gostos da moura e foi para debaixo da janela da torre, cantar e tocar belas cancões de amor. Fingiu-se apaixonado; ela deixou-o subir à torre. Mas...Oh, cruel surpresa!
Geraldo puxou da espada e degolou o velho e a ela a seguir.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg56.imageshack.us%2Fimg56%2F9356%2Fbscap0010ra7.th.jpg&hash=1423638db4f706e8d5cd1ee3ac3e0d80) (http://http)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg56.imageshack.us%2Fimages%2Fthpix.gif&hash=7c409c847fd3960f86f042312904a699) (http://http)
Geraldo chamou os companheiros e , em pouco tempo, tinha Évora em seu poder. Entregou-a ao rei. D.Afonso Henriques, e este, reconhecido, nomeou-o alcaide da cidade.
Geraldo Geraldes conquistava novas cidades, até que investiu sobre Badajoz. Esta cidade era a sede de um importante reino mouro, grande e bem defendida. Geraldo pediu ajuda a D.Afonso Henriques, que logo acorreu com o seu exército e cercou os mouros. Estes aliaram-se com o rei de Castela e Leão. Os portugueses viram-se obrigados a fugir.
D.Afonso, ao sair precipitadamente, bateu com a perna no ferrolho da porta. O cavalo desequilibrou-se e caiu por cima dele. D.Afonso teve a perna e a anca fracturadas.
Foi um verdadeiro desastre. O rei não pôde voltar a andar. Diz-se que isto foi a maldição de D.Teresa, quando D.Afonso a prendeu, depois da batalha de S.Mamede.
Diz a lenda que Geraldo Geraldes ainda serviu D.Afonso em missão de espionagem. Acabou apanhado e assasinado pelos mouros. Assim acabou uma vida aventurosa.
Mas a sua lembrança está eternizada na Praça do Geraldo, principal praça da cidade que conquistou, governou e amou, Évora.
-
18 boas razões para se gostar de ser português
1- MISCIGENAÇÃO
Deus fez os Negros, Brancos e os Amarelos, e o português se encarregou de inventar os Mulatos... é uma tese arriscada, mas politicamente correcta. Isto, porque é discutivel se foi Deus Cristão, Muçulmano ou Judeu, se foi um grande arquitecto, a teoria evolutiva de Darwin ou extraterrestes que aterraram na ilha de Páscoa.
Quanto aos mulatos não temos dúvidas. Enquanto os Ingleses e holandeses cultivavam a separação colonial, o Português praticava uma virtude: a Miscigenação.
2- O DESENRASCANÇO
Somos exímios: enquanto os alemães fazem gráficos, os norte-americanos contas os ingleses horários e os suíços projectos, nós "desenrascamos" um sistema, em cima do joelho, e a coisa funciona.
3- GINGINHA-LICOR BEIRÃO
São, juntamente com o medronho, a forma mais rápida, saborosa e nacionalista de etilizar as sipnases. Com moderação, o efeito vasodilatador previne acidentes cardiovasculares e aumenta a esperança de vida. Em dosagens duplas, anestesiam eficazmente as dores, afogam as mágoas mais resistentes, liquefazem as tristezas e, se não pagarem as dívidas, pelo menos as faz esquecer por algumas horas. Outros álcoois têm exactamente o mesmo efeito, mas estes são só nossos.
4 - FADO
Fado é destino, sorte-má sorte tantas vezes. Mas é um produto português mais conhecido no Mundo. É a mão que bate no peito luso, até doerem os ouvidos.
6 - GUITARRA PORTUGUESA
Verdadeiro ex-líbris da música portuguesa. É o toque da alma lusa. Prova final da capacidade de um guitarrista; "Quem não tem unhas não toca guitarra"".
7 - AZEITE
Foi eleito por nutricionistas unidos de todo o mundo como a gordura que não faz mal, que prolonga a vida, sem colestrol e cheio de virtudes. Tudo isso parece irrelevante: facto é que o nosso azeite é excepcional, seja em pratos elaborados ou simplesmente com pão e alho.
8 - TOURADA
Existe na vizinha Espanha, mas a nossa não é chata como a deles. A nossa tem galhardia e movimento quando a cavalo. A pé, a mestria pode ser idêntica com a capa, mas nós temos os forcados, um grupo de tipos que entram na arena e decidem agarrar o touro pelos cornos. Assim de simples, é mais corajoso e mais bonito.
9 - CAVALO LUSITANO
Cobiçado por Rainhas e estrelas de cinema, ágil e leve como uma pena, o cavalo lusitano é um dos mais nobres representantes da raça equestre.
10- QUEIJOS
Se não derretem no prato, derretem na boca. Os nossos queijos destroem em 5 minutos qualquer decisão de dieta.
11- ALQUEVA
O maior lago artificial da Europa promete tornar o Baixo Alentejo em campos verdejantes e férteis. E, contrariando os prognósticos mais pessimistas, só demorou 2 anos a encher. Se a água é o ouro do futuro, Portugal tem uma gigantesca mina.
12- CRISTIANO RONALDO
Da Madeira para as escolas do Sporting, destas para a equipa principal e dali para o Mundo. Em Manchester incendiou paixões, levou o Manchester United ao topo do mundo no futebol europeu e está perto de ser o melhor jogador do mundo.
13 - CARACÓIS
A primeira pergunta é como raio se lembraram de começar a comer um bicho daqueles? Não fazemos ideia, mas ainda bem que o fizeram. É uma verdadeira homenagem ao espirito criativo dos portugueses,conseguir com esta matéria prima, criar um dos melhores petiscos de todo o mundo.
14 - TREMOÇOS
O marisco favorito dos portugueses a provar que a simplicidade é uma arte. Um copo de cerveja geladinha, de espuma densa e cheia de gás e um pratinho de tremoços. Não enche o estômago, mas conforta a alma.
15 - O BULHÃO
È mercado. Sozinho representa tudo o que os mercados portugueses têm de melhor; bons produtos, sempre frescos e vendidos por mulheres ainda mais "Frescas"....
A evitar só mesmo em alturas eleitorais...
16 - PRAIAS - FALÉSIAS
As praias e as falésias estão para Portugal como os alpes para a Suíça; em matéria de férias, são o ponto mais alto da Europa.
17 - LINCE DA SERRA DA MALCATA
As más linguas dizem que é tão bom, tão bom, e que se esconde tão bem que ninguém o consegue ver.
18 - CALÇADA PORTUGUESA
Ok, é verdade: quando chove o risco de cair nela é maior. A manutenção é cara e muitas vezes negligenciada. A sua beleza é inegável, o chão que pisamos é dos mais belos do mundo. A relação com ela é tão forte que até se canta no fado; "chorar as pedras da calçada".....
:D :lol:
-
Dispenso o 8
-
http://www.youtube.com/watch?v=ZvbBxh87444 (http://www.youtube.com/watch?v=ZvbBxh87444)
Só o traidor não devia estar lá ... :)
-
Dispenso o 8 
Dessa lista, poucas são as coisas que me orgulham de ser português.
Pior do que a 8 apenas a 12...
Tremoços, caracóis, bulhão ??? Muito menos...
Mas pronto...
-
Como se começa a falar aqui de tremoços e caracóis é melhor dar uma "empurrãozinho" ao tópico. :rir: :conf:
Assim é que é!
-
Dispenso o 8 :wink: 
-
Dispenso o 8 :wink: c34x :lol: :feliz: :feliz: :jok:
-
" Estava-se de novo em guerra com Castela, no tempo do rei D.Fernando. Um forte esército castelhano entrou pelo Minho e pôs cerco a Monção.
O alcaide do castelo estava fora quando o castelo foi cercado, pelo que foi sua mulher, Deu-la-Deu Martins, que se encarregou de dirigir a resistência aos castelhanos. E foi incansável a orienter os combatentes, a assistir os feridos, a encorajar os sitiados.
Como de costume em caso de cerco, começou a haver falta de mantimentos e em breve os sitiados estavam a passar fome. O desespero começou a apossar-se deles.
Deu-la-Deu Martins procurou encorajar os demais, mas os cestos de comida, os sacos de farinha e de cereal, os fumeiros...chegaram ao fim. A corajosa mulher sentiu, ela também, subir no peito uma onde de desânimo.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg526.imageshack.us%2Fimg526%2F222%2Fbscap0011ea7.th.jpg&hash=fe32f1af36efc34afa29c526ead1ef8e) (http://http)
Não podiam resistir mais.
«Perdidos por cem, perdidos por mil» pensou. Mandou rapar os restos de farinha que rareava no fundo dos sacos e, com esse pouco, mandou cozer alguns pães. Quando todos pensavam que iam finalmente comer uma côdea, Deu-la-Deu subiu a muralha com os pães e atirou-os do alto para os inimigos sitiantes dizendo-lhes:
«Sabemos que tendes falta de comida e nós temos fartura, Aqui vos mandamos estes pães para que vos sacieis um pouco. Se não forem suficientes...pedi mais!»
Os castelhanos, que realmente já estavam a passar fome, perderam as esperanças de conquistar o castelo, levantaram o cerco e foram-se embora."
-
Dispenso o 8 :wink: :lol: ....só disse aquilo porque daqui a bocado chega o triton e começa aí a meter fotos de portuguesas e não sei mais o quê...
Ele é todo marado
...
-
Dispenso o 8 c34x 
-
:rir: :rir:
De uma forma engraçada, a lista está gira.
-
subindo para bordo aos gritos de "Santiago", com as suas espadas na mão direita e as adagas na esquerda.
Uma dúvida, os 5 corajosos portugueses não deviam gritar a São Jorge, é que Santiago cheira-me a Tapas ... :lol: :lol:
-
subindo para bordo aos gritos de "Santiago", com as suas espadas na mão direita e as adagas na esquerda.
Uma dúvida, os 5 corajosos portugueses não deviam gritar a São Jorge, é que Santiago cheira-me a Tapas ... :lol: :lol:
A ordem de Santiago tinha uma "ramificação" em Portugal, logo é uma situação perfeitamente possível.
A Ordem em Portugal
.Em Portugal, a ordem começou também a actuar logo desde os seus primórdios, ainda em reinado de Afonso Henriques, mas só teve maior visibilidade a partir do reinado de Afonso II, e sobretudo, Sancho II. Detiveram como sedes o castelo de Palmela e, depois, o de Alcácer do Sal, que se tornou sede da província espatária portuguesa.
Foi mestre comendatário da Ordem em Alcácer o grande Paio Peres Correia, que acabaria por chegar a Grão-Mestre da Ordem, em Uclés, mas não sem antes ter dado um valoroso contributo para a reconquista de Portugal – as suas forças, muitas das vezes lideradas por ele pessoalmente, conquistaram, entre 1234 e 1242, grande parte do Baixo Alentejo e do Algarve (Mértola, Beja, Aljustrel, Almodôvar, Tavira, Castro Marim, Cacela ou Silves); foi também com o auxílio desta Ordem que Afonso III consumou a conquista do Algarve, em 1249, tomando os derradeiros redutos muçulmanos de Faro, Loulé, Albufeira e Aljezur.
Como recompensa, a Ordem foi agraciada, em territórios portugueses, com várias dessas terras do Alentejo e do Algarve, com a missão de as povoar e defender. A isso não é alheio, ainda hoje, o facto de muitas delas terem por orago Santiago Maior, e de nas suas armas figurar a cruz espatária.
Chamada mais tarde de Ordem de Santiago da Espada, constituiu-se em ordem honorífica em Portugal, da qual o chefe do Estado português se constitui o Grão-Mestre.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%2Fwikipedia%2Fcommons%2Fthumb%2Fa%2Faf%2FOrdem_Santiago_%28purple%29.svg%2F212px-Ordem_Santiago_%28purple%29.svg.png&hash=3eb4c2f2a71e245b3119a8d41d89f22c)
Variante da cruz de Santiago, em tons de púrpura.
-
Mas se formos por ai, eu também posso dizer que quem teve mais empenhado nos Descobrimentos e posteriormente na construção do Império Português foi a Ordem de Cristo (ex-Templários) ... :?
-
Mas se formos por ai, eu também posso dizer que quem teve mais empenhado nos Descobrimentos e posteriormente na construção do Império Português foi a Ordem de Cristo (ex-Templários) ... :?
O que não quer dizer que todos os capitães ou chefes militares fossem da Ordem de Cristo...
Veja-se o exemplo de Afonso de Albuquerque, que era comendador da Ordem de Santiago.
-
Mas se formos por ai, eu também posso dizer que quem teve mais empenhado nos Descobrimentos e posteriormente na construção do Império Português foi a Ordem de Cristo (ex-Templários) ... :?
O que não quer dizer que todos os capitães ou chefes militares fossem da Ordem de Cristo...
Veja-se o exemplo de Afonso de Albuquerque, que era comendador da Ordem de Santiago.
OK, mas continuo com as minhas dúvidas, como é que 5 simples mas corajosos soldados fossem gritar por Santiago sendo o santo protector dos Castelhanos e sendo os 5 de regiões opostas do país ... :?
-
Mas se formos por ai, eu também posso dizer que quem teve mais empenhado nos Descobrimentos e posteriormente na construção do Império Português foi a Ordem de Cristo (ex-Templários) ... :?
O que não quer dizer que todos os capitães ou chefes militares fossem da Ordem de Cristo...
Veja-se o exemplo de Afonso de Albuquerque, que era comendador da Ordem de Santiago.
OK, mas continuo com as minhas dúvidas, como é que 5 simples mas corajosos soldados fossem gritar por Santiago sendo o santo protector dos Castelhanos e sendo os 5 de regiões opostas do país ... :?
Sim, mas como neste caso a " porrada " não era contra castelhanos, e os mouros não sabiam quem era esse de Santiago... :lol: :P
-
Mas se formos por ai, eu também posso dizer que quem teve mais empenhado nos Descobrimentos e posteriormente na construção do Império Português foi a Ordem de Cristo (ex-Templários) ... :?
O que não quer dizer que todos os capitães ou chefes militares fossem da Ordem de Cristo...
Veja-se o exemplo de Afonso de Albuquerque, que era comendador da Ordem de Santiago.
OK, mas continuo com as minhas dúvidas, como é que 5 simples mas corajosos soldados fossem gritar por Santiago sendo o santo protector dos Castelhanos e sendo os 5 de regiões opostas do país ... :?
Sim, mas como neste caso a " porrada " não era contra castelhanos, e os mouros não sabiam quem era esse de Santiago... :lol: :P
Essa tá boa a mourama de Sumatra que estava e está a milhares de quilometros da Peninsula Ibérica saberem quem era o Santiago, mas tens razão o Santiago era conhecido como Mata-Mouros por isso já aceito mais essa hipotese ... :wink:
-
:arrow: http://pt.wikipedia.org/wiki/Banda_das_Tr%C3%AAs_Ordens (http://pt.wikipedia.org/wiki/Banda_das_Tr%C3%AAs_Ordens)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.revistamilitar.pt%2FUserFiles%2FImage%2Fimgsportal%2Fgrao_mestre.jpg&hash=537cd754b54ae7419aa19b72ad3b9c20)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%2Fwikipedia%2Fcommons%2F5%2F5e%2F35-_Rei_D._Manuel_II_-_O_Patriota.jpg&hash=1ceb30c3d0bc5f86d1c604317bfe74db)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Foglobo.globo.com%2Fblogs%2Farquivos_upload%2F2008%2F03%2F216_516-PR-Foto-oficial.jpg&hash=ef4550108be4c2f081e9805bbd3da6e8)
Ver ainda a Bandeira de Nuno Álvares Pereira
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg530.imageshack.us%2Fimg530%2F7128%2Fnunoalvarespereira011sk0.jpg&hash=8bff82aa3aea3001311c3c4883560113)
-
Essa tá boa a mourama de Sumatra que estava e está a milhares de quilometros da Peninsula Ibérica saberem quem era o Santiago, mas tens razão o Santiago era conhecido como Mata-Mouros por isso já aceito mais essa hipotese ...
Então se passado séculos as avós espanholas ameaçavam os netos que vinha aí o Nuno Álvares Pereira se eles não comessem a sopa, não havia de chegar a história de Santiago lá aos confins da Ásia
-
Durante o reinado de D. Fernando (1367-1383), quando da segunda guerra com Castela, a fronteira norte de Portugal foi invadida. As forças do soberano de Castela avançavam por Viseu rumo a Santarém e Lisboa, quando uma segunda coluna, vindo da Galiza penetrou pelo Minho. Saíram-lhe ao encontro forças portuguesas oriundas do Porto e de Barcelos, entre as quais se incluía um destacamento sob o comando de Nuno Gonçalves de Faria, alcaide do Castelo de Faria. Travando-se o encontro na altura de Barcelos, caíram as forças portuguesas, sendo capturado o alcaide de Faria. Com receio de que a liberdade de sua pessoa fosse utilizada como moeda de troca pela posse do castelo, guarnecido pelo seu filho, concebeu um estratagema. Convencendo o comandante de Castela a levá-lo diante dos muros do castelo, pretextando convencer o filho à rendição, utilizou a oportunidade assim obtida para exortar o jovem à resistência, sob pena de maldição. Morto pelos espanhóis diante do filho, pelo acto corajoso, o castelo resistiu invicto ao assalto. Vitorioso, o filho, tomou o hábito, vindo o castelo a ser sucedido por um mosteiro.
O episódio foi narrado por Fernão Lopes e imortalizado por Alexandre Herculano.
Wikipédia
:Soldado2: :Soldado2:
-
:arrow: http://www.ordens.presidencia.pt/banda_3_ordens.htm (http://www.ordens.presidencia.pt/banda_3_ordens.htm)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Banda_das_Tr%C3%AAs_Ordens (http://pt.wikipedia.org/wiki/Banda_das_Tr%C3%AAs_Ordens)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.revistamilitar.pt%2FUserFiles%2FImage%2Fimgsportal%2Fgrao_mestre.jpg&hash=537cd754b54ae7419aa19b72ad3b9c20)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%2Fwikipedia%2Fcommons%2F5%2F5e%2F35-_Rei_D._Manuel_II_-_O_Patriota.jpg&hash=1ceb30c3d0bc5f86d1c604317bfe74db)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Foglobo.globo.com%2Fblogs%2Farquivos_upload%2F2008%2F03%2F216_516-PR-Foto-oficial.jpg&hash=ef4550108be4c2f081e9805bbd3da6e8)
Ver ainda a Bandeira de Nuno Álvares Pereira
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg530.imageshack.us%2Fimg530%2F7128%2Fnunoalvarespereira011sk0.jpg&hash=8bff82aa3aea3001311c3c4883560113)
Alguém tem uma foto/imagem um pouco maior da Bandeira de Nuno Álvares Pereira?
-
Alguém tem uma foto/imagem um pouco maior da Bandeira de Nuno Álvares Pereira?
Isso também queria eu...
No Convento/Quartel do Carmo está lá a sua bandeira junto do local onde aparentemente terá vivido os seus últimos anos de frade.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg80.imageshack.us%2Fimg80%2F8226%2F244667206305c6b032c3ko7.th.jpg&hash=e513f0ab46dc5824ecc80e8dacb388c8) (http://http)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg80.imageshack.us%2Fimages%2Fthpix.gif&hash=8c6860454f2c3d79b2dc38fba112362b) (http://http)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg208.imageshack.us%2Fimg208%2F8205%2Fdsc03146xx0.th.jpg&hash=963ea52adf0a8c45d3ac9c12173a8fc4) (http://http)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg208.imageshack.us%2Fimages%2Fthpix.gif&hash=31e41ea74abe3d45efce74a545877c6f) (http://http)
Encontrei estas fotos na net:
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg384.imageshack.us%2Fimg384%2F2729%2Fazssjw0.th.png&hash=240137ad418c7cc2755ad06e2191cc6e) (http://http)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg384.imageshack.us%2Fimages%2Fthpix.gif&hash=5f6b29e2ec3616dfe8c6eacf087281d2) (http://http)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg208.imageshack.us%2Fimg208%2F4065%2Fssssanh7.th.png&hash=38b50316881f4c3797b91eb863b87419) (http://http)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg208.imageshack.us%2Fimages%2Fthpix.gif&hash=31e41ea74abe3d45efce74a545877c6f) (http://http)
Também no Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, recém-inaugurado, figura a bandeira do Condestável:
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg370.imageshack.us%2Fimg370%2F631%2Faljubko4.th.png&hash=4b853065aaeacc4638b1bf590b41e939) (http://http)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg370.imageshack.us%2Fimages%2Fthpix.gif&hash=d975098cb7ca5350b43efcc0ff94dea6) (http://http)
Será um local a visitar sem dúvida
É possível que o Museu Militar e a Igreja do Santo Condestável em Lisboa também tenham a bandeira/estandarte.
-
É possível que o Museu Militar e a Igreja do Santo Condestável em Lisboa também tenham a bandeira/estandarte.
Exacto :oops:
-
Alguém tem uma foto/imagem um pouco maior da Bandeira de Nuno Álvares Pereira?
Isso também queria eu...
No Convento/Quartel do Carmo está lá a sua bandeira junto do local onde aparentemente terá vivido os seus últimos anos de frade.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg80.imageshack.us%2Fimg80%2F8226%2F244667206305c6b032c3ko7.th.jpg&hash=e513f0ab46dc5824ecc80e8dacb388c8) (http://http)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg80.imageshack.us%2Fimages%2Fthpix.gif&hash=8c6860454f2c3d79b2dc38fba112362b) (http://http)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg208.imageshack.us%2Fimg208%2F8205%2Fdsc03146xx0.th.jpg&hash=963ea52adf0a8c45d3ac9c12173a8fc4) (http://http)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg208.imageshack.us%2Fimages%2Fthpix.gif&hash=31e41ea74abe3d45efce74a545877c6f) (http://http)
Encontrei estas fotos na net:
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg384.imageshack.us%2Fimg384%2F2729%2Fazssjw0.th.png&hash=240137ad418c7cc2755ad06e2191cc6e) (http://http)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg384.imageshack.us%2Fimages%2Fthpix.gif&hash=5f6b29e2ec3616dfe8c6eacf087281d2) (http://http)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg208.imageshack.us%2Fimg208%2F4065%2Fssssanh7.th.png&hash=38b50316881f4c3797b91eb863b87419) (http://http)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg208.imageshack.us%2Fimages%2Fthpix.gif&hash=31e41ea74abe3d45efce74a545877c6f) (http://http)
Também no Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, recém-inaugurado, figura a bandeira do Condestável:
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg370.imageshack.us%2Fimg370%2F631%2Faljubko4.th.png&hash=4b853065aaeacc4638b1bf590b41e939) (http://http)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg370.imageshack.us%2Fimages%2Fthpix.gif&hash=d975098cb7ca5350b43efcc0ff94dea6) (http://http)
Será um local a visitar sem dúvida :(
-
Aqui percebem-se os motivos do estandarte
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg399.imageshack.us%2Fimg399%2F3841%2F401246364a2de9663f2fy6.jpg&hash=ae71c15f04162ef8c2b5a61cbcde8d41)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg208.imageshack.us%2Fimg208%2F2546%2Fcondestavelse0.jpg&hash=11a943e569037a3b4d930faa8b6173c4)
-
Obrigado lancero, já dá para se perceber melhor, quero que o tatuador fique com todos os elementos para a minha menina...
-
Obrigado lancero, já dá para se perceber melhor, quero que o tatuador fique com todos os elementos para a minha menina... 
Brilhante ideia. Já tens orçamento?
-
Obrigado lancero, já dá para se perceber melhor, quero que o tatuador fique com todos os elementos para a minha menina... :o FANTÁSTICO :Bajular:
Depois quando a "obra de arte" estiver terminado, tem que nos mostrar! 
D. Nuno, em manifestação de fé, como pedido de ajuda para si e companheiros, para terem comportamento corajoso na luta, mandou fazer uma bandeira, que quando desfraldada mostrava a figura do Salvador e de sua Santa Mãe. Tinha grande significado, invocando com ela protecção espiritual para todos e incentivo para alcançar vitória, nas pelejas que fossem obrigados a travar. Enchia de ânimo e coragem o coração dos combatentes que sentiam ter protecção Divina, de S. Jorge e de Santiago.
A bandeira de D. Nuno era branca, simbolizando pureza. Tinha ao meio uma grande cruz da cor do sangue do Redentor, que a dividia em quatro partes iguais:
- Na metade de cima, do lado da haste, apresentava a imagem de Jesus Cristo crucificado, de sua Santa Mãe Nossa Senhora, símbolo de virtude e mediadora entre Jesus Cristo e Deus Pai, que rezava ajoelhada a seus pés. Estava acompanhada por S. João que recordava a evangelização dos povos cristãos;
- Na mesma metade, distante da haste, estava representada a imagem da Virgem com o Menino Jesus ao colo, lembrando o amor maternal e a protecção particular das mães a seus filhos;
- Na metade inferior, junto à haste, S. Jorge orava de joelhos e mãos postas, com o bacinete pousado a seu lado. Era considerado o “padroeiro”, protector, de Portugal desde D. Afonso Henriques;
- Na mesma metade, distante da haste, Santiago Maio, protector da Península Ibérica, rezava de joelhos e mãos postas, junto ao seu bacinete. D. Nuno tinha-lhe grande afeição.
Alguns estudiosos são de opinião que estando S. Jorge e Santiago Maio voltados um para o outro, em postura de diálogo, pretende significar que D. Nuno teria gostado de resolver as “diferencias de opinião” pela via do diálogo e que só tomava a via do confronto quando obrigado.
A bandeira de D. Nuno apresenta a cada canto o escudo de armas dos Pereiras, composto por uma cruz branca, aberta pela metade, em campo vermelho.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.historia.com.pt%2FMensagem%2FBrazao%2Fnunalvares.JPG&hash=e3b321428ae11792383f0ea014f10104)
-
Em 1384 Almada sofre um cerco de tropas castelhanas, após algumas semanas a água começa a faltar, apesar da comida não ser um problema já que davam para pelo menos 6 meses. A aflição dos habitantes cresceu. Querendo informar o Mestre de Avis que se encontrava na outra margem em Lisboa que também sofria um cerco dos castelhanos, e sendo impossivel sair para fora das muralhas, optaram por acender tochas na torre mais alta do castelo e abaná-las em sinal de alarme. Em Lisboa toda a gente percebeu que pretendiam socorro. Ma ninguêm sabia o que eles realmente queriam. O Mestre de Avis ainda tentou levar ajuda, enviando uma barca com bestas, pólvora e um pequeno canhão mas acabou sendo interceptada antes de chegar ao destino. Os pedidos de socorro continuavam, cada vez mais aflitos. Então em Lisboa pensaram, só indo lá alguém é que se resolveria a questão. Isso mesmo pensou um marinheiro natural de Almada que viera para Lisboa na frota de galés vindas do Porto. Pediu então que o levassem à presença do Mestre de Avis e ofereceu-se para atravessar o rio a nado, pois sabia nadar. Toda a gente se admirou, porque naquela altura não era costume, e até houve quem duvidasse. O homem porém falava a verdade, e não só se aguentava à tona como nadava de facto muito bem.
Tanto assim que segundo o cronista Fernão Lopes, atravessou o Tejo seis vezes, três para cá, e três para lá, sempre de noite. Deste modo pôde obter informações, fazer um relato completo e depois levar uma ordem firme do Mestre de Avis: Como não havia condições para resistirem mais tempo, rendam-se que depois se verá.
:Soldado2: :Soldado2:
-
Em 1384 Almada sofre um cerco de tropas castelhanas, após algumas semanas a água começa a faltar, apesar da comida não ser um problema já que davam para pelo menos 6 meses. A aflição dos habitantes cresceu. Querendo informar o Mestre de Avis que se encontrava na outra margem em Lisboa que também sofria um cerco dos castelhanos, e sendo impossivel sair para fora das muralhas, optaram por acender tochas na torre mais alta do castelo e abaná-las em sinal de alarme. Em Lisboa toda a gente percebeu que pretendiam socorro. Ma ninguêm sabia o que eles realmente queriam. O Mestre de Avis ainda tentou levar ajuda, enviando uma barca com bestas, pólvora e um pequeno canhão mas acabou sendo interceptada antes de chegar ao destino. Os pedidos de socorro continuavam, cada vez mais aflitos. Então em Lisboa penseram, só indo lá alguém é que se resolveria a questão. Isso mesmo pensou um marinheiro natural de Almada que viera para Lisboa na frota de galés vindas do Porto. Pediu então que o levassem à presença do Mestre de Avis e ofereceu-se para atravessar o rio a nado, pois sabia nadar. Toda a gente se admirou, porque naquela altura não era costume, e até houve quem duvidasse. O homem porém falava a verdade, e não só se aguentava à tona como nadava de facto muito bem.
Tanto assim que segundo o cronista Fernão Lopes, atravessou o Tejo seis vezes, três para cá, e três para lá, sempre de noite. Deste modo pôde obter informações, fazer um relato completo e depois levar uma ordem firme do Mestre de Avis: Como não havia condições para resistirem mais tempo, rendam-se que depois se verá.
:Soldado2: :Soldado2:
Um autêntico Michael Phelps do Séc.XIV :lol:
-
Obrigado lancero, já dá para se perceber melhor, quero que o tatuador fique com todos os elementos para a minha menina... 
Brilhante ideia. Já tens orçamento?
Não, ainda estou a recolher os dados, e como um dos elementos é exactamente a Bandeira de Nuno Álvares Pereira queria uma imagem bem nitida (ela tem muitos detalhes).
-
não percebi...vais tatuar a bandeira, é isso?
-
Não, apenas vai ser um dos elementos da tatuagem (que segundo me parece vai ser para o grandito).
-
Santarém, Uma cidade tomada de assalto
Santarém parecia impossível de conquistar. Situada no alto de um monte, rodeada de muralhas e torreões, equipada com boas máquinas de guerra e defendida por soldados aguerridos, era um alvo desanimador. Mas D. Afonso Henriques, em vez de recuar perante as dificuldades, aplicava-se a imaginar soluções engenhosas para alcançar o que queria. E queria absolutamente conquistar Santarém.
Depois de muito pensar, decidiu incumbir Mem Ramires de ir sozinho e em segredo escolher os melhores caminhos para se aproximarem da cidade e um lugar do muro que se pudesse escalar com alguma segurança. Só depois de receber essas informações traçou o plano final.
No dia 9 de Março de 1147 saiu de Coimbra com um pequeno exército, tendo o cuidado de não dizer exactamente ao que iam. Quatro dias depois acampavam em Pernes, e então sim, reuniu os homens, explicou o que tencionava fazer e distribuiu tarefas. Antes de mais nada, era necessário construir escadas, dez escadas que a coberto da escuridão se encostariam à muralha. Todas ao mesmo tempo. Junto de cada escada estariam doze homens prontos a subir com rapidez, e assim, quando
os mouros dessem por isso, já lá estariam em cima cento e vinte cristãos. Os cavaleiros entusiasmaram-se com o projecto mas pediram-lhe que não participasse, pois receavam que lhe acontecesse alguma coisa e não queriam ficar sem rei. Mas D. Afonso Henriques respondeu:
- Eu estou convosco e serei o primeiro. Ninguém poderá separar-me da vossa companhia quer na vida quer na morte. E se tiver que morrer sem esta cidade estar conquistada, peço a Deus que não me deixe sair vivo deste combate!
As suas palavras levaram o exército ao rubro. E como nessa noite viram uma grande estrela cadente riscar o céu e cair para as bandas do mar, todos acharam que era bom presságio.
De madrugada puseram-se em marcha rumo ao local escolhido por Mem Ramires. Quando os primeiros homens lá chegaram acima ouviram as sentinelas mouras perguntar: «Manhu?», o que significa «Quem sois?». Não responderam, e então as sentinelas deram o alarme, gritando: «Annachara! Annachara!», ou seja, «Cilada de cristãos!»
Mas era tarde de mais. Na muralha circulavam já de espada em punho muitos cavaleiros de D. Afonso Henriques, outros destruíam as portas de madeira com machados e pedras... A conquista foi rápida e fulminante; poucas horas depois Santarém fazia parte do reino de Portugal. (1)
(1) Esta descrição da conquista de Santarém foi feita com base no relato escrito por um cavaleiro que se julga ter participado no assalto à cidade. O relato chegou até aos nossos dias.
-
A gesta de Egas Moniz
Egas Moniz passeou toda a noite na muralha do castelo de Guimarães. De vez em quando suspendia a marcha e debruçava-se a olhar as fogueiras acesas no acampamento inimigo. O vento trazia-lhe vozes, risos, palavras soltas que a distância não lhe permitia entender. Em todo o caso, uma coisa era certa: a vantagem estava do lado de lá! D. Afonso VII trouxera consigo muitos cavaleiros, muitas armas e decerto mantimentos para aguentar um cerco prolongado.
Ora dentro do castelo passava-se exactamente o contrário. Poucos eram os homens disponíveis e capazes para a luta. Escasseavam as armas, e se ficassem ali fechados muito tempo faltariam não só os alimentos como até a água.
Na qualidade de guerreiro apetecia-lhe apoiar os ímpetos de Afonso Henriques, que apesar de muito jovem insistia em mandar abrir os portões para jogar tudo por tudo numa luta em campo aberto. Mas o senso próprio da idade impedia-o. Já repetira várias vezes diante dos mais novos: «Só vale a pena ir à luta quando há hipótese de vencer. Levantar a espada para uma derrota certa não é bravura, é loucura.»
Mas, por muito que se esforçasse, não conseguia convencer nem Afonso Henriques nem o seu filho Lourenço, que o espicaçava por trás a dizer que eles os dois valiam por dez e dariam cabo dos inimigos à espadeirada. A situação não podia prolongar-se indefinidamente; era preciso tomar uma decisão rápida, não fossem os acontecimentos precipitar-se da pior maneira. Sempre passeando para cá e para lá nas muralhas, Egas Moniz meditava: «D. Teresa encarregou-me de educar e proteger Afonso Henriques; essa é a minha primeira obrigação. Não posso portanto consentir que arrisque a vida num acto tresloucado. Que fazer, meu Deus?»
Para melhor equacionar o problema, foi formulando perguntas-chave, às quais dava resposta pronta.
«O que quer Afonso VII? Quer obrigar D. Teresa a jurar-lhe obediência. Ora ela não está cá, e se estivesse também não sei o que faria; mas isso agora não interessa. Preciso de forçar Afonso VII a partir com os seus homens sem que haja luta. Vou falar com ele.»
A primeira decisão estava tomada. Faltava decidir o que havia de lhe dizer. Depois de muito pensar, resolveu que tudo se passaria da seguinte maneira: saía a horas mortas, para que ninguém se apercebesse, dirigia-se à tenda do rei e comprometia-se sob palavra de honra a que no dia em que D. Afonso Henriques sucedesse à mãe no governo do Condado Portucalense lhe juraria obediência.
E assim foi. O rei aceitou a proposta; na manhã seguinte levantou o cerco e partiu.
No castelo de Guimarães toda a gente festejou o afastamento dos inimigos, e como não sabiam o porquê da retirada inventaram-se logo uma série de versões.
No ano seguinte D. Afonso Henriques revoltou-se contra a mãe, derrotou os cavaleiros dela na batalha de S. Mamede e tomou conta do governo. Só então Egas Moniz lhe contou a verdade sobre o cerco de Guimarães. Em vez de agradecer, Afonso Henriques enfureceu-se:
- Jurar obediência ao meu primo? Prestar vassalagem a um homem que vale menos do que eu? Nunca! Ele herdou o reino de Leão mas eu hei-de transformar o meu condado num reino independente.
Egas Moniz orgulhava-se de o ouvir falar assim, e não tentou dissuadi-lo. Mas como tinha dado a sua palavra de honra, pensou que só a morte podia servir de resgate. Então dirigiu-se à cidade de Toledo levando a mulher e os filhos, pois a vergonha da mentira recaía sobre toda a família. Apresentaram-se diante de D. Afonso VII descalços, com o traje dos condenados à morte e uma corda ao pescoço. Perante o assombro da corte, Egas Moniz declarou que, não podendo cumprir o juramento, estava ali disposto a morrer com os seus. Pedia apenas para não ser enterrado por estranhos. Acompanhava-o um criado a quem gostaria que encarregassem do serviço.
Afonso VII ficou profundamente impressionado. Um homem tão leal não merecia a morte! Libertou-o do compromisso e mandou que regressasse a casa com a família em liberdade.
O túmulo de Egas Moniz encontra-se na igreja de Paço de Sousa e está decorado com figuras talhadas na pedra que ilustram a história. Nem sequer falta o criado com a pá às costas.
-
A Lenda de Martim Moniz
O nome de Martim Moniz está ligado à conquista de Lisboa aos Mouros e figura na memória da cidade através de uma praça com o seu nome.
A lenda conta que D. Afonso Henriques tinha posto cerco à cidade, ajudado pelos muitos cruzados que por aqui passaram a caminho da Terra Santa. O cerco durou ainda algum tempo, durante o qual se travavam pequenas investidas por parte dos cristãos. Numa dessas tentativas de assalto a uma das portas da cidade, Martim Moniz enfrentou os mouros que saíam para repelir os cristãos e conseguiu manter a porta aberta mesmo a custo da sua própria vida. O seu corpo ficou atravessado entre os dois batentes e permitiu que os cristãos liderados por D. Afonso Henriques entrassem na cidade. Ferido gravemente, Martim Moniz entrou com os seus companheiros e fez ainda algumas vítimas entre os seus inimigos, antes de cair morto.
D. Afonso Henriques quis honrar a sua valentia e o sacrifício da sua vida ordenando que aquela entrada passasse a ter o nome de Martim Moniz.
O povo diz que foi D. Afonso Henriques que mandou colocar o busto do herói num nicho de pedra, onde ainda hoje se encontra, junto à Praça de Martim Moniz.
-
D. Filipa de Vilhena
Esta heróica senhora, cujo nome ficou célebre na história do país, nasceu em Lisboa onde também faleceu a 1 de Abril de 1651. Era filha de D. Jerónimo Coutinho, que foi nomeado vice-rei da Índia, mas não aceitou a nomeação.
Casou com o 5º conde de Atouguia, D. Luís de Ataíde, que morreu, deixando-a com 2 filhos: D. Jerónimo de Ataíde e D. Francisco Coutinho. Senhora resoluta e briosa, teve conhecimento de todos os preparativos da revolução de 1 de Dezembro de 1640, e aconselhou a seus filhos que a ela aderissem e partilhassem os perigos de seus irmãos em fidalguia e em nacionalidade.
Na madrugada de 1 de Dezembro, mostrando realmente uma resolução mais que humana, armou ela própria os seus dois filhos cavaleiros, e mandou-os combater pela pátria, dizendo-lhes que não voltassem senão honrados com os louros da vitória.
0 drama de Garrett, intitulado D. Filipa de Vilhena, ainda mais contribuiu para idealizar esta figura feminina, que ficou sendo como um símbolo enérgico do patriotismo.
D. Filipa de Vilhena foi chamada ao paço pela nova rainha de Portugal, D. Luísa de Gusmão, e recebeu o cargo de camareira-mor e de aia do príncipe D. Afonso, mais tarde el-rei D. Afonso V
-
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg154.imageshack.us%2Fimg154%2F5223%2Ftorosy8.jpg&hash=5581a814cf27edc5e11521f65598b306)
D. Duarte de Almeida o Decepado
Duarte de Almeida
Alferes-mor de D. Afonso V, conhecido na história pela alcunha do Decepado. Era filho de Pedro Lourenço de Almeida. Na batalha de Toro, em 1 de Março de 1476, entre tropas portuguesas e castelhanas, em que tanto se distinguiu o príncipe D. João, depois o rei D. João II, praticaram-se actos de valentia e heroísmo; entre os guerreiros que se tornaram notáveis, conta-se Gonçalo Pires e Duarte de Almeida, o alferes-mor do rei, a quem estava confiado o estandarte real português. A luta foi enorme; as quatro grandes divisões castelhanas, vendo os seus em perigo, acudiram a auxiliá-los, ao mesmo tempo que o arcebispo de Toledo, o conde de Monsanto, o duque de Guimarães e o conde de Vila Real avançavam em socorro dos portugueses. Subjugados pela superioridade do número, os portugueses caíram em desordem, abandonando o pavilhão real. Imediatamente, inúmeras lanças e espadas o cobrem, e todos à porfia pretendem apoderar-se de semelhante troféu. Duarte de Almeida, num supremo esforço, envolto num turbilhão de lanças, empunha de novo a bandeira, e defende-a com heróica bravura. Uma cutilada corta-lhe a mão direita; indiferente à dor, empunha com a esquerda o estandarte confiado à sua Honra e lealdade; decepam-lhe também a mão esquerda; Duarte de Almeida, desesperado, toma o estandarte nos dentes, e rasgado, despedaçado, os olhos em fogo, resiste ainda, resiste sempre. Então os castelhanos o rodearam, e caiem às lançadas sobre o heróico alferes-mor, que afinal, cai moribundo. Os castelhanos apoderaram-se então da bandeira, mas Gonçalo Pires (V. este nome), conseguiu arrancá-la. Este acto de heroicidade foi admirado até pelos próprios inimigos.
Duarte de Almeida foi conduzido semimorto para o acampamento castelhano, onde recebeu o primeiro curativo, sendo depois mandado para um Hospital de Castela. No fim de muitos meses, voltou à, pátria, e foi viver para o castelo de Vilarigas, que herdara de seu pai. Havia casado com D. Maria de Azevedo, filha do senhor da Lousã, Rodrigo Afonso Valente e de D. Leonor de Azevedo. Diz-se que Duarte de Almeida morreu na miséria e quase esquecido, apesar da sua valentia e bravura com que se houve na batalha de Toro, que lhe custou ficar inutilizado pela falta das suas mãos. Camilo Castelo Branco, porém, nas Noites de insónia, diz que o Decepado não acabara tão pobre como se dizia, porque além do castelo de Vilarigas, seu pai possuía outro na quinta da Cavalaria, e em quanto ele esteve na guerra, sua mulher havia herdado boa fortuna duma sua tia, chamada D. Inês Gomes de Avelar. D. Afonso V, um ano antes da batalha, estando em Samora, lhe fizera mercê, pelos seus grandes serviços, para ele e seus filhos, de um reguengo no concelho de Lafões.
Transcrito por Manuel Amaral
:Soldado2: :Soldado2:
-
Já está no tópico Herois Esquecidos da nossa história mas achei bem também postar aqui ... :Soldado2: :Soldado2:
-
"A GNR é mais temida nas ruas de Dilí do que as tropas da Nova Zelândia, Austrália e Malásia."
Reportagem da televisão neo-zelandesa sobre a GNR.
http://www.youtube.com/watch?v=g4nXsG47Ts4 (http://www.youtube.com/watch?v=g4nXsG47Ts4)
-
http://www.youtube.com/watch?v=-CERZQINcRI (http://www.youtube.com/watch?v=-CERZQINcRI)
:Soldado2: :Soldado2:
-
Aproveito a ideia do Cromwell e ponho aqui esta batalha memoravel que eu por acaso não conhecia, no tópico apropriado :wink:
Achém - Maio de 1569
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.ancruzeiros.pt%2Fhcomb-3p1569.jpg&hash=d0fc812b6d9552ea2e8dd995fcfda423)
Em princípios de Maio de 1569, largaram de Goa, em conserva (navegando em conjunto mas sem qualquer espécie de subordinação), um galeão e uma pequena nau. O galeão, capitaneado por João Gago de Andrade, tinha como missão levar gente e abastecimentos para as Molucas; a nau era particular, sendo seu proprietário e capitão Mem Lopes Carrasco. O seu destino era Sunda, onde, provavelmente, ia buscar pimenta, considerada de melhor qualidade que a do Malabar.
Enquanto navegou ao longo da costa indiana, onde existia o risco de ataques de corsários, Lopes Carrasco conservou-se perto do galeão, embora a sua nau fosse mais rápida, uma vez que ia praticamente vazia em contraste com aquele, que levava muita carga. Porém, logo que foi ultrapassado o cabo Comorim, fez força de vela e foi ganhando avanço ao galeão até o perder de vista. Deste modo chegou à costa noroeste da ilha de Samatra, onde ficava situado o reino do Achém, muito antes daquele.
O vento era fraco e a nau, apesar de levar postas monetas (tiras de pano cosidas nas esteiras das velas destinadas a aumentar a sua área), ia a andar muito pouco. Foi então que começaram a ser avistadas numerosas velas saindo do porto do Achém.
Tratava-se de uma poderosa armada, composta por vinte galés, vinte juncos e cerca de duzentos navios mais pequenos, com que o rei daquela cidade se preparava para ir novamente pôr cerco a Malaca. Vendo aparecer inesperadamente uma nau portuguesa deu imediatamente ordem aos seus navios para a irem tomar.
Eis como Diogo do Couto descreve o combate que se seguiu: «Tanto que Mem Lopes viu a Armada, de que se não podia desviar (por falta de vento), preparou-se para se defender dela, porque bem sabia que lhe era assim necessário para remédio, e vida de todos, porque aqueles inimigos não havia poder-se pleitear com eles, porque não dão a vida a Português algum pelo mortalíssimo ódio que lhe têm: e assim mandou tirar as monetas, e encher tinas de água (para apagar os incêndios), e preparar sua artilharia, de que levava sete, ou oito peças, camelos, esperas, e falcões; e a gente que levava, que eram quarenta homens, repartiu pelos lugares mais arriscados, pondo na proa Martim Lopes Carrasco seu filho com dez homens; e Francisco da Costa ... pôs na popa com outros dez soldados; e a um Martim Daço primo de Mem Lopes encarregou a artilharia; e ele ficou no convés com os mais, e com eles o Padre Francisco Cabral da Companhia de Jesus ... e um Frade de São Francisco, que ambos com um Crucifixo nas mãos andavam animando a todos a se defenderem daquela Armada, que já tinha cercado a nau, e a começou a bater com grande terror, e braveza, e logo a começaram a destroçar, e desenxarcear, e abrir-lhe muitas arrombadas com os pelouros que varavam a nau; mas também os nossos fizeram valorosamente seu ofício, destroçando-lhes com sua artilharia muitas das suas embarcações, e matando-lhes muita gente; porque como o mar estava coberto de embarcações, não tinham as balas da nossa artilharia, por perdidas que fossem, onde dar, senão nelas.
Durou esta refrega todo o dia, porque já era véspera (tarde), quando a batalha se começou, que a armada do Achém se apartou, e surgiu (fundeou); e os nossos, de que havia já alguns feridos, se curaram, e mandaram remediar, e tapar as aberturas que as bombardas lhe fizeram, e preparando-se para outras que esperavam, porque a Armada do inimigo também surgiu afastada para lançar os mortos no mar, e curar os feridos que eram muitos.
Ao outro dia tanto que amanheceu, tornou a Armada a rodear a nau, e a batê-la, e destroçá-la com nova fúria; mas também os nossos lhe responderam, como se estivessem muito descansados, e inteiros, obrando todos altas cavalarias: os inimigos apertaram tanto, que chegaram três galés muito poderosas a abordar a nau, andando neste conflito os Padres ambos no meio de todos com Crucifixos levantados, animando os nossos a pelejarem pela Fé de Cristo, que se lhes apresentava diante por Capitão; e de tal modo acendeu esta exortação a fúria, e valor aos nossos, que deram com os inimigos ao mar, e com aquele ímpeto, e furor se lançou após eles em uma das galés o Martim Daço com uma espada, e rodela (escudo), fazendo grande estrago nos Mouros, sendo de cima ajudado com a espingardaria; e chamando Mem Lopes Carrasco por ele que se recolhesse, lhe respondeu, que o não havia de fazer até render aquela galé, porque a havia de tomar em lugar do batel da nau que os Mouros lhe tinham já tomado; e sendo a galé socorrida de outras, foi forçado ao Martim Daço recolher-se com algumas feridas bem grandes.
O Mem Lopes Capitão, e Senhorio da nau andou todo aquele tempo como um alarve (insaciável) encarniçado na briga, e tinto da pólvora, e de seu sangue, de feição que o não conheciam pelo rosto, senão pelas armas; e andando socorrendo pelas partes todas, em que os nossos pelejavam valorosamente, lhe deram uma bombardada por uma perna, e logo correu fama pela nau que ele era morto: chegou ao castelo de proa onde seu filho Martim Lopes Carrasco tinha feito maravilhas em sua defensão; e dizendo-lhe um soldado que seu pai era morto (respondeu): 'Se assim é, morreu um só homem, e aqui ficamos muitos, que defenderemos a nau. O Mem Lopes, como a ferida não foi mortal, e não lhe impediu o andar, fez seu oficio com grande valor, andando sempre a par dele o Padre Francisco Cabral da Companhia muito inteiro, e com grande ânimo, e prudência animando, e consolando a todos, ... O Padre de São Francisco sempre andou também com o Crucifixo alentando os soldados, e chamando pelo Bem-Aventurado Santiago, animando os homens com palavras muito honradas; e por não cansar os leitores, e mais os deste tempo, a quem estas coisas juntamente envergonham, e enfastiam (tal como hoje!), basta dizermos que três dias contínuos foram os nossos batidos de toda aquela Armada, até os deixarem arrasados de todos os castelos, e mastros, e a maior parte da gente morta, e os mais feridos, e no fim dos ditos três dias os inimigos se afastaram, por aparecer o galeão de João Gago de Andrade; e foi o dano tanto que os nossos fizeram neles, que se tornaram para o Achém com mais de quarenta embarcações menos, e as mais tão destroçadas, que se não atreveram a prosseguir na começada viagem, ficando o Rei tão afrontado, e colérico, que ia bradando contra Mafamede, e contra os seus, dos quais mandou despedaçar muitos, por tomar neles a vingança que nos Portugueses não pôde.»
João Gago forneceu a Mem Lopes Carrasco o material necessário para armar guindolas (mastros improvisados) e logo seguiu à sua frente para Malaca, possivelmente agastado por aquele o ter abandonado durante a travessia do golfo de Bengala. Porém, chegado àquela cidade recebeu ordens do capitão da praça para voltar atrás a fim de escoltar a nau de Lopes Carrasco, o que ele fez, por certo de má vontade. Em Malaca, os vencedores da frota do Achém foram recebidos triunfalmente. No entanto, a nau ficara em tal estado que Lopes Carrasco se viu obrigado a desistir da viagem a Sunda, regressando à Índia quando foi tempo disso.
Mais tarde, quando a notícia do combate chegou a Lisboa, o rei D.Sebastião mandou a Mem Lopes Carrasco o alvará de fidalgo e o hábito de Cristo, acompanhados de uma boa tença.
Na verdade, o combate que aquele travou ao largo do Achém, em fins de Maio de 1569, é um dos mais espantosos combates navais de todos os tempos, em que uma única nau, guarnecia apenas com quarenta soldados, se bateu durante três dias consecutivos com mais de duzentos navios inimigos, dos quais afundou cerca de quarenta, obrigando os restantes a bater em retirada muito destroçados. Qualquer outro Povo que tivesse na História da sua Marinha um feito semelhante, não se cansaria de o celebrar. Mas os Portugueses, com a sua habitual falta de sensibilidade para as coisas do Mar e uma espécie de acanhamento saloio por terem sido, em tempos idos, uma grande potência naval, limitam-se, pura e simplesmente, ... a ignorá-lo!
Saturnino Monteiro
em «Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa»
:Soldado2: :Soldado2:
-
Mas os Portugueses, com a sua habitual falta de sensibilidade para as coisas do Mar e uma espécie de acanhamento saloio por terem sido, em tempos idos, uma grande potência naval, limitam-se, pura e simplesmente, ... a ignorá-lo!
A maior parte dos portugueses talvez, mas acredito que, pelo menos neste fórum, ninguém vai esquecer o feito de Mem Lopes e dos camaradas!
Obrigado, André
-
E ainda para mais não era um navio militar mas sim comercial, já que o seu capitão Mem Lopes era comerciante ...
:Soldado2:
-
Batalha do Salado
Em 1339 o emir Abul Hassan, de Marrocos, e o rei Yussuf Ibn Nasser, de Granada, aliaram-se e formaram um poderoso exército com o qual pretendiam retirar aos reinos cristãos os territórios já recuperados aos Mouros. Avançaram por Castela.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%2Fwikipedia%2Fcommons%2Fthumb%2F6%2F69%2FO_mouro_by_Marciano_Henriques_da_Silva.jpg%2F250px-O_mouro_by_Marciano_Henriques_da_Silva.jpg&hash=1b57f1daf4a0b284a2037fc86672b895)
Afonso XI, de Castela, pediu socorro aos outros reinos cristãos. Ora, como estava em guerra com Portugal, tratou de fazer as pazes. Afonso XI enviou sua esposa, a «formosíssima Maria», filha de D.Afonso IV, a pedir-lhe auxílio a seu pai, e este aceitou formar um exército e partiu para Castela, a fim de enfrentar a ameaça de nova invasão dos Mouros.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.traditioninaction.org%2FHistory%2FHistImages%2FA_002_CrusadesA.jpg&hash=590887748a56f5c005eefa751e4c4c0a)
Estava-se a 30 de Outubro de 1340. As hostes cristãs juntaram-se em Badajoz e avançaram para sul. Encontraram o exército mouro nas margens do rio Salado. A batalha estalou com enorme violência. O choque entre os dois exércitos foi terrível: a corrida e embate brutal de homens e animais, a gritaria dos soldados, o tilintar das espadas, o relinchar dos cavalos, tudo se misturara num estrondo que fazia tremer montes e vales.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.fuenterrebollo.com%2FArabes%2Fnavas-tolosa.jpg&hash=c93067180a8427194d3092f2a8028343)
Os cristãos lutaram com todas as suas forças e no fim os mouros fugiram, deixando atrás de si valiosos despojos.
Foi uma grande vitória dos cristãos e D.Afonso IV bateu-se como um bravo!
Afonso XI foi ter com o sogro e disse-lhe:
-Senhor, de grande valor foi a vossa lide e grande honra mereceste. Escolhei de entre os despojos o que vos aprouver.
-Não vim para ganhar riquezas, senhor meu genro, basta-me a honra de ter vencido os infiéis - disse D.Afonso IV, e ficou apenas com uma ou duas peças, simbolicamente.
Pela bravura com que se bateu, ganhou o cognome de « o Bravo» "
Como podem ver também ajudámos os vizinhos quando eles precisaram, não foi só dar neles... :lol:
-
Introdução do já célebre livro "Homens, Espadas e Tomates", muito falado por estas bandas:
"É um erro considerarmos a História como um passado que morreu, que já não interessa e que deve ser arquivado. A História é a mais viva das raízes da nossa existência, é a memória colectiva do que os nossos antepassados fizeram para nos oferecer a nossa maneira de ser e estar.
A História escrita por um povo é uma aglomeração de factos consumados, criados por milhões de vontades individuais que, conscientes disso ou não, agiram em conformidade.
Portugal teve um papel de relevo na evolução da humanidade, escrevendo a sua história, não só dentro do seu torrão natal, como também por todo o mundo.
A nossa identidade está ligada às acções dos nossos antepassados como os anéis de crescimento anual dentro do tronco de uma árvore!
Raras vezes damos conta disso, mas tanto as acções positivas como outras criticáveis, tornam-se mais ou menos compreensíveis por derivarem de comportamentos ancestrais. Tantas vezes me lembro disso mesmo quando vejo automobilistas entrarem, sem a mínima precaução, para dentro de um cruzamento, para depois se "desenrascarem" com seja qual for a situação que encontrem! O saltar para o meio da moirama, sem plano, nem grandes probabilidades de sobrevivência, para "dar Santiago neles" até dizer chega e sair gloriosamente, com a cara mais serena do mundo, como se de um simples passeio se tivesse tratado, é uma atitude, no mínimo, insensata, mas é também um desafio ao heroísmo (tangente à loucura), que ainda hoje reconheço na nossa forma de conduzir.
O toureiro dos nossos dias, que esconde a espada por detrás da sua capa, enfrentando um adversário vinte vezes mais pesado, mas não menos ágil, faz-me lembrar o português seiscentista que enrolava a sua capa no braço esquerdo para enfrentar o adversário com capa e espada.
Um outro amigo meu, que foi forcado na sua juventude, disse-me o que sentia quando se colocava à cabeça do seu grupo, incintando o touro, pronto para se lançar sobre a enorme cabeça, evitando os cornos e agarrando-se ao tremendo pescoço do animal, contando que outros o viessem acudir. «Bem, a gente não pisava arena sem se preparar com uma pinga; e, já aí estando, não se podia deixar ficar mal a malta; incitava o animal, fazia o sinal da cruz e será o que Deus quiser». Não me admiro que só em Portugal se enfrenta o touro sem arma de espécie alguma na mão! Não me admiro que muitos dos actuais forcados sejam descendentes dos grandes navegadores e homens de guerra portugueses dos séculos passados!
A dada altura, comandou Afonso de Albuquerque seis naus nossas, com cerca de 400 homens a bordo. Após ter subjugado e, em parte, destruído diversos portos tributários ao Rei de Ormuz, fez o que ninguém julgou possível: entrou na baía de Ormuz, ficando cercado por 250 navios de guerra inimigos e juntando-se, em terra, um exército de 20.000 guerreiros, todos prontos para o aniquilar! Quando o Rei lhe mandou um emissário a bordo para questionar sobre os seus intentos, Afonso de Albuquerque enviou-lhe a seguinte mensagem: «Renda-se!!!»
Não há dúvida de que Albuquerque deve ser um dos antepassados espirituais destes rapazes que, ainda hoje, enfrentam o touro!
Quando, nos anos setenta, vi jovens açorianos desafiarem tudo e todos, deslocarem-se a Lisboa e içarem a bandeira azul e branca com o símbolo do açor protegendo as nove ilhas num mastro do aeroporto da Portela, no Castelo de S.Jorge e no monumento do Marquês de Pombal, vi também mais uns descendentes destes ilimitados portugueses quinhentistas!
Mergulhando um pouco nas histórias do passado, é possível encontrarmos mais compreensão pelo presente e alguma esperança no futuro, porque a única certeza que os inimigos da lusa gente podem ter é a de que o gene luso encontrará forma de vir ao de cima, derrubando seja o que for que contra ele tramarem."
Rainer Daehnhardt
-
Batalha do Salado
Em 1339 o emir Abul Hassan, de Marrocos, e o rei Yussuf Ibn Nasser, de Granada, aliaram-se e formaram um poderoso exército com o qual pretendiam retirar aos reinos cristãos os territórios já recuperados aos Mouros. Avançaram por Castela.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%2Fwikipedia%2Fcommons%2Fthumb%2F6%2F69%2FO_mouro_by_Marciano_Henriques_da_Silva.jpg%2F250px-O_mouro_by_Marciano_Henriques_da_Silva.jpg&hash=1b57f1daf4a0b284a2037fc86672b895)
O Emir já tinha pistola de pederneira?
-
Retirado de um site sobre o trabalho do Professor Rainer Daehnhardt
Running forward
One of the techniques that the Portuguese warriors employed against their enemies who held the Moorish bow was just more than unusual.
They knew that the Moorish bow would be very effective within the range from 50 meters to 400 meters.
So when 40 Portuguese soldiers disembarked to face a first row of 300 archers also armed with tulwars, their first act was to run like madmen towards the archers, with their rapiers and left handlers in hand. The archers would be stunned by this totally insane act, as due to the heath, very few would wear armors. This stunning delay would again act in favour of the Portuguese who would close de 50 meters range with a few more seconds of advantage.
The Portuguese knew about the 50 meters bow effectiveness and that their only hope was to run frontward to cut that distance, after which their highly seasoned maneuver of the rapier and the left handler would destroy the tulwar in no time, one after the other. One blade would stop the tulwar strike and the other would dispatch the enemy, and this was one methodically in no time.
Running front wards for cover was a tactic that brought the Portuguese warriors great fame and respect for their bravery
-
Batalha do Salado
Em 1339 o emir Abul Hassan, de Marrocos, e o rei Yussuf Ibn Nasser, de Granada, aliaram-se e formaram um poderoso exército com o qual pretendiam retirar aos reinos cristãos os territórios já recuperados aos Mouros. Avançaram por Castela.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%2Fwikipedia%2Fcommons%2Fthumb%2F6%2F69%2FO_mouro_by_Marciano_Henriques_da_Silva.jpg%2F250px-O_mouro_by_Marciano_Henriques_da_Silva.jpg&hash=1b57f1daf4a0b284a2037fc86672b895)
O Emir já tinha pistola de pederneira? :twisted:
-
Retirado de um site sobre o trabalho do Professor Rainer Daehnhardt
1415
To organize the expedition to Ceuta ships were rented while others were built in Portugal to carry the expeditionary forces that were formed by the King’s vassals and by men supplied by the nobles. The enthusiasm was so great and so great was the impatience to serve, that a nobleman aged 90 years old presented himself with his troops.
1512
Fernão Lopes de Andrade, with a fleet of 17 sails manned by 350 Portuguese and some Malays attacks the fleet of Pate-Onuz that was coming from Malacca, composed of 90 sails and a garrison of 12.000 men. After a brave fight that took many hours, victory descended at the hands of the Portuguese, at whose hands many ships fell, while others were burnt or sunk. This battle, which filled with terror the various kingdoms of the region, was one of the most outstanding victory the Portuguese achieved in India.
1516
The King of Fez, having placed siege on the Portuguese fortress of Arzilla with 100.000 men is forced to abandon the siege.
Note: Nothing else is referred in this short chronicle.
1518
Conquered by the great Afonso de Albuquerque, the famous city of Malacca grew in trade, and the oppulence of its citizens and the grandiosity of its buildings excited the neighbouring princes and the wish for its dominance. Many tried to after the Portuguese Arm showed it was not invincible. Of all, Mahamet, now king of Bintan learnt from spies that the fortress had only a garrison of 200 men, many of whom were sick. Grabbing the opportunity of such a situation and its timing, Mahamet came with 1.500 chosen infantry men and many well armed elephants, and by sea a fleet of 60 ships full of men and of instruments of expugnation.
Here a Nature’s wonder happened. Once the alarm was sounded and word passed around that the enemy was at sight, it happened that the sick soldiers, excited by the military preparations, tried to get up and suddenly the fevers that opressed and tied them to their sickbeds left them and they ran to the walls, mixing with the healthy ones, and with noble pride and unique bravery faced the furious assault.
Many have witnessed a bullet remove the head of a Portuguese and his body remaining still for a space of time. Mahamet kept fighting for 20 days, yet all the assaults on the fortress were bravely repelled, until, all hope lost and having suffered 330 casualties, the assault was ended and the King returned home.
This glorious event costed the lives of 18 Portuguese.
Note: The number of casualties is pointed out with such an exactitude that it may be questionable.
1529
Lopo Vaz de Sampaio, with a fleet of 6 galleons and 13 light ships defeats the Samorim’s fleet of 130 sails.
Note: Nothing else is referred in this short chronicle.
1538
The pirate known as Pate-Marcar that infested the Indian seas with 50 ships and 8.000 men disembarked at Beadalla. There, Martim Affonso de Sousa with 400 Portuguese attacks and defeats the pirate. Of the enemy’s fleet that was anchoured, 25 sails were set on fire while the remaining where taken as well as 400 canons and 1.500 guns.
1538
The illustrious Nuno da Cunha, Governor of India, to rescue the fortress of Diu that the Turks have dangerously surrounded, resorted to a most unique artifice. Having sent some ships to give battle, in each of them had four torches placed before arriving by night. The small fleet started firing their artillery, among war cries and shouts which caused great effect among the turks who though the lights corresponded to a much bigger fleet, seeming like the whole of Portuguese India was after them, immediately raised the siege, not wanting to taste their fortune against the Portuguese.
1546
In the second siege of Diu, the place became so narrow that the captain-major of the fortress proposed to his council that they got out of the fortress, and at the enemy’s ground would give them battle and die over the bodies of the turks. The enemy did not ignore the state of the fortress, deciding on a final assault, hoping for a most certain victory. Exploding a mine that they have placed below the tower of St.Thomas which was destroyed, the Turks attacked from all sides with such migh that the Portuguese resisted in a very costly way. The battle was burning everywhere, often with the enemy riding on the fortress walls, fighting at close quarters. Many fell, but more took their place, and it was such the fire that the Turks threw that the Portuguese had to fight among the flames.
The captain-major ordered that some basins of water were brought so that the soldiers could refresh their bodies from the heath of the fire that surrounded them. At the occasion of this providence an unusual case took place that is worthy of note. Antonio Moniz Barreto commanded the defense of a tower, and was lowering towards a basin to refresh himself, was pulled by an arm by a soldier who shouted: how come? Do you want to loose His Majesty’s tower? Barreto replied: I am burning, I must refresh myself. The soldier shouted again if the arms are good, the rest is nothing! Antonio Moniz Barreto heard the admonishment of that courageous soldier that later gave him all sort of favours and named him the fire soldier.
1550
Death of the celebrated D. Pedro de Menezes, captain of Tangere.
Having commanded eighty horsemen against three thousand moors, he was killed; however his death was avenged with the retreat of the enemy.
1551
The Prince of Chembe with an army of 30.000 men is defeated by 4.000 Portuguese comanded by the Vice-Roy D. Affonso de Noronha.
1559
A Portuguese fleet of six sails manned by 200 soldiers defeats another from the Samorim, composed of thirteen sails and a garrison of 2.000 fighting men.
1559
The kings of Malabar, joined against the Portuguese, attack the fortress of Cananor with a mighty army. The besieged, with the aid of 400 Portuguese that arrived in a small fleet, defeat the enemy who lost 15.000 men. The battle lasted from 3 hours in the morning until 4 hours in the afternoon.
-
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg78.imageshack.us%2Fimg78%2F3922%2F2287132080749be0195abnw5.th.jpg&hash=306fdcddad3ff85e062736d26e829ac5) (http://http)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg78.imageshack.us%2Fimages%2Fthpix.gif&hash=db3ba11c0ef6ef6232289006e2dfe380) (http://http)
cax23
-
:lol:
Cumprimentos
-
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg78.imageshack.us%2Fimg78%2F3922%2F2287132080749be0195abnw5.th.jpg&hash=306fdcddad3ff85e062736d26e829ac5) (http://http)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg78.imageshack.us%2Fimages%2Fthpix.gif&hash=db3ba11c0ef6ef6232289006e2dfe380) (http://http)
cax23 :lol: :rir: :rir:
-
Professor Rainer Daehnhardt :
All these chronicles must be read and understood under the historical and social context of the times in which they took place, and the posting in my website of these accounts do not mean a xenophobic attitude, but an effort to provide historical information on a country that Hollywood and most people influenced by the dream industry, as well as those who create information chose to disregard in a most systematic way, despite what is revealed here. It remains to be understood why
Realmente é verdade.
É uma pena que com tanto "material" de qualidade que a nossa História possuí, poucas ou nenhumas sejam as adaptações para cinema dos episódios mais marcantes da nossa história. Será por que Espanha rende mais na bilheteira que nós?
-
Batalha de Bintão - Novembro de 1526
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.ancruzeiros.pt%2Fhcomb-3p1526a.jpg&hash=df472fe3b74c21939231b855e4caa158)
Logo que recebeu a notícia de que fora designado para governador da Índia por motivo do falecimento de D. Henrique de Meneses, Pêro Mascarenhas, que era então capitão de Malaca, apressou-se a regressar a Cochim. Porém, não sendo ainda a época própria para fazer a viagem, apanhou um temporal tão violento que ficou com a nau desarvorada e foi obrigado a voltar a Malaca. Diz o Povo que «há males que vêm por bens». E foi o que aconteceu neste caso!
Pouco tempo antes, tinha chegado a Malaca a armada de Francisco de Sá que ia fazer uma fortaleza em Sunda e que estava aguardando a época própria para seguir para aquela região. Por isso, havia na cidade cerca de novecentos portugueses, o que era muito raro acontecer. Essa circunstância, aliada ao facto de não poder ir para a Índia antes do fim de Dezembro, fez nascer no espírito de Pêro Mascarenhas a ideia de ir destruir a cidade de Bintão e, de uma vez por todas, pôr termo a uma guerra que oprimia Malaca havia quinze anos.
Tendo em mente o que acontecera a Jorge de Albuquerque em 1521, começou a preparar minuciosamente a expedição, fazendo constar que se destinava à construção de uma fortaleza no estreito de Sunda (que fica entre Samatra e Java) e que era efectivamente a missão de que estava incumbida a armada de Francisco de Sá. E, a 23 de Outubro de 1526, largou de Malaca com uma armada que, pelas nossas contas, devia ser constituída por um galeão, uma nau, duas caravelas, duas navetas (naus pequenas), uma galé, duas galeotas, cinco fustas e dois batéis artilhados com «camelos» e protegidos com paveses e mantas. Nestes navios iriam embarcados perto de seiscentos portugueses, além de numerosos escravos e marinheiros malaios. Havia ainda mais quatro lancharas e cinco calaluzes, guarnecidos com quatrocentos malaios de Malaca, que acompanhavam a armada sob o comando de Tuão Mafamede, bendará da cidade.
Chegado a Bintão, Pêro Mascarenhas fundeou à entrada do canal que dava acesso à cidade e mandou imediatamente os catures efectuar um reconhecimento minucioso das posições inimigas. A principal defesa da ilha de Bintão era o facto de se encontrar quase completamente rodeada por grandes extensões de lodo que tornavam o acesso à cidade praticamente impossível, salvo por intermédio de um estreito e tortuoso canal. Nele tinha o rei de Bintão mandado construir numerosas estacadas que impediam a passagem de naus e de galés e obrigavam os navios de remo mais pequenos a andar às voltas. Numa ilhota existente à entrada do canal e numa ponta um pouco adiante, bem como no extremo ocidental da ilha, havia tranqueiras artilhadas, sobranceiras ao canal. A cidade propriamente dita estava rodeada por um fosso inçado de estacas envenenadas, por detrás do qual se erguia uma alta paliçada coroada por numerosas bombardas. Do outro lado do canal havia uma alta ponte fortificada. Finalmente, no centro da cidade, num pequeno outeiro, ficavam as casas do rei, metidas dentro de uma outra cerca com muita artilharia. Todas estas obras defensivas estavam guarnecidas com cerca de trinta mil homens. Varadas junto da cidade, havia ainda vinte lancharas, sobreviventes da batalha de Linga. No seu conjunto, as defesas de Bintão pareciam inexpugnáveis.
Para chegar à cidade, podiam os portugueses escolher entre duas linhas de acção. Uma delas consistia em deixar os navios grandes à entrada do canal e tentar o assalto só com os navios de remo mais pequenos, como fizera Jorge de Albuquerque em 1521; a outra consistia em arrancar as estacas e levar os navios grandes até junto da cidade para poder contar com o apoio da sua artilharia no assalto final. Dada a força do inimigo e o facto de ele se encontrar prevenido e devidamente preparado, Pêro Mascarenhas optou por esta segunda linha de acção, que, embora muito mais lenta e trabalhosa, era indubitavelmente mais segura.
Na manhã seguinte ao dia da chegada, quase no fim da enchente, o galeão e a nau, acompanhados dos dois batéis, aproximaram-se da ilhota situada à entrada do canal, onde o inimigo tinha construído uma tranqueira artilhada, e começaram a bombardeá-la com os «camelos», isto é, com os canhões de maior calibre, dos quais o galeão e a nau dispunham de seis e cada batel de um. Responderam os da tranqueira com «berços» e «falcões», peças de pequeno e médio calibre, prolongando-se o duelo de artilharia por cerca de uma hora. Mas os tiros dos «mouros» pouco efeito faziam nos nossos navios porque os batéis estavam protegidos pelas mantas e paveses e o galeão e a nau por arrombadas feitas com cabos grossos (uma espécie de grandes coxins) que levavam penduradas à borda e que eram mais do que suficientes para absorver o impacto dos pequenos pelouros lançados pelos «berços» e pelos «falcões». Pelo contrário, os pesados pelouros disparados pelos nossos «camelos» eram uma espécie de furacão de ferro que fustigava impiedosamente a tranqueira. Quebradas as paliçadas que sustentavam os parapeitos de terra, começou aquela a desfazer-se, ao mesmo tempo que as bombardas que nela se encontravam instaladas principiavam a voar pelo ar, acompanhadas pelos braços, pelas pernas e pelos corpos dos seus ocupantes. Não podendo suportar por mais tempo o fogo terrível dos navios portugueses, a guarnição da tranqueira fugiu a nado para a que se encontrava um pouco mais adiante. Imediatamente os nossos batéis abicaram à ilhota e recolheram as vinte bombardas que nela havia.
Eliminada assim a primeira tranqueira, passaram o galeão, a nau e os batéis à tranqueira seguinte dispostos a aplicar-lhe a mesma receita. Mas como a maré já estava muito baixa o galeão e a nau encalharam no lodo. Prevendo essa eventualidade, todos os navios de alto bordo levavam escoras que foram imediatamente colocadas para evitar que adornassem. No entanto, a colocação dessas escoras, debaixo do fogo da tranqueira, não se fez sem que alguns homens ficassem feridos. Ao outro dia, com a subida da maré, o galeão e a nau voltaram a flutuar e repetiu-se a cena do dia anterior. Esmagada pelo fogo da nossa artilharia, a segunda tranqueira ficou completamente destruída e teve de ser abandonada pela sua guarnição.
Começou então a parte mais árdua da empresa: desfazer as estacadas. As estacas eram feitas de uma madeira muito rija chamada pau-ferro, que não apodrecia dentro de água, e estavam encastradas em grandes pedras com o feitio de mós, profundamente enterradas no lodo. Para levantar as estacas, tinham sido montados no galeão, na nau e em uma das caravelas fortes gavietes (espécie de braços salientes com uma roldana na extremidade). Depois de abraçada uma estaca com um cabo de bitola (grossura) adequada, era este passado ao gaviete e daí ao cabrestante, onde era rondado até a estaca despegar do fundo. Com as mãos agarradas às barras dos cabrestantes e os pés fincados no convés, chusmas de soldados portugueses, escravos e marinheiros malaios, alagados em suor, faziam-nos rodar lentamente, dia após dia, na tarefa interminável de arrancar estacas. Era um trabalho extremamente fatigante e muito demorado, porque só podia ser feito com a maré cheia, dado que era necessário levar os navios à prumada das estacas. Em média, gastava-se cerca de meia hora para arrancar cada uma. E elas eram às centenas!
Iam já decorridos dez dias no penoso trabalho de desfazer as estacadas quando foram avistadas, vindas do lado do mar, cerca de trinta lancharas. Tratava-se de uma armada que o rei de Pão enviara em auxílio do seu aliado de Bintão, ao saber que estava sendo atacado pelos Portugueses, com muitos mantimentos e dois mil homens de reforço. Pêro Mascarenhas mandou imediatamente ao seu encontro as galeotas, as fustas, as lancharas e os calaluzes, que, graças ao seu pequeno calado, podiam passar por cima da zona baixa que fica a oeste da ilha de Bintão. Logo que os nossos navios tiveram o inimigo ao alcance de tiro principiaram a alvejá-lo com a artilharia. De principio, as lancharas de Pão ainda responderam animosamente. Mas, quando começaram a ser repetidamente atingidas e a sofrer estragos e baixas, desmoralizaram e, invertendo o rumo, puseram-se em fuga, perseguidas pelos navios portugueses. Numa tentativa desesperada para se salvarem, dezoito lancharas foram varar numa ilhota que havia um pouco adiante, fugindo as guarnições para terra. Indo em seu seguimento, os nossos navios tomaram-nas. As restantes, aproveitando o facto de os portugueses estarem entretidos com a captura daquelas, conseguiram escapar-se.
Regressando com as presas para junto da armada, foram os pequenos navios de remo recebidos com grandes manifestações de regozijo por parte das guarnições dos navios grandes para quem esta vitória constituiu uma espécie de tónico que as ajudou a suportar com estoicismo o ingrato trabalho de arrancar estacas que, entretanto, ia continuando. Porém, por cada dia que passava a tarefa ia-se tornando mais difícil. À medida que os nossos navios se aproximavam das tranqueiras instaladas no extremo da ilha, o tiro destas tornava-se mais incomodativo. Mas nada os fazia desistir. Como um mastim que já tem a presa filada pelo pescoço e por nada do mundo a larga, continuavam a avançar implacavelmente em direcção à cidade. Agora, de manhã até à noite, era quase continuo o ribombar dos canhões. Açoitadas pela fúria destruidora da nossa artilharia, as tranqueiras iam sendo sucessivamente destruídas, ao mesmo tempo que as estacadas eram arrancadas, uma após outra. Ao fim de mais doze dias de trabalhos de Hércules, tendo sido arrasada a última tranqueira e levantada a última estacada, a nossa armada foi fundear perto da ponte, em frente ao principal baluarte das fortificações que protegiam a cidade!
Nessa noite, os «mouros» ainda conseguiram cortar a amarra da caravela que estava mais próximo da ponte mas, antes que ela encalhasse na margem, a sua guarnição conseguiu aguentá-la com um outro ferro talingado (ligado) a uma corrente. Amedrontado com a forma como a campanha estava decorrendo, o rei de Bintão ordenou a Laqueximena que fizesse uma última surtida para tentar destruir os navios portugueses. Ao outro dia, ainda muito cedo, aproveitando a vazante, as lancharas de Bintão aproximaram-se sorrateiramente da caravela de Fernão Serrão e da galé, que eram os navios mais avançados da nossa armada, e atacaram-nos de surpresa. Tirando partido da sua superioridade numérica e da rapidez com que tudo se passou, os «mouros» conseguiram entrar em ambos os navios, pondo os portugueses que neles se encontravam em sérios apuros. Na galé, empurraram-nos até ao mastro; na caravela, obrigaram-nos a refugiar-se no castelo da popa. Logo que foi dado o alarme, os navios de remo tentaram acudir à caravela e à galé mas levaram muito tempo a fazê-lo por causa da força da corrente. Salvou a situação Pêro Mascarenhas, que, metendo-se numa pequena embarcação com vinte soldados, foi atacar as lancharas que tinham aferrado a galé, lançando-lhes para dentro algumas panelas de pólvora. Com esta ajuda a guarnição da galé recuperou o ânimo e conseguiu expulsar os inimigos que a tinham entrado. Mais algumas panelas de pólvora lançadas no momento exacto e as lancharas que tinham aferrado a caravela foram também obrigadas a afastar-se. Então, Pêro Mascarenhas, com os seus vinte companheiros, entrou nesta e em poucos minutos todos os «mouros» que a tinham invadido estavam estendidos no convés ou tinham saltado para a água!
Entretanto, tinham finalmente chegado os dois batéis com os seus temíveis «camelos». Amontoadas na sua frente estavam as vinte lancharas de Laqueximena que, por causa da corrente, tinham muita dificuldade em voltar para trás. Não podiam desejar os nossos bombardeiros melhor alvo. Foi uma autêntica carnificina! Trucidadas pelos pesados pelouros dos «camelos» as guarnições da maior parte das lancharas lançaram-se à água e fugiram a nado para terra, deixando treze nas nossas mãos. As restantes sete voltaram à ribeira de Bintão pejadas de mortos e feridos. Entre estes últimos contava-se o próprio Laqueximena.
Durante o combate conseguira fugir para os portugueses um moço malaio natural de Malaca que aconselhou Pêro Mascarenhas a desembarcar na margem norte do canal e a entrar na cidade através da ponte, por ser o lado menos bem defendido. Nessa mesma noite conseguiu também chegar junto dos nossos navios, caminhando pelo lodo e ainda com as grilhetas nos pés, um português cativo que conseguira igualmente fugir e que disse a Pêro Mascarenhas exactamente a mesma coisa que o moço de Malaca.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.ancruzeiros.pt%2Fhcomb-3p1526b.jpg&hash=2cceef8e249b5c227a21686dba4656d8)
Baseado nestas informações pôde aquele elaborar o plano para o assalto final. Ao outro dia, de manhã, um corpo de cerca de uma centena de portugueses e de trezentos auxiliares malaios desembarcou a oeste do baluarte principal, sob a protecção da artilharia dos navios, e construiu uma tranqueira com pipas cheias de terra, onde foram instalados alguns «berços» e «falcões». Tal movimento fez crer aos «mouros» que o ataque iria ter lugar por aquele lado, levando-os a concentrar a maior parte das suas forças no baluarte fronteiro. Por volta da meia-noite, no mais absoluto silêncio, Pêro Mascarenhas meteu-se nas embarcações miúdas com trezentos portugueses, acompanhados por uma centena de escravos que lhes levavam as espingardas e as lanças, e foi desembarcar no banco de lodo que ficava a norte do canal! Depois, enterrados na vasa, por vezes até à cintura, os portugueses começaram a caminhar penosamente em direcção à costa, na mais completa escuridão, guiando-se apenas pelas sombras dos que iam adiante. Mas ninguém desfalecia, porque à frente de todos ia o próprio governador da Índia, exemplo vivo de coragem e determinação, ladeado pelo português e pelo moço malaio ex-cativos de Bintão que, melhor ou pior, lhe iam indicando o caminho. A parte mais difícil da travessia foi a faixa de mangal que se estendia junto à terra firme. Mas os portugueses lá se foram infiltrando por entre os ramos e as raízes escorregadias até que começaram a sentir terreno mais consistente debaixo dos pés.
Alcançada a terra firme, foi feita uma pausa para que os homens pudessem comer alguma coisa, recuperar as forças e armar-se convenientemente. E, logo que surgiram os primeiros alvores, a coluna retomou a marcha, sempre no mais absoluto silêncio, em direcção ao pequeno baluarte que defendia o topo norte da ponte. Não pensando que alguém pudesse chegar ali por aquele lado, a sua guarnição encontrava-se quase toda a dormir. E se alguns vigias havia, estavam certamente com a atenção fixada no que se passava do lado onde se encontrava fundeada a nossa armada. Subitamente, as panelas de pólvora começaram a estoirar dentro do baluarte, ao mesmo tempo que os portugueses rebentavam as portas e escalavam as paliçadas, surgindo de todos os lados com as lanças e as espadas em riste! Apanhados completamente de surpresa, os «mouros», após uma curta resistência, puseram-se em fuga.
Entretanto, logo que avistaram os clarões provocados pelo rebentamento das panelas de pólvora na outra margem, os navios abriram fogo com toda a sua artilharia sobre o baluarte principal, ao mesmo tempo que as tropas que estavam na nossa tranqueira tocavam as trombetas e faziam grande algazarra como se estivessem prestes a lançar-se ao assalto. Toda esta encenação continuou a desviar a atenção do inimigo para aquele lado. É certo que também ele via que alguma coisa se estava passando na outra margem. Mas pensava que se tratava de uma diversão sem importância de maior. Eis senão quando atrás de uma onda de fugitivos avança pela ponte em formação cerrada a coluna do Governador com a bandeira real à frente! Percebendo finalmente o logro em que haviam caído, a maior parte dos capitães que estavam no baluarte principal abandonaram-no e foram fazer frente aos portugueses que estavam desembocando da ponte. Mas, nesse instante, os que estavam na tranqueira arremeteram de rompante contra o baluarte e, aproveitando-se da confusão que ia nele, tomaram-no, começando a atacar pelas costas os que o haviam deixado! Em poucos minutos, as melhores tropas de Bintão, completamente desorientadas pela genial manobra de Pêro Mascarenhas, tresmalharam-se e puseram-se em fuga!
Não dando tempo ao inimigo para se recompor, o Governador reuniu todas as suas forças num só corpo e foi acometer o outeiro fortificado, que era o último reduto do rei de Bintão. Aqui a peleja foi mais áspera. Apesar do ardor com que os nossos combatiam, animados pelo exemplo de Pêro Mascarenhas que deitara fora a adarga (escudo) para ficar com os movimentos mais livres e esgrimia com uma lança, protegido apenas pela armadura, a mole imensa dos defensores ia consumindo, a pouco e pouco, as energias dos atacantes. Desta vez, foram os marinheiros que ajudaram a dominar a situação. Cheirando-lhes que o saque da cidade devia estar para breve, tinham deixado os navios e vindo para terra com as únicas armas que sabiam manejar: as panelas de pólvora! E, metendo-se pelo meio dos combatentes, começaram a lançá-las para cima dos «mouros». Os que ficaram queimados pelas chamas puseram-se em fuga e em breve o movimento de debandada propagou-se a todo o exército, tanto mais que o rei de Bintão fora o primeiro a dar o exemplo.
Ainda não eram dez horas da manhã quando a batalha terminou. O chão ficara juncado de cadáveres dos inimigos. Dos portugueses não morreu nenhum, embora muitos tivessem ficado feridos! Seguiu-se o saque da cidade, que foi muito rendoso, sobretudo porque nas casas do rei estavam acumuladas grandes riquezas. Nunca pensando que os portugueses pudessem chegar até ali, não as tinha mandado levar a tempo para um lugar mais seguro. Do despojo fizeram parte para cima de trezentas bombardas, muitas delas com as armas portuguesas. Pêro Mascarenhas mandou pôr fogo às fortificações, que arderam durante três dias. De igual modo foi queimado o que restava da armada de Laqueximena.
Com a ajuda das tropas do rei de Linga, que chegou poucos dias depois de a batalha ter terminado, com uma armada de dezoito lancharas e calaluzes para auxiliar os portugueses, foram feitas várias incursões ao outro lado do canal para tentar capturar o rei de Bintão. Mas este conseguiu escapar-se. Por fim, sentindo-se acossado, sem dinheiro e sem gente, resolveu fugir para a península Malaia, onde morreu alguns meses mais tarde.
Quando soube da derrota do rei de Bintão, apresentou-se a Pêro Mascarenhas o antigo senhor da ilha, a quem aquele tirara o reino, pedindo-lhe que o aceitasse como vassalo do rei de Portugal. Concedeu-lhe o Governador o que pretendia, com a condição de não construir fortificações nem ter armada.
Quinze dias após a conquista de Bintão e depois de ter despachado a armada de Francisco de Sá para Sunda, Pêro Mascarenhas regressou a Malaca, onde foi festivamente recebido. Pouco depois, tendo deixado por capitão da cidade Jorge Cabral, partiu para a Índia.
A conquista de Bintão é um dos feitos mais espectaculares da História Militar Portuguesa, constituindo um exemplo raríssimo daquilo a que se pode chamar a «batalha perfeita». Magistralmente planeada, tanto sob o ponto de vista estratégico como logístico, ela constituiu uma verdadeira obra-prima de execução táctica em que se fica sem saber o que mais admirar: se a coragem e a disciplina dos soldados, se a coragem e o talento do chefe. Em Bintão, Pêro Mascarenhas conseguiu aquilo que todos os generais pretendem e quase nenhum consegue: aniquilar completamente as forças inimigas e alcançar todos os objectivos estratégicos previamente fixados sem perder um único homem!
Contudo, a vitória de Bintão pouca atenção mereceu, mesmo aos contemporâneos. Malaca estava tão longe que era como se pertencesse a um outro planeta. Além disso, pouco rendimento dava à coroa portuguesa. As notícias do que se passava no Sueste Asiático levavam cerca de um ano a chegar a Cochim ou a Goa e dois a chegar a Lisboa. Daí que nas Histórias de Portugal raramente seja feita qualquer referência à estrondosa vitória alcançada em Bintão, em 1526.
Quanto a Pêro Mascarenhas, o prémio que recebeu pela conquista de Bintão foi... ser atacado à lançada, quando pretendeu desembarcar em Cochim, e ser metido a ferros, quando chegou a Goa!
A razão disso conta-se em poucas palavras. Por intrigas de Afonso Mexia, vedor da Fazenda Real e capitão de Cochim, D. João III, em 1526, mandou para a Índia novas vias de sucessão, para substituir as que Vasco da Gama levara, nas quais, levianamente, alterou a ordem daquelas, pondo Lopo Vaz de Sampaio à frente de Pêro Mascarenhas. A maior parte dos fidalgos era de opinião que havendo Governador não se justificava abrir as novas vias. Mas Afonso Mexia, apoiado por outros fidalgos, entendia que deviam ser abertas por exprimirem a vontade mais recente do Rei. E abriu mesmo a primeira via, na qual era nomeado Lopo Vaz de Sampaio para Governador da Índia na eventualidade do falecimento de D. Henrique de Meneses. A partir daí foi um nunca acabar de disputas, conflitos e rixas entre os partidários de Lopo Vaz de Sampaio e os de Pêro Mascarenhas.
Entretanto, D. João III, sabedor da morte de D. Henrique de Meneses e de que Pêro Mascarenhas havia sido nomeado Governador de acordo com as sucessões de Vasco da Gama, quis emendar a mão e mandou a toda a pressa um navio à Índia dando o seu acordo ao que fora feito. Mas, por infelicidade, esse navio naufragou na ilha de São Lourenço. Para tentar pôr cobro às desavenças entre os fidalgos da Índia, resolveram estes submeter o caso a uma comissão de arbitragem. Após um processo nem sempre límpido, a dita comissão julgou a favor de Lopo Vaz de Sampaio, pelo que Pêro Mascarenhas se viu forçado a regressar a Portugal na torna-viagem de 1528.
Afinal o Rei, que fora o causador de todo este «imbróglio», acabou por lhe dar razão, obrigando Lopo Vaz de Sampaio a entregar-lhe todos os ordenados que tinha recebido durante o tempo em que desempenhou o cargo de Governador da Índia, aliás, diga-se, com elevado mérito.
Para a História, Pêro Mascarenhas ficou como tendo sido 6º governador e Lopo Vaz de Sampaio o 7º, sem contar os dois vice-reis que os haviam precedido.
E com toda esta confusão ninguém mais se lembrou da grande vitória alcançada por Pêro Mascarenhas em Bintão, que restituiu Malaca ao seu antigo esplendor e fez com que os Portugueses voltassem a ser temidos e respeitados em todo o Sueste Asiático.
Saturnino Monteiro
em «Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa»
-
Professor Rainer Daehnhardt :
All these chronicles must be read and understood under the historical and social context of the times in which they took place, and the posting in my website of these accounts do not mean a xenophobic attitude, but an effort to provide historical information on a country that Hollywood and most people influenced by the dream industry, as well as those who create information chose to disregard in a most systematic way, despite what is revealed here. It remains to be understood why
Realmente é verdade.
É uma pena que com tanto "material" de qualidade que a nossa História possuí, poucas ou nenhumas sejam as adaptações para cinema dos episódios mais marcantes da nossa história. Será por que Espanha rende mais na bilheteira que nós?
Infelizmente é verdade, mas já cheguei à conclusão que a maioria dos senhores de Hollywood acham que a Europa é só Inglaterra, França, Espanha, Itália e Alemanha, e o resto é paisagem ... :roll: :roll:
-
Professor Rainer Daehnhardt :
All these chronicles must be read and understood under the historical and social context of the times in which they took place, and the posting in my website of these accounts do not mean a xenophobic attitude, but an effort to provide historical information on a country that Hollywood and most people influenced by the dream industry, as well as those who create information chose to disregard in a most systematic way, despite what is revealed here. It remains to be understood why
Realmente é verdade.
É uma pena que com tanto "material" de qualidade que a nossa História possuí, poucas ou nenhumas sejam as adaptações para cinema dos episódios mais marcantes da nossa história. Será por que Espanha rende mais na bilheteira que nós?
Infelizmente é verdade, mas já cheguei à conclusão que a maioria dos senhores de Hollywood acham que a Europa é só Inglaterra, França, Espanha, Itália e Alemanha, e o resto é paisagem ... :roll: :roll:
Uma boa iniciativa portuguesa, foi a adaptação cinematográfica da Batalha de Aljubarrota, que se pode assistir no Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota.
Aqui está o link para a visualização do trailer:
www.fundacao-aljubarrota.pt (http://www.fundacao-aljubarrota.pt)
Sinceramente parece-me ter resultado bastante bem
-
Excelente o trailer! Eu tenho de ver esse filme!!! Eu tenho de ver esse filme!
PS: Só dá para ver na fundaçao??
Cumprimentos.
-
Excelente o trailer! Eu tenho de ver esse filme!!! Eu tenho de ver esse filme!
PS: Só dá para ver na fundaçao??
Cumprimentos. :P
Os actores parecem ter sido bem escolhidos, os trajes e armamento também...de admirar para uma produção portuguesa, algo inexperiente no cinema bélico.
Tenho que ir agora um dia destes visitar Aljubarrota... 
-
Pena é que só se pode ver em Aljubarrota. Eu, que sou de Lisboa, tenho de fazer uma deslocação considerável. :lol:
-
Batalha do Rio Perlis - 6 de Dezembro de 1547
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg301.imageshack.us%2Fimg301%2F6593%2Fperlisfn7.jpg&hash=56a8df93af1198875003119830f6d8d4)
A grande armada que os Turcos tinham preparado para voltarem à Índia em 1541 ou 1542 havia sido, como já referimos, desarmada, não voltando a ser reconstituída por razões que ainda não foram devidamente esclarecidas.
É possível que uma dessas razões tenha sido a política de apaziguamento posta em prática por D. João III. Poderá também ter acontecido que os Turcos tenham optado pela estratégia mais económica de auxiliar os reis da Índia contra nós, a fim de nos ir enfraquecendo, enquanto aguardavam melhor oportunidade para nos destruir.
O certo é que em 1547 vamos encontrar no Achém três galeotas turcas com vinte soldados cada uma e mais vinte janízeros de origem grega idos havia pouco do mar Vermelho em duas naus. E, ou por iniciativa própria ou por conselho dos Turcos, o rei do Achém renovou a guerra contra os Portugueses ao mesmo tempo que mudava de estratégia.
Até então, tinha por várias vezes tentado apoderar-se de Malaca por meio de assalto ou de cerco. Agora, resolveu construir uma fortaleza a norte dela, basear aí uma armada e cortar-lhe as comunicações com a Índia, Bengala, o Pegú e Tenassarim. Para o efeito, organizou uma poderosa armada constituída pelas três galeotas turcas e por cinquenta e sete fustas e lancharas suas, guarnecidas com cerca de cinco mil homens, entre marinheiros e gente de peleja. Desta faziam parte, além dos turcos e janízeros, trezentos ourobalões de manilha dourada, que eram os nobres mais valentes do reino do Achém. Para capitão da armada foi escolhido um valido do rei, de nome Bayaya Soora, que era rei de Pedir.
As directivas que lhe foram dadas foi que se dirigisse primeiro a Malaca e queimasse todos os navios que estavam no porto e, ao mesmo tempo, fizesse uma demonstração de força diante da cidade para humilhar os Portugueses. A seguir, deveria estabelecer uma base no local que considerasse mais apropriado para cortar as comunicações de Malaca com o Norte.
No cumprimento destas directivas, a armada de Bayaya Soora chegou a Malaca a 9 de Outubro de 1547, pelas duas da madrugada. Pensando que os portugueses estariam a dormir, os janízeros e os turcos insistiram com aquele para que autorizasse um ataque à cidade, de surpresa. Apesar de isso ser contrário ao plano da campanha, Bayaya Soora acedeu. Enquanto uma parte da armada ia lançar a sua gente silenciosamente em terra, a outra parte dirigia-se para junto da ilha das Naus, onde estavam fundeados vários navios.
Mas os portugueses não dormiam! Apesar da escuridão da noite, não lhes tinha passado despercebida a aproximação da armada achém. Com os capacetes na cabeça, as couraças no peito, as lanças e as espadas nas mãos, e os morrões das espingardas acesos, aguardavam no mais absoluto silêncio o desenrolar dos acontecimentos, prontos para darem uma boa 1ição aos intrusos. Deixaram os inimigos desembarcar, mas, antes que tivessem tido tempo de se organizar, dispararam as espingardas e logo carregaram sobre eles. Travou-se então, na escuridão da noite, um curto combate em que os invasores foram desbaratados, sendo obrigados a reembarcar, depois de terem tido vários mortos e muitos feridos.
A tentativa de desembarque redundara num fiasco. Mas o ataque aos navios que estavam fundeados na ilha das Naus foi mais bem sucedido. Como tinham somente alguns marinheiros a guardá-los, foram facilmente incendiados uma nau e seis outros navios, provavelmente juncos ou lorchas. Curiosamente, nessa noite estava a chover. Mas o vento era muito forte e ateava de tal modo as labaredas que a própria chuva, que devia ser fraca, não chegou para apagar o fogo.
Ao outro dia de manhã os navios inimigos embandeiraram e atroaram os ares com o toque dos tambores e sinos, ao mesmo tempo que as suas guarnições faziam grande algazarra em sinal de vitória. Apanharam então os achéns um pequeno barco de pescadores que se dirigia para a cidade, aos quais Bayaya Soora, barbaramente, mandou cortar as orelhas, os narizes e os tendões dos pés. E por estes desgraçados, horrivelmente mutilados, enviou um cartel de desafio ao capitão da fortaleza para que saísse a combater a sua armada, acrescentando que se o não fizesse passaria a considerar o rei de Portugal como o último dos vassalos do rei do Achém!
O capitão de Malaca nessa altura era Simão de Melo. Lida a carta na presença dos fidalgos e soldados que estavam com ele todos se riram dos dislates nela contidos, mas ninguém pensou em tomar a sério o desafio, uma vez que os únicos navios que havia em Malaca, depois de queimados os que estavam fundeados na ilha das Naus, eram meia dúzia de fustas velhas. Entretanto, a armada achém levantava ferro e desaparecia rumo ao Norte.
Nesse tempo estava em Malaca o padre jesuíta Francisco Xavier, regressado havia pouco das Molucas com fama de santidade. Quando teve conhecimento do cartel de desafio de Bayaya Soora verberou a atitude do capitão e demais fidalgos e soldados dizendo-lhes que não indo combater os infiéis cobriam de vergonha o nome de Portugal e a religião de Cristo! Tentaram defender-se aqueles explicando ao padre que as poucas fustas que estavam em Malaca não se encontravam em estado de navegar. Pois que as consertassem, retorquiu aquele! Argumentou o capitão que não havia nos armazéns da fortaleza nem breu nem estopa para as calafetar. Obstinado, Francisco Xavier respondeu-lhe que havia muita gente rica em Malaca que tinha breu, estopa e tudo quanto era preciso para aprontar as fustas. E quanto a serem estas muito poucas, que não lhe viessem com um argumento tão ridículo, pois bem sabiam que combatendo com Cristo por capitão o número dos inimigos não contava!
O que é facto é que a força de ânimo e a fé de Francisco Xavier despertaram os brios dos portugueses. Com a volubilidade e os entusiasmos súbitos e de pouca duração característicos da nossa raça, já todos diziam que era uma vergonha deixarem escapar os achéns sem lhes terem dado o devido castigo. E metendo mãos à obra, em oito dias de trabalho insano, em que colaborou toda a população de Malaca, aprontaram-se sete fustas e um catur em que embarcaram cento e oitenta soldados portugueses capitancados por D. Francisco de Eça. O padre Xavier fez uma última pregação aos combatentes, elevando ao rubro o seu ardor bélico e religioso, e a armada fez-se ao mar, confiada em que, apesar da enorme superioridade numérica do inimigo, Deus lhe daria a vitória!
Mas logo os ânimos esfriaram quando, após as primeiras remadas, a fusta capitânia, que fazia água como um cesto roto, foi ali mesmo ao fundo! Felizmente, conseguiu-se salvar toda a gente e praticamente todo o material que levava. Mas o efeito moral foi tremendo. Ao optimismo exagerado de momentos atrás contrapunha-se agora o mais profundo pessimismo. Que grande tolice ter dado ouvidos ao padre que não percebia nada de navios nem de guerra! Que disparate deixar a fortaleza praticamente desguarnecida! Ir combater sessenta navios apenas com sete a cair de podres era uma manifestação de soberba que até Deus poderia castigar ... !
Perante o clamor público, Simão de Melo resolve pôr o assunto à votação. A maioria é de opinião de que se deve desistir da perseguição à armada achém. Mas os soldados da armada insistem em ir. Está ali o padre Xavier olhando-os fixamente e têm vergonha de abjurar tão abruptamente das promessas que minutos antes lhe haviam feito de morrer alegremente, combatendo por Cristo! Aquele conserva-se impávido e sereno. A única coisa que o espanta, diz, é a pouca fé dos que o rodeiam. Lá por terem perdido uma fusta já descrêem da ajuda divina? Que importância tinha serem seis ou sete fustas quando iam combater contra sessenta? Neste ponto, a História e a Lenda misturam-se, sendo difícil afirmar com segurança onde começa uma e acaba a outra. Perante o desânimo dos circunstantes, Francisco Xavier teria então anunciado que para substituir a fusta perdida Deus enviaria duas muito melhores naquele mesmo dia! Meio incrédulos, os soldados e os populares sobem às muralhas e aos outeiros e perscrutam ansiosamente o mar. Eis se não quando, um pouco antes do pôr-do-Sol, aparecem no horizonte duas velas latinas!
No meio de um alvoroço e uma comoção enormes é enviada uma embarcação ao seu encontro, que regressa já noite fechada com a boa nova de que se tratava de duas fustas com sessenta portugueses capitaneados por Diogo Soares que vinham de Patane e se dirigiam ao Pegú para fazer negócio. A profecia do padre Xavier cumprira-se!
Tendo os da embarcação dito que as fustas não tinham querido aproximar-se da zona do porto para não terem de pagar direitos pelas mercadorias que transportavam, Francisco Xavier meteu-se naquela e foi pessoalmente falar com os seus capitães. Contou-lhes a aflição em que estava a cidade e rogou-lhes, em nome de Deus e do Rei, que se juntassem à pequena armada que estava prestes a partir contra os achéns. - Sim senhor - disseram eles -, combater por Cristo e pelo Rei, claro que sim! Não estavam ali para outra coisa! Mas... pagar direitos à alfândega de Malaca, é que não! Só entrariam no porto depois de terem na mão um documento assinado pelo capitão da fortaleza e pelos oficiais da alfândega, isentando-os do pagamento dos direitos!
Infatigável, o padre Xavier veio a terra, obteve o documento pedido e altas horas da noite voltou às fustas para o entregar a Diogo Soares e aos seus companheiros. No dia seguinte de manhã vieram aquelas fundear junto da cidade, sendo recebidas com grandes manifestações de alegria.
Durante quatro dias limparam o fundo, embarcaram artilharia grossa e meteram munições, mantimentos e água, ficando prontas para combate. A armada portuguesa de Malaca contava agora com oito fustas e um catur, guarnecidos, além dos marinheiros, remadores e escravos, com duzentos e trinta aventureiros, combatentes de respeito pela prática que tinham do mar e da guerra. Não obstante, Simão de Melo, não querendo arriscar demais, deu por regimento a D. Francisco de Eça que não continuasse a perseguição aos achéns para norte de Pulo Sambilão.
Tendo-se feito ao mar a 25 de Outubro, chegou a nossa armada àquelas ilhas quatro dias mais tarde sem ter encontrado a armada do Achém nem ter conseguido obter qualquer informação acerca do seu paradeiro. Nesta situação, D. Francisco de Eça reuniu conselho. A maior parte dos capitães e soldados eram de opinião que se devia continuar para norte em busca dos inimigos. Mas D. Francisco não seguiu esse parecer e decidiu voltar para Malaca, de acordo com as ordens que tinha.
Porém, quando os navios puseram as proas ao sul, levantou-se um vento muito forte de sudoeste que lhes barrou o caminho e os obrigou a fundear. Em Dezembro, já é habitual predominarem naquela região os ventos do norte e de nordeste. Mas, nesse ano, contra todas as expectativas, o sudoeste manteve-se, soprando sempre com força. A vida a bordo das fustas era miserável. Confinados num pequeno espaço, sem terem nada para fazer, os homens maldiziam tudo e todos, num ambiente de constantes questiúnculas. Passados vinte e três dias sem que a situação se modificasse, e estando os víveres praticamente no fim, D. Francisco de Eça viu-se forçado a reunir novo conselho, no qual ficou assente seguir imediatamente com a armada para Tenassarim a fim de se reabastecer.
Entretanto, crescia a angústia em Malaca. Apesar de o padre Xavier continuar confiante na protecção divina, por cada dia que passava mais se arreigava na mente dos habitantes da cidade a ideia de que qualquer coisa havia corrido mal. E, de repente, começaram a circular boatos de «fonte segura» que a armada portuguesa tinha sido destroçada e que todos quantos a guarneciam eram mortos ou cativos dos «mouros»!
Cerca de uma semana mais tarde, para agravar a situação, entrou em cena, na força de trezentas velas, a armada do rei de Ugentana, que, sob o seu próprio comando, veio fundear no rio de Muar a sul de Malaca. Tinha aquele rei preparado uma grande armada para ir fazer guerra a Patane, cidade da outra costa da península Malaia que mantinha excelentes relações com os Portugueses. Mas, quando soube que a nossa armada tinha sido destruída pelos achéns, apressou-se a mudar de objectivo, pensando que seria uma ocasião única para se apoderar de Malaca. Por isso, logo que chegou ao rio de Muar, enviou um emissário a Simão de Melo para lhe apresentar condolências pela derrota sofrida e informá-lo que estava ali com a sua armada pronto para o ajudar, uma vez que era certa a vinda dos achéns vitoriosos sobre Malaca. Que lhe desse licença para ir fundear junto da cidade e desembarcar as suas forças!
Bem percebeu Simão de Melo a manha do inimigo, respondendo-lhe que nunca esqueceria tão generosa oferta mas que, felizmente, de momento não precisava de qualquer ajuda porque tinha muita gente na fortaleza e, além disso, acabara de receber notícias de que a nossa armada tinha alcançado uma grande vitória sobre os achéns! Entendendo pelo teor da resposta que a sua astúcia não resultara, o rei de Ugentana resolveu continuar no rio de Muar enquanto enviava alguns balões para o Norte a fim de colherem informações.
Enquanto isto se passava em Malaca, a nossa armada navegava a caminho de Tenassarim. A 5 de Dezembro entrou no rio de Perlis para fazer aguada. Concluída esta, já ao cair da noite, foi capturada uma pequena embarcação de pescadores. Por eles souberam os nossos que a armada de Achém se encontrava dentro do rio! Tinha tomado Perlis e as povoações vizinhas, matando ou cativando a maior parte da população. Agora estavam os achéns construindo uma fortaleza junto da cidade na intenção de se fixarem ali. Blasonavam que haviam de apanhar todos os navios que se dirigissem para Malaca e que haviam de matar com morte crua todos os portugueses que neles encontrassem!
De posse destas informações ficaram os nossos tão alvoroçados e indignados que, imprudentemente, começaram a fazer grande alarido e a disparar as espingardas e as bombardas, ao mesmo tempo que embandeiravam os navios, tão certos estavam de que o estranho vento que os impedira de regressar a Malaca e a entrada fortuita no rio de Perlis para fazer aguada tinham sido obra de Deus, que não deixaria de lhes dar a vitória no dia seguinte, tal como tinha profetizado o padre Xavier.
Acalmados um pouco os ânimos, D. Francisco de Eça mandou pelo rio acima três balões em reconhecimento, cada um deles levando um capitão e dois soldados escolhidos. Percorridas cerca de seis léguas, ou seja, a meia distância de Perlis, apesar da escuridão da noite, foram avistados quatro balões que vinham em sentido contrário. Tendo ouvido o estrondo da artilharia e da espingardaria, Bayaya Soora apressara-se também a enviar algumas embarcações em missão de reconhecimento. E logo ali se travou o primeiro combate entre os portugueses e os achéns, que terminou com uma vitória completa dos primeiros. Foram tomados três dos balões contrários e feitos seis prisioneiros, enquanto o quarto balão fugia rio acima à força de remos.
Como os balões capturados eram bastante melhores que os seus, os portugueses queimaram estes e passaram-se para aqueles, com o que regressaram triunfantes para junto da armada. Metidos a tratos os prisioneiros, acabaram por confirmar todas as informações dadas pelos pescadores, acrescentando que a armada achém se estava aprontando para no dia seguinte de manhã ir dar combate à portuguesa.
Ao outro dia, pouco depois do nascer do Sol, os nossos balões que estavam de vigia a montante, vieram dar aviso de que o inimigo se aproximava. Ao mesmo tempo que os navios faziam os últimos preparativos para o combate, D. Francisco de Eça percorria a armada numa pequena embarcação recordando a todos as palavras do padre Xavier e as juras que haviam feito de combater até ao último alento por Cristo e por Portugal numa batalha em que, bem sabiam, não haveria quartel para ninguém. Momentos depois surgia detrás de uma volta do rio a armada achém, fazendo uma algazarra diabólica e atroando os ares com o toque dos seus instrumentos bélicos.
É a altura de dizer que o facto de a batalha se ter travado no interior de um rio estreito e não no mar largo foi particularmente favorável para os portugueses, uma vez que impediu os achéns de tirarem partido da enorme superioridade numérica de que desfrutavam. Além disso, deve-se realçar que, pelo menos, algumas das nossas fustas estavam armadas com bombardas de calibre médio, ao passo que os navios inimigos apenas dispunham de peças de pequeno calibre. E no combate naval, para além da ajuda de Deus, o peso da bordada é um dos factores que mais conta.
A nossa armada, segundo parece, estava disposta em duas fileiras de quatro fustas cada uma. Na armada inimiga, vinha à frente uma grande lanchara, que era a capitânia, acompanhada das três galeotas turcas. Nestes quatro navios, além dos turcos e dos janízeros, vinham embarcados a maior parte dos ourobalões de manilha dourada. Seguiam-se nove fileiras, compostas cada uma delas por seis fustas ou lancharas mais pequenas. Como sempre, habituados a combater à matroca, espantaram-se os portugueses com o rigor da formatura inimiga.
Os navios achéns, navegando à vela e a remos e arrastados pela corrente do rio que era muito forte, vinham animados de grande velocidade, o que fazia prever que o embate com os nossos seria terrível. Mas, quando se aproximaram da nossa armada, os bombardeiros inimigos precipitaram-se e abriram fogo cedo demais, do que resultou a maior parte dos seus tiros terem caído curtos. Mais experientes, os bombardeiros portugueses aguardaram até que os navios inimigos chegassem a curta distância e só então puseram fogo à pólvora. Os resultados desta primeira salva foram devastadores, ficando a batalha praticamente decidida. As três galeotas turcas ficaram logo arrombadas e cheias de mortos e feridos. Mas muito mais importante do que isso foi o facto de o tiro de um «camelo» disparado pela fusta de Diogo Soares ter aberto um grande rombo na amura da capitânia inimiga no preciso momento em que esta abalroava a nossa capitânia. Alagando-se por completo em poucos minutos, a capitânia do Achem foi ao fundo, perecendo afogados mais de cem dos seus tripulantes!
Logo que viram o navio-chefe a afundar-se, as galeotas que a acompanhavam suspenderam o seu movimento em direcção à nossa armada e procuraram acercar-se dele para salvar o que restava da sua guarnição. O pior é que a sua paragem súbita, inesperada para as fustas que as seguiam, fez com que estas se emaranhassem umas nas outras. Em poucos minutos, a poderosa armada achém estava reduzida a um montão de navios incapazes de se moverem e que, em conjunto, constituíam um alvo ideal para os nossos bombardeiros!
Aproveitando-se da confusão em que estava mergulhado o inimigo, as nossas fustas dianteiras meteram-se pelo meio dele, descarregando incessantemente as espingardas e lançando para dentro das contrárias grande quantidade de panelas de pó1vora. Enquanto isto acontecia, as outras quatro fustas que constituíam a segunda linha continuavam a massacrar o inimigo com o fogo bem dirigido da sua artilharia. Além da capitânia, foram rapidamente afundadas a tiro de canhão mais nove fustas ou lancharas.
Completamente desorientados pelo vendaval de ferro e fogo que os estava açoitando, os tripulantes dos navios inimigos mais expostos iam-se lançando sucessivamente à água, onde, na sua maior parte, morriam afogados devido à força da corrente. No auge da contenda, um tiro perdido derrubou gravemente Bayaya Soora que se havia passado para uma fusta depois do afundamento da sua capitânia. Na tentativa de o salvar, o capitão dessa fusta, acompanhado por mais duas, forçou o caminho através da nossa armada em direcção à foz do rio, conseguindo, graças à sua ousadia, alcançar o mar largo.
Entretanto, o combate prosseguia encarniçado, nuns pontos à lança e à espada, noutros a tiro de espingarda e de bombarda. Uma após outra, as fustas e as lancharas do Achém iam sendo tomadas pelos portugueses, morrendo afogados a maior parte dos seus tripulantes quando tentavam a nado alcançar as margens. Apesar de se terem batido valentemente durante cerca de uma hora, os achéns começaram a desfalecer quando deixaram de ver o seu capitão-mor e começaram a sentir que a derrota era inevitável. Quase sem oferecer resistência, as guarnições das últimas fustas abandonaram-nas e procuraram fugir para terra, perecendo a maior parte dos seus tripulantes nesta tentativa.
A batalha chegara ao fim com uma vitória completa dos Portugueses. Dos cinquenta e oito navios que tinham entrado em acção (dois haviam ficado em Perlis) apenas três tinham conseguido escapar-se; dez foram afundados pela nossa artilharia e quarenta e cinco foram capturados! Do despojo faziam parte trezentas bombardas, das quais sessenta e duas com as armas do rei de Portugal, oitocentas espingardas e uma infinidade de lanças, terçados, arcos, flechas, crises (punhais) e azagaias, muitos deles guarnecidos com incrustações de ouro e pedraria. Dos inimigos morreram para cima de quatro mil; dos portugueses morreram oito, além de vinte e um escravos e marinheiros. Os nossos feridos foram em número de cento e quarenta e sete, dos quais sessenta e sete portugueses.
Ao saber da derrota dos achéns, o rei de Perlis, que andava fugido nas imediações, reuniu quinhentos homens e foi atacar de improviso os que tinham ficado na cidade, a maior parte deles doentes, chacinando cerca de duzentos. Seguidamente, meteu-se nas duas fustas que haviam sido deixadas por Bayaya Soora em Perlis e foi apresentar-se a D. Francisco de Eça, a quem agradeceu emocionado a libertação do seu reino, ao mesmo tempo que em sinal de eterna gratidão se declarava vassalo fiel do Rei de Portugal!
Reza a tradição que em Malaca, no preciso momento em que começou a batalha, o padre Francisco Xavier, que estava rezando a missa de Domingo, entrou em transe, ficando alheado de tudo quanto se passava à sua volta durante cerca de uma hora. Depois, com semblante alegre e sereno, pediu aos fiéis que agradecessem a Deus a grande vitória que acabava de conceder aos Portugueses.
Terminada a batalha, D. Francisco de Eça enviou imediatamente um balão a Malaca com a boa nova. Vinte dos navios inimigos capturados que se encontravam em pior estado foram queimados; uma das galeotas que tinha sido tomada por Diogo Soares ficou para este, que, poucos dias depois, continuou a sua viagem para o Pegú; as duas restantes galeotas e mais vinte e duas fustas e lancharas foram levadas para Malaca.
Como é fácil de imaginar, a chegada da nossa armada a esta cidade acompanhada por tão significativo despojo deu lugar a esfusiantes manifestações de regozijo.
Com esta espantosa vitória, os Portugueses assombraram mais uma vez o Sueste Asiático. Cresceu igualmente a fama de santidade de que o padre Francisco Xavier já gozava. Humilhados e confusos, os reis nossos inimigos convenciam-se de que efectivamente Deus nos ajudava e que, consequentemente, era inútil continuar a lutar contra nós.
Entretanto, o rei de Ugentana, por notícias que lhe trouxeram os balões que enviara em reconhecimento, soubera da derrota dos achéns ainda antes de ela ter sido confirmada em Malaca. Receoso que os Portugueses pudessem ter alguma idela sinistra a seu respeito... desapareceu discretamente!
Saturnino Monteiro
em «Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa»
-
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fuser14884_pic4985_1223141409.jpg&hash=5eff3e19b90d5a97773251b33259f701)
Os soldados Indianos, Turcos ou Muçulmanos, faziam uso do Tulwar, a cimitarra curva que associamos aos Árabes e de um arco que lhes permitia atirar flechas a uma distância efectiva entre 400 metros e 50 metros, fora da qual, a arma se tornava inútil. O mosquete que possuía o soldado Português não explica a superioridade, visto que tinha um alcance e rapidez de tiro inferior aos arcos e flechas inimigos. Porém, armado com uma espécie de florete na mão direita e uma curta adaga com guarda-mão em forma de vela, na esquerda, tinha a seguinte estratégia:
Uns 40 soldados, desembarcam para enfrentar uma linha de 300 soldados Indianos posicionados a 400 metros do desembarque, após o que carregavam "loucamente", assim dizem os relatos, em corrida contra o inimigo, vencendo essa distância no mais curto espaço de tempo. Depois, cada um fazendo uso da pequena espada para aparar o previsível ataque inimigo, ao mesmo tempo prendendo-lhe a lâmina, utilizando a espada que assim sobrava para lhe tirar a vida.
Valentia? Alguma. É preciso tomates para correr 400 metros contra 300 gajos que atiram flechas contra nós. Táctica? Bastante. Afonso de Albuquerque era um meste táctico, bem como outros fidalgos que se preparavam toda a vida para fazer a guerra. E algum fervor religioso. A fuga em frente tornou o soldado Português grandemente respeitado e temido nesse tempo.
Assim, foi com apenas 6 naus que Afonso de Albuquerque conquistou a baía de Hormuz a 250 navios Indianos.
Primeiro, fazendo círculo com os seus barcos, que usando o canhão de carregar pela culatra, uma técnica que só se vulgarizou duas centenas de anos mais tarde, que permitia disparar seis vezes mais rapidamente que os canhões de carregar pela boca do inimigo.
Depois, com o conhecimento dos marinheiros Portugueses em emprestar às suas balas de canhão, o efeito que uma pedra arremessada sobre a superfície de um lago, que a projecta muito mais longe. Este efeito nas balas de canhão dava um alcance de 1.800 metros, contra os 700 metros do inimigo, e com tal poder que, por vezes, atravessavam dois barcos inimigos num único disparo.
Por fim, a disposição da artilharia junto à linha de água na nau Portuguesa que possibilitava a técnica anterior, fazia ao mesmo tempo, com que os projécteis atingissem os barcos inimigos também junto à linha de água, logicamente fazendo com que metessem água com facilidade e afundando-se rapidamente.
[/b]
-
Rui Ochôa mostra presença quinhentista portuguesa no Mundo
O fotógrafo Rui Ochôa procurou captar e transmitir a forte presença portuguesa em África, Ásia ou Amesterdão que mostra num álbum que será apresentado segunda-feira em Lisboa.
Em declarações à Lusa, Ochôa afirmou que o álbum - «Portugal, tão longe» - é o «corolário» de sete anos de viagens por locais onde estiveram os portugueses nos séculos XV e XVI.
«Este álbum é corolário de sete anos de viagens a acompanhar técnicos da Fundação Calouste Gulbenkian entre 1999 e 2006, em que se percorreu locais onde há património português», disse o fotógrafo. A sinagoga portuguesa de Amesterdão, Arzila e Safim, em Marrocos, S. João Baptista de Ajudá, no Benim, Mombaça, no Quénia, a Ilha de Ormuz no Sul do Irão, Goa, Sri Lanka ou Malaca, são alguns dos lugares fotografados.
«Eu tinha um dupla missão. Por um lado a parte técnica, fotografar o monumento como ele é, de cima, de baixo, este ou aquele pormenor, e depois a vertente mais jornalista que é o que eu sou», explicou.«Nas minhas fotografias tive sempre esse cuidado, que tem a ver com os afectos e é uma característica minha: há sempre pessoas nas minhas fotografias.
Em cerca de 90% das cerca de 200 fotografias do livro há uma presença portuguesa, é uma coisa muito típica em mim», disse.
Entre os monumentos portugueses dos séculos XV e XVI figura a Igreja do Santo Rosário em Dacca, construída pelos frades agostinhos portugueses.Percorrer estes locais emocionou o fotógrafo, que gostava, «entre muitas coisas», de ser historiador. «Várias vezes senti um grande orgulho de ser português.
Não só pela presença portuguesa que nestes sítios continua a ser muito forte, até nas populações», observou Ochôa, citando o exemplo de Malaca.«Num bairro de pescadores, de malaios, que nem sabem se calhar onde é Portugal, choram ao ouvir o hino de Portugal e eu ouvi cantarem o fado de Coimbra, com sotaque mas cantaram», recordou.Segundo o fotógrafo, «a presença portuguesa é muito forte» jogando-se ainda o chinquilho e outros jogos tradicionais portugueses.
Lusa
-
Não só pela presença portuguesa que nestes sítios continua a ser muito forte, até nas populações», observou Ochôa, citando o exemplo de Malaca.«Num bairro de pescadores, de malaios, que nem sabem se calhar onde é Portugal, choram ao ouvir o hino de Portugal e eu ouvi cantarem o fado de Coimbra, com sotaque mas cantaram», recordou.Segundo o fotógrafo, «a presença portuguesa é muito forte» jogando-se ainda o chinquilho e outros jogos tradicionais portugueses.
Veja-se o caso destes indianos em Goa:
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.supergoa.com%2Fimg%2Fmundial06goa1.jpg&hash=f790da4dad41ffce2310d7d6b6947574)
-
Acho que é precisamente nestes exemplos que podemos comprovar a " singularidade " da colonização portuguesa.
Não acredito que a maioria dos territórios colonizados por outras potências estrangeiras sintam o mesmo sentimento de carinho pela pátria "mãe".
Mas claro, casos são casos...
-
18 boas razões para se gostar de ser português
1- MISCIGENAÇÃO
Deus fez os Negros, Brancos e os Amarelos, e o português se encarregou de inventar os Mulatos... é uma tese arriscada, mas politicamente correcta. Isto, porque é discutivel se foi Deus Cristão, Muçulmano ou Judeu, se foi um grande arquitecto, a teoria evolutiva de Darwin ou extraterrestes que aterraram na ilha de Páscoa.
Quanto aos mulatos não temos dúvidas. Enquanto os Ingleses e holandeses cultivavam a separação colonial, o Português praticava uma virtude: a Miscigenação.
2- O DESENRASCANÇO
Somos exímios: enquanto os alemães fazem gráficos, os norte-americanos contas os ingleses horários e os suíços projectos, nós "desenrascamos" um sistema, em cima do joelho, e a coisa funciona.
3- GINGINHA-LICOR BEIRÃO
São, juntamente com o medronho, a forma mais rápida, saborosa e nacionalista de etilizar as sipnases. Com moderação, o efeito vasodilatador previne acidentes cardiovasculares e aumenta a esperança de vida. Em dosagens duplas, anestesiam eficazmente as dores, afogam as mágoas mais resistentes, liquefazem as tristezas e, se não pagarem as dívidas, pelo menos as faz esquecer por algumas horas. Outros álcoois têm exactamente o mesmo efeito, mas estes são só nossos.
4 - FADO
Fado é destino, sorte-má sorte tantas vezes. Mas é um produto português mais conhecido no Mundo. É a mão que bate no peito luso, até doerem os ouvidos.
6 - GUITARRA PORTUGUESA
Verdadeiro ex-líbris da música portuguesa. É o toque da alma lusa. Prova final da capacidade de um guitarrista; "Quem não tem unhas não toca guitarra"".
7 - AZEITE
Foi eleito por nutricionistas unidos de todo o mundo como a gordura que não faz mal, que prolonga a vida, sem colestrol e cheio de virtudes. Tudo isso parece irrelevante: facto é que o nosso azeite é excepcional, seja em pratos elaborados ou simplesmente com pão e alho.
8 - TOURADA
Existe na vizinha Espanha, mas a nossa não é chata como a deles. A nossa tem galhardia e movimento quando a cavalo. A pé, a mestria pode ser idêntica com a capa, mas nós temos os forcados, um grupo de tipos que entram na arena e decidem agarrar o touro pelos cornos. Assim de simples, é mais corajoso e mais bonito.
9 - CAVALO LUSITANO
Cobiçado por Rainhas e estrelas de cinema, ágil e leve como uma pena, o cavalo lusitano é um dos mais nobres representantes da raça equestre.
10- QUEIJOS
Se não derretem no prato, derretem na boca. Os nossos queijos destroem em 5 minutos qualquer decisão de dieta.
11- ALQUEVA
O maior lago artificial da Europa promete tornar o Baixo Alentejo em campos verdejantes e férteis. E, contrariando os prognósticos mais pessimistas, só demorou 2 anos a encher. Se a água é o ouro do futuro, Portugal tem uma gigantesca mina.
12- CRISTIANO RONALDO
Da Madeira para as escolas do Sporting, destas para a equipa principal e dali para o Mundo. Em Manchester incendiou paixões, levou o Manchester United ao topo do mundo no futebol europeu e está perto de ser o melhor jogador do mundo.
13 - CARACÓIS
A primeira pergunta é como raio se lembraram de começar a comer um bicho daqueles? Não fazemos ideia, mas ainda bem que o fizeram. É uma verdadeira homenagem ao espirito criativo dos portugueses,conseguir com esta matéria prima, criar um dos melhores petiscos de todo o mundo.
14 - TREMOÇOS
O marisco favorito dos portugueses a provar que a simplicidade é uma arte. Um copo de cerveja geladinha, de espuma densa e cheia de gás e um pratinho de tremoços. Não enche o estômago, mas conforta a alma.
15 - O BULHÃO
È mercado. Sozinho representa tudo o que os mercados portugueses têm de melhor; bons produtos, sempre frescos e vendidos por mulheres ainda mais "Frescas"....
A evitar só mesmo em alturas eleitorais...
16 - PRAIAS - FALÉSIAS
As praias e as falésias estão para Portugal como os alpes para a Suíça; em matéria de férias, são o ponto mais alto da Europa.
17 - LINCE DA SERRA DA MALCATA
As más linguas dizem que é tão bom, tão bom, e que se esconde tão bem que ninguém o consegue ver.
18 - CALÇADA PORTUGUESA
Ok, é verdade: quando chove o risco de cair nela é maior. A manutenção é cara e muitas vezes negligenciada. A sua beleza é inegável, o chão que pisamos é dos mais belos do mundo. A relação com ela é tão forte que até se canta no fado; "chorar as pedras da calçada".....
:D :lol:
não me parece que haja aqui muita coisa de que me orgulhar. Esta mensagem deve ter sido enviada por um campónio ignorante, mas é o país que temos
-
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fuser14884_pic4985_1223141409.jpg&hash=5eff3e19b90d5a97773251b33259f701)
Os soldados Indianos, Turcos ou Muçulmanos, faziam uso do Tulwar, a cimitarra curva que associamos aos Árabes e de um arco que lhes permitia atirar flechas a uma distância efectiva entre 400 metros e 50 metros, fora da qual, a arma se tornava inútil. O mosquete que possuía o soldado Português não explica a superioridade, visto que tinha um alcance e rapidez de tiro inferior aos arcos e flechas inimigos. Porém, armado com uma espécie de florete na mão direita e uma curta adaga com guarda-mão em forma de vela, na esquerda, tinha a seguinte estratégia:
Uns 40 soldados, desembarcam para enfrentar uma linha de 300 soldados Indianos posicionados a 400 metros do desembarque, após o que carregavam "loucamente", assim dizem os relatos, em corrida contra o inimigo, vencendo essa distância no mais curto espaço de tempo. Depois, cada um fazendo uso da pequena espada para aparar o previsível ataque inimigo, ao mesmo tempo prendendo-lhe a lâmina, utilizando a espada que assim sobrava para lhe tirar a vida.
Valentia? Alguma. É preciso tomates para correr 400 metros contra 300 gajos que atiram flechas contra nós. Táctica? Bastante. Afonso de Albuquerque era um meste táctico, bem como outros fidalgos que se preparavam toda a vida para fazer a guerra. E algum fervor religioso. A fuga em frente tornou o soldado Português grandemente respeitado e temido nesse tempo.
Assim, foi com apenas 6 naus que Afonso de Albuquerque conquistou a baía de Hormuz a 250 navios Indianos.
Primeiro, fazendo círculo com os seus barcos, que usando o canhão de carregar pela culatra, uma técnica que só se vulgarizou duas centenas de anos mais tarde, que permitia disparar seis vezes mais rapidamente que os canhões de carregar pela boca do inimigo.
Depois, com o conhecimento dos marinheiros Portugueses em emprestar às suas balas de canhão, o efeito que uma pedra arremessada sobre a superfície de um lago, que a projecta muito mais longe. Este efeito nas balas de canhão dava um alcance de 1.800 metros, contra os 700 metros do inimigo, e com tal poder que, por vezes, atravessavam dois barcos inimigos num único disparo.
Por fim, a disposição da artilharia junto à linha de água na nau Portuguesa que possibilitava a técnica anterior, fazia ao mesmo tempo, com que os projécteis atingissem os barcos inimigos também junto à linha de água, logicamente fazendo com que metessem água com facilidade e afundando-se rapidamente.
[/b]
isto faz-me lembrar as grandes vitórias do exercito britanico contra ..os pigmeus
-
Retirado de um site sobre o trabalho do Professor Rainer Daehnhardt
1415
To organize the expedition to Ceuta ships were rented while others were built in Portugal to carry the expeditionary forces that were formed by the King’s vassals and by men supplied by the nobles. The enthusiasm was so great and so great was the impatience to serve, that a nobleman aged 90 years old presented himself with his troops.
1512
Fernão Lopes de Andrade, with a fleet of 17 sails manned by 350 Portuguese and some Malays attacks the fleet of Pate-Onuz that was coming from Malacca, composed of 90 sails and a garrison of 12.000 men. After a brave fight that took many hours, victory descended at the hands of the Portuguese, at whose hands many ships fell, while others were burnt or sunk. This battle, which filled with terror the various kingdoms of the region, was one of the most outstanding victory the Portuguese achieved in India.
1516
The King of Fez, having placed siege on the Portuguese fortress of Arzilla with 100.000 men is forced to abandon the siege.
Note: Nothing else is referred in this short chronicle.
1518
Conquered by the great Afonso de Albuquerque, the famous city of Malacca grew in trade, and the oppulence of its citizens and the grandiosity of its buildings excited the neighbouring princes and the wish for its dominance. Many tried to after the Portuguese Arm showed it was not invincible. Of all, Mahamet, now king of Bintan learnt from spies that the fortress had only a garrison of 200 men, many of whom were sick. Grabbing the opportunity of such a situation and its timing, Mahamet came with 1.500 chosen infantry men and many well armed elephants, and by sea a fleet of 60 ships full of men and of instruments of expugnation.
Here a Nature’s wonder happened. Once the alarm was sounded and word passed around that the enemy was at sight, it happened that the sick soldiers, excited by the military preparations, tried to get up and suddenly the fevers that opressed and tied them to their sickbeds left them and they ran to the walls, mixing with the healthy ones, and with noble pride and unique bravery faced the furious assault.
Many have witnessed a bullet remove the head of a Portuguese and his body remaining still for a space of time. Mahamet kept fighting for 20 days, yet all the assaults on the fortress were bravely repelled, until, all hope lost and having suffered 330 casualties, the assault was ended and the King returned home.
This glorious event costed the lives of 18 Portuguese.
Note: The number of casualties is pointed out with such an exactitude that it may be questionable.
1529
Lopo Vaz de Sampaio, with a fleet of 6 galleons and 13 light ships defeats the Samorim’s fleet of 130 sails.
Note: Nothing else is referred in this short chronicle.
1538
The pirate known as Pate-Marcar that infested the Indian seas with 50 ships and 8.000 men disembarked at Beadalla. There, Martim Affonso de Sousa with 400 Portuguese attacks and defeats the pirate. Of the enemy’s fleet that was anchoured, 25 sails were set on fire while the remaining where taken as well as 400 canons and 1.500 guns.
1538
The illustrious Nuno da Cunha, Governor of India, to rescue the fortress of Diu that the Turks have dangerously surrounded, resorted to a most unique artifice. Having sent some ships to give battle, in each of them had four torches placed before arriving by night. The small fleet started firing their artillery, among war cries and shouts which caused great effect among the turks who though the lights corresponded to a much bigger fleet, seeming like the whole of Portuguese India was after them, immediately raised the siege, not wanting to taste their fortune against the Portuguese.
1546
In the second siege of Diu, the place became so narrow that the captain-major of the fortress proposed to his council that they got out of the fortress, and at the enemy’s ground would give them battle and die over the bodies of the turks. The enemy did not ignore the state of the fortress, deciding on a final assault, hoping for a most certain victory. Exploding a mine that they have placed below the tower of St.Thomas which was destroyed, the Turks attacked from all sides with such migh that the Portuguese resisted in a very costly way. The battle was burning everywhere, often with the enemy riding on the fortress walls, fighting at close quarters. Many fell, but more took their place, and it was such the fire that the Turks threw that the Portuguese had to fight among the flames.
The captain-major ordered that some basins of water were brought so that the soldiers could refresh their bodies from the heath of the fire that surrounded them. At the occasion of this providence an unusual case took place that is worthy of note. Antonio Moniz Barreto commanded the defense of a tower, and was lowering towards a basin to refresh himself, was pulled by an arm by a soldier who shouted: how come? Do you want to loose His Majesty’s tower? Barreto replied: I am burning, I must refresh myself. The soldier shouted again if the arms are good, the rest is nothing! Antonio Moniz Barreto heard the admonishment of that courageous soldier that later gave him all sort of favours and named him the fire soldier.
1550
Death of the celebrated D. Pedro de Menezes, captain of Tangere.
Having commanded eighty horsemen against three thousand moors, he was killed; however his death was avenged with the retreat of the enemy.
1551
The Prince of Chembe with an army of 30.000 men is defeated by 4.000 Portuguese comanded by the Vice-Roy D. Affonso de Noronha.
1559
A Portuguese fleet of six sails manned by 200 soldiers defeats another from the Samorim, composed of thirteen sails and a garrison of 2.000 fighting men.
1559
The kings of Malabar, joined against the Portuguese, attack the fortress of Cananor with a mighty army. The besieged, with the aid of 400 Portuguese that arrived in a small fleet, defeat the enemy who lost 15.000 men. The battle lasted from 3 hours in the morning until 4 hours in the afternoon.
eu falo alemão. tens alguma link para este professor?
-
"A GNR é mais temida nas ruas de Dilí do que as tropas da Nova Zelândia, Austrália e Malásia."
Reportagem da televisão neo-zelandesa sobre a GNR.
http://www.youtube.com/watch?v=g4nXsG47Ts4 (http://www.youtube.com/watch?v=g4nXsG47Ts4)
porque ao contrario dos outros estao ao serviço do governo de timor e abusam a vontade da autoridade, ou não percebes ingles?
-
Dispenso o 8 
Dessa lista, poucas são as coisas que me orgulham de ser português.
Pior do que a 8 apenas a 12...
Tremoços, caracóis, bulhão ??? Muito menos...
Mas pronto...
concordo, ainda ha muita rascalhice por aí
-
18 boas razões para se gostar de ser português
1- MISCIGENAÇÃO
Deus fez os Negros, Brancos e os Amarelos, e o português se encarregou de inventar os Mulatos... é uma tese arriscada, mas politicamente correcta. Isto, porque é discutivel se foi Deus Cristão, Muçulmano ou Judeu, se foi um grande arquitecto, a teoria evolutiva de Darwin ou extraterrestes que aterraram na ilha de Páscoa.
Quanto aos mulatos não temos dúvidas. Enquanto os Ingleses e holandeses cultivavam a separação colonial, o Português praticava uma virtude: a Miscigenação.
2- O DESENRASCANÇO
Somos exímios: enquanto os alemães fazem gráficos, os norte-americanos contas os ingleses horários e os suíços projectos, nós "desenrascamos" um sistema, em cima do joelho, e a coisa funciona.
3- GINGINHA-LICOR BEIRÃO
São, juntamente com o medronho, a forma mais rápida, saborosa e nacionalista de etilizar as sipnases. Com moderação, o efeito vasodilatador previne acidentes cardiovasculares e aumenta a esperança de vida. Em dosagens duplas, anestesiam eficazmente as dores, afogam as mágoas mais resistentes, liquefazem as tristezas e, se não pagarem as dívidas, pelo menos as faz esquecer por algumas horas. Outros álcoois têm exactamente o mesmo efeito, mas estes são só nossos.
4 - FADO
Fado é destino, sorte-má sorte tantas vezes. Mas é um produto português mais conhecido no Mundo. É a mão que bate no peito luso, até doerem os ouvidos.
6 - GUITARRA PORTUGUESA
Verdadeiro ex-líbris da música portuguesa. É o toque da alma lusa. Prova final da capacidade de um guitarrista; "Quem não tem unhas não toca guitarra"".
7 - AZEITE
Foi eleito por nutricionistas unidos de todo o mundo como a gordura que não faz mal, que prolonga a vida, sem colestrol e cheio de virtudes. Tudo isso parece irrelevante: facto é que o nosso azeite é excepcional, seja em pratos elaborados ou simplesmente com pão e alho.
8 - TOURADA
Existe na vizinha Espanha, mas a nossa não é chata como a deles. A nossa tem galhardia e movimento quando a cavalo. A pé, a mestria pode ser idêntica com a capa, mas nós temos os forcados, um grupo de tipos que entram na arena e decidem agarrar o touro pelos cornos. Assim de simples, é mais corajoso e mais bonito.
9 - CAVALO LUSITANO
Cobiçado por Rainhas e estrelas de cinema, ágil e leve como uma pena, o cavalo lusitano é um dos mais nobres representantes da raça equestre.
10- QUEIJOS
Se não derretem no prato, derretem na boca. Os nossos queijos destroem em 5 minutos qualquer decisão de dieta.
11- ALQUEVA
O maior lago artificial da Europa promete tornar o Baixo Alentejo em campos verdejantes e férteis. E, contrariando os prognósticos mais pessimistas, só demorou 2 anos a encher. Se a água é o ouro do futuro, Portugal tem uma gigantesca mina.
12- CRISTIANO RONALDO
Da Madeira para as escolas do Sporting, destas para a equipa principal e dali para o Mundo. Em Manchester incendiou paixões, levou o Manchester United ao topo do mundo no futebol europeu e está perto de ser o melhor jogador do mundo.
13 - CARACÓIS
A primeira pergunta é como raio se lembraram de começar a comer um bicho daqueles? Não fazemos ideia, mas ainda bem que o fizeram. É uma verdadeira homenagem ao espirito criativo dos portugueses,conseguir com esta matéria prima, criar um dos melhores petiscos de todo o mundo.
14 - TREMOÇOS
O marisco favorito dos portugueses a provar que a simplicidade é uma arte. Um copo de cerveja geladinha, de espuma densa e cheia de gás e um pratinho de tremoços. Não enche o estômago, mas conforta a alma.
15 - O BULHÃO
È mercado. Sozinho representa tudo o que os mercados portugueses têm de melhor; bons produtos, sempre frescos e vendidos por mulheres ainda mais "Frescas"....
A evitar só mesmo em alturas eleitorais...
16 - PRAIAS - FALÉSIAS
As praias e as falésias estão para Portugal como os alpes para a Suíça; em matéria de férias, são o ponto mais alto da Europa.
17 - LINCE DA SERRA DA MALCATA
As más linguas dizem que é tão bom, tão bom, e que se esconde tão bem que ninguém o consegue ver.
18 - CALÇADA PORTUGUESA
Ok, é verdade: quando chove o risco de cair nela é maior. A manutenção é cara e muitas vezes negligenciada. A sua beleza é inegável, o chão que pisamos é dos mais belos do mundo. A relação com ela é tão forte que até se canta no fado; "chorar as pedras da calçada".....
:D :lol:
não me parece que haja aqui muita coisa de que me orgulhar. Esta mensagem deve ter sido enviada por um campónio ignorante, mas é o país que temos :evil: :evil: 
-
18 boas razões para se gostar de ser português
1- MISCIGENAÇÃO
Deus fez os Negros, Brancos e os Amarelos, e o português se encarregou de inventar os Mulatos... é uma tese arriscada, mas politicamente correcta. Isto, porque é discutivel se foi Deus Cristão, Muçulmano ou Judeu, se foi um grande arquitecto, a teoria evolutiva de Darwin ou extraterrestes que aterraram na ilha de Páscoa.
Quanto aos mulatos não temos dúvidas. Enquanto os Ingleses e holandeses cultivavam a separação colonial, o Português praticava uma virtude: a Miscigenação.
2- O DESENRASCANÇO
Somos exímios: enquanto os alemães fazem gráficos, os norte-americanos contas os ingleses horários e os suíços projectos, nós "desenrascamos" um sistema, em cima do joelho, e a coisa funciona.
3- GINGINHA-LICOR BEIRÃO
São, juntamente com o medronho, a forma mais rápida, saborosa e nacionalista de etilizar as sipnases. Com moderação, o efeito vasodilatador previne acidentes cardiovasculares e aumenta a esperança de vida. Em dosagens duplas, anestesiam eficazmente as dores, afogam as mágoas mais resistentes, liquefazem as tristezas e, se não pagarem as dívidas, pelo menos as faz esquecer por algumas horas. Outros álcoois têm exactamente o mesmo efeito, mas estes são só nossos.
4 - FADO
Fado é destino, sorte-má sorte tantas vezes. Mas é um produto português mais conhecido no Mundo. É a mão que bate no peito luso, até doerem os ouvidos.
6 - GUITARRA PORTUGUESA
Verdadeiro ex-líbris da música portuguesa. É o toque da alma lusa. Prova final da capacidade de um guitarrista; "Quem não tem unhas não toca guitarra"".
7 - AZEITE
Foi eleito por nutricionistas unidos de todo o mundo como a gordura que não faz mal, que prolonga a vida, sem colestrol e cheio de virtudes. Tudo isso parece irrelevante: facto é que o nosso azeite é excepcional, seja em pratos elaborados ou simplesmente com pão e alho.
8 - TOURADA
Existe na vizinha Espanha, mas a nossa não é chata como a deles. A nossa tem galhardia e movimento quando a cavalo. A pé, a mestria pode ser idêntica com a capa, mas nós temos os forcados, um grupo de tipos que entram na arena e decidem agarrar o touro pelos cornos. Assim de simples, é mais corajoso e mais bonito.
9 - CAVALO LUSITANO
Cobiçado por Rainhas e estrelas de cinema, ágil e leve como uma pena, o cavalo lusitano é um dos mais nobres representantes da raça equestre.
10- QUEIJOS
Se não derretem no prato, derretem na boca. Os nossos queijos destroem em 5 minutos qualquer decisão de dieta.
11- ALQUEVA
O maior lago artificial da Europa promete tornar o Baixo Alentejo em campos verdejantes e férteis. E, contrariando os prognósticos mais pessimistas, só demorou 2 anos a encher. Se a água é o ouro do futuro, Portugal tem uma gigantesca mina.
12- CRISTIANO RONALDO
Da Madeira para as escolas do Sporting, destas para a equipa principal e dali para o Mundo. Em Manchester incendiou paixões, levou o Manchester United ao topo do mundo no futebol europeu e está perto de ser o melhor jogador do mundo.
13 - CARACÓIS
A primeira pergunta é como raio se lembraram de começar a comer um bicho daqueles? Não fazemos ideia, mas ainda bem que o fizeram. É uma verdadeira homenagem ao espirito criativo dos portugueses,conseguir com esta matéria prima, criar um dos melhores petiscos de todo o mundo.
14 - TREMOÇOS
O marisco favorito dos portugueses a provar que a simplicidade é uma arte. Um copo de cerveja geladinha, de espuma densa e cheia de gás e um pratinho de tremoços. Não enche o estômago, mas conforta a alma.
15 - O BULHÃO
È mercado. Sozinho representa tudo o que os mercados portugueses têm de melhor; bons produtos, sempre frescos e vendidos por mulheres ainda mais "Frescas"....
A evitar só mesmo em alturas eleitorais...
16 - PRAIAS - FALÉSIAS
As praias e as falésias estão para Portugal como os alpes para a Suíça; em matéria de férias, são o ponto mais alto da Europa.
17 - LINCE DA SERRA DA MALCATA
As más linguas dizem que é tão bom, tão bom, e que se esconde tão bem que ninguém o consegue ver.
18 - CALÇADA PORTUGUESA
Ok, é verdade: quando chove o risco de cair nela é maior. A manutenção é cara e muitas vezes negligenciada. A sua beleza é inegável, o chão que pisamos é dos mais belos do mundo. A relação com ela é tão forte que até se canta no fado; "chorar as pedras da calçada".....
:D :lol:
não me parece que haja aqui muita coisa de que me orgulhar. Esta mensagem deve ter sido enviada por um campónio ignorante, mas é o país que temos :evil: :evil: 
esqueceste-te de sinalizar que era brincadeira
-
18 boas razões para se gostar de ser português
1- MISCIGENAÇÃO
Deus fez os Negros, Brancos e os Amarelos, e o português se encarregou de inventar os Mulatos... é uma tese arriscada, mas politicamente correcta. Isto, porque é discutivel se foi Deus Cristão, Muçulmano ou Judeu, se foi um grande arquitecto, a teoria evolutiva de Darwin ou extraterrestes que aterraram na ilha de Páscoa.
Quanto aos mulatos não temos dúvidas. Enquanto os Ingleses e holandeses cultivavam a separação colonial, o Português praticava uma virtude: a Miscigenação.
2- O DESENRASCANÇO
Somos exímios: enquanto os alemães fazem gráficos, os norte-americanos contas os ingleses horários e os suíços projectos, nós "desenrascamos" um sistema, em cima do joelho, e a coisa funciona.
3- GINGINHA-LICOR BEIRÃO
São, juntamente com o medronho, a forma mais rápida, saborosa e nacionalista de etilizar as sipnases. Com moderação, o efeito vasodilatador previne acidentes cardiovasculares e aumenta a esperança de vida. Em dosagens duplas, anestesiam eficazmente as dores, afogam as mágoas mais resistentes, liquefazem as tristezas e, se não pagarem as dívidas, pelo menos as faz esquecer por algumas horas. Outros álcoois têm exactamente o mesmo efeito, mas estes são só nossos.
4 - FADO
Fado é destino, sorte-má sorte tantas vezes. Mas é um produto português mais conhecido no Mundo. É a mão que bate no peito luso, até doerem os ouvidos.
6 - GUITARRA PORTUGUESA
Verdadeiro ex-líbris da música portuguesa. É o toque da alma lusa. Prova final da capacidade de um guitarrista; "Quem não tem unhas não toca guitarra"".
7 - AZEITE
Foi eleito por nutricionistas unidos de todo o mundo como a gordura que não faz mal, que prolonga a vida, sem colestrol e cheio de virtudes. Tudo isso parece irrelevante: facto é que o nosso azeite é excepcional, seja em pratos elaborados ou simplesmente com pão e alho.
8 - TOURADA
Existe na vizinha Espanha, mas a nossa não é chata como a deles. A nossa tem galhardia e movimento quando a cavalo. A pé, a mestria pode ser idêntica com a capa, mas nós temos os forcados, um grupo de tipos que entram na arena e decidem agarrar o touro pelos cornos. Assim de simples, é mais corajoso e mais bonito.
9 - CAVALO LUSITANO
Cobiçado por Rainhas e estrelas de cinema, ágil e leve como uma pena, o cavalo lusitano é um dos mais nobres representantes da raça equestre.
10- QUEIJOS
Se não derretem no prato, derretem na boca. Os nossos queijos destroem em 5 minutos qualquer decisão de dieta.
11- ALQUEVA
O maior lago artificial da Europa promete tornar o Baixo Alentejo em campos verdejantes e férteis. E, contrariando os prognósticos mais pessimistas, só demorou 2 anos a encher. Se a água é o ouro do futuro, Portugal tem uma gigantesca mina.
12- CRISTIANO RONALDO
Da Madeira para as escolas do Sporting, destas para a equipa principal e dali para o Mundo. Em Manchester incendiou paixões, levou o Manchester United ao topo do mundo no futebol europeu e está perto de ser o melhor jogador do mundo.
13 - CARACÓIS
A primeira pergunta é como raio se lembraram de começar a comer um bicho daqueles? Não fazemos ideia, mas ainda bem que o fizeram. É uma verdadeira homenagem ao espirito criativo dos portugueses,conseguir com esta matéria prima, criar um dos melhores petiscos de todo o mundo.
14 - TREMOÇOS
O marisco favorito dos portugueses a provar que a simplicidade é uma arte. Um copo de cerveja geladinha, de espuma densa e cheia de gás e um pratinho de tremoços. Não enche o estômago, mas conforta a alma.
15 - O BULHÃO
È mercado. Sozinho representa tudo o que os mercados portugueses têm de melhor; bons produtos, sempre frescos e vendidos por mulheres ainda mais "Frescas"....
A evitar só mesmo em alturas eleitorais...
16 - PRAIAS - FALÉSIAS
As praias e as falésias estão para Portugal como os alpes para a Suíça; em matéria de férias, são o ponto mais alto da Europa.
17 - LINCE DA SERRA DA MALCATA
As más linguas dizem que é tão bom, tão bom, e que se esconde tão bem que ninguém o consegue ver.
18 - CALÇADA PORTUGUESA
Ok, é verdade: quando chove o risco de cair nela é maior. A manutenção é cara e muitas vezes negligenciada. A sua beleza é inegável, o chão que pisamos é dos mais belos do mundo. A relação com ela é tão forte que até se canta no fado; "chorar as pedras da calçada".....
:D :lol:
não me parece que haja aqui muita coisa de que me orgulhar. Esta mensagem deve ter sido enviada por um campónio ignorante, mas é o país que temos :evil: :evil: :roll: 
-
18 boas razões para se gostar de ser português
1- MISCIGENAÇÃO
Deus fez os Negros, Brancos e os Amarelos, e o português se encarregou de inventar os Mulatos... é uma tese arriscada, mas politicamente correcta. Isto, porque é discutivel se foi Deus Cristão, Muçulmano ou Judeu, se foi um grande arquitecto, a teoria evolutiva de Darwin ou extraterrestes que aterraram na ilha de Páscoa.
Quanto aos mulatos não temos dúvidas. Enquanto os Ingleses e holandeses cultivavam a separação colonial, o Português praticava uma virtude: a Miscigenação.
2- O DESENRASCANÇO
Somos exímios: enquanto os alemães fazem gráficos, os norte-americanos contas os ingleses horários e os suíços projectos, nós "desenrascamos" um sistema, em cima do joelho, e a coisa funciona.
3- GINGINHA-LICOR BEIRÃO
São, juntamente com o medronho, a forma mais rápida, saborosa e nacionalista de etilizar as sipnases. Com moderação, o efeito vasodilatador previne acidentes cardiovasculares e aumenta a esperança de vida. Em dosagens duplas, anestesiam eficazmente as dores, afogam as mágoas mais resistentes, liquefazem as tristezas e, se não pagarem as dívidas, pelo menos as faz esquecer por algumas horas. Outros álcoois têm exactamente o mesmo efeito, mas estes são só nossos.
4 - FADO
Fado é destino, sorte-má sorte tantas vezes. Mas é um produto português mais conhecido no Mundo. É a mão que bate no peito luso, até doerem os ouvidos.
6 - GUITARRA PORTUGUESA
Verdadeiro ex-líbris da música portuguesa. É o toque da alma lusa. Prova final da capacidade de um guitarrista; "Quem não tem unhas não toca guitarra"".
7 - AZEITE
Foi eleito por nutricionistas unidos de todo o mundo como a gordura que não faz mal, que prolonga a vida, sem colestrol e cheio de virtudes. Tudo isso parece irrelevante: facto é que o nosso azeite é excepcional, seja em pratos elaborados ou simplesmente com pão e alho.
8 - TOURADA
Existe na vizinha Espanha, mas a nossa não é chata como a deles. A nossa tem galhardia e movimento quando a cavalo. A pé, a mestria pode ser idêntica com a capa, mas nós temos os forcados, um grupo de tipos que entram na arena e decidem agarrar o touro pelos cornos. Assim de simples, é mais corajoso e mais bonito.
9 - CAVALO LUSITANO
Cobiçado por Rainhas e estrelas de cinema, ágil e leve como uma pena, o cavalo lusitano é um dos mais nobres representantes da raça equestre.
10- QUEIJOS
Se não derretem no prato, derretem na boca. Os nossos queijos destroem em 5 minutos qualquer decisão de dieta.
11- ALQUEVA
O maior lago artificial da Europa promete tornar o Baixo Alentejo em campos verdejantes e férteis. E, contrariando os prognósticos mais pessimistas, só demorou 2 anos a encher. Se a água é o ouro do futuro, Portugal tem uma gigantesca mina.
12- CRISTIANO RONALDO
Da Madeira para as escolas do Sporting, destas para a equipa principal e dali para o Mundo. Em Manchester incendiou paixões, levou o Manchester United ao topo do mundo no futebol europeu e está perto de ser o melhor jogador do mundo.
13 - CARACÓIS
A primeira pergunta é como raio se lembraram de começar a comer um bicho daqueles? Não fazemos ideia, mas ainda bem que o fizeram. É uma verdadeira homenagem ao espirito criativo dos portugueses,conseguir com esta matéria prima, criar um dos melhores petiscos de todo o mundo.
14 - TREMOÇOS
O marisco favorito dos portugueses a provar que a simplicidade é uma arte. Um copo de cerveja geladinha, de espuma densa e cheia de gás e um pratinho de tremoços. Não enche o estômago, mas conforta a alma.
15 - O BULHÃO
È mercado. Sozinho representa tudo o que os mercados portugueses têm de melhor; bons produtos, sempre frescos e vendidos por mulheres ainda mais "Frescas"....
A evitar só mesmo em alturas eleitorais...
16 - PRAIAS - FALÉSIAS
As praias e as falésias estão para Portugal como os alpes para a Suíça; em matéria de férias, são o ponto mais alto da Europa.
17 - LINCE DA SERRA DA MALCATA
As más linguas dizem que é tão bom, tão bom, e que se esconde tão bem que ninguém o consegue ver.
18 - CALÇADA PORTUGUESA
Ok, é verdade: quando chove o risco de cair nela é maior. A manutenção é cara e muitas vezes negligenciada. A sua beleza é inegável, o chão que pisamos é dos mais belos do mundo. A relação com ela é tão forte que até se canta no fado; "chorar as pedras da calçada".....
:D :lol:
não me parece que haja aqui muita coisa de que me orgulhar. Esta mensagem deve ter sido enviada por um campónio ignorante, mas é o país que temos :evil: :evil: :roll: :twisted:
-
Do senhor Rainer:
Portuguese Man at War
This is the name given to a very dangerous species of jelly fish. The real reason behind it resides in how well equipped this creature is, and is a comparison to the way the Portuguese ships fought in India.
Vice-Roy of India, D. Afonso de Albuquerque, a military genius of the highest degree commanded a fleet of six ships manned by four hundred men, and entered Ormuz Bay, being surrounded by 250 warships and a 20.000 men army on land ready to dispatch the small Portuguese flotilla.
When the King of Ormuz sent aboard an emissary to question Albuquerque, the great Commander told the messenger one phrase: Surrender yourselves !!!
This must have provoked an inner laugh from the messenger who left.
When the battle begun, Albuquerque made his fleet circle like a carrousel and destroyed most of the ships. He then proceeded to conquer Ormuz with 400 men.
How could this be achieved one must ask. The technical explanation may make some sense, but will not explain the courage of taking such a risk.
In fact we all know that during the U.S.Civil War, canons had to be loaded from their mouths. This was in the XIX Century. However Albuquerque’s canons were equipped with breeches that did not require the canons to be brought backwards to be loaded. It meant that while the enemy’s canons fired a shot, the Portuguese canons could fire six with a range of 1.800 meters against 700 meters of the enemy’s canons. The next issue is that the Portuguese artillery men had discovered the propulsive effect of water. If you throw a stone at a low angle near the surface of the water, the stone will be propelled by the water’s surface and gain more speed.
The second row of canons were placed very near the floating line and the stronger fire power was further enhanced by the water effect, causing the steel balls to not only hit the ship but hit the one behind the first one. Being fired at close to the floating line, the ships would start sinking very fast.
Then one must be aware that the Portuguese knew they were always outnumbered, a certainty that led them to employ all their courage and determination in the fights and battles they engaged.
In many cases, just mentioning the Portuguese would distress an entire army or fleet, knowing the fierceness and bravery of the Portuguese warriors.
há aqui um erro. «man of war» é como os ingleses chamavam aos barcos de guerra fossem de que nacionalidade fossem.
-
18 boas razões para se gostar de ser português
1- MISCIGENAÇÃO
Deus fez os Negros, Brancos e os Amarelos, e o português se encarregou de inventar os Mulatos... é uma tese arriscada, mas politicamente correcta. Isto, porque é discutivel se foi Deus Cristão, Muçulmano ou Judeu, se foi um grande arquitecto, a teoria evolutiva de Darwin ou extraterrestes que aterraram na ilha de Páscoa.
Quanto aos mulatos não temos dúvidas. Enquanto os Ingleses e holandeses cultivavam a separação colonial, o Português praticava uma virtude: a Miscigenação.
2- O DESENRASCANÇO
Somos exímios: enquanto os alemães fazem gráficos, os norte-americanos contas os ingleses horários e os suíços projectos, nós "desenrascamos" um sistema, em cima do joelho, e a coisa funciona.
3- GINGINHA-LICOR BEIRÃO
São, juntamente com o medronho, a forma mais rápida, saborosa e nacionalista de etilizar as sipnases. Com moderação, o efeito vasodilatador previne acidentes cardiovasculares e aumenta a esperança de vida. Em dosagens duplas, anestesiam eficazmente as dores, afogam as mágoas mais resistentes, liquefazem as tristezas e, se não pagarem as dívidas, pelo menos as faz esquecer por algumas horas. Outros álcoois têm exactamente o mesmo efeito, mas estes são só nossos.
4 - FADO
Fado é destino, sorte-má sorte tantas vezes. Mas é um produto português mais conhecido no Mundo. É a mão que bate no peito luso, até doerem os ouvidos.
6 - GUITARRA PORTUGUESA
Verdadeiro ex-líbris da música portuguesa. É o toque da alma lusa. Prova final da capacidade de um guitarrista; "Quem não tem unhas não toca guitarra"".
7 - AZEITE
Foi eleito por nutricionistas unidos de todo o mundo como a gordura que não faz mal, que prolonga a vida, sem colestrol e cheio de virtudes. Tudo isso parece irrelevante: facto é que o nosso azeite é excepcional, seja em pratos elaborados ou simplesmente com pão e alho.
8 - TOURADA
Existe na vizinha Espanha, mas a nossa não é chata como a deles. A nossa tem galhardia e movimento quando a cavalo. A pé, a mestria pode ser idêntica com a capa, mas nós temos os forcados, um grupo de tipos que entram na arena e decidem agarrar o touro pelos cornos. Assim de simples, é mais corajoso e mais bonito.
9 - CAVALO LUSITANO
Cobiçado por Rainhas e estrelas de cinema, ágil e leve como uma pena, o cavalo lusitano é um dos mais nobres representantes da raça equestre.
10- QUEIJOS
Se não derretem no prato, derretem na boca. Os nossos queijos destroem em 5 minutos qualquer decisão de dieta.
11- ALQUEVA
O maior lago artificial da Europa promete tornar o Baixo Alentejo em campos verdejantes e férteis. E, contrariando os prognósticos mais pessimistas, só demorou 2 anos a encher. Se a água é o ouro do futuro, Portugal tem uma gigantesca mina.
12- CRISTIANO RONALDO
Da Madeira para as escolas do Sporting, destas para a equipa principal e dali para o Mundo. Em Manchester incendiou paixões, levou o Manchester United ao topo do mundo no futebol europeu e está perto de ser o melhor jogador do mundo.
13 - CARACÓIS
A primeira pergunta é como raio se lembraram de começar a comer um bicho daqueles? Não fazemos ideia, mas ainda bem que o fizeram. É uma verdadeira homenagem ao espirito criativo dos portugueses,conseguir com esta matéria prima, criar um dos melhores petiscos de todo o mundo.
14 - TREMOÇOS
O marisco favorito dos portugueses a provar que a simplicidade é uma arte. Um copo de cerveja geladinha, de espuma densa e cheia de gás e um pratinho de tremoços. Não enche o estômago, mas conforta a alma.
15 - O BULHÃO
È mercado. Sozinho representa tudo o que os mercados portugueses têm de melhor; bons produtos, sempre frescos e vendidos por mulheres ainda mais "Frescas"....
A evitar só mesmo em alturas eleitorais...
16 - PRAIAS - FALÉSIAS
As praias e as falésias estão para Portugal como os alpes para a Suíça; em matéria de férias, são o ponto mais alto da Europa.
17 - LINCE DA SERRA DA MALCATA
As más linguas dizem que é tão bom, tão bom, e que se esconde tão bem que ninguém o consegue ver.
18 - CALÇADA PORTUGUESA
Ok, é verdade: quando chove o risco de cair nela é maior. A manutenção é cara e muitas vezes negligenciada. A sua beleza é inegável, o chão que pisamos é dos mais belos do mundo. A relação com ela é tão forte que até se canta no fado; "chorar as pedras da calçada".....
:D :lol:
não me parece que haja aqui muita coisa de que me orgulhar. Esta mensagem deve ter sido enviada por um campónio ignorante, mas é o país que temos :evil: :evil: :roll: :twisted:
:shock:
Ser realista como, difamando os portugueses que lutaram corajosamente longe da sua pátria, pelo menos nós conseguimos ver uma janela de oportunidade e aproveita-la, porquê queria mais, caso não saiba na mesma época expulsamos os Franceses do Brasil, num tempo que os recursos se tinham esticado ao máximo ... já sabe o que acontece a quem têm mais olhos que barriga, é derrotado, foi o que aconteceu com certas potências ...
Mas prontos deve ser mais um velho do Restelo ... :roll: 
-
A Portuguese Man O' War tem esse nome apenas devido à sua estrutura, que se assemelha às velas de uma caravela.
-
18 boas razões para se gostar de ser português
1- MISCIGENAÇÃO
Deus fez os Negros, Brancos e os Amarelos, e o português se encarregou de inventar os Mulatos... é uma tese arriscada, mas politicamente correcta. Isto, porque é discutivel se foi Deus Cristão, Muçulmano ou Judeu, se foi um grande arquitecto, a teoria evolutiva de Darwin ou extraterrestes que aterraram na ilha de Páscoa.
Quanto aos mulatos não temos dúvidas. Enquanto os Ingleses e holandeses cultivavam a separação colonial, o Português praticava uma virtude: a Miscigenação.
2- O DESENRASCANÇO
Somos exímios: enquanto os alemães fazem gráficos, os norte-americanos contas os ingleses horários e os suíços projectos, nós "desenrascamos" um sistema, em cima do joelho, e a coisa funciona.
3- GINGINHA-LICOR BEIRÃO
São, juntamente com o medronho, a forma mais rápida, saborosa e nacionalista de etilizar as sipnases. Com moderação, o efeito vasodilatador previne acidentes cardiovasculares e aumenta a esperança de vida. Em dosagens duplas, anestesiam eficazmente as dores, afogam as mágoas mais resistentes, liquefazem as tristezas e, se não pagarem as dívidas, pelo menos as faz esquecer por algumas horas. Outros álcoois têm exactamente o mesmo efeito, mas estes são só nossos.
4 - FADO
Fado é destino, sorte-má sorte tantas vezes. Mas é um produto português mais conhecido no Mundo. É a mão que bate no peito luso, até doerem os ouvidos.
6 - GUITARRA PORTUGUESA
Verdadeiro ex-líbris da música portuguesa. É o toque da alma lusa. Prova final da capacidade de um guitarrista; "Quem não tem unhas não toca guitarra"".
7 - AZEITE
Foi eleito por nutricionistas unidos de todo o mundo como a gordura que não faz mal, que prolonga a vida, sem colestrol e cheio de virtudes. Tudo isso parece irrelevante: facto é que o nosso azeite é excepcional, seja em pratos elaborados ou simplesmente com pão e alho.
8 - TOURADA
Existe na vizinha Espanha, mas a nossa não é chata como a deles. A nossa tem galhardia e movimento quando a cavalo. A pé, a mestria pode ser idêntica com a capa, mas nós temos os forcados, um grupo de tipos que entram na arena e decidem agarrar o touro pelos cornos. Assim de simples, é mais corajoso e mais bonito.
9 - CAVALO LUSITANO
Cobiçado por Rainhas e estrelas de cinema, ágil e leve como uma pena, o cavalo lusitano é um dos mais nobres representantes da raça equestre.
10- QUEIJOS
Se não derretem no prato, derretem na boca. Os nossos queijos destroem em 5 minutos qualquer decisão de dieta.
11- ALQUEVA
O maior lago artificial da Europa promete tornar o Baixo Alentejo em campos verdejantes e férteis. E, contrariando os prognósticos mais pessimistas, só demorou 2 anos a encher. Se a água é o ouro do futuro, Portugal tem uma gigantesca mina.
12- CRISTIANO RONALDO
Da Madeira para as escolas do Sporting, destas para a equipa principal e dali para o Mundo. Em Manchester incendiou paixões, levou o Manchester United ao topo do mundo no futebol europeu e está perto de ser o melhor jogador do mundo.
13 - CARACÓIS
A primeira pergunta é como raio se lembraram de começar a comer um bicho daqueles? Não fazemos ideia, mas ainda bem que o fizeram. É uma verdadeira homenagem ao espirito criativo dos portugueses,conseguir com esta matéria prima, criar um dos melhores petiscos de todo o mundo.
14 - TREMOÇOS
O marisco favorito dos portugueses a provar que a simplicidade é uma arte. Um copo de cerveja geladinha, de espuma densa e cheia de gás e um pratinho de tremoços. Não enche o estômago, mas conforta a alma.
15 - O BULHÃO
È mercado. Sozinho representa tudo o que os mercados portugueses têm de melhor; bons produtos, sempre frescos e vendidos por mulheres ainda mais "Frescas"....
A evitar só mesmo em alturas eleitorais...
16 - PRAIAS - FALÉSIAS
As praias e as falésias estão para Portugal como os alpes para a Suíça; em matéria de férias, são o ponto mais alto da Europa.
17 - LINCE DA SERRA DA MALCATA
As más linguas dizem que é tão bom, tão bom, e que se esconde tão bem que ninguém o consegue ver.
18 - CALÇADA PORTUGUESA
Ok, é verdade: quando chove o risco de cair nela é maior. A manutenção é cara e muitas vezes negligenciada. A sua beleza é inegável, o chão que pisamos é dos mais belos do mundo. A relação com ela é tão forte que até se canta no fado; "chorar as pedras da calçada".....
:D :lol:
não me parece que haja aqui muita coisa de que me orgulhar. Esta mensagem deve ter sido enviada por um campónio ignorante, mas é o país que temos :evil: :evil: :roll: :twisted:
:shock:
Ser realista como, difamando os portugueses que lutaram corajosamente longe da sua pátria, pelo menos nós conseguimos ver uma janela de opotunidade e aproveita-la, porquê queria mais, caso não saiba na mesma época expulsamos os Franceses do Brasil, num tempo que os recursos se tinham esticado ao máximo ... já sabe o que acontece a quem têm mais olhos que barriga, é derrotado, foi o que aconteceu com certas potências ...
Mas prontos deve ser mais um velho do Restelo ... :roll: c34x
-
A Portuguese Man O' War tem esse nome apenas devido à sua estrutura, que se assemelha às velas de uma caravela.
estas-te a referir a alforreca mas isso veio mais tarde
-
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fuser14884_pic4985_1223141409.jpg&hash=5eff3e19b90d5a97773251b33259f701)
Os soldados Indianos, Turcos ou Muçulmanos, faziam uso do Tulwar, a cimitarra curva que associamos aos Árabes e de um arco que lhes permitia atirar flechas a uma distância efectiva entre 400 metros e 50 metros, fora da qual, a arma se tornava inútil. O mosquete que possuía o soldado Português não explica a superioridade, visto que tinha um alcance e rapidez de tiro inferior aos arcos e flechas inimigos. Porém, armado com uma espécie de florete na mão direita e uma curta adaga com guarda-mão em forma de vela, na esquerda, tinha a seguinte estratégia:
Uns 40 soldados, desembarcam para enfrentar uma linha de 300 soldados Indianos posicionados a 400 metros do desembarque, após o que carregavam "loucamente", assim dizem os relatos, em corrida contra o inimigo, vencendo essa distância no mais curto espaço de tempo. Depois, cada um fazendo uso da pequena espada para aparar o previsível ataque inimigo, ao mesmo tempo prendendo-lhe a lâmina, utilizando a espada que assim sobrava para lhe tirar a vida.
Valentia? Alguma. É preciso tomates para correr 400 metros contra 300 gajos que atiram flechas contra nós. Táctica? Bastante. Afonso de Albuquerque era um meste táctico, bem como outros fidalgos que se preparavam toda a vida para fazer a guerra. E algum fervor religioso. A fuga em frente tornou o soldado Português grandemente respeitado e temido nesse tempo.
Assim, foi com apenas 6 naus que Afonso de Albuquerque conquistou a baía de Hormuz a 250 navios Indianos.
Primeiro, fazendo círculo com os seus barcos, que usando o canhão de carregar pela culatra, uma técnica que só se vulgarizou duas centenas de anos mais tarde, que permitia disparar seis vezes mais rapidamente que os canhões de carregar pela boca do inimigo.
Depois, com o conhecimento dos marinheiros Portugueses em emprestar às suas balas de canhão, o efeito que uma pedra arremessada sobre a superfície de um lago, que a projecta muito mais longe. Este efeito nas balas de canhão dava um alcance de 1.800 metros, contra os 700 metros do inimigo, e com tal poder que, por vezes, atravessavam dois barcos inimigos num único disparo.
Por fim, a disposição da artilharia junto à linha de água na nau Portuguesa que possibilitava a técnica anterior, fazia ao mesmo tempo, com que os projécteis atingissem os barcos inimigos também junto à linha de água, logicamente fazendo com que metessem água com facilidade e afundando-se rapidamente.
[/b]
isto faz-me lembrar as grandes vitórias do exercito britanico contra ..os pigmeus 
-
A Portuguese Man O' War tem esse nome apenas devido à sua estrutura, que se assemelha às velas de uma caravela.
estas-te a referir a alforreca mas isso veio mais tarde
Não.
-
"A GNR é mais temida nas ruas de Dilí do que as tropas da Nova Zelândia, Austrália e Malásia."
Reportagem da televisão neo-zelandesa sobre a GNR.
http://www.youtube.com/watch?v=g4nXsG47Ts4 (http://www.youtube.com/watch?v=g4nXsG47Ts4)
porque ao contrario dos outros estao ao serviço do governo de timor e abusam a vontade da autoridade, ou não percebes ingles?
-
"A GNR é mais temida nas ruas de Dilí do que as tropas da Nova Zelândia, Austrália e Malásia."
Reportagem da televisão neo-zelandesa sobre a GNR.
http://www.youtube.com/watch?v=g4nXsG47Ts4 (http://www.youtube.com/watch?v=g4nXsG47Ts4)
porque ao contrario dos outros estao ao serviço do governo de timor e abusam a vontade da autoridade, ou não percebes ingles?
o quê ainda não conheces a nossa policia?
-
"A GNR é mais temida nas ruas de Dilí do que as tropas da Nova Zelândia, Austrália e Malásia."
Reportagem da televisão neo-zelandesa sobre a GNR.
http://www.youtube.com/watch?v=g4nXsG47Ts4 (http://www.youtube.com/watch?v=g4nXsG47Ts4)
porque ao contrario dos outros estao ao serviço do governo de timor e abusam a vontade da autoridade, ou não percebes ingles?
o quê ainda não conheces a nossa policia? :roll: :roll:
-
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fuser14884_pic4985_1223141409.jpg&hash=5eff3e19b90d5a97773251b33259f701)
Os soldados Indianos, Turcos ou Muçulmanos, faziam uso do Tulwar, a cimitarra curva que associamos aos Árabes e de um arco que lhes permitia atirar flechas a uma distância efectiva entre 400 metros e 50 metros, fora da qual, a arma se tornava inútil. O mosquete que possuía o soldado Português não explica a superioridade, visto que tinha um alcance e rapidez de tiro inferior aos arcos e flechas inimigos. Porém, armado com uma espécie de florete na mão direita e uma curta adaga com guarda-mão em forma de vela, na esquerda, tinha a seguinte estratégia:
Uns 40 soldados, desembarcam para enfrentar uma linha de 300 soldados Indianos posicionados a 400 metros do desembarque, após o que carregavam "loucamente", assim dizem os relatos, em corrida contra o inimigo, vencendo essa distância no mais curto espaço de tempo. Depois, cada um fazendo uso da pequena espada para aparar o previsível ataque inimigo, ao mesmo tempo prendendo-lhe a lâmina, utilizando a espada que assim sobrava para lhe tirar a vida.
Valentia? Alguma. É preciso tomates para correr 400 metros contra 300 gajos que atiram flechas contra nós. Táctica? Bastante. Afonso de Albuquerque era um meste táctico, bem como outros fidalgos que se preparavam toda a vida para fazer a guerra. E algum fervor religioso. A fuga em frente tornou o soldado Português grandemente respeitado e temido nesse tempo.
Assim, foi com apenas 6 naus que Afonso de Albuquerque conquistou a baía de Hormuz a 250 navios Indianos.
Primeiro, fazendo círculo com os seus barcos, que usando o canhão de carregar pela culatra, uma técnica que só se vulgarizou duas centenas de anos mais tarde, que permitia disparar seis vezes mais rapidamente que os canhões de carregar pela boca do inimigo.
Depois, com o conhecimento dos marinheiros Portugueses em emprestar às suas balas de canhão, o efeito que uma pedra arremessada sobre a superfície de um lago, que a projecta muito mais longe. Este efeito nas balas de canhão dava um alcance de 1.800 metros, contra os 700 metros do inimigo, e com tal poder que, por vezes, atravessavam dois barcos inimigos num único disparo.
Por fim, a disposição da artilharia junto à linha de água na nau Portuguesa que possibilitava a técnica anterior, fazia ao mesmo tempo, com que os projécteis atingissem os barcos inimigos também junto à linha de água, logicamente fazendo com que metessem água com facilidade e afundando-se rapidamente.
[/b]
isto faz-me lembrar as grandes vitórias do exercito britanico contra ..os pigmeus 
ha muitas semelhanças entre as nossas guerras contra os asiaticos e as dos ingleses contra os africanos.
e foram os holandeses e nao os franceses que expulsamos do brasil, graçasd á armada espanhola. 2000 navios espanhois derrotaram 1000 navios holandeses ao largo de pernanbunco uma vez que ortugal tinha poucos meios na altura e ate queria a paz com a holanda. Os nativos e os mestiços que estavam do nosso lado é que nao gostavam dos holandeses e continuaram a lutar e a fazer emboscadas nomeadamente os indios.
-
Eu não sou moderador do fórum, mas fui eu que criei este tópico e gostava que este não se tornasse mais um lugar de discussão e insultos entre os membros.
Por isso participem, mas cinjam-se ao tema em questão.
Abraço,
-
"A GNR é mais temida nas ruas de Dilí do que as tropas da Nova Zelândia, Austrália e Malásia."
Reportagem da televisão neo-zelandesa sobre a GNR.
http://www.youtube.com/watch?v=g4nXsG47Ts4 (http://www.youtube.com/watch?v=g4nXsG47Ts4)
porque ao contrario dos outros estao ao serviço do governo de timor e abusam a vontade da autoridade, ou não percebes ingles?
o quê ainda não conheces a nossa policia? :roll: :roll:
nao mas os kiwis tambem metiam respeito se tivessem liberdade para isso, e uniformes que metessem mais respeito. Aquilo pareceram-me soldados rasos
-
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fuser14884_pic4985_1223141409.jpg&hash=5eff3e19b90d5a97773251b33259f701)
Os soldados Indianos, Turcos ou Muçulmanos, faziam uso do Tulwar, a cimitarra curva que associamos aos Árabes e de um arco que lhes permitia atirar flechas a uma distância efectiva entre 400 metros e 50 metros, fora da qual, a arma se tornava inútil. O mosquete que possuía o soldado Português não explica a superioridade, visto que tinha um alcance e rapidez de tiro inferior aos arcos e flechas inimigos. Porém, armado com uma espécie de florete na mão direita e uma curta adaga com guarda-mão em forma de vela, na esquerda, tinha a seguinte estratégia:
Uns 40 soldados, desembarcam para enfrentar uma linha de 300 soldados Indianos posicionados a 400 metros do desembarque, após o que carregavam "loucamente", assim dizem os relatos, em corrida contra o inimigo, vencendo essa distância no mais curto espaço de tempo. Depois, cada um fazendo uso da pequena espada para aparar o previsível ataque inimigo, ao mesmo tempo prendendo-lhe a lâmina, utilizando a espada que assim sobrava para lhe tirar a vida.
Valentia? Alguma. É preciso tomates para correr 400 metros contra 300 gajos que atiram flechas contra nós. Táctica? Bastante. Afonso de Albuquerque era um meste táctico, bem como outros fidalgos que se preparavam toda a vida para fazer a guerra. E algum fervor religioso. A fuga em frente tornou o soldado Português grandemente respeitado e temido nesse tempo.
Assim, foi com apenas 6 naus que Afonso de Albuquerque conquistou a baía de Hormuz a 250 navios Indianos.
Primeiro, fazendo círculo com os seus barcos, que usando o canhão de carregar pela culatra, uma técnica que só se vulgarizou duas centenas de anos mais tarde, que permitia disparar seis vezes mais rapidamente que os canhões de carregar pela boca do inimigo.
Depois, com o conhecimento dos marinheiros Portugueses em emprestar às suas balas de canhão, o efeito que uma pedra arremessada sobre a superfície de um lago, que a projecta muito mais longe. Este efeito nas balas de canhão dava um alcance de 1.800 metros, contra os 700 metros do inimigo, e com tal poder que, por vezes, atravessavam dois barcos inimigos num único disparo.
Por fim, a disposição da artilharia junto à linha de água na nau Portuguesa que possibilitava a técnica anterior, fazia ao mesmo tempo, com que os projécteis atingissem os barcos inimigos também junto à linha de água, logicamente fazendo com que metessem água com facilidade e afundando-se rapidamente.
[/b]
isto faz-me lembrar as grandes vitórias do exercito britanico contra ..os pigmeus :arrow: A França Antártica foi a colônia tentada pelos franceses no Rio de Janeiro. Existiu de 1555 a 1567, ano em que os restantes franceses foram, definitivamente, derrotados pelos portugueses.
No Verão de 1554 Nicolas Durand de Villegagnon visitou secretamente a região do Cabo Frio, na costa do Brasil, onde seus compatriotas habitualmente escambavam. Ali obteve valiosas informações junto aos Tamoios, informando-se dos hábitos dos portugueses naquele litoral, colhendo dados essenciais ao futuro projeto de uma expedição para a fundação de um estabelecimento colonial. O local escolhido localizava-se cerca de duzentos quilômetros ao Sul: a baía de Guanabara, evitada pelos portugueses devido à hostilidade dos indígenas na região. O projeto concebia transformá-la em uma poderosa base militar e naval, de onde a Coroa Francesa poderia tentar o controle do comércio com as Índias. Embora na ocasião não a tenha visitado, estava acerca dela bem informado por André Thévet, que já a havia visitado por duas vezes, estando ciente de que os portugueses receavam os Tupinambás, indígenas ali estabelecidos. Na ocasião fez boas relações com ambos os povos (Tamoios e Tupinambás) recolhendo, além de valiosas informações, uma boa carga, com a qual lucrou ao retornar à França.
Em seu retorno à Corte, fez uma demorada exposição de quatro horas ao soberano e a Diana de Poitiers, convencendo-os das vantagens de uma colônia permanente na costa do Brasil.
Em fins de 1554, o soberano ordenou ao seu principal ministro, Gaspard de Coligny(ainda católico à época), a preparação de uma expedição sigilosa ao Brasil, cujo comando entregou a Villegagnon. Embora tenha fornecido recursos modestos (apenas dez mil libras), os armadores de Dieppe (base do armador Jean Ango, experiente com a costa brasileira), decidiram investir na expedição. À falta de voluntários para integrá-la, Villegagnon percorreu as prisões da região norte da França, prometendo a liberdade a quem quer que se lhe juntasse.
Para não despertar a atenção do Ministro de Portugal na França, Villegagnon fez espalhar a notícia de que a expedição se dirigia à costa da Guiné.
A expedição zarpou de Dieppe a 14 de agosto de 1555, com duas naus e uma naveta de mantimentos, nas quais se comprimiam cerca de seiscentas pessoas. Villegagnon era protegido por uma pequena guarda pessoal de escoceses. A expedição era integrada por um índio Tabajara, na qualidade de intérprete, na companhia de sua esposa, Francesa. Acompanhava-a ainda André Thevet, que legou um relato sobre os primeiros momentos do estabelecimento: "Les singularitez de la France Antarctique". Mais tarde, ele se tornaria o principal cosmógrafo de Carlos IX de França. Por razões de saúde, entretanto, Thevet retornaria à França a 14 de fevereiro de 1556. Destacavam-se ainda, os seguintes passageiros:
Boissy, sobrinho de Villegagnon, senhor de Bois-le-Comte;
Nicolas Barré, ex-piloto, que também deixou uma memória da expedição: “Discours de Nicolas Barré sur la navigation du Chevalier de Villegagnon en Amérique” (Paris: Le Jeune, 1558)
Dois beneditinos, conhecedores de botânica, que criaram a primeira escola católica na Guanabara.
O objetivo da expedição era:
instalar núcleos colonizadores para o comércio com a Metrópole;
interferir no comércio marítimo com as Índias;
Após serem repelidos nas ilhas Canárias pela artilharia da guarnição espanhola de Tenerife, alcançaram a costa do Brasil, na altura de Búzios, a 31 de outubro.
Tendo atingido a baía de Guanabara em 10 de novembro de 1555, após tomar posse da ilha de Serigipe, escolhida como local de estabelecimento da principal defesa da França Antártica, principiou-se a instalação. Para esse fim, foram providenciados alojamentos em terra e desembarcados homens, armas, munições e ferramentas. Apesar das dificuldades com a mão-de-obra européia, gracas ao auxílio dos indígenas, uma fortificação foi concluída em três meses. Ao fim de alguns meses, entretanto, essa mão-de-obra cansou-se dos presentes que recebia, assim como do excesso de trabalho, uma vez que os franceses se esquivavam das tarefas mais pesadas. O Forte Coligny dispunha de cinco baterias apontadas para o mar.
Após alguns meses, compreendendo a precariedade da sua posição, solicitou ao soberano um efetivo de três a quatro mil soldados profissionais, centenas de mulheres para casarem aqui e operários especializados.
Em 14 de fevereiro de 1556, dois dias após a partida de Bois-le-Comte e André Thevet para a França, ocorreu a primeira revolta na França Antártica: trinta conjurados liderados por um intérprete normando que fora obrigado a casar-se com uma indígena, planejaram o assassinato de Villegagnon, defendido por apenas oito homens de sua guarda escocesa.
Imaginando contar com a colaboração de um dos guardas, insatisfeito, prometeram-lhe um vultoso prêmio. O guarda, entretanto, não confiou nos rebeldes, avisando a Nicolas Barré. Denunciada, a conspiração foi abortada e reprimida exemplarmente: o líder evadiu-se, dois conspiradores foram julgados pelo Conselho da colônia e executados na forca, e os demais alcançaram penas menores.
Com relação às relações entre colonos, predominantemente do sexo masculino com as indígenas, Villegagnon exigiu o casamento dos franceses com elas perante o notário da expedição. Como resultado, muitos franceses fugiram para a floresta, passando a viver entre os indígenas. Alguns casaram-se contra a vontade, outros rebelaram-se e foram punidos, até mesmo ameaçados de morte.
Patentes as dificuldades de disciplina, crescia o descontentamento entre os colonos, muitos franceses tendo aproveitado a visita de navios mercantes para retornar ao país. Um outro ponto de atrito foi a discordância de Villegagnon quanto à prática da antropofagia por seus aliados Tupinambás.
A etapa seguinte foi a instalação da colônia em terra firme, na região da atual praia do Flamengo, entre a foz do rio Carioca e o outeiro da Glória, o que se iniciou em meados de 1556. Denominada de Henriville, em homenagem ao rei Henrique III de França, foi erguida com os tijolos fabricados em uma olaria assinalada nas ilustrações da época como "briqueterie. As suas casas foram destruídas pelo assalto português de 1560: ali viviam cerca de sessenta franceses, conforme carta de Villegagnon ao Duque de Guise.
O comércio francês com a baía de Guanabara, a esta altura, já se desenvolvia com regularidade. Entretanto, acirrando-se as lutas religiosas na França, tendo Coligny se convertido à Reforma Protestante, começou a cogitar na França Antártica como um possível refúgio para os huguenotes.
Dessa forma, estando o rei da França impossibilitado de enviar os recursos requisitados por Villegagnon, por falta de meios à época, Gaspard de Coligny solicitou a Genebra, reduto Calvinista, que levasse um grupo de Calvinistas ao Brasil, a fim de estudar a possibilidade de para ali transferir milhares de protestantes perseguidos na França. Foram, desse modo, indicados dois pastores:
Pierre Richer, um homem maduro, de cerca de cinquenta anos de idade; e
Guillaume Chartier, um jovem que ainda estudava Teologia em Genebra.
Nove outros individuos foram aceitos no grupo, ao qual se juntou ainda Jean de Lery. Os gastos correram por conta de Coligny e do próprio Villegagnon.
O grupo partiu da França a 19 de novembro de 1556, em três barcos, comandados por Bois-le-Compte. Transportavam, no total, cerca de trezentas pessoas, inclusive cinco moças para se casarem no Brasil. Sem poder abastecer-se nas Canárias, necessitaram assaltar navios portugueses e espanhóis para obter água e provisões, racionados durante a viagem, marcada, de resto, pela indisciplina a bordo. A 26 de fevereiro de 1557 chegavam à baía de Guanabara. Embora decepcionado com o modesto reforço, Villegagnon acolheu afavelmente os recém-chegados, tendo escrito a Calvino a carta de 31 de março de 1557, na qual expôs as suas dificuldades.
Quando os pastores calvinistas regressaram à França no início de 1558, Villegagnon dispunha apenas de oitenta homens, entre franceses e escoceses. Diante das acusações dos calvinistas, na França, Villegagnon retornou para justificar-se (1559), deixando em seu lugar o sobrinho, Bois-le-Compte, à testa do estabelecimento.
Em meados de 1557, com a morte de D. João III, assumiu como Regente a sua esposa, Catarina de Áustria, uma vez que o herdeiro do trono português, D. Sebastião era apenas uma criança.
Na ausência de Villegagnon, em 1559, o terceiro Governador-Geral do Brasil, Mem de Sá (1558-1572), tendo recebido em Salvador informações do trânsfuga Jean de Cointa e, em novembro desse ano, o reforço da frota sob o comando de Bartolomeu de Vasconcelos Cunha, preparou uma expedição para o assalto à Guanabara.
Em duas naus e oito embarcações menores, fez vela para o Sul, com escalas nas Capitanias de Ilhéus, Porto Seguro e Espírito Santo, onde recebeu reforços. As suas forças alcançaram a Guanabara a 21 de fevereiro, capturando uma nau francesa, carregada. Entretanto, apenas a 15 de março, após receber os contingentes aguardados da Capitania de São Vicente, Mem de Sá enviou um ultimato ao comandante do forte: era uma sexta-feira, pelas quatorze horas.
Bois-le-Compte respondeu afirmando a sua intenção de defesa da praça, rompendo as hostilidades ao entardecer do próprio dia 15. Os portugueses foram bem sucedidos no ataque à que chamaram "ilha das Palmeiras", conseguindo conquistar o Forte na madrugada de 16 para 17, arrasando-o no dia 17, um domingo.
Mem de Sá retornou a Salvador, sem no entanto, deixar guarnição na Guanabara, de vez que não dispunha de gente e nem de recursos para tal. Os defensores franceses que, entretanto, conseguiram se evadir para o continente com o auxílio dos nativos, continuaram nos meses seguintes, as suas atividades de comércio em terra firme.
A expedição de 1567
Antecedentes
Persistindo o comércio francês na Guanabara, diante da insistência do padre Manoel de Nóbrega, de que se devia fundar uma cidade na região, à semelhança da fundação de Salvador, D. Catarina de Áustria encarregou dessa missão Estácio de Sá, sobrinho de Mem de Sá, e que fora o encarregado de levar as notícias da destruição do Forte Coligny ao reino.
Para esse fim, Estácio recebeu da Regente o título de Capitão-mor, poderes e instruções para expulsar definitivamente os franceses da região. Aportou a Salvador, em 1563, à frente de uma pequena frota, tendo recebido reforços de gente e de canoas, além de provisões.
No início do ano seguinte, as gentes e os meios assim reunidos, partiram para o Sul, trazendo consigo o Ouvidor-mor Braz Fragoso. No Espírito Santo, a expedição recebeu o reforço do Capitão Belchior de Azevedo e do chefe Araribóia, à frente de guerreiros Temiminós, inimigos dos Tamoios.
A 6 de fevereiro, a frota ancorou fora da barra da Guanabara. Após incursão de reconhecimento, ao penetrar na barra, Estácio percebeu no interior da baía uma nau francesa, de imediato perseguida pela galé de Paulo Dias Adorno, a bordo da qual seguiam Duarte Martins Mourão, Belchior de Azevedo e Braz Fragoso. A nau francesa foi apresada para a Coroa, e o seu comando entregue a Antônio da Costa.
Após essa vitória inicial, Estácio enviou emissário à Capitania de São Vicente, convocando os jesuítas Anchieta e Nóbrega. Ciente, entretanto, de que os Tamoios se encontravam novamente em guerra com os colonos naquela Capitania, decidiu, em Concelho, que a frota se dirigiria a São Vicente.
À saída da barra, precedendo as demais embarcações, a nau francesa e um caravelão comandado por Domingos Fernandes foram rijamente atacadas por franceses e uma grande quantidade de indígenas em canoas. No fragor da batalha, veio a perecer Domingos Fernandes. A frota conseguiu forçar a barra, desembaraçando-se das canoas indígenas e rumando para São Vicente.
Nesse ínterim, entretanto, a embarcação que se dirigira aquela Capitania, retornava para a Guanabara, onde aportou próximo à ilha de Villegagnon, onde desembarcaram Anchieta e Nóbrega (31 de Março, Sábado de Aleluia). No despontar da alvorada foram atacados por canoas dos Tamoios, disparando flechas. Cercados, foram salvos pela frota de Estácio de Sá, que retornara para se abrigar, devido ao mau tempo fora da barra.
Reunidos Estácio, Anchieta e Nóbrega, confirmaram a deliberação de seguir para São Vicente, a fim de reunir reforços e provisões, tendo ali chegado finalmente, a 2 de abril.
Estácio de Sá e suas forças permaneceram nove meses em São Vicente, procedendo reparos nas embarcações e nas defesas da baixada santista, reunindo reforços de gentes e suprimentos. Partiram em 22 de janeiro de 1565, com o reforço do padre Gonçalo de Oliveira e do irmão de Anchieta, que saíram de Bertioga a 27 do mesmo mês, com cinco navios pequenos, transportando mamelucos e indígenas de São Vicente e de Cananéia. A eles se juntaram os Tupiniquins e os conversos do Colégio de São Paulo.
Finalmente, a 1 de março, Estácio de Sá desembarcava a sua gente numa estreita praia entre o morro do Pão-de-Açúcar e o morro Cara de Cão, iniciando imediatamente a construção de uma paliçada (atual Fortaleza de São João) e declarando fundada a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, uma homenagem ao nome do soberano. Na ocasião, o padre Gonçalo de Oliveira entronizou, numa ermida de taipa, coberta de sapê, uma imagem de São Sebastião, que passava a ser o padroeiro da cidade. O próprio Estácio instituiu, na ocasião, as três setas do martírio do santo como armas da cidade.
Ainda com os primeiros muros sendo levantados, a recém-fundada cidade sofreu um assalto por mar, a 6 de março, desfechado por três naus francesas e mais de cento e trinta canoas de guerra procedentes do Cabo Frio. Após alguns dias resistindo ao assalto, Estácio decidiu passar ao contra-ataque, acometendo as embarcações francesas e logrando repelí-las.
Nomeou Pero Martins Namorado como Juíz Odinário da nova cidade. Passou então, em Julho, a distribuir sesmarias a todos os que as solicitassem, iniciando por Pedro Rodrigues. No mesmo mês, atendendo aos moradores da fortificação, que lhe solicitavam terras para rocio e para a instalação definitiva da cidade, concedeu-a:
légua e meia a começar da Casa de Pedra;
ao longo da baía até onde [ela] se acabar;
para o sertão, a mesma légua e meia; e
que irá saindo a costa do mar bravo.
A 24 de julho de 1565, realizou-se a cerimônia de posse, tendo Estácio de Sá e os seus homens formado um grande cortejo.
Foram nomeados, posteriormente, João Prosse (Procurador do Concelho), Antônio Martins (Meirinho), Pedro da Costa (Tabelião do Público e Judicial). Enquanto isso, os combates prosseguiam, esporádicos, com os indígenas. Durante esse ano de 1565, foram concedidas trinta e três sesmarias, entre as quais a da Companhia de Jesus, na pessoa do padre Gonçalo de Oliveira. No ano seguinte foram concedidas mais vinte e duas sesmarias. Entre estas, encontravam-se as do francês Marim Paris, um dos ex-colonos de Villegagnon, Duarte Martins, Oficial de Olheiro e Fernão Valdez.
Wikipédia
:roll: 
-
"A GNR é mais temida nas ruas de Dilí do que as tropas da Nova Zelândia, Austrália e Malásia."
Reportagem da televisão neo-zelandesa sobre a GNR.
http://www.youtube.com/watch?v=g4nXsG47Ts4 (http://www.youtube.com/watch?v=g4nXsG47Ts4)
porque ao contrario dos outros estao ao serviço do governo de timor e abusam a vontade da autoridade, ou não percebes ingles?
o quê ainda não conheces a nossa policia? :roll: :roll:
nao mas os kiwis tambem metiam respeito se tivessem liberdade para isso, e uniformes que metessem mais respeito. Aquilo pareceram-me soldados rasos
O respeito nada tem a ver com uniformes ou liberdades de acção.
O respeito conquista-se, não se impõe!
E já agora, percebo muito bem inglês.
-
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fuser14884_pic4985_1223141409.jpg&hash=5eff3e19b90d5a97773251b33259f701)
Os soldados Indianos, Turcos ou Muçulmanos, faziam uso do Tulwar, a cimitarra curva que associamos aos Árabes e de um arco que lhes permitia atirar flechas a uma distância efectiva entre 400 metros e 50 metros, fora da qual, a arma se tornava inútil. O mosquete que possuía o soldado Português não explica a superioridade, visto que tinha um alcance e rapidez de tiro inferior aos arcos e flechas inimigos. Porém, armado com uma espécie de florete na mão direita e uma curta adaga com guarda-mão em forma de vela, na esquerda, tinha a seguinte estratégia:
Uns 40 soldados, desembarcam para enfrentar uma linha de 300 soldados Indianos posicionados a 400 metros do desembarque, após o que carregavam "loucamente", assim dizem os relatos, em corrida contra o inimigo, vencendo essa distância no mais curto espaço de tempo. Depois, cada um fazendo uso da pequena espada para aparar o previsível ataque inimigo, ao mesmo tempo prendendo-lhe a lâmina, utilizando a espada que assim sobrava para lhe tirar a vida.
Valentia? Alguma. É preciso tomates para correr 400 metros contra 300 gajos que atiram flechas contra nós. Táctica? Bastante. Afonso de Albuquerque era um meste táctico, bem como outros fidalgos que se preparavam toda a vida para fazer a guerra. E algum fervor religioso. A fuga em frente tornou o soldado Português grandemente respeitado e temido nesse tempo.
Assim, foi com apenas 6 naus que Afonso de Albuquerque conquistou a baía de Hormuz a 250 navios Indianos.
Primeiro, fazendo círculo com os seus barcos, que usando o canhão de carregar pela culatra, uma técnica que só se vulgarizou duas centenas de anos mais tarde, que permitia disparar seis vezes mais rapidamente que os canhões de carregar pela boca do inimigo.
Depois, com o conhecimento dos marinheiros Portugueses em emprestar às suas balas de canhão, o efeito que uma pedra arremessada sobre a superfície de um lago, que a projecta muito mais longe. Este efeito nas balas de canhão dava um alcance de 1.800 metros, contra os 700 metros do inimigo, e com tal poder que, por vezes, atravessavam dois barcos inimigos num único disparo.
Por fim, a disposição da artilharia junto à linha de água na nau Portuguesa que possibilitava a técnica anterior, fazia ao mesmo tempo, com que os projécteis atingissem os barcos inimigos também junto à linha de água, logicamente fazendo com que metessem água com facilidade e afundando-se rapidamente.
[/b]
isto faz-me lembrar as grandes vitórias do exercito britanico contra ..os pigmeus :arrow: A França Antártica foi a colônia tentada pelos franceses no Rio de Janeiro. Existiu de 1555 a 1567, ano em que os restantes franceses foram, definitivamente, derrotados pelos portugueses.
No Verão de 1554 Nicolas Durand de Villegagnon visitou secretamente a região do Cabo Frio, na costa do Brasil, onde seus compatriotas habitualmente escambavam. Ali obteve valiosas informações junto aos Tamoios, informando-se dos hábitos dos portugueses naquele litoral, colhendo dados essenciais ao futuro projeto de uma expedição para a fundação de um estabelecimento colonial. O local escolhido localizava-se cerca de duzentos quilômetros ao Sul: a baía de Guanabara, evitada pelos portugueses devido à hostilidade dos indígenas na região. O projeto concebia transformá-la em uma poderosa base militar e naval, de onde a Coroa Francesa poderia tentar o controle do comércio com as Índias. Embora na ocasião não a tenha visitado, estava acerca dela bem informado por André Thévet, que já a havia visitado por duas vezes, estando ciente de que os portugueses receavam os Tupinambás, indígenas ali estabelecidos. Na ocasião fez boas relações com ambos os povos (Tamoios e Tupinambás) recolhendo, além de valiosas informações, uma boa carga, com a qual lucrou ao retornar à França.
Em seu retorno à Corte, fez uma demorada exposição de quatro horas ao soberano e a Diana de Poitiers, convencendo-os das vantagens de uma colônia permanente na costa do Brasil.
Em fins de 1554, o soberano ordenou ao seu principal ministro, Gaspard de Coligny(ainda católico à época), a preparação de uma expedição sigilosa ao Brasil, cujo comando entregou a Villegagnon. Embora tenha fornecido recursos modestos (apenas dez mil libras), os armadores de Dieppe (base do armador Jean Ango, experiente com a costa brasileira), decidiram investir na expedição. À falta de voluntários para integrá-la, Villegagnon percorreu as prisões da região norte da França, prometendo a liberdade a quem quer que se lhe juntasse.
Para não despertar a atenção do Ministro de Portugal na França, Villegagnon fez espalhar a notícia de que a expedição se dirigia à costa da Guiné.
A expedição zarpou de Dieppe a 14 de agosto de 1555, com duas naus e uma naveta de mantimentos, nas quais se comprimiam cerca de seiscentas pessoas. Villegagnon era protegido por uma pequena guarda pessoal de escoceses. A expedição era integrada por um índio Tabajara, na qualidade de intérprete, na companhia de sua esposa, Francesa. Acompanhava-a ainda André Thevet, que legou um relato sobre os primeiros momentos do estabelecimento: "Les singularitez de la France Antarctique". Mais tarde, ele se tornaria o principal cosmógrafo de Carlos IX de França. Por razões de saúde, entretanto, Thevet retornaria à França a 14 de fevereiro de 1556. Destacavam-se ainda, os seguintes passageiros:
Boissy, sobrinho de Villegagnon, senhor de Bois-le-Comte;
Nicolas Barré, ex-piloto, que também deixou uma memória da expedição: “Discours de Nicolas Barré sur la navigation du Chevalier de Villegagnon en Amérique” (Paris: Le Jeune, 1558)
Dois beneditinos, conhecedores de botânica, que criaram a primeira escola católica na Guanabara.
O objetivo da expedição era:
instalar núcleos colonizadores para o comércio com a Metrópole;
interferir no comércio marítimo com as Índias;
Após serem repelidos nas ilhas Canárias pela artilharia da guarnição espanhola de Tenerife, alcançaram a costa do Brasil, na altura de Búzios, a 31 de outubro.
Tendo atingido a baía de Guanabara em 10 de novembro de 1555, após tomar posse da ilha de Serigipe, escolhida como local de estabelecimento da principal defesa da França Antártica, principiou-se a instalação. Para esse fim, foram providenciados alojamentos em terra e desembarcados homens, armas, munições e ferramentas. Apesar das dificuldades com a mão-de-obra européia, gracas ao auxílio dos indígenas, uma fortificação foi concluída em três meses. Ao fim de alguns meses, entretanto, essa mão-de-obra cansou-se dos presentes que recebia, assim como do excesso de trabalho, uma vez que os franceses se esquivavam das tarefas mais pesadas. O Forte Coligny dispunha de cinco baterias apontadas para o mar.
Após alguns meses, compreendendo a precariedade da sua posição, solicitou ao soberano um efetivo de três a quatro mil soldados profissionais, centenas de mulheres para casarem aqui e operários especializados.
Em 14 de fevereiro de 1556, dois dias após a partida de Bois-le-Comte e André Thevet para a França, ocorreu a primeira revolta na França Antártica: trinta conjurados liderados por um intérprete normando que fora obrigado a casar-se com uma indígena, planejaram o assassinato de Villegagnon, defendido por apenas oito homens de sua guarda escocesa.
Imaginando contar com a colaboração de um dos guardas, insatisfeito, prometeram-lhe um vultoso prêmio. O guarda, entretanto, não confiou nos rebeldes, avisando a Nicolas Barré. Denunciada, a conspiração foi abortada e reprimida exemplarmente: o líder evadiu-se, dois conspiradores foram julgados pelo Conselho da colônia e executados na forca, e os demais alcançaram penas menores.
Com relação às relações entre colonos, predominantemente do sexo masculino com as indígenas, Villegagnon exigiu o casamento dos franceses com elas perante o notário da expedição. Como resultado, muitos franceses fugiram para a floresta, passando a viver entre os indígenas. Alguns casaram-se contra a vontade, outros rebelaram-se e foram punidos, até mesmo ameaçados de morte.
Patentes as dificuldades de disciplina, crescia o descontentamento entre os colonos, muitos franceses tendo aproveitado a visita de navios mercantes para retornar ao país. Um outro ponto de atrito foi a discordância de Villegagnon quanto à prática da antropofagia por seus aliados Tupinambás.
A etapa seguinte foi a instalação da colônia em terra firme, na região da atual praia do Flamengo, entre a foz do rio Carioca e o outeiro da Glória, o que se iniciou em meados de 1556. Denominada de Henriville, em homenagem ao rei Henrique III de França, foi erguida com os tijolos fabricados em uma olaria assinalada nas ilustrações da época como "briqueterie. As suas casas foram destruídas pelo assalto português de 1560: ali viviam cerca de sessenta franceses, conforme carta de Villegagnon ao Duque de Guise.
O comércio francês com a baía de Guanabara, a esta altura, já se desenvolvia com regularidade. Entretanto, acirrando-se as lutas religiosas na França, tendo Coligny se convertido à Reforma Protestante, começou a cogitar na França Antártica como um possível refúgio para os huguenotes.
Dessa forma, estando o rei da França impossibilitado de enviar os recursos requisitados por Villegagnon, por falta de meios à época, Gaspard de Coligny solicitou a Genebra, reduto Calvinista, que levasse um grupo de Calvinistas ao Brasil, a fim de estudar a possibilidade de para ali transferir milhares de protestantes perseguidos na França. Foram, desse modo, indicados dois pastores:
Pierre Richer, um homem maduro, de cerca de cinquenta anos de idade; e
Guillaume Chartier, um jovem que ainda estudava Teologia em Genebra.
Nove outros individuos foram aceitos no grupo, ao qual se juntou ainda Jean de Lery. Os gastos correram por conta de Coligny e do próprio Villegagnon.
O grupo partiu da França a 19 de novembro de 1556, em três barcos, comandados por Bois-le-Compte. Transportavam, no total, cerca de trezentas pessoas, inclusive cinco moças para se casarem no Brasil. Sem poder abastecer-se nas Canárias, necessitaram assaltar navios portugueses e espanhóis para obter água e provisões, racionados durante a viagem, marcada, de resto, pela indisciplina a bordo. A 26 de fevereiro de 1557 chegavam à baía de Guanabara. Embora decepcionado com o modesto reforço, Villegagnon acolheu afavelmente os recém-chegados, tendo escrito a Calvino a carta de 31 de março de 1557, na qual expôs as suas dificuldades.
Quando os pastores calvinistas regressaram à França no início de 1558, Villegagnon dispunha apenas de oitenta homens, entre franceses e escoceses. Diante das acusações dos calvinistas, na França, Villegagnon retornou para justificar-se (1559), deixando em seu lugar o sobrinho, Bois-le-Compte, à testa do estabelecimento.
Em meados de 1557, com a morte de D. João III, assumiu como Regente a sua esposa, Catarina de Áustria, uma vez que o herdeiro do trono português, D. Sebastião era apenas uma criança.
Na ausência de Villegagnon, em 1559, o terceiro Governador-Geral do Brasil, Mem de Sá (1558-1572), tendo recebido em Salvador informações do trânsfuga Jean de Cointa e, em novembro desse ano, o reforço da frota sob o comando de Bartolomeu de Vasconcelos Cunha, preparou uma expedição para o assalto à Guanabara.
Em duas naus e oito embarcações menores, fez vela para o Sul, com escalas nas Capitanias de Ilhéus, Porto Seguro e Espírito Santo, onde recebeu reforços. As suas forças alcançaram a Guanabara a 21 de fevereiro, capturando uma nau francesa, carregada. Entretanto, apenas a 15 de março, após receber os contingentes aguardados da Capitania de São Vicente, Mem de Sá enviou um ultimato ao comandante do forte: era uma sexta-feira, pelas quatorze horas.
Bois-le-Compte respondeu afirmando a sua intenção de defesa da praça, rompendo as hostilidades ao entardecer do próprio dia 15. Os portugueses foram bem sucedidos no ataque à que chamaram "ilha das Palmeiras", conseguindo conquistar o Forte na madrugada de 16 para 17, arrasando-o no dia 17, um domingo.
Mem de Sá retornou a Salvador, sem no entanto, deixar guarnição na Guanabara, de vez que não dispunha de gente e nem de recursos para tal. Os defensores franceses que, entretanto, conseguiram se evadir para o continente com o auxílio dos nativos, continuaram nos meses seguintes, as suas atividades de comércio em terra firme.
A expedição de 1567
Antecedentes
Persistindo o comércio francês na Guanabara, diante da insistência do padre Manoel de Nóbrega, de que se devia fundar uma cidade na região, à semelhança da fundação de Salvador, D. Catarina de Áustria encarregou dessa missão Estácio de Sá, sobrinho de Mem de Sá, e que fora o encarregado de levar as notícias da destruição do Forte Coligny ao reino.
Para esse fim, Estácio recebeu da Regente o título de Capitão-mor, poderes e instruções para expulsar definitivamente os franceses da região. Aportou a Salvador, em 1563, à frente de uma pequena frota, tendo recebido reforços de gente e de canoas, além de provisões.
No início do ano seguinte, as gentes e os meios assim reunidos, partiram para o Sul, trazendo consigo o Ouvidor-mor Braz Fragoso. No Espírito Santo, a expedição recebeu o reforço do Capitão Belchior de Azevedo e do chefe Araribóia, à frente de guerreiros Temiminós, inimigos dos Tamoios.
A 6 de fevereiro, a frota ancorou fora da barra da Guanabara. Após incursão de reconhecimento, ao penetrar na barra, Estácio percebeu no interior da baía uma nau francesa, de imediato perseguida pela galé de Paulo Dias Adorno, a bordo da qual seguiam Duarte Martins Mourão, Belchior de Azevedo e Braz Fragoso. A nau francesa foi apresada para a Coroa, e o seu comando entregue a Antônio da Costa.
Após essa vitória inicial, Estácio enviou emissário à Capitania de São Vicente, convocando os jesuítas Anchieta e Nóbrega. Ciente, entretanto, de que os Tamoios se encontravam novamente em guerra com os colonos naquela Capitania, decidiu, em Concelho, que a frota se dirigiria a São Vicente.
À saída da barra, precedendo as demais embarcações, a nau francesa e um caravelão comandado por Domingos Fernandes foram rijamente atacadas por franceses e uma grande quantidade de indígenas em canoas. No fragor da batalha, veio a perecer Domingos Fernandes. A frota conseguiu forçar a barra, desembaraçando-se das canoas indígenas e rumando para São Vicente.
Nesse ínterim, entretanto, a embarcação que se dirigira aquela Capitania, retornava para a Guanabara, onde aportou próximo à ilha de Villegagnon, onde desembarcaram Anchieta e Nóbrega (31 de Março, Sábado de Aleluia). No despontar da alvorada foram atacados por canoas dos Tamoios, disparando flechas. Cercados, foram salvos pela frota de Estácio de Sá, que retornara para se abrigar, devido ao mau tempo fora da barra.
Reunidos Estácio, Anchieta e Nóbrega, confirmaram a deliberação de seguir para São Vicente, a fim de reunir reforços e provisões, tendo ali chegado finalmente, a 2 de abril.
Estácio de Sá e suas forças permaneceram nove meses em São Vicente, procedendo reparos nas embarcações e nas defesas da baixada santista, reunindo reforços de gentes e suprimentos. Partiram em 22 de janeiro de 1565, com o reforço do padre Gonçalo de Oliveira e do irmão de Anchieta, que saíram de Bertioga a 27 do mesmo mês, com cinco navios pequenos, transportando mamelucos e indígenas de São Vicente e de Cananéia. A eles se juntaram os Tupiniquins e os conversos do Colégio de São Paulo.
Finalmente, a 1 de março, Estácio de Sá desembarcava a sua gente numa estreita praia entre o morro do Pão-de-Açúcar e o morro Cara de Cão, iniciando imediatamente a construção de uma paliçada (atual Fortaleza de São João) e declarando fundada a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, uma homenagem ao nome do soberano. Na ocasião, o padre Gonçalo de Oliveira entronizou, numa ermida de taipa, coberta de sapê, uma imagem de São Sebastião, que passava a ser o padroeiro da cidade. O próprio Estácio instituiu, na ocasião, as três setas do martírio do santo como armas da cidade.
Ainda com os primeiros muros sendo levantados, a recém-fundada cidade sofreu um assalto por mar, a 6 de março, desfechado por três naus francesas e mais de cento e trinta canoas de guerra procedentes do Cabo Frio. Após alguns dias resistindo ao assalto, Estácio decidiu passar ao contra-ataque, acometendo as embarcações francesas e logrando repelí-las.
Nomeou Pero Martins Namorado como Juíz Odinário da nova cidade. Passou então, em Julho, a distribuir sesmarias a todos os que as solicitassem, iniciando por Pedro Rodrigues. No mesmo mês, atendendo aos moradores da fortificação, que lhe solicitavam terras para rocio e para a instalação definitiva da cidade, concedeu-a:
légua e meia a começar da Casa de Pedra;
ao longo da baía até onde [ela] se acabar;
para o sertão, a mesma légua e meia; e
que irá saindo a costa do mar bravo.
A 24 de julho de 1565, realizou-se a cerimônia de posse, tendo Estácio de Sá e os seus homens formado um grande cortejo.
Foram nomeados, posteriormente, João Prosse (Procurador do Concelho), Antônio Martins (Meirinho), Pedro da Costa (Tabelião do Público e Judicial). Enquanto isso, os combates prosseguiam, esporádicos, com os indígenas. Durante esse ano de 1565, foram concedidas trinta e três sesmarias, entre as quais a da Companhia de Jesus, na pessoa do padre Gonçalo de Oliveira. No ano seguinte foram concedidas mais vinte e duas sesmarias. Entre estas, encontravam-se as do francês Marim Paris, um dos ex-colonos de Villegagnon, Duarte Martins, Oficial de Olheiro e Fernão Valdez.
Wikipédia
:roll: 
não sabia deste episodio com os franceses, mas nao sou historiador.
pensei que te tivesses enganado na nacionalidade do inimigo
-
2000 navios espanhois derrotaram 1000 navios holandeses ao largo de pernanbunco
:shock: :shock:
:lol: :roll:
-
2000 navios espanhois derrotaram 1000 navios holandeses ao largo de pernanbunco
:shock: :shock:
:lol: :roll:
a minha fonte tambem é da wikipedia.
nao sei que idade tens, mas todos os povos se julgam os maiores,ate os albaneses- porque conquistaram o mundo para alexandre o grande
-
2000 navios espanhois derrotaram 1000 navios holandeses ao largo de pernanbunco
:shock: :shock:
:lol: :roll:
ate os albaneses- porque conquistaram o mundo para alexandre o grande :shock: :shock: :shock:
Outra abébia, foram os Macedónios ... :lol: :lol: :lol: 
-
2000 navios espanhois derrotaram 1000 navios holandeses ao largo de pernanbunco
:shock: :shock:
:lol: :roll:
na verdade fiz confusao,nao eram 2000 contra 1000 mas apenas o dobro de ibericos contra holandeses
In a remarkably short time the situation looked all but lost to the Portuguese with strategic ports and areas under Dutch control. With links to Portugal cut off and Dutch forces and colonisers growing in strength the resistance to Dutch rule was bound for eventual collapse. The turning point in the war occurred with the arrival of a powerful Iberian force on April 30, 1625, under the command of the Spanish Admiral Fradique de Toledo. The fleet consisted of 34 Spanish ships, 22 Portuguese ships and 12,500 men (three quarters were Spanish and the rest Portuguese). Its reconquest of the strategically important city of Salvador da Bahia and surrounding territory was decisive in determining the rest of the combined regular and irregular campaigns to oust the Dutch from Brazil in the next two decades
-
2000 navios espanhois derrotaram 1000 navios holandeses ao largo de pernanbunco
:shock: :shock:
:lol: :roll:
ate os albaneses- porque conquistaram o mundo para alexandre o grande :shock: :shock: :shock:
Outra abébia, foram os Macedónios ... :lol: :lol: :lol: 
na alturam eram os mesmos. le «germany puts the clock back» de edgar mowrer
-
2000 navios espanhois derrotaram 1000 navios holandeses ao largo de pernanbunco
:shock: :shock:
:lol: :roll:
na verdade fiz confusao,nao eram 2000 contra 1000 mas apenas o dobro de ibericos contra holandeses
In a remarkably short time the situation looked all but lost to the Portuguese with strategic ports and areas under Dutch control. With links to Portugal cut off and Dutch forces and colonisers growing in strength the resistance to Dutch rule was bound for eventual collapse. The turning point in the war occurred with the arrival of a powerful Iberian force on April 30, 1625, under the command of the Spanish Admiral Fradique de Toledo. The fleet consisted of 34 Spanish ships, 22 Portuguese ships and 12,500 men (three quarters were Spanish and the rest Portuguese). Its reconquest of the strategically important city of Salvador da Bahia and surrounding territory was decisive in determining the rest of the combined regular and irregular campaigns to oust the Dutch from Brazil in the next two decades
Tudo Bem, mas quem expulsou definitivamente os holandeses do Brasil, que foi ... quem foi ... Foram os Tugas em 1654 ... :wink: :lol: :lol:
-
2000 navios espanhois derrotaram 1000 navios holandeses ao largo de pernanbunco
:shock: :shock:
:lol: :roll:
na verdade fiz confusao,nao eram 2000 contra 1000 mas apenas o dobro de ibericos contra holandeses
In a remarkably short time the situation looked all but lost to the Portuguese with strategic ports and areas under Dutch control. With links to Portugal cut off and Dutch forces and colonisers growing in strength the resistance to Dutch rule was bound for eventual collapse. The turning point in the war occurred with the arrival of a powerful Iberian force on April 30, 1625, under the command of the Spanish Admiral Fradique de Toledo. The fleet consisted of 34 Spanish ships, 22 Portuguese ships and 12,500 men (three quarters were Spanish and the rest Portuguese). Its reconquest of the strategically important city of Salvador da Bahia and surrounding territory was decisive in determining the rest of the combined regular and irregular campaigns to oust the Dutch from Brazil in the next two decades
Tudo Bem, mas quem expulsou definitivamente os holandeses do Brasil, que foi ... quem foi ... Foram os Tugas em 1654 ... :wink: :lol: :lol:
with a little help from the english channel blockade and the natives of course 
na verdade se não fossem os arqueiros ingleses nao sei se nao hablariamos castelano hoy hermano
-
2000 navios espanhois derrotaram 1000 navios holandeses ao largo de pernanbunco
:shock: :shock:
:lol: :roll:
na verdade fiz confusao,nao eram 2000 contra 1000 mas apenas o dobro de ibericos contra holandeses
In a remarkably short time the situation looked all but lost to the Portuguese with strategic ports and areas under Dutch control. With links to Portugal cut off and Dutch forces and colonisers growing in strength the resistance to Dutch rule was bound for eventual collapse. The turning point in the war occurred with the arrival of a powerful Iberian force on April 30, 1625, under the command of the Spanish Admiral Fradique de Toledo. The fleet consisted of 34 Spanish ships, 22 Portuguese ships and 12,500 men (three quarters were Spanish and the rest Portuguese). Its reconquest of the strategically important city of Salvador da Bahia and surrounding territory was decisive in determining the rest of the combined regular and irregular campaigns to oust the Dutch from Brazil in the next two decades
Tudo Bem, mas quem expulsou definitivamente os holandeses do Brasil, que foi ... quem foi ... Foram os Tugas em 1654 ... :wink: :lol: :lol:
with a little help from the english channel blockade and the natives of course :roll:
, caso não saibas quem foi o grande responsavel pela derrota dos Castelhanos durante a crise de 1383-1385 foi Nuno Alvares Pereira ...
-
O fim do dominio holandês no nordesdte do Brasil
Batalhas que determinaram o fim do domínio holandês no Nordeste brasileiro, travadas, a 19/04/1648 e 18/02/1649, no Monte Guararapes, localizado ao sul so Recife, no povoado de Prazeres, atualmente um bairro do município de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife.
Nas duas ocasiões, os holandeses (que, anteriormente, já haviam perdido o primeiro grande confronto, a Batalha das Tabocas, saíram derrotados e teve início a debandada: com o Recife bloqueado por terra, quase todos os fortins já em poder dos reconquistadores (que tiveram à frente o comandante Martin Soares Moreno e os brasileiros João Fernandes Vieira, André Vidal de Negreiros e Henrique Dias, altos funcionários holandeses, civis e militares emigravam; os soldados desertavam; todos queriam fugir.
Vem o final de 1653 e só no Recife alguns holandeses resistiam, quando chega à costa pernambucana uma poderosa esquadra portuguesa, com 60 navios comandados por Pedro Jaques de Magalhães e pelo almirante Francisco de Brito Freire.
Com o bloqueio por mar e o assédio por terra, os holandeses se dão por vencidos e, a 26/01/1654, na Campina do Taborda, ao sul do Recife, assinam o termo de rendição, entregando a cidade e todas as fortalezas por eles levantadas no Nordeste brasileiro. Durante as batalhas, os holandeses estavam sob o comando de von Schkoppe.
http://www.pe-az.com.br/historia/batalha_guararapes.htm
-
na verdade se não fossem os arqueiros ingleses nao sei se nao hablariamos castelano hoy hermano
Para mim chega!
O que está a dizer é um idiotice de todo o tamanho e um tremendo insulto aos Portugueses nossos antepassados que arriscaram e deram a sua vida pela Independência!
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg13.photobucket.com%2Falbums%2Fv39%2Fpapatango%2FAlubarrota_forcas.jpg&hash=24f4d605d18e36d77fdaff77cb8f837f)
Aqui uma imagem da proporção das forças antes da batalha.
Feito especialmente para dar uma ideia da grande ajuda que tivemos dos ingleses...
Cumprimentos
Então ainda acha que foram mesmo os ingleses que nos salvaram?
Cure-se!
Desde que entrou neste tópico ainda não disse nada de jeito, só baboseiras!
Baboseiras que me envergonham e entristecem a mim e a outros foristas!
-
Devido ao prestígio e sucesso de Nuno Álvares Pereira, o número dos cavaleiros que o acompanhavam foi aumentando ao longo dos meses, tanto em 1384 como em 1385. Em Aljubarrota eram já cerca de 600 os cavaleiros. Eram homens experientes na arte da guerra e de uma grande dedicação e lealdade a Nuno Álvares Pereira. São estes os homens que em Aljubarrota constituem a vanguarda portuguesa, ou seja, o local de maior perigo, e que em primeiro lugar vai sofrer o choque do exército inimigo. Na sua parte central, a vanguarda portuguesa era constituída por três filas de cavaleiros, armados com escudos, lanças, espadas, maças de armas ou machados. Eram o corpo de elite do exército português.
Estes sim, foram quem teve um dos papéis mais importantes durante a batalha.
Aprende antes de falar!
-
na verdade se não fossem os arqueiros ingleses nao sei se nao hablariamos castelano hoy hermano
Para mim chega!
O que está a dizer é um idiotice de todo o tamanho e um tremendo insulto aos Portugueses nossos antepassados que arriscaram e deram a sua vida pela Independência!
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg13.photobucket.com%2Falbums%2Fv39%2Fpapatango%2FAlubarrota_forcas.jpg&hash=24f4d605d18e36d77fdaff77cb8f837f)
Aqui uma imagem da proporção das forças antes da batalha.
Feito especialmente para dar uma ideia da grande ajuda que tivemos dos ingleses...
Cumprimentos
Então ainda acha que foram mesmo os ingleses que nos salvaram?
Cure-se!
Desde que entrou neste tópico ainda não disse nada de jeito, só baboseiras!
Baboseiras que me envergonham e entristecem a mim e a outros foristas!
sem os arqueiros as coisas tinham sido diferentes ou os professores de agora não mencionam isso??
o advogado do diabo
-
O fim do dominio holandês no nordesdte do Brasil
Batalhas que determinaram o fim do domínio holandês no Nordeste brasileiro, travadas, a 19/04/1648 e 18/02/1649, no Monte Guararapes, localizado ao sul so Recife, no povoado de Prazeres, atualmente um bairro do município de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife.
Nas duas ocasiões, os holandeses (que, anteriormente, já haviam perdido o primeiro grande confronto, a Batalha das Tabocas, saíram derrotados e teve início a debandada: com o Recife bloqueado por terra, quase todos os fortins já em poder dos reconquistadores (que tiveram à frente o comandante Martin Soares Moreno e os brasileiros João Fernandes Vieira, André Vidal de Negreiros e Henrique Dias, altos funcionários holandeses, civis e militares emigravam; os soldados desertavam; todos queriam fugir.
Vem o final de 1653 e só no Recife alguns holandeses resistiam, quando chega à costa pernambucana uma poderosa esquadra portuguesa, com 60 navios comandados por Pedro Jaques de Magalhães e pelo almirante Francisco de Brito Freire.
Com o bloqueio por mar e o assédio por terra, os holandeses se dão por vencidos e, a 26/01/1654, na Campina do Taborda, ao sul do Recife, assinam o termo de rendição, entregando a cidade e todas as fortalezas por eles levantadas no Nordeste brasileiro. Durante as batalhas, os holandeses estavam sob o comando de von Schkoppe.
http://www.pe-az.com.br/historia/batalha_guararapes.htm
os ditos holandeses eram quase todos mercenários estrangeiros descontentes e desmoralizados pelas condiçoes climatericas e o pagamento
-
Devido ao prestígio e sucesso de Nuno Álvares Pereira, o número dos cavaleiros que o acompanhavam foi aumentando ao longo dos meses, tanto em 1384 como em 1385. Em Aljubarrota eram já cerca de 600 os cavaleiros. Eram homens experientes na arte da guerra e de uma grande dedicação e lealdade a Nuno Álvares Pereira. São estes os homens que em Aljubarrota constituem a vanguarda portuguesa, ou seja, o local de maior perigo, e que em primeiro lugar vai sofrer o choque do exército inimigo. Na sua parte central, a vanguarda portuguesa era constituída por três filas de cavaleiros, armados com escudos, lanças, espadas, maças de armas ou machados. Eram o corpo de elite do exército português.
Estes sim, foram quem teve um dos papéis mais importantes durante a batalha.
Aprende antes de falar!
Apoiado,este senhor MachodesLuso,deviam lhe ter ensinado que quando não se sabe,devia-se estar calado.
-
na verdade se não fossem os arqueiros ingleses nao sei se nao hablariamos castelano hoy hermano
Para mim chega!
O que está a dizer é um idiotice de todo o tamanho e um tremendo insulto aos Portugueses nossos antepassados que arriscaram e deram a sua vida pela Independência!
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg13.photobucket.com%2Falbums%2Fv39%2Fpapatango%2FAlubarrota_forcas.jpg&hash=24f4d605d18e36d77fdaff77cb8f837f)
Aqui uma imagem da proporção das forças antes da batalha.
Feito especialmente para dar uma ideia da grande ajuda que tivemos dos ingleses...
Cumprimentos
Então ainda acha que foram mesmo os ingleses que nos salvaram?
Cure-se!
Desde que entrou neste tópico ainda não disse nada de jeito, só baboseiras!
Baboseiras que me envergonham e entristecem a mim e a outros foristas!
sem os arqueiros as coisas tinham sido diferentes ou os professores de agora não mencionam isso??
o advogado do diabo 
Provalvelmente, o resultado teria sido o mesmo.
Os arqueiros são um elemento potenciador de força, e não se envolvem na luta corpo-a-corpo. Só em último caso.
E como todos sabemos ( ou devíamos saber ) a Batalha de Aljubarrota foi essencialmente uma batalha de choque, de corpo-a-corpo, um combate próximo entre as duas hostes.
-
na verdade se não fossem os arqueiros ingleses nao sei se nao hablariamos castelano hoy hermano
Para mim chega!
O que está a dizer é um idiotice de todo o tamanho e um tremendo insulto aos Portugueses nossos antepassados que arriscaram e deram a sua vida pela Independência!
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg13.photobucket.com%2Falbums%2Fv39%2Fpapatango%2FAlubarrota_forcas.jpg&hash=24f4d605d18e36d77fdaff77cb8f837f)
Aqui uma imagem da proporção das forças antes da batalha.
Feito especialmente para dar uma ideia da grande ajuda que tivemos dos ingleses...
Cumprimentos
Então ainda acha que foram mesmo os ingleses que nos salvaram?
Cure-se!
Desde que entrou neste tópico ainda não disse nada de jeito, só baboseiras!
Baboseiras que me envergonham e entristecem a mim e a outros foristas!
sem os arqueiros as coisas tinham sido diferentes ou os professores de agora não mencionam isso??
o advogado do diabo 
Provalvelmente, o resultado teria sido o mesmo.
Os arqueiros são um elemento potenciador de força, e não se envolvem na luta corpo-a-corpo. Só em último caso.
E como todos sabemos ( ou devíamos saber ) a Batalha de Aljubarrota por essencialmente uma batalha de choque, de corpo-a-corpo, um combate próximo entre as duas hostes.
perdao os espanhois cairam numa armadilha em que praticamente nao se puderam defender e se pensas que os arqueieos sao assim tao pouco imortantes adivinha como é que os ingleses ganharam agincourt,crecy etc
-
na verdade se não fossem os arqueiros ingleses nao sei se nao hablariamos castelano hoy hermano
Para mim chega!
O que está a dizer é um idiotice de todo o tamanho e um tremendo insulto aos Portugueses nossos antepassados que arriscaram e deram a sua vida pela Independência!
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg13.photobucket.com%2Falbums%2Fv39%2Fpapatango%2FAlubarrota_forcas.jpg&hash=24f4d605d18e36d77fdaff77cb8f837f)
Aqui uma imagem da proporção das forças antes da batalha.
Feito especialmente para dar uma ideia da grande ajuda que tivemos dos ingleses...
Cumprimentos
Então ainda acha que foram mesmo os ingleses que nos salvaram?
Cure-se!
Desde que entrou neste tópico ainda não disse nada de jeito, só baboseiras!
Baboseiras que me envergonham e entristecem a mim e a outros foristas!
sem os arqueiros as coisas tinham sido diferentes ou os professores de agora não mencionam isso??
o advogado do diabo 
Provalvelmente, o resultado teria sido o mesmo.
Os arqueiros são um elemento potenciador de força, e não se envolvem na luta corpo-a-corpo. Só em último caso.
E como todos sabemos ( ou devíamos saber ) a Batalha de Aljubarrota por essencialmente uma batalha de choque, de corpo-a-corpo, um combate próximo entre as duas hostes.
perdao os espanhois cairam numa armadilha em que praticamente nao se puderam defender
Perdão eu!
Então agora já foi uma armadilha em que os castelhanos caíram???
Há bocado o senhor dizia que foram os arqueiros ingleses que ganharam a batalha, por isso decida-se...
-
na verdade se não fossem os arqueiros ingleses nao sei se nao hablariamos castelano hoy hermano
Para mim chega!
O que está a dizer é um idiotice de todo o tamanho e um tremendo insulto aos Portugueses nossos antepassados que arriscaram e deram a sua vida pela Independência!
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg13.photobucket.com%2Falbums%2Fv39%2Fpapatango%2FAlubarrota_forcas.jpg&hash=24f4d605d18e36d77fdaff77cb8f837f)
Aqui uma imagem da proporção das forças antes da batalha.
Feito especialmente para dar uma ideia da grande ajuda que tivemos dos ingleses...
Cumprimentos
Então ainda acha que foram mesmo os ingleses que nos salvaram?
Cure-se!
Desde que entrou neste tópico ainda não disse nada de jeito, só baboseiras!
Baboseiras que me envergonham e entristecem a mim e a outros foristas!
sem os arqueiros as coisas tinham sido diferentes ou os professores de agora não mencionam isso??
o advogado do diabo :?:
-
na verdade se não fossem os arqueiros ingleses nao sei se nao hablariamos castelano hoy hermano
Para mim chega!
O que está a dizer é um idiotice de todo o tamanho e um tremendo insulto aos Portugueses nossos antepassados que arriscaram e deram a sua vida pela Independência!
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg13.photobucket.com%2Falbums%2Fv39%2Fpapatango%2FAlubarrota_forcas.jpg&hash=24f4d605d18e36d77fdaff77cb8f837f)
Aqui uma imagem da proporção das forças antes da batalha.
Feito especialmente para dar uma ideia da grande ajuda que tivemos dos ingleses...
Cumprimentos
Então ainda acha que foram mesmo os ingleses que nos salvaram?
Cure-se!
Desde que entrou neste tópico ainda não disse nada de jeito, só baboseiras!
Baboseiras que me envergonham e entristecem a mim e a outros foristas!
sem os arqueiros as coisas tinham sido diferentes ou os professores de agora não mencionam isso??
o advogado do diabo 
Provalvelmente, o resultado teria sido o mesmo.
Os arqueiros são um elemento potenciador de força, e não se envolvem na luta corpo-a-corpo. Só em último caso.
E como todos sabemos ( ou devíamos saber ) a Batalha de Aljubarrota por essencialmente uma batalha de choque, de corpo-a-corpo, um combate próximo entre as duas hostes.
perdao os espanhois cairam numa armadilha em que praticamente nao se puderam defender
Perdão eu!
Então agora já foi uma armadilha em que os castelhanos caíram???
Há bocado o senhor dizia que foram os arqueiros ingleses que ganharam a batalha, por isso decida-se...
http://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_Aljubarrota (http://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_Aljubarrota)
como podes ver houve varios factores que levaram a derrota espanhola noeadamente o esgotamento dos soldados em pleno verão e a astucia inglesa
-
sem os arqueiros as coisas tinham sido diferentes ou os professores de agora não mencionam isso??
o advogado do diabo 
Achas que os castelhanos vieram sozinhos? Os castelhanos tiveram muito mais apoio que os portugueses, eles vieram acompanhados com os seus aliados franceses, que trouxeram dos melhores cavaleiros da nobreza francesa, e também soldados da actual Itália (neste tempo Itália ainda não existia. Os franceses e os "italianos" do lado castelhano eram em muito maior numero que os ingleses do nosso lado.
Os castelhanos fizeram as suas alianças, e nós fizemos as nossas, cada um jogou os seus trunfos, no fim apurou-se o resultado final.
-
sem os arqueiros as coisas tinham sido diferentes ou os professores de agora não mencionam isso??
o advogado do diabo 
Achas que os castelhanos vieram sozinhos? Os castelhanos tiveram muito mais apoio que os portugueses, eles vieram acompanhados com os seus aliados franceses, que trouxeram dos melhores cavaleiros da nobreza francesa, e também soldados da actual Itália (neste tempo Itália ainda não existia. Os franceses e os "italianos" do lado castelhano eram em muito maior numero que os ingleses do nosso lado.
Os castelhanos fizeram as suas alianças, e nós fizemos as nossas, cada um jogou os seus trunfos, no fim apurou-se o resultado final.
fazes ideia quantos cavaleiros um daqueles arqueiros matava por minuto? faz uma pesquiza
-
sem os arqueiros as coisas tinham sido diferentes ou os professores de agora não mencionam isso??
o advogado do diabo 
Achas que os castelhanos vieram sozinhos? Os castelhanos tiveram muito mais apoio que os portugueses, eles vieram acompanhados com os seus aliados franceses, que trouxeram dos melhores cavaleiros da nobreza francesa, e também soldados da actual Itália (neste tempo Itália ainda não existia. Os franceses e os "italianos" do lado castelhano eram em muito maior numero que os ingleses do nosso lado.
Os castelhanos fizeram as suas alianças, e nós fizemos as nossas, cada um jogou os seus trunfos, no fim apurou-se o resultado final.
fazes ideia quantos cavaleiros um daqueles arqueiros matava por minuto? faz uma pesquisa
An experienced military longbowman was expected to shoot twenty aimed shots per minute.[citation needed] A typical military longbow archer would be provided with between 60 and 72 arrows at the time of battle,[citation needed] which would last the archer from three to six minutes, at full rate of shooting.
-
sem os arqueiros as coisas tinham sido diferentes ou os professores de agora não mencionam isso??
o advogado do diabo 
Achas que os castelhanos vieram sozinhos? Os castelhanos tiveram muito mais apoio que os portugueses, eles vieram acompanhados com os seus aliados franceses, que trouxeram dos melhores cavaleiros da nobreza francesa, e também soldados da actual Itália (neste tempo Itália ainda não existia. Os franceses e os "italianos" do lado castelhano eram em muito maior numero que os ingleses do nosso lado.
Os castelhanos fizeram as suas alianças, e nós fizemos as nossas, cada um jogou os seus trunfos, no fim apurou-se o resultado final.
fazes ideia quantos cavaleiros um daqueles arqueiros matava por minuto? faz uma pesquisa
An experienced military longbowman was expected to shoot twenty aimed shots per minute.[citation needed] A typical military longbow archer would be provided with between 60 and 72 arrows at the time of battle,[citation needed] which would last the archer from three to six minutes, at full rate of shooting.
-
Were you born a fat, slimy, scumbag puke piece o' shit, Private Pyle, or did you have to work on it?
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fken-goeasy2.seesaa.net%2Fimage%2Ffull-metal-jacket-PDVD_00701.jpg&hash=af1039ae1033f58e61bfa54807fe72e5)
E agora voltem ao tópico
-
Were you born a fat, slimy, scumbag puke piece o' shit, Private Pyle, or did you have to work on it?
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fken-goeasy2.seesaa.net%2Fimage%2Ffull-metal-jacket-PDVD_00701.jpg&hash=af1039ae1033f58e61bfa54807fe72e5)
E agora voltem ao tópico
ok
-
acho estranho que o pessoal dê trela a um muito provavel espanhol ou brasiliero (se for este o caso provavelmente um favelado) anti-portugues a fazer se passar por um Macho Luso.
pois deturpa historia ,subvalorisa ou supervalorisa tudo o que póssa contrariar o topico deste tread.
por exemplo de tatica e história militar não percebe nada, pois confunde Aljubarrota com Ajencourt ou Crecy, ou imagina que é na altura dos descobrimentos eram possiveis frotas de milhares de navios oceanicos, ou sub valoriza os nóssos inimigos, ou diz que as nóssas vitórias se deveram a factores estrangeiros, etc...
-
Were you born a fat, slimy, scumbag puke piece o' shit, Private Pyle, or did you have to work on it?
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fken-goeasy2.seesaa.net%2Fimage%2Ffull-metal-jacket-PDVD_00701.jpg&hash=af1039ae1033f58e61bfa54807fe72e5)
E agora voltem ao tópico
[/b]
Obrigado, Lancero.
-
acho estranho que o pessoal dê trela a um muito provavel espanhol ou brasiliero (se for este o caso provavelmente um favelado) anti-portugues a fazer se passar por um Macho Luso.
pois deturpa historia ,subvalorisa ou supervalorisa tudo o que póssa contrariar o topico deste tread.
por exemplo de tatica e história militar não percebe nada, pois confunde Aljubarrota com Ajencourt ou Crecy, ou imagina que é na altura dos descobrimentos eram possiveis frotas de milhares de navios oceanicos, ou sub valoriza os nóssos inimigos, ou diz que as nóssas vitórias se deveram a factores estrangeiros, etc...
alguma vez ele pode ser português??
-
acho estranho que o pessoal dê trela a um muito provavel espanhol ou brasiliero (se for este o caso provavelmente um favelado) anti-portugues a fazer se passar por um Macho Luso.
pois deturpa historia ,subvalorisa ou supervalorisa tudo o que póssa contrariar o topico deste tread.
por exemplo de tatica e história militar não percebe nada, pois confunde Aljubarrota com Ajencourt ou Crecy, ou imagina que é na altura dos descobrimentos eram possiveis frotas de milhares de navios oceanicos, ou sub valoriza os nóssos inimigos, ou diz que as nóssas vitórias se deveram a factores estrangeiros, etc...
alguma vez ele pode ser português?? 
JÁ CHEGA !
CINJA-SE AO TEMA DO TÓPICO !
-
Para dar um novo ânimo ao tópico, que começa a ser mal frequentado, aqui vai:
-------------AS SETE MARAVILHAS DE ORIGEM PORTUGUESA---------
"Depois das maravilhas portuguesas e das maravilhas mundiais, surge agora a votação para as «7 Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo». São 22 locais espalhados em vários continentes, todos com comprovada presença portuguesa.
A votação está disponível num site específico (http://www.7maravilhas.sapo.pt/Default.aspx (http://www.7maravilhas.sapo.pt/Default.aspx)), onde também é possível obter mais informações sobre os critérios de classificação dos diferentes monumentos a Património da Humanidade e informação sobre cada um dos 22 Monumentos. A votação começa a 7 de Dezembro e a cerimónia oficial terá lugar a 10 de Junho de 2009.
Segundo a organização, Portugal é «o país que deixou mais património com maior diversidade geográfica, tendo 22 monumentos de origem portuguesa espalhados pelo globo, classificados como Património da Humanidade pela UNESCO».
Os 22 Monumentos que serão sujeitos a votação são:
África
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F51.JPG&hash=a1e4b42a57151919c3010b6c6487dec0)
Etiópia - Cidadela de Fasil Ghebi
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F50.JPG&hash=7580d760017b76ca10834e567cf487f4)
Gambia - Ilha de James
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F49.JPG&hash=17a2f5274a819b2760a82079771e6750)
Gana - Fortes e Castelos em Volta, Greater Accra
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F54.JPG&hash=5bd11bb9d874c4fe5e7a07482dcd3ee6)
Marrocos - Cidade Portuguesa de Mazagão (El Jadida)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Finlinethumb14.webshots.com%2F13261%2F2950411120102646321S600x600Q85.jpg&hash=41bc80050f261f07c995f943db9dd84a)
Moçambique - Ilha de Moçambique
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F46.JPG&hash=b25f51c85bcc2b3a210389a46ff8c6e7)
Senegal - Ilha de Goreia
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F44.JPG&hash=3863ad73e68b625c57ed1fe2ce2ac9d3)
Tanzânia - Ruínas de Kilwa e de Songo Mnara
América do Sul
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F45.JPG&hash=b8c169ac9efd9c307e4e5cc816c35319)
Argentina e Brasil - Missões Jesuítas dos Guarani
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F43.JPG&hash=13d232dc7ae7855d35fcf486280bffd6)
Brasil - Centro Histórico de S. Salvador
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F41.JPG&hash=fffacc513a56bd5d612db5884481e4c0)
Brasil - Centro Histórico de S. Luís
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F42.JPG&hash=5600cfc8ba07a802dbe487601c0bb5b6)
Brasil - Centro Histórico de Diamantina
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F52.JPG&hash=2ecb266dcfb90036cd9d254b62c6e8bc)
Brasil - Centro Histórico de Goiás
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F40.JPG&hash=65289e8e8178d80df1717a58a8ef7057)
Brasil - Centro Histórico de Olinda
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F39.JPG&hash=bd4ca8d1f57fe9671d9aae65be10e23a)
Brasil - Centro Histórico de Ouro Preto
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F37.JPG&hash=623d231bd3d027545284b7f9c2c2649d)
Brasil - Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F36.JPG&hash=43b84b14f24bc5c745fc780ec09cb66e)
Paraguai - Missões Jesuítas de Trinidad do Paraná e Jesus de Tavaranque
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F35.JPG&hash=57433efdc2ab5602506cec5402dec1be)
Uruguai - Bairro Histórico da Colónia de Sacramento
Ásia
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F34.JPG&hash=050d13cb0d866dc63e1e2112cde73d35)
Bahrain - Sítio Arqueológico de Qal at al-Bahrain
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F33.JPG&hash=d18c3ec87dccf45044baae56ddb98373)
China - Centro Histórico de Macau
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F32.JPG&hash=d5a260e21b8c6e12aad19e7d342bbc5b)
Índia - Igrejas e Conventos de Goa
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F31.JPG&hash=7e9812b12a0aebac0f1338f70ecd4f7f)
Sri Lanka - Cidade Velha de Galle e suas Fortificações
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.7maravilhas.sapo.pt%2Fimages%2Fmedia%2F53.JPG&hash=2cda93d0293635cea09b04009f592382)
Malásia - Centro Histórico de Malaca
Já agora, em qual votavam?
-
Eu gostei das construções todas. A maioria das construções fez me lembrar a série de episódios que a rtp2 fez sobre a Magalhães e a sua volta ao mundo. Para minha um dos maiores feitos que um Português fez.
-
talvez a ilha de moçambique
-
A cidade portuguesa de Mazagão ... c34x
-
Como diz a música do Vitorino,
Nau de vela em cruz.
Foi nas ondas do mar
do mundo inteiro,
terras de perdição,
parco Império, mil almas
por pau de canela e Mazagão.
http://www.youtube.com/watch?v=wvYG8m-PllI (http://www.youtube.com/watch?v=wvYG8m-PllI)
A minha favorita também é a praça de Mazagão.
E é uma das que está mais bem conservada. Mas como eu prefiro as construções militares era uma escolha óbvia
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%2Fwikipedia%2Fcommons%2F3%2F3a%2FEl_Jadida_panorama.jpg&hash=fae4216d53b78024c989a3448caea124)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.khabiritransport.com%2Fimages%2Fvilles%2Fciternebeau.jpg&hash=8d53322dfc3b65b1fd251bdaf15cfd6d)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.5cense.com%2FMorocco%2F36_el_jadida_city_portuguese.JPG&hash=a40d23307f7204f7785de8bb001daa54)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Flh4.ggpht.com%2F_4qT4-Hi0rwQ%2FRiq_z7TWHtI%2FAAAAAAAABj4%2FWFlHpmAiwec%2F100_2669.JPG&hash=47fbc030941f0d57d423705e059702a6)
-
Como diz a música do Vitorino,
Nau de vela em cruz.
Foi nas ondas do mar
do mundo inteiro,
terras de perdição,
parco Império, mil almas
por pau de canela e Mazagão.
http://www.youtube.com/watch?v=wvYG8m-PllI (http://www.youtube.com/watch?v=wvYG8m-PllI)
A minha favorita também é a praça de Mazagão.
E é uma das que está mais bem conservada. Mas como eu prefiro as construções militares era uma escolha óbvia
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%2Fwikipedia%2Fcommons%2F3%2F3a%2FEl_Jadida_panorama.jpg&hash=fae4216d53b78024c989a3448caea124)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.khabiritransport.com%2Fimages%2Fvilles%2Fciternebeau.jpg&hash=8d53322dfc3b65b1fd251bdaf15cfd6d)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.5cense.com%2FMorocco%2F36_el_jadida_city_portuguese.JPG&hash=a40d23307f7204f7785de8bb001daa54)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Flh4.ggpht.com%2F_4qT4-Hi0rwQ%2FRiq_z7TWHtI%2FAAAAAAAABj4%2FWFlHpmAiwec%2F100_2669.JPG&hash=47fbc030941f0d57d423705e059702a6)
é pena raramente mostrarem estas coisas na TV. Normalmente têm que ser os estrangeiros a fazer programas em que semostram as nossas construções imperiais. O canal história já passou alguns bons,nomeadamente sobre o Camões
-
é pena raramente mostrarem estas coisas na TV. Normalmente têm que ser os estrangeiros a fazer programas em que semostram as nossas construções imperiais. O canal história já passou alguns bons,nomeadamente sobre o Camões
Isso ainda se deve ao facto de Portugal ter atravessado por um regime que fazia uso de símbolos do passado histórico português para uso próprio. Veja-se o caso da bandeira de D.João I, depois adoptada como estandarte da Mocidade Portuguesa. Como esta, também as da Ordem de Aviz, de D. Afonso Henriques, e por aí em diante...
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.eb23-rates.rcts.pt%2Fdepartamentos_files%2Fhistoria_geografia_files%2Fhistoria_files%2Ftema10_files%2Fensino_dur_ditadura_files%2Fmocidade_portuguesa.jpg&hash=14f9897df7b3f627ecf0b28c116c3790)
Quando se deu a revolução, consequentemente a queda do regime, e com o que se seguiu, com influências claramente de esquerda, todos esses símbolos gloriosos do passado foram associados a Salazar, e quase que proíbidos...
Veja-se o exemplo do grupo " Heróis do Mar" que sofreu na "pele" o facto de se apresentarem com um visual "militar" e de se fazerem acompanhar por bandeiras históricas, além da conotação das suas músicas, que algumas almas "iluminadas" queriam associar ao fascismo.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi3.photobucket.com%2Falbums%2Fy56%2Faristides2%2Faristides3%2Faristides4%2FAristides6%2Fheroisdomar-paixao.jpg&hash=1e22387d576804c97595c23bb0cf126d)
Tudo isto faz com que, injustamente, as televisões "não vão lá muito à bola" em divulgar ao grande público estas glórias do passado... não vá alguém acusá-los de ser fascistas...
-
é pena raramente mostrarem estas coisas na TV. Normalmente têm que ser os estrangeiros a fazer programas em que semostram as nossas construções imperiais. O canal história já passou alguns bons,nomeadamente sobre o Camões
Isso ainda se deve ao facto de Portugal ter atravessado por um regime que fazia uso de símbolos do passado histórico português para uso próprio. Veja-se o caso da bandeira de D.João I, depois adoptada como estandarte da Mocidade Portuguesa. Como esta, também as da Ordem de Aviz, de D. Afonso Henriques, e por aí em diante...
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.eb23-rates.rcts.pt%2Fdepartamentos_files%2Fhistoria_geografia_files%2Fhistoria_files%2Ftema10_files%2Fensino_dur_ditadura_files%2Fmocidade_portuguesa.jpg&hash=14f9897df7b3f627ecf0b28c116c3790)
Quando se deu a revolução, consequentemente a queda do regime, e com o que se seguiu, com influências claramente de esquerda, todos esses símbolos gloriosos do passado foram associados a Salazar, e quase que proíbidos...
Veja-se o exemplo do grupo " Heróis do Mar" que sofreu na "pele" o facto de se apresentarem com um visual "militar" e de se fazerem acompanhar por bandeiras históricas, além da conotação das suas músicas, que algumas almas "iluminadas" queriam associar ao fascismo.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi3.photobucket.com%2Falbums%2Fy56%2Faristides2%2Faristides3%2Faristides4%2FAristides6%2Fheroisdomar-paixao.jpg&hash=1e22387d576804c97595c23bb0cf126d)
Tudo isto faz com que, injustamente, as televisões "não vão lá muito à bola" em divulgar ao grande público estas glórias do passado... não vá alguém acusá-los de ser fascistas... :roll: :(
-
é pena raramente mostrarem estas coisas na TV. Normalmente têm que ser os estrangeiros a fazer programas em que semostram as nossas construções imperiais. O canal história já passou alguns bons,nomeadamente sobre o Camões
Isso ainda se deve ao facto de Portugal ter atravessado por um regime que fazia uso de símbolos do passado histórico português para uso próprio. Veja-se o caso da bandeira de D.João I, depois adoptada como estandarte da Mocidade Portuguesa. Como esta, também as da Ordem de Aviz, de D. Afonso Henriques, e por aí em diante...
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.eb23-rates.rcts.pt%2Fdepartamentos_files%2Fhistoria_geografia_files%2Fhistoria_files%2Ftema10_files%2Fensino_dur_ditadura_files%2Fmocidade_portuguesa.jpg&hash=14f9897df7b3f627ecf0b28c116c3790)
Quando se deu a revolução, consequentemente a queda do regime, e com o que se seguiu, com influências claramente de esquerda, todos esses símbolos gloriosos do passado foram associados a Salazar, e quase que proíbidos...
Veja-se o exemplo do grupo " Heróis do Mar" que sofreu na "pele" o facto de se apresentarem com um visual "militar" e de se fazerem acompanhar por bandeiras históricas, além da conotação das suas músicas, que algumas almas "iluminadas" queriam associar ao fascismo.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi3.photobucket.com%2Falbums%2Fy56%2Faristides2%2Faristides3%2Faristides4%2FAristides6%2Fheroisdomar-paixao.jpg&hash=1e22387d576804c97595c23bb0cf126d)
Tudo isto faz com que, injustamente, as televisões "não vão lá muito à bola" em divulgar ao grande público estas glórias do passado... não vá alguém acusá-los de ser fascistas... :roll: :(
pior só as telenovelas e a Manuela Boca Guedes 
-
Retirado do blog www.amateriadotempo.blogspot.com (http://www.amateriadotempo.blogspot.com)
--------------------Os "Portugueses" de Malaca ---------------------(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.flotacionneutral.es%2Fwp-content%2Fuploads%2F2008%2F04%2Fpicture-031.jpg&hash=27308e0fa2d627a8df8ac908b6959b43)
"Malaca, cidade situada no estreito do mesmo nome e actualmente pertencente à Malásia, foi conquistada por Afonso de Albuquerque em 1511 e esteve em poder dos portugueses até 1641, ano em que foi conquistada pelos holandeses.
À semelhança do que aconteceu em outras cidades e territórios conquistados por Portugal no Oriente, a miscigenação entre os conquistadores portugueses e a população local foi incentivada por Afonso de Albuquerque e pelos seus sucessores. Resultou desta política uma população mestiça, falante de português, praticante da religião católica e fiel a Portugal.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.almadeviajante.com%2Ffotos%2Fmalasia%2F08-malasia.jpg&hash=08ab0cfe3cbd29a2e01561c4bfb7ef14)
Actualmente, 366 anos depois de os portugueses terem saído de Malaca (trezentos e sessenta e seis anos, repito), ainda há naquela cidade pessoas que se chamam a si próprias portuguesas, falam um crioulo de base portuguesa chamado Papiá Cristão (Kristang em malaio) e continuam a professar o catolicismo. São na sua maioria pescadores e pobres, mas não miseráveis. Muitos mudaram para outras cidades à procura de melhores condições de vida, havendo comunidades de "portugueses" de Malaca, nomeadamente, em Kuala Lumpur (a capital da Malásia) e em Singapura.
Chega a ser comovente o apego daquela gente a Portugal. Orgulham-se dos seus antepassados portugueses, interessam-se por tudo o que diz respeito ao nosso país, conhecem muitas canções modernas portuguesas e até procuram reproduzir as nossas danças folclóricas. Sentem-se portugueses, sem renegarem a sua nacionalidade malaia, mesmo sabendo que nunca terão a oportunidade de algum dia vir a Portugal.
E nós, que aqui estamos neste "jardim à beira-mar plantado", que sabemos deles? Nada, nem sequer sabemos que eles existem, os nossos irmãos "portugueses" de Malaca!"
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fdiscoveryholiday.com%2Fimages%2FFamosa-Melaka.jpg&hash=226978aa9b200e7ece2a23f87bc958c0)
Porta de Santiago, que é tudo o que resta da antiga fortaleza portuguesa, "A Famosa" como Afonso de Albuquerque lhe chamou.
-
Peter Trickett continua a defender primazia da descoberta portuguesa da Austrália e prepara documentário na TV sobre a matéria
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg442.imageshack.us%2Fimg442%2F8435%2Fmapajc0.jpg&hash=c77cd3357737ab55eb41e7aab5226043)
O estudioso australiano Peter Trickett defende terem os portugueses descoberto a Austrália 250 anos antes do capitão James Cook e está a preparar um documentário televisivo sobre esta matéria.
Em declarações à Lusa, o autor mostrou-se convencido de que, pela experiência que já teve com o seu livro, "Para além de Capricórnio", em que procura demonstrar que os portugueses aportaram aquelas paragens pelo menos 250 anos antes do capitão James Cook em 1770, "o público em geral irá ter grande interesse".
"A tese da descoberta portuguesa da Austrália tem um bom acolhimento por parte do leitor comum, que a aceita bem. O mesmo não acontece no meio académico, que acha que não é possível e não pode ser verdadeira, apesar das provas apontadas", disse Trickett.
Segundo o historiador, terá sido o navegador Cristóvão Mendonça, por volta de 1522, o primeiro português a avistar as costas australianas, quando navegava na zona por ordem de D. Manuel I, que o enviara em busca da "ilha de Ouro" citada nos relatos de Marco Pólo.
Trickett fundamentou esta sua afirmação em mapas de origem portuguesa que cartografaram parcialmente a Austrália já no século XVI, tendo-lhe atribuído o nome de "Terra de Java".
Mendonça terá ancorado ao largo da actual Botany Bay, que cartografou, referindo as "montanhas de neve", dunas de areia branca que ali existiram até serem domadas pela relva de um campo de golfe, segundo declarações do autor à Lusa.
O estudioso australiano menciona ainda os cerca de 150 topónimos australianos "de clara origem portuguesa".
"Que explicação se pode dar para tal?", questionou.
Além dos mapas de origem portuguesa, Trickett aponta o aparecimento em mares australianos de dois potes de cerâmica de estilo português. Um deles foi datado como sendo do ano 1500, o da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral, o outro aguarda datação.
Na área arqueológica cita-se também a descoberta de um peso de pesca com 500 anos, em Fraser Island, no Estado australiano de Queensland.
A política de sigilo das monarquias ibéricas, designadamente dos reis D. João II e D. Manuel I, e que terá encoberto o conhecimento do Brasil, foi também praticada relativamente a esta "Terra de Java", a Austrália actual, defende o historiador.
Tudo aponta, seguindo Trickett, para "uma clara antecipação da descoberta da Austrália pelos portugueses, a mando de D. Manuel I na busca da ilha de ouro". Hoje, a Austrália é o terceiro maior produtor mundial de ouro.
Os meios académicos não aceitam esta tese, ao contrário do que aconteceu com a tese da primazia da descoberta Viking da América do Norte, que, após provas arqueológicas apresentadas por Helge Inglstad, é hoje amplamente aceite.
Para Trickett, "a natureza humana é o que é, não aceita ter-se enganado ou dizer que errou, tanto mais quando se trata de académicos, com teses e trabalhos teóricos publicados sobre o assunto, a terem de admitir que erraram".
Acresce a esta "negação da primazia lusa" o facto de Peter Trickett não ser um académico, vir do meio jornalístico e não universitário.
"É certo que dizem que a tese é errada, insustentável, mas não fizeram até hoje qualquer crítica séria do ponto de vista científico. Penso que acham que a minha tese é difícil de combater e preferem não dizer nada de concreto", sublinhou.
O estudioso afirmou à Lusa que continua a investigar o assunto e que o seu editor projecta editar a obra em Espanha e na Holanda, onde há uma tese que refere que navegadores holandeses terão também avistado costas australianas antes de Cook.
Para Peter Trickett, porém, foram os navegadores portugueses que "exploraram e cartografaram efectivamente as costas australianas, bem como parte substancial das da vizinha Nova Zelândia", com base quer nos mapas, quer nos primeiros achados arqueológicos em meio marítimo.
Lusa
Este homem não descansa enquanto não for aceite a sua tese da Descoberta Portuguesa da Austrália pelos académicos australianos, já li o livro dele Para Além de Capricórnio e aconselho vivamente quem se interessa por estas questões ... c34x
P.S O Peter Trickett já merecia uma medalha do governo português ... :lol: 
Bem haja caro Peter ... (https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hondasociety.com%2Fboard%2Fimages%2Fpaulie%2Fsmilies%2Fbowdown.gif&hash=214a09e86562fedfd22e7d302471e2c2) (https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hondasociety.com%2Fboard%2Fimages%2Fpaulie%2Fsmilies%2Fbowdown.gif&hash=214a09e86562fedfd22e7d302471e2c2)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hondasociety.com%2Fboard%2Fimages%2Fpaulie%2Fsmilies%2Fbowdown.gif&hash=214a09e86562fedfd22e7d302471e2c2)
-
Peter Trickett continua a defender primazia da descoberta portuguesa da Austrália e prepara documentário na TV sobre a matéria
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg442.imageshack.us%2Fimg442%2F8435%2Fmapajc0.jpg&hash=c77cd3357737ab55eb41e7aab5226043)
O estudioso australiano Peter Trickett defende terem os portugueses descoberto a Austrália 250 anos antes do capitão James Cook e está a preparar um documentário televisivo sobre esta matéria.
Em declarações à Lusa, o autor mostrou-se convencido de que, pela experiência que já teve com o seu livro, "Para além de Capricórnio", em que procura demonstrar que os portugueses aportaram aquelas paragens pelo menos 250 anos antes do capitão James Cook em 1770, "o público em geral irá ter grande interesse".
"A tese da descoberta portuguesa da Austrália tem um bom acolhimento por parte do leitor comum, que a aceita bem. O mesmo não acontece no meio académico, que acha que não é possível e não pode ser verdadeira, apesar das provas apontadas", disse Trickett.
Segundo o historiador, terá sido o navegador Cristóvão Mendonça, por volta de 1522, o primeiro português a avistar as costas australianas, quando navegava na zona por ordem de D. Manuel I, que o enviara em busca da "ilha de Ouro" citada nos relatos de Marco Pólo.
Trickett fundamentou esta sua afirmação em mapas de origem portuguesa que cartografaram parcialmente a Austrália já no século XVI, tendo-lhe atribuído o nome de "Terra de Java".
Mendonça terá ancorado ao largo da actual Botany Bay, que cartografou, referindo as "montanhas de neve", dunas de areia branca que ali existiram até serem domadas pela relva de um campo de golfe, segundo declarações do autor à Lusa.
O estudioso australiano menciona ainda os cerca de 150 topónimos australianos "de clara origem portuguesa".
"Que explicação se pode dar para tal?", questionou.
Além dos mapas de origem portuguesa, Trickett aponta o aparecimento em mares australianos de dois potes de cerâmica de estilo português. Um deles foi datado como sendo do ano 1500, o da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral, o outro aguarda datação.
Na área arqueológica cita-se também a descoberta de um peso de pesca com 500 anos, em Fraser Island, no Estado australiano de Queensland.
A política de sigilo das monarquias ibéricas, designadamente dos reis D. João II e D. Manuel I, e que terá encoberto o conhecimento do Brasil, foi também praticada relativamente a esta "Terra de Java", a Austrália actual, defende o historiador.
Tudo aponta, seguindo Trickett, para "uma clara antecipação da descoberta da Austrália pelos portugueses, a mando de D. Manuel I na busca da ilha de ouro". Hoje, a Austrália é o terceiro maior produtor mundial de ouro.
Os meios académicos não aceitam esta tese, ao contrário do que aconteceu com a tese da primazia da descoberta Viking da América do Norte, que, após provas arqueológicas apresentadas por Helge Ingsrad, é hoje amplamente aceite.
Para Trickett, "a natureza humana é o que é, não aceita ter-se enganado ou dizer que errou, tanto mais quando se trata de académicos, com teses e trabalhos teóricos publicados sobre o assunto, a terem de admitir que erraram".
Acresce a esta "negação da primazia lusa" o facto de Peter Trickett não ser um académico, vir do meio jornalístico e não universitário.
"É certo que dizem que a tese é errada, insustentável, mas não fizeram até hoje qualquer crítica séria do ponto de vista científico. Penso que acham que a minha tese é difícil de combater e preferem não dizer nada de concreto", sublinhou.
O estudioso afirmou à Lusa que continua a investigar o assunto e que o seu editor projecta editar a obra em Espanha e na Holanda, onde há uma tese que refere que navegadores holandeses terão também avistado costas australianas antes de Cook.
Para Peter Trickett, porém, foram os navegadores portugueses que "exploraram e cartografaram efectivamente as costas australianas, bem como parte substancial das da vizinha Nova Zelândia", com base quer nos mapas, quer nos primeiros achados arqueológicos em meio marítimo.
Lusa
Este homem não descansa enquanto não for aceite a sua tese da Descoberta Portuguesa da Austrália pelos académicos australianos, já li o livro dele Para Além de Capricórnio e aconselho vivamente quem se interessa por estas questões ... c34x
P.S O Peter Trickett já merecia uma medalha do governo português ... :lol: 
Bem haja caro Peter ... (https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hondasociety.com%2Fboard%2Fimages%2Fpaulie%2Fsmilies%2Fbowdown.gif&hash=214a09e86562fedfd22e7d302471e2c2) (https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hondasociety.com%2Fboard%2Fimages%2Fpaulie%2Fsmilies%2Fbowdown.gif&hash=214a09e86562fedfd22e7d302471e2c2)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hondasociety.com%2Fboard%2Fimages%2Fpaulie%2Fsmilies%2Fbowdown.gif&hash=214a09e86562fedfd22e7d302471e2c2)
Eu estive no estreito de torres em Queensland e já há muito que oiço dizer que portugueses e holandeses chegaram primeiro mas ambos acharam que a terras não valia a pena. Mas os crminosos ingleses, que na verdade eram manadados para lá por roubarem uma simples maçã, fizeram daquilo quase um paraíso.
Quanto à miscigenação acho que há aí um pouco de demagogia. Os Portugueses não se misturaram com os nativos por serem menos racistas mas porque não levavam mulheres com eles uma vez que a maioria eram aventureiros. Já no Cabo os voortrekkers holandeses levavam femeas da casa sempre que possível
-
Eu estive no estreito de torres em Queensland e já há muito que oiço dizer que portugueses e holandeses chegaram primeiro mas ambos acharam que a terras não valia a pena. Mas os crminosos ingleses, que na verdade eram manadados para lá por roubarem uma simples maçã, fizeram daquilo quase um paraíso.
O engraçado é que houve um inglês antes do James Cook a por os pés na Austrália, que foi William Dampier em 1688 mas como era um corsário, lá esta para ficar bem os bifes puseram o Cook como descobridor da Austrália ... :lol: :roll:
-
Peter Trickett continua a defender primazia da descoberta portuguesa da Austrália e prepara documentário na TV sobre a matéria
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg442.imageshack.us%2Fimg442%2F8435%2Fmapajc0.jpg&hash=c77cd3357737ab55eb41e7aab5226043)
O estudioso australiano Peter Trickett defende terem os portugueses descoberto a Austrália 250 anos antes do capitão James Cook e está a preparar um documentário televisivo sobre esta matéria.
Em declarações à Lusa, o autor mostrou-se convencido de que, pela experiência que já teve com o seu livro, "Para além de Capricórnio", em que procura demonstrar que os portugueses aportaram aquelas paragens pelo menos 250 anos antes do capitão James Cook em 1770, "o público em geral irá ter grande interesse".
"A tese da descoberta portuguesa da Austrália tem um bom acolhimento por parte do leitor comum, que a aceita bem. O mesmo não acontece no meio académico, que acha que não é possível e não pode ser verdadeira, apesar das provas apontadas", disse Trickett.
Segundo o historiador, terá sido o navegador Cristóvão Mendonça, por volta de 1522, o primeiro português a avistar as costas australianas, quando navegava na zona por ordem de D. Manuel I, que o enviara em busca da "ilha de Ouro" citada nos relatos de Marco Pólo.
Trickett fundamentou esta sua afirmação em mapas de origem portuguesa que cartografaram parcialmente a Austrália já no século XVI, tendo-lhe atribuído o nome de "Terra de Java".
Mendonça terá ancorado ao largo da actual Botany Bay, que cartografou, referindo as "montanhas de neve", dunas de areia branca que ali existiram até serem domadas pela relva de um campo de golfe, segundo declarações do autor à Lusa.
O estudioso australiano menciona ainda os cerca de 150 topónimos australianos "de clara origem portuguesa".
"Que explicação se pode dar para tal?", questionou.
Além dos mapas de origem portuguesa, Trickett aponta o aparecimento em mares australianos de dois potes de cerâmica de estilo português. Um deles foi datado como sendo do ano 1500, o da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral, o outro aguarda datação.
Na área arqueológica cita-se também a descoberta de um peso de pesca com 500 anos, em Fraser Island, no Estado australiano de Queensland.
A política de sigilo das monarquias ibéricas, designadamente dos reis D. João II e D. Manuel I, e que terá encoberto o conhecimento do Brasil, foi também praticada relativamente a esta "Terra de Java", a Austrália actual, defende o historiador.
Tudo aponta, seguindo Trickett, para "uma clara antecipação da descoberta da Austrália pelos portugueses, a mando de D. Manuel I na busca da ilha de ouro". Hoje, a Austrália é o terceiro maior produtor mundial de ouro.
Os meios académicos não aceitam esta tese, ao contrário do que aconteceu com a tese da primazia da descoberta Viking da América do Norte, que, após provas arqueológicas apresentadas por Helge Ingsrad, é hoje amplamente aceite.
Para Trickett, "a natureza humana é o que é, não aceita ter-se enganado ou dizer que errou, tanto mais quando se trata de académicos, com teses e trabalhos teóricos publicados sobre o assunto, a terem de admitir que erraram".
Acresce a esta "negação da primazia lusa" o facto de Peter Trickett não ser um académico, vir do meio jornalístico e não universitário.
"É certo que dizem que a tese é errada, insustentável, mas não fizeram até hoje qualquer crítica séria do ponto de vista científico. Penso que acham que a minha tese é difícil de combater e preferem não dizer nada de concreto", sublinhou.
O estudioso afirmou à Lusa que continua a investigar o assunto e que o seu editor projecta editar a obra em Espanha e na Holanda, onde há uma tese que refere que navegadores holandeses terão também avistado costas australianas antes de Cook.
Para Peter Trickett, porém, foram os navegadores portugueses que "exploraram e cartografaram efectivamente as costas australianas, bem como parte substancial das da vizinha Nova Zelândia", com base quer nos mapas, quer nos primeiros achados arqueológicos em meio marítimo.
Lusa
Este homem não descansa enquanto não for aceite a sua tese da Descoberta Portuguesa da Austrália pelos académicos australianos, já li o livro dele Para Além de Capricórnio e aconselho vivamente quem se interessa por estas questões ... c34x
P.S O Peter Trickett já merecia uma medalha do governo português ... :lol: 
Bem haja caro Peter ... (https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hondasociety.com%2Fboard%2Fimages%2Fpaulie%2Fsmilies%2Fbowdown.gif&hash=214a09e86562fedfd22e7d302471e2c2) (https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hondasociety.com%2Fboard%2Fimages%2Fpaulie%2Fsmilies%2Fbowdown.gif&hash=214a09e86562fedfd22e7d302471e2c2)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hondasociety.com%2Fboard%2Fimages%2Fpaulie%2Fsmilies%2Fbowdown.gif&hash=214a09e86562fedfd22e7d302471e2c2)
Eu estive no estreito de torres em Queensland e já há muito que oiço dizer que portugueses e holandeses chegaram primeiro mas ambos acharam que a terras não valia a pena. Mas os criminosos ingleses, que na verdade eram mandados para lá por roubarem uma simples maçã, fizeram daquilo quase um paraíso.
Quanto à miscigenação acho que há aí um pouco de demagogia. Os Portugueses não se misturaram com os nativos por serem menos racistas mas porque não levavam mulheres com eles uma vez que a maioria eram aventureiros. Já no Cabo os voortrekkers holandeses levavam fêmeas da casa sempre que possível
Lá está você outra vez com o SE SE SE, agora é o se "nós" tivesse-mos levado as febras cá da casa como os holandeses não nos tinha-mos misturado... ou talvez tinha-mos.
Não foi você que num outro tópico disse que se gostava de afiambrar das bifas, talvez os nossos "Machos" descobridores, gostassem de uma internacionalização para variar.
-
Peter Trickett continua a defender primazia da descoberta portuguesa da Austrália e prepara documentário na TV sobre a matéria
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg442.imageshack.us%2Fimg442%2F8435%2Fmapajc0.jpg&hash=c77cd3357737ab55eb41e7aab5226043)
O estudioso australiano Peter Trickett defende terem os portugueses descoberto a Austrália 250 anos antes do capitão James Cook e está a preparar um documentário televisivo sobre esta matéria.
Em declarações à Lusa, o autor mostrou-se convencido de que, pela experiência que já teve com o seu livro, "Para além de Capricórnio", em que procura demonstrar que os portugueses aportaram aquelas paragens pelo menos 250 anos antes do capitão James Cook em 1770, "o público em geral irá ter grande interesse".
"A tese da descoberta portuguesa da Austrália tem um bom acolhimento por parte do leitor comum, que a aceita bem. O mesmo não acontece no meio académico, que acha que não é possível e não pode ser verdadeira, apesar das provas apontadas", disse Trickett.
Segundo o historiador, terá sido o navegador Cristóvão Mendonça, por volta de 1522, o primeiro português a avistar as costas australianas, quando navegava na zona por ordem de D. Manuel I, que o enviara em busca da "ilha de Ouro" citada nos relatos de Marco Pólo.
Trickett fundamentou esta sua afirmação em mapas de origem portuguesa que cartografaram parcialmente a Austrália já no século XVI, tendo-lhe atribuído o nome de "Terra de Java".
Mendonça terá ancorado ao largo da actual Botany Bay, que cartografou, referindo as "montanhas de neve", dunas de areia branca que ali existiram até serem domadas pela relva de um campo de golfe, segundo declarações do autor à Lusa.
O estudioso australiano menciona ainda os cerca de 150 topónimos australianos "de clara origem portuguesa".
"Que explicação se pode dar para tal?", questionou.
Além dos mapas de origem portuguesa, Trickett aponta o aparecimento em mares australianos de dois potes de cerâmica de estilo português. Um deles foi datado como sendo do ano 1500, o da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral, o outro aguarda datação.
Na área arqueológica cita-se também a descoberta de um peso de pesca com 500 anos, em Fraser Island, no Estado australiano de Queensland.
A política de sigilo das monarquias ibéricas, designadamente dos reis D. João II e D. Manuel I, e que terá encoberto o conhecimento do Brasil, foi também praticada relativamente a esta "Terra de Java", a Austrália actual, defende o historiador.
Tudo aponta, seguindo Trickett, para "uma clara antecipação da descoberta da Austrália pelos portugueses, a mando de D. Manuel I na busca da ilha de ouro". Hoje, a Austrália é o terceiro maior produtor mundial de ouro.
Os meios académicos não aceitam esta tese, ao contrário do que aconteceu com a tese da primazia da descoberta Viking da América do Norte, que, após provas arqueológicas apresentadas por Helge Ingsrad, é hoje amplamente aceite.
Para Trickett, "a natureza humana é o que é, não aceita ter-se enganado ou dizer que errou, tanto mais quando se trata de académicos, com teses e trabalhos teóricos publicados sobre o assunto, a terem de admitir que erraram".
Acresce a esta "negação da primazia lusa" o facto de Peter Trickett não ser um académico, vir do meio jornalístico e não universitário.
"É certo que dizem que a tese é errada, insustentável, mas não fizeram até hoje qualquer crítica séria do ponto de vista científico. Penso que acham que a minha tese é difícil de combater e preferem não dizer nada de concreto", sublinhou.
O estudioso afirmou à Lusa que continua a investigar o assunto e que o seu editor projecta editar a obra em Espanha e na Holanda, onde há uma tese que refere que navegadores holandeses terão também avistado costas australianas antes de Cook.
Para Peter Trickett, porém, foram os navegadores portugueses que "exploraram e cartografaram efectivamente as costas australianas, bem como parte substancial das da vizinha Nova Zelândia", com base quer nos mapas, quer nos primeiros achados arqueológicos em meio marítimo.
Lusa
Este homem não descansa enquanto não for aceite a sua tese da Descoberta Portuguesa da Austrália pelos académicos australianos, já li o livro dele Para Além de Capricórnio e aconselho vivamente quem se interessa por estas questões ... c34x
P.S O Peter Trickett já merecia uma medalha do governo português ... :lol: :D
-
=========
Nota da moderação:
S.f.f. menos "conversa da treta", principalmente com quotes múltiplos de textos e imagens relativamente longos...Quem tiver argumentos para apresentar, que os apresente, quem não tiver que se contenha...
Pel'A moderação
B. Pereira Marques
=========
-
Professor Agostinho da Silva
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.iptshome.org%2Fimgtxt%2Fanos90.jpg&hash=73cd246bba28fc7c7312f46362c0e7aa)
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
"Primeiro inventaram o país que queriam, porque não havia. Quem olhava para o mapa da península nunca via desenhado nele Portugal.
Havia províncias romanas, havia mais domínios mouros, havia umas coisas esquisitas que sobravam lá de muito atrás como o país dos bascos, etc...
Mas, foram os portugueses que viram, nitidamente, o país desenhado no mapa da península, e depois lhe traçaram os limites. E que aconteceu?
Aconteceu que realizaram o único país estável do mundo.
Todos os outros têm mudado, todo o jogo de fronteiras tem sido no mundo, excepto para Portugal.
E foram para o mar.
E que Mar resultou das viagens dos portugueses? O Mar que há. O Mar que toda a gente teve que aceitar.Não havia outro possível"
"Se essa é a missão que Portugal tem que realizar no mundo, porquê agitar-se muito?
Deixa andar, é como quando nós confiamos uma tarefa a uma máquina, confiança absoluta que ela vai preparar o nosso almoço quando se carregou num botão a um tanto minuto, e depois o que há a fazer?
Agitar-se?
Nada disso, esperar que a máquina acabe a sua tarefa: pode ser que a máquina do mundo tenha uma determinada tarefa para Portugal.
Então não me agita nada que os portugueses sejam passivos. Nunca foram na história.
É uma ideia curiosa essa que aparece muito hoje em dia de que os portugueses são passivos: eles estão à espera de que o barco passe para pularem dentro"
"Portugal fez coisas que nenhum outro país fez. E portanto, se foi capaz de desempenhar missões, de realizar aquilo que outros países não realizaram, então talvez, quem sabe, possa ele no futuro realizar as tais missões que hoje parecem utópicas, mas que porventura, nenhuma outra nação do Mundo seria capaz de realizar como ele"
"São Bernardo disse aos templários: «para que vocês deixem de combater os muçulmanos, o melhor é comerciar com eles», (...) a coisa é que saiu mal, (...)o que acabaria por tornar os templários em banqueiros (...), o que fez Dom Dinis também, que fez uma coisa muito interessante que foi a primeira nacionalização que houve em Portugal, nacionalizando o tesouro dos templários, fazendo ao mesmo tempo, a primeira privatização, já que os privou a eles de terem o tesouro, toda a nacionalização pode ser uma privatização ao mesmo tempo, não é?"
"Não tenho saudades, as pessoas de quem eu gosto estão sempre comigo, como vou ter saudades deles? Mesmo que seja muita a distância. De modo que essa coisa de Saudade para mim não existe, sempre tenho andado no mundo, Brasil por exemplo, não tive saudades de Portugal, nem agora tenho do Brasil. A Saudade supõe ausência, se eu nunca estou ausente de mim, como vou ter Saudades?"
-------------------------------------------------------------------------------------
Fantástico
-
Texto muito bom, TOMSK! Isso é donde?
-
Professor Agostinho da Silva
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.iptshome.org%2Fimgtxt%2Fanos90.jpg&hash=73cd246bba28fc7c7312f46362c0e7aa)
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
"Primeiro inventaram o país que queriam, porque não havia. Quem olhava para o mapa da península nunca via desenhado nele Portugal.
Havia províncias romanas, havia mais domínios mouros, havia umas coisas esquisitas que sobravam lá de muito atrás como o país dos bascos, etc...
Mas, foram os portugueses que viram, nitidamente, o país desenhado no mapa da península, e depois lhe traçaram os limites. E que aconteceu?
Aconteceu que realizaram o único país estável do mundo.
Todos os outros têm mudado, todo o jogo de fronteiras tem sido no mundo, excepto para Portugal.
E foram para o mar.
E que Mar resultou das viagens dos portugueses? O Mar que há. O Mar que toda a gente teve que aceitar.Não havia outro possível"
"Se essa é a missão que Portugal tem que realizar no mundo, porquê agitar-se muito?
Deixa andar, é como quando nós confiamos uma tarefa a uma máquina, confiança absoluta que ela vai preparar o nosso almoço quando se carregou num botão a um tanto minuto, e depois o que há a fazer?
Agitar-se?
Nada disso, esperar que a máquina acabe a sua tarefa: pode ser que a máquina do mundo tenha uma determinada tarefa para Portugal.
Então não me agita nada que os portugueses sejam passivos. Nunca foram na história.
É uma ideia curiosa essa que aparece muito hoje em dia de que os portugueses são passivos: eles estão à espera de que o barco passe para pularem dentro"
"Portugal fez coisas que nenhum outro país fez. E portanto, se foi capaz de desempenhar missões, de realizar aquilo que outros países não realizaram, então talvez, quem sabe, possa ele no futuro realizar as tais missões que hoje parecem utópicas, mas que porventura, nenhuma outra nação do Mundo seria capaz de realizar como ele"
"São Bernardo disse aos templários: «para que vocês deixem de combater os muçulmanos, o melhor é comerciar com eles», (...) a coisa é que saiu mal, (...)o que acabaria por tornar os templários em banqueiros (...), o que fez Dom Dinis também, que fez uma coisa muito interessante que foi a primeira nacionalização que houve em Portugal, nacionalizando o tesouro dos templários, fazendo ao mesmo tempo, a primeira privatização, já que os privou a eles de terem o tesouro, toda a nacionalização pode ser uma privatização ao mesmo tempo, não é?"
"Não tenho saudades, as pessoas de quem eu gosto estão sempre comigo, como vou ter saudades deles? Mesmo que seja muita a distância. De modo que essa coisa de Saudade para mim não existe, sempre tenho andado no mundo, Brasil por exemplo, não tive saudades de Portugal, nem agora tenho do Brasil. A Saudade supõe ausência, se eu nunca estou ausente de mim, como vou ter Saudades?"
-------------------------------------------------------------------------------------
Fantástico :wink:
-
Texto muito bom, TOMSK! Isso é donde?
Eu tenho em casa algumas K7's antigas onde estão gravadas entrevistas ao Professor. Ou seja, ia escrevendo enquanto ouvia.
-
Professor Agostinho da Silva ( continuação )
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fjpn.icicom.up.pt%2Fimagens%2Fcultura%2Fcongresso-agostinho.jpg&hash=e1715e39f1d274be62636e52d7ded38c)
"Os portugueses são facilmente vuneráveis aquilo que sucede no mundo, facilmente pessimistas, e às vezes eles estão tocando o pessimismo como quem toca guitarra, para se entreterem.
Vão dizendo: «se amanhã estivermos vivos»; «se lá chegarmos»; «oxalá possamos chegar»; etc....
Como se tivessem dando à vida, que é monótona para eles, um tempero excitante de poderem não estar vivos daí uns minutos.
Temos que amar cada vez mais a vida e a ter cada vez mais ampla, e fazermos tudo na nossa pequena área ou na nossa área maior para que ela assim seja, para ver se as pessoas se despem desse pessimismo.
Se andando vivos na vida, ao passo que a maior parte da gente faz de morto para que a vida não o agrida a ele, andando vivos na vida chegamos a ter um entusiasmo comunicativo a nós próprios sempre, e contagioso para todos aqueles que connosco lidarem"
"O Império Romano ter nascido como nasceu, e se ter estendido até onde se estendeu, e de repente encontrar um muro tremendo, o muro líquido do Atlântico, que impedia a sua expansão ao resto do globo.
Esse muro do Atlântico que travou o Império Romano, quem o foi derrubar? Foi um pequeno povo, quase esquecido, no Ocidente da Península que conseguiu que o muro se derrubasse e que o Império Romano, já com outras características, se estendesse efectivamente a todo o mundo."
"Temos que dar qualquer jeito para que Portugal deixe de coxear e realmente se reinstale. Eu acho que o problema que está hoje diante de Portugal é de se reinstalar, de se restaurar (...) de voltar aquilo que os portugueses acharam que era o seu próprio Portugal"
"Vamos dar ao mundo aquilo que temos de melhor, que é de sonharmos continuamente, e de ao mesmo tempo, termos um conceito objectivo da vida(...)ver o mundo tal qual ele é, e ao mesmo tempo descobrirmos nisso o que ele também é, mas muitas vezes oculto aos outros"
"Não se trata disso, de dizer que Portugal tem como destino o Quinto Império. Portugal inventou, imaginou isso do "Quinto Império" e nós temos que o examinar e ver o que pensou Vieira e ver se isso não está dentro de nós e da nossa capacidade."
"Esse Quinto Império tem sido muito mal interpretado em toda a parte. Temos que examinar se esse Quinto Império e quando digo nossa não digo a daquele Portugal que vai entre o Minho e a Ilha do Corvo. É daquela gente que foi tocada por esta pintura, com que se apresentam formas várias, por toda a parte."
"A questão portuguesa, não e de se falar uma palavra de português.
É de ser, ou não, à maneira portuguesa de ser.
É ser variadissimas coisas ao mesmo tempo e por vezes coisas que parecem contraditórias. E possibilidade de encarar um tema e de o encarar de várias maneiras, conforma a época em que viveram, a linguagem que utilizavam, a maneira que se sentiam na vida.
Quando se fala agora em Quinto Império, toda a gente se esquece que a primeira ideia de Quinto Império apareceu com o Camões, nos Lusíadas, na Ilha dos Amores.
O que é que o Camões põe como o fim da actividade humana?
Na primeira parte de Os Lusíadas, ele, o que conta é como os portugueses realizaram esse projecto extraordinário que foi desde o começo, de uma agitação portuguesa lá pelo lado de Gaia até ao Vasco da Gama. Terminada uma empresa, em que cada um teve que cumprir um dever, de ser isto ou aquilo como trabalhador, terminada essa empresa aparece aquilo de cada Homem ser aquilo que realmente é.
Ser ao máximo, plenamente, aquilo para que nasceu e que marca a sua indivualidade. Assim que aqueles marinheiros que estiveram em Calicute tocam aquela Ilha, eles são aquilo que eram."
"O Futebol, o Jogo dos Bancos, dos políticos que não se entendem entre si, em lugar de se ajudarem uns aos outros nessa tarefa difícil que é administrar um País, em que se tem que ao mesmo tempo de olhar o presente e ter a maior confiança no que se pode fazer ao Futuro."
"Se isto foi uma discussão, foi uma coisa boa, no sentido etimológico da palavra, que é sacudir. Já que abanar as cabeças é bom, para saber se existe dentro delas alguma coisa."
-
Professor Agostinho da Silva ( continuação )
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fjpn.icicom.up.pt%2Fimagens%2Fcultura%2Fcongresso-agostinho.jpg&hash=e1715e39f1d274be62636e52d7ded38c)
"Os portugueses são facilmente vuneráveis aquilo que sucede no mundo, facilmente pessimistas, e às vezes eles estão tocando o pessimismo como quem toca guitarra, para se entreterem.
Vão dizendo: «se amanhã estivermos vivos»; «se lá chegarmos»; «oxalá possamos chegar»; etc....
sinceramente nunca usei estas expressões embora já as tenha ouvido dum emigrante no sud exress para Paris.
Eu diss quaquer coisa como: «quando chegarmos a Paris» e ele respondeu: « se lá chegarmos». Chega a ser mórbido. Quem tem medo da vida...
Mas manda mais...
]
-
Eu diss quaquer coisa como: «quando chegarmos a Paris» e ele respondeu: « se lá chegarmos».
Eu costumo dizer isso, mas não liguem sou pessimista por natureza ... :(
-
Eu diss quaquer coisa como: «quando chegarmos a Paris» e ele respondeu: « se lá chegarmos».
Eu costumo dizer isso, mas não liguem sou pessimista por natureza ... :(
eu só digo algo do género quando viajo de avião, mas estou a melhorar
-
Eu diss quaquer coisa como: «quando chegarmos a Paris» e ele respondeu: « se lá chegarmos».
Eu costumo dizer isso, mas não liguem sou pessimista por natureza ... :(
eu só digo algo do género quando viajo de avião, mas estou a melhorar
De avião não, eu adoro viajar de avião, eu digo quando alguma pessoa têm um plano para daqui a uns meses ou anos ...
-
Eu diss quaquer coisa como: «quando chegarmos a Paris» e ele respondeu: « se lá chegarmos».
Eu costumo dizer isso, mas não liguem sou pessimista por natureza ... :(
eu só digo algo do género quando viajo de avião, mas estou a melhorar
De avião não, eu adoro viajar de avião, eu digo quando alguma pessoa têm um plano para daqui a uns meses ou anos ... :lol:
-
=========
Nota da moderação:
S.f.f. menos "conversa da treta", principalmente com quotes múltiplos de textos e imagens relativamente longos...Quem tiver argumentos para apresentar, que os apresente, quem não tiver que se contenha...
Pel'A moderação
B. Pereira Marques
=========
-
=========
Nota da moderação:
:twisted:
-
eu vi logo que o pereira marques era Lampião!! :conf:
Quem tiver argumentos para apresentar, que os apresente, quem não tiver que se contenha...
-
Professor Agostinho da Silva( continuação )
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.prof2000.pt%2Fusers%2Fjdsa03%2Folho%2F0506%2Ffever_06%2Fagosti25.jpg&hash=c2c1f5fa2a301cdf2a32a51dbbe383a9)
"Eu suponho que sou uma pessoa de convicção. Se a convicção é a mesma coisa que a fé é algo discutível.
A convicção é alguma coisa que a pessoa traz ou sente que traz dentro, como se fizesse bem parte dele, e que não há maneira de evitar.
O convicto não evita.
Quanto à fé, é outra coisa. É em geral aquilo em que se acredita, o que se convence a pessoa de que existe, sem ter nenhuma matemática pelo meio, sem haver nenhuma equação que o prove.
A pessoa então tem fé."
"A igreja mais bem pensante seria aquela que as pensasse todas juntas.
E que desse, como um resumo geral, sem coibir em nada, sem prender em nada, as integrasse todas num todo.
Até agora ainda não apareceu."
"A obrigação do homem é voar alto, mas sem nunca perder a linha de terra.
Temos que ter as duas coisas ao mesmo tempo. Ter o chão em baixo, tão objectivo e tão nítido como se fosse um mapa em relevo.
E ao mesmo tempo voarmos alto.
Uma só das coisas não é humana.
Seria de um bicho só adaptado ao chão ou d'outro lado, adaptado ao céu."
"Conheço uma porção de gente que andava com uma ideia, uma ilusão a respeito do que lhe estava sucedendo na vida, de súbito as coisas mudam, e a pessoa fica completamente desorientada, sem parar sequer um momento para ver se ela não é uma «pedra» que está recusando o cinzelo do escultor que a quer tornar menos pedra e mais estátua.
Então é preciso que a pessoa numa altura dessas: pense bem; esteja calmo; deixe suceder mais um tempo; veja o que lhe vai aparecendo e depois reflicta realmente se não avançou com aquilo que lhe parecia negativo.
Porque afinal, é com o esforço de subir um degrau que a pessoa chega ao patamar.
Talvez a vida nos ponha degraus bastante fortes, para nós darmos boas passadas, exercitarmos bem os nossos músculos, e chegarmos aos patamares mais altos que há.
( :Palmas:)
"É extremamente simples viver.
Desde que a pessoa, para viver como vive, tenha o suficiente para comprar as coisas. Porque nós estamos nessa contradição.
Nascer de graça e passar o resto da vida a ganhá-la.
O que é inteiramente absurdo.
Desde que nascemos de graça, a vida devia continuar a ser de graça."
"Diante daquilo que se ama, não se deve ser crítico, deve-se deixar que o amor nos possua. Mas diante daquilo que se admira deve-se estar sempre com a objecção pronta, para se poder demolir aquilo que admiramos que afinal pode apenas nos estar iludindo."
"Nenhuma pessoa tem qualidades ou defeitos. Uma pessoa tem características. Quando nos agradam, chamamos-lhes qualidades, quando não, chamamos-lhes defeitos".
"Eu costumo sempre citar, a propósito da construção do Brasil, como o português, durante 250 anos foi o mais manhoso de sempre, mentiu sempre com mapas falsos para toda a parte para se conseguir o Brasil que se tem hoje.
Foi um defeito ou uma qualidade?
Ter aquele pais e levá-lo a um ponto onde se poderia desenvolver, foi um defeito ou uma qualidade?
Quando o português mandava embaixadores pela Europa a ver se era possível comprar relógios que pudessem medir a Longitude era uma qualidade ou um defeito?
Era qualidade, mas a um tempo era um defeito, porque esses europeus ainda não sabiam medir bem a longitude e podiam ser enganados".
"É preciso que tenhamos certezas na vida, mas também que um grande número de dúvidas nos acompanhe."
----------------------------------------------------------------------------------------
Uma pequena homenagem a um grande português...
-
Da Índia a Portugal numa Fusta
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.marinha.pt%2Fextra%2Frevista%2Fra_ago2003%2Fpag13_1.jpg&hash=e316a659b3582267bd6f25f4c76236bb)
Em 1535 chegava a Lisboa Diogo Botelho Pereira, que cometera a heróica proeza de viajar desde a Índia até Portugal numa simples fusta (uma embarcação de dimensão muito reduzida) aparelhada por si mesmo, a fim de contar ao soberano D.João III (que então se achava em Évora) que se iniciara a construção da fortaleza de Diu sob os auspícios do governador do Estado Português da Índia, Nuno da Cunha. Antecipando-se a Simão Ferreira, enviado do governador Nuno da Cunha. Embora tendo ambos partido com pouca diferença de tempo, chegou com cerca de 20 dias de avanço.
:Soldado2:
-
:Palmas:
-
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%2Fwikipedia%2Fcommons%2Fthumb%2F2%2F20%2FCatherine_of_Braganza.jpg%2F250px-Catherine_of_Braganza.jpg&hash=04a91b481004971ecfd16eb67d129955)
D. Catarina de Bragança ficou conhecida por introduzir o chá em Inglaterra mas além disso surpreendeu os ingleses com a sua pericia e pontaria com o arco e a flecha. No entanto a sua vida na corte inglesa não foi muito fácil: primeiro, devido às relações amorosas do rei; depois porque a sua fé, vincadamente católica, gerou alguma suspeita por parte dos Anglicanos. Em sua homenagem foi dado o nome de Queens a um dos cinco bairros da cidade de Nova York.
-
Ditosa Pátria Que Tal Filho Teve
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg.olhares.com%2Fdata%2Fbig%2F18%2F189720.jpg&hash=e38534a69de2fad179176ce5e07abff6)
O Beato Nuno de Santa Maria é sinónimo de humanidade, fraternidade, verdade, humildade e dignidade. O seu exemplo representa a vitória do Bem sobre o Mal. É referência universal que terá levado o Papa Bento XV a declarar que servia de modelo aos militares que combatiam na I guerra mundial.
- No reinado de Isabel “a católica” teve início em Espanha o culto a São Frei Nuno de Santa Maria, sendo frequente a sua invocação nas missas celebradas na corte.
- No reinado de Joana “a louca”, em 1512, primeira rainha da Espanha unificada, a devoção a Beato Nuno tornou-se mais forte. Esta rainha veio a Lisboa, em peregrinação ao convento do Carmo, para trasladar os restos mortais de D. Nuno para um mausoléu de alabastro que tinha mandado esculpir em Florença.
- No séc. XX São Escrivã de Balaguer afirmou em sermão “abençoado seja D. Nuno de Santa Maria e a batalha de Aljubarrota que deu à Virgem dois braços, Portugal e Espanha, com os quais abraçou e evangelizou o mundo”.
- Em Portugal e Espanha o Beato Nuno foi imortalizado em arte sucedendo o mesmo em Itália, Holanda e Alemanha, em quadros, registos e santinhos que são prova documental da dimensão europeia da devoção a D. Nuno.
- O culto ao Beato Nuno surgiu na Itália em meados do séc. XV conforme o Calendário Carmelitano, composto entre 1456 e 1478, da biblioteca de Parma. As igrejas de Santa Inês e de Nossa Senhora do Carmo também apresentam provas do culto ao mesmo beato em Itália, como testemunha o óleo “La vestizione del Beato Nónio Álvares Pereira, notabile de Portogallo” do mestre Cresti Dominico IL Passignamo.
- O culto a Beato Nuno também era praticado na Corte Papal conforme atesta o pedido de protecção do Papa Eugénio IV a D. Nuno quando se viu ameaçado por forças inimigas.
- O culto a Beato Nuno esteve presente em devoções e missas celebradas na igreja de Santo António dos portugueses da embaixada de Portugal junto da Santa Sé que conserva o seu quadro na sacristia.
- D. Nuno é invocado em Espanha, Itália e Alemanha como patrono da Arquiconfraria dos apóstolos São Pedro e São Paulo de Casale Monteferrato, sendo relembrado todos os anos em missa votiva.
- Secularmente é invocado no missal da ordem de Malta como protector da Ordem a que pertenceu em vida. É patrono da Irmandade de São Gerardo e da Ordem de São Miguel da Ala de que era membro.
- D. Nuno e São Patrício são invocados pelos católicos irlandeses como Protectores da independência nacional da Irlanda.
- O “Diário da jornada ao Concílio de Basileia”, de 1435, refere que quatro anos após a morte o Beato Nuno tinha fama de santidade e era motivo de culto em Espanha, França e Alemanha. O mesmo acontecia em Sabóia, Génova, Piemente e Flandres.
- Em países de língua inglesa o Beato Nuno é recordado como responsável pela devoção ao escapulário mais pequeno da Ordem Terceira Carmelitana tendo sido criado o “Holy Constable Nuno”, extinto pela reforma anglicana.
- Em Inglaterra um regimento pessoal da Rainha, dedicado por Carlos II a Catarina de Bragança, tem D. Nuno por patrono e o 25º batalhão de fuzileiros reais, com a designação de Santo Condestável tem como patrono o mesmo Beato.
- A fraternidade sacerdotal de São Pio X tem o Beato Nuno como patrono do grupo de oração português, venerado na Suiça e em França, onde aparece em estandartes ao lado de Santa Joana de Arc.
- O exército azul, fundado em 1947 nos EUA, com cerca de oitenta milhões de membros espalhados pelo mundo, tem propalado a fama de santidade de Beato Nuno e ajudado a espalhar o seu culto, renovado de modo significativo, durante o período da guerra-fria.
- O Beato Nuno, em cerimónias do exército azul, foi invocado por alguns líderes mundiais, designadamente Conrad Adenaur, primeiro chanceler da Alemanha após a II guerra mundial e John F. Kennedy, senador e promotor de Fátima.
- A sociedade Beato Nuno, fundada nos EUA na década de 90 do séc. passado presta auxílio a viúvas e crianças órfãs no México, Colômbia, Argentina e outros países do continente sul-americano.
- Em 1948 a biografia “Obreiro da Paz”, relativa a Beato Nuno, tinha distribuído cerca de vinte milhões de exemplares em Inglaterra, Irlanda, EUA, Canadá e Filipinas.
- As revistas “Soul” , alma, e “Scapular”, escapulário, davam a conhecer o Beato Nuno a todos os povos do mundo. Durante trinta anos esteve presente nos voos de paz que transportavam a imagem da Virgem Peregrina.
- O interesse que o culto ao Beato Nuno desperta no mundo católico é tão avassalador que está em preparação o guião para um filme épico “o último cavaleiro da távola redonda”.
- Em Angola, Macau e Timor, nas décadas de 60 e 70 do século passado, o culto a Beato Nuno esteve activo. Muitos devotos utilizavam notas portuguesas de 1920, com o rosto impresso de D. Nuno que emolduravam, colocavam em oratório e a quem oravam em suas casas.
- Considera-se possível que o actual Papa Bento XVI canonize a curto prazo o Beato Nuno de Santa Maria.
-
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%2Fwikipedia%2Fcommons%2Fthumb%2F2%2F20%2FCatherine_of_Braganza.jpg%2F250px-Catherine_of_Braganza.jpg&hash=04a91b481004971ecfd16eb67d129955)
D. Catarina de Bragança ficou conhecida por introduzir o chá em Inglaterra mas além disso surpreendeu os ingleses com a sua pericia e pontaria com o arco e a flecha. No entanto a sua vida na corte inglesa não foi muito fácil: primeiro, devido às relações amorosas do rei; depois porque a sua fé, vincadamente católica, gerou alguma suspeita por parte dos Anglicanos. Em sua homenagem foi dado o nome de Queens a um dos cinco bairros da cidade de Nova York.
Houve um filme que passou na TV sobre o compositor Purcell,creio eu, em que ela é apresentada ao rei inglês, e ele diz para um memmbro da corte: " she looks like a bat(morcego)".
Ela tem um olhar enigmático realmente,mas morcego???
-
Houve um filme que passou na TV sobre o compositor Purcell,creio eu, em que ela é apresentada ao rei inglês, e ele diz para um memmbro da corte: " she looks like a bat(morcego)".
Ela tem um olhar enigmático realmente,mas morcego??? :lol: c34x :? 
-
Houve um filme que passou na TV sobre o compositor Purcell,creio eu, em que ela é apresentada ao rei inglês, e ele diz para um memmbro da corte: " she looks like a bat(morcego)".
Ela tem um olhar enigmático realmente,mas morcego??? :lol: c34x :? :shock:
-
Houve um filme que passou na TV sobre o compositor Purcell,creio eu, em que ela é apresentada ao rei inglês, e ele diz para um memmbro da corte: " she looks like a bat(morcego)".
Ela tem um olhar enigmático realmente,mas morcego??? :lol: c34x :? :shock:
Porque Portugal ainda pensou em vez de Tanger dar a Ilha da Madeira á coroa Inglesa ... :roll: 
-
Feitos no Forte das Berlengas
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Flh3.ggpht.com%2F_kJcV7Bo2ZiE%2FRuUHp45ODxI%2FAAAAAAAABL4%2FTE9n7nBCzzs%2Fberlengas4.jpg&hash=ef4ab0ed69073763512255a15d652b6c)
No contexto da Guerra da Restauração, sob o governo de D. João IV (1640-1656), o Conselho de Guerra determinou a demolição das ruínas do mosteiro abandonado e a utilização de suas pedras na construção de uma fortificação para a defesa daquele ponto estratégico do litoral. Embora se ignore a data em que as obras foram iniciadas, já em 1655, quando ainda em construção, resistiu com sucesso ao seu primeiro assalto, ao ser bombardeada por três embarcações de bandeira turca.
Em 1666, no contexto da tentativa de rapto da princesa francesa Maria Francisca Isabel de Sabóia, noiva de Afonso VI (1656-67), uma frota espanhola integrada por 15 embarcações tentou a conquista do forte, defendido por um efetivo de pouco mais de 20 soldados sob o comando do Cabo Antônio Avelar Pessoa. Numa operação combinada de bombardeio naval e desembarque terrestre os atacantes perderam, em apenas dois dias, 400 soldados em terra e 100 nos navios (contra um morto e quatro feridos pelos defensores), sendo afundada a nau Covadonga e seriamente avariadas outras duas, afundadas no regresso a Cádiz. Traída por um desertor, sem mais munição e mantimentos, a praça finalmente rendeu-se perdendo nove das peças da sua artilharia capturadas pelos invasores.
:Soldado2: :Soldado2:
-
D. João de Castro
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.instituto-camoes.pt%2Fcvc%2Ffilosofia%2Fren3.jpg&hash=44dc0a56677e25887dc81d27238a99a4)
Uma das maiores figuras da expansão portuguesa. D. João de Castro, navegador e investigador, deu um valioso contributo à cartografia com a elaboração de três célebres roteiros, exemplos eminentes dos métodos científicos de observação e de experimentação. Com aguçado raciocínio matemático, é uma figura cimeira no estudo da astronomia náutica e da geografia física. Foi vice-rei da Índia. Defendeu aguerridamente os interesses portugueses no Oriente, lutando contra a corrupção e o tráfico de influências. “Um homem de verticalidade moral admirável, com combinação de talentos pouco comum”.
Estudioso ilustre, soldado temível, hábil navegador, D. João de Castro tinha um talento fora do comum. Interessava-se pelas ciências, matérias navais, matemática, destacando-se no estudo da astronomia náutica e da geografia física. Impôs, de forma inovadora, a associação entre o cálculo e a experiência empírica. Um verdadeiro experimentalista. “Os trabalhos que fez na década de 30 do século XVI trazem muita novidade”, garante Henrique Leitão, investigador do Centro de História das Ciências, da Universidade de Lisboa. “Consegue libertar-se da herança clássica intelectual e olhar para o estudo da natureza com grande modernidade.”
Oriundo da alta nobreza, D. João de Castro opta cedo pela carreira militar. Aos 18 anos inicia-se na arte da guerra em Tânger, onde serve durante nove anos com tal valentia que é armado cavaleiro pelo governador da cidade, D. Duarte de Meneses. Também o imperador Carlos V quis armá-lo cavaleiro em 1535 pelo seu importante papel na expedição de Tunes, mas D. João de Castro recusou. O navegador comandou uma caravela e foi um dos principais conselheiros do capitão-mor da armada portuguesa.
Chegou à Índia pela primeira vez, como soldado, com o cunhado D. Garcia de Noronha, que tinha sido nomeado vice-rei da Índia. Mas com a morte deste, D. João de Castro viu-se na expedição ao mar Roxo com o novo vice-rei, D. Estêvão da Gama. Partiu para Suez, como capitão, em 31 de Dezembro de 1540. Da viagem fez um roteiro pormenorizado, com todas as experiências, e ofereceu-o ao infante D. Luís. “De Goa a Suez ou Roteiro do Mar Roxo”, de 1541, é um dos três célebres roteiros. Os outros são “De Lisboa a Goa”, de 1538, e “De Goa a Diu”, de 1538-1539. Autênticas obras de registo de dados e reflexão filosófica, que mostram o que de melhor se produziu no meio náutico português. Evidenciam, como nunca, a ligação da teoria à prática. “Durante as suas viagens marítimas fez um conjunto muito interessante de observações com metodologia moderna”, diz Henrique Leitão. D. João de Castro enuncia algo de novo. Influenciado pelo brilhante matemático Pedro Nunes, confronta dados empíricos e raciocínio hipotético, elabora desenhos de planos hidrográficos e cartas geográficas que ajudam a elucidar os textos, sempre com o objectivo de aperfeiçoar a navegação.
D. João de Castro conquistou a admiração de todos pelos seus serviços. Foi nomeado sucessor de Martim Afonso de Sousa, 13.º governador da Índia, para onde partiu com os dois filhos, D. Álvaro e D. Fernando, que acabou por morrer lá. D. João de Castro preparou a armada e chegou a Goa no início de Setembro de 1545.
Travou várias guerras com sucesso. Defendeu os interesses portugueses no Oriente com empenho e determinação. “D. João de Castro é um campeão a lutar contra os graves problemas de corrupção que lá existiam”, afirma o investigador. A certificar a sua honra e compromisso com o rei, reconstruiu as defesas portuguesas na costa ocidental indiana com dinheiro que pediu à Câmara de Goa, penhorando os ossos do filho e a sua barba, a única garantia que lhe restava. “Teve uma grandeza de carácter que impressiona. Uma honestidade exemplar. Colocou sempre os interesses da administração à frente dos seus interesses pessoais”, acrescenta. De volta a Lisboa, foi recompensado com o título de vice-rei, em 1547, mas não chegou a gozá-lo. Morreu, pouco tempo depois, cansado de tantas guerras travadas.
Aquando do hora da sua morte dirigiu estas palavras aos seus companheiros:
«Não terei, senhores, pejo(vergonha) de vos dizer, que ao vice-rei da Índia faltam nesta doença as comodidades que acha nos hospitais o mais pobre soldado. Vim a servir, não vim a comerciar ao Oriente; a vós mesmo quis empenhar os ossos de meu filho, e empenhei os cabelos da barba, porque para vos assegurar, não tinha outras tapeçarias nem baixelas. Hoje não houve nesta casa dinheiro, com que se me comprasse uma galinha; porque nas armadas que fiz, primeiro comiam os soldados os salários do governador, que os soldos de seu rei; e não é de espantar; que esteja pobre um pai de tantos filhos. Peço-vos, que enquanto durar esta doença me ordeneis da fazenda real uma honesta despesa, e pessoa por vós determinada, que com modesta taxa me alimente».
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.marinha.pt%2Fextra%2Frevista%2Fra_jul2008%2Fpag16_1.jpg&hash=2c2edb7b69a8a4fb720824f4d6c8efab)
Honestidade, espírito de missão e conhecimento, este foi D.João de Castro.
-
Este D.João de Castro não estava ligado à inquisição?
-
Este D.João de Castro não estava ligado à inquisição?
:shock: :shock:
Foi apenas um grande nobre português .... Talvez esteja a confundir com outro Castro ... :?
-
No ano de 1576 foram os seus restos mortais trasladados para o convento de S. Domingos, de Lisboa, e depois de celebradas pomposas exéquias, transportaram-se para o claustro do convento de S. Domingos, de Benfica, para a capela particular dos Castros, fundada por seu neto, o inquisidor geral e bispo da Guarda D. Francisco de Castro.
Estava a confundir com o neto. Repare na semelhança do meu avatar e do Brasão dele.
O CHEFE invoca o sábio D. João de Castro, herói impoluto da gesta das Índias, patrono eleito da Escola.
CHEFE são os 3 círculos
Esses claustros pertencem ao Instituto Militar dos Pupilos do Exército.
-
Pêro da Covilhã
Com cerca de 18 anos, a sua desenvoltura cativa um espanhol que visitava a Covilhã para comprar tecidos e que o convida a servir o seu amo, D. Juan de Guzman, irmão do Duque de Medina-Sidónia, um dos mais conceituados fidalgos de Sevilha; Pêro aceita a proposta e parte para Sevilha onde lhe é atribuído o papel de espadachim. Impressionado com a desenvoltura de Pêro de Covilhã, convida-o D. Juan de Gusman a participar nas embarcações do seu irmão, o Duque conhecido também como o Pirata Espanhol; Pêro recusa a oferta e, em 1474, acompanha D. Juan a Lisboa a uma entrevista com Afonso V de Portugal.
D. Afonso simpatiza com Pêro também pelo seu domínio de línguas, nomeadamente a língua árabe e D. Juan cede a el-Rei os serviços do português. É assim que Pêro da Covilhã, aos seus 24 anos, é admitido como moço de esporas de D. Afonso V. Passado pouco tempo, decide el-Rei elevá-lo a escudeiro, com direito a armas e cavalo.
Em 1476 acompanha D. Afonso V na batalha de Toro, a tentativa fracassada de D. João de reclamar o trono de Castela, já que era cunhado de Henrique IV de Castela. Mais tarde, em iria acompanhar D. Afonso na jornada a França para pedir auxílio ao rei Luís XI de França na luta pelo trono de Castela, que seria rejeitado. Entretanto, D. Afonso abdica do trono, para D. João II.
Após a execução do Duque de Bragança pelas próprias mãos do rei, Pêro da Covilhã foi designado para investigar quais os nobres que conspiravam contra D. João II, conseguindo identificar o D. Diogo, duque de Viseu e D. Garcia de Meneses, bispo de Évora.
Na sequência do desejo de el-Rei continuar a obra iniciada pelo infante D. Henrique dos Descobrimentos, escolhe novamente Pêro da Covilhã para embaixador nos tratados de paz com os berberes do Magrebe (como o rei de Fez e o de Tremecém), que convinham ao reino para convergir os esforços na odisseia marítima.
Pêro da Covilhã torna-se, entretanto, escudeiro da guarda real e casa com Catarina que em poucos meses engravida.
Mais tarde, em 1487, D. João II envia-o juntamente com Afonso de Paiva em busca de notícias do mítico reino do Preste João e da Índia; disfarçados de mercadores e treinados por cosmógrafos régios e pelo rabino de Beja que lhes terá indicado as portas da cidadela, no Cairo, partem a cavalo a 7 de Maio de Santarém (onde estava a Corte), rumo a Valência. Atravessam o sul da Península Ibérica até Barcelona, onde chegam a 14 de Junho. Daí, uma nau os levou até Nápoles em dez dias e, daqui até ao arquipélago grego em outros dez dias. Desembarcam na ilha de Rodes, que pertencia à Ordem dos Cavaleiros de São João de Jerusalém, repousando em casa de frades portugueses.
Rodes seria a última terra cristã que pisariam. Daí, rumaram para Alexandria, no Egipto, terra de infiéis, onde compraram algumas mercadorias para o seu disfarce de mercadores. Depressa adoeceram com as chamadas "febres do Nilo", quase morrendo. O Naib, lugar-tenente do Sultão, toma-lhes as mercadorias dando-os por mortos e sem descendentes. Porém, ambos recuperam e o Naib restitui-lhes o valor das mercadorias. A partir daí tentam reproduzir o trajecto das especiarias no sentido oposto: rumo a Rosetta de cavalo e de barco ao Cairo. Juntam-se a uma caravana que, percorrendo o deserto pela margem oriental do Mar Vermelho, vai cruzar a Arábia, rumo a Adem, às portas do Oceano Índico; passam por Suez, Tor, o deserto do Sinai, Medina e Meca, a cidade sagrada do Islão, onde tiveram que fazer penitência e rezar ao profeta Maomé, para manter o disfarce.
Chegam a Adem já no ano de 1488 e aí se separam com reencontro combinado no Cairo, junto à porta da cidadela, durante o anoitecer de um dos primeiros noventa dias de 1491; Afonso de Paiva ruma à Etiópia em busca do Preste João, e Pêro da Covilhã vai para a Índia.
Pêro chega Novembro de 1488 a Calecute, um dos pequenos reinos da Índia actual. Aí terá conhecido um mercador que lhe terá explicado o percurso das especiarias; terá indicado a existência do Ceilão, de onde vinha a canela, e da Malásia, a noz-moscada, e o papel de Calecute em todo o processo: era aqui que afluíam as especiarias, prontas para embarcar rumo ao Mar Vermelho (e, posteriormente, para Veneza).
Na sede de melhor saber, Pêro visita Cananor, Goa e Ormuz, na costa do Malabar, confirmando que o movimento comercial era, de facto, inferior ao de Calecute.
Em Dezembro de 1489 parte Pêro da Covilhã de Ormuz rumo à costa oriental de África. Visita Melinde, Quiloa, Moçambique e, finalmente, Sofala, registando os entrepostos comerciais dos mouros. Pêro da Covilhã regista, assim, que uma vez dobrado o fim da África (mais tarde designado do Cabo das Tormentas), bastará atingir Sofala ou Melinde e facilmente se alcançará Calecute. Será com base nesta anotação que Vasco da Gama decidirá atravessar o Oceano Índico directamente para Calecute, na sua pioneira expedição marítima à Índia.
A 30 de Janeiro de 1491, Pêro da Covilhã dirige-se às portas da cidadela do Cairo, conforme combinado e, em vez de Afonso de Paiva, encontra o Rabi Abrahão (o rabino de Beja) e um outro judeu português, José de Lamego, que lhes comunicam que Afonso de Paiva teria falecido ali no princípio do mês, mas que falecera de peste sem poder contar as suas viagens ou aventuras, da notícia do nascimento do seu filho, que Catarina baptizou de Afonso, em homenagem ao rei, e do feito de Bartolomeu Dias, que tinha dobrado o Cabo das Tormentas, agora designado Cabo da Boa Esperança. Mas el-Rei D. João II teria pedido ao Rabi Abrahão que fosse confirmar a importância de Ormuz, segundo relatos de José Lamego, que desconhecia que importante era Calecute, e não Ormuz.
Assim, Pêro redige o relatório para o rei, que seria entregue por José Lamego, e parte para Ormuz com o Rabi. Aí, Pêro da Covilhã deixa o Rabi e regressa a Adem, para saber notícias do Preste João, já que Afonso de Paiva não as pode comunicar. Daí toma um barco até Zeila, mas a sul, já na costa da Etiópia.
Rico e bem acolhido pelo imperador Alexandre, descendente do Preste João, ali casou e teve filhos, vindo a morrer muitos anos depois. Constatou que afinal o mítico reino não era mais senão um pobre povo que tentava evitar ser esmagado pelos vizinhos muçulmanos — não poderia valer Portugal de qualquer ajuda, mas sim eles que teriam que ser ajudados na luta contra os infiéis.
Impedindo de sair por Nahu, irmão e sucessor de Alexandre, que entretanto morrera inesperadamente, e que alegava o costume de não deixar sair os forasteiros que entrem no reino, recebe terras do soberano e aí se fixa como senhor feudal, casando novamente e de quem teria numerosa descendência.
Com a morte de Nahu, em 1508, Pêro da Covilhã é mantido como conselheiro régio da nova rainha Helena. É por sua indicação que a rainha envia o embaixador Mateus a Lisboa, acompanhando dois frades portugueses que ali apareceram, e de quem viria Pêro da Covilhã a saber da morte de D. João II, da ascensão de D. Manuel I, e dos sucessos de Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral.
Recebeu, entretanto, a visita de alguns portugueses a quem terá dado notícias importantes. É, em 1521, encontrado pelo embaixador D. Rodrigo de Lima. Com ele vem o Padre Francisco Álvares que passa o tempo a conversar com Pêro da Covilhã. O sacerdote toma notas minuciosas dos estranhos costumes daqueles estranhos cristãos da Etiópia, extremamente rudes nas suas penitências. Notas que lhe permitirão mais tarde escrever a Verdadeira Informação das Terras do Preste João das Índias, que veio a ser editada em Lisboa, em 1540.
Foi assim a vida de Pêro da Covilhã o agente secreto ao serviço de Sua Majestade o Rei D.João II c34x :Soldado2:
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hondasociety.com%2Fboard%2Fimages%2Fpaulie%2Fsmilies%2Fbowdown.gif&hash=214a09e86562fedfd22e7d302471e2c2)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hondasociety.com%2Fboard%2Fimages%2Fpaulie%2Fsmilies%2Fbowdown.gif&hash=214a09e86562fedfd22e7d302471e2c2)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hondasociety.com%2Fboard%2Fimages%2Fpaulie%2Fsmilies%2Fbowdown.gif&hash=214a09e86562fedfd22e7d302471e2c2)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hondasociety.com%2Fboard%2Fimages%2Fpaulie%2Fsmilies%2Fbowdown.gif&hash=214a09e86562fedfd22e7d302471e2c2)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hondasociety.com%2Fboard%2Fimages%2Fpaulie%2Fsmilies%2Fbowdown.gif&hash=214a09e86562fedfd22e7d302471e2c2)
-
João Fernandes Vieira
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%2Fwikipedia%2Fcommons%2Fthumb%2F3%2F3a%2FAn%C3%B4nimo_-_Retrato_de_Jo%C3%A3o_Fernandes_Vieira.jpg%2F300px-An%C3%B4nimo_-_Retrato_de_Jo%C3%A3o_Fernandes_Vieira.jpg&hash=cc1ba8fe59f8c2c76aa0df1e6740baaa)
O historia português Veríssimo Serrão, recorda que a biografia deste militar:
"(...) se mantém coberta de sombras e que se tornou uma personagem quase lendária da Restauração no Brasil. Nascido ao redor de 1610 na ilha da Madeira, era mulato e de origem humilde. Tendo emigrado para Pernambuco, ali exerceu pequenos mesteres até 1635, quando a proteção dos holandeses lhe fez adquirir alguns meios de fortuna. Pouco depois era senhor de cinco engenhos, exerceu o cargo de vereador de Maurícia e obteve a contratação dos dízimos sobre o pau-brasil e o açúcar." (Veríssimo Serrão. História de Portugal, v. V, p. 111) Deduzia-se assim que era natural da Ilha da Madeira, filho de uma escrava africana.
Já segundo o "Nobiliário da Ilha da Madeira", de Henrique Henriques, também mencionado na obra de José Antonio Gonsalves de Mello, João Fernandes Vieira chamava-se Francisco de Ornellas, filho segundo do fidalgo Francisco de Ornellas Moniz e da sua mulher D. Antônia Mendes, que, sendo rapaz, fugiu para o Brasil, onde mudou de nome. Teria nascido na capitania de Machico em 1613. Os sobrenomes Fernandes e Vieira homenageavam os seus ancestrais Pedro Vieira, o grande morgado da Ribeira de Machico, e António Fernandes, sesmeiro nas Covas do Faial, no Norte da ilha.
Tradicionalmente, considera-se que chegou à Capitania de Pernambuco, no Brasil, em 1620, com dez ou onze anos de idade. Humilde, trabalhou no comércio em Olinda, tendo participado, ao lado das forças de Matias de Albuquerque, da resistência à segunda das Invasões holandesas do Brasil em 1630. Poucos anos mais tarde, trabalhava na cidade para um abastado comerciante judeu ligado à Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais (W.I.C.). No convívio e no trato com os invasores, conhecendo bem Maurício de Nassau, acumulou propriedades rurais, enriqueceu, tornando-se abastado senhor de engenho que, pelos destinos da guerra, veio a perder.
Ainda de acordo com Veríssimo Serrão:
"(...) em 1642, aumentou os seus bens, e viu-se feito capitão de um Corpo de Ordenanças, continuando a beneficiar de empréstimos da Companhia para manter seus negócios. Ser-lhe-ia, portanto, mais fácil garantir a dependência financeira, em vez de obedecer a razões de ordem religiosa para hostilizar os holandeses, como o veio a fazer desde 1644. O seu comportamento posterior, assente em actos de coragem, mostra que Vieira sentiu o ideal da Restauração e o antepôs, com todos os riscos, ao valimento social que auferia em Pernambuco." (op. cit.)
Após a partida de Nassau, em 1644, passou a se opôr aos invasores, assumindo a liderança da insurreição de 1645, vindo a receber apoio de seu amigo, o frei Manuel Calado, que do seu púlpito convocou o povo à luta contra os hereges e redigiu "O Valeroso Lucideno" (Lisboa, 1648).
Em 1645 foi o primeiro signatário do pacto então selado - no qual figura o vocábulo pátria pela primeira vez utilizado em terras brasileiras. Na função de Mestre-de-Campo, comandou o mais poderoso Terço do Exército Patriota nas duas batalhas dos Guararapes (1648 e 1649). Por seus feitos, foi aclamado Chefe Supremo da Revolução e Governador da Guerra da Liberdade e da Restauração de Pernambuco.
Os principais chefes militares do movimento de restauração de Pernambuco contra o domínio holandês foram, além de Vieira, André Vidal de Negreiros; Antônio Filipe Camarão, à frente dos índios da costa do Nordeste; Henrique Dias no comando de pretos, crioulos e mulatos; e o capitão Antônio Dias Cardoso, tendo-se transformando em heróis do imaginário nativista pernambucano. A "guerra da liberdade divina", nas palavras do padre Antônio Vieira, durou nove anos, sendo de assinalar que o governador de Pernambuco, António Teles da Silva, dava apoio encoberto à revolta, enquanto os holandeses pensavam que se tratava apenas de uma sublevação na capitania de Pernambuco. A diplomacia de D. João IV de Portugal, entretanto, tentava, na Europa, não indispor a Holanda. O que ocorria no Recife não tinha o apoio da Coroa, por isso o conflito entre o governador e os colonos revoltados, na primavera de 1646. Antônio Teles da Silva chegou a ser mandado regressar a Lisboa, onde esteve detido em São Gião como colaborador dos movimentos de Pernambuco, mas aproveitando da vitória de Tabocas, foi possível recuperar outras zonas em poder dos flamengos, os fortes de Sergipe, do rio São Francisco, do Porto Calvo, de Serinhaem e de Nazaré.
Com a paz, após 1654, recuperou os seus bens e, entre outros cargos, foi nomeado Governador e Capitão-Geral da Capitania da Paraíba (1655-57) e, mais tarde, governador e Capitão-general de Angola (1658-61).
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hondasociety.com%2Fboard%2Fimages%2Fpaulie%2Fsmilies%2Fbowdown.gif&hash=214a09e86562fedfd22e7d302471e2c2)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hondasociety.com%2Fboard%2Fimages%2Fpaulie%2Fsmilies%2Fbowdown.gif&hash=214a09e86562fedfd22e7d302471e2c2)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hondasociety.com%2Fboard%2Fimages%2Fpaulie%2Fsmilies%2Fbowdown.gif&hash=214a09e86562fedfd22e7d302471e2c2)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hondasociety.com%2Fboard%2Fimages%2Fpaulie%2Fsmilies%2Fbowdown.gif&hash=214a09e86562fedfd22e7d302471e2c2)(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hondasociety.com%2Fboard%2Fimages%2Fpaulie%2Fsmilies%2Fbowdown.gif&hash=214a09e86562fedfd22e7d302471e2c2) :Soldado2: :Soldado2:
-
Este D.João de Castro não estava ligado à inquisição?
A minha equipa de caminheiros, nos escoteiros era a D. João de Castro. Um grande senhor. =)
-
O Infante Santo
Fernando de Portugal nasceu em 29 de Setembro de 1402 e faleceu no dia 5 de Julho de 1443.
Fernando era o sexto filho do rei João I de Portugal e de sua mulher Filipa de Lencastre, o mais novo dos membros da Ínclita Geração.
Fernando cedo se mostrou interessado na questão religiosa e, ainda muito jovem, foi ordenado Grão Mestre da Ordem de Avis pelo seu pai.
Por ser o irmão mais novo, não tem acesso, como os mais velhos, a tantas riquezas, e intenta pôr-se ao serviço do Papa, do Imperador, ou de outro soberano europeu para ganhar prestígio e prebendas.
Por motivação dos irmãos mais velhos acaba por desistir, virando as suas atenções para a luta em Marrocos, da qual lhe poderia vir imensa fortuna.
Assim, em 1437 participa numa expedição militar ao Norte de África, comandada pelo irmão mais velho o Infante D. Henrique, mas com o voto desfavorável dos outros infantes, Pedro, Duque de Coimbra e João, Infante de Portugal.
A campanha revelou-se um desastre e, para evitar a chacina total dos portugueses, estabelece-se uma rendição pela qual as forças portuguesas se retiram, deixando o infante como penhor da devolução de Ceuta (conquistada pelos portugueses em 1415).
A divisão na metrópole entre os apoiantes da entrega imediata de Ceuta, ou a sua manutenção, conseguindo por outras vias (diplomática ou bélica), o resgate do infante, foi coeva da morte de D. Duarte, o que impediu um desfecho favorável à situação.
Fernando foi entretanto levado para Fez, sendo tratado ora com todas as honras, ora como um prisioneiro de baixa condição (sobretudo depois de uma tentativa de evasão gorada, patrocinada por Portugal). Daí escreve ao seu irmão D. Pedro, então regente do reino, um apelo patético, pedindo a sua libertação a troco de Ceuta.
Mas a divisão verificada na Corte em torno deste problema delicado levam a que Fernando morra no cativeiro de Fez em 1443 - acabando assim o problema da devolução ou não de Ceuta por se resolver naturalmente.
Pelo seu sacrifício em nome dos interesses nacionais, viria a ganhar o epíteto de Infante Santo.
Pesará sempre a lembrança da morte trágica de D. Fernando, e com a maioridade de Afonso V, seu sobrinho, desejoso de feitos guerreiros contra o Infiel em África, sucedem-se as tentativas de conquista, viradas sempre para Tânger, a fim de o vingar - primeiro em 1458 (acabando por desistir, dada a aparente inexpugnabilidade da cidade, e voltando-se para Alcácer Ceguer), depois nas "correrrias" de 1463-1464, enfim a tomada de Arzila em 1471, embora uma vez mais o objectivo fosse Tânger.
De resto, após a tomada de Arzila, os mouros de Tânger, sentindo-se desprotegidos (pois eram a única praça muçulmana no meio de terra de cristãos) e abandonados pelo seu chefe (que a troco do reconhecimento, por Afonso V, do título de rei de Fez, concedia ao monarca português o domínio de todo a região a Norte de Arzila, na qual Tânger se encontrava), deixaram a cidade, facto que muito custou ao rei português, por se ver assim impossibilitado de fazer pagar cara a morte de D. Fernando.
Por meio desse mesmo tratado concluído com o agora rei de Fez, os restos mortais do Infante, que se achavam naquela cidade, passaram para as mãos dos portugueses, tendo sido solentemente transferidos para o Mosteiro da Batalha, onde hoje repousam ao lado dos pais e irmãos, na Capela do Fundador.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%2Fwikipedia%2Fcommons%2Fthumb%2Ff%2Ff4%2FCoat_of_Arms_of_Prince_Ferdinand_of_Aviz.svg%2F180px-Coat_of_Arms_of_Prince_Ferdinand_of_Aviz.svg.png&hash=294efd56e1ce97d0aa1d5da201972598)
Armas do Infante Dom Fernando
-
Mem Moniz de Gandarei
"Mem Moniz de Gandarei foi um herói da história de Portugal que ficou conhecido durante a conquista de Santarém aos mouros. Ficou famoso por a golpes de machado ter derrubado a porta da muralha da cidade Santarém na tomada desta mesma cidade pelo rei por D. Afonso Henriques em 1147."
Soeiro Viegas Coelho
"Segundo Diogo das Chagas, D. Soeiro Viegas ganhou o apelido na guerra que fazia aos mouros “com segredo e resguardo”, que “parecia ir por minas por debaixo do chão a buscá-los e pelejar com eles e assim disseram a el-rei gabando seus feitos e assaltos, que minava por baixo do chão como coelho”.
Pero de Alcáçova Carneiro
"Pero de Alcáçova Carneiro que depois foi conde da Idanha, teve grande entendimento e prudência e em razão disto o mandou el-rei D. Sebastião por embaxador a Castela a el-rei Dom Filipe II, seu tio, sobre matérias de muita importância. Foi esta embaxada de Pero de Alcáçova muito luzido, porque o acompanharam nela D. Álvaro de Melo, neto do marquês de Ferreira Dom Rodrigo, e o bisconde Dom Francisco de Lima, ambos seus genros, com muitos criados, e todos faziam grande acompanhamento. Foi de el-rei de Castela mui bem recebido e recebeu dele sempre muita honra e mercê enquanto lá esteve.
Folgava el-rei muito de falar com ele porque era Pero de Alcáçova homem de corte, como quem se havia criado nela de minino - na de el-rei D. João III de Portugal - e quando falava com el-rei lhe falava sempre em português; sendo assim que nas vistas que os senhores castelhanos lhe faziam e em qualquer parte que se achava com eles falava em castelhano. Porque o falava muito bem soube el-rei disto e, falando um dia com ele lhe disse:
- Embajador, como me hablais siempre portugués y a los otros siempre en castellano?
E Pero de Alcáçova lhe respondeu:
- Porque com Vossa Mercê falo de siso, e com os demais de zombaria."
:lol:
-
A Construção da Fortaleza de Díu
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fmedia-2.web.britannica.com%2Feb-media%2F27%2F1627-004-15171EAF.jpg&hash=63640cd3447746472bc932f029b6de52)
"O chão que ocupa a dita fortaleza é em figura triangular.
Em o meio dela havia um grande cabouco, ao qual depois, em tempo de António da Silveira ser capitão, se fez uma grande cisterna que levava cinco mil pipas de água, mui bem lavrado edifício.
Fez-se esta fortaleza, a saber; muralhas e baluartes ate ao andar das ameias em quarenta e nove dias de trabalho; e nela trabalhavam todos os homens que com o governador foram em sua armada, que, segundo o comprimento do muro, grossura e grandeza, foi decerto trabalhar de homens que folgavam de servir seu rei.
Sultão Badur veio ver a dita obra algumas vezes, em uma das quais. vendo os portugueses que nela trabalhavam cheios de imundícies que o trabalho de si dava, perguntou ao governador se aqueles trabalhadores e gente civil que ali andava levavam muito jornal, porque, segundo os via servir, julgava serem dignos de boa paga;
Foi-lhe por ele respondido que aqueles trabalhadores que ele via tão cheios de cal e de pó eram os fidalgos e capitães que a el-rei seu senhor sustinham a Índia, os quais o tempo que lhes faltava a guerra passavam naquelas branduras e delícias.
Disso se espantou el-rei e disse que então via claro que el-rei seu irmão(o Rei de Portugal) era senhor de vassalos dignos de serem dele muito amados, porque se ao mais triste homem de guerra que em seu arraial havia tal mandasse(...) bons e maus o deixariam.
Lopo de Sousa Coutinho, O Primeiro Cerco de Díu
Como podem ver, a fama de os Portugueses serem bons na construção civil já vem de à muito tempo...
-
A defesa de Ouguela durante um cerco Castelhano em 1644
Aquando da Restauração da independência portuguesa, o Conselho de Guerra de D. João IV (1640-1656) determinou a modernização das suas defesas, que ganharam linhas abaluartadas com projeto a cargo do arquiteto francês Nicolau de Langres.
É deste período o episódio que imortalizou a sua defesa, quando da invasão do Alentejo por uma força de 1500 cavaleiros e 1000 infantes castelhanos oriunda de Badajoz, sob o comando do marquês de Torrecusa, em 1644. Para a conquista de Ouguela ofereceu-se um traidor, João Rodrigues de Oliveira, que tendo-se distinguido no Brasil no combate aos holandeses durante época da Dinastia Filipina, alcançou o posto de Sargento-mor. Com a Restauração, retornou a Portugal, onde, no Alentejo, passou-se para os castelhanos, recebendo, como recompensa, o posto de Mestre de Campo e o cargo de governador de Vilar de Rei. O traidor marchou sobre a praça portuguesa, à frente de seiscentos cavaleiros e outros tantos infantes escolhidos, na noite de 9 de Abril (um sábado). Entre os portugueses que andavam pilhando gado do lado castelhano, para alimento das tropas, quatro soldados da guarnição de Campo Maior, percebendo o movimento de tropas, ocultaram-se e misturaram-se à retaguarda da coluna, inteirando-se dos planos do ataque. Utilizando-se de atalhos, alcançaram Ouguela duas horas antes dos atacantes, avisando o governador da praça, o capitão Pascoal da Costa, dando-lhe tempo de organizar uma apressada defesa ao alvorecer. Contava este oficial com 45 homens e mais as gentes da vila, entre as quais uma mulher, Isabel Pereira, que se destacou, quer pelejando nas trincheiras, como repartindo pólvora e balas aos soldados; e retirada ao castelo ficou desacordada por algum espaço com a ferida que lhe deram, até que tornando em si, e vendo que não era perigosa, prosseguiu a pelejar com maiores brios até o fim. Os defensores resistiram à tentativa de explosão das portas do castelo, aos assaltos às muralhas e às promessas e ameaças que João Rodrigues de Oliveira dirigiu ao governador sitiado, que tinha sido cabo de esquadra e servido sob as suas ordens no Brasil. Após três horas de assalto, os castelhanos retiraram-se deixando escadas nos muros, vinte mortos no campo de batalha e levando dezenas de feridos.
:Soldado2: :Soldado2:
-
A Ilha dos Mortos
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.mezzo-mondo.com%2Farts%2Fmm%2Fsymbolists%2Fbocklin%2FBOR001_L.jpg&hash=4dda732a840ed26d9ce581f5423a0574)
" O ano de 1530, passado o Inverno, que nas partes da Índia acaba em Setembro, ajuntou Nuno da Cunha a mais gente que pôde, armas, munições e mantimentos convenientes, e cento e noventa e cinco navios de toda a sorte.
Partiu de Goa no primeiro dia de Janeiro de 1531, levando consigo todos os capitães e homens insígnes da Índia; e por toda a gente portuguesa, dizem, não passaria de dois mil e setecentos homens. Levava juntamente outros dois mil homens dos naturais da terra, canarins, malabares, rrepartidos pelos navios de mouros, que em sua armada iam.
(...)
O governador achou tantos tempos contrários em sua viagem, e juntamente por algumas escalas que foi fazendo, que assim gastou todo o mês de Janeiro até chegar a uma ilha que está a sete léguas de Díu, chamada Beth, mui pequena na quantidade e muito mais ignota em nome até aquele tempo, mas daí por diante muito conhecida, pela fieldade e esforço de seu capitão e gente.
Em esta ilha estava um turco, capitão de el-rei de Cambaia, que por seu mandado a guardava, o qual teria consigo até dois mil homens de diferentes linguagens. Receando-se já a vinda desta armada portuguesa, havia nela uma povoação cercada de muro, que assim ocupava todo o plano em que o alto da ilha se fazia, ao qual o governador Nuno da Cunha mandou dizer que se entregassem todos juntamente com o lugar, senão que os combateria e meteria à espada.
Ao que o Turco respondeu que se espantava de um princípe tão poderoso persuadir nenhum capitão (ainda que alheio), coisa tão feia e injusta, como era, por temor da morte, a entregar as bandeiras e confiança de seu senhor; mas antes se esperava dele favorecer bom exemplo os que inteiramente guardassem o que deivam.
E, porém, que come ele claramente visse que o poder daquela sua armada era tão grande, julgando que isso fazia serviço a el-rei seu senhor, ele despejara a ilha e se passaria à terra firme, levando porém, suas pessoas, armas e fazendas, sem deixarem mais que a fortaleza, que parecia ser a causa principal do seu intento.
O governador, como não estivesse deste parecer e queria mais a gente e artilharia que boas razões, e porventura cuidaria que em combater estes e tomá-los estava muita parte do sucesso de Díu, tornou-lhe a mandar dizer que, todavia, se entregasse aquele dia e se não que os seguintes se defendesse.
O esforçado capitão, como não tivesse em vontade fazer vileza nem menos ser cativo, apercebeu-se melhor que pôde e, contudo, para não lhe ficar nada por tentar de que os seus pudessem receber saúde, tornou a replicar ao governador dizendo que lhe lembrava que, pois ia a uma empresa de tanto peso como era a cidade de Díu, que não havia querer empreender coisa tão pequena como aquela ilha, em que não havia de desejar, a qual lhe serviria de em ela quebrar o alvoroço de sau gente de guerra e, porventura, pô-los em perigo, porque ele havia de defender aquele lugar o melhor que pudesse.
O governador não quis tomar o conselho que o inimigo lhe dava, e também se disse que alguns de seus amigos lhe aconselhavam o mesmo, e davam outras boas razões para que o acometimento se deixasse: mas não o puderam acabar com ele.
O Turco, vendo-se desenganado e toda a esperança perdida de poder com sua honra salvar a vida e a dos seus, movido de desesperada e honrosa determinação, comunicou com os seus o pouco remédio que com boas razões tinha alcançado com os portugueses, e quanto pior lhe seria a todos o cativeiro que a morte.
E inflamando-os com esforçadas palavras ao desprezzo da vida e engrandecendo o morrer com liberdade, vituperando a vida sem ela, persuadiu com tanta força de palavras, que de consentimento de todos mataram aquela noite suas mulheres e filhos e todos os velhos e inábeis para a defesa.
Donde se pode ver quanto valem palavras bem assentadas; e feita uma grande fogueira em a praça da fortaleza, juntamente com quantas coisas tinham ricas, boas e más, queimaram tudo junto, deixando somente armas e desesperação para despojo de seus inimigos.
Os nossos, que se aparelhavam para o que ao outro dia haviam de fazer, vendo o grande fogo que em a ilha se faziam, conquante não houve nehum em ela tão covarde que, com medo da morte vindoura, se viesse lançar com eles para lhes dar esta nova, todavia adivinharam logo o que poderia ser, vistas as honestas e esforçadas razões do capitão turco.
Aquela noite ordenou o governador a Heitor da Silveira que com certa gente acometesse a fortaleza pela porta e Diogo da Silveira e Garcia de Sá e António de Saldanha e António da Silveira e outros fidalgos repartidos por outros lugares com gente, para que com mais facilidade fossem entrados; e, antes que de todo fosse bem manhã, desembarcaram e acometeram o muro, e, pela parte que Heitor da Silveira ia, foi ter com a porta em a qual o capitão turco e toda a força da sua gente estava. Como se trabalhasse de romperem a dita porta e outros de subir pelo muro, que era baixo, foi Heitor da Silveira ferido de cima das ameias por uma perna de uma espingardada, de que caiu, e daí a três dias morreu, que foi uma grande perda, assim por sua pessoa e saber como pelo muito crédito que tinha entre a gente portuguesa.
Rompida a porta, acharam os nossos grande resistência, e, enquanto os mouros se não sentiram entrados por outras partes, se defendiam com muito esforço. Em isto prevaleceram até seu capitão e a maior parte deles ficarem mortos e estendidos em aquele lugar que elegeu sua notável determinação. E como os mais e melhores morressem, alguns poucos, temendo todavia a morte, se recolheram por cisternas e furnas que na povoação havia.
E aconteceu que um nosso achou um mouro metido em umas pedras, ao qual fez sair fora, e, vendo que o mouro se queria chegar a ele para o ferir com um terçado, lhe deu com a lança pelas ilhargas, que o passou da outra parte, e o mouro, metendo-se pela lança, coando-se por ela, se chegou tanto que lhe deu com o terçado, por uma perna acima do joelho tal derida que quase lha cortou toda, e caíram ambos mortos, o que foi visto por pessoas de crédito.
Alguns se lançaram de altas rochas ao mar, fazendo-se em muitos pedaços, só para não virem à mão dos portugueses. Foi finalmente tomada esta ilha, sem ela se tomarem mais que dois ou três cativos e nenhum outro despojo, somente as cinzas do que queimaram.
Deste dia em diante se chamou a Ilha dos Mortos, pelo efeito.
Lopo de Sousa Coutinho, O Primeiro Cerco de Díu
-
A Aventura de Ceuta
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.geocities.com%2Fatoleiros%2Fimages%2Ftomada_ceuta.jpg&hash=a0178e6ac4aa42fb10b98f7e88b2fe67)
D.João I queria armar cavaleiros os seus filhos mais velhos, D.Duarte, D.Pedro e D.Henrique. Os infantes achavam que este acto teria de ser realizado com uma guerra a sério, e propuseram ao rei que tentasse a conquista de Ceuta, uma cidade rica do Norte de África, fácil de conquistar, que controlava o Estreito de Gibraltar.
D.João I concordou e foi planeado um ataque de surpresa, pois a empresa era arriscada. Mandou dois embaixadores à Sicília pedir a mão da Rainha para o Infante D.Pedro. Eles passaram por Ceuta, espiaram, e recolheram todas as informações utéis para um ataque bem sucedido.
Quando regressaram, dispuseram numa sala do palácio uma caixa de areia, pedras de diferentes tamanhos, favas secas, raminhos de arbustos e outras pequenas peças com que reproduziram no chão a disposição do terreno em Ceuta, as muralhas do castelo, e o casario e as ruas principais, a praia e o mar.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fdigilander.libero.it%2Fcapurromrc%2F%210197ceuta.jpg&hash=afdcb9b793f29782accca9902a4427a4)~
Com base nisto, o Rei, os infantes e D.Nuno Álvares Pereira estudaram o ataque à cidade.
Entretanto, a rainha D.Filipa adoecera com a peste e estava à beira da morte. Porém, ainda ofereceu, aos três filhos que iam partir, a espada com que seriam armados cavaleiros.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fgutenberg.net.au%2Febooks05%2F0501051h-images%2Ffda-06.jpg&hash=43ea5bae2966b67f15f35fade15fdbcd)
A armada zarpou e, na noite de 20 para 21 de Agosto, estava frente à cidade. Os mouros ficaram estupefactos, e viram logo que seria muito difícil resistir. Diz-se que tentaram enganar os Portugueses, colocando uma candeia de azeite em todas as ameias do castelo, para dar a ideia que havia ali um grande número de soldados.
No dia seguinte os Portugueses desembarcaram e levaram de vencida os defensores, perseguindo-os pelas estreitas e turtuosas ruas da cidade.
Ceuta estava conquistada!
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fconquistaceuta.jpg&hash=e57bc691278dd2d15d982e3e605d6ff0)
Dois dias depois, solenemente, o Rei armou cavaleiros os três infantes, D.Duarte, D.Pedro e D.Henrique, na principal mesquita de Ceuta, convertida em igreja cristã.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fbscap0014.jpg&hash=44011cfb2c9ef4eaa62347d015e6ad43)
Em Ceuta os Portugueses não encontraram nem tanto ouro nem tantas riquezas como esperavam, mas encontraram uma coisa valiosa que procuravam avidamente:
-Informação.
É que Ceuta fora sempre um terminal das rotas das caravanas de camelos e de cavalos, que traziam sa mercadorias das mais longíquas paragens do Oriente e de África. Por ali muito se sabia desses lugares remotos.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fphotography.nationalgeographic.com%2Fstaticfiles%2FNGS%2FShared%2FStaticFiles%2FPhotography%2FImages%2FPOD%2Fc%2Fcamel-caravan-520241-sw.jpg&hash=f9765590820e793df4dcb8916223bf63)
De Ceuta, as mercadorias passavam à Península Ibérica e a outros países europeus. Estes percursos demoravam meses e meses a serem percorridos ao passe ritmado do camelo ou do cavalo. Os mercadores pagavam impostos a todos os potentados lugares por onde tinham de passar.
Arriscavam-se em viagens aventurosas sujeitas a muitos perigos. Os produtos eram vendidos várias vezes, a preços cada vez mais altos, até completarem a viagem.
Deste modo, o preço da venda da mercadoria ao consumidor final tinha de compensar todos estes custos e até perdas humanas. E era elevadíssimo.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.telecable.es%2Fpersonales%2Fmiragaya%2Ffotos%2Ffresco.jpg&hash=228f568631520266178bc14481d147d8)
Rapidamente os Portugueses absorveram estas informações e confrontaram-nas com as que recolhiam nos países europeus sobre a matérias. Interessaram-se pelo assunto, em especial, o Infante D.Pedro e o Infante D.Henrique. Estava dado o mote para a grande aventura marítima dos Portugueses. até ao outro lado do mundo.
D.Pedro correu «as sete partidas do mundo», colhendo mais e mais coonhecimentos. D.Henrique nunca participou em pessoa nas navegações, mas inspirou-as e impulsionou-as de forma persistente e metódica.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.historia.com.pt%2FMensagem%2FBrazao%2Finfante.JPG&hash=bd64b7c5223a5e35858be98aee660850)
E o mundo nunca mais foi o mesmo!
-
A batalha que "arrancou" o Condestável do convento
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fvelhocondestavel.jpg&hash=201caf3a12e3173c14f512fd4e45ab7d)
"Estava à pouco tempo no mosteiro D.Nuno Álvares Pereira, agora Frade Nuno de Santa Maria, quando começaram a correr beatos de que o Rei de Tunis e o Rei de Granada estavam preparando um ataque à praça de Ceuta.
Desde que esta fora ocupada pelos portugueses, a religião católica tinha ali feito grandes progressos e todas as mesquitas tinham sido convertidas em igrejas. Tudo isso ficaria em perigo, se os mouros lá pudessem penetrar.
O próprio Príncipe D.Duarte foi avisar o antigo Condestável do que estava para suceder, informando-o ao mesmo tempo de que uma poderosa esquadra se estava aparelhando para a defesa daquela cidade, e que todos os Princípes, incluíndo os mais novos, D.João e D.Fernando, tomariam parte na expedição, a qual seria comandada pelo próprio Rei.
Profundamente emocionado com tais notícias , no Condestável revive o espírito do velho guerreiro e logo ali resolve afivelar de novo a espada para a ir desemabainhar naquele recanto longíquo, tornado ponto de defesa da civilização cristã. Requer, por isso, ao Rei que lhe destine um navio onde possa embarcar, não como comandante mas como simples soldado.
O Rei, muito embora desejando ter o conselho de D.Nuno junto de si, pois sabia bem quanto ele representava, hesitou todavia em o arrancar à vida do convento; mas a insistência daquele seu devotado amigo foi de tal ordem que o venceu por fim, levando a dar-lhe a escolher o navio que mais lhe agradasse.
Numa tarde, acompanhado pelo Príncipe D.Duarte, visitou os vários navios da esquadra apreciando o seu valor de combate, e, escolhendo um dentre deles, deu as ordens que entendeu necessárias para o seu melhor apetrechamento, retirando-se em seguida para fazer os seus preparativos pessoais.
Ao ressuscitado guerreiro, o Príncipe D.Duarte forneceu o necessário armamento, pois, como é sabido, até a sua própria espada ele tinha oferecido aos frades, para ser utilizada na estátua de Santo Elias.
A alguns amigos que o procuravam dissuadir dessa empresa, apontado-lhe os perigos que ia correr, a sua idade, etc, D.Nuno a todos respondia que não poderia escolher morte mais gloriosa, nem encontrar triunfo mais honroso que combatendo pela Fé e pela Pátria; tinha mesmo grande desejo de morrer mártir da Fé.
E, para provar que a idade avançada em nada tinha diminuído as suas forças, toma uma lança e, de uma das janelas do convento, joga-a com tanta firmeza e segurança que ela vai cravar-se lá em baixo, do outro lado do Valverde (Rossio); dizendo ao mesmo tempo que seria capaz de a meter em África, se necessário fosse.
Efectivamente, a sua idade não podia servir de motivo para não tomar parte na expedição que se projectava, visto que, contando mais dois anos de idade, era o próprio Rei quem a comandava.
Afinal, esta não chegou a ter lugar. O inimigo, ao constar-lhe que os seus planos haviam sido descobertos, receoso das forças que contra ele se estavam preparando, desisitiu do seu temerário propósito."
-
Caminho europeu para a China já passou por Portugal
Os missionários europeus que iam outrora para a China aprendiam português antes de partirem, realçou hoje à Lusa uma investigadora francesa.
Nos séculos XVII e XVIII, "o caminho para a China passava por Portugal", disse Catherine Jami, do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), de Paris.
"O transporte, o dinheiro (...), tudo isso era assegurado pela Coroa portuguesa", acrescentou
Catherine Jami falava à Lusa a propósito do colóquio internacional sobre o intercâmbio cultural entre a China e a Europa nos séculos XVII e XVIII, que reúne desde hoje em Pequim especialistas de dez países.
É o quarto colóquio de uma série iniciada em 1995 com o objectivo de estudar um capítulo pouco conhecido da história da matemática: o papel de Portugal nas relações científicas entre a Europa e a China.
Quatro comunicações serão dedicadas ao jesuíta português Tomás Pereira, um dos missionários europeus que esteve mais próximo do lendário imperador chinês Kangxi, e que morreu em Pequim há três séculos.
Mesmo em Portugal, a primeira referência académica a Tomás Pereira só apareceu em 1911, salientou Luis Manuel Saraiva, professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e um dos principais animadores desta série de colóquios.
Tomas Pereira, que viveu os últimos 35 anos da sua vida na China, era músico, mas a música, na altura, fazia parte do ensino da matemática, juntamente com a geometria, a aritmética e a astronomia.
"Na Europa como na China, não havia a separação que há hoje entre ciência e arte", afirma Catherine Jami.
Na abertura do colóquio, o embaixador de Portugal na China, Rui Quartin Santos, também evocou Tomas Pereira, qualificando-o como uma fonte inspiradora da actual parceria estratégica China-União Europeia.
Um investigador chinês, Zhang Baichun, elogiou igualmente "o importante papel desempenhado pelos jesuítas portugueses" no intercâmbio científico entre a Europa e a China.
O colóquio, de três dias, foi organizado pelo Instituto chinês para a Historia das Ciências Naturais, o Centro Cientifico e Cultural de Macau, o Centro de Matemáticas e Aplicações Fundamentais da Universidade de Lisboa, e o Centro China-Portugal para a História das Ciências.
Os anteriores colóquios decorreram em Portugal, Macau e Japão.
Portugal foi o primeiro Estado europeu a enviar uma embaixada à China, no início do século XVI, e até Dezembro de 1999 administrou uma parcela do território chinês.
Lusa
-
soldado milhões
Em 1917 «partiu para a frente de combate». Um ano depois, chegava o «grande momento, o da batalha de La Lys», na Flandres. O dia preciso: 9 de Abril. Rezam as crónicas que uma força portuguesa se viu atacada pelos alemães. A nossa força chegou a ser destroçada e a situação era «a pior possível». Muitos portugueses foram mortos e os sobreviventes obrigados a retirar. O soldado Milhais viu-se sozinho numa trincheira e, então, ergueu-se, de metralhadora Lotz, e varreu uma coluna de alemães que vinham em motocicletas. E, segundo conta a lenda (ou terá sido mesmo verdade), terá feito o mesmo às colunas de 'boches' que entretanto surgiram. Parece que os alemães terão julgado que, em vez de um camponês sozinho, enfrentavam um fortíssimo regimento de portugueses e ingleses. Não, afinal, era apenas Milhais e a sua querida «Luísa», nome de metralhadora.
http://www.freipedro.pt/tb/250698/opin2.htm (http://www.freipedro.pt/tb/250698/opin2.htm)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.freipedro.pt%2Ftb%2F250698%2Fimages%2Ftb_250698_p1b.jpg&hash=9f3275d775e32f4524d7a47ecc440a91)
:Soldado2:
-
soldado milhões
Em 1917 «partiu para a frente de combate». Um ano depois, chegava o «grande momento, o da batalha de La Lys», na Flandres. O dia preciso: 9 de Abril. Rezam as crónicas que uma força portuguesa se viu atacada pelos alemães. A nossa força chegou a ser destroçada e a situação era «a pior possível». Muitos portugueses foram mortos e os sobreviventes obrigados a retirar. O soldado Milhais viu-se sozinho numa trincheira e, então, ergueu-se, de metralhadora Lotz, e varreu uma coluna de alemães que vinham em motocicletas. E, segundo conta a lenda (ou terá sido mesmo verdade), terá feito o mesmo às colunas de 'boches' que entretanto surgiram. Parece que os alemães terão julgado que, em vez de um camponês sozinho, enfrentavam um fortíssimo regimento de portugueses e ingleses. Não, afinal, era apenas Milhais e a sua querida «Luísa», nome de metralhadora.
http://www.freipedro.pt/tb/250698/opin2.htm (http://www.freipedro.pt/tb/250698/opin2.htm)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.freipedro.pt%2Ftb%2F250698%2Fimages%2Ftb_250698_p1b.jpg&hash=9f3275d775e32f4524d7a47ecc440a91)
:Soldado2:
Li o artigo e para mim é um herói da Pátria, sendo uma pessoa humilde e modesta, apesar do seu feito heróico. Muitos parabéns.
:Palmas: :Soldado2:
-
boas
sendo este tópico dedicado aos grandes Portugueses, eu gostava que se pusesse a história do soldado mais condecorado na guerra de África, ou seja, o que eu quero dizer é que quando estive na escola prática de infantaria em Mafra, sempre que ia almoçar ou jantar à cantina via um senhor idoso a ir lá também almoçar e uma vez perguntei ao tenente que nos acompanhava quem era e ele disse-nos que era o homem mais condecorado em África, por isso que eu gostava era que quem soubesse pusesse aqui a história militar desse senhor.
Obrigado
-
Será este senhor?
Que eu saiba nunca se fez um ranking desse tipo, mas creio que sim, o Almeida Bruno tem de facto essa fama de ser o oficial mais condecorado:
Oficial da Torre e Espada (c/palma)
Valor Militar - Prata (c/palma)
2 Cruzes de Guerra (1.ª e 2.ª Classe)
1 Medalha de Ouro de Serviços Distintos
2 Serviços Distintos de Prata (c/palma)
(entre muitas outras, que lhe enchem o peito)
No entanto, e por exemplo, o CMG Alpoim Calvão tem as seguintes:
Oficial da Torre e Espada (c/palma)
Valor Militar - Ouro (c/palma)
2 Cruzes de Guerra (1.ª Classe)
Isto é, a nível de condecorações ganhas em campanha o Alpoim 'ganha'.
Seja como for, é perigoso e indesejável tentar extrapolar.
Agora, a nível de ordens e condecorações a encher o peito, o Almeida Bruno é, até ver, o mais condecorado militar português. Até parece um americano - e isso é bom para nós, pois os americanos têm medalhas por terminar a especialização...
1. João Almeida Bruno, nascido em 30Jul35 em Lisboa, oficial-general oriundo da Arma de Cavalaria e com a especialidade Comando, nunca foi «tenente-general»: em 1980 foi promovido de coronel a brigadeiro (comandante-geral da PSP) e em 1985 a general (comandante da RMS em 1987, comandante da AM em 1989, presidente da direcção-nacional da Associação de Comandos em 1993, e, após breve passagem pela Inspecção-Geral do Exército, nomeado em Abr94 presidente do STM).
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.exercito.pt%2Fportal%2Fexercito%2F_specific%2Fpublic%2Fueo%2FCTOE%2Falmeida%2520bruno.jpg&hash=e63017c80f2879624981deb02d6fbf37)
-
A Primeira Espingarda no Japão
"Os Portugueses Francisco Zeimoto, António Peixoto e António Mota navegavam rumo a Liampo, na China, quando foram apanhados por uma tempestade feroz, que os afastou da rota. Passada a tempestade, numa bela manhã, enfim, avistaram terra.
Aproximaram-se e , à tarde, desembarcaram na praia. Homens que acharam parecidos com os chineses assistiam, com um misto de espanto e de receio, ao desembarque daqueles desconhecidos, de barba comprida e olhos grandes, que nunca tinham visto.
Os recém chegados procuraram dar-se a conhecer a mostraram as coisas que traziam consigo. A certa altura, um dos Portugueses pegou na sua espingarda e apontou-a a uma ave que cortava os ares, sobre as suas cabeças. Disparou.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fzeimoto.jpg&hash=bf6669496b7225d1d95ac52d49e43c5b)
Os locais ouviram o estrondo terrível, um relâmpago sair do cano da espingarda e a ave cair no chão.
Por um momento assutaram-se, mas, vendo que os estrangeiros estavam tranquilos e divertidos, logo se recompuseram. Uns foram a correr apanhar a ave. Outros aproximaram-se e olhavam a espingarda como querendo perceber como funcionava.
Com o tempo, os Portugueses, foram aprendendo à língua daquela gente e souberam que estavam na ilha de Tanegachima, pertença do Império do Japão. Os seus habitantes eram japões ou japoneses, e eles, Portugueses, eram os primeiros estrangeiros, de grandes olhos e barba comprida, que ali chegavam.
Quando estes portugueses se retiraram do Japão, já na ilha havia dezenas de espingardas, de que os japoneses tinham compreendido o funcionamento e tinham copiado, mostrando o seu carácter engenhoso.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fjapas.jpg&hash=b1818c6eeeceb7e9a19da0160ded8716)
No Japão ficou a tradição de Zeimoto e dos seus companheiros, os primeiros estrangeiros que lá chegaram. E na ilha de Tanegachima todos os anos é realizado um festival comemorativo dessa chegada, o «Festival da Espingarda»."
-
Fizemos com que os japoneseses em vez de matarem-se as centenas matarem-se aos milhares ... :) :mrgreen:
-
Os Portugueses chegaram ao Japão em 1543. O Japão era conhecido desde o tempo de Marco Polo, que lhe chamou Cipango. Mas foram efectivamente os portugueses os primeiros europeus a chegar ao Japão. Põe-se ainda hoje a questão de saber quem foram esses primeiros portugueses: se Fernão Mendes Pinto (autor de Peregrinação) fazia parte deles, ou se foram António Peixoto, António da Mota e Francisco Zeimoto. O que é certo é que comerciantes portugueses desde logo começaram a negociar com o Japão. A partir de 1550, o comércio com o Japão passou a ser um monopólio, sob chefia de um capitão-mor. Como em 1557 os portugueses se estabeleceram em Macau, na China, isso vai ajudar o comércio com o Japão, principalmente de prata.
Os missionários desde o início vão entrar também no Japão. É em 1549 que chegam os primeiros, entre eles São Francisco Xavier, que progressivamente vão penetrando pelo Japão, chegando a Nagasáqui em 1569, que foi doada aos Jesuítas em 1580. E entre 1582 e 1590 realiza-se a primeira embaixada do Japão à Europa. Em 1587 dá-se uma reviravolta na posição de protecção aos missionários, sendo os Jesuítas expulsos.
O contacto entre as duas civilizações deixou marcas duradouras.
A língua portuguesa foi, no início, o meio de comunicação dos estrangeiros com o Japão. Ainda hoje há inúmeros vocábulos de origem portuguesa. Foi com os portugueses que entrou no Japão a imprensa de tipos metálicos, sendo um missionário português quem escreveu a primeira gramática da língua japonesa. Foram também os portugueses que introduziram no Japão as armas de fogo, além de novos conhecimentos nos domínios da medicina, astronomia, matemática, além de ensinarem a arte da navegação dos portugueses.
Porto Editora
-
introduzimos uma arma que fez com que a guerra permanente em que vivia o japão terminasse passado pouco tempo.
-
introduzimos uma arma que fez com que a guerra permanente em que vivia o japão terminasse passado pouco tempo.
-
a introdução foi a medio prazo tão benefica para o japão, que ainda hoje o festejam.
antes haviam batalhas em que duas facções de 1000 samurais tinhamcada uma 400 baixas, com a introdução da espingarda esta proporção passou a ser 100 baixas para os detentores de arcabuzes e 700 para os que não a detinham (obviamente os valores são hipotéticos e exemplificativos). Isto resultou que gradualmente as dezenas de daimios foram sendo derrotados ou tornados vassalos de um só que se tornou Shogum e trousse seculos de paz e estabilidade ao japão (após seculos de guerra constante).
-
Duarte Pacheco, o defensor de Cochim, tão extraodinário português que o próprio navio onde embarcasse sentiria logo o peso da sua glória, cavando mais fundo as águas do fundo mar...
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.arqnet.pt%2Fimagens3%2Fimag060301.jpg&hash=20c696860b16f280e682c57e1e9148ac)
Batalha Naval do Passo de Cambalão - Abril de 1504
Aqui se contará como Duarte Pacheco e pouco mais de cinco navios portugueses enfrenteram a poderosa armada do Samorim, com mais de cem navios...
Durante a primeira guerra de Cochim, em 1503, tinham-se passado para o Samorim de Calicut dois italianos, idos à Índia nas naus portuguesas a mandado de Veneza, com o propósito de ensinarem os Malabares a fabricar artilharia e a servirem-se dela contra nós. Por outro lado, os Turcos tinham fornecido ao Samorim grande quantidade de canhões e espingardas. Por tudo isso, quando ele, em 1504, voltou a invadir o reino de Cochim, após a partida para Portugal de Francisco e Afonso de Albuquerque, dispunha de um exército e de uma armada muito melhor equipados que os do ano anterior.
Incluindo as tropas de quatro reis seus vassalos, o exército do Samorirn ascendia a mais de oitenta e quatro mil homens. A sua armada era composta por cerca de cem paraus, cada um deles armado com duas bombardas e cinco espingardas, cerca de cem tones com uma bombarda cada um e grande número de catures (navios ligeiros).
A concentração destas forças foi efectuada em Cranganor, donde partiram nos primeiros dias de Abril em direcção a Cochim, indo a armada pelos rios e esteiros que ligam as duas cidades, não só por ser já difícil, naquele mês, a viagem por mar, mas também por causa da fortaleza e da nau que defendiam a barra de Cochim.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2F121.jpg&hash=1c3de1f2684253d97279cdb337e16cec)
Para enfrentar o enorme potencial bélico do Samorim, dispunha Duarte Pacheco Pereira somente de uma nau, em que deixou o mestre por capitão com mais vinte e quatro homens, duas caravelas com vinte e cinco homens cada uma e dois batéis artilhados, um dos quais capitaneado por ele próprio, guarnecidos cada um com vinte soldados. Na feitoria, estava o feitor, fazendo também as vezes de alcaide, com mais trinta e oito homens! A inferioridade das forças portuguesas em relação às do Samorim era de um para quinhentos em homens e de um para sessenta em navios!
Quando a invasão de Cochim se tornou iminente, Duarte Pacheco mandou construir uma forte paliçada diante do vau que na maré baixa dava passagem para a quase ilha em que estava construída a cidade. Além disso, mandou reforçar a protecção das caravelas e dos batéis com paveses feitos de tábuas da grossura de dois dedos e com arrombadas constituídas por sacos cheios com algodão, pendurados fora da borda, destinados a amortecer o impacto dos pelouros inimigos. Mandou também armar cada batel com quatro berços.
Apesar de todos estes preparativos, a população de Cochim e o próprio rei andavam muito descoroçoados por ver que as nossas forças eram insignificantes comparadas com as do Samorim. Para os animar, Duarte Pacheco efectuou vários assaltos de surpresa contra as terras de Cochim que se haviam passado para o lado do invasor, queimando-lhes muitas aldeias e matando-lhes muitos naires.
Sabendo então que o exército e armada do Samorim se estavam dirigindo para o passo de Cambalão (que hoje é muito difícil de saber exactamente onde ficava situado), resolveu ir esperá-los aí, levando consigo apenas uma caravela e os dois batéis, já que a nau, devido ao seu calado, não podia navegar nos rios e esteiros e a outra caravela ainda não tinha concluído a reparação das avarias que sofrera na guerra do ano anterior.
Chegado ao local, onde o rio teria cerca de cem metros de largura, fundeou os seus três navios com fortes amarras de ferro, para que o inimigo as não pudesse cortar facilmente, e mandou passar rejeiras de uns para os outros para, alando por elas, poderem orientar à vontade a direcção dos seus canhões.
Ao amanhecer do dia 16 de Abril apareceu a margem norte coberta de soldados que atroavam os ares com os seus gritos e o toque de inúmeros instrumentos bélicos. À borda de água tinha sido montada durante a noite, sob a direcção dos dois italianos, uma bateria de cinco canhões que começou logo a bombardear a caravela. Respondeu esta acto continuo e fê-lo tão eficazmente que a guarnição da bateria se pôs em fuga.
Nessa altura começou a despontar, detrás de uma curva do rio, a imensa armada de Calicut. À sua vista, alguns paraus de Cochim que tinham ido em companhia de Duarte Pacheco fugiram para aquela cidade, onde espalharam a notícia de que os portugueses estavam perdidos!
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2F123.jpg&hash=d203e9469a0589c87e08fac0bfab7181)
A verdade é que, sob o ponto de vista táctico, a escolha do local fora excelente. Devido à pouca largura do rio naquele ponto, os paraus inimigos só podiam avançar numa frente estreita. Por isso, os nossos navios só tinham que combater de cada vez com pouco mais de uma dezena. Por outro lado, devido à falta de espaço para manobrar, os que eram obrigados a retirar, destroçados e cheios de mortos e feridos, embaraçavam e desmoralizavam os que vinham atrás.
Não obstante, parecia milagre como três navios minúsculos iam conseguindo deter aquela mole imensa que avançava contra eles e que parecia submergi-los.
Primeiro, vieram vinte paraus, amarrados uns aos outros, disparando continuamente as suas quarenta bombardas e as suas cem espingardas, acompanhadas do arremesso de milhares de flechas. Mas os paveses e as arrombadas dos nossos navios funcionaram às mil maravilhas, aguentando bem o impacto dos pelouros, das balas e das flechas, enquanto os bombardeiros e espingardeiros portugueses chacinavam as guarnições dos paraus inimigos que não dispunham de qualquer espécie de protecção.
Ao fim de pouco tempo, dos vinte paraus que tinham iniciado o ataque, quatro já estavam meio alagados, cheios de mortos e feridos e incapazes de manobrar; os restantes, também com avarias diversas, mortos e feridos, viram-se obrigados a retirar. Mas foram logo substituídos por outro grupo de cerca de uma dezena de unidades que não teve melhor sorte. E, depois, veio outro grupo, e outro, e outro... Mas o resultado era sempre o mesmo: após algum tempo de duelo de artilharia com a nossa caravela e os nossos batéis, os paraus do Samorim eram obrigados a bater em retirada com muitas avarias e cheios de mortos e feridos.
Pelo meio-dia, estando já a água do rio tinta de sangue, a armada de Calicut cessou os seus ataques e bateu em retirada. Ao mesmo tempo, as tropas de terra que durante a batalha não tinham parado de lançar flechas sobre os nossos navios, afastaram-se também para fora do alcance da sua artilharia.
Nesta primeira batalha, conforme veio a saber-se mais tarde, teve a armada de Calícut para cima de mil e trezentos mortos. Dos portugueses não morreu nem ficou ferido nenhum! Abençoados paveses e arrombadas!
Poucos dias depois desta primeira batalha, veio juntar-se à flotilha de Duarte Pacheco a caravela que ficara em Cochim a acabar as reparações.
Vexado com a derrota sofrida, o Samorim resolveu fazer segunda tentativa no domingo seguinte, que era Domingo de Páscoa, começando por enviar sessenta paraus, por outro rio, contra a nau que estava em Cochim na esperança de que Duarte Pacheco fosse imediatamente em seu auxílio, deixando livre o passo de Cambalão.
Daí resultou que, cerca das nove horas, chegou uma embarcação com com um recado do rei de Cochim para Duarte Pacheco pedindo-lhe que fosse ajudar a sua nau que estava em apuros. Mas este não se deixou impressionar. No entanto, como a maré estava a vazar, resolveu ir com uma caravela e um batel em socorro da nau, pensando que poderia regressar, logo que a maré começasse a encher, a tempo de apoiar a outra caravela e o outro batel que ficavam defendendo o passo.
E assim aconteceu!
Logo que Duarte Pacheco chegou perto da nau, os paraus que a estavam a atacar, temendo ficar metidos entre dois fogos, puseram-se em fuga e ele, aproveitando a enchente, tal como previra, voltou rapidamente para o passo de Cambalão, onde a outra caravela e o outro batel estavam aguentando sozinhos todo o peso da armada de Calicut.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Flusotopia.no.sapo.pt%2Fcaravela01.jpg&hash=847573298f9b98414e5e30db096623cb)
E repetiram-se as cenas da semana anterior. Os paraus do Samorim, durante mais de três horas, lançaram repetidos ataques sobre os navios portugueses, em tentativas desesperadas para os abordar, sendo de todas as vezes rechaçados com muitas avarias e um número elevado de mortos e feridos. Depois de terem perdido dezanove paraus, incendiados ou afundados e terem tido cerca de duzentos mortos, não tiveram outra alternativa senão retirar.
No dia seguinte, em vez de aproveitarem para repousar das fadigas da véspera, os portugueses foram atacar de surpresa uma povoação da ilha de Cambalão, tendo no caminho combatido com catorze paraus, que desbarataram!
E no dia imediato a esse teve lugar a terceira batalha que, tal como a primeira começou com um bombardeamento cerrado dos nossos navios por parte da bateria de terra. Mas o tiro desta era pouco certeiro e Duarte Pacheco deu ordem aos seus homens para não responder, a fim de dar confiança à armada inimiga para se aproximar. O estratagema resultou. Quando os navios que constituam a sua vanguarda se aperceberam que os portugueses já não respondiam ao fogo de terra, convenceram-se que teriam sofrido graves perdas e lançaram-se sobre eles atabalhoadamente, certos de que desta vez os iriam finalmente abordar. Só que no momento em que estavam prestes a chegar junto deles foram recebidos por uma salva disparada à queima-roupa de todos os canhões e todas as espingardas das caravelas e dos batéis que lhes mataram muita gente e meteram no fundo, de uma assentada, oito paraus!
O primeiro ímpeto do inimigo fora quebrado. Mas continuaram a vir mais e mais paraus que, uns após outros, ou eram afundados ou obrigados a retirar cheios de mortos e feridos.
Por volta do meio dia, quando a batalha estava já a esmorecer, um dos nossos batéis começou a arder. Reanimaram-se os malabares e todos os paraus que o puderam fazer concentraram sobre ele o seu fogo e os arremessos de flechas, na esperança de o tomarem. Mas, mais uma vez, as suas expectativas foram goradas. A guarnição do batel conseguiu dominar o incêndio e continuou a combater com a mesma eficácia de antes.
Só restava ao inimigo retirar. Foi o que fez, tendo perdido nesta terceira batalha mais vinte e dois paraus e sofrido mais de seiscentos mortos.
Logo que a armada de Calicut iniciou a retirada, Duarte Pacheco, apesar de ter os seus homens exaustos, foi em sua perseguição com os dois infatigáveis batéis e, saltando em terra, matou muitos naires do senhor de Cambalão e queimou-lhe mais duas povoações, sem perder um único soldado!
E com tudo isto andavam os Malabares e os «Mouros» assombrados e diziam que o Deus dos Portugueses estava combatendo por eles, pois que de outro modo não se podia explicar como é que, sendo tão poucos, alcançavam sempre a vitória, tanto em terra como no mar, contra inimigos tão numerosos!
Saturnino Monteiro
em «Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa» (Vol.I)
-
Batalha do Golfo de Oman
Em fins de Fevereiro de 1554, largou de Goa, sob o comando de D.Fernando de Meneses, filho do vice-rei, uma armada que tinha como missão: em primeiro lugar, capturar as «naus de Meca» que nessa época do ano costumavam regressar ao mar Vermelho idas do golfo de Bengala ou do Achém; em segundo lugar, dar combate às galés turcas estacionadas em Baçorá se elas voltassem a sair para o mar. Compunha-se a dita armada de seis galeões (São Mateus, Santa Cruz, São Sebastião, São Tiago, São Lourenço e São Tomé), seis caravelas e vinte e cinco ou vinte e seis fustas e catures. Todos os navios iam muito bem equipados e municiados. Das suas guarnições faziam parte mil e duzentos portugueses, além dos habituais auxiliares canarins e malabares.
À chegada ao golfo de Adém, D. Fernando destacou um certo número de fustas e catures para a entrada do mar Vermelho a fim de investigarem o que por lá se passava. As informações que trouxeram foi que somente se encontravam em Moca três ou quatro das galeotas de Cafar.
Durante todo o mês de Março se conservou a armada de D. Fernando de Meneses cruzando no golfo de Adém sem que fosse avistada qualquer «nau de Meca». Será de supor que estas naus, tendo tido conhecimento da intensa actividade naval dos Portugueses naquela zona, tenham desistido das suas viagens. Em princípios de Abril, de acordo com as ordens que recebera de seu pai, D.Fernando dirigiu-se para Mascate, navegando ao longo da costa da Arábia. De caminho, desembarcou em Dofar, a fim de tentar conquistar um forte que os Fartaques tinham tomado aos Árabes da região, nossos aliados. Porém, depois de vários combates, acabou por desistir por não ter possibilidade, devido à ondulação, de desembarcar a artilharia pesada necessária para o bater.
Chegado a Mascate, D. Fernando de Meneses deixou aí o grosso da armada a «invernar» (passar a «monção») e seguiu para Ormuz com os navios de remo, acompanhando várias naus de mercadores e um galeão vindo de Goa, onde ia embarcado Bernardim de Sousa, nomeado capitão daquela praça em substituição de D. Antão de Noronha. Feita a entrega do cargo, foi o dito galeão mandado «invernar» também em Mascate, depois de nele ter sido embarcada a fazenda do capitão, dos fidalgos e dos soldados que nele haviam de regressar a Goa por terem terminado as suas comissões.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg383.imageshack.us%2Fimg383%2F743%2Fmussandty9.jpg&hash=0b4c0d35fd02d86c411ced81898eb694)
Em princípios de Julho, quando começaram a soprar os ventos de oeste, D. Fernando enviou três catures para a boca do Shatt al-Arab a fim de vigiarem as galés turcas. Utilizando barcos de pesca locais, alguns dos elementos das guarnições dos catures, provavelmente indianos, entraram no rio e foram mesmo a bordo das galés vender peixe! Desta forma ficaram sabendo que aquelas se estavam preparando activamente para sair para o mar. Moradobec fora substituído no comando da armada turca por Alecheluby, corsário afamado, a quem Solimão repetira a ordem de fazer regressar ao mar Vermelho quinze das galés que estavam em Baçorá.
Nos primeiros dias de Agosto, já com ventos firmes de oeste, Alecheluby deixou o Shatt al-Arab rumo ao estreito de Ormuz. Imediatamente um dos catures que ali se encontrava de vigia seguiu para Ormuz, a fim de alertar D.Fernando de Meneses, enquanto os outros dois acompanhavam à distância as galés turcas.
Logo que D. Fernando soube que a armada turca já se encontrava no mar, meteu-se nos navios de remo e foi para Mascate, onde deixara a «invernar» os galeões e as caravelas. Também D. Antão de Noronha, que saía de capitão de Ormuz e a quem o Vice-Rei encomendara que amparasse o filho por ser ainda muito novo, se meteu numa galeota com quarenta soldados e tomou o rumo de Mascate, para onde, como já referimos, tinha mandado o galeão em que devia regressar a Goa. Por seu turno, Bernardim de Sousa, o novo capitão de Ormuz, não querendo ficar ocioso, mandou artilhar e guarnecer com gente de armas um galeão e três ou quatro naus de mercadores que ali estavam e preparou-se para, depois de as galés terem passado, ir postar-se na boca do Shatt al-Arab a fim de impedir que se pudessem recolher a ele se, tal como acontecera no ano anterior, fossem obrigadas a retroceder. Decisão particularmente acertada que denota uma excepcional visão estratégica e um elevado espírito de iniciativa.
Chegado a Mascate, D. Fernando de Meneses embarcou no seu galeão, que era o São Mateus, acompanhado de D. Antão de Meneses e de Manuel de Vasconcelos, que lhe serviam de mentores, e fez-se ao mar com toda a armada, rumo ao norte, ao encontro do inimigo, aproveitando os ventos gerais de sueste que durante o mês de Agosto predominam no golfo de Omã. É de supor que o galeão de D. Antão de Noronha tenha acompanhado a armada.
À frente iam os catures e as fustas em missão de exploração. Seguiam-se as caravelas e, por fim, os galeões. Qualquer destas três esquadras devia ir formada em linha, isto é, com os navios ao lado uns dos outros, e com intervalos relativamente grandes entre eles. No entanto, essas linhas deviam ser bastante irregulares, uma vez que os Portugueses, de um modo geral, não se preocupavam com o rigor das formaturas. Na mente dos nossos capitães, a preocupação de ser o primeiro a abordar o inimigo prevalecia sobre quaisquer outras considerações de ordem táctica.
A 10 de Agosto, pela manhã, estando as nossas fustas e catures já muito perto do cabo Mussandão, começaram a avistar as galés turcas que estavam precisamente a dobrar aquele cabo, passando entre ele e uma ilhota que lhe fica fronteira. Vinham a navegar à vela e, logo que aproaram a sul, cingiram-se o mais possível ao vento, que naquela zona ainda soprava de oeste, seguindo em coluna ao longo da costa. Pouco depois, eram avistadas pelas nossas caravelas e galeões, que foram imediatamente ao seu encontro aproveitando o vento que na zona onde se encontravam soprava de WSW e SW.
De bordo das galés turcas o espectáculo devia ser impressionante. Na sua frente estendia-se uma muralha de cerca de quarenta velas que parecia intransponível. Mas Alecheluby não perdeu o sangue-frio e logo começou a idealizar a forma de sair da ratoeira em que se encontrava. Confiadamente, continuou em frente, permitindo que a distância aos navios portugueses continuasse a diminuir rapidamente, uma vez que as duas armadas iam praticamente a navegar a contra-bordo. Pouco depois, começava o duelo de artilharia entre as galés que iam à frente e as nossas fustas, a que um pouco depois se juntou o galeão Santa Cruz. O mar principiou a cobrir-se de pequenas nuvens de fumo negro resultantes dos disparos e em volta dos navios empenhados no combate começaram a levantar-se as «gerbes» resultantes da queda dos projécteis.
A bordo dos navios portugueses o ambiente era de franco optimismo. Capitães, fidalgos e soldados tinham como certo que em breve viriam às mãos com os turcos e não duvidavam que os esmagariam. Mas D. Antão de Noronha, que no íntimo se considerava o verdadeiro capitão-mor da armada, não queria correr riscos desnecessários. Vendo que o galeão Santa Cruz se adiantara bastante em relação ao resto da armada e que a coluna turca avançava directamente contra ele, receou que se o vento caísse lhe pudesse vir a acontecer o mesmo que tinha acontecido ao galeão de Gonçalo Pereira Marramaque no estreito de Ormuz no ano anterior. Como sabia que o Santa Cruz tinha pouca gente, passou-se para a sua galeota e foi-lhe meter dentro um reforço de trinta soldados, após o que voltou para o São Mateus, para junto de D. Fernando.
Entretanto o vento refrescara, fixando-se em sudoeste, o que fez aumentar a velocidade e a capacidade de manobra dos nossos navios de alto bordo. Mais alguns minutos e as nossas caravelas estariam em cima das galés! Foi então que Alecheluby desferiu o golpe que estivera preparando. A uma ordem sua, todas as galés, que já haviam sido devidamente prevenidas, arriaram as velas e, navegando a remos, executaram uma guinada simultânea para EB (um «turn», como hoje diríamos), aproando à ponta Lima, que era aproximadamente a direcção donde vinha o vento. Com esta manobra as galés turcas afastaram-se rapidamente dos navios portugueses, acabando pouco depois por ficar a barlavento de toda a nossa armada! Por mais que as caravelas e os galeões puxassem tudo para a orça, nenhum deles conseguiu chegar à ponta Lima antes de as galés a terem dobrado!
Em todos os nossos navios a decepção era profunda. No São Mateus, os principais capitães portugueses, colhidos de surpresa pela superior capacidade táctica dos turcos, discutiam acaloradamente acerca da forma de alcançar as galés sem chegarem a qualquer conclusão. Por fim, um piloto «velho» conseguiu fazer-se ouvir. Dizia ele que embora naquela época do ano predominassem no golfo de Omã os ventos de sueste, havia junto à costa da Pérsia ventos que davam para navegar para leste. Afirmava que já tinha feito por ali a viagem de Ormuz para Mascate e propunha que a armada atravessasse imediatamente para a outra costa, única maneira de conseguir alcançar Mascate antes de os turcos lá chegarem. À falta de melhor, a sugestão foi aceite, e, entregando-se aos caprichos de Eolo, D. Fernando de Meneses mandou fazer rumo para a costa da Pérsia. Afinal o piloto tinha razão. Encontrando ventos propícios, a armada portuguesa, navegando a curta distância de terra, progrediu rapidamente para leste. Quando pareceu aos pilotos que já deviam ter Mascate para ré do través, voltou a atravessar o golfo de Omã com vento largo e conseguiu alcançar Mascate sem dificuldade. Aí chegados, receberam os portugueses a agradável notícia de que as galés turcas ainda não haviam passado. A manobra resultara em cheio!
Antes de deixar a costa da Arábia, D. Femando tinha destacado um certo número de fustas e catures para irem acompanhando as galés e levarem para Mascate informações relativas à sua posição. À chegada a esta cidade despachou outro grupo de fustas para irem para norte, junto à costa, ao encontro daquelas.
Dois ou três dias se conservou a armada portuguesa em Mascate, aproveitando para fazer aguada e dar um pouco de descanso às guarnições. Entretanto, a armada turca arrastava-se penosamente ao longo da costa da Arábia, navegando exclusivamente a remos, o que a obrigava a fundear de tantas em tantas horas para dar repouso às chusmas. À distância, acompanhavam-na alguns catures e fustas portuguesas sempre vigilantes. Perto dos ilhéus que ficam defronte do cabo Suadi apareceram mais fustas pela proa, obviamente vindas de Mascate. Apesar de tudo, Alecheluby não estava preocupado. A persistência dos ventos gerais de sueste, embora exigisse um enorme esforço dos remadores, o que lhe era indiferente, constituía a melhor garantia de que as caravelas e os galeões portugueses que tinha deixado para trás não seriam capazes de o alcançar. O mais provável, pensava, era que tivessem recolhido a Ormuz.
Ao romper do dia 25 de Agosto as fustas que alguns dias antes tinham saído de Mascate regressaram com a informação de que haviam deixado as galés junto ao cabo Suadi e que, portanto, já deviam estar muito próximas. D. Fernando de Meneses mandou imediatamente suspender e fez-se ao mar com todos os navios vistosamente embandeirados e prontos para combate, jurando a si próprio que desta vez não havia de deixar escapar os turcos. Como habitualmente, seguia à frente uma linha de fustas, depois uma linha de caravelas e por último uma linha de galeões. Nessa altura o vento era moderado de leste, o que permitia aos nossos navios navegar praticamente à popa arrasada.
Como os portugueses iam a navegar à vela projectando-se sobre um horizonte de mar e os turcos vinham a navegar a remos projectando-se sobre a terra, era inevitável que avistassem a nossa armada muito antes de poderem ser avistados por ela. De começo, Alecheluby não se alarmou. Convencido de que a armada portuguesa estava muito para trás, pensou que as velas que começavam a avistar-se eram de navios mercantes que se dirigiam para Ormuz. Mas vendo que o seu número continuava a aumentar, acabou por compreender que, por razões que lhe escapavam, era novamente a nossa armada que tinha diante de si. Não obstante, apesar de se encontrar numa situação que parecia desesperada, não se desorientou. Partindo do princípio de que ainda não teria sido avistado pelos portugueses, aproximou-se ainda mais da costa, acabando por ficar encoberto por uma ponta de terra, onde, provavelmente, se terá deixado ficar à espera que os nossos navios passassem.
De bordo destes, as galés turcas só terão sido avistadas, já a curta distância, quando deixaram pelo través de BB a ponta de terra acima referida. Nessa altura, as galés lançaram-se à voga arrancada para barlavento, ao longo da costa, exactamente como tinham feito quinze dias antes no cabo Mussandão. Surpreendidos, os capitães dos nossos galeões e caravelas apressaram-se a guinar para BB e, orçando o mais possível, procuraram alcançar a costa que tinham pela proa antes de as galés lá chegarem.
O navio português que ia a navegar mais próximo de terra e que, consequentemente, parecia ter maiores possibilidades de interceptar as galés era a capitânia de D. Fernando de Meneses, o galeão São Mateus. Mas como levava as vergas braceadas no limite andava relativamente pouco e abatia muito. Com a respiração suspensa, a guarnição não tirava os olhos da coluna de galés que voavam sobre as águas com os chicotes dos comitres flagelando sem piedade as costas dos remadores. Estando o galeão ainda a uma certa distância da costa, a primeira galé cortou-lhe a proa passando-se para barlavento! E, logo a seguir, outra... e outra... e outra ... ! Não havia hipótese de chegar a tempo! As galés iam, mais uma vez, escapar-se! Foi então que alguém lançou para o ar a ideia de fundear para, ao menos, poder disparar a artilharia contra elas. Atabalhoadamente foi largado um ferro e carregado o pano. Lentamente, o galeão começou a fazer cabeça ao vento, enquanto os bombardeiros, tensos, aguardavam de morrões acesos. Finalmente o galeão ficou paralelo à coluna de galés e a pequena distância delas. Já nove tinham passado quando as bombardas do São Mateus começaram a disparar. Tiros curtos... tiros compridos... Em silêncio absoluto, os soldados e os marinheiros sustinham a respiração. De súbito, um pelouro de grosso calibre acertou em cheio na décima galé, metendo-lhe a borda dentro, quebrando-lhe muitos remos e matando-lhe numerosos remadores de BB. Impulsionada pelos remos de EB a galé atravessou-se instantaneamente. E foi o fim! Como as galés iam muito perto umas das outras a navegar a grande velocidade, quando a dianteira estacou, as que seguiam atrás dela não tiveram tempo de se desviar nem de estacar e roçando umas pelas outras partiram as apelações (conjunto de remos) e ficaram imobilizadas!
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg201.imageshack.us%2Fimg201%2F8074%2Fbattleiy7.jpg&hash=61638f2238a023c15794963d512f4070)
A bordo da nossa capitânia era o delírio! Já muito perto vinham as caravelas, qual matilha enfurecida, sequiosa de sangue. A primeira era a de D. Jerónimo de Castelo Branco. Ao passar muito perto da popa do São Mateus, um seu irmão que estava no chapitéu deste gritou-lhe entusiasmado: -Vara-me essa caravela, rapaz!- D. Jerónimo não fez a coisa por menos. Com o pano todo em cima meteu-se pelo meio das duas primeiras galés da molhada, até dar em seco. Cada caravela tinha somente vinte soldados; cada galé teria pelo menos cinquenta. Mas o maior bordo livre das caravelas era um factor decisivo no combate à abordagem, sobretudo porque permitia aos portugueses usar à vontade a sua arma preferida: as panelas de pólvora. Mal a nossa caravela se prolongou com as duas galés começou a lançar-lhes para dentro panelas de pólvora umas atrás das outras. Queimados pelas chamas e entontecidos pelas explosões, os seus remadores lançavam-se à água e os soldados desordenavam-se. Aproveitando a confusão, D. Jerónimo saltou para a galé que tinha por BB, com quinze soldados, e à lança e à espada matou os turcos todos que lá se encontravam e que não tiveram tempo de saltar para a água. Mas já vinha chegando a caravela de D. Manuel de Mascarenhas, que aferrou por BB a outra galé que D. Jerónimo já tinha aferrado por EB e logo mimoseou com nova chuva de panelas de pólvora. Com a sua guarnição quase toda queimada e completamente desmoralizada, esta galé foi facilmente tomada por D. Manuel de Mascarenhas, que imediatamente foi atacar a terceira galé. Nesta, o combate foi mais renhido, mas os turcos acabaram por ser todos mortos ou obrigados a lançar-se à água. E eis que mais duas caravelas entram de rompante na contenda: a de António Valadares e a de Fernando Monroi. Cada um deles aferra uma galé, lança-lhe para dentro numerosas panelas de pólvora e a seguir varre-a de proa à popa à lança e à espada. Após violentos combates, estas duas galés são tomadas. A última galé terá ficado para as caravelas de Nun'Álvares de Castro e de Jorge de Moura, as últimas a chegar. Depois de uma curta resistência, foi também tomada. Em menos de meia hora, seis galés turcas tinham caído nas mãos dos portugueses com quarenta e sete canhões de bronze, sendo alguns deles basiliscos, esperas, camelos e águias, ou seja, canhões de grosso calibre.
Enquanto prosseguia o combate entre as caravelas e as galés, as nossas fustas metiam-se entre estas e a terra e matavam à lançada todos os turcos que tentavam alcançar a costa a nado. Com as nove galés que lhe restavam, pairando a barlavento, Alecheluby assistia consternado à destruição das seis que tinham ficado para trás na esperança de que alguma ainda se pudesse escapar. Mas em breve se desenganou. Agora, a única coisa que lhe restava fazer era tentar salvar as que tinha consigo. Uma vez que em fins de Agosto predominam no mar da Arábia os ventos de sudoeste, optou por se dirigir à vela para o golfo de Cambaia.
Terminada a batalha, D. Fernando de Meneses deu ordem às caravelas para irem no encalço de Alecheluby e recolheu a Mascate com os galeões, as fustas e as seis galés turcas que haviam sido capturadas. Ali se demorou vários dias, festejando a vitória, baptizando as galés e guarnecendo-as com gente que tirou dos outros navios. Por fim, dirigiu-se para Goa, onde chegou nos primeiros dias de Novembro. De estranhar que, pelo menos, não tenha mandado as galés e algumas fustas para o golfo de Cambaia para apoiar as caravelas que, no caso de falta de vento, se poderiam ver em sérias dificuldades perante as nove poderosas galés turcas.
Entretanto, esforçavam-se aquelas por alcançar as galés, o que não era fácil porque lhes levavam um avanço considerável e iam a navegar com vento de alheta, o que lhes conferia uma velocidade pouco inferior à sua.
Finalmente, já muito perto da costa indiana, as caravelas de António Valadares e de Fernando Monroi, provavelmente as que iam mais adiantadas, avistaram as galés turcas. Mas estas não estavam dispostas a combater. Com vento fresco e mar de vaga, indo a navegar bastante dispersas e, possivelmente, com falta de água, só pensavam em escapar-se. Vendo já muito perto as nossas caravelas, as duas galés que iam mais atrasadas optaram por se dirigir para a costa, onde vararam e se desfizeram, uma junto de Damão e a outra um pouco mais abaixo, perto de Danu. As restantes sete dirigiram-se para Surrate, em cujo porto conseguiram entrar antes de serem alcançadas pelas caravelas de D. Jerónimo de Castelo Branco, Nun'Álvares de Castro e Manuel de Mascarenhas, que as ficaram bloqueando, fundeadas do lado de fora do «poço».
Neste meio tempo, as caravelas de António Valadares e de Fernando Monroi dirigiram-se para Baçaim, onde chegaram a 20 de Setembro. Desta cidade partiram imediatamente doze fustas para Surrate a fim de reforçarem as três caravelas que estavam bloqueando as galés. Poucos dias depois, quando a notícia dos acontecimentos do golfo de Omã chegou a Chaul, partiram também dali outras doze fustas com o mesmo fim.
A 23 de Setembro fundeou na barra de Goa uma nau do Reino que trazia um novo vice-rei: D. Pedro de Mascarenhas. Pela mesma altura chegava também a Goa um catur vindo de Mascate com a notícia da vitória alcançada pela nossa armada sobre os Turcos, bem como outros, vindos de Baçaim e de Chaul, dando conta da presença das sete galés em Surrate. Tratou logo o novo vice-rei de organizar uma armada destinada a acabar de vez com aquelas e a 10 de Outubro largaram de Goa, com destino a Surrate, dois galeões e trinta navios de remo sob o comando de Fernão Martins Freire, sobrinho de D. Pedro de Mascarenhas.
De notar que nesta altura, além das armadas ordinárias, tinham os Portugueses empenhados na guerra contra os Turcos oito galeões, seis caravelas e oitenta e seis galés, galeotas, fustas e catures, o que dá bem ideia da formidável potência naval que Portugal era então, apesar de todas as dificuldades de ordem financeira com que se debatia o Tesouro.
Chegado a Surrate, Fernão Martins intimou o capitão da cidade a que, nos termos do tratado de paz em vigor, lhe entregasse os turcos e as galés ou então que mandasse queimar estas. Escusou-se aquele, alegando que os turcos se tinham metido pela terra dentro e que já não havia nenhum na cidade. Quanto às galés, dizia que não lhe convinha entregá-las nem queimá-las porque temia represálias dos Turcos contra as naus de Cambaia que todos os anos, com «cartazes» dos Portugueses, iam ao mar Vermelho. Em contrapartida, propunha-se mandá-las cortar, cada uma delas, em três partes. Levado o assunto ao conhecimento do Vice-Rei, este anuiu. Na presença dos capitães portugueses, cada uma das sete galés que restavam da armada de Alecheluly foram serradas em seis bocados, ficando completamente inutilizadas. Deixando dez fustas a patrulhar o golfo de Cambaia, Fernão Martins Freire regressou a Goa, onde chegou nos primeiros dias de Novembro, praticamente ao mesmo tempo que D. Fernando de Meneses.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.ancruzeiros.pt%2Fhcomb-3p1554b.jpg&hash=f33b65b63933101ebf58a1c93d1b49ae)
Desta forma terminou a campanha iniciada havia dois anos quando os Turcos tentaram apoderar-se de Ormuz com o fim de assegurarem as ligações marítimas entre Suez e Baçorá. Das vinte e cinco galés que empenharam nas operações com ela relacionadas, perderam seis em combate, três por encalhe fortuito ou deliberado e sete por internamente e posterior inutilização. Restavam-lhes duas no mar Vermelho e sete no Shatt al-Arab. Destas últimas, duas acabariam por ser queimadas pelos Persas por volta de 1555 e outras duas por ser tomadas pelos nossos em Barém, em 1559.
Para a vitória final dos Portugueses foram factores preponderantes a abundância de meios navais de que então dispunham na Índia, o receio que os Turcos tinham de se baterem com eles no mar e a forma inteligente como o vice-rei D. Afonso de Noronha movimentou as nossas armadas. Ao mesmo tempo que conservava as galés turcas encurraladas em Baçorá, contra-atacou, cortando as comunicações do mar Vermelho com o exterior, «jogada» que levou à desintegração do dispositivo naval turco no Índico.
De assinalar que em resultado da destruição da armada turca, e apesar de os Turcos continuarem senhores de Adém, as comunicações entre a Índia e a Abissínia foram restabelecidas. Outro ponto interessante a ter em conta é que em 1555 Solimão fez a paz com a Pérsia. Mera coincidência ou consequência directa da destruição da sua armada do Índico pelos Portugueses? Seja como for, a batalha do golfo de Omã coincide com o fim da expansão do Império Otomano para Leste.
Saturnino Monteiro
em «Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa» (Vol.III)
-
Apresento-vos uma longa mas interessantíssima biografia sobre aquele que, muito provavelmente, foi um dos mais notáveis estadistas de sempre.
Que falta faz hoje um líder como Dom João II...
O Príncipe Perfeito
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.geocities.com%2Fatoleiros%2Fimages%2Fjoao2.jpg&hash=3a6c995fe0cc49af71cac00f965c5a85)
Maquiavel terá pensado em D. João quando escreveu o Príncipe. Foi Lope de Veja quem lhe chamou “Príncipe Perfeito”. Isabel a Católica chamava-lhe, com admiração e respeito, “o homem!”. Dom João II reinou 14 anos e mudou o destino de Portugal. Fundou o Estado Moderno e planeou a expansão ultramarina. Institucionalizou Portugal como potência mundial no final do século XV.
Dom João II sabia o que queria e sabia para onde ia. Queria garantir independência de Portugal; queria preservar a nossa posição em Africa; e queria chegar à Índia pelo Oriente. Muitas vezes tentou, algumas errou, mas nunca se afastou do objectivo que estava certo e foi atingido.
Embora fosse um homem guerreiro e tivesse vitórias militares, Dom João II foi acima de tudo um homem de Estado. Usou, por isso, mais a diplomacia do que a guerra. A progressão de Portugal ao longo de Africa e pelos mares, fez-se procurando a amizade e o comércio com os povos que encontrávamos, fosse qual fosse a sua cor. Ao mesmo tempo, Dom João garantiu que Portugal era soberano e respeitado, através de acordos e tratados arduamente negociados com as outras potências europeia da época. A paz no continente, a liberdade nos mares – foi a sua política.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.dancingwithdolphins.com.au%2Fdiscovery%2Fimages%2Fmapa-descobrimentos.jpg&hash=ec91d13a1faf73f38c3e780614dd0e8d)
Ele é, de facto, o Príncipe Perfeito, como lhe chamaram. Sem as suas medidas governativas, Portugal dificilmente teria sucesso na aventura dos Descobrimentos e conseguiria manter-se independente da vizinha Castela.
Com D. João II o dá os passos decisivos na conquista de todo o Atlântico Sul e do caminho marítimo para a Índia.
Ele é o monarca que, sem hesitações, centraliza o poder, pensa e projecta Portugal no futuro.
A sua visão ambiciosa, a tenacidade e a audácia diplomática permitiram que o Brasil hoje fale português e que o comércio via caminho marítimo para a Índia enriquecesse o país.
Os seus 14 anos de reinado mudaram o rumo de Portugal e deixaram uma herança valiosa, única na nossa história. E é devido ao seu sonho de um Portugal maior que milhões de pessoas falam português em todo o Mundo.
Dom João II nasceu em 1455. Quase não conheceu a Mãe. Mas a relação com o Pai – D. Afonso V – marcaria, para o bem e para o mal, a sua educação e preparação para reinar. Dom João II foi, em todos os momentos, um filho leal. Várias vezes teve de resolver os problemas que o seu Pai criou e deixou.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.freewebs.com%2Fpacodomiguel%2FAfonsoV-P.jpg&hash=7541a474996a9b4848db836ce56b010f)
Portugal era um reino pequeno, pobre, profundamente rural e dominado por uma nobreza ainda feudal. D. Afonso V era o que chamaríamos um “mãos largas”. Para obter o apoio da nobreza às suas políticas, não a submeteu; ofereceu-lhe poder, mais poder, quase todo o poder. Quando D. Afonso V morreu, os ducados, em Portugal, tinham passado de 2 para 4; o número de condados subiu de 6 para 21; multiplicaram-se os títulos e a alienação das terras da coroa. Mau diplomata, D. Afonso V, envolveu o País em guerras curiosíssimas. Quando D. João II lhe sucedeu, afirmou, com sentido de humor, que só herdava as estradas do reino.
Mas D. João II estava atento ao que se passava na Europa. Começava a época da centralização do poder, na figura dos monarcas.
D. João II será o primeiro Rei português a chamar a si todo o poder.
Na segunda metade do século XV em que viveu, os turcos conquistaram Constantinopla. No que hoje é Itália, viviam-se os tempos dos Médicis e dos Sforza. Em Inglaterra, desencadeia-se a guerra das Duas Rosas, entre as Casas de York e Lancaster. Em França, reina Luís XI, um monarca que, passo a passo, centralizará o poder. O Papa continua a ser a grande autoridade do mundo católico.
D. João II preocupa-se: aqui ao lado, no reino de Castela, uma mulher forte será uma grande Rainha. Isabel unifica os tronos de Castela e Aragão. Estava em vésperas de nascer uma Espanha poderosa. O equilíbrio peninsular torna-se frágil, a segurança de Portugal fica ameaçada.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%2Fwikipedia%2Fcommons%2Fthumb%2F5%2F5c%2FIsabel_la_Cat%C3%B3lica-2.jpg%2F250px-Isabel_la_Cat%C3%B3lica-2.jpg&hash=c937372f2ce720dfd21efe4c9a74a640)
Enquanto jovem, D. João II seguiu a trajectória do pai nas conquistas do Norte de África.
D. João era fisicamente corajoso. Demonstrou-o quando tinha, apenas, 15 anos. D Afonso V preparava a conquista de Arzila; o filho pede–lhe para integrar o seu exército. O cronista Damião de Góis relata o seu estado de espírito: “depois de sua Alteza ter partido hei-de segui-lo e se não for como príncipe, será como aventureiro soldado”. O rei faz-lhe a vontade e é no desembarque em Arzila que D. João II se destaca como militar.
D.João faz parte do exercito de 30 mil homens com que o rei de Portugal toma Arzila. No final, o jovem príncipe mostrava o ferro torcido da sua espada, tantos e tais os golpes desferidos e recebidos. Ali foi armado cavaleiro, junto ao sangue derramado do Conde de Marialva: “Filho, Deus vos faça tam bom cavaleiro como este aqui jaz” disse-lhe o rei. D. João tinha 16 anos e começou ali a sua influência na política do reino.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fsoly.st%2FMorocco%2FGate-in-Asilah.jpg&hash=639f385eb50ebf0ffe723f0fb638ed46)
Anos mais tarde, na célebre batalha de Toro, quando Afonso V fazia a guerra contra Castela, D. João voltaria a revelar bravura e inteligência como general.
O exército português tinha duas alas e o príncipe D. João comandava uma delas. Venceu os isabelinos e recolheu. Mas a ala chefiada por Afonso V foi destroçada. Nesta batalha que passou à história com resultado incerto, Portugal, por não vencer, perdeu. Mas afiançou-se a certeza de que D João II, se preciso fosse, saberia impor a lei da força.
Ele, no entanto, preferiu quase sempre a força da lei.
“Pela lei e pela grei” , seria a sua divisa.
A partir de 1474, Dom João II recebe do pai a responsabilidade pela politica ultramarina. D Afonso V entrega-lhe a liderança do comércio da Guiné e o governo dos domínios africanos. É este projecto – a expansão de Portugal pelo mar – que vai ocupar e definir o perfil de D.João II.
Pelo contrário, nos últimos anos do seu reinado, D Afonso V vira-se para a península, está obcecado com Castela e as circunstâncias permitem-lhe alimentar um sonho: a unificação das coroas portuguesa e castelhana.
Na verdade, em Dezembro desse ano - 1474 - morre o rei de Castela, Henrique IV. Abre-se uma querela sobre a sua descendência; na verdade, é uma verdadeira disputa pelo trono.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.vidaslusofonas.pt%2Fdjoaoii1.jpg&hash=10f071678bfed013513bc8d218503d0e)
O rei entrega, então a regência de Portugal a Dom João. “Eu, se fosse senhor do mundo, confiaria de vós sem receio”, diz o pai ao príncipe. Este responde com lealdade:”obrigado sou a vos manter estes reinos e vo-los entregar pacificamente, cada vez que a eles tornardes, e se eu o contrário fizer, rogo a todos que me desobedeçam”.
A regência de Dom João é um contrato de limites mútuos. Por um lado, D. Afonso impede Dom João de retirar privilégios à nobreza – de quem depende cada vez mais. Por outro, Dom João obtêm do pai um compromisso secreto – não poderá fazer dádivas superiores a 10 mil reais sem seu consentimento.
No fundo, pai e filho conheciam-se bem. D Afonso sabia que o filho acreditava numa coroa sem capitulações. Dom João sabia que o pai era dado a prodigalidades.
Enquanto regente, Dom João definiu prioridades: equilibrar como podia uma Fazenda corroída pelas despesas da guerra e pela ausência de receitas nas terras da nobreza; administrar a justiça, mostrando simpatia pelas queixas populares em relação aos abusos de poder senhorial; garantir que as manobras de diversão dos castelhanos em território português não eram bem sucedidas; e pôr ordem no comércio da Guiné, ameaçado por navios castelhanos que, a mando ou com o consentimento de Isabel, disputavam as riquezas portuguesas.
A guerra da sucessão culmina com a Batalha de Toro na qual D. João II também luta para ajudar o pai. Mais uma vez destaca-se como guerreiro.
O grande confronto, de 2 de Março de 1476, acabou por ser considerado ganho por ambos os lados, mas, na verdade, saldou-se por uma derrota política para Portugal.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fagrvf.com.sapo.pt%2Fmontemor%2Fmontemor2.gif&hash=40f19557f1b9de53e16250e812ff3a0b)
Em dois momentos da regência, D João II revela saber como exercer a autoridade e usar a astúcia.
Prova de autoridade: em face dos navios espanhóis que pilhavam e atacavam o ouro da Guiné, D João dá ordens para aprisionar os respectivos capitães e proteger a soberania portuguesa. Isabel é forçada a recuar.
Prova de astúcia é o episódio da ameaça de invasão de Évora. Conta Garcia de Resende que a cidade esteve cercada por 2 mil castelhanos. Dom João não tinha exército para a batalha – os meios estavam em Castela, com o pai. Ordena então que 300 cavaleiros, todos os que tinha, galopassem de um lado para o outro, perto do acampamento do inimigo, de modo a parecerem dez vezes mais. O plano resulta. Os castelhanos recuam e Évora fica a salvo.
Este aspecto é importante. Um século mais tarde, o Cardeal Mazarino escreveria uma impressiva definição da política da época como sendo a “arte de simular e dissimular”. Dom João, sobretudo perante potências estrangeiras, sempre simulou grandeza, mesmo nos momentos difíceis; e dissimulou as fraquezas, como se viu no cerco de Évora.
Também se diz, com acerto, que D. João II foi o primeiro monarca a usar, sistemática e planeadamente o que hoje chamaríamos serviços de informação. E na verdade, quer perante os outros Estados, quer em face das conjuras contra o trono, Dom João II consegui, quase sempre, saber o que o seu inimigo faria, sem o que o seu inimigo soubesse que ele sabia.
Voltemos às desventuras do rei em Castela. A guerra não estava a correr bem e Afonso V, num movimento mal medido, vai a França, na esperança de obter o apoio de Luís XI às suas pretensões.
O rei de França, como se diz agora, “chuta para canto”. Recebe Afonso V com grandeza, mas condiciona um apoio que não quer dar. Destroçado, Afonso V segue, quase só, para Jerusalém e pensa na vida religiosa. Escreve a Dom João, abdicando da coroa e intimando-o a proclamar-se rei. Conta Garcia de Resende: “ E em cumprimento do mandato del rey, o Príncipe foy alçado por el rey com toda a solenidade em Santarém”.
Estávamos em 1477. Mas D João só seria rei por 4 dias.
De facto, D.Afonso V é travado na sua peregrinação ao Médio Oriente. Resolve voltar. Dom João devolve-lhe a coroa, mas não aceita partilhar o poder, como o pai desejava.
Enquanto D. Afonso V fez a guerra com Castela e não a ganhou, Dom João tinha outra visão: contratualizar uma paz com os reis católicos que garantisse a independência de Portugal e os seus direitos além mar. Essa visão ganhará forma com o Tratado de Alcáçovas.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fredglobal.com%2Fwp-content%2Fthemes%2Fmimbo2.2%2Fimages%2Ftoday%2F2008_06%2F06_07_1494a_300.jpg&hash=c0640d3215ebc82cf200a727dbdb884b)
Assinado a 4 de Setembro de 1479, D. João II conseguiu reverter uma situação delicada para Portugal num acordo estrategicamente positivo para os nossos interesses.
O príncipe tinha um objectivo – retirar os castelhanos da costa africana, reservando para Portugal o comércio de ouro na Guiné. Enquanto negociador, apercebeu-se que os Reis Católicos eram – ainda – vulneráveis. E sabia que D. Joana, a Beltraneja, ainda era um trunfo, e jogou-o.
O que obtêm D. João?
Muito: garante para os portugueses a zona de Marrocos, todo o comércio da rota da Guiné e – o que não é despiciendo - o mar desconhecido em direcção ao sul. Os próximos 20 anos dos descobrimentos portugueses beneficiarão muito desta liberdade incondicional.
E o que oferece D. João?
Alguma coisa – as Canárias. Mas nada que verdadeiramente nos fizesse falta.
Oferece, sobretudo um direito teórico: a renuncia à pretensão da coroa castelhana. Portugal reconhece Isabel como rainha legítima e promete em casamento a um dos seus filhos a infeliz D. Joana; em alternativa, a Beltraneja, conhecida em Portugal como Excelente Senhora, pode professar a vida religiosa, o que de facto sucederá.
tratado incluía, ainda, outra cláusula matrimonial. Dom João já tinha um filho – também ele chamado Afonso. Ficou assente que casaria com a filha de Isabel a Católica, também ela chamada Isabel. Seriam educados juntos, aqui bem perto, em Moura.
Assim se desenha o plano de Dom João: a independência de - e a grandeza – de Portugal estão ligadas à expansão marítima; a paz com Castela fica estabelecida e, se um dia as coroas se unirem, será sob a égide de um varão português.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Ffarm4.static.flickr.com%2F3032%2F2381772492_6f5020dd10.jpg&hash=4254c8c55c06c80048e80a22c2409aa1)
D. João II consegue a proeza de garantir para os portugueses a zona de Marrocos, todo o comércio da rota da Guiné e o mar desconhecido mais a Sul. Em troca, oferece as Canárias aos nossos vizinhos.
Alcançada a divisão do Atlântico por uma linha horizontal ao nível das Canárias, o Príncipe Perfeito tinha todas as condições para iniciar a sua verdadeira ambição – fazer todas as viagens, todas as navegações, todas as expedições, todas as descobertas que nos levassem à Índia.
Faltava, apenas, uma condição: ser “o senhor dos senhores, e não servo dos servidores” no reino de Portugal. Numa palavra, ser respeitado como rei e exercer o poder sem hipotecas. Para uns D. João II viria a ser uma espécie de César. Para outros, foi um monarca paternalista. Em qualquer caso, a sua forma de ser rei fundou o estado moderno em Portugal.
Quando D. Afonso V morre, em 1481, e o Príncipe Perfeito é definitivamente aclamado rei, já reúne uma larga experiência política. Por isso, não é de estranhar a sua determinação e perspicácia de actuação nas primeiras cortes de Évora convocadas logo para esse ano.
Foi em Évora, a sua cidade preferida, que D. João II iniciou o controverso processo de reforço do poder real.
O soberano estava na ofensiva. Já exigira da nobreza portuguesa um verdadeiro juramento de obediência. Mal habituados por Afonso V, senhores feudais de uma parte do país, alguns nobres das Casas mais importantes, ouviram o discurso de abertura do Dr. Vasco Fernandes de Lucena. Nesse discurso, combinado com o rei, ficava claro o que era jurar a obediência ao soberano: não atentar contra a sua vida; não revelar segredos do rei; respeitar a Fazenda do Estado; obedecer à justiça real; não dificultar ao monarca o que com ele se pudesse resolver a bem.
O juramento devia ser repetido – ao grito de “real, real , real, pelo muito alto muito excelente e muito poderoso senhor el rei Dom João” – pelos alcaides dos castelos e procuradores das cidades e das vilas, em todo o país.
Nas cortes, a homenagem seria prestada com o nobre ajoelhado e o rei sentado. O presságio de um sério conflito entre o rei e a aristocracia, ficou marcado pela atitude do Duque de Bragança. Ele era o chefe da primeira casa ducal do país. Achava que só a ele deviam obediência os súbditos de mais de 50 castelos, vilas e lugares. Foi o primeiro a vergar-se à autoridade de D. João II mas fê-lo sobre protesto – “coagido” , terá dito.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.klepsidra.net%2Fklepsidra16%2Fjoao2.jpeg&hash=99ff9d6a1d7ad4b252566a26b28f56ea)
D. João II é o primeiro rei português a concentrar o poder nas suas mãos. À semelhança do que acontecia no resto da Europa, o monarca entende que, para concretizar a sua política, fazer o reino progredir e tornar-se um estado poderoso, precisa de retirar os excessivos poderes à nobreza. Pretende governar para o povo. Numa posição paternalista de senhor único dos destinos do reino, assume-se como grande defensor e responsável único. A sua atitude — o reino tinha um único senhor que protegia a sua gente — era espelhada no símbolo que escolheu: um pelicano que, ao ferir o peito, garante o sustento dos seus filhos.
Após as cortes de Évora, o conflito entre o monarca e a nobreza cresce num clima de conspiração e alianças com o vizinho reino castelhano. O final da crise interna vai saldar-se numa profunda derrota para as grandes casas senhoriais.
D. João deu sempre uma oportunidade aos que contra ele conspiravam. Avisou-os. Esperou que rectificassem. E só agiu – por vezes, violentamente - quando nada mais havia a fazer e tinha as cartas na mão.
Ficou célebre a sua recomendação de paciência no Governo do Estado:
"Há tempos de usar o olhar da coruja e tempos de voar como o falcão."
D. João II revela uma determinação implacável em aniquilar os inimigos. D. Fernando é julgado, acusado de traição e condenado à morte. Será decapitado em público, aqui na Praça do Giraldo. Os bens da casa de Bragança são confiscados.
São tempos sombrios que se vivem no reino português. Avisado de uma outra conjura para assassiná-lo, D. João II age rapidamente. Um dos implicados é o irmão da sua mulher, D. Diogo, duque de Viseu a quem o rei já tinha aconselhado a desistir das tramas de conspiração.
Mais uma vez, o rei convida o conjurado a desistir da trama. Mas D. Diogo não lhe deu ouvidos. Três vezes pressente D. João II que, no próprio paço ou em passeios de barco e a cavalo, o tentam liquidar. Escapa por pouco; e só escapa porque informadores, o informaram.
A 20 de Agosto de 1484, D. Diogo tinha 200 lanças à espera do rei para o eliminar. D. João II iludiu-o. No dia seguinte, chama-o à sua presença. Trata pessoalmente do assunto. Pergunta a D. Diogo:
-'Duque, que fariéis vós a quem vos quisera matar?"
-"Matá-lo-ia", respondeu D. Diogo
-"Pois o que vós em mim ordenáveis; em vós se cumpre", terá respondido o rei que o apunhalou.
Estamos no século XV. O valor da vida é diferente. E em certo sentido, D. João matou para não morrer.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fjoao2.jpg&hash=e5addde5b658a912e1e12b1842e12990)
Apesar de implacável nestas situações, os cronistas da época descrevem D. João II como um homem prudente e formal, mas emotivo, bem disposto e perspicaz. Adorava xadrez ê gostava de festas. Quando era visitado por estrangeiros, não poupava em dignidades nem honrarias. Tinha um apuradissimo sentido da imagem de Portugal no exterior.
partir do momento que ficou claro quem detinha o poder, o caminho estava livre para D. João ll executar os seus planos de Governo.
O Príncipe Perfeito vai, então, solidificar alianças e lançar-se na aventura ultramarina. É a época áurea do seu reinado.
A primeira ideia de D. João II é estabelecer uma feitoria no Golfo do Guiné, protegida por uma fortaleza. Objectivo: criar um entreposto comercial em Africa, proteger o ouro, apoiar os navegadores.
O que hoje nos parece normal, no Sec. XV era inédito. Partem de Portugal nada menos do que 12 navios. Alguns vão carregados de pedras, madeiras, talhas, ferramentas e outros materiais de construção. De raiz será levantado um forte; de raiz será construída uma Igreja.
Tudo isto é feito em paz. O emissário de Dom João negoceia com Caramanasa, o soba de S. Jorge de Mina. Cerca de 60 portugueses ficam residentes. O comércio frutifica, Portugal afirma-se.
Dom João II inicia, assim, a colonização da Africa descoberta.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.antislavery.org%2Fbreakingthesilence%2Fimages%2Fslave_routes%2Fpictures%2Fportugallisbon2.jpg&hash=d3b4673bd709aba76a0bf5929fbd477f)
Era o ponto de partida. Mas Dom João procurava um porto de chegada: a Índia.
Para executar este plano, Dom João II rodeou-se dos melhores cientistas e de navegadores de excepcionais. Investiu na rota marítima e enviou expedições por terra.
Se um estadista se define pelos colaboradores que escolhe, a lista dos homens excepcionais que trabalharam com o Príncipe Perfeito é eloquente – Diogo Cão, Bartolomeu Dias, Vasco da Gama, Afonso de Albuquerque, Pêro da Covilhã, ou o astrónomo judeu Abraão Zacuto, expulso de Espanha e recebido na corte portuguesa.
Ao mesmo tempo que procurava contornar Africa, Dom João envia missões por terra à procura do mítico reino cristão do Prestes João.
Os primeiros expedicionários não passam da Terra Santa, porque não dominavam o árabe. Mas a expedição de Pêro da Covilhã e Afonso Paiva é proveitosa: falam várias línguas, disfarçam-se de mercadores e são verdadeiros espiões.
Em finais de 1488, Dom João II recebe o melhor prémio do seu esforço, a melhor notícia do seu reinado.
Bartolomeu Dias, outro escudeiro da Casa Real, vai à frente de três caravelas e ultrapassa o mundo já descoberto por Diogo Cão. Atinge 34 graus a sul do equador – e estamos na actual Africa do Sul. Vencendo tempestades perigosas e fazendo uso de uma determinação tenaz, Bartolomeu Dias, finalmente, encontrou o Cabo das Tormentas. É o extremo meridional de Africa.
Dom João II dá-lhe um nome sugestivo: Cabo da Boa Esperança. É a viragem decisiva na conquista do Atlântico Sul. Os portugueses abrem caminho marítimo para a Índia – como o rei sempre sonhara:
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.timedesign.de%2Fship%2Fbartolomeu_dias.jpg&hash=e500a21a185375fee43545dfe2124c8d)
“Aqui ao leme sou mais do que eu: / Sou um povo que quer o mar que é teu; / E mais que o mostrengo que a me alma teme / e roda nas trevas do fim do mundo / Manda a vontade, que me ata ao leme, / De El-Rei D. João Segundo!”(Mensagem, Fernando Pessoa)
A vontade titânica de Dom João II é recompensada. Bem rodeado e bem aconselhado, o Príncipe Perfeito define, executa e mantém um plano que é um sucesso. Os navegadores portugueses provaram que o oceano era navegável; que o mundo equatorial era habitado; que era possível navegar longe da costa e orientar-se pelo sol e pelas estrelas; que África era contornável; que havia forma de chegar à Índia pelo mar; que a terra era arredondada e circun-navegável; e ainda viriam a provar mais a Ocidente, que a América era contínua; e que havia, no sul do continente americano, uma costa navegável, tal como a africana.
O mar, no século XV, era como o espaço, no século XX. Sob a direcção do Príncipe Perfeito, Portugal foi pioneiro, foi moderno e foi global.
No início, D. João II afastara a concorrência de Castela na aventura africana. Agora, precisa de legitimar, internacionalmente, os Descobrimentos, garantindo um império comercial. Talvez por isso, resistiu ao ímpeto de enviar imediatamente navios para a Índia. Na forja estava um novo tratado para estipular o que era o mar português.
Isso aconteceria em 1494, com o Tratado de Tordesilhas.
O catalisador desta negociação foi Cristóvão Colombo.
O Príncipe Perfeito não patrocinou os seus projectos. Colombo prometia chegar à Índia pelo Ocidente. Naquele tempo, D. João já sabia que os cálculos de Colombo não podiam estar certos.
D. João achou – e tinha razão – que Diogo Cão estava mais perto da verdade e da Índia. O caminho para lá chegar teria de se fazer contornando Africa.
O estilo exuberante de Colombo, exigindo consideráveis rendas e títulos do que descobrisse, deixara D. João II, mais formal, desconfiado.
Depois de muitas tentativas, Colombo convenceu Isabel Católica a apoiá-lo. No regresso da viagem em que descobriu Guanahani, Cuba e Haiti, Colombo passa por Lisboa, convencido de que descobrira a Índia.
Dom João II pressente o perigo de uma situação nova, em que os castelhanos, apesar de errados no destino, eram afortunados pela descoberta de terras a Ocidente, terras de que a Corte Portuguesa tinha rumores.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.iicsanpaolo.esteri.it%2FIIC_SanPaolo%2Fwebform%2F..%255C..%255CIICManager%255CUpload%255CIMG%255C%255CSanPaolo%255CCristoforo%2520Colombo.jpg&hash=00f1a05469ce7d6ac8e5663d2847cae7)
Toma, então, uma decisão: reclamar para Portugal, com base no Tratado de Alcáçovas, as terras que Colombo achara. Com uma mão, despacha uma embaixada para Castela; com a outra, prepara uma frota para tomar posse dessas conquistas americanas.
O movimento do Príncipe Perfeito, nesta situação adversa, surte efeito.
Começam as negociações com Castela, que mobilizarão os melhores talentos diplomáticos do reino.
Isabel a Católica tem um forte aliado no Papa espanhol, Alexandre VI.
A primeira proposta chega sob a forma de uma bula papal: impunha uma linha divisória no Atlântico, cerca de 100 léguas a Ocidente de Cabo Verde.
Dom João II não aceita. Tanta resistência opõe que Castela aceita a contra-proposta do Príncipe Perfeito: a linha que divide - digamos assim – o “mundo português” do “mundo castelhano” é afastada para mais 270 léguas para Ocidente, um ganho imenso que permitirá a Portugal reclamar, anos depois, o Brasil.
Tordesilhas consuma a habilidade diplomática de D. João II. Um pequeno país, com pouco mais de um milhão de habitantes, apossava-se de “meio mundo”, seguro das descobertas que já fizera em Africa e no Oriente.
Porque terá Dom João II exigido as 370 léguas? Nessa época de politica sigilosa, podem ter existido viagens secretas, com resultados que não conhecemos. Há indícios de que o Príncipe Perfeito conhecia a possibilidade de um território a Ocidente.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.colegiosaofrancisco.com.br%2Falfa%2Fdescobrimento-do-brasil%2Fimagens%2Fdescobrimento-do-brasil-2.jpg&hash=844a2ed723e167218ce0c4e71a99c56f)
A politica tem consequências. Tordesilhas é a consequência fabulosa de uma politica ultramarina em que Portugal se abriu do mundo, teve sentido de risco, foi vanguarda científica e concentrou energias, não em guerras inúteis, mas em conquistas importantíssimas.
Dom João II era um estadista realizado, e levou Portugal a uma posição internacional que nunca mais se repetiria. A nível interno, viviam-se tempos de paz e a independência estava garantida.
No entanto, Dom João II não era um monarca feliz.
Em 1490, cumprira o seu plano: casar o Infante D. Afonso, herdeiro da coroa, com D. Isabel, filha dos reis católicos.
Esse casamento representava, para o Príncipe Perfeito, uma chave dupla. Por um lado, impunha uma certa paz entre os dois reinos peninsulares, cada um ficando livre para os seus desígnios: Portugal para a politica da expansão, Espanha para concluir a sua unificação como Estado. Por outro lado, D. João sabia que, se um dia as circunstâncias o permitissem, qualquer união ibérica seria feita sob o trono português.
O casamento de Afonso e Isabel representa uma outra faceta de Dom João II. Ele percebeu, sempre, que o respeito devido a um Estado é o respeito que esse Estado impõe. Levava este princípio muito a sério e aplicava-o no protocolo.
Se os casamentos reais eram verdadeiros tratados internacionais, então o casamento de um infante português com uma infanta espanhola teria, necessariamente, de ser inesquecível ; havia de por os espanhóis em sentido, no melhor sentido da palavra – a grandeza, a dignidade, aquilo a que os franceses chamam ‘panáche’.
Contam os cronistas que o cerimonial foi o maior jamais visto em Portugal.
Mas esta felicidade dura pouco tempo.
No Verão seguinte, D. Afonso, numa certa tarde, vai passear a cavalo. Acontece um incidente inesperado. O seu galope é interrompido por uma violenta queda. D. Afonso fica inconsciente e morrerá 24 horas depois.
Os anos dourados de Dom João II estavam no fim. O Rei fica atormentado pela sucessão da coroa; a tranquilidade com Castela está em risco; renasce a oposição na Corte. E desta vez, os adversários são muitos. Chegam à própria Rainha.
Na verdade, a morte de D. Afonso coloca um problema. O Príncipe Perfeito tinha um filho ilegítimo – D. Jorge. Durante a próxima década, esse filho tinha sido tolerado. A queda do herdeiro levará Dom João a tentar legitimá-lo para a sucessão : opõe-se a Santa Sé, opõe-se Castela, opõe-se uma parte da nobreza que espreita a desforra e opõe-se, compreensivelmente, a Rainha D. Leonor.
Motivo: na ordem necessária, se D. Jorge era o herdeiro, deixaria de o ser D. Manuel, irmão de D. Leonor.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.civfanatics.net%2Fmethos%2Finfo_center%2Fimages%2Fciv4%2Fleaders%2FPortugal_Joao_II.jpg&hash=3de14158c127522131759360fb50c577)
Como frequentemente acontece com os grandes homens, D. João morre relativamente só em Alvor, no Algarve.
Dos seus últimos gestos, um é marcante: a nomeação de Vasco da Gama para ser o capitão da frota que deveria ir à Índia. O Príncipe Perfeito já não verá os resultados da sua obra.
Marcado pela doença, D. João tem consciência do fim. Alguns relatos afirmam que a sua última palavra foi “Jesus”.
Morria um rei irrepetível.
Contei-vos a história de D. João II. Falta dizer-vos porque é que D. Joao II foi o Grande Português
D. Joao II não fundou a nacionalidade. Mas foi com ele que Portugal se fez universal.
D. Joao II não era navegador. Era um homem de Estado: promoveu as navegações, planeou os Descobrimentos e conseguiu, para Portugal, o maior prestígio internacional de sempre.
D. Joao II não viu os resultados da sua obra. Por exemplo, não viu a Índia. Mas foi ele quem, contra ventos e marés, planeando, arriscando e recrutando os melhores, perseguiu o objectivo da Índia e abriu caminho para lá chegar.
D. Joao II não era poeta. Era apenas culto – e foi a sua visão que deu a Portugal a grandeza que os poetas celebraram.
Façam comigo um exercício. Comparem o Portugal do século XV com o Portugal do século XX. Com D. Joao II, Portugal foi central no mundo; no final do século XX, Portugal estava na cauda da Europa. Com D. João II Portugal foi moderno; no século XX, a situação de Portugal só pode definir-se numa palavra : atraso. É a diferença entre o esplendor e a tristeza.
D. Joao II foi a metáfora de um Portugal arrojado, vanguardista, culto, cientifico, grande, épico, universal – um Portugal que não voltou a repetir-se. O Príncipe Perfeito tinha defeitos – eram os da época. Mas as suas qualidades são intemporais – foi um estadista muito à frente, foi um Português à frente do seu tempo, teve a visão e a força que levaram Portugal, atrás de si.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fuk.geocities.com%2Fbarensteel%2FJoao_II.gif&hash=1e14b5a513128363a76b70a5e035eae6)
Paulo Portas, Os Grandes Portugueses
-
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fuk.geocities.com%2Fbarensteel%2FJoao_II.gif&hash=1e14b5a513128363a76b70a5e035eae6)
Só para referir que esse não é o brasão de armas (próprio/exclusivo) do Rei D. João II. O Brasão de D. João II tinha como timbre um pelicano e como lema "Pola Ley e pola Grey" ("Pela Lei e pela Grei (Povo)"). À semelhança do Brasão de Armas do seu filho ilegitimo D. Jorge de Lencastre, Duque de Coimbra, apresentado em baixo.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg383.imageshack.us%2Fimg383%2F2825%2Fbrslencastretimbrehh3.jpg&hash=44f4f9b87b63162d7bfeab09b9f14c4e)
Brasão de Armas de D. Jorge de Lancastre (1481-1550)
2º Duque de Coimbra
Escudo de prata, cinco escudetes de azul postos em cruz, cada um deles carregado de cinco besantes do campo, dispostos em aspa; bordadura de vermelho, carregada de sete castelos de ouro abertos de vermelho, e um filete de negro posto em contrabanda e atravessante sobre tudo. Timbre: um pelicano ferido de vermelho, no seu ninho, alimentando os filhotes. Lencastre, Lancastre ou Alencastro são tudo formas do apelido derivado da denominação da Rainha D. Filipa de Lencastre e proveniente este nome do titulo de seu pai, o príncipe inglês João de Gand, Duque de Lancaster. Como apelido, foi dado pelo Rei D. João II a seu filho natural legitimado. Senhor D. Jorge que foi Duque de Coimbra e Mestre das Ordens de Santiago e de Avis. Foi casado com D. Beatriz de Vilhena, filha do senhor D. Álvaro de Portugal, filho do segundo Duque de Bragança D. Fernando e de sua mulher D. Filipa de Melo, com geração que deu continuidade a este apelido. A descendência portuguesa do referido filho natural do Príncipe Perfeito dividiu-se em dois ramos principais, dos Duques de Aveiro, que é hoje representado pela Casa dos Marqueses de Lavradio, e dos comendadores-mores de Aviz cuja a primogenitura caíu na Casa dos Condes de Vila Nova de Portimão.
O uso do Dragão (ou Serpente Alada) como timbre veio com D. João I, por influência inglesa e ligada à lenda de São Jorge, e manteve-se até ao fim da Monárquia em 1910.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg376.imageshack.us%2Fimg376%2F1158%2Finfantesyq5.png&hash=c5fb625a83a84cd1d9aaf60bdd24d867)
Brasões de Armas dos Infantes
Filhos homens de D. João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre. usaram as Armas de seu pai (Portugal/Aviz) com diferenças de tradição inglesa trazidas com o casamento de sua mãe e seu Mestre-de-Armas Principal, Arrieta (Harriet?). O dragão é o animal quimérico que é derrotado por S. Jorge, Patrono da Cavalaria e Patrono da Inglaterra e desde então também Patrono de Portugal. Grito de Guerra: "Arraial, Arraial, por S. Jorge e Portugal", diferenciando-se dos castelhanos que também como os portugueses usavam: "por Santiago", aquando do início dos ataques nas suas batalhas contra os inimigos.
-
Obrigado PereiraMarques!
O facto do brasão não ter o tal pelicano também me chamou a atenção, mas como era referido como sendo de Dom João II, coloquei.
-
Em homenagem à Restauração:
Pela porta ou pela janela?
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fpdr21.files.wordpress.com%2F2008%2F11%2Fimg092-1.jpg&hash=7345c12d88bdd461c5024e5cf2546bf6)
«A aparência pacífica dos coches que iam chegando ao Terreiro do Paço não assustou
os soldados da guarda, habituados como estavam à presença matutina, junto do palácio, dos cortesãos da duquesa. Prontos a agir, os conjurados esperavam com impaciência o soar da hora combinada.
Nove horas. Abrem-se quase ao mesmo tempo as portinholas dos coches, e os fidalgos descem; entretanto, Jorge de Melo, Estêvão da Cunha, António de Melo e Castro, o padre Nicolau da Maia e outros esperam ainda, dentro das carruagens, que venha do palácio o sinal de assaltarem a guarda castelhana. Os outros conjurados, a maioria, sobem rapidamente as escadas, entram na sala dos archeiros tudescos e, sem lhes darem tempo para suspeitar o que ia acontecer, desembainham as espadas e derrubam os cabides das alabardas. Fogem os archeiros, atónitos e desarmados, embora alguns tentem defender a entrada do corredor que conduzia aos quartos de Miguel de Vasconcelos e aos aposentos da duquesa de Mântua. No entanto, acabam também por fugir, atacados por Luís Godinho Benavente e mais três ou quatro fidalgos, deixando um morto e um ferido estendidos no chão.
Entretanto, D. Miguel de Almeida, exuberante de alegria, corre a uma varanda, abre-a a exclama, brandindo a sua espada:
— Liberdade! Viva el-rei D. João IV! O duque de Bragança é o nosso legítimo rei!
E as lágrimas de patriótica emoção correm–Ihe pelas barbas brancas agitadas pelo sopro do vento que vinha do rio.
Respondeu-lhe, da praça, um imenso brado de entusiasmo:
— Liberdade! Liberdade!
Decerto todos julgavam reconhecer, nesse heróico velho de oitenta anos, radiante de ardor juvenil, o símbolo de Portugal decrépito e alquebrado, de novo iluminado por um reflexo das suas grandezas passadas.»
Nesse momento, os conjurados que esperavam o sinal para intervir lançaram-se de
armas em punho sobre a guarda castelhana, apanhada de surpresa. A resistência foi inútil, embora os atacantes fossem apenas um punhado de homens.
D. António Telo, que jurara ser o primeiro a ferir Miguel de Vasconcelos, viu a certa altura passar um íntimo do renegado, Miguel Mansos da Fonseca. Sem mais detença correu para a secretaria, logo seguido por Pedro de Mendonça, João Saldanha da Gama, João Coutinho, Sancho Dias, João de Sá de Meneses, camareiro-mor, os dois filhos de D. Filipa de Vilhena, Tristão da Cunha de Ataíde e outros…
Encontrando no caminho o corregedor Francisco Soares de Albergaria, bradaram:
— Viva el-rei D. João IV!
— Viva el-rei D. Filipe!…—retorquiu o corregedor.
Duas balas acabaram com ele, mas as detonações atraíram a atenção de António Correia, oficial-mor da Secretaria do Estado, o qual, surgindo espavorido, foi logo abatido pelo punhal de António Telo — pois era também odiado pela sua acção de renegado e traidor.
Não se enganara António Telo a respeito de Miguel Mansos, que fora de facto avisar Miguel de Vasconcelos.
O secretário de Estado estava ainda na cama. Conhecedor do perigo que corria, levantou-se mais do que depressa, vestiu-se sumariamente e, perdida toda a calma, corréu a trancar a porta do quarto. Apavorava-o o rumor surdo que vinha dos corredores, e apoderou-se dele a certeza de que já não tinha qualquer possibilidade de salvação. A aproximação do tumulto representava para ele a perda de toda a esperança.
Num último gesto de defesa, agarrou numa arma carregada e, procurando à sua volta algum sítio onde pudesse esconder-se, foi agachar-se dentro de um armário, que, por ter prateleiras onde se acumulavam documentos, o forçava a uma posição deveras incómoda.
Mal havia fechado o armário quando a porta do quarto caiu, arrancada dos gonzos, e os conjurados entraram de roldão.
Não avistando ali Miguel de Vasconcelos, iam no entanto sair, na suposição de que ele se tivesse refugiado noutro lugar… quando o renegado fez um movimento involuntário dentro do seu esconderijo.
Com brados de raiva e de vingança, os conjurados dispararam as pistolas contra a porta do armário…
Miguel de Vasconcelos pagou assim, com a vida, a sua indigna acção de renegado. Duas balas atravessaram-lhe a garganta e já estava morto quando os conjurados agarraram no seu corpo e, através de uma das janelas abertas, o atiraram para o terreiro.
Em baixo, a multidão que já se havia acumulado, reconhecendo o cadáver do homem que fora o carrasco dos portugueses, lançou-se sobre o corpo, como alcateia de lobos sobre a presa.
Conta o historiador Rebelo da Silva:
«Nesta miséria e aviltamento acabou Miguel de Vasconcelos, que poucas horas antes era senhor quase absoluto do governo da monarquia; o seu castigo afrontoso excedeu o que a severidade de uma nação generosa pode impor ao mais culpado, mas não foi superior aos delitos que lho mereceram.»
Era necessário, todavia, que os conjurados se ocupassem da duquesa de Mântua, vice–rainha de Portugal… que provavelmente ainda pensava ser. A duquesa, mais corajosa do que o seu secretário de Estado —ou talvez confiada na sua condição feminina —, resolveu aparentar a maior serenidade, tanto mais facilmente quanto a atitude dos fidalgos portugueses que entraram na sala onde ela se encontrava nem por um momento se afastou da mais extrema cortesia.
Quando, porém, os ouviu dizer que Filipe IV de Espanha deixara de ser rei de Portugal, a sua cólera não pôde conter-se… e num furioso arrebatamento tentou falar ao povo, dirigindo-se para uma das janelas.
Impediu-a disso D. Carlos de Noronha, observando-lhe que, se insistisse em não reconhecer a mudança operada no reino, podia levar os conjurados a perderem-lhe o respeito.
— A mim?… —quase gritou Margarida de Áustria, num assomo de orgulho ofendido. — Como?
— Forçando Vossa Alteza, se não quiser utilizar essa porta, a sair por aquela janela!
Dominada, a duquesa encaminhou-se silenciosamente para a porta dos seus aposentos. Aí, depois de rezar no seu oratório, completou os arranjos do vestuário e reapareceu, pondo–se à disposição dos conjurados.
Conduzida para o Mosteiro de Santos, durante o tempo que ali permaneceu viu-se sempre rodeada de todas as atenções…
Quarenta homens haviam bastado para dar o primeiro e decisivo passo… mas a tarefa tinha apenas principiado e foram necessários vinte e oito anos de lutas para que ela ficasse concluída…
-
Porque nem só de "espadas e tomates" vive o orgulho português, achei por bem destacar a já mais que provada, faceta, por vezes escondida, mas sempre solidária dos Portugueses:
"Penso que a solidariedade deve ser antes de mais um estilo de vida, na linha do que escreve João Paulo II ao afirmar que a solidariedade “não é um sentimento de compaixão vaga ou de enternecimento superficial pelos males sofridos por tantas pessoas, próximas ou distantes.
É pelo contrário, a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum; ou seja, pelo bem de todos e de cada um, porque todos nós somos verdadeiramente responsáveis por todos” (SRS 38).
Mas, como não somos perfeitos, preferimos o que chamo “uma solidariedade de impulsos”, em determinados tempos e circunstâncias. Mas somos assim e pronto.
De qualquer modo, não posso deixar de destacar o facto de apesar da crise que todos vivemos, este fim de semana ter sido batido o recorde em ajudas ao Banco Alimentar: 1905 toneladas de alimentos recolhidos em apenas dois dias, mais 19% em relação a 2007.
Deste gesto de generosidade depende a sobrevivência de muitas pessoas. A distribuição destes alimentos já começou a ser feita por 1618 instituições, que irão atingir 245 mil pessoas, ou seja nas palavras da presidente do Banco Alimentar, Isabel Jonet, "2,5 por cento da população portuguesa" come graças a esta ajuda.
Este gesto é o somatório de dois tipos de solidariedade: a dos que dão alimentos e a dos cerca de 20 mil voluntários que se dispuseram a passar o seu fim de semana à porta das grandes superfícies comerciais.
Convém lembrar que, em 2007, campanhas deste tipo e excedentes oferecidos pelos vários agentes da indústria agro-alimentar atingiram cerca de 20 mil toneladas.Contudo também convém ter muito presente o desabafo de Isabel Jonet: estes alimentos são em muitos casos apenas "uma ajuda pontual" para ultrapassar "uma situação mais difícil".
Isto é, há que passar para lá do simples gesto de dar coisas!
Ou seja, há que reorganizar a vida da nossa sociedade não só a nível macro (da responsabilidade dos governos, que dificilmente passará de uma solidariedade institucional, mais ou menos genérica, mas a quem compete criar as condições para que a dignidade de todos seja dignamente respeitada e promovida) mas também e talvez sobretudo a nível micro (da responsabilidade das comunidades e das pessoas, as únicas capazes de uma solidariedade pessoal e de proximidade, situada e personalizada)."
Retirado de http://feecompromisso.blogspot.com/ (http://feecompromisso.blogspot.com/)
-
As atividades do Banco Alimentar são sem dúvida de louvar.
Pena é que cada vez haja mais PORTUGUESES a precisar do Banco Alimentar, ao mm tempo que o governo corre a oferecer milhões aos amigalhaços da Banca!!!!
-
Mem de Sá
O homem que expulsou os franceses do Rio de Janeiro e se tornou num mito para colonos e indígenas
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.meusestudos.com%2Fsystem%2Ffotos%2Fmem-de-sa.jpg&hash=449d64c2a5e3adcd2c8b1a7199d9c00a)
Um dos primeiros e mais famosos governadores do Brasil. Pertencia a uma nobre e ilustre família portuguesa, porque era irmão do poeta Francisco Sá de Miranda.
Tratando D. João III, que dividira o Brasil em capitanias por diferentes donatários, de organizar regularmente a colonização do Brasil e a autoridade da coroa sobre essa vasta região, nomeou primeiro governador do Brasil Tomé de Sousa, que teve como sucessor Duarte da Costa, seguindo-se a este Mem de Sá, que já foi nomeado pela rainha viúva e regente de Portugal, D. Catarina, chegando à cidade de S. Salvador da Baía, centro dos estabelecimentos portugueses na América, em 1558.
Teve Mem de Sá que vencer grandes dificuldades logo no princípio do seu governo; lutava com falta de recursos de todo o género, porque o Brasil pouco interessava o governo da metrópole, todo empenhado na sustentação das conquistas do Oriente. Duarte da Costa deixara o Estado em lamentáveis circunstâncias, os índios revoltados, e Mem de Sá teve que sustentar a guerra contra eles nas capitanias de Ilhéus e de Porto Seguro, e teve sobretudo na capitania de S. Vicente de debelar a terrível conjuração dos Tamoyos, que ameaçava sacudir para sempre os portugueses das praias americanas. Valeu-Ihe de muito nesta última circunstância o auxílio dos jesuítas, principalmente dos dois missionários Nóbrega e Anchieta, sem cujo concurso nada poderia fazer, por melhor vontade e maior energia que tivesse, o grande governador do Brasil.
Além das hostilidades dos indígenas, teve ainda Mem de Sá mais terríveis dificuldades a vencer, a peste e a fome. A varíola assaltou a cidade da Baía, e os aldeamentos dos índios amigos, devastou-os, e afugentou os aterrados selvagens. As terras ficaram sem serem semeadas, e no meio daquela pródiga e maravilhosa natureza da América do Sul, a fome assaltou os colonos portugueses. Mem de Sá conseguiu vencer todas as dificuldades agravadas pela qualidade dos colonos que de Portugal lhe remetiam, e que eram quase todos degredados e gente dissoluta. Mem de Sá conteve-os em boa ordem, e favoreceu dum modo notável o aldeamento dos índios, que os jesuítas dirigiam com incontestável zelo.
O acontecimento mais glorioso, contudo, do governo de Mem de Sá, foi a expulsão dos protestantes franceses, que se haviam estabelecido no sítio onde se erigiu depois a formosa cidade do Rio de Janeiro. Em 158..., um cavaleiro de Malta francês, chamado Nicolau Duarte de Villegagnon, que abraçara as ideias religiosas de Calvino, resolvera procurar fortuna em terras novas, e auxiliado pelo seu amigo e correligionário, o almirante Coligny, partiu para o Brasil, e estabeleceu-se numa das ilhas da baía do Rio de Janeiro, a que deu o nome de Goligny, e onde edificou um forte que devia ser inexpugnável pela natureza do terreno, e que se chamou forte de Villegagnon. O rei de França, apesar de andar envolvido com os huguenotes em acesas guerras religiosas, aplaudiu esta sua tentativa de colonização, e socorreu-os e reforçou-os com tropas comandadas por um tal Bois-le-Comte, que chegou ao Brasil em 1557. Afinal as discórdias que dividiam a França europeia, dividiram também a França antárctica, como os colonos franceses chamavam já às suas possessões americanas, assim como premeditavam chamar Henriville à cidade que tencionavam fundar como capital da colónia. Villegagnon abandonou os seus companheiros em 1558, e partiu para a Europa, mas os franceses, que tinham estabelecido com os indígenas relações de boa amizade, ficaram senhores da terra de que se tinham apoderado.
Foi em 1560 que Mem de Sá recebeu ordem para expulsar os franceses do Rio de Janeiro, ordem absurda por não vir acompanhada de quaisquer reforços. Mem de Sá, porém, não hesitou em cumpri-la, e no ofício que enviou à rainha regente dizia-lhe: «Eu me pus logo prestes o melhor que pude, que foi o pior que um governador podia.» Efectivamente, o exército que Mem de Sá pudera reunir, compunha-se de 120 portugueses e de 140 índios auxiliares, e com este corpo expedicionário, verdadeiramente irrisório, ia atacar uma ilha solidamente edificada, defendida por 150 bons soldados franceses, que tinham por auxiliares não menos de um milhar de índios Tamoyos.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.novomilenio.inf.br%2Ffestas%2Fanchie18.jpg&hash=250c3adef9f90e501f1ba3b4eb786c6c)
Ainda assim, a energia de Mem de Sá obrou maravilhas, e um assalto dado por esse pequeno corpo de tropas pôs nas mãos dos portugueses a fortaleza, que Mem de Sá logo destruiu, não tendo gente para a guarnecer, ao passo que os franceses e os índios fugiam para o interior das florestas.
Logo que Mem de Sá se retirou para a Baía, voltaram os franceses fugitivos, tornaram a fortificar a ilha, e estabeleceram no continente o campo entrincheirado de Uruçú Mirim. Em 1564 é que chegou à Baía seu sobrinho Estácio de Sá, que vinha em seu auxílio. Mem de Sá, depois de ter conseguido expulsar definitivamente das margens da enseada do Rio de Janeiro os franceses e os seus aliados, tratou de mudar a sede da cidade que Estácio de Sá escolhera demasiadamente próximo da entrada da baía, e transportou-a para o sítio onde depois se desenvolveu, cresceu e prosperou, que é o monte de S. Januário, hoje Monte do Castelo. Depois de ter organizado a administração da cidade, cujo governo confiou a seu sobrinho Salvador Correia de Sá, partiu para a Baía, e ali residiu ainda por 5 anos, continuando a governar o Brasil.
Em 1572 chegou de Lisboa o substituto, e Mem de Sá, depois de ter governado o Brasil durante 14 anos, dispunha-se a partir para a Europa, quando a morte o surpreendeu. O seu cadáver foi sepultado no cruzeiro da igreja dos jesuítas da Baía, e o seu túmulo tornou-se por muito tempo objecto de veneração para os colonos e até para os indígenas, como o seu nome é ainda pronunciado com respeito pelos brasileiros, que lhe devem a fundação da sua capital.
-
E mais alguns desses gloriosos feitos portugueses na Índia...
5 portugueses contra 500 turcos
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fdfdff.jpg&hash=902b81691a1125f4dbb5da0d42206f79)
Durante o primeiro cerco a Diu (1538), António da Silveira defendeu a fortaleza com 600 portugueses, contra dezenas de milhares de turcos e cambaios. Ao fim de meses de lutas incessantes, o número de portugueses ainda capazes de manusear o mosquete ou a espada desceu para uns meros 40, tendo o adversário perdido para cima de 3.000 homens, acabando por desistir e ir-se embora.
Mas para o turco, a derrota no primeiro cerco não significou a desistência. Ao tomar conhecimento de que tão poucos portugueses se encontravam na fortaleza quando levantara o primeiro cerco, decidiu reaparecer, devidamente preparado e com novo exército gigante. Desta feita, no ano de 1546 surgiu com 13.000 homens em frente à fortaleza, entretanto restaurada, mas defendida apenas por 250 portugueses, liderados pelo seu capitão D. João de Mascarenhas. Ambos os lados tentaram conseguir introduzir reforços, recebendo os portugueses mais 200 e o turco mais 20.000.
A situação era desesperada, pois os nossos perderiam inevitavelmente se dessem luta em campo aberto, só lhes restando a defensiva. E desta vez o inimigo trazia engenheiros experimentados, que abriram grande quantidade de trincheiras à volta da nossa fortaleza, colocando nelas bombardas de enormes dimensões para derrubar os nossos muros.
Mas até se dar esta grande vitória, houve muitos momentos de dúvida, em que não se sabia se ela penderia para um lado ou para o outro.
Os engenheiros e artilheiros ao serviço dos turcos, parte deles italianos alistados para este fim, mandaram construir minas, aproximando-se assim da fortaleza portuguesa por baixo. Conseguiram colocar um grande número de barris de pólvora sob um dos nossos baluartes. Quando tudo explodiu, deu-se o caos. O grande efeito da pólvora oprimida fez com que as pedras da fortaleza fossem projectadas com tão violento impulso, que mataram 60 portugueses e centenas de adversários no campo inimigo! O turco não tinha dado ordem para recuar às suas próprias tropas para que os portugueses não se apercebessem do que estava tramando!
O baluarte estava destruído e em ruínas, tinha-se aberto uma brecha que permitia a entrada ao inimigo. Logo que os fumos da explosão se desvaneceram, o turco deu ordem a quinhentos dos seus mais experimentados soldados para assaltarem a fortaleza por aquela brecha.
Para os portugueses parecia ter chegado o fim. Tinham perdido tantos dos seus melhores homens, entre eles o filho do Vice-Rei, ficando muitos outros feridos e soterrados e agora o turco atacava por uma brecha que mais parecia uma porta aberta, como convite para que se apoderasse da fortaleza!
Porém, nesse mesmo instante, sem prévia combinação, saltaram cinco portugueses para a brecha a fim de fazerem frente aos 500 que, aos gritos, por ela tentavam entrar. O espaço era estreito e os turcos não se podiam fazer valer da sua quantidade numérica, aparecendo os seus soldados armados de cimitarras e sabres, mas não conseguindo atravessar a brecha mais do que três ou quatro de cada vez. Os portugueses recebiam-nos com as suas espadas e adagas de mão esquerda, mostrando como tinham aprendido a lutar.
Fizeram rosto ao inimigo, travando uma nova batalha de 5 contra 500! Ficaram sós por muito tempo, tendo os outros defensores portugueses pensado que o baluarte tinha caído e que o mouro tinha conseguido entrar, fazendo uma enorme gritaria, amedrontando qualquer um que se quisesse dirigir naquela direcção. D. João de Mascarenhas, que se encontrava com a maioria dos seus a defender outros baluartes e a porta principal, começou a dar-se conta de que a grande gritaria se mantinha no baluarte destruído mas estranhou que ainda não houvesse turcos no interior da fortaleza. Com quinze companheiros resolveu ir ver o que se passava. O espectáculo que viu ficou na história militar mundial.
Dos cinco portugueses, um estava morto e dos outros, três estavam feridos, porém continuavam em pé e a combater. À sua frente amontoavam-se os corpos dos adversários mortos e feridos, calculados em cerca de 200 e os restantes 300 turcos, com gritos de raiva e escalando a brecha por cima dos corpos dos seus camaradas, continuavam, em vão, a tentar conseguir entrar! Quando os reforços portugueses chegaram, substituindo os braços feridos e cansados por outros mais frescos, mais numerosos e prontos para participar, acabaram os turcos por recuar e abandonar o local. Mais do que lutar ficou aos novos combatentes a tarefa de rapidamente fechar a brecha.
O feito dos cinco homens animou todos os portugueses que ainda restavam na fortaleza, Embora tristes pela morte dos seus 60 camaradas na explosão do baluarte, conseguiram a vitória pela acção de cinco homens cujos nomes aqui menciono para que a sua memória se perpetue:
SEBASTIÃO DE SÁ
ANTÓNIO PESSANHA
BENTO BARBOSA
BARTOLOMEU CORRÊA
MESTRE JOÃO, o cirurgião de Diu.
Jacinto Freire de Andrade: "Vida de Dom João de Castro Quarto Visorey da índia", edição de 1671, pág. 160; "Portugal Diccionario Histórico", edição de 1907, voi III. pág, 73/74).
fonte: Rainer Daehnhardt: "Homens, Espadas e Tomates", pág. 117-120
Ditosa pátria que tais filhos teve, e que merecem toda a nossa admiração. A estes homens, o nosso respeito e agradecimento pelo que fizeram pelo Império Português.
-
O Terribil Afonso de Albuquerque
“Basta um destes homens na história para se ter orgulho de ser português.”
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2FIMGP4116a-1-1.jpg&hash=54b7197c23c7199940bad3f12f880d8c)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2FIMGP4105a-2-1.jpg&hash=3c59b03abc57410fa95c096d7e6d19a8)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2FIMGP4127a-1-1.jpg&hash=b898e46c3a4d2f0be5521f6fd5a07bea)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2FIMGP4128a-1.jpg&hash=e81e93c6e864f36beb7af4aa5599605a)
Pertencentes à estátua erigida em sua homenagem na Praça do Império, em Lisboa.
Podemos ver a Conquista de Malaca, e ainda as ínumeras rendições dos inimigos, que sempre em maior número que os Portugueses, foram subjugados por este homem, o Terribil, o conquistador indomável, o governador dessas Índias distantes...
-
Maria Ursula d'Abreu e Lencastro
Uma mulher de armas
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.colonialvoyage.com%2FGoa.JPG&hash=0019a62b73a4e49abbb0f2d6290a1187)
Maria Ursula d'Abreu e Lencastro nasceu no Rio de Janeiro em 1682.
Em 1700, quando completou 18 anos, deixou a casa de seu pai, João d'Abreu d'Oliveira, e rumou para Lisboa onde se alistou como soldado adoptando o nome de Baltasar de Couto Cardoso.
Foi militar na Índia, onde participou na conquista da fortaleza de Amboina, onde se destacou por sua valentia e por estar entre os primeiros soldados a entrar na fortaleza. Foi promovida a cabo, quando servia na fortaleza do Chaul, após ter tomado parte na conquista das ilhas de Corjuem e Panelem. A sua valentia e mérito no desempenho das suas funções durante os doze anos que passou no serviço do exercito português foi reconhecida e recompensada por por D.João V de Portugal. Obteve baixa em 12 de maio de 1714, casou-se com Afonso Teixeira Arras de Melo, antigo governador do forte de São João Batista, em Goa.
O seu nome destaca-se por ser uma das poucas mulheres portuguesas conhecidas por terem servido nas forças armadas portuguesas durante a época colonial.
-
E cá vai mais uma dessas fantásticas proezas portugueses, lá por mares de Índia...
Duas caravelas contra dezassete naus grossas
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Finet.sitepac.pt%2FCaravela.jpg&hash=1289434ac8675578ff6530c253e8ca34)
Uma das mais fortes praças do Samorim de Calecute foi sempre a de Cranganor. Lopo Soares de Albergaria soube, em 1504, que o Samorim estava a preparar uma armada para expulsar os portugueses do Índico. Tendo só duas caravelas e um pequeno grupo de 15 batéis, ao todo 360 portugueses, resolveu considerar o ataque inesperado como uma das mais eficazes formas de defesa, dando assim ordem de ataque à armada do Samorim.
Esta estava em Cranganor para ser apetrechada e preparada, encontrando-se já com quatro mil homens a bordo e muita artilharia.
A surpresa, porém, foi total. O nosso inesperado ataque com duas caravelas e alguns batéis contra uma armada de dezassete naus grossas, acabou na destruição de todas elas, que foram queimadas, e na tomada de Cranganor.
Este relato, de poucas palavras, parece simplificar uma batalha feroz, onde muito poucos deram o seu máximo, tanto em homens como em embarcações e material de guerra. Cada um dos 360 portugueses que tomaram parte nesta contenda teve o seu peso com as suas próprias demonstrações de bravura, capacidade e competência, para que o fiel da balança, ao fim do dia, se virasse favoravelmente em direcção aos lusos. Cada homem sabia que o aparecimendo desta forte armada do Samorim podia pôr em dúvida a continuação dos portugueses na costa do Malabar. Tomar a decisão de atacar a armada, ainda na sua fase preparatória, foi ousado, arriscado, mas também foi a atitude mais certa.
"O Panorama", vol. IV, edição de 1840; "Portugal Diccionário Histórico", vol. I, pág 121/122).
fonte: Rainer Daehnhardt: "Homens, Espadas e Tomates", pág. 65
-
Diogo da Silveira
"Antes a honra de Portugal que o ouro !"
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fdiogo.jpg&hash=533b76708c183720824b185405cb1a92)
Diogo da Silveira foi um dos mais intrépidos guerreiros que militaram na Índia no tempo do governador Nuno da Cunha.
Foi ele que comandou a armada que devastou as costas de Cambaia por mais duma vez, e foi ele que aconselhou a Nuno da Cunha a tomada de Baçaim, enquanto não podia tomar a fortaleza de Diu, e para essa conquista contribuiu poderosamente.
Esteve também na destruição de Panane. Apesar das muitas atrocidades que praticou, devastando por mais duma vez e cruelmente a costa de Guzerate, há dele um facto, que muito o honra.
Andando a cruzar na costa de Aden, encontrou um navio árabe que vinha de Djeddah. 0 capitão dirigiu-se a ele e apresentou-lhe uma carta dum português cativo, carta que o árabe supunha ser a recomendação e bom salvo-conduto. Era efectivamente de recomendação, no sentido de recomendar a qualquer capitão português a quem a carta fosse entregue, que se apoderasse da nau, porque levava ali uma rica presa. Diogo da Silveira envergonhou-se pelo seu compatriota da infame cumplicidade de que ele dera provas, e para salvar a honra do nome português, sem revelar ao capitão árabe o engano infamíssimo de que estava para ser vitima, deixou-o passar como se a carta fosse efectivamente um salvo-conduto!
-
Mais um ditoso filho da Pátria...
Lopo de Sousa Coutinho
Valente homem da guerra e das artes
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fdiu2.jpg&hash=18233c24e854b004aca36a98948dbbfb)
Lopo de Sousa Coutinho, pai do ilustre escritor Frei Luís de Sousa, foi dos maiores militares portugueses que serviram na Índia.
Se a valentia na espada não lhe faltava, pois que também foi notável escritor. Aqui vos falarei então de alguns dos seus feitos de armas.
Em 1533 partiu para o Oriente na esquadra comandada por Pedro de Castelo Branco. Militou debaixo das ordens de Nuno da Cunha, e esteve no cerco de Diu, praça comandada por António da Silveira, que no principio do cerco o encarregou da guarda das mulheres e crianças, que para não serem bocas inúteis, deviam ir buscar água, lenha, etc.
Foi Lopo de Sousa Coutinho que abriu a longa série de façanhas que neste cerco se praticaram:
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fdiu.jpg&hash=fb9608fe668c4e13c762d6b5ed91ed6d)
No dia 14 de Agosto de 1538, surpreendido com mais 14 portugueses por uns 400 homens de Khodja Sofar, não só os repeliu, mas perseguiu-os até fora da povoação, sendo necessário fazerem-se-lhe sinais repetidos da fortaleza para ele voltar.
Noutra ocasião fez uma sortida feliz e atrevidíssima; mandara-o António da Silveira com uns 100 soldados descer ao fosso, mas ele que tinha consigo apenas 85 homens, obedeceu da mesma forma, repelindo o inimigo, e desembaraçando o baluarte de Gaspar de Sousa, que estava sendo vivamente atacado. Muitas outras façanhas notáveis praticou ainda nesse famoso cerco, de que depois havia de ser historiador.
A sua morte foi devida a um lamentável desastre. Estando na vila de Povos, no dia 28 de Janeiro de 1577, quando ia a apear-se dum cavalo em que montava, desembainhou-se-lhe a espada, e caindo sobre ela, enterrou a no peito de forma tal, que faleceu imediatamente. Foi sepultado na igreja do Salvador, de Santarém.
-
Peço desculpa pelo tamanho da imagem, mas ela merece isso!
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Ffiles.heavengames.com%2Faom%2Falbums%2Faoe3_concept_art%2Faad.jpg&hash=7ff736c6bb939e7c28c685912d7a5010)
-
TOMSK
Peço desculpa pelo tamanho da imagem, mas ela merece isso!
Que é para merecer, é que pela foto não reconheco quem possa ser. c34x
-
Nem eu sei quem é... um militar português, aparentemente do séc.XIX...
Mas achei a pintura bem conseguida, e como boas imagens sobre o passado português rareiam...
-
Não sei se já foi falado aqui, mas aqui fica a notícia.
http://www.maltabusinessweekly.com.mt/n ... temid=5943 (http://www.maltabusinessweekly.com.mt/news.asp?newsitemid=5943)
Cumprimentos
-
Nem sabia disto.
-
É caso para dizer, "os Portugueses são sempre os primeiros a ajudar a malta!" :lol:
Pois, é que a "estória" gosta mais de falar dos valentes e imaculados "Lords" ingleses de sua majestade que vão ajudar os países amigos quando precisam, do que dos pobres portugueses, sempre com a barba por fazer e mal-vestidos...
O que é certo é que a justiça foi feita, e a devida homenagem foi feita aos Portugueses, eles sim os primeiros!
-
Batalha do Cabo Matapão
19 de Julho de 1717[/b]
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.ancruzeiros.pt%2Fhcomb-5p1717a.jpg&hash=96cf880c48ff0cf685175e2136869805)
Em resultado de uma série de guerras desastrosas a que o tratado de Carlowitz pôs fim, o Império Otomano vira-se forçado a ceder a Dalmácia e a Moreia (Peloponeso) à república de Veneza, a Transilvânia, a Hungria e a Eslavónia à Austria, a Ucrânia à Polónia e Azov à Rússia. A partir da subida ao trono do sultão Achmet III, em 1703, os Turcos, sob a direcção do enérgico grão-vizir Kurmurgi-Ali-Pachá, começaram a reorganizar o seu exército e a sua marinha, especialmente com vista à recuperação da Moreia e da Dalmácia. Em 1715, sob pretexto de que os Venezianos estavam incitando os Montenegrinos à revolta, invadiram a Moreia, que ocuparam em poucas semanas, e apoderaram-se das ilhas de Tinos e de Cerigos, as últimas que Veneza ainda detinha no mar Egeu.
Por essa altura a armada turca e dos seus aliados Egípcios e Berberescos ascendia a cinquenta e oito boas naus de guerra, contra as quais Veneza apenas podia alinhar dezanove suas e mais quatro da Ordem de Malta. Em terra a desproporção de forças entre Turcos e Venezianos era ainda maior. Aflitos, os Venezianos pediram auxílio ao imperador da Áustria e ao Papa. O primeiro, depois de algumas hesitações, iniciou a guerra contra os Otomanos em Maio de 1716; o segundo lançou um apelo aos reis da França, da Espanha e de Portugal para que enviassem as suas armadas em socorro de Veneza.
A França escusou-se. Depois da morte de Luis XIV os Franceses não estavam dispostos a envolverem-se em novas guerras; por outro lado, também não desejavam ver o Império Otomano ainda mais enfraquecido do que já estava, uma vez que no quadro geral da política européia constituía uma espécie de contrapeso, a Oriente, em relação ao enorme poder da Áustria. Por esta mesma razão os Espanhóis, que continuavam a disputar aos Austríacos a posse do sul da Itália e da Sicília, não acederam ao apelo do Papa, limitando-se a prometer que enquanto durasse a guerra contra os Turcos se absteriam de empreender quaisquer operações militares em Itália ou na Sicília. O único monarca católico que respondeu positivamente ao apelo do Papa foi o rei D. João V de Portugal, não por quaisquer razões de ordem político-militar mas movido somente pelo desejo de que o Sumo Pontífice concedesse a si próprio e à Igreja Portuguesa títulos honoríficos que no seu acanhado entender seriam a melhor forma de prestigiar o País.
E logo deu ordem para que fosse organizada uma esquadra de socorro a Veneza, que ficou constituída por cinco naus, uma fragata, um brulote, uma nau com sobresselentes e uma tartana, a qual, sob o comando de Lopo Furtado de Mendonça, conde de Rio Grande, largou do Tejo a 5 de Julho de 1716, rumo ao Mediterrâneo. A 12 de Agosto chegou a Livorno, de onde foi enviado um emissário a Roma a fim de notificar o Papa da sua chegada e a pedir instruções. A 21 foi recebida uma mensagem daquele solicitando ao conde de Rio Grande que fosse ajudar a desbloquear Corfu, que estava sendo atacada pelos Turcos.
A esquadra portuguesa seguiu imediatamente para lá, mas chegou tarde de mais. Desmoralizados com uma pesada derrota que o seu exército tinha sofrido, a 5 de Agosto, na frente do Danúbio, às mãos dos Austríacos comandados pelo príncipe Eugénio, os Turcos já haviam levantado o cerco a Corfu. Na ilha lavrava agora uma epidemia de peste. Por isso e porque não eram de prever novas operações militares antes da chegada do Inverno, o conde de Rio Grande decidiu iniciar a viagem de regresso a Portugal. A 28 de Outubro estava de volta ao Tejo.
Desta primeira expedição de socorro a Veneza se poderá dizer que foi «um passeio à Senhora da Asneira», já que a esquadra portuguesa largou demasiado tarde de Lisboa e perdeu um tempo precioso indo primeiro a Livorno em vez de se ter dirigido directamente para o sul da Itália.
Ainda em Dezembro de 1716 o Papa voltou a escrever a D. João V pedindo-lhe para que no ano seguinte não deixasse de tornar a mandar a sua armada em auxílio dos Venezianos. Mais uma vez o nosso rei acedeu ao pedido, ordenando que fossem iniciados imediatamente os preparativos necessários. Ao contrário do que acontecera no ano anterior, estes começaram mais cedo, o que permitiu ao conde de Rio Grande iniciar a viagem a, 28 de Abril de 1917.
Nesta segunda expedição a esquadra portuguesa era constituída pelos seguintes navios: nau Nossa Senhora da Conceição, de 80 peças e 700 homens de guarnição (390 marinheiros, 220 soldados e 90 artilheiros); nau Nossa Senhora do Pilar, de 80 peças e 700 homens de guarnição; nau Nossa Senhora da Assunção e São Pedro, de 66 peças e 500 homens de guarnição; nau Nossa Senhora das Necessidades, de 66 peças e 500 homens de guarnição; nau Santa Rosa, de 66 peças e 500 homens de guarnição; nau Rainha dos Anjos, de 56 peças e 350 homens de guarnição; nau São Lourenço, de 58 peças e 350 homens de guarnição; brulotes Santo António de Lisboa e Santo António de Pádua, qualquer deles de 8 peças e 40 homens de guarnição; nau São Tomás de Cantuária, transportando sobresselentes, de 20 peças e 100 homens de guarnição; tartana, para avisos, de 18 peças (pedreiros) e 60 homens de guarnição. Eram, portanto, sete naus de guerra, dois brulotes e dois navios auxiliares, totalizando 526 canhões e 3840 homens de guarnição.
Desta vez o conde de Rio Grande dirigiu-se directamente para a Sicília, fundeando em Palermo a 24 de Maio. Dali seguiu para Messina, onde chegou a 30. A 10 de Junho lançava ferro em Corfu, onde já se encontravam as esquadras de remo de Veneza, do Papa, do grão-duque de Florença e da Ordem de Malta, sob o comando de André Pisani, a quem o Sumo Pontífice havia nomeado generalíssimo da armada cristã. Por essa altura a esquadra de alto bordo de Veneza encontrava-se em operações no mar Egeu, nada mais se sabendo a seu respeito.
Ao amanhecer do dia 17 de Junho chegaram a Corfu duas naus de Malta, arvorando a bandeira do Papa. Era seu comandante o tenente-general Bellefontaine, que havia sido escolhido por aquele para comandar a esquadra de alto bordo aliada. Quer dizer que, de acordo com a estrutura hierárquica delineada pelo Papa, o conde de Rio Grande ficava subordinado a Bellefontaine e este a André Pisani, o que até certo ponto representava falta de consideração para com Portugal, atendendo à importância do seu contributo. Assim o terá entendido o conde de Rio Grande, que não só se recusou a substituir a bandeira portuguesa pela bandeira papal, conforme lhe fora ordenado por Bellefontaine, como lhe declarou peremptoriamente que não se considerava seu subordinado mas somente de Pisani! Como se pode calcular, daí para diante as relações entre o conde de Rio Grande e Bellefontaine pautaram-se por um gélido formalismo.
Teve então lugar um conselho em que tomaram parte os principais capitães da armada cristã. Ao que parece, por essa altura predominava a ideia de que a armada turca se estava procurando esquivar a uma batalha decisiva. Por isso, foi resolvido seguir para o mar Egeu, efectuar a junção com a esquadra de alto bordo de Veneza, que andava naquele mar, e, seguidamente, ir flagelar as costas da própria Turquia a fim de fazer sentir aos Otomanos a força do poder naval dos Cristãos.
De acordo com este plano, a 22 de Junho de 1717 a armada combinada deixou Corfu e dirigiu-se para sul, navegando ao largo da costa da Albânia. A 25 fundeou na ilha de Zante, onde o conde de Rio Grande deixou a São Tomás de Cantuária por ter verificado que tinha muita dificuldade em acompanhar os restantes navios da esquadra. A 29 foi retomado o caminho para sul. A 1 de Julho foi avistada a esquadra de alto bordo de Veneza, pairando nas proximidades da ilha de Sapiência. No dia seguinte, 2 de Julho, foi efectuada a junção com ela.
Soube-se então que a referida esquadra tinha tido dois recontros com os Turcos, pelo que alguns dos seus navios estavam com o aparelho em mau estado. É de presumir que, de um modo geral, todos eles dispusessem de poucas munições e que as suas guarnições estivessem bastante fatigadas, mais desejosas de voltar para casa do que entrar em novos combates. De qualquer forma, desfez-se a ideia de que os Turcos não queriam correr o risco de uma batalha e, pelo contrário, ficou-se à espera de os ver surgir a qualquer momento.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.ancruzeiros.pt%2Fhcomb-5p1717b.jpg&hash=d32a2601cf3dd5336517a75e366068d3)
Em Julho, no sul da Grécia, predominam os ventos de NW e N. Pisani, com as suas vinte e três galés e as quatro galeaças, dobrou o cabo Matapão e deixou-se ficar fundeado à sombra dele, enquanto a esquadra de alto bordo cruzava mais a sul, ora fazendo bordos para SW, ora para NE. E assim se passaram os dias 3 e 4 de Julho, à espera que o inimigo aparecesse. No dia 5, ao amanhecer, encontrando-se a armada cristã no final do bordo da terra, dentro do golfo de Cefalónia, foi avistada a armada turca, muito ao longe, entre a ilha de Cerigo e o cabo de Santo Ângelo. É natural que a armada cristã tenha arribado na intenção de se aproximar dela. Mas, ao que parece, o vento caiu e a aproximação não foi possível. No dia 6 o vento continuou a faltar, pelo que as duas armadas continuaram imobilizadas, a pairar, a grande distância uma da outra. Ao amanhecer de 7 a armada turca não foi avistada, possivelmente por estar projectada sobre a ilha de Cerigo que tinha por trás de si. Mas quando o Sol ganhou altura foi claramente vista a navegar no bordo da terra com a proa a NE. Pouco depois o vento voltava a cair.
Nos dias 8 e 9 de Julho continuou a predominar uma calma podre entre-cortada por curtas aragens. Na noite de 9 para 10 o vento começou subitamente a soprar muito fresco de W e a levantar-se mar. O dia 10 foi de temporal, provavelmente com chuva e visibilidade muito reduzida. Os turcos tinham deixado de ver-se e os navios cristãos só pensavam agora em defender-se do mau tempo e em não abalroar uns com os outros.
Aproveitando-se habilmente do facto de a armada cristã ter descaído para sul, o almirante otomano meteu-se no golfo de Cefalónia e a favor da brisa de terra dirigiu-se para o cabo Matapão e daí para Koron. Com esta brilhante manobra ficou a barlavento da armada cristã e, consequentemente, com a possibilidade de aceitar ou recusar a batalha conforme entendesse.
Pisani, que se encontrava com a esquadra de remo a leste do cabo Matapão, quando viu a armada turca avançar em massa na sua direcção, suspendeu apressadamente e bateu em retirada para Modon, ao mesmo tempo que mandava pedir auxílio a Bellefontaine. Mas este nesse dia nada mais pôde fazer do que aguentar o temporal. Na manhã de 11 o vento caiu e o mar abateu. Estando os turcos imobilizados pela ausência de vento, Pisani aproveitou a oportunidade para, a remos, ir para o cabo Matapão, onde, a 12, se juntou novamente à esquadra de alto bordo de Bellefontaine.
Nesse mesmo dia alguns navios mercantes vindos de Koron informaram que a armada turca estava lá. No dia 13 o vento voltou a soprar fresco de norte. A esquadra de remo regressou ao seu antigo fundeadouro a leste do cabo Matapão e a esquadra de alto bordo ficou a cruzar a sul do dito cabo. Da parte da tarde foi avistada a armada turca, parecendo vir em busca da cristã. Mas não chegou ao alcance de tiro. Um pouco antes virou de bordo e metendo à orça regressou a Koron. Na manhã de 14 já não se avistava.
Na tarde de 14 surgiram inesperadamente detrás da ilha de Cerigo nove galés turcas, que logo se suspeitou andarem em busca da sua esquadra de alto bordo. Os navios cristãos arriaram todas as bandeiras e galhardetes e dirigiram-se ao seu encontro. Só quando estavam muito perto é que as galés deram pelo engano. Inverteram imediatamente o rumo e puseram-se em fuga para leste. A capitânia de Veneza, que era o navio da vanguarda da esquadra de alto bordo cristã, abriu fogo, ao mesmo tempo que Bellefontaine içava o sinal de «caça geral». Mas o vento, mais uma vez, caiu e as galés turcas, navegando a remos, escaparam-se sem qualquer dificuldade. As galés e as galeaças cristãs que, como se disse, estavam fundeadas junto ao cabo Matapão, nada puderam fazer por se encontrarem muito longe.
Durante o Verão, no golfo de Cefalónia, predominam os ventos de S e SW fracos, que são substituídos pela calma ou por uma fraca brisa de terra durante a noite. No dia 15 Pisani ordenou que toda a armada se dirigisse para a enseada de Hapan a fim de fazer aguada e lenha.
No momento de fundear teve lugar um incidente que ilustra bem a mentalidade dos fidalgos da época. Tendo alguns navios portugueses fundeado antes de si, o conde de Rio Grande sentiu-se desrespeitado e recusou-se a fazê-lo, ficando a bordejar ou a pairar do lado de fora da enseada. Apenas a nau Nossa Senhora da Assunção, por solidariedade, lhe ficou a fazer companhia.
O dia 16 de Julho foi ocupado na faina de fazer aguada e lenha, tendo alguns fidalgos aproveitado para ir caçar para terra. Um grupo deles teve mesmo uma escaramuça com um destacamento de cavaleiros turcos de uma força que havia sido enviada para o local a fim de impedir os habitantes de vender alimentos aos cristãos.
A 17 chegou subitamente à enseada de Hapan uma corveta, que tinha sido enviada para Koron a fim de vigiar os turcos, com a informação de que estes tinham deixado aquele porto e vinham a caminho do golfo de Cefalónia. A 18, ao fim da tarde, foi avistado do cesto da gávea da Nossa Senhora da Conceição, que, como se disse, andava a cruzar do lado de fora da enseada de Hapan, a armada turca navegando de vento em popa na sua direcção. Imediatamente o conde de Rio Grande mandou uma embarcação avisar Bellefontaine. Durante a noite de 18 para 19, noite esplendorosa de lua cheia, as naus cristãs suspenderam e tentaram ocupar os lugares que lhes competiam na coluna de batalha. Mas não havia ponta de vento e foi necessário recorrer a reboques das galés e dos batéis para levar os navios para as posições desejadas. No entanto, apesar dos esforços daqueles, ao romper do dia a formatura continuava ainda muito desorganizada.
A armada cristã que se encontrava em Hapan era constituída por trinta e cinco naus, quatro brulotes, três corvetas, tartanas ou setias, vinte e três galés e quatro galeaças. Das trinta e cinco naus, vinte e seis eram venezianas, sete portuguesas e duas da Ordem de Malta; das vinte e três galés seriam doze de Veneza, cinco de Malta, quatro do Papa e duas do grão-duque de Toscana; as quatro galeaças eram de Veneza. A vanguarda da esquadra de alto bordo cristã era constituída pelas naus de Veneza; seguiam-se-lhes as naus de Malta e por fim as portuguesas. No entanto, possivelmente devido às dificuldades de que se revestiu a organização da formatura, por causa da falta de vento, tudo parece indicar que alguns dos navios terão ficado fora dos lugares que lhes competiam. Tendo em conta a forma como se desenrolou a batalha, estamos em crer que a ordem por que estavam dispostas as naus na retaguarda da coluna cristã, que foi quem suportou o principal peso do combate, seria a seguinte: São Lourenço (portuguesa), São Raimundo (de Malta), Rainha dos Anjos (portuguesa), Nossa Senhora das Necessidades (portuguesa), Santa Catarina (de Malta), capitânia de Bellefontaine, Nossa Senhora do Pilar (portuguesa), Fortuna Guerreira (veneziana), Santa Rosa (portuguesa), Nossa Senhora da Conceição (portuguesa), capitânia do conde de Rio Grande, Nossa Senhora da Assunção (portuguesa). A coluna constituída pelas trinta e cinco naus cristãs devia ocupar cerca de duas milhas. Entre a esquadra de Veneza e a terra encontravam-se as galés, as galeaças e os brulotes aguardando a ocasião propícia para entrarem em acção.
Logo que começou a clarear pôde ser vista distintamente a armada turca que fechava por completo a enseada de Hapan, onde se encontrava a armada cristã. Era aquela constituída por vinte e duas grandes naus turcas, algumas delas com cerca de cem peças, e por vinte e uma outras mais pequenas de Alexandria, Tunes e Argel, além de nove galés, alguns brulotes e outros navios mais pequenos.
Soprava então uma brisa de SW, com a ajuda da qual a armada turca se foi aproximando da armada cristã que se encontrava praticamente imobilizada, tentando ainda rectificar a formatura. Pelas sete da manhã os navios de Tunes e de Argel, que eram os mais ligeiros, chegaram ao alcance de tiro das naus de Veneza que constituíam a testa da coluna cristã e abriram fogo sobre elas. Responderam energicamente os venezianas e durante cerca de uma hora e meia prosseguiu o duelo de artilharia entre a vanguarda cristã e os berberescos, provavelmente com pouco efeito, já que a distância entre eles era considerável. Tentaram então alguns navios de Argel ou Tunis tornear a testa da coluna cristã, dando ideia que pretendiam ir atacar as galés. Para se lhes opor, a Madona del Arsenal, que era a capitânia de Veneza e o primeiro navio da coluna, começou a guinar lentamente para EB a fim de os conservar dentro do seu campo de tiro. Após algumas salvas disparadas a curta distância, os berberescos desistiram do seu intento e, metendo à orça, voltaram a integrar-se na sua coluna. A Madona del Arsenal completou a viragem de bordo, ficando com a proa a SE, descaída cerca de uma centena de metros para sotavento da coluna de batalha cristã. Logo que viram a sua capitânia começar a arribar e depois virar em roda, as naus venezianas que seguiam nas suas águas foram fazendo sucessivamente o mesmo. E assim toda a esquadra de alto bordo de Veneza, à excepção da Fortuna Guerreira, ficou a sotavento do alinhamento inicial e com a proa a SE.
Cerca das oito e meia da manhã a esquadra turca chegou ao alcance de tiro da rectaguarda cristã, dando início a um novo duelo de artilharia a grande distância. Nessa altura o vento caiu por completo, deixando todos os navios imobilizados nas posições em que se encontravam, provavelmente servindo-se de reboques dos respectivos batéis para melhor orientarem as suas baterias.
Quando vira guinar para EB a nau veneziana que ia à sua frente, a nau portuguesa São Lourenço não acompanhou esse movimento, provavelmente por não ver içado no navio de Bellefontaine qualquer sinal nesse sentido. Quanto a este é de supor que tenha ficado surpreendido pelo facto de toda a esquadra de Veneza ter virado de bordo sem ordem sua. Possivelmente hesitou durante alguns momentos sobre a acção a tomar. Entretanto começou o combate com os turcos e caiu o vento, o que o impediu de mandar executar qualquer evolução com vista à rectificação da formatura.
Em resultado do que acaba de ser dito, até perto das duas da tarde a batalha travou-se exclusivamente entre as dez naus que constituíam a retaguarda da armada cristã e as quinze naus turcas que se lhes opunham. Manietados pela ausência de vento e fora do alcance de tiro, os restantes navios turcos e berberescos, bem como a esquadra de Veneza, viram o seu papel reduzido ao de meros espectadores.
Pelas duas da tarde recomeçou a soprar uma aragem fraca de SSW que os venezianos aproveitaram para lançar um dos seus brulotes contra uma das grandes naus turcas que estavam combatendo contra a rectaguarda cristã. Manobrando com grande perícia, a sua tripulação conseguiu levá-lo até junto do alvo e ligá-lo a ele com vários arpéus; seguidamente pôs-lhe fogo e quando viu este bem ateado retirou numa embarcação. Mas o seu acto de coragem para nada serviu. Como o vento era muito fraco e soprava do lado da nau, os turcos conseguiram cortar os cabos dos arpéus e afastar o brulote. Sendo este um navio de dimensões apreciáveis, andou a arder, à deriva, durante todo o resto do dia e da noite seguinte por entre os navios da armada cristã.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.ancruzeiros.pt%2Fhcomb-5p1717c.jpg&hash=8d885558468dcaf18d438562fff27ac2)
Logo que começou a soprar a aragem de SSW é natural que Bellefontaine a tenha querido aproveitar para reorganizar a formatura, criando as condições necessárias para que toda a armada cristã pudesse tomar parte na batalha. Com esse fim é provável que tenha feito o sinal para virar em roda a fim de meter os dez navios que constituíam a retaguarda da armada no alinhamento da esquadra de Veneza, que, como foi dito, já tinha efectuado essa manobra da parte da manhã.
Lentamente a São Lourenço e todas as demais naus que seguiam à frente da de Bellefontaine viraram em roda e foram colocar-se no alinhamento das naus de Veneza com a proa a SE. Mas com as naus que seguiam atrás dele as coisas passaram-se de maneira diferente. A Nossa Senhora do Pilar, almiranta de Portugal, de que era capitão Manuel de Távora da Cunha, conde de São Vicente, ou porque não tivesse compreendido o sinal, ou porque entendesse que não recebia ordens de Bellefontaine, ou muito simplesmente porque achasse que seria uma desonra afastar-se deliberadamente do inimigo, não virou de bordo, continuando em frente! As três naus portuguesas e a veneziana que navegavam nas suas águas seguiram-lhe o exemplo. Daí resultou terem ficado quatro naus portuguesas e uma veneziana isoladas a barlavento da coluna cristã, combatendo com quinze turcas!
Pela mesma altura a armada turca virou também em roda, ficando com a proa a NW, o que a fez aproximar da cristã. Reduzida a distância de tiro, embora sem permitir ainda o uso da mosquetaria, o duelo de artilharia redobrou de intensidade. Durante mais três horas a Nossa Senhora do Pilar, a Fortuna Guerreira, a Santo Rosa, a Nossa Senhora da Conceição e a Nossa Senhora da Assunção bateram-se galhardamente contra um adversário muito mais numeroso e igualmente determinado, provocando a admiração entre as guarnições dos navios que não estavam em acção. A dada altura, o conde de São Vicente, no desejo de se aproximar ainda mais do inimigo, começou a orçar, dando ideia de se querer bater sozinho com toda a armada turca! O conde de Rio Grande teve de lhe fazer sinal para regressar à formatura.
Durante esta fase da batalha, a mais intensa de todas, dada a menor distância que separava os dois adversários, é natural que tenham aumentado consideravelmente os danos e as baixas sofridos por ambos.
Ao fim da tarde é muito provável que os principais navios turcos, em resultado dos dois combates que haviam travado anteriormente com os venezianos e do fogo nutrido que tinham feito durante todo o dia, já estivessem a lutar com falta de munições. O certo é que puxaram tudo para a orça e começaram a afastar-se para o mar. Aos olhos da armada cristã era como se estivessem a bater em retirada, corridos pelas quatro intrépidas naus portuguesas e pela sua companheira veneziana.
O grosso da armada cristã, encontrando-se no interior da enseada de Hapan com muito pouco vento não pôde, de imediato, lançar-se em perseguição dos turcos. Quando conseguiu sair dela já estes iam longe.
Os navios portugueses, de um modo geral, ficaram com o aparelho muito danificado e tiveram, por junto, cerca de cinquenta mortos e cento e cinquenta feridos. Os danos e as baixas sofridos pelas duas naus de Malta devem ter sido menores, uma vez que estiveram durante menos tempo envolvidas em combate. Os navios venezianos pouco ou nada devem ter sofrido. Quanto aos turcos, constou que tinham tido um navio afundado pelo tiro da artilharia e outro incendiado por acidente, o que não é confirmado pelas testemunhas oculares. Disse-se também que tinham sofrido para cima de seis mil mortos, o que parece francamente exagerado. O mais natural é que tenham sofrido danos e baixas sensivelmente iguais aos dos cristãos.
Será curioso chamar a atenção do leitor para o facto um tanto insólito de a batalha, apesar de ter sido travada no interior da enseada de Hapan, que fica a cerca de vinte e cinco milhas a NE do cabo Matapão, ter passado à História com o nome deste.
Sob o ponto de vista táctico foi uma batalha com muito pouco interesse, já que, devido à ausência de vento, os navios se conservaram praticamente imobilizados durante toda ela sem possibilidade de efectuarem qualquer manobra. Nas suas linhas gerais não fugiu à regra das inúmeras batalhas do século XVIII: um aparatoso duelo de artilharia à distância, milhares de tiros disparados, vergas e mastaréus quebrados, cabos cortados, velas feitas em pedaços e algumas centenas de mortos e feridos, mas sem que nenhum navio tivesse ficado seriamente danificado no casco e muito menos tivesse sido afundado ou incendiado.
De realçar o audacioso ataque levado a cabo pelo brulote de Veneza, que deve ter sido lançado à bolina cerrada de sotavento para barlavento, o que será caso único ou pelo menos muito raro, mas que não produziu qualquer efeito, como, regra geral, acontecia com os ataques com brulotes, tipo de navio que estava chegando ao fim. A batalha do cabo Matapão de 1717 terá sido também uma das últimas grandes batalhas navais da História em que tomaram parte galés em grande número, as quais, de resto, para nada mais serviram do que para dar reboque às naus por ocasiões de calma. Era outro tipo de navio que tinha igualmente os seus dias contados. Apesar da sua fraca potência, a artilharia afirmava-se definitivamente, por esta época, como a arma por excelência da guerra no mar, posição que haveria de manter até ao início do sécculo XX.
Sob o ponto de vista estratégico, a batalha do cabo Matapão não teve qualquer repercussão sobre o desenrolar da guerra, continuando os Turcos, como anteriormente, senhores absolutos do mar Egeu.
Durante a noite de 19 para 20 de Julho e durante todo o dia 20 a armada turca velejou para o cabo de Matapão e deste para o de Santo Ângelo. Quando atingiu este último ainda a armada cristã se encontrava nas proximidades do primeiro. No entanto, afastando-se para o mar, Bellefontaine começou a apanhar vento bonançoso de NW, o que lhe permitiu reduzir consideravelmente a distância que o separava dos turcos. Mas durante a tarde de 21 o vento voltou a cair e a armada cristã ficou mais uma vez imobilizada. Na noite de 21 para 22 o vento começou a soprar com força, provavelmente de NE, e o mar a crescer, obrigando os cristãos a correr com o tempo em direcção à costa da Cirenaica. Ao anoitecer foi efectuada uma viragem de bordo, passando a armada a navegar em direcção à Calábria. Só no dia 24 de manhã é que o tempo melhorou, mas continuou a fazer-se sentir uma ondulação larga que fatigava o aparelho dos navios, sobretudo daqueles que mais avarias tinham sofrido durante a batalha, como era o caso dos portugueses. Constatando que nem Pisani nem Bellefontaine pareciam dispostos a perseguir o inimigo nem a retirar para as suas bases, o conde de Rio Grande propôs que fosse adoptada sem demora uma qualquer dessas duas linhas de acção. Em resultado da sua intervenção foi decidido recolher a Corfu.
À passagem por Zante a esquadra portuguesa reintegrou a nau com sobresselentes que ali deixara, os quais eram preciosos para as reparações que tinha necessidade de efectuar. Após a chegada a Corfu tanto Pisani como Bellefontaine insistiram com o conde de Rio Grande para que se deixasse ficar ali durante mais algum tempo para prevenir a hipótese de os turcos virem procurar novo encontro com a armada cristã. Mas o conde recusou, alegando que tinha diante de si uma longa viagem para regressar a Portugal e que antes disso tinha necessidade de reparar os seus navios.
A esquadra portuguesa largou de Corfu a 16 de Agosto. A 24 chegou a Messina, onde permaneceu até 2 de Outubro, reparando as avarias que sofrera durante a batalha. Nessa data iniciou a viagem de regresso a Lisboa, onde chegou a 6 de Novembro.
Entretanto, em Agosto de 1717, o príncipe Eugénio voltara a vencer os Turcos em Tameswar e tomara-lhes Belgrado, o que lhes abateu consideravelmente o moral.
No ano de 1718, por se terem deteriorado subitamente as relações com a Espanha, a esquadra portuguesa não foi mandada para o Mediterrâneo, permanecendo no Tejo pronta para qualquer eventualidade. No Verão desse ano a esquadra de Veneza teve mais dois encontros com a turca, dos quais saiu muito maltratada, sofrendo perto de dois mil mortos e feridos.
Por esta altura já os Turcos se tinham convencido de que não tinham capacidade para recuperar o que os Austríacos lhes haviam arrebatado. Estes, por seu lado, estavam descrentes de que os Venezianos fossem capazes de se aguentar na Moreia. Não havia, portanto, razões de peso para continuar a guerra. A Inglaterra ofereceu-se como medianeira e a paz foi assinada em Passarowitz a 21 de Julho de 1718. De acordo com o tratado então celebrado, a Áustria ficou de posse da Sérvia Setentrional, Veneza conservou a Dalmácia e os Turcos ficaram com a Moreia.
Pela sua parte, D. João V recebeu efusivos agradecimentos do Papa e viu a sé de Lisboa elevada à categoria de patriarcal, com o que ficou inchado de vaidade. E como por essa época foram descobertas novas minas de ouro em Mato Grosso, no Brasil, é bem possível que tenha mesmo pensado que o envio da sua esquadra a combater os infiéis o havia feito cair definitivamente na graça de Deus!
Saturnino Monteiro
em «Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa» (Vol.VII)
-
Batalhas da Boca do Tigre
15 de Fevereiro de 1809 a 21 de Janeiro de 1810
Perdida no fim do mundo, esquecida pela Índia e ainda mais pela Metrópole, constantemente ameaçada pelas prepotências dos Chineses e dos Ingleses, a cidade de Macau teimava em sobreviver!
Em Setembro de 1808, apesar dos protestos do Governador e do Senado, os Ingleses sob o comando do almirante William O'Brien Drury insistiram em colocar nela uma guarnição sua, tal como haviam feito no Funchal e em Goa, para... a defender de um eventual ataque dos Franceses! A verdade nua e crua é que a Companhia Inglesa das Índias estava aproveitando despudoradamente a guerra na Europa para deitar mão a todas as possessões que os Franceses, os Holandeses e os Portugueses ainda possuíam no Oriente. Afinal, a esperteza de nada lhe serviu, porque ao ser assinado o tratado de paz em 1815 foi obrigada a devolvê-las todas aos seus antigos donos.
Mas não eram só os Ingleses que causavam preocupações aos Macaenses. Desde 1805 que um pirata chinês, chamado Quan Apon Chay, que aspirava a tornar-se imperador da China, andava assolando as costas deste país com uma armada de perto de setecentos navios, entre juncos, lorchas e outras embarcações de menor porte. De início não se tinha atrevido a interferir com a navegação de Macau, possivelmente por recear a esquadra que ali tínhamos, composta por urna fragata e um brigue. Porém, quando aquela foi mandada seguir para a Índia, começou também a apresar os navios que iam para Macau ou de lá vinham.
Era então governador e capitão-general da cidade Lucas José de Alvarenga, homem inteligente e enérgico, que resolveu pôr cobro a uma situação que a prolongar-se levaria inevitavelmente os Macaenses à ruína. Nesse sentido deu ordem ao desembargador Miguel José de Arriaga Brum da Silveira, pessoa com excepcionais capacidades de organização e profundo conhecedor do meio, para organizar uma esquadra capaz de ir dar combate à dos piratas. Meteu este mãos à obra e a breve trecho tinha prontos a fazerem-se ao mar, devidamente armados, guarnecidos e municiados, o brigue de guerra Princesa Carlota, de 16 peças e 100 homens de guarnição, o navio mercante Belisário, de 18 peças e 120 homens de guarnição, e a lorcha Leão, de 5 peças e 30 homens de guarnição, esta última comandada pelo piloto José Gonçalves Carocha. Para comandante da força foi escolhido o capitão de artilharia José Pinto Alcoforado de Azevedo e Sousa. Encontrava-se no porto uma fragata inglesa, cujo comandante, instado pelo Governador, acedeu a colaborar connosco.
A 15 de Fevereiro de 1809 os navios acima referidos deixaram Macau, continuando a fragata inglesa fundeada como se nada fosse com ela! Pouco depois entravam aqueles em contacto com cerca de duzentos navios do Quan Apon Chay que se encontravam nas proximidades. Teve então lugar um medonho combate entre os portugueses e os chineses, disparando os primeiros continuamente os seus canhões e as suas espingardas sobre o cardume de juncos e lorchas que procuravam aproximar-se deles, enquanto os segundos se esforçavam por chegar à abordagem, o que, felizmente para nós, nunca conseguiram. Durou o combate, no qual se distinguiu particularmente a lorcha de Gonçalves Carocha, desde manhã até ao pôr-do-Sol, acabando os piratas por bater em retirada com muitos dos seus navios gravemente danificados e cheios de mortos e feridos.
Esta vitória de David contra Golias levantou extraordinariamente o ânimo dos Macaenses e abalou a dos piratas.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.ancruzeiros.pt%2Fhcomb-6p1809.jpg&hash=e6427b0e8d5909bcd72f9c1550bdcddb)
Na sequência dela o governo imperial enviou emissários a Macau para propor uma acção conjunta de Portugueses e Chineses destinada a acabar de uma vez por todas com o temível Quan Apon Chay. A 23 de Novembro de 1809 foi assinado entre as duas partes uma convenção, mediante a qual os Portugueses se comprometiam a aprontar uma esquadra de seis navios e os Chineses uma de sessenta, para, unidas, irem dar batalha à do pirata.
Mais uma vez o infatigável desembargador Arriaga entrou em acção e lançando mão de todos os recursos da cidade conseguiu armar mais quatro navios mercantes que estavam no porto. Eram eles: o Inconquistável, de 26 peças e 160 homens de guarnição, cujo comando foi confiado a Alcoforado, também comandante da esquadra; o Indiana, de 24 peças e 120 homens de guarnição, do comando do alferes Anacieto José da Silva; o Conceição, de 18 peças e 130 homens de guarnição, do comando de Luís Carlos de Miranda; o São Miguel, de 16 peças e 100 homens de guarnição, do comando de Constantino José Lopes. Todos eles, assim como o Belisário, de que era comandante o alferes José Félix dos Remédios, eram navios de três mastros com mastaréus de gávea e de joanete, portanto equivalentes às corvetas de guerra. A lorcha Leão, talvez por causa das avarias sofridas no primeiro combate, não foi utilizada, sendo o bravo Gonçalves Carocha nomeado comandante do brigue Carlota.
Em princípios de Novembro de 1809 largou a nossa esquadra com destino à Boca do Tigre a fim de se juntar à chinesa que pela mesma altura deveria ter saído de Cantão. Porém, poucas horas depois de ter deixado Macau, foi interceptada pela esquadra do Quan Apon Chay, com a qual travou um novo combate, que durou cerca de nove horas. Depois de terem tido quinze navios afundados a tiro de canhão e ficado com muitos outros destroçados, os piratas retiraram. Mas recompuseram-se rapidamente e a 11 de Novembro voltaram ao ataque, sendo novamente repelidos com pesadas perdas. Não tendo aparecido a esquadra chinesa de Cantão, a nossa recolheu a Macau.
Nos primeiros dias de Janeiro de 1810 Alcoforado voltou a fazer-se ao mar, travando mais dois combates, nos dias 3 e 4, com a esquadra do Quan Apon Chay. Tal como acontecera nos encontros anteriores, preponderou a potência de fogo da nossa artilharia e mosquetaria, que não permitiu que os chineses concretizassem nenhuma das repetidas tentativas que fizeram para abordar os navios portugueses. Mas Quan Apon Chay não se deu por vencido e a 21 de Janeiro lançou-se em massa, com mais de trezentos navios, sobre a nossa esquadra, disposto a jogar tudo por tudo. O embate foi terrível! Manobrando habilmente os seus navios por forma a conservarem-se a barlavento e disparando incessantemente os seus canhões e os seus mosquetes, os portugueses conseguiram manter o inimigo à distância, ao mesmo tempo que lhe iam provocando grandes estragos e inúmeras baixas.
A dada altura o Conceição encalhou, ficando em risco de ser abordado e tomado. Foi em seu auxílio Gonçalves Carocha com o Carlota e conseguiu desencalhá-lo, tirando-o da difícil situação em que se encontrava.
Notou então Alcoforado que no centro da esquadra inimiga se encontrava um grande junco transformado em pagode onde deviam ser transportados os símbolos da religião dos piratas. Pensando que se o conseguisse afundar o moral destes ficaria consideravelmente abalado, concentrou sobre ele o fogo da artilharia do seu navio. Atingido repetidamente, o pagode começou a desmanchar-se, a meter água e, por fim, afundou-se. Conforme Alcoforado previra, ao verem-no desaparecer, os restantes navios do Quan Apon Chay, na sua maior parte já muito maltratados, deram a batalha por perdida e começaram a afastar-se dos nossos. Nestas circunstâncias viu-se aquele obrigado a refugiar-se no rio Hiang San, onde os portugueses não puderam entrar por terem maior calado, ficando fundeados à entrada da barra.
Decorridas cerca de duas semanas Quan Apon Chay mandou dizer a Alcoforado que estava disposto a negociar. Que lhe mandasse um emissário. Não esteve este com meias medidas. Meteu-se sozinho numa embarcação e foi ele mesmo ao junco do pirata que se encontrava rodeado por toda a sua esquadra! Quan Apon Chay ficou estarrecido perante tanta coragem e ao mesmo tempo lisonjeado pela confiança que o nosso comandante depositava nele. E como também era um homem corajoso e honrado, declarou a Alcoforado que na realidade a sua intenção, quando propusera negociações, era distrair os portugueses para tentar furar o bloqueio, ainda que perdesse parte dos seus navios. Mas considerando a forma como se tinham batido e a demonstração de confiança que lhe tinham dado, mudara de ideias e estava agora disposto a entrar em negociaçoes de paz com o Imperador da China. Para tal solicitou a mediação portuguesa e que o encarregado directo dela fosse o desembargador Arriaga. Tal era o prestígio de que este desfrutava entre os Chineses.
Deslocou-se o desembargador ao rio Hiang San juntamente com os delegados do Imperador e a 21 de Fevereiro de 1810 firmou-se um tratado de paz, mediante o qual Quan Apon Chay se comprometia a entregar toda a sua esquadra e a reconhecer sem reticências a autoridade do Imperador. Em contrapartida, por sugestão de Arriaga, era aquele investido no cargo de almirante-mor da armada chinesa gozando de inúmeras regalias. Desta forma ficou salva a face de todos. Uma verdadeira obra-prima de diplomacia oriental!
A 20 de Abril teve lugar a entrega formal das forças do Quan Apon Chay, num total de duzentos e oitenta navios, duas mil peças de artilharia e vinte e cinco a trinta mil homens. Os Portugueses nada quiseram para si, além dos navios que tinham capturado durante o último combate, o que, mais uma vez, assombrou os Chineses.
Mais tarde Quan Apon Chay visitou Macau com uma esquadra de sessenta juncos festivamente embandeirados. Recebido com todas as honras no leal Senado, disse, referindo-se a Gonçalves Carocha:
- Eis o homem que mais danos me causou; ele só e a sua lorcha [durante o primeiro combate] inquietava toda a minha esquadra. Mas quem pode igualar os Portugueses!
Saturnino Monteiro
em «Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa» (Vol.VIII)
:Soldado2: :Soldado2:
-
A última carta de Afonso de Albuquerque ao Rei de Portugal
Afonso de Albuquerque, O César do Oriente como lhe chamavam, veio a falecer à vista de Goa, em 16 de Dezembro de 1515, não sem saber que na cidade o aguardava para lhe suceder um dos seus mais acérrimos inimigos pessoais: Lopo Soares de Albergaria enviado pelo rei D. Manuel I.
Profundamente ofendido e desgostoso, Afonso de Albuquerque deu graças a Nosso Senhor e disse: «Mal com os homens por amor a el-rei com el-rei por amor dos homens, bom é acabar». Os seus padecimentos haviam-se agravado, e sentido-se morrer ditou para D. Manuel a seguinte carta:
«Senhor: quando esta escrevo a Vossa Alteza estou com um soluço que é sinal de morte. Nesses reinos tenho um filho e peço a Vossa Alteza que mo faça grande, como meus serviços merecem que tenho feito com minha serviçal condição; porque a ele mando, sob pena de minha benção, que vo-lo requeira. E quanto às coisas da Índia não digo nada, porque elas falarão por si e por mim».
E efectivamente, as coisas da Índia falaram.
A Afonso, a história relembra-o como a maior figura da Expansão Imperial Portuguesa, excelente militar, político, diplomata, governador.
Por todos respeitado e temido. Um homem "maior que a vida"!
Ao rei, esse, todos o tomaram por mesquinho e fraco, não merecedor de tão valioso vassalo...
-
"O Governador D. João de Castro, depois de despedir seu filho D. Álvaro de Castro, ficou dando ordem, e despacho a algumas cousas. E, como além de ser muito Cavaleiro, era fonfarrão, e roncador, sabendo que andava gente de Cambaya naquela Cidade, que forçado havia de escrever lá novas, deitou fama que havia de ir até à Cidade de Amadabá, e tomar ElRei às mãos, e que o havia de espetar, e assar vivo. E mandou fazer na ferraria (que ele muitas vezes visitava) uns espetos de ferro mui grandes, dizendo «que eram pera assar ElRei, e os seus Capitães»."
(Diogo do Couto, Década 6.ª).
-
Adoro a história das Batalhas da Boca do Tigre. Brilhante a actuação dos Portugueses nessa situação.
-
Gualdim Pais
(Braga 1118 - Tomar 1195)
D. Gualdim Pais (Gaudinus, Galdinus ou Gualdinus, em latim), Grão-Mestre da Ordem do Templo em Portugal, de 1157 a 1195, foi o fundador do Castelo de Tomar
Em 1190, Tomar foi cercada pelos Almorávidas sob o comando do Rei de Marrocos, Yusuf I, mas Gualdim Pais conseguiu defender o Castelo contra forças bastante superiores, impedindo assim a invasão do norte do Reino por essa região.
Morreu em Tomar durante o ano de 1195 (1233 da era espanhola). Repousa na Igreja de Santa Maria do Olival, em Tomar, onde uma estela mural cobre um nicho que contém as cinzas do cavaleiro
http://www.viagensnotempo.com/perso2.html (http://www.viagensnotempo.com/perso2.html)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.viagensnotempo.com%2Fpics%2Fgualdimpais.jpg&hash=22ba3c051759c689fc4c4a1e8eca50bd)
-
o ano de 1195 (1233 da era espanhola)
:?: Alguem me pode explicar?
-
Tantos filmes de chacha que se fazem em Portugal, para quando um produtor que invista num filme que retrate alguns dos episodios mais notaveis da nossa Historia ? Se eu fosse rico era o que eu fazia (ou pagava para fazerem :)
-
o ano de 1195 (1233 da era espanhola)
:?: Alguem me pode explicar?
Portugal e a Espanha adoptaram ao mesmo tempo o calendario gregoriano, tendo sido esta reforma estudada e realizada por matematicos da universidade de Salmanca e apresentado ao papa Gregorio XXIII (dai o nome) em 1582 ; antes vigorava o calendario Juliano em ambos os paises, (penso eu que) .
O resto dos paises do mundo foi adoptando progressivamente o calendario Gregoriano, calendario este que hoje vigora em todo o mundo ,sendo o ultimo a adopta-lo a Grécia em 1923, (a Inglaterra em 1752).
Nao faço a minima ideia do porquê desta diferença 1195 / 1233 :?
-
A Batalha de Valverde
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fnuno_alvares3.jpg&hash=e9cb9ba6f51bcb5b80b88e75e2cda1b1)
«Depois da Batalha de Aljubarrota, as coisas políticas do país ficaram numa relativa quietação até aos fins de Setembro, época em que se soube que o inimigo se estava apresentando na Andaluzia, para novamente invadir Portugal e vingar a sua derrota.
Desta vez, resolveu D. Nuno Álvares Pereira agir por si e não consultar ninguém, nem o próprio Rei. Com a sua natural impetuosidade, prepara-se para a luta e dá ordem ao seu exército para entrar em território inimigo.
Tinham-se os Portugueses já internado catorze léguas em território inimigo, quando o Mestre de Santiago, Pedro Moniz de Godoy e os seus capitães mandaram desafiar D. Nuno para uma batalha. O mensageiro levava um feixe de varas, e apresentou-lhas separadamente, em nome de cada um dos desafiantes. D. Nuno aceitou de boamente o desafio, dizendo ao mensageiro que guardaria cuidadosamente as varas, para com elas castigar os provocadores.
Os dois exércitos avistam-se em Valverde a 15 de Outubro desse ano, e logo se inicia uma renhida batalha, que só veio a terminar no fim da tarde do dia seguinte. Diz-se que nela tomaram parte todos os homens válidos da Estremadura e de Aragão.
Como o inimigo supunha, D. Nuno via-se forçado a dar batalha numa grande inferioridade de forças e em território estrangeiro, sendo-lhe para mais as circunstâncias do terreno inteiramente desfavoráveis, e ainda as suas forças numericamente muito inferiores, identicamente ao que sucedera em Aljubarrota.
Durante a contenda, D. Nuno apareceu em toda a parte, batalhando e incutindo coragem aos seus soldados, alguns dos quais, cansados e extenuados, já a certa altura da batalha se tinham atirado ao chão, certos da derrota. Mas D. Nuno surge diante deles, fá-los levantar, e é tal o dinamismo do seu carácter e da sua bravura, que, sem quase darem por isso, eles lá estavam outra vez de pé e no mais aceso da batalha.
Contudo, apesar dos seus desesperados esforços, as coisas começaram a correr mal, e é então que D. Nuno procura auxílio nos seus patronos celestiais. Sem ninguém dar por isso, escapa-se por uns momentos da luta e, em sitío próximo, entre penedos, cai de joelhos e implora auxílio divino, fazendo ao mesmo tempo o voto, se vitória o favorecesse, de levantar em Lisboa um mosteiro em honra de Nossa Senhora.
Durante a sua oração, parecia em extâse, e alguns autores dizem mesmo que, naquela altura, Nossa Senhora lhe apareceu e falou. Quando deram por sua falta, os seus homens supuseram que ele tinha sido morto e, ainda mais desanimados, começaram a vacilar diante dos furiosos ataques do inimigo.
Reconhecendo que só o Condestável os poderia salvar, procuram-no por toda a parte, até que Ruy Gonçalves, um dos seus sequazes, finalmente o descobriu.
Diante do espectáculo que então se lhe ofereceu, quedou-se estupefacto.
Dom Nuno Álvares Pereira estava de joelhos, imóvel, com as mãos levantadas e os olhos fitos no céu, parecendo alheio a tudo quanto o rodeava. Parecia surdo ao clamor e ao estrondo da batalha que decorria na vizinhança, surdo aos gritos dos que o chamavam para que retomasse o lugar de comando diante da sua bandeira, surdo a tudo que não fossem os seus pedidos e orações a Deus e à Virgem para que viessem em seu auxílio.
Após um momento de hesitação, Ruy Gonçalves chama-o e tenta fazer-lhe ver a necessidade de novamente vir comandar as suas tropas, animando com a sua presença os soldados, que o reclamavam, mas não consegue obter resposta. Aproxima-se então outro seu sequaz, Gonçalo Annes de Abreu, o qual, igualmente surpreendido por aquele alheamento, lhe grita:
"-Senhor, prossiga nas suas orações em outra ocasião, mas agora acuda às suas tropas, senão está tudo perdido!"
D. Nuno, porém, não dá sinal de ter ouvido e continua orando a Deus.
Quando, finalmente, volta à terra, levanta-se com ligeireza, olha sorridente para todos os que o rodeavam, e dá ordem ao seu porta-estandarte, Diogo Gil(que não arredara pé) para erguer o pendão e seguir atrás dele onde a batalha fosse mais renhida.
A presença de D. Nuno dá o efeito desejado: as tropas cerram fileiras à sua volta, combatem dali em diante furiosamente; e, embora a batalha tenha ainda durado bastante tempo, obtiveram por fim um tiunfo completo, que foi considerado verdadeiro milagre, atenta a desigualdade de situações.
O inimigo perdeu neste combate um considerável despojo, e nele ficaram mortas muitas pessoas de grande destaque, entre eles, o próprio Mestre de Santiago.
Após dezoito dias de ausência do país, D.Nuno e o seu vitorioso exército reentram em Portel. Num constante exemplo de procurar para si o posto de mais perigo, quando atravessaram o rio Cara, na fronteira de Elvas, o Condestável, que cavalgava na vanguarda, passou de repente para a rectaguarda visto o inimigo ter agora ficado para trás.»
Vida e Obra de Dom Nuno Álvares Pereira
O Santo Condestável
Para que se lembrem que a Independência de Portugal não se jogou apenas em Aljubarrota...
-
Batalha do Rio Duyon
21 de Outubro a 6 de Dezembro de 1629
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg518.imageshack.us%2Fimg518%2F1921%2Fmalasiadk3.jpg&hash=6faddf8926d165026631f8ece8c0e1ae)
A tomada de Ormuz pelos Persas, com a ajuda dos Ingleses, funcionou como uma espécie de despertador para o rei do Achém, lembrando-lhe que não tinha tempo a perder se quisesse apoderar-se de Malaca. Era evidente que o poder dos Portugueses estava francamente em declínio e que o dos Holandeses era cada vez maior. Se não se apressasse, era inevitável que estes, mais dia menos dia, tomassem aquela praça.
Começou, por isso, o rei do Achém a reunir navios, armas e homens para esse fim. No ano de 1628, estando os preparativos para a conquista de Malaca já bastante adiantados, mandou para lá uma armada de cerca de cem navios com a incumbência de a ir enfraquecendo através do ataque sistemático aos navios que lhe levavam abastecimentos. Porém, como já referimos, essa armada foi aniquilada pelos Portugueses.
Apesar deste duro revés, o rei do Achém não desistiu dos seus intentos e, em Maio de 1629, considerando dispor já do potencial necessário para a conquista de Malaca, promoveu uma reunião dos principais capitães do seu reino em que lhes deu conta da sua intenção de não adiar por mais tempo a dita conquista e lhes pediu os seus pareceres. As opiniões dividiram-se. Lançamane, experimentado capitão que já por diversas vezes tinha terçado armas com os Portugueses, mostrou-se contrário à operação, alegando que Malaca se encontrava poderosamente fortificada e que os Portugueses, apesar das dificuldades por que estavam passando, continuavam a ser combatentes de respeito, sobretudo no mar, conforme havia ficado provado na batalha travada no ano anterior.
De opinião contrária era Marraja, outro experimentado e valoroso capitão que tinha queimado o galeão de D. João da Silveira, ao largo do rio Formoso, em 1615. Entendia ele que os Portugueses se encontravam muito enfraquecidos e que Malaca, apesar das suas fortificações, não poderia resistir a um cerco demorado, a não ser que lhe fossem enviados da Índia reforços consideráveis, o que, de momento, não parecia possível. Em sua opinião o que mais importava era actuar depressa e com decisão. Era isto mesmo que o Rei queria ouvir e, naturalmente, foi esta a linha de acção que perfilhou.
Entretanto, em Malaca, desde que o rei do Achém derrotara decisivamente o de Jor (1623), receava-se que viesse em força atacar a cidade. Por isso, em 1626 fora enviado ao Achém, na qualidade de embaixador, Pêro de Abreu, cidadão de Malaca, para sondar o ânimo do Rei e tentar confirmar um tratado de paz celebrado com ele um ou dois anos antes. Mas a reacção daquele a esta embaixada foi nada menos do que mandar prender o nosso embaixador, o que só por si esclarecia definitivamente quais eram as suas intenções. A partir daí só faltava saber quando é que teria lugar o ataque a Malaca, o que levou António Pinto da Fonseca, capitão-geral da guerra no Sul, e Gaspar de Melo de Sampaio, capitão da praça, a acelerar os trabalhos de defesa em que estavam empenhados e a pedir ao Vice-Rei que lhes mandasse reforços. Após a batalha do rio Langat tornou-se claro que o ataque dos Achéns não devia tardar.
Possivelmente depois da reunião do rei do Achém com os seus capitães, Pero de Abreu conseguiu fazer chegar a Malaca uma carta dando conta dos preparativos daquele. Sem perda de tempo, António Pinto da Fonseca mandou seguir para a Índia uma galeota a avisar o Vice-Rei, mandou pedir auxílio ao rei de Pão e enviou para a costa do Achém Francisco Lopes, capitão-mor do mar de Malaca, com algumas jáleas em missão de reconhecimento.
Não sendo tempo de navegar na costa ocidental da Índia, a galeota que levava as cartas para o Vice-Rei dirigiu-se a São Tomé de Meliapor, donde aquelas foram mandadas por terra para Goa. O rei de Pão ofereceu grande quantidade de mantimentos e prometeu enviar um exército e uma armada em socorro de Malaca se o ataque do Achém se chegasse a concretizar. Francisco Lopes, poucos dias depois de ter chegado à costa do Achém, teve a sorte de capturar um navio que transportava o próprio genro do rei, acompanhado por outros príncipes que vinham fugindo à tirania daquele. Por eles ficou António Pinto da Fonseca a saber tudo quanto lhe interessava acerca das intenções e da força do inimigo.
Por esta altura já o vice-rei D. Francisco da Gama tinha deixado a Índia, depois de ter entregue o governo, conforme ordens recebidas de Lisboa, a D. Frei Luís de Brito, bispo de Cochim, homem muito respeitado pela sua integridade mas velho e doente. Recebendo este as cartas de Malaca em Junho (?), o que não lhe permitia de imediato enviar socorros da Índia, mandou ordem a Miguel Pereira Borralho, que se encontrava a patrulhar a costa do Coromandel com cinco fustas, para que se dirigisse imediatamente para lá e dissesse a António Pinto da Fonseca que em Setembro iria novo socorro de Goa. No entanto, o tempo ia passando e o bispo nada fazia para organizar esse socorro, o que já estava provocando certa celeuma.
Providencialmente, segundo o cronista, D. Frei Luís de Brito faleceu a 29 de Junho de 1629. Abertas as vias de sucessão, verificou-se que o governo da Índia devia caber a D. Nuno Álvares Pereira ... que não se sabia quem fosse! Para ser Nuno Álvares Pereira, capitão de Sofala, faltava-lhe o «dom»; para ser Nuno Álvares Botelho, capitão-mor da armada de alto bordo, aparecia o apelido «Pereira» em vez de «Botelho», se bem que ele também fosse «Pereira» por parte da mãe e tivesse em tempos usado esse apelido. Apesar de toda a gente estar convencia de que a sucessão se referia de facto a Nuno Álvares Botelho, a situação era em extremo melindrosa, prestando-se a dúvidas e a polémicas. E Malaca não podia esperar!
Fazendo mais uma vez prova da sua habitual isenção, Nuno Álvares Botelho não teve dificuldade em resolver o problema. Como as vias de sucessão estipulavam que, no caso de Nuno Álvares Pereira se encontrar ausente de Goa, governasse interinamente uma junta formada pelo bispo, pelo capitão da cidade e pelo conselheiro de Estado mais velho, e como ele próprio era o conselheiro de Estado mais velho, propôs que essa junta entrasse imediatamente em funções a fim de não atrasar o socorro a Malaca, oferecendo-se de imediato para capitanear esse socorro, embora sem abdicar dos direitos que lhe viessem a caber relativamente ao governo da Índia. Concordaram os restantes membros do Conselho de Estado e o governo da Índia passou a ser exercido interinamente por um triunvirato constituído por D. Lourenço da Cunha, capitão de Goa, Gonçalo Pinto da Fonseca, chanceler-mor (em substituição do bispo que não quis aceitar o cargo) e Nuno Álvares Botelho.
A partir desse instante não desperdiçou este último um só minuto no aprontamento da armada destinada a Malaca. E graças à sua capacidade de organização, à sua extrema afabilidade e ao enorme prestígio de que gozava, tudo correu sobre esferas, aparecendo como que por encanto o dinheiro, as armas e os homens sem que fosse necessário tomar qualquer medida coercitiva. O mesmo patriotismo que haviam manifestado os Portugueses da Metrópole quando se tratara de recuperar a Baía, manifestavam-no agora os Portugueses da Índia, tanto europeus como nativos, para socorrer Malaca.
Durante a preparação da armada foi tal a liberalidade de Nuno Álvares Botelho, que ficou sem um tostão de seu. Por último, para ajudar dois capitães nos seus aprestos, deu-lhes dois cavalos que tinha, únicos bens que lhe restavam, e passou a andar a pé! Como seria de esperar, tal procedimento, pouco habitual na Índia, encheu de pasmo toda a gente e tornou-o adorado pelos seus homens.
Finalmente, a 8 de Setembro, a armada, muito bem provida e guarnecida, encontrava-se pronta para largar. Compunham-na, provavelmente, um patacho, cinco galeotas e vinte e três fustas, em que iam embarcados cerca de novecentos portugueses, o que fazia dela a mais poderosa que os Portugueses tinham enviado para o Sueste Asiático desde 1615. Por essa altura já Malaca suportava, havia dois meses, os rigores de mais um cerco.
Em meados de Junho de 1629 o rei do Achém fizera-se ao mar com uma armada de duzentos e trinta e seis navios, dos quais trinta e oito eram grandes galés, armadas com canhões de quarenta libras (capazes de disparar pelouros de cerca de vinte quilos) e com três mastros, dois deles com gáveas, o que fazia delas verdadeiras galeaças. Na armada iam embarcados dezanove mil e quatrocentos homens dispondo de abundante artilharia e material de expugnação.
Era intenção do rei comandar ele próprio a expedição. Porém, passados poucos dias de viagem, possivelmente por pensar que na sua ausência alguém se poderia apoderar do trono, decidiu regressar à cidade de Achém, entregando o comando geral das forças a Lançamane e o da armada a Marraja.
Nos primeiros dias de Julho de 1629 apareceu a armada do Achém diante de Malaca, enchendo de terror os seus habitantes, que não viam como seria possível resistir a tão grande poder. A guarnição de Malaca era então constituída apenas por duzentos e sessenta soldados, cento e vinte «casados» capazes de pegar em armas e quatrocentos naturais. Mas poucos dias depois do início do cerco chegaram cerca de dois mil soldados, enviados, conforme havia prometido, pelo rei de Jor. De resto, a cidade encontrava-se bem fortificada e não faltavam armas, nem munições, nem mantimentos, graças à previdência de António Pinto da Fonseca.
Foi então que Lançamane cometeu um erro que viria a revelar-se fatal. Receando que os seus navios, após o desembarque das tropas, pudessem ser tomados por uma armada de socorro vinda da Índia, resolveu metê-los num rio situado cerca de uma légua sul de Malaca, que António Pinto da Fonseca diz ser o rio Duyon e o padre Manuel Xavier diz ser o rio Pongor. Ao contrário do que dissemos na 1ª edição desta obra, estamos em crer que devia, de facto, ser o rio Duyon, uma vez que será lógico admitir que a informação de António Pinto da Fonseca seja mais correcta do que a informação do padre Xavier. Além disso o rio Duyon está mais perto de Malaca e é mais largo que o rio Pongor, o que logicamente o teria levado a ser preferido pelos achéns. Por último a distância de uma légua entre Malaca e o rio onde os achéns meteram os seus navios, indicada pelo padre Xavier, aproxima-se mais da distância a que está daquela cidade o rio Duyon.
Encontrando-se a barra do dito rio muito assoreada, foi preciso fazer grandes escavações para que as galés pudessem entrar em águas vivas, o que as deixou prisioneiras até às marés vivas seguintes. (Como se sabe, as marés vivas ocorrem aproximadamente de duas em duas semanas.) Apenas sete galés, com as guarnições completas, acompanhadas por outros navios mais pequenos, ficaram do lado de fora a fim de interceptar todos os navios que se dirigissem para Malaca. Ao que parece não tiveram os chefes achéns o elementar cuidado de destacar algumas fustas para o cabo Rachado a fim de serem prevenidos a tempo da chegada da armada da Índia, o que lhe teria permitido reembarcar as suas tropas antes de lhe ir dar combate, tal como tinha feito Matelief em 1606.
Diga-se desde já que o bloqueio marítimo à cidade teve um sucesso muito limitado. Na altura havia somente em Malaca seis jáleas, dado que nos últimos anos tinha sido adoptada a política de fazer regressar a Goa todos os navios que de lá chegavam com socorros a fim de evitar que as respectivas guarnições se dispersassem, que era o que geralmente acontecia quando ficavam na cidade. Por isso, António Pinto, após a chegada dos achéns, nada mais pôde fazer do que mandar alguns bantins e balões para Pulo Butum e para o estreito de Singapura a fim de avisar os navios que vinham respectivamente do Norte e do Sul para que ali se conservassem à espera de escolta. E, quando era avisado de que havia algum nessas condições, mandava lá as seis jáleas, sob o comando de Francisco Lopes, capitão-mor do mar, para o trazer para Malaca durante a noite, cosido com a costa e durante as horas de baixa-mar, por forma que as galés inimigas não lhe pudessem chegar. Graças a esta judiciosa estratégia, nunca deixaram de chegar a Malaca, durante todo o tempo que durou o cerco, numerosos pequenos navios e embarcações com mantimentos. Não obstante, dezassete deles foram tomados pelas galés do Achém.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg201.imageshack.us%2Fimg201%2F3522%2Fmalacagw1.jpg&hash=36bdf511c36446feef9d85f205d75b0c)
A 6 de Julho, considerando Lançamane e Marraja que os seus navios se encontravam em segurança, começaram a desembarcar as tropas que, cortando o mato que cobria o terreno, logo se puseram em marcha em direcção a Malaca. Saíram ao seu encontro António Pinto da Fonseca e Gaspar Melo de Sampaio com cerca de duzentos soldados, entre portugueses e malaios, e numa batalha que durou perto de seis horas mataram mais de trezentos homens ao inimigo sem perder nenhum. No entanto, dada a esmagadora superioridade dos achéns, acabaram por ser forçados a retirar para as tranqueiras do outeiro de São João e da igreja de Nossa Senhora da Piedade.
Construiu o inimigo outras tranqueiras fronteiras a estas, onde montou poderosa artilharia, e durante vários dias não cessou o canhoneio entre umas e outras, entrecortado por surtidas de parte a parte. Quando a pressão inimiga se tornou insustentável, os portugueses abandonaram as tranqueiras e recolheram à praça. Isso permitiu aos achéns instalar as suas baterias no outeiro de São João e na igreja de Nossa Senhora da Piedade, donde começaram a bater as muralhas e os baluartes daquela. E durante mais duas semanas prosseguiu o gigantesco duelo de artilharia entre sitiados e sitiantes, com pesadas perdas para estes últimos. A dada altura, é também provável que os achéns tenham começado a perder muita gente por motivo de qualquer epidemia que terá começado a grassar nas suas hostes.
Não obstante, a 4 de Agosto lançaram um forte ataque contra o convento da Madre de Deus, posição chave para a defesa de Malaca por se encontrar situado numa colina donde se podia bater a praça com tiro mergulhante. Repelido o ataque, começou o inimigo a rodear o convento com tranqueiras e a bombardeá-lo intensamente com artilharia. A 20 de Agosto, para não ficarem isolados, os defensores do convento puseram-lhe fogo e retiraram também para a praça, deixando todo o arrabalde da banda de Ilher nas mãos dos achéns. Ocupada a colina da Madre de Deus, avançaram aqueles até ao rio de Malaca e começaram a construir grandes jangadas para passarem para o outro lado e fecharem o cerco à cidade por terra.
Pela mesma altura resolveram Lançamane e Marraja mandar seguir para o Achém duas das sete galés que tinham deixado de fora a fim de darem conta ao Rei da conquista do convento e de o informarem de que estavam esperançados que dentro de trinta dias seriam senhores de Malaca. Porém, pouco depois daquelas terem largado, apareceu uma armada de sessenta navios do rei de Pão que, possivelmente, tendo-as apanhado encalmadas, as tomou. As outras cinco, receando vir a ter a mesma sorte, meteram-se no rio Duyon logo que chegou o preia-mar. Desta forma as comunicações de Malaca com o exterior ficaram completamente livres, o que afastou definitivamente a hipótese de a cidade poder vir a render-se pela fome.
Pela armada que em tão boa hora chegou a Malaca mandou o rei de Pão aviso a António Pinto da Fonseca de que ficava aprestando uma maior, composta por navios seus e de sua tia rainha de Patane, com que muito em breve viria em pessoa socorrer a cidade. De notar que, curiosamente, nesta época a influência dos Holandeses na península Malaia era praticamente nula e todos os reis dela, com receio de virem a ser subjugados pelo tirânico rei do Achém e seduzidos pela política de boa vizinhança de António Pinto da Fonseca, procuravam afanosamente a aliança com os Portugueses como nos tempos antigos!
Logo que surgiu a armada de Pão, teria sido lógico que Lançamane e Marraja tivessem passado à defensiva em terra e tivessem reactivado a sua a fim de lhe dar combate e restabelecer o bloqueio à cidade. Não o tendo feito, só lhes restava agora a hipótese de tomarem a praça por meio de um assalto à viva força, o que era bastante duvidoso. Mas nem mesmo isso tentaram. Aparentemente indecisos quanto à estratégia a adoptar, deixaram passar todo o mês de Setembro sem tomar qualquer decisão, limitando as operações de assédio à continuação do duelo de artilharia.
Mas o tempo acaba sempre por favorecer aquele que desfruta do domínio do mar. A 30 de Setembro chegaram a Malaca as cinco fustas de Miguel Pereira Borralho com uma centena de soldados, o que provocou grande regozijo entre os sitiados. Mas também os achéns ficaram contentes, pois pensaram que a essas cinco fustas se resumia todo o socorro que nesse ano viria da Índia.
Por esta altura ainda a armada de Nuno Álvares Botelho estava navegando a sul de Ceilão, lutando contra violentos temporais que fizeram desgarrar uma das fustas. Não obstante, embora com os navios muito maltratados e as guarnições extenuadas, conseguiu aquele chegar a salvamento a Pulo Butum a 14 de Outubro, onde encontrou à sua espera um bantim com informações acerca da situação em Malaca. Detendo-se somente um dia para fazer aguada, Nuno Álvares Botelho retomou de imediato a viagem, levando em sua companhia três patachos portugueses, um de Cochim e dois de Negapatão, que estavam em Pulo Butum à espera da armada da Índia.
Cerca de seis dias terá gasto para alcançar o cabo Rachado, onde encontrou outro bantim com cartas de António Pinto da Fonseca ordenando ao capitão que viesse com o socorro da Índia para não passar avante sem ordem sua, provavelmente por recear que, entretanto, a poderosa armada do Achém se fizesse ao mar e que a nossa lhe fosse muito inferior.
Embora não tendo que obedecer a ninguém, uma vez que levava poderes de Governador da Índia, Nuno Álvares Botelho resolveu reunir conselho, no qual foi deliberado que, dada a força da nossa armada, a única coisa que havia a fazer era seguir o mais rapidamente possível para Malaca. Em resultado desta decisão tomou aquela o rumo de Malaca, onde chegou ao alvorecer do dia 21 de Outubro de 1629, de bandeiras desfraldadas e atroando os ares com o disparo da artilharia e mosquetaria, o toque das trombetas, dos tambores e dos pífaros e a vozearia das guarnições. Os defensores da cidade, que não esperavam um socorro daquela envergadura, deram largas ao seu entusiasmo; os sitiantes, igualmente surpreendidos, logo perceberam que estavam perdidos. Instalados no convento da Madre de Deus, Lançamane e Marraja, perante o imponente espectáculo que a nossa armada oferecia, maldiziam a hora em que tinham metido as suas galés dentro do rio Duyon, de onde só poderiam sair em águas vivas. No seu desespero terá dito o primeiro: «Ditoso capitão, ditosa armada que tomas o teu inimigo com a espada na baínha, e mofino de mim Lançamane!» A verdade é que a estratégia adoptada por Lançamane e Marraja durante toda a campanha deixou muito a desejar.
Logo que a nossa armada fundeou, vieram a bordo da capitânia de Nuno Álvares Botelho, António Pinto da Fonseca, Gaspar de Melo de Sampaio e João Soares Vivas que estava desempenhando as funções de capitão-mor do campo. Posto ao corrente da situação e assente a estratégia a adoptar para a completa derrota dos achéns, Nuno Álvares desembarcou para visitar a cidade, enquanto a armada, sob o comando de João Soares Vivas, se ia postar na boca do rio Duyon por forma a engarrafar definitivamente a inimiga. Ao fim da tarde, seguro de que a situação em terra se encontrava perfeitamente controlada, Nuno Álvares Botelho reassumiu o comando da armada, voltando o Vivas para terra.
Compunha-se aquela, neste momento, de quatro patachos, cinco galeotas e doze fustas, além das seis jáleas de Malaca, de numerosos balões e bantins e dos sessenta navios da armada do rei de Jor. Segundo parece, onze das fustas vindas da Índia terão sido temporariamente desarmadas, possivelmente para reforçar as guarnições das jáleas, bantins e balões, embarcações particularmente úteis nas circunstâncias devido ao seu pequeno calado.
No rio Duyon encontravam-se trinta e seis galés do Achém e cerca de uma centena de navios mais pequenos, já que muitos outros tinham sido desfeitos para com a sua madeira construir tranqueiras. Na boca do rio tinham os achéns construído, numa e outra margem, baluartes fortemente artilhados, prolongados para montante por valos e trincheiras.
No dia seguinte ao da chegada da armada de Nuno Álvares Botelho, receando que este lhes tomasse as galés, Lançamane e Marraja apressaram-se a abandonar todas as posições que à custa de tantos sacrifícios tinham conquistado em redor de Malaca e a retirar para os navios. Exemplo bem elucidativo da forma como funciona o poder naval.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg518.imageshack.us%2Fimg518%2F4517%2Fduyonzp0.jpg&hash=ae929b8c968ec1296cf973e2bf9629f7)
No entanto, apesar de se encontrar engarrafada, a armada do Achém encontrava-se relativamente segura, pelo menos a curto prazo. Os nossos patachos e galeotas não podiam entrar no rio porque calavam bastante mais do que as galés achéns. Também não era fácil aos portugueses desembarcar e atacar a armada inimiga pelo lado de terra por causa das poderosas fortificações que a protegiam e do grande número de soldados que as guarneciam. Por isso, Nuno Alvares Botelho começou por tomar as disposições necessárias para que em caso algum as galés inimigas se pudessem fazer ao mar mandando afundar um navio carregado com pedras na foz do rio e cravar à sua volta grossas estacas pelos intervalos das quais só as jáleas, os bantins e os balões podiam passar. Depois, mandou vir de Malaca duas grandes barcaças em que montou duas peças grossas, muito bem protegidas com arrombadas, paveses e mantas. E com elas começou a bombardear intensamente os navios inimigos que se encontravam amontoados dentro do rio. Duas galés foram afundadas e todas as outras gravemente avariadas.
De início os achéns responderam ao nosso bombardeamento com grande vigor. E como dispunham de boa artilharia e bons artilheiros conseguiram mesmo afundar uma das nossas barcaças. Sem desanimar, Nuno Álvares Botelho mandou meter num dos patachos uma peça de trinta e quatro libras, fê-lo rebocar para perto da outra barcaça e a bateria continuou com a mesma intensidade. Ao mesmo tempo, mandou meter outra peça de grosso calibre numa das galeotas, devidamente protegida com arrombadas, paveses e mantas, e colocou-a no lugar da barcaça que tinha sido afundada.
A 29 de Outubro Nuno Álvares intimou os achéns a renderem-se. Respondeu o Marraja desafiando-o a que o deixasse sair para poderem combater no mar como bons cavaleiros. Claro que aquele não aceitou o desafio e o bombardeamento continuou. Era evidente que nesta altura a única coisa em que Lançamane e Marraja pensavam era na forma de se escaparem da ratoeira em que por si próprios se tinham metido. Em resultado das baixas sofridas em combate, das doenças e das deserções, o exército do Achém encontrava-se, por essa altura, reduzido a pouco mais de quatro mil homens capazes de pegar em armas.
Nos primeiros dias de Novembro um certo número de embarcações inimigas fizeram uma surtida durante a noite para tentar arrancar as estacas e afastar o navio carregado com pedras com que tínhamos obstruído a boca do rio a fim de abrirem caminho para a saída das galés. Mas as nossas jáleas, bantins e balões acorreram de pronto e, após um breve combate no meio das trevas, obrigaram-nas a bater em retirada sem terem conseguido os seus intentos. Não obstante, a 8 de Novembro, aproveitando uma maré viva, a armada do Achém fez uma tentativa para sair para o mar. À frente vinha o Marraja numa enorme galé chamada Espanto do Mundo, equipada com numerosas bombardas e guarnecida com perto de setecentos homens entre remadores e soldados!
Dado o alarme, Nuno Álvares Botelho mandou logo contra ela Francisco Lopes com as suas jáleas, bantins e balões que, atracando-se a ela, lhe começaram a lançar para dentro grande quantidade de panelas de pólvora. Ao mesmo tempo, as nossas quatro galeotas aproximaram-se e submeteram-na a um intenso bombardeamento. Embaraçada nas estacas e no navio afundado, a Espanto do Mundo ficou imobilizada, tendo de suportar sozinha o peso de toda a nossa armada, uma vez que as galés que vinham atrás de si, tendo o caminho obstruído, nada mais podiam fazer do que fornecer-lhe gente para substituir a que ia caindo. Vendo o seu navio em chamas, com um dos mastros partidos, pejado de mortos e feridos e sem possibilidade de avançar, Marraja deu ordem às outras galés para o puxarem novamente para dentro do rio.
A partir desse dia acentuou-se a desintegração das forças do Achém debaixo do bombardeamento impiedoso das nossas barcaças e dos nossos patachos. Na manhã de 25 de Novembro o inimigo arvorou uma bandeira branca e propôs a abertura de negociações para se entregar. Mas Nuno Álvares Botelho impôs como condição prévia a libertação imediata de Pêro de Abreu que os achéns tinham trazido consigo. Não se tendo chegado a acordo, continuaram os nossos canhões a disparar furiosamente sobre os baluartes e os navios inimigos a fim de demonstrar a Lançamane e ao Marraja que não tinham outra alternativa senão renderem-se sem condições. Só nessse dia fizeram-se para cima de quinhentos tiros!
A 30 de Novembro morreu o Marraja, não se sabe se por doença se por ter sido atingido por algum pelouro perdido. Para esconder a sua morte os achéns simularam grandes festejos, o que deve ter deixado os portugueses um tanto desconcertados.
Nesse mesmo dia chegou à ilha Grande, que fica um pouco a sul do rio Pongor, o rei de Pão com uma armada de cento e sessenta velas, sessenta suas e cem da rainha de Patane, guarnecias com nove mil homens. Entre os navios que compunham a referida armada contavam-se quinze galés. Nuno Alvares Botelho ainda pensou em mandar-lhe recado para que não passasse para norte da ilha Grande a fim de que não se dissesse depois que a rendição dos achéns, esperada a todo o momento, se ficaria a dever à sua vinda. Porém, receando que isso o pudesse ofender, acabou por lhe enviar um emissário convidando-o a vir com a sua armada para junto da portuguesa.
Apesar de tudo, é natural que a chegada da armada de Pão tenha sido o factor que fez decidir Lançamane a não protelar por mais tempo a rendição, uma vez que isso, até certo ponto, lhe permitia salvar a face. A 3 de Dezembro os achéns dispararam continuamente a sua artilharia durante todo o dia como quem já só pretende gastar munições. Ao amanhecer do dia 4, estando Nuno Álvares Botelho a ultimar os preparativos para desembarcar e ir atacar as fortificações inimigas que protegiam os navios, os achéns enviaram Pêro de Abreu com as suas propostas de rendição. A única coisa que Lançamane pretendia era que o deixassem sair com três galés e outros navios mais pequenos a fim de retirar para o Achém com os quatro mil homens válidos que lhe restavam. Respondeu Nuno Álvares Botelho exigindo a rendição imediata e incondicional, comprometendo-se somente a poupar as vidas aos vencidos. Durante todo o dia 5 prosseguiram as negociações sem que se tenha conseguido chegar a qualquer acordo.
No dia 6, sem que os portugueses se tivessem apercebido disso, Lançamane abandonou os navios e as fortificações e meteu-se pela terra dentro na intenção de se dirigir a Pão e aí entregar-se. Naqueles e naquelas ficaram muitos soldados doentes que não estavam em condições de marchar. Já noite fechada, não sentindo qualquer movimento no campo inimigo e tendo cessado por completo o seu fogo, Nuno Álvares Botelho meteu-se num balão com cinco homens e foi atracar a um dos baluartes que defendiam a entrada da barra. Apercebendo-se então que estava vazio, mandou tocar as trombetas ordenando o assalto geral! Num ápice acorreram todas as nossas jáleas, bantins e balões carregados de soldados. Mas ninguém lhes resistiu, limitando-se os achéns, quase todos doentes que tinham ficado nos navios, a pôr-lhes fogo. Por isso, o único trabalho que os nossos soldados tiveram foi apagar os incêndios, tendo conseguido ainda salvar trinta galés e muitos outros navios mais pequenos, embora em muito mau estado devido ao tiro da nossa artilharia. Juntamente com eles foram capturadas cento e setenta peças grossas de fabrico inglês, português, holandês e turco, centenas de outras peças de menor calibre e milhares de mosquetes, arcabuzes e outras armas.
Consumada a vitória, Nuno Álvares Botelho concedeu aos seus soldados, que tão fielmente o haviam servido durante toda a campanha, vinte e quatro horas de saque, sendo de considerável valor o espólio de que se apoderaram. Para si escolheu apenas uma cacatua por ter sido informado que era uma ave de estimação de Lançamane.
A 8 de Dezembro, acompanhado pela armada do rei de Pão, Nuno Álvares Botelho regressou a Malaca, onde foi recebido triunfalmente.
A 9, para dar ainda maior sabor ao triunfo, apresentou-se naquela cidade um embaixador do rei de Perak declarando que o seu soberano havia repudiado a vassalagem ao rei do Achém, que desejava voltar a ser vassalo do rei de Portugal e que estava pronto a pagar o respectivo tributo e a entregar muita fazenda que Lançamane lá deixara quando ia a caminho de Malaca!
A 10, estando Nuno Álvares Botelho já de novo embarcado, recebeu a visita do rei de Pão, que o foi felicitar pela grande vitória que alcançara, ao qual ofereceu as galés e a artilharia que quisesse levar. Recusou aquele polidamente, pedindo somente autorização para visitar Malaca. Ao outro dia, com pompa e circunstância, teve lugar a visita do rei. Depois das agruras da guerra era um nunca mais acabar de festas, tanto mais que a população e a guarnição da cidade pouco haviam sofrido com o cerco. Bastará dizer que tanto em terra como no mar tinham morrido, por junto, poucos mais de sessenta portugueses. A 12 de Dezembro retirou o rei de Pão, sendo acompanhado até seis léguas de Malaca pela nossa armada.
Resta acrescentar que em Janeiro de 1630 Lançamane se entregou ao rei de Pão que, por sua vez, o entregou a Nuno Álvares Botelho. Enviado para a Índia a fim de seguir para Portugal, acabou por morrer em Colombo. A galé Espanto do Mundo foi também mandada para Goa a fim de que na Índia se pudesse avaliar melhor a extensão da estrondosa vitória que acabava de ser conseguia sobre os Achéns.
Na realidade, a batalha do rio Duyon de 1629 constituiu um dos maiores feitos de armas dos Portugueses no Oriente. Dos duzentos e trinta e seis navios e dos dezanove mil homens que foram à conquista de Malaca nem um só regressou ao seu país! Em consequência da vitória alcançada sobre os Achéns, voltou aquela cidade, embora por pouco tempo, ao seu antigo esplendor e o nome de Portugal a ser novamente temido e respeitado em toda a península Malaia.
Saturnino Monteiro
em «Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa»
-
Realmente o D. Nuno Álvares Pereira, entre outros tantos portugueses, é um herói nacional. Será que não dá para mandar vir um juntamente com o D. Sebastião quando houver nevoeiro?? :wink:
-
Realmente o D. Nuno Álvares Pereira, entre outros tantos portugueses, é um herói nacional. Será que não dá para mandar vir um juntamente com o D. Sebastião quando houver nevoeiro?? :wink:
Tenho seguido este tópico com atenção e muito tenho aprendido sobre a história dos Portugueses por este mundo fora. Mas na minha maneira de ver que está na altura de pensarmos no futuro e deixar-mos o passado, excepto os erros é claro. Se continuar-mos apenas olhando para o passado nunca mais iremos sair deste buraco.
-
Tenho seguido este tópico com atenção e muito tenho aprendido sobre a história dos Portugueses por este mundo fora. Mas na minha maneira de ver que está na altura de pensarmos no futuro e deixar-mos o passado, excepto os erros é claro. Se continuar-mos apenas olhando para o passado nunca mais iremos sair deste buraco.
Claro que sim, mas parecendo que não, o passado dá-nos grandes lições sobre o futuro...
-
Mas na minha maneira de ver que está na altura de pensarmos no futuro e deixar-mos o passado, excepto os erros é claro. Se continuar-mos apenas olhando para o passado nunca mais iremos sair deste buraco.
É importante saber a História do nosso pais para ficarmos a saber os erros do passado para não comete-los no presente e no futuro e vice-versa. As pessoas mais importantes deste pais não olham muito para a História de Portugal, só se for quando é para o lucro (ex: caso Magalhães) por isso não é pela Historia que não saimos da situação onde estamos ... :roll: Além disso serve para prestarmos homenagem aos Portugueses que lutaram pela pátria salvando-a de quem a queria exterminar e longe da pátria muitas vezes com o preço mais alto e que muitas vezes granjearam respeito e admiração nos nossos inimigos e também não tiveram a devida homenagem e a recompensa pelo que fizeram no seu tempo ... :Soldado2: :Soldado2:
-
E um pouco mais sobre esta célebre e curiosa personagem, já mencionada aqui no tópico...
Mimos e Memórias de um Vice-Rei na Índia
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fcastro.jpg&hash=7cfe83b150c8a73c683d4cbe9f42fc46)
Verão de 1546. Combate-se em muitas frentes por toda a Índia, mas em nenhum lugar tanto como no Norte, em Diu, à entrada do Golfo de Cambaia. Pela segunda vez desde 1538, um poderoso exército guzarate submete a fortaleza portuguesa a um cerco impiedoso que irá fazer história. Os assaltos sucedem-se, com dezenas, centenas de mortos de cada vez que os adversários se encontram cara a cara. Passam-se 5 meses e tanto sitiados como sitiantes não ultrapassam por muito tempo as espessas muralhas, cada vez mais arruinadas, que os separavam. Com extrema dificuldade, pequenos navios à vela lá vão socorrendo de vez em quando os portugueses com algumas munições, pão e homens, mas os combates continuavam. Desgastados, feridos, sem comida e com os canhões silenciados por falta de pólvora, os defensores não irão suportar as investidas por muito mais tempo. Mas o mar que lambe os baluartes desta fortaleza marítima traz até eles a força que já ia faltando. Finalmente, no dia 11 de Novembro, um militar navegador e erudito homem de ciência, D. João de Castro, alcança uma vitória decisiva, desfazendo assim o delicado equílibrio bélico a favor dos portugueses. Em reconhecimento dos seus serviços, e D. João de Castro é nomeado Vice-Rei do Estado português da Índia, por entre grandes celebrações festivas com que é recebido em Goa, ao ponto de reconstituírem numa fortaleza reduzida à escala as principais acções que resultaram na vitória final.
Dias felizes para muitos, mas na sua mente recordaria ainda as palavras de D. Álvaro, seu filho, comunicando-lhe a morte do irmão, D. Fernando, durante o terrível cerco: "Meu irmão, que Deus haja, achei morto; é certo que Vossa Mercê perdeu um filho e eu um irmão para muito sentir, mas nós havemos de morrer e o manjar da Guerra são homens e os melhores" (carta de D. Álvaro de Castro a D. João de Castro, Diu, 27 de Agosto de 1546). Recordaria decerto a dor e a alegria de ter cumprido honradamente o seu dever, enquanto perdia alguém precioso. Assim era para muitos a vida na Índia naqueles meados do séc. XVI.
Durante o seu mandato (cumprido entre 1546 e 1548), o célebre D. João de Castro redigiu e recebeu vasta correspondência. Parte desta papelada dirigia-se aos seus dois filhos, D. Fernando e D. Álvaro. Nestas cartas, que chegaram aos nossos dias, as agitadas penas deitaram rios de tinta sobre os mais diversos assuntos. Para além da perspectiva puramente familiar, estão reflectidas as experiências de vida de cada um, os seus verdadeiros sentimentos e opiniões a respeito de personalidades e eventos contemporâneos. Tal sinceridade é rara nos documentos históricos que se conhecem para vultos desta importância. Certa carta sobreviveu, pelos caprichos da História, para nos lembrar um mau momento, mas que fica como exemplo de como as grandes personalidades são mesmo feitas de carne e osso, glórias àparte e se expressam como todos nós.
Escrevendo ao seu filho ainda durante o cerco de Diu, D. João de Castro aconselha severas medidas de represália contra os prisioneiros inimigos (a fazer lembrar os tempos de Afonso de Albuquerque, o Terribil) e desespera com a exasperante ineficácia e cobardia de certos capitães portugueses a quem se confiavam missões de reforço à guarnição da fortaleza sitiada.
As palavras são de uma extrema dureza, inigualáveis quanto à expressão do descontentamento:
"D. Álvaro, filho: …Parece-me muito bem mandardes degolar quantos Guzarates e Mouros se tomam, e eu outro tanto faço cá. …E estou para me enforcar dessas caravelas lá não serem, e merda para elas e para os que vão dentro, e para Gomes Vidal, porque são homens de merda que não sabem navegar senão para tomarem portos e comerem pão fresco e rabãos e saladas, e andarem às putas; e dizei-o assim ao capitão e a Vasco da Cunha e a Fr. Paulo, porque já não hei-de falar senão desta maneira; e merda para mestre Diogo e para quantos apóstolos vêm de Portugal, porque eu sirvo muito bem El-Rei nosso senhor, e eles são grandes hipócritas, que querem haver bispados para darem renda a seus filhos e terem mancebas gordas" (D. João de Castro a D. Álvaro de Castro, Baçaim, 14 de Outubro de 1546)
Sentimentos de uma personalidade austera, confirmados aliás nas palavras do cronista da Índia Diogo do Couto, o qual narra que no ano seguinte, "O Governador [D. João de Castro] depois de despedir seu filho D. Álvaro de Castro, ficou dando ordem, e despacho a algumas cousas. E, como além de ser muito Cavaleiro, era fonfarrão, e roncador, sabendo que andava gente de Cambaya naquela Cidade, que forçado havia de escrever lá novas, deitou fama que havia de ir até à Cidade de Amadabá, e tomar ElRei às mãos, e que o havia de espetar, e assar vivo. E mandou fazer na ferraria (que ele muitas vezes visitava) uns espetos de ferro mui grandes, dizendo «que eram pera assar ElRei, e os seus Capitães»." (Diogo do Couto, Década 6.ª). Nada mais, nada menos.
Já as cartas posteriores, sobretudo após o final do cerco são bem mais pacíficas, lembrando e confirmando com o seu agora filho único o envio de guloseimas, autênticos privilégios, fossem doces de "açúcar rosado", jarras de mel e caixas de marmelada ou mesmo umas apetecíveis perdizes engaioladas e "algumas amostras de vinho" (cartas de D. João de Castro a D. Álvaro de Castro, 1 e 3 de Novembro e 26 de Dezembro de 1546). A natural preocupação paterna pela saúde de D. Álvaro, convalescente de uma doença algo prolongada, é expressada nos seus conselhos para que "vos deixeis estar comendo e bebendo e levando muito boa vida".
Apesar das críticas ao seu feitio por vezes irascível, as reais capacidades de D. João de Castro eram plenamente reconhecidas pelos seus pares. Não foi excepção à regra um dos filhos de Vasco da Gama, D. Estêvão, tendo escrito ao rei: "Bem sey que pera sondar barras e debuxar saberá muy bem fazer", (carta a D. João III, Goa, 25 de Outubro de 1541).
Na verdade, basta um relance às suas "Taboas", isto é, roteiros de navegação elaborados a bordo de viagens no Oceano Índico, para admirarmos a qualidade das suas observações, dignas do seu mestre, o grande matemático Pedro Nunes.
As suas várias obras merecem uma leitura. Homem culto e polivalente, foi um dos pioneiros do experimentalismo científico em Portugal, levando à prática inúmeras observações. Da astronomia nautical à hidrografia e navegação, os seus estudos não impediram as suas prestações militares e navais. Enquanto navegava ao serviço da Coroa, D. João de Castro fazia-se acompanhar de cadernos onde tomava os seus apontamentos, ilustrados também por si, hábito que incutiu ao seu filho D. Álvaro.
O seu período de glória como Governador da Índia é sobejamente conhecido através das várias páginas de obras que o celebrizaram. Alguns episódios tornaram-se quase lendários. De facto, não é qualquer pessoa que empenha as próprias barbas para financiar a reedificação de uma fortaleza (Diu) após um monumental cerco de vários meses, ganhando o respeito de toda a população de Goa; e talvez não tenha sido puro acaso que tenha expirado nos braços de S. Francisco Xavier, apóstolo do Oriente. Episódios verídicos na carreira de um homem notável. Uma vida plena, que bem se pode resumir nas suas próprias linhas: na dedicatória do seu "Roteiro de Goa a Diu" (1538), Castro descreve as suas andanças marítimas: "...ora pelejando com os ventos, ora defendendo-me dos mares, às vezes correndo as costas, e outras caminhando por grandes e espantosos perigos".
Castro, homem prático e consciente da importância decisiva do poder naval para Portugal, não deixou de lançar um aviso pertinente:
"...a todos seja notório que os muros da Índia sam esta armada de Vossa Alteza" (carta de D. João de Castro, Diu, 1546)
A defesa da Índia deveria jogar-se preferencialmente no mar. Uma lógica que reconhecia neste elemento a superioridade efectiva e não tanto em terra, onde eramos gradualmente inferiores em número e organização, quase que resumindo as iniciativas militares a acções defensivas.
Ironicamente, se tivesse vivido mais alguns anos teria visto a corrupção e decadência, que já antes corroíam os alicerces do Estado da Índia, alastrar a partir justamente da segunda metade do séc. XVI, demarcando-se definitivamente da época de ouro portuguesa no Índico.
http://maritimo.blogspot.com/2003/09/mimos-e-memrias-de-um-vice-rei-na-ndia.html
-
Câmara de Viana festeja passagem ano com homenagem a Caramuru
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.meusestudos.com%2Fsystem%2Ffotos%2Fcaramuru.jpg&hash=fb11954cb0f690886c0e7ce2014218ed)
A Câmara de Viana do Castelo inaugura quarta-feira, à meia-noite, uma estátua de homenagem a Caramuru, um navegador vianense muito ligado à história da fundação do Brasil, anunciou hoje fonte municipal.
Segundo a fonte a estátua, que ficará na Praça da República, é assinada pelo mestre José Rodrigues.
A iniciativa faz parte de uma «original» festa de passagem de ano, que integra ainda um espectáculo musical e uma sessão de pirotecnia.
A homenagem a Caramuru começa terça-feira, com a inauguração da exposição «Caramuru - o vianense criador da Brasilidade», no Museu do Traje.
No mesmo dia, terá lugar a apresentação da edição crítica de «Caramuru - Poema Épico do Descobrimento da Bahia», da autoria de Amadeu Torres.
Natural de Viana do Castelo, Caramuru (nome índio), ou Diogo Álvares Correia, foi um destemido navegador que naufragou na Bahia de Todos os Santos, no Brasil, em 1508, e que está intimamente ligado à história daquele país.
«Quando, a seguir ao naufrágio, usou a sua arma de fogo e matou um pássaro, surpreendeu de tal modo os índios que estes lhe atribuíram poderes divinos», explica a fonte municipal.
Acabou por casar com a filha do chefe da tribo Tupinambá, Paraguaçu, «tendo depois tido grande influência quer na miscigenação que caracteriza a nação brasileira, quer no acolhimento dos portugueses em terras de Vera Cruz».
Lusa
-
Os Feitos de Diu
15 portugueses contra 400 mouros
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fuser14884_pic8993_1229386329.jpg&hash=4e931bfa0cfbad1ea5176227bfdf660f)
Estavamos no dia 14 de Agosto, véspera de Nossa Senhora. Dia da passada Aljubarrota. Nessa manhã em Diu, saíram da fortaleza portuguesa Lopo de Sousa Coutinho e mais um pequeno grupo de portugueses, encarregados de dar protecção à gente míuda que ia buscar água e lenha à cidade, essa já em poder do inimigo. Restava pois a fortaleza, onde os portugueses se tinham refugiado, prontos a suster qualquer ataque.
É então que se encontram no caminho alguns mouros que deambulavam por ali, longe das suas hostes. A surpresa foi total. Eis então que o grito "Santiago" é ouvido, dando sinal ao ataque dos portugueses que imediatamente investiram contra os mouros. Estes, em estado de choque, fogem, apenas para avisar os seus camaradas que alguns portugueses tinham saído da fortaleza, e pois que com pouco esforço muitos dos seus poderiam apanhar os portugueses.
Assim foi. Quase de imediato, 400 mouros saiem do acampamento aos gritos e percorrem as ruas turtuosas em direcção ao pequeno bando de portugueses. Estes, ainda mal refeitos do choque, apercebem-se da imensa desvantagem numérica que se afigurava perante os seus olhos.
Os Portugueses da Índia eram«um bando de fidalgos aventureiros e degredados», Isto dizia o 1º Vice-Rey, Francisco de Almeida. E o episódio que se segue iria-lhe mais uma vez dar razão.
Estando Lopo de Sousa Coutinho, mais os seus 14 portugueses numa pequena e estreita rua, de onde se tinha dado o encontro inicial, aparece ao fundo desta grande ajuntamento de Mouros. Ultrapassando a tentação inicial de se lançarem como loucos ao inimigo, já uma tradição portuguesa da Índia, Simão Furtado, um grande cavaleiro e homem avisado, sai de fronte dos portugueses, impedindo-lhes a passagem, dizendo:
-" Deixai-os vir, deixai-os vir! Que quanto mais se juntem e apinhem a rua, menos uso farão de suas armas! "
Pois assim foi.
Os portugueses esperaram, ombro a ombro, a chegada do inimigo em fúria. E deu-se o embate. Lanças, espadas, terçados, punhais, todos brilhavam perante a imensidão de homens que ali, naquela pequena rua se empurravam uns aos outros. Os mouros, que da sua primeira fila tinha sido empalada pelas lanças portugueses, subiam uns por cima dos outros, na ânsia de matarem um português. Nesta correria, muitos morriam espezinhados pelos seus compatriotas, outros subiam os telhados para se amandarem por cima dos portugueses, estes que, maravilha de se ver, resistiam a tudo e ainda tinham o valor de desferirem golpes de espada sobre o inimigo, um após o outro.
E se lhes faltava as armas, pois que faziam como Simão Furtado, que com as suas próprias mãos pegava nos mouros, e aos pontapés os enfiava para lá das suas linhas.
Mais uma vez se viu então como os poucos que os nossos eram, bastaram para lhes fazer conhecer como Deus primeiramente, e os lugares muitas vezes, dão a vitória a quem os conhece. Dos mouros, 30 mortos e muitos mais feridos, viram-se perante a impossibilidade de uma vitória, a escolha de uma debandada, voltando as costas aos portugueses. Dos nossos, o próprio Lopo de Sousa Coutinho que ao longo do combate esteve sempre à frente dos seus homens, encontrava-se ferido na perna esquerda, resultado de uma profunda cutilada. Mas a ordem e o desejo foi instantâneo. Pois então que os poucos portugueses puseram-se perseguindo os perros que fugiam, já arrependidos de ter entrado em batalha contra tão valorosos homens. E ainda mais tempo os perseguia, se não fosse chamarem-nos da fortaleza, que entretanto tinha se repleto de portugueses nas muralhas, assistindo com grande emoção à peleja de tão poucos contra tantos.
-
Os Feitos de Diu
"As ruínas desta fortaleza se reparam com cabeças de Turcos!"
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fmedia-2.web.britannica.com%2Feb-media%2F27%2F1627-004-15171EAF.jpg&hash=63640cd3447746472bc932f029b6de52)
O Turco Rumecão, que nessa altura fazia guerra a Diu, conhecendo o estado em que se achavam os Portugueses, pelos poucos defensores e pela fortaleza quase destruída pelos incessantes ataques que tinha sofrido, quis jogar com o fraco ânimo das hostes lusitanas. Chegara a noite cerrada à Índia, e é então que no Baluarte de Santiago, onde estavam alguns portugueses a fazer guarda, ouvem chamar do lado de fora da fortaleza. Em língua portuguesa, dizia ser Simão Feio, que queria falar ao capitão-môr sobre um assunto importante.
Foi então chamado o Capitão Dom João Mascarenhas, e este mandou entrar o português. Frente a frente, este lhe disse que se chamava Simão Feio, e que tinha sido mandado por Rumecão, o turco que vendo o valor de tão grandes soldados como eram os Portugueses, queria-lhes poupar as vidas, que eles próprios tão desesperadamente defendiam. Ele bem via como a fortaleza portuguesa estava completamente arruinada, a maior parte dos defendores enfermos ou feridos, sem esperança alguma de socorro, com falta de munições e mantimentos. Era pois de bom-senso que se rendessem, porque para sua própria glória desejaria conservar vivos tão valorosos inimigos. Que nos trataria muito bem, dando-nos a liberdade e os nossos navios, se aceitássemos a rendição e abandonássemos a fortaleza. Se não, pois que todos os portugueses iriam ser passados pelas leis da guerra, e tratados como só os vitoriosos tratam os vencidos.
Quando ouviu esta afronta, o Capitão Dom João de Mascarenhas, com a mão no punho da espada, assim lhe respondeu:
"Se na fortaleza onde estão Portugueses não há muros, eles defendem-na em campo aberto;
Se duvida disto, então que no primeiro assalto que ousassem contra nós, assim o saberia; Diz ao Turco para ir pedir mais e melhores soldados ao Sultão dele, porque os Portugueses desprezam vitórias tão pequenas;
As ruínas da fortaleza, essas espero eu repará-las com as cabeças dos Turcos!
Se nos faltar mantimentos, ao próprio arraial do inimigo os iremos buscar como despojos. Que enquanto os Portugueses tenham as suas armas, isso basta para não nos faltar nada;
E à livre passagem marítima que o Turco nos oferecia se nos rendessemos, espero mais cedo eu próprio fazê-la, com a espada não mão por entre os inimigos.
E a ti, Simão Feio, que não mais venhas cá repetir palavras alheias, senão mando-te espingardear do muro!"
Crónica de Dom João de Castro
-
A morte de um Herói da Pátria
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fafonso.jpg&hash=a501c2c20ccf676042b1f3ceb16373dd)
Estávamos na meio da noite do dia 15 de Dezembro de 1515. O navio de Albuquerque, chegava, como era o seu desejo, à barra da sua amada Goa. O homem, que em tempos tinha sido um poço de força e impetuosidade, alcunhado de "O Terrível" pelos seus inimigos, estava já sem forças, e mal se consegui manter de pé. Quando disseram ao grande capitão que tinha chegado a Goa, este ergeu as mãos ao céu, e rendeu mil graças a Deus por lhe ter deixado chegar ao lugar de seu desejo.
Neste lugar esteve toda a noite acompanhado dos seus companheiros, abraçando o crucifixo, pedindo a um deles que lhe recitasse a paixão de Nosso Senhor segundo D.João, santo de que fora muito devoto. Ordenou que o revestissem com as insígnias de Santiago, de que era comendador, porque queria morrer com este hábito.
No Domingo, uma hora antes de amanhecer, rendeu a alma ao Criador.
Depois "d'O Grande Homem" ter morrido é que verdadeiramente se conheceu qual fôra a sua extraordinária influência sob os povos do Oriente. Referem que quando o corpo de Afonso de Albuquerque foi levado para o derradeiro asilo, os habitantes de Goa lhe fizeram sumptuosas exéquias. Todos os veteranos, que tantas vezes o havião seguido nas perigosas expedições, o acampanharam à capela qeu ele fazer erigir para lhe servir de sepultura temporária.
Vestido de Comendador da Ordem de Santiago, levado com o rosto descoberto, por homens que entre si disputavam a honra de levar tão grande capitão, dizem que os seus olhos não estavam fechados, e a sua longa barba, agitada pelo vento, sobre o seu peito flutuava.
Os índios e os muçulmanos não podiam acreditar no seu falecimento. Exclamavam:
-"Ele não morreu...foi comandar os exércitos do Céu!"-
-
Peço a vossa atenção para esta emocionante carta do Governador da Índia, D. João de Castro, em que encarrega o filho de ir ajudar a socorrer a sitiada fortaleza portuguesa de Diu.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fvizo.jpg&hash=e0bfa7537d6d9c85e7f33a26fd129ac7)
Carta de D. João de Castro ao seu filho D. Fernando de Castro
"Eu vos mando filho, com este socorro a Diu, que pelos avisos que tenho, hoje estará cercado de multidão de Turcos. Pelo que toca à vossa pessoa não fico com cuidado, porque por cada pedra daquela fortaleza arriscarei um filho.
Encomendo-vos que tenhais lembrança daqueles de quem vindes, que para a linhagem são vossos avós, e para as obras são vossos exemplos.
Fazei por merecer o apelido que herdaste, acordando-vos que o nascimento em todos é igual; As obras é que fazem os homens diferentes.
E lembro-vos, que o que vier mais honrado, esse será o meu filho. Esta é a benção que nos deixaram nossos maiores, morrer gloriosamente pela Lei, pelo Rei, pela Pátria!
Eu vos ponho no caminho da honra, em vós está agora ganhá-la!"
Foi efectivamente uma carta de despedida, já que o filho de D. João de Castro veio a falecer gloriosamente na missão que o pai lhe encarregou.
Haverá maior amor à Pátria quando nela se arrisca a vida do próprio filho?
-
Os Heróis do baluarte
Ao dia 27 de Setembro de 1538 surgiu envolta na névoa da manhã, a poderosissíma armada turca,
A sua missão: Destruir os portugueses que se encontravam sitiados em Diu.
Para isto, como se viessem a qualquer uma festividade, os Turcos decidiram engalanar os seus navios, cheios de "muitos estandartes e bandeiras de seda, os seus tendais com ricos paramentos que lhe rojavam pela água." Também os próprios turcos estavam todos vestidos de "festa e seus tambores e clarins soavam com grande ruído". Com o vento de feição, um navio atrás do outro ia bombardeando com os seus canhões, basiliscos e bombardas, o Baluarte da Vila das Rumes. Esta pequena forificação estava separada da fortaleza principal , pelo que os poucos portugueses que nela se encontravam, nenhuma esperança tinham de socorro.
Esta poderosa artilharia muitos danos fez aos nossos, matando muitos portugueses, destruíndo as muralhas do baluarte, causando incêndios, e explosões de pólvora por todo o lado. O ar era irespirável, e fumaça da pólvora afectava a visão dos combatentes. Para piorar, muitos dos canhões portugueses explodiram quando foram disparados. Alguma pólvora encontrada uns meses atrás na cidade foi roubada pelos portugueses, que não sabiam que aquela pólvora se destinava a tiro de mosquete e arcabuz. Pois quando se a utilizou nos canhões este erro foi mortal. Muitos dos nossos morreram nestas explosões, outros ficaram severamente feridos. E ainda pior, ficámos sem nenhum armamento pesado capaz de ripostar.
"Durou este bombardear dede que o Sol saiu até às dez horas do dia". Incessante, o bombardeamento turco continuou até às quatro horas da tarde, derrubando uma parte das muralhas, que agora ficavam como escadas prontas ao inimigo subir. O desastre estava iminente.
Os capitães turcos, vendo que uma parte da muralha se tinha desmoronado, mandam avançar mais de 700 homens, homens, que deixando os seus navios, e em pequenas barcaças avançam para o baluarte, coberto de fumo. À frente destes, ia um Turco que levava uma "grande bandeira vermelha o qual foi com muita pressa subindo pela derrubada muralha, e atrás deles quanto o lugar podia agasalhar". E assim, subindo pelos destroços vieram os Turcos subindo o nosso baluarte.
Eis então que no patamar do baluarte surgem dois portugueses, com lanças muito compridas. A surpresa para os Turcos foi total já que estes pensavam que os portugueses estariam já todos mortos. Também da fortaleza portuguesa, os nossos iam assistindo com muita dor e tristeza, sabendo que nada podiam fazer para os ajudar. "E assim, com lágrimas e vontades, atirando-lhe da fortaleza bombardadas, faziam o possível". Restava-lhes assistir imponentes à desgraça dos seus compatriotas.
"Não cessavam, porém, os inimigos de com muita pressa e fervor trabalhar de superar os dois". Mas eles, como o lugar fosse apertado, com tanto ânimo e pouco temor o defendiam, como se todos os companheiros os ajudaram, dando-lhes com as lanças e deitando-lhes panelas de pólvora e outros artificíos que os de dentro lhes davam, fazendo sós" o que todos os outros chamariam de arriscado e perigoso. Desta maneira "pelejaram até ao Sol se pôr, derrubando muitos dos contrários das altas paredes abaixo", sendo apenas estes dois homens que sustinham o peso de tanta gente."
A só estes dois os turcos disparavam, e apesar de errarem em muitos desses tiros, por serem muitos causaram grandes feridas aos nossos dois heróis. "Mas nem por isso deixavam de mui esforçadamente pelejar, e tanto o fizeram, até que os inimigos desesperaram de aquela vez o tomar, e assim confundidos, de mal seu grado desceram, correndo espalhados uns por um lado e outros por outra, para que os portugueses não lhe dessem tiros da fortaleza, e assim recolheram aos seus navios, ainda estupefactos com tão esforçados homens que enfrentaram". Um deles chamava-se António Pinheiro, de apenas 25 anos, filho de um cavaleiro de Faro. Do outro não sabemos a sua identidade.
Fica aqui a homenagem aos Heróis do Baluarte da Vila dos Rumes.
O Primeiro Cerco de Diu, Lopo de Sousa Coutinho
-
A Cruz de Cristo sobe outra vez !
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2F1114124-1.jpg&hash=2a053437f3924067adda8e0489b4eff3)
No dia seguinte ao devastador ataque sofrido pelo Baluarte da Vila dos Rumes, consultado o Capitão António de Silveira e discutido por todos, decidiu-se que face à impossibilidade de defesa perante novo ataque dos Turcos, os portugueses que estavam nesse baluarte deveriam aceitar a rendição proposta pelos Turcos, que previa que todos seriam bem-tratados e que nenhum mal se provocasse aos portugueses.
Pois assim acordado, nessa manhã começaram a subir ao baluarte soldados turcos. Desta vez não houve resitência por parte dos portugueses, e assim em pouco tempo os Turcos entraram na fortificação portuguesa. Contudo algo diferente do esperado aconteceu.
Da fortaleza portuguesa de Diu, os soldados portugueses nas muralhas assistiam à rendição dos seus compatriotas ao longe. No entanto algo parecia estranho. Parecia que se combatia. Efectivamente, não cumprindo a sua palavra, os Turcos começaram a mal-tratar os portugueses, despindo-os e roubando os seus pertences. Nada do que fora prometido estava a ser cumprido!
Para piorar a situação, houve um acontecimento que muito entristeceu os portugueses.
Do alto do baluarte, viram ser deitada abaixo a bandeira da Cruz de Cristo colocada pelos portugueses, e em seu lugar hasteada uma "grande e farpada bandeira vermelha, divisa e insígnias do grão-turco". Esta vista provocou as lágrimas em muitos portugueses, ainda mais quando viram como a nossa bandeira era tratada com tanto desprezo pelos turcos, como se de um trapo se tratasse.
Entre os portugueses que tinham sido encostados ao muro do baluarte como prisioneiros, estava João Pires, "um homem já velho e cansado, o qual, no tempo que as forças o puderam ajudar, viu-se nele sempre muita valentia e juntamente mui amigo de Deus". Este, revoltando-se com o que via, irrompeu subitamente contra os guardas turcos que os vigiavam, de tal maneira que deixou os seus compatriotas espantados. A seguir, chamando seis ou sete portugueses que se libertaram e o quiseram acompanhar, dirigiu-se pelo meio da confusão e dos inimigos que os queriam parar, até à bandeira turca. Tirando-a do seu lugar, "a deitou fora do baluarte quão longe suas fracas forças puderam" de imediato, levantou de novo a bandeira da Cruz de Cristo!
Quando isto viram, os portugueses que da fortaleza assistiam, de novo irromperam em lágrimas, vendo hastear de novo a bandeira que Deus encomendou aos Portugueses para as suas navegações e conquistas!
Os turcos, vendo o que se passava, e ao mesmo tempo confusos, dirigiram-se até aos revoltosos portugueses e lutando com eles, conseguiram hastear de novo outra bandeira turca.
E conta-nos Lopo de Sousa Coutinho, que "assim por três ou quantro vezes foi erguida uma e baixada outra, até que os turcos mataram os ditos homens e os lançaram no rio, e com isto ficou a bandeira turca segura".
"Estes portugueses que desta maneira foram mortos e lançados no dito rio trouxe-os a água à fortaleza", sinal interpretado como sendo de Deus, que queria que estes portugueses seus servos e mártires, que tão bem defenderam a bandeira de Nosso Senhor e Portugal, fossem colocados em lugar sagrado".
O Primeiro Cerco de Diu, Lopo de Sousa Coutinho
-
Antónia ou António ?
Antónia Rodrigues nasceu em Aveiro numa família muito pobre. A mãe, querendo ver-se livre de mais uma boca para sustentar, entregou-a a uma tia que morava em Lisboa. A pobre Antónia sofreu imenso porque a tia tratava-a com desprezo e crueldade. Farta de maus tratos, resolveu fugir. Mas para onde?
O melhor era tentar sorte o mais longe possível! Planeou então embarcar para longe. Cortou o cabelo, comprou roupas de homem e foi oferecer-se ao mestre de uma caravela que ia zarpar para o norte de África, carregada de trigo destinado a abastecer os portugueses que viviam na fortaleza de Mazagão. O mestre aceitou «aquele rapaz» que dizia chamar-se António Rodrigues e distribuiu-lhe tarefas de grumete.
Durante a viagem trabalhou com tanto afinco que só recebeu elogios de toda a gente. Esfregava o convés, içava as velas e é de supor que quando subia aos mastros aproveitava o ruído do vento e das ondas para soltar gargalhadas ou mesmo gritos de alegria!
Ao chegar a Mazagão viu-se envolvida numa rede de intrigas e não pôde voltar para bordo. Mas como não era pessoa que se atrapalhasse, assentou praça como soldado e depressa se distinguiu pela sua destreza e valentia. Essas qualidades, porém, não despertaram inveja. Antónia, ou António, sabia criar bom ambiente entre os companheiros de armas. O pior era à noite… a única hipótese de continuar a desempenhar o seu papel sem ser descoberta era dormir vestida!
Deitava-se sempre de camisa e ceroulas.
Os bons serviços prestados valeram-lhe ser promovida a cavaleiro e nessa qualidade tinha de sair da fortaleza para combater em campo aberto.
E saía, de arma em punho, notabilizando-se pelas proezas cometidas. Assim ganhou fama e como associava à bravura uma simpatia natural e um trato muito amigável, começou a despertar paixões entre as poucas raparigas que viviam em Mazagão. Nessa altura é que tudo se complicou. Uma família que tinha uma filha solteira começou a convidar aquele jovem e amável cavaleiro para jantar e passar o serão, cobrindo-o de presentes, na esperança de que ele quisesse casar com a filha.
Receando ser descoberta, Antónia preferiu confessar a verdade e toda a gente pasmou!
Um casal bondoso recolheu-a então, as candidatas a namoradas tornaram-se suas amigas e algum tempo depois até arranjou noivo. Antónia regressou a Lisboa casada, feliz e cheia de histórias para contar.
O rei achou piada e recompensou-a pelos serviços prestados na guerra como «António».
-
Antónia ou António ?
Antónia Rodrigues nasceu em Aveiro numa família muito pobre. A mãe, querendo ver-se livre de mais uma boca para sustentar, entregou-a a uma tia que morava em Lisboa. A pobre Antónia sofreu imenso porque a tia tratava-a com desprezo e crueldade. Farta de maus tratos, resolveu fugir. Mas para onde?
O melhor era tentar sorte o mais longe possível! Planeou então embarcar para longe. Cortou o cabelo, comprou roupas de homem e foi oferecer-se ao mestre de uma caravela que ia zarpar para o norte de África, carregada de trigo destinado a abastecer os portugueses que viviam na fortaleza de Mazagão. O mestre aceitou «aquele rapaz» que dizia chamar-se António Rodrigues e distribuiu-lhe tarefas de grumete.
Durante a viagem trabalhou com tanto afinco que só recebeu elogios de toda a gente. Esfregava o convés, içava as velas e é de supor que quando subia aos mastros aproveitava o ruído do vento e das ondas para soltar gargalhadas ou mesmo gritos de alegria!
Ao chegar a Mazagão viu-se envolvida numa rede de intrigas e não pôde voltar para bordo. Mas como não era pessoa que se atrapalhasse, assentou praça como soldado e depressa se distinguiu pela sua destreza e valentia. Essas qualidades, porém, não despertaram inveja. Antónia, ou António, sabia criar bom ambiente entre os companheiros de armas. O pior era à noite… a única hipótese de continuar a desempenhar o seu papel sem ser descoberta era dormir vestida!
Deitava-se sempre de camisa e ceroulas.
Os bons serviços prestados valeram-lhe ser promovida a cavaleiro e nessa qualidade tinha de sair da fortaleza para combater em campo aberto.
E saía, de arma em punho, notabilizando-se pelas proezas cometidas. Assim ganhou fama e como associava à bravura uma simpatia natural e um trato muito amigável, começou a despertar paixões entre as poucas raparigas que viviam em Mazagão. Nessa altura é que tudo se complicou. Uma família que tinha uma filha solteira começou a convidar aquele jovem e amável cavaleiro para jantar e passar o serão, cobrindo-o de presentes, na esperança de que ele quisesse casar com a filha.
Receando ser descoberta, Antónia preferiu confessar a verdade e toda a gente pasmou!
Um casal bondoso recolheu-a então, as candidatas a namoradas tornaram-se suas amigas e algum tempo depois até arranjou noivo. Antónia regressou a Lisboa casada, feliz e cheia de histórias para contar.
O rei achou piada e recompensou-a pelos serviços prestados na guerra como «António».
REPOST ... :roll:
-
REPOST ... :roll: :conf:
Eu procurei, mas como não encontrei no fórum, coloquei...
Peço desculpa. 
-
:G-Ok:
http://www.forumdefesa.com/forum/viewto ... c&start=30 (http://www.forumdefesa.com/forum/viewtopic.php?t=2339&postdays=0&postorder=asc&start=30)
-
nx2l1 
-
"Esta é a moeda com que el-rei de Portugal paga o seu tributo"
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.tabacaria.com.pt%2FMensagem%2FBrazao%2Falbuquerque.JPG&hash=048df48a212a61a5f132d514616d6f14)
Em Ormuz, obrou o grande capitão Afonso de Albuquerque uma fortaleza, cujo governante local, Coje Atar, o tinha consentido, mais por medo do que vontade. Fez-se assim este reino tributário do reino de Portugal, mas Coje Atar não descansou enquanto não encontrou uma forma de tentar expulsar os portugueses de Ormuz e livrar-se da tributação monetária imposta pelos Portugueses.
Assim, fingindo que chegavam os embaixadores de el-rei da Pérsia a cobrar o que era costume pagar-lhes, Coje Atar mandou uma mensagem a Albuquerque para que respondesse ele, visto que Ormuz se encontrava agora debaixo da vassalagem e tributação de el-rei de Portugal.
Suspeitando Afonso de Albuquerque que isto se tratava de uma qualquer encenação, disse que lhe remetesse os ditos embaixadores, ou quaisquer outras pessoas em seu nome, para levarem a resposta.
Mandou Coje Atar algumas pessoas da sua confiança, para se fazerem passar por embaixadores persas e assim sustentar o estratagema.
Quando estes subiram até ao navio do grande Albuquerque, este lhes encheu as mãos de balas, dardos, ferros de lanças e farpões de setas, perante o olhar surpreso dos "embaixadores".
O que lhes disse depois ficou para a história:
"Esta é a moeda com que el-rei de Portugal paga o seu tributo!"
-
Tudo isso faz parte do Livro "Homens, Espadas e Tomates" de Rainer Daehnhardt, um dos maiores coleccionadores de aramamento antigo do mundo que vive em Sintra... Aconselho a leitura!!! Quem diria que fosse um alemão a compilar todas estas façanhas...!!!
-
Tudo isto não, algumas.
-
A historia da Antonia é uma excelente ideia para uma telenovela da TVI. Em vez de gastarem dinheiro em filmes de chacha que nao interessam a ninguem ...
-
Caro TOMSK tem toda a razão
-
Pois muita tinta escrita mas se viram o programa da SIC : O Estado do Estado e a respectiva sondagem :
entre 33% a 45% querem a União Ibérica ...
Algo vai mal ... muito mal com o Povo
-
Pois muita tinta escrita mas se viram o programa da SIC : O Estado do Estado e a respectiva sondagem :
entre 33% a 45% querem a União Ibérica ...
Algo vai mal ... muito mal com o Povo
Essas sondagens...
Algo vai mal é com quem as decide fazer!
33% a 45%? Mas ficamos em quê afinal?
Os inquiridos devem ser escolhidos a dedo...
-
Para mim, que estudei M.A.C.S, essa sondagem feita a cerca de 1500 pessoas, se não estou em erro, num universo de mais ou menos 10 Milhões de habitantes, não merece grande comentário.
Porque não é representativa, e por outro lado, sabemos que nesta área, as perguntas por vezes são feitas de forma um pouco envenenada, para alcançar este ou outro resultado.
Quanto aos traidores, sempre os houve.
Resta-nos condenar moralmente essas pessoas, e não estar muito preocupado com a sondagem, com a certeza que a larga maioria dos portugueses não compartilha esse pensamento.
-
SmokeOn escreveu:
Pois muita tinta escrita mas se viram o programa da SIC : O Estado do Estado e a respectiva sondagem :
entre 33% a 45% querem a União Ibérica ...
Algo vai mal ... muito mal com o Povo
Para mim, que estudei M.A.C.S, essa sondagem feita a cerca de 1500 pessoas, se não estou em erro, num universo de mais ou menos 10 Milhões de habitantes, não merece grande comentário.
Porque não é representativa, e por outro lado, sabemos que nesta área, as perguntas por vezes são feitas de forma um pouco envenenada, para alcançar este ou outro resultado.
Quanto aos traidores, sempre os houve.
Resta-nos condenar moralmente essas pessoas, e não estar muito preocupado com a sondagem, com a certeza que a larga maioria dos portugueses não compartilha esse pensamento.
Chamar de traidores às pessoas que pensam em ganhar mais ao fim do mês para poder dar melhores condições aos filhos, traidores são aqueles que ao longo de vários anos têm vendido o pais a seu bel prazer, traidores são aqueles que ao longos dos anos têm vindo a ignorar o povo, excepção feita ao periodo em que as eleições ocorrem, condenar moralmente ?, sim que quem tem vendido o pais está moralmente preocupado se existe pão ou não em todas as mesas, já se pensou no que leva estes "traidores" a pensar desta forma ?, a maioria não pensa assim ?, se calhar não, traição é deixar esta telenovela continuar desde o 25.
Chamar traidores a pessoas que estão fartas deste pais estar a regredir ?, a ver sempre os mesmos a enriquecer ?, a forma como os politicos se comportam?.
Primeiro devemos saber o porquê das coisas depois condenar ou não, não esquecer que os "traidores" têm sido traidos e trocados por dinheiro e favores diversos, se algum dia existir uma revolta de traidores...
-
jmosimões,
:Palmas:
-
Alguma coisa vai muito mal mesmo!
A Pátria não se vende, a Pátria não se muda, a Pátria não é móbil para moeda de troca por mais dinheiro ao fim do mês, a Pátria não se evoca por necessidade!
Penso para mim, que pessoas que pensam que a União Ibérica vai ser o fim dos seus problemas, a maneira fácil de subirem na vida, no fundo a solução para a Crise e o défice de bons políticos, não tem outro apelido de "traidores". E de pouca inteligência.
Aguardo ansiosamente a explicação da sua visão sobre a União Ibérica.
Eu e com certeza mais alguns...
-
Alguma coisa vai muito mal mesmo!
A Pátria não se vende, a Pátria não se muda, a Pátria não é móbil para moeda de troca por mais dinheiro ao fim do mês, a Pátria não se evoca por necessidade!
Pátria tem sido uma Senhora, que tem sido montada de toda a maneira e feitio para não usar o termo mais corrente, já se esqueceu do politico português que cuspiu na bandeira em França, a Pátria tem sido moeda de troca veja o acordo ortográfico, veja os tratados da UE temos sido vendidos ao desbarato, fomos e somos pagos para ser descaracterizados como nação, somos uma Pátria de pedintes sem orgulho que invoca o passado de forma leviana fizemos história é verdade, daqui a muitos anos as gerações vindouras terão orgulho na nossa geração na triste história que lhes vamos deixar, se eu tiver a minha filha a passar fome vou pensar na Pátria ?. Se serviste a Pátria cumpriste o teu dever, se ela não fez nada por ti fez o habitual, palavras de um politico a um veterano da 1ª Guerra Mundial,
posto isto com quem conotamos a Pátria com politicos com Estado.
Na hora de defender a Pátria são os gentios quem estão prontos, cabendo aos outros patriotas a fuga deles a das familias.
Penso para mim, que pessoas que pensam que a União Ibérica vai ser o fim dos seus problemas, a maneira fácil de subirem na vida, no fundo a solução para a Crise e o défice de bons políticos, não tem outro apelido de "traidores". E de pouca inteligência.
-O tempo do orgulhosamente sós acabou, temos de olhar para o futuro o passado não põe pão na mesa, quando estamos de barriga cheia todos os ideais são bons, a sobrevivência da pessoa é superior a qualquer Pátria
-Quanto à União Ibérica pergunte aos habitantes de Olivença se querem voltar a ser portugueses.
Aguardo ansiosamente a explicação da sua visão sobre a União Ibérica.
Eu e com certeza mais alguns... :Amigos:
[/b]
-
Você misturou aí para o meio um discurso que não é meu.
Mas vamos dar este assunto por encerrado.
Pensar que existem pessoas que devido ao dificíl momento em que vivemos ou à podridão política em que nos encontramos achem que estes possam ser ser argumentos para abdicarmos da Pátria, de sermos portugueses, e de nos orgulharmos disso é profundamente repugnante.
Nem mais conversa.
----------------------------------------------------------
Os Feitos de Diu
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fdiuee.jpg&hash=9bd3e6f6a5cd7c5180e9147a74c04733)
O primeiro cerco de Diu, onde em 1531 pouco mais de 600 portugueses resistiram gloriosamente ao ataque de mais de 20.000 turcos, foi palco das mais notáveis acções de valentia da história munidlal, algumas delas por galhardia de determinados indivíduos, outras, obra do esforço colectivo. De tal forma impressionante foi o acontecimento, que os relatos da formidável resistência portuguesa percorreram as coortes da Europa daquele tempo, perante o ouvido atento e maravilhado de reis, príncipes e capitães...
Dos nomes mais conhecidos que ficaram para a história do cerco, um deles foi António da Silveira, o capitão da fortaleza, autor da célebre carta enviada ao comandante turco, onde afirmava que todos os portugueses ali tinham "tomates mais fortes" que as balas dos canhões dos turcos...
Mas muitos outros se destacaram. E como já tive a oportunidade de falar de alguns deles anteriormente, falarei-vos hoje da façanha de João da Fonseca.
Decorria o cerco, e numa certa manhã desse longíquo ano de 1531, os turcos acometiam mais uma vez à fortaleza de Diu, já severamente castigada pelos constantes ataques, bem como a guarnição portuguesa, mal armada e exausta.
Junto ao baluarte de Diogo Lopes de Sequeira, pouco mais de 60 turcos principiaram o ataque, subindo pelas destruídas muralhas. Aí, grande dose de valentia teve Gaspar de Sousa e os seus homens, que revezando-se. conseguiram unidos fechar a brecha, e suster, vaga após vaga, o ímpeto turco,
Durante este peleja, que provocou vários mortos de parte a parte, um dos feridos foi um rapaz chamado João da Fonseca, que tinha sido gravemente alvejado na mão direita, acorrendo imediatamente ao sangradouro para assistência médica.
Porém, vendo a confusão em que este se encontrava, numa algazarra de de gritos de dor, mortos e feridos a serem amontoados, ignorou o gravíssimo ferimento que lhe impedia os movimentos do braço direito e lhe causava incomportável dor, e, conseguindo a custo tomar um escudo no braço decepado, levantou-o mais alto que pôde.
A seguir, pegando com o mão esquerda numa lança que tinha encontrado no chão da fortaleza, cambaleou, o mais rápido possível, para junto dos seus companheiros, que defendiam uma brecha aberta pelo inimigo.
Como o lugar onde a defesa se fazia era tão apertado que em ele não cabiam mais de doze ou treze homens, ficavam muitos detrás dos outros, esperando um espaço deixado livre pelos que iam morrendo ou ferindo-se, para entrar na peleja.
Isto não teve que esperar o bravo João da Fonseca, que saltou para a primeira linha de combate, desferindo tão maravilhosamente poderosas lançadas com o seu braço esquerdo, quase tão bem como antes de perder o direito!
Duarte Mendes, que se encontrava atrás dele, vendo João da Fonseca sangrar gravemente do seu braço decepado, gritava-lhe para que este lhe desse o lugar.
Mas João da Fonseca, ou por não ter ouvido, ou por não querer ouvir, continou a distribuir lançadas pelos inimigos, indiferente às dores que sentia e ao sangue que jorrava furiosamenta do seu braço direito...
Tornando Duarte Mendes a chamá-lo, desta vez puxou-o para junto de si, apartando-o da luta, pedindo-lhe que se retirasse e fosse tratar da ferida, que ele tomava o seu lugar.
A resposta de João da Fonseca não se fez esperar:
«Como? Se eu ainda tenho o braço esquerdo saudável e pronto a lutar, sois assim tão atrevido para pedir o meu lugar? Deixai-vos disso e não me ocupeis nessas coisas o tempo que posso aproveitar!»
Sem mais conversa, voltou para a luta como dantes, animando todos os portugueses com a sua valentia. E assim continuou, até que o Capitão Lopo de Sousa, temendo pela saúde de tão valioso soldado, lhe rogou que este se fosse curar, quase obrigando-o à força!
E lá se retirou o grande soldado, profundamente zangado, mas obedecendo a ordens superiores.
Exemplo máximo da coragem e espiríto de sacrificío da alma portuguesa ao serviço de uma causa, João da Fonseca ficará para sempre recordado em Diu como o homem que depois de ter perdido um braço na peleja, logo a ela voltou, pronto a lutar com o outro, ou sem ele, se assim fosse necessário...
Fonte: O primeiro cerco de Diu, Lopo de Sousa Coutinho
-
Você misturou aí para o meio um discurso que não é meu.
Mas vamos dar este assunto por encerrado.
Pensar que existem pessoas que devido ao dificíl momento em que vivemos ou à podridão política em que nos encontramos achem que estes possam ser ser argumentos para abdicarmos da Pátria, de sermos portugueses, e de nos orgulharmos disso é profundamente repugnante.
Nem mais conversa.
Sem mais. :!:
-
Tanto lirismo e devaneio,
-
Como entendo que nem só Portugal se fez de futebol e feitos de armas
Egas Moniz (1874-1955)
Antonio Caetano de Abreu Freire Egas Moniz, nasceu em Avanca, concelho de Estarreja, em 29 de Novembro de 1874. Filho de Fernando Pina Resende Abreu e de Maria do Rosário de Almeida de Sousa Abreu. Em 1866 realizou o exame de instrução primária na Escola do Conde Ferreira em Estarreja. Devido a dificuldades financeiras, o seu pai emigrou para a Beira (Moçambique) e alguns dos bens de família foram colocados à venda, em hasta pública. Foi o abade Caetano de Pina Resende Abreu de Sá Freire, seu tio, que apoiou os seus primeiros estudos. Após a Escola Primária, Egas Moniz estudou no Colégio de São Fiel, em Castelo Branco, e fez o último ano do ensino secundário no Liceu de Viseu. Em 1891, ano da morte do seu pai, fixou-se em Coimbra para estudar Medicina. Durante o curso faleceram os seus familiares mais próximos, o seu irmão, em 1895, a sua mãe, em 1898 e o seu tio abade, também em 1898. São desta data as primeiras crises de reumatismo gotoso, uma doença que o acompanhou durante toda a sua vida. Casou em 1901 com Elvira Macedo Dias, natural do Rio de Janeiro.
Formou-se em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra em 1899, e defendeu a tese de licenciatura em 1900. Em 1901 prestou provas de doutoramento e em 1902 entrou para o quadro docente como professor substituto.
Inicialmente trabalhou nas disciplinas de Anatomia, Histologia e, mais tarde, de Patologia Geral. Em 1910 tornou-se professor catedrático. Em 1911 transferiu-se para a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, onde ficou responsável pela cadeira de Clínica Neurológica. Abriu consultório em Lisboa e começou a fazer deslocações regulares a outros países, principalmente a França.
Desde os seus tempos de estudante que tinha uma actividade política intensa. Era defensor activo da liberdade de expressão e pensamento e em 1908 foi preso por estar envolvido na tentativa de golpe de estado de 28 de Janeiro contra a ditadura de João Franco (1855-1929). Foi deputado em várias legislaturas, de 1903 a 1917. Em 1910 fez a sua iniciação na maçonaria, na Loja Simpatia e União, de Lisboa. Em 1917 fundou o Partido Centrista, que pretendia unir antigos monárquicos de corrente progressista e republicanos que se afastavam do Partido Evolucionista. Defendia uma aliança entre o capital e o trabalho e preconizava a aplicação de medidas de protecção das classes trabalhadoras. Defensor das liberdades públicas e dos direitos individuais, liderou a corrente parlamentarista do Partido Nacional Republicano resultante da aliança entre os Partido Centrista e os sidonistas, apoiantes do golpe que instaurou em 1917 a ditadura de Sidónio Pais (1872-1918). Em 1917 foi nomeado Ministro de Portugal em Madrid e em 1918 foi Ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de Sidónio Pais. No desempenho deste último cargo presidiu a delegação portuguesa na Conferência de Paz de Versalhes em 1918. Em 1919, após o assassinato de Sidónio Pais, foi substituído neste cargo por Afonso Costa (1871-1937) e decidiu abandonar a política activa.
Passou então a dedicar-se à sua carreira científica, após ter publicado a obra Um Ano de Política, onde expõe os seus sentimentos e opiniões sobre o seu percurso político.
Foi nomeado director do Hospital Escolar de Lisboa em 1922 e tornou-se sócio efectivo da Academias das Ciências de Lisboa em 1923, instituição de que veio a ser presidente pela primeira vez em 1928, vindo a ocupar posteriormente esse cargo por diversas vezes. Foi director da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa entre 1929 e 1931. Em 1939, quando tinha 65 anos, sofreu um atentado no seu consultório, por parte de um seu doente, que o alvejou com oito tiros, dois quais cinco o atingiram. Sobreviveu e jubilou-se em 1944. Em 1945 foi-lhe entregue o prémio de Oslo e em 1949 foi-lhe atribuído o prémio Nobel de Medicina e Fisiologia.
Faleceu em Lisboa em 13 de Dezembro de 1955.
Obras
A bibliografia de Egas Moniz é extensa, com mais de 300 títulos de sua autoria ou com a sua colaboração. Para além da Medicina publicou também obras políticas e literárias.
Destacam-se aqui apenas alguns dos títulos mais significativos da sua obra científica:
Tese de Licenciatura, Alterações anátomo-patológicas na difteria, apresentada em 1900.
Tese de Doutoramento, A Vida Sexual - Fisiologia, apresentada em 1901.
Provas de concurso para lente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, em 1902 com o trabalho A Vida Sexual - Patologia. Estes dois últimos trabalhos vieram mais tarde a ser reunidos com modificações na sua obra A Vida Sexual (Fisiologia e Patologia), editada pela primeira vez em 1913 e que se tornou uma obra polémica e muito procurada, com 19 edições até 1933. Com o governo de Salazar (1889-1970), a sua aquisição só podia ser feita com receita médica.
A Neurologia na Guerra, Lisboa, Livraria Ferreira, 1917.
Clínica Neurológia, Lisboa, Faculdade de Medicina, 1925.
O Padre Faria na História do Hipnotismo, Lisboa, Faculdade de Medicina, 1925.
Diagnostic des Tumeurs Cérébrales et Épreuve de l'Encéphalographie Arthérielle, Paris, Masson&Cie, 1931.
L'Angiographie Cérébrale. Sea Applications et Résultats en Anatomie, Physiologie et Clinique, Paris, Masson&cie., 1934.
Tentatives Opératoires dans le Traitement de Certaines Psychoses, Paris, Masson&Cie., 1936.
La Leucotomie Préfrontal. Traitement Chirurgical de Certaines Psychoses, Torino, Baravalle e Falconieri, 1937.
Clínica delle Angiografia Cerebrale, Torino, Iter, 1938.
Die Cerebrale Arteriographie und Phlebographie, Berlin, Julius Springer, 1940.
Trombosis Y Otras Obstrucciones de las Carotidas, Barcelona, Salvat, 1941.
Última Lição - Bibliografia, Lisboa, Portugália Editora, 1944.
Para além destes livros, publicou muitos artigos em revistas especializadas, portuguesas e estrangeiras, em nome individual e em colaboração com diversos especialistas como Almeida Lima, Almeida Dias, António Martins, Eduardo Coelho, Amândio Pinto, Luiz Pacheco, Lopo de Carvalho, Romão Loff, Victor Fontes, Cancela de Abreu, Cândido de Oliveira, Abel Alves, Fernando de Almeida, Aleu Saldanha, Pereira Caldas, Diogo Furtado, Ruy de Lacerda, Joaquim Imaginário, Abel Cancela de Abreu, João Lobo Antunes, Cruz e Silva e Lídia Manso Preto.
Principais contributos científicos
Exame em Raios X dos vasos sanguíneos do cérebro, utilizando o método – angiografia cerebral – introduzido por Egas Moniz. Um contraste opaco aos raios foi introduzido num dos quatro vasos do pescoço (artéria carótida) que o conduzem ao cérebro.
Estado normal (primeira imagem). Um caso de malformação situado na parte parietal do cérebro e provocado por uma artéria dilatada (segunda imagem)
In Nobel e-Museum
As suas duas descobertas mais importantes foram a angiografia cerebral, conseguida em 1927 e a leucotomia pré-frontal, concretizada em 1935. A primeira foi premiada com o Prémio de Oslo de 1945 e a segunda com o Prémio Nobel de Medicina e Fisiologia em 1949.
Para conseguir fazer a angiografia cerebral, Egas Moniz fez muitas experiências, na tentativa de encontrar substâncias que pudessem ser injectadas nas artérias do cérebro de forma a tornar visíveis os vasos cerebrais nas radiografias. A opacidade conseguida com a injecção desses produtos permitiria obter um contraste, detectar tumores cerebrais e assim facilitar o seu tratamento. Foi em 28 de Junho de 1927 que Egas Moniz obteve a primeira arteriografia do corpo humano vivo. Este feito deu-lhe um grande prestígio internacional e veio a ser muito importante na divulgação do seu trabalho de investigação posterior no domínio da psicocirurgia.
Após este conjunto de trabalhos de investigação, Egas Moniz passou a dedicar-se a um outro projecto de tratamento de algumas doenças mentais que constituíam um dos alvos prioritários da medicina neurológica da época, antes do desenvolvimento da farmacologia e dos psicotrópicos. Pensava ser possível tratar algumas doenças por meios físicos, através do corte das fibras de ligação entre os neurónios. Este tratamento seria feito nos lobos pré-frontais.
Este tratamento foi classificado como leucotomia pelo próprio Egas Moniz. Embora inicialmente tenha utilizado um método que consistia na introdução de álcool puro, posteriormente passou a utilizar um instrumento especial, a que chamou leucótomo, com o qual se cortava uma pequena esfera da substância branca dos lobos pré-frontais. Estas intervenções eram realizadas pelo cirurgião Almeida Lima, principal colaborador de Egas Moniz. Este método teve uma rápida divulgação e aplicação em diversos países.
A leucotomia foi depois transformada e desenvolvida pelo americano Walter Freeman, cujo método ficou conhecido por lobotomia. Estes métodos levantaram muita controvérsia principalmente a partir dos anos 50, quando começaram a existir alternativas de tratamento da esquizofrenia através de medicamentos farmacológicos. A imagem negativa da lobotomia e a sua identificação muitas vezes abusiva com a leucotomia está intimamente relacionadas com a metodologia de actuação de Freeman, que fez uma verdadeira ‘campanha’ de lobotomização pelos Estados Unidos, onde realizou mais de 3500 operações, no que foi imitado por muitos outros psicocirurgiões em diversos países. Embora a leucotomia e a lobotomia sejam métodos hoje em dia praticamente abandonados, a controvérsia continua aberta.
Fernando Reis
Bibliografia
Bibliografia de Egas Moniz, Separata do Boletim dos Hospitais da Santa Casa da Misericórdia do Porto, 2ª Série, Vol. I, 3, Maio 1974.
FERNANDES, Barahona, Egas Moniz, Pioneiro de Descobrimentos Médicos, Lisboa, ICLP, 1983.
PEREIRA; Ana Leonor; PITA; João Rui; RODRIGUES, Rosa Maria, Retrato de Egas Moniz, Lisboa, Círculo de Leitores, 1999.
PEREIRA; Ana Leonor; PITA; João Rui, org., Egas Moniz em livre exame, Coimbra, Minerva Coimbra
-
Mais um português que se comportou com grande humanidade e dignidade.
SOUSA MENDES
Diplomata: 1885 - 1954
1885: Filhos de Maria Angelina Ribeiro de Abranches e do juiz José de Sousa Mendes, os gémeos César e Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches nascem em Cabanas de Viriato, Distrito de Viseu, Portugal. - 1907: César e Aristides licenciam-se em Direito na Universidade de Coimbra e depois seguem a carreira diplomática. - 1908: Em Portugal, el-Rei D. Carlos e o príncipe herdeiro são assassinados. Aristides casa com a sua prima Angelina; o casal virá a ter 14 filhos. - 1910: Aristides é nomeado Cônsul em Demerara, Guiana Francesa. Revolução de 5 de Outubro e proclamação da República portuguesa - 1911/16: Aristides Cônsul em Zanzibar, problemas de saúde para toda a família. - 1914: Início da I Guerra Mundial. - 1916: Portugal entra na I Guerra Mundial a favor dos Aliados; batalha de Verdun, massacre do corpo expedicionário português. - 1918: Termina a I Guerra Mundial com a vitória dos Aliados (França, Reino Unido, etc.). Aristides é nomeado Cônsul em Curitiba (Brasil). - 1919: Por causa das suas convicções monárquicas, Aristides é castigado pelo governo de Sidónio Pais. - 1921/23: Aristides dirige, temporariamente, o Consulado de S. Francisco da Califórnia, cidade onde nasce o seu 10.º filho. - 1924: Aristides Cônsul em S. Luís do Maranhão (Brasil). Depois, passa a dirigir, interinamente, o Consulado de Porto Alegre (Brasil). - 1926: Aristides regressa a Lisboa para prestar serviço na Direcção-Geral dos Negócios Comerciais e Consulares. Em Portugal, revolução militar do 28 de Maio conduzida pelo Marechal Gomes da Costa. - 1927: A Ditadura Militar portuguesa confia em Aristides e nomeia-o Cônsul em Vigo. - 1928: Salazar, Ministro das Finanças. - 1929: Aristides é nomeado Cônsul-geral em Antuérpia (Bélgica). - 1930: Salazar, Presidente do Conselho de Ministros. - 1936: O rei belga, Leopoldo III, condecora Aristides de Sousa Mendes, decano do corpo diplomático. - 1938: Salazar nomeia Aristides de Sousa Mendes Cônsul de Portugal em Bordéus. - 1939: Salazar e Franco assinam o Pacto Ibérico. A Alemanha de Hitler invade a Polónia, início da II Guerra Mundial. Com a Presidência do Conselho, Salazar acumula a pasta de Ministro dos Negócios Estrangeiros. - 1940: Contrariando as ordens de Salazar, Aristides de Sousa Mendes, no Consulado de Portugal em Bordéus, passa mais de 30.000 vistos a judeus e outras minorias perseguidas pelos nazis. Salazar condena Sousa Mendes a um ano de inactividade e depois aposenta-o sem qualquer vencimento. - 1945: Termina a II Guerra Mundial com a vitória dos Aliados (França, Grã-Bretanha, Estados Unidos da América, União Soviética, etc.). Aristides de Sousa Mendes dirige carta à Assembleia Nacional, reclamando (em vão) contra o castigo que lhe fora imposto pelo Governo. - 1948: Morre Angelina de Sousa Mendes. - 1954: Assistido apenas por uma sobrinha, Aristides de Sousa Mendes morre «pobre e desonrado», no Hospital da Ordem Terceira, em Lisboa. - 1967: Yad Vashem, autoridade estatal israelita para a recordação dos mártires e heróis do Holocausto, homenageia Aristides de Sousa Mendes com a sua mais alta distinção: uma medalha com a inscrição do Talmude «Quem salva uma vida humana é como se salvasse um mundo inteiro». - 1998: A Assembleia da República e o Governo português finalmente procedem à reabilitação oficial de Aristides de Sousa Mendes.
Fonte: vidaslusofonas
-
Uma nau contra 21 navios
Calicut, 11 de Dezembro de 1752
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.patrimonioslz.com.br%2FICON%2FBARCO.jpg&hash=2afaf949f5fc2e1f4d9af674bdf8714b)
Sensivelmente pela mesma altura em que os Portugueses da Índia começaram a ter problemas com os Árabes de Omã, começaram também os conflitos com os Maratas que, ocupando a faixa costeira entre Damão e Goa, possuíam um grande número de portos fortificados e dispunham de uma armada importante que chegou a atingir os setenta navios entre gurabos, palas e galvetas. Os gurabos eram navios de três mastros semelhantes às fragatas europeias, mas mais pequenos, menos robustos, menos veleiros e pior armados; as palas eram navios de dois mastros semelhantes aos patachos europeus, mas também de pior qualidade; as galvetas eram navios mistos (vela e remo) semelhantes às nossas antigas galeotas de convés. Das guarnições dos navios maratas faziam parte numerosos artilheiros ingleses e holandeses a quem os Maratas pagavam bastante melhor que as respectivas Companhias.
De início os Maratas limitaram-se a fazer guerra de corso à custa da navegação indiana, abstendo-se de hostilizar os navios portugueses e ingleses. Porém, a partir de 1685, sentindo-se mais fortes, começaram também a atacar os destas duas nações. Em finais de 1739 dois grandes exércitos maratas avançaram inesperadamente sobre Goa e Baçaim. A primeira conseguiu salvar-se a troco do pagamento de uma pesada indemnização; a segunda acabou por se perder e com ela todas as terras que os Portugueses possuíam entre Damão e Bombaim.
Dos inúmeros combates que a armada portuguesa da Índia travou com os Maratas merece destaque o que teve lugar entre a nau Nossa Senhora da Misericórdia, do comando do capitão-de-mar-e-guerra João de Melo Saraiva e uma esquadra marata composta por 3 gurabos, 7 palas e 11 galvetas.
Encontrando-se aquela nau em Calicut a carregar madeira para o arsenal de Goa, foi avistada a esquadra marata dirigindo-se para lá. Melo Saraiva levantou ferro de imediato e fez-se ao mar.
Entretanto acorrera à praia o Samorim, acompanhado por muito povo e pelos embaixadores de várias nações europeias que tinha na sua corte. Pensando que a nau portuguesa fugira para evitar o combate com os maratas começou a vituperar os Portugueses por deixarem o porto à mercê daqueles. Subitamente, a Misericórdia, que só tinha ido para o mar para ganhar barlavento, virou de bordo e arremeteu sozinha contra a esquadra marata!
Teve então lugar um encarniçado combate, que se prolongou por cinco horas, em que a nau portuguesa, disparando continuamente a sua artilharia e manobrando habilmente por forma a evitar ser abordada, conseguiu avariar grande parte dos navios maratas e causar-lhe muitas baixas, obrigando-os a bater em retirada.
Na praia, o Samorim exultava e não se cansava de elogiar os Portugueses!
http://www.marinha.pt/Marinha/PT/Menu/D ... alicut.htm (http://www.marinha.pt/Marinha/PT/Menu/DescobrirMarinha/Historia/combates_navais/Calicut.htm)
-
Mais um português que se comportou com grande humanidade e dignidade.
SOUSA MENDES
Diplomata: 1885 - 1954
http://tribunalsantooficio.com.sapo.pt/#po (http://tribunalsantooficio.com.sapo.pt/#po)
PASTA Nº 27
Mitos Comunistas
(Grandes Aldrabices)
Em Maio de 1940, enquanto que a França colaboracionista se ajoelhava às patas de Hitler, 700 mil refugiados judeus amontoavam-se em Bordéus. Apercebendo-se da situação desesperada daquela gente, o cristão António de Oliveira Salazar deu ordens ao pessoal do consulado para darem com urgência os vistos. Aristides Sousa Mendes viu nisto uma fonte extra de rendimentos, para assim poder satisfazer a sua exigente mulher, cumpriu a ordem , mas a troco de 500$00 cada passaporte. O negociante diplomata partiu para Bayone, foi até à fronteira de Henday e, com a sua caneta, começou a assinar a papelada….dando assim início ao negócio. Quando Salazar é informado da situação, manda regressar o responsável e expulsa-o do Corpo Diplomático, obrigando-o a devolver o dinheiro. Ficará célebre a frase de Salazar: ‘Salvarei todos os que puder ‘”.
Para uns, Sousa Mendes é recordado como um «homem bom e justo» que, em Junho de 1940, contrariando as ordens do Governo de Lisboa, emitiu vistos e passaportes e, nalguns casos, chegou mesmo a atribuir falsamente a identidade portuguesa a milhares de foragidos, sobretudo judeus, que pretendiam a todo o custo alcançar os lugares tidos por seguros. Como Portugal, que Salazar conseguiu manter neutral no conflito.
Para outros, o cônsul está longe de justificar o papel de «herói» que muitos lhe atribuem e, aqui e ali, tentam repor a verdade àquilo a que chamam «falsificação da História» e, através de factos, muitos deles documentados, desmistificam a «lenda» Sousa Mendes. Bastará uma pesquisa atenta no arquivo do MNE ao processo do antigo cônsul — apesar de muitas peças do seu dossier terem misteriosamente desaparecido, sem que até hoje ninguém tenha procurado investigar quem foi o autor (ou autores) do desvio — para que algumas pessoas «verdades» deixem de o ser.
Ao contrário do seu irmão gémeo César, que também fez carreira na diplomacia tendo alcançado o posto de Ministro Plenipotenciário de 2.ª classe, Aristides arrastou-se entre postos consulares de pequeno relevo, foi acumulando processos e mais processos disciplinares desde o longínquo ano de 1917, na I República, até 1940, tendo acabado por passar à disponibilidade e aguardar aposentação, mas continuando a auferir a totalidade do vencimento correspondente à sua categoria (1.595$30). O que desde logo «mata» a tese dos que teimam em acusar Salazar de ter «perseguido» o cônsul e de o ter «obrigado» a «morrer na miséria». Pelo contrário, o então Presidente do Conselho mostrou-se benevolente com Aristides em muitas alturas, nomeadamente quando, contrariando o parecer do Conselho Disciplinar do MNE que, na sequência de mais um processo disciplinar, propôs a pena de descida de categoria do cônsul, apenas determinou a sua inactividade por um ano, com vencimento de categoria reduzido, mas recebendo a totalidade do salário correspondente ao exercício.
Outra verdade que tem sido ocultada pelos defensores de Aristides Sousa Mendes: o cônsul condicionava a emissão de vistos e passaportes ao pagamento de verbas e à obrigatoriedade de contribuição para um estranho «fundo de caridade» por si próprio instituído e gerido, situação que viria a ser denunciada junto do MNE quer pelos serviços da embaixada britânica quer por muitos dos que beneficiaram das «facilidades» de Mendes.
Também esclarecedora para a verdade sobre Sousa Mendes é a carta que o Embaixador Carlos Fernandes(*) dirigiu, em Maio de 2004, a Maria Barroso Soares, presidente da entretanto criada «Fundação Aristides de Sousa Mendes», quando esta pretendeu promover uma homenagem nacional, custeada com dinheiros públicos, ao antigo cônsul.
O DIABO teve acesso à referida missiva, bem como a algumas «notas soltas» que o embaixador lhe juntou, que aqui publicamos na íntegra.
«Lisboa, 5/5/04
Senhora Dra. Maria Barroso Soares
Um antigo embaixador de Israel em Portugal, que foi «instrumental» na mistificação de Aristides de Sousa Mendes, publicou há dois dias no Diário de Notícias, a propósito do aniversário daquele antigo cônsul, um artigo de elogio a Sousa Mendes, reincidindo em duas mentiras que foram fundamentais para aquela mistificação:
a) que foi expulso da carreira diplomática;
b) que morreu na miséria (depreendendo-se que por ter sido expulso da carreira diplomática e sem vencimento).
Ora, tanto quanto eu pude averiguar, primeiro Sousa Mendes nunca foi da carreira diplomática, pertencendo sempre à carreira consular, que era diferente, e, em princípio, mais rendosa; depois, nunca dela foi expulso: como conclusão de um 5.º processo disciplinar, foi colocado na inactividade por um ano, com metade do vencimento de categorias e, depois desse tempo, aguardando aposentação com o vencimento da sua categoria (1.595$30 por mês) até morrer, sem nunca ter sido aposentado, situação mais favorável do que a aposentação.
Portanto, se morreu na miséria, ou pelo menos com grandes dificuldades financeiras, isso deve-se a outros factores que não à não recepção do seu vencimento mensal em Lisboa. Demais, A. Sousa Mendes viveu sempre com grandes dificuldades financeiras.
É óbvio que, quem tenha 14 filhos da mulher, uma amante e uma filha da amante não sairá nunca de grandes dificuldades financeiras, salvo se tiver outros rendimentos significativos, além do vencimento de cônsul.
Vi pelo artigo acima referido que a Sr.ª Dr.ª Maria Barroso é presidente da Fundação A. S. Mendes, e só por isso lhe escrevo esta carta e lhe remeto os elementos de informação anexos.
Eu escrevi sobre Sousa Mendes, de forma simpática, num livro publicado há dois anos (Recordando o caso Delgado e outros casos, Universitária Editora, Lisboa, 2002) de págs. 27 a 30, porque o conheci e tive ocasião de ajudar dois dos seus filhos, um em Lisboa e outro depois em Nova Iorque quando lá era cônsul.
Nada me move contra A. Sousa Mendes, antes o contrário, mas não posso pactuar com a mentira descarada e generalizada. Salazar é atacável por várias razões, mas não por ter «perseguido» A. Sousa Mendes, que, aliás teve problemas disciplinares em todos os regimes de 1917 a 1940.
Quando fui director dos Serviços Jurídicos e de Tratados do MNE, tive de estudar o último processo disciplinar de A. Sousa Mendes, de cuja pasta retiraram já muitas peças.
Por outro lado, o meu amigo Prof. Doutor Joaquim Pinto, sem eu saber, fez um estudo bastante completo sobre A. Sousa Mendes, e com notável imparcialidade.
Eu não pretendo vir a público atacar ou defender A. Sousa Mendes, e, por isso, nem penso rectificar o artigo do embaixador de Israel, mas em abono da verdade, e para seu conhecimento, entendo ser meu dever remeter-lhe uma cópia do estudo e notas em anexo, de que poderá fazer o uso que entender.
Com respeitosos cumprimentos,
Carlos Fernandes»"
In «O Diabo», n.º 1579, 03.04.2007, pág. 6
(*) Embaixador Carlos Augusto Fernandes, licenciado em Direito, com distinção, pela Faculdade de Direito de Lisboa. Entrou no MNE em Abril de 1948 como adido da Legação. Foi cônsul de Portugal em Nova Iorque e Encarregado de Negócios no Paquistão, Montevideu (Uruguai) e Venezuela. Foi conselheiro da Legação Portuguesa na NATO (Paris), Director Económico do MNE. Director dos Serviços Jurídicos e Tratados do MNE e Embaixador de Portugal no México, Holanda e Turquia.
-
o decepado
rei D. Afonso V apoiava o direito legitimo da sua sobrinha (e prevista esposa em segundas núpcias) ao trono castelhano, razão por que se deu a dita batalha. Duarte de Almeida estava responsável pelo estandarte real que defendeu incansavelmente mesmo depois de lhe terem cortado as mãos, segurando-o com os braços e com os dentes até ser aprisionado pelas tropas castelhanas. No fim da batalha, o Alferes-mor foi tratado em Espanha e só meses depois regressou a Portugal para viver com a família no Castelo de Vilarigas herdado do pai. Duarte de Almeida, apesar de todas as referências discretas e de ser homenageado quase apenas em Espanha, é um símbolo admirável e indiscutível de patriotismo para os portugueses em particular
Tanto patriotismo e só foi lembrado em Espanha dizem que o seu brasão está reproduzido num dos palácios do rei de Espanha.
-
Já referido.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2Fcaderneta3am.jpg&hash=c0718250bf78991532646c80e2b08a50)
-
Português levou Descobertas de Galileu até à China
Em 1615, cinco anos depois de Galileu Galilei ter anunciado as suas descobertas em livro, o jesuíta português Manuel Dias publicou na China o seu livro Tien Wen Lueh. Foi através deste livro que as novidades científicas do astrónomo florentino chegaram pela primeira vez ao conhecimento dos intelectuais chineses. A obra está a ser estudada por dois portugueses
O livro é um diálogo entre um ocidental e um chinês. Às perguntas do oriental, o primeiro fala de astronomia e de cosmografia e relata, no fim, em pormenor, as descobertas de um grande sábio ocidental, com um "maravilhoso instrumento", que mostra "a Lua mil vezes maior". O livro, escrito em chinês, tem por título Tien Wen Lueh (Tratado de Questões sobre os Céus) e foi publicado na China, em 1615. O seu autor chamava-se Manuel Dias e era um jesuíta português. Foi pelo seu punho que a China tomou conhecimento, pela primeira vez, das descobertas realizadas por Galileu, cinco anos antes, graças às observações com telescópios.
"Este é um episódio central da ciência portuguesa, no que ela produziu de disseminação do conhecimento no mundo", explica o físico Henrique Leitão, investigador do Centro de História das Ciências da Universidade de Lisboa que, juntamente com o sinólogo português Rui Magone, do Instituto Max Planck de História da Ciência, em Berlim, está a fazer o primeiro estudo detalhado sobre aquela obra de Manuel Dias e as suas repercussões no Oriente.
Certamente um dos primeiros episódios de globalização do conhecimento e de descobertas científicas - praticamente em tempo real, já que uma viagem entre a Europa e a China demorava naquela época cerca de um ano - a publicação de Tien Wen Lueh não era ignorada. "O livro estava referenciado, mas o seu conteúdo científico nunca tinha sido lido e analisado, como estamos a fazer", conta Henrique Leitão.
O estudo dos dois investigadores portugueses, que já têm novidades para contar, será publicado ainda este ano, em inglês, e disponibilizado on line, no âmbito de um projecto do Instituto Max Planck. O objectivo é pôr na Internet, ao longo dos próximos anos, vários textos científicos escritos na China por autores portugueses. Tien Wen Lueh, de Manuel Dias, e o seu estudo crítico serão os primeiros.
Mas o que pode já dizer-se daquela obra do jesuíta português?
Apesar de conhecida a sua existência, a sua leitura por historiadores da ciência nunca tinha sido feita. Por isso, neste momento, já é possível afirmar que, em Tien Wen Lueh, Manuel Dias fala de todas as descobertas que o próprio Galileu tinha anunciado, apenas cinco anos antes, em 1610, no seu livro Siderius Nuncius.
Estão lá as novidades de que a Lua tem promontórios e depressões, que Vénus tem fases, como a Lua, que há muito mais estrelas no céu do que aquelas que se vêem a olho nu, que Júpiter tem duas pequeninas estrelas ao lado (os seus satélites) e que Saturno tem uma configuração estranha, com um corpo de cada lado - Galileu não percebeu que eram anéis. O jesuíta português não menciona, no entanto, o nome de Galileu, talvez porque isso não fosse relevante para os leitores chineses.
O publicação do seu livro na China, essa sim, foi relevante. "Até ao século XVIII, foram feitas várias edições para as bibliotecas imperiais, o que demonstra a sua importância junto dos intelectuais chineses", conclui Henrique Leitão.
DN
-
Algumas histórias sobre portugueses
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2F1.bp.blogspot.com%2F_7Rrj_RsVTcs%2FRoy3HJWi0vI%2FAAAAAAAAAdE%2FYLBOM1bVEJc%2Fs200%2Ffoto_rainer.jpg&hash=9ee11e6cc67231e71bea73b004f73ede)
Por Rainer Daehnhardt
«Um certo dia, num jantar entre o embaixador alemão e um ministro português – jantar no qual eu fui intérprete – o embaixador perguntou ao ministro português o que fora feito de uma certa lei, redigida e publicada havia já algum tempo atrás, pois não via os resultados. Então, o nosso ministro disse-me para explicar ao embaixador que essa lei não «pegou»… Como explicar a um cérebro germânico que uma lei, feita e publicada, não «pegue»? (…) estávamos perante uma atitude nitidamente lusitana.»
«Um oficial meu amigo esteve lá naquela manhã (no 25 de Abril), na esquina histórica da Rua do Arsenal com o Largo do Município, e contou-me. Eram três blindados de um lado e cinco do outro, sendo uns comandados por uma facção e os outros pela facção inimiga. Em qualquer parte do mundo, os blindados disparariam e os prédios iriam pelo ar mas, não esquecer, estávamos em Portugal e o que aconteceu então?
De um dos lados, alguém perguntou: «É pá! O que é que vocês estão a fazer aí?» Do outro responderam-lhe: «É pá, a gente recebeu ordem do nosso coronel Não Sei Quantos». «Mas nós recebemos ordens do general Não Sei Quê. Vê lá o que fazes! Olha que eu tenho mulher e filhos lá em casa» – tornou o primeiro.
Argumentar que se tem mulher e filhos lá em casa, numa situação de guerra?! Eu não conheço povo tão espantoso como o lusitano, mestre em arranjar as últimas das últimas hipóteses para salvar a situação.
E como terminou a situação?
Ficaram lá… Os três blindados de um lado e os cinco blindados do outro, enquanto os militares saíram de dentro deles para trocarem cigarros. Olhe que estiveram no local durante sete longas horas, à espera de reconfirmação de ordens…
A vontade do lusitano não é a de matar mas, sim, o desejo de arranjar uma forma de convivência pacífica, conforme se revela em toda a história de Portugal.»
«O lusitano tem uma capacidade inédita em relação aos outros povos: a capacidade de filtrar, de aceitar o invasor de uma forma não belicosa, só recebendo dele aquilo que acha conveniente e necessário mas rejeitando tudo o resto. Trata-se de uma atitude feminina mas de elevada grandiosidade porque outros povos, que rejeitam totalmente o invasor, acabam por sucumbir, mais cedo ou mais tarde, bastando surgir um adversário com mais força.»
«A Polícia monta, nas estradas, um sistema de radar para multar quantos automobilistas sigam com excesso de velocidade. Pois os portugueses, ao saberem que ali está um sistema desses, avisam os outros condutores do perigo, abrindo e fechando as luzes dos máximos… É que o adversário do lusitano é a autoridade.»
«O português é o mais pretendido de todos os trabalhadores no estrangeiro, estando à cabeça da lista dos operários que se desejam, devido à sua fabulosa capacidade de se adaptar às circunstâncias e de arranjar soluções.
(…) o próprio termo «desenrascar» não é entendido pelos estrangeiros…»
«Nos países nórdicos as brigas acabam em problemas entre advogados, nos Estados Unidos sai logo tiro de pistola, em Espanha rapam da navalha e espetam-na com grande facilidade, e em Portugal como é que é a briga?
Num restaurante qualquer, por causa de um copo de vinho a mais, alguém começa a briga e o primeiro gesto é o de empurrar a cadeira para trás, de forma a toda a gente ouvir. Abre a camisa, rompendo os botões caso seja necessário, e grita: «Tiramos o casaco e vamos já lá para fora !» Depois salta a história da genealogia da avó e da mãe do outro, com insultos de todo o género, só no fim se escutando o grande grito: «Agarrem-me, senão eu mato esse gajo!»
E o homem fica desejoso que alguém o agarre… Este é o caminho de quem está a tentar arranjar solução atrás de solução para, realmente, evitar o pior.»
-
De um dos lados, alguém perguntou: «É pá! O que é que vocês estão a fazer aí?» Do outro responderam-lhe: «É pá, a gente recebeu ordem do nosso coronel Não Sei Quantos». «Mas nós recebemos ordens do general Não Sei Quê. Vê lá o que fazes! Olha que eu tenho mulher e filhos lá em casa» – tornou o primeiro.
Argumentar que se tem mulher e filhos lá em casa, numa situação de guerra?! Eu não conheço povo tão espantoso como o lusitano, mestre em arranjar as últimas das últimas hipóteses para salvar a situação.
E como terminou a situação?
Ficaram lá… Os três blindados de um lado e os cinco blindados do outro, enquanto os militares saíram de dentro deles para trocarem cigarros.
Obviamente que este diálogo não foi nem de perto, nem de longe assim. Está bem documentado, com registos tanto de uma "facção", como da outra.
-
o decepado
rei D. Afonso V apoiava o direito legitimo da sua sobrinha (e prevista esposa em segundas núpcias) ao trono castelhano, razão por que se deu a dita batalha. Duarte de Almeida estava responsável pelo estandarte real que defendeu incansavelmente mesmo depois de lhe terem cortado as mãos, segurando-o com os braços e com os dentes até ser aprisionado pelas tropas castelhanas. No fim da batalha, o Alferes-mor foi tratado em Espanha e só meses depois regressou a Portugal para viver com a família no Castelo de Vilarigas herdado do pai. Duarte de Almeida, apesar de todas as referências discretas e de ser homenageado quase apenas em Espanha, é um símbolo admirável e indiscutível de patriotismo para os portugueses em particular
Tanto patriotismo e só foi lembrado em Espanha dizem que o seu brasão está reproduzido num dos palácios do rei de Espanha.
Não é exactamente verdade.
Uma das minhas equipas (quando na adolescência fui escuteiro) chamava-se precisamente Duarte de Almeida
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.arqnet.pt%2Fimagens3%2Fimag030401.jpg&hash=b244359c235c2a922d980a8a46970944)
PS - Penso que a sua armadura de cavalaria está exposta num museu espanhol (Toledo, se não me falha a memória). Será a única (?) portuguesa da época existente.
PS2 - Encontrei na net
Caro Amigo
Posso confirmar que efectivamente a armadura de D. Duarte de Almeida se encontra na Catedral de Toledo, mais propriamente na segunda Capela à esquerda de quem entra, com a denominação de Capela de Santiago.
Está aparentemente em bom estado de conservação e mesmo estando de lado para quem entra na Capela, penso estar exposta com dignidade.
A Capela apenas é aberta ao público uma vez por ano (por altura das festas de Santiago) e aguardo uma oportunidade para poder estar presente oportunamente num desses dias.
Informo-o de que consegui uma foto no ano passado e que por isso quase tive problemas na catedral, mas depois de tentar explicar o quanto significava aquela precisidade ansentiram em me deixar tirar uma foto (com flash) de um angulo não muito favoravel.
Termino dizendo que ficarei disponível para mais troca de informação e parabéns pela leitura do "Homens, Espadas e Tomates", bem como a demonstração pública de uma indignação que já não é só minha.
Um abraço
jose.mendez(dot)sapo.pt
-
Será que alguem consegue arranjar uma fotografia da armadura do decepado??
Cumps
-
Como o orgulho de uma nação, não é só por grandes feitos de Armas e de Grandes Capitães, mas também nos seus cientistas e inventores com as suas inovações tecnológicas, aqui vai um nome que além de esquecido é desconhecido ... :wink:
Padre Himalaya
O Leonardo Da Vinci Português
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg31.imageshack.us%2Fimg31%2F9462%2Fhimalaya.png&hash=2b6bc1f6fadf8a31beea4375c61f1334)
Manuel António Gomes nasceu em 9 de Dezembro de 1868, em Cendufe, concelho de Arcos de Valdevez, no seio de uma família de lavradores pobres.
Nascido em pleno liberalismo, numa sociedade rural, as conflituosidades políticas entre legitimistas e constitucionalistas não se fizeram sentir na sua infância. Segundo Jacinto Rodrigues: “A religiosidade popular abraçava, no seu manto de magia e superstição, a maioria da população agrária do país”. Cresceu num clima de curandeirismo e de histórias de tesouros escondidos nas fráguas. Fez os estudos elementares, entre os 7 e os 11 anos, no Souto, aldeia perto de Cendufe.
Em 1882 inscreveu-se no seminário de Braga, frequentando o Colégio Espiritano, criado para seminaristas pobres. Tinha então 15 anos. Nesta altura, embora a força da Igreja fosse grande, florescia uma nova burguesia, possuidora de novas mentalidades, fruto do acompanhamento do progresso tecnológico. No colégio adquiriu o gosto pelo experimentalismo e pela intervenção técnica, graças aos métodos de ensino inovadores ali praticados, nomeadamente ao nível da agricultura e da física. Assim, a partir de 1889, propõe-se aumentar naturalmente a fertilidade dos solos, através da captação do azoto atmosférico, com um aparelho capaz de o transformar em “azotatos de amoníaco”. Mas este aparelho só viria a ser inventado, em parte, em 1898, pelo professor alemão Linde.
Durante o seminário modificou o seu nome de baptismo, acrescentando-lhe Himalaya, devido à alcunha que um seu colega lhe destinara por ser de elevada estatura. Não mais deixou de assinar este nome.
Aluno irrequieto e pouco dado à bajulice, aberto às novas correntes filosóficas, leu todas as obras fundamentais na sua época, sobre História, Química, Física, Geologia, Botânica, Zoologia, entre outros assuntos, graças à bem apetrechada biblioteca do Seminário e ao Bispo Crisóstomo Amorim Pessoa, que a recheara com mais de 7000 volumes. A irreverência do seu pensamento filosófico valeu-lhe alguns deméritos de professores que considerava “imbecis e incompetentes”. Apesar destas atribulações é sujeito, em 1886, às inquirições, onde várias testemunhas atestam a sua idoneidade familiar, permitindo-lhe completar o seminário preparatório em 21 de Junho de 1887 e iniciar o curso teológico. Terminado este, em 2 de Junho de 1890, vai leccionar para o Colégio da Formiga, em Ermesinde, até se tornar padre, a 26 de Julho de 1891. É neste colégio que inicia as suas investigações solares.
Depois de ordenado padre ruma a Coimbra, com o intuito de frequentar o curso de Matemática, tornando-se capelão no Colégio dos Órfãos e posteriormente vice-reitor. Mas não chega a concretizar esta vontade, pois em 1892 decide demitir-se solidariamente com o reitor, na altura acusado de usar violência nos castigos aplicados a alguns órfãos. Depois deste episódio, vive algum tempo em Vila Real, onde conhece a família de Manuel Brown Van Zeller, que vivia na Casa de Montezelo, em Fânzeres, tornando-se preceptor dos seus filhos. Em simultâneo escreve artigos para o jornal «A Palavra», exprimindo a sua ligação à doutrina social da Igreja, exposta pelo papa Leão XIII.
Durante cinco anos (1892-1897) mantém uma estadia intermitente em casa dos Van Zeller, tendo, provavelmente neste período, visitado o continente Africano como missionário, onde contrai a malária, e as termas de Bad Worishoffen, na Alemanha, para uma cura pela água. A partir de 1893 começa também a percorrer as províncias do centro e sul do País, recolhendo exemplares da flora portuguesa, dedicando-se ao estudo das plantas e da agricultura em geral, provavelmente influenciado pelas doutrinas de Sebastian Kneipp, director da estação hidrotermal de Bad Worishoffen e adepto da fitoterapia. Neste trabalho é coadjuvado pelo Dr. Júlio Henriques, director do Jardim Botânico de Coimbra e tradutor do Dicionário Botânico e Medicinal de Muller, o qual formara um conjunto de pessoas no intuito de organizar a pesquisa da flora portuguesa, nomeadamente a sistematização das plantas medicinais. É o anotador da 3ª edição do livro «Tratamento pela Água» de Kneipp, reeditado em 1896, a partir da anterior edição portuguesa (traduzida por Alves de Araújo, professor do liceu de Braga), que fará dele um conhecido terapeuta do «Kneippismo» em Portugal. O padre Himalaya será acompanhado durante toda a vida pelo naturismo e pela sua concepção terapêutica.
Em 1898 aceita o lugar de professor no Colégio da Visitação, no Porto, aproveitando o tempo livre para os estudos das ciências e da botânica médica. Fabrica, ele próprio, a partir de plantas medicinais, elixires, pomadas e chás que oferece aos familiares e amigos, assim com às populações mais pobres. Ao mesmo tempo, dirige as obras de ampliação do Colégio e dedica-se à radiestesia, conseguindo descobrir água nos terrenos da Instituição. É encarregue das obras de construção da ala norte do novo edifício, anexo ao Colégio. Foi, provavelmente, o autor do projecto de uma parte da estrutura metálica da obra, assim como da estrutura da capela. Este facto pode estar na origem do seu contacto com a Fábrica de Massarelos, vanguardista na tecnologia europeia no domínio da metalo-mecânica e das fundições. Deste contacto poderão ter surgido os seus conhecimentos sobre fornos.
Adere, neste período, como sócio fundador, ao Círculo Católico Operário do Porto. As tentativas de reorganização da Igreja fazem face, entre 1890 e 1910, à ascensão do movimento maçónico e republicano. O padre Himalaya abandona, progressivamente, as querelas partidárias e procura apoio em vários quadrantes ideológicos. O seu objectivo principal é “instaurar uma alternativa tecnológica nova, baseada na organização territorial e social, assente em energias renováveis”. Será este o seu percurso no futuro.
Após a frequência dos cursos livres de Química do Dr. Ferreira da Silva, que possuía bons amigos em França, muda-se na Primavera de 1898 para Paris, para prosseguir os estudos e construir a 1ª máquina solar. Esta deslocação foi patrocinada por D. Emília Josefina dos Santos.
Com o forno solar o padre Himalaya pretendia obter azotatos da atmosfera e com eles produzir fertilizantes para a agricultura. A primeira máquina solar foi construída em Neully sur Seine, e aqui decorreram as primeiras experiências. A segunda terá sido montada no Verão de 1900, em Sorède, uma pequena aldeia de montanha dos Pirinéus Orientais, junto à fronteira Espanhola, a partir de peças mandadas construir em Paris. A montagem decorre numa atmosfera de espionagem industrial, sendo o padre Himalaya acompanhado pelo Capitão Bazeries, responsável por questões de segredo militar. O 2º modelo do “Pyrheliophero” é montado a cerca de 5 Km da aldeia, numa colina junto às ruínas da Ermida de Castel d’Ultrera. Sobre uma plataforma de pedra e areia são assentes carris circulares, sobre os quais deslizava a estrutura de suporte, que podia ser orientada de acordo com a posição solar. A campânula era em forma de calote esférica, com centenas de espelhos, e estava suspensa na estrutura por dois eixos, que permitiam uma orientação vertical ou horizontal. O padre Himalaya orientava-a verticalmente, apontando os reflectores para o sol e fazendo incidir o ponto focal na boca do pequeno forno refractário. Numerosos ensaios permitiram-lhe redigir num manuscrito, um relatório das experiências realizadas, assim como alvitrar novas metodologias para a construção da “lente metálica”, tendo sempre como principal objectivo a obtenção de fertilizantes nitrosos.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg198.imageshack.us%2Fimg198%2F4517%2Fsolar.png&hash=78de868020afd7f064adb1006f2b9508)
Em Março de 1901 viaja até Londres, onde estabelece um contrato com a Condessa de Penha Longa, viúva do banqueiro Pinto Leite, constituindo uma sociedade para explorar esta invenção: aparelho óptico para utilizar praticamente o calor do sol nas artes metalúrgicas e químicas e em todos os ramos da indústria. O padre Himalaya cede à sociedade a sua invenção, assim como as patentes já registadas em França, Espanha e Bélgica, comprometendo-se a prosseguir o seu trabalho e a realizar todos os aperfeiçoamentos necessários, enquanto a Condessa disponibiliza o capital necessário para a construção dos dois primeiros aparelhos de demonstração e para a mensalidade a pagar ao padre pelo seu trabalho. Responsabiliza-se ainda pelo pagamento e registo de novas patentes. No seguimento deste contrato, regressa a França, onde executa um protótipo-miniatura experimental e prossegue os seus contactos no meio universitário e científico Parisiense. Em Setembro desloca-se para Lisboa, instalando-se no palacete da Condessa, junto à Lapa, onde reformula e simplifica os projectos de construção de forma a que os aparelhos possam ser construídos em Portugal e com custos reduzidos. Mostra-se céptico quanto à possibilidade de construção dos reflectores de que necessita, assim como da sua eventual qualidade.
Em Abril de 1902, na Tapada da Ajuda, é feita a primeira demonstração pública do funcionamento do “Pyrheliophero”, que se traduz num enorme fiasco! Erros na construção da máquina levam a que o foco de luz saia distorcido, derretendo o seu próprio suporte. A relação contratual com a Condessa é reformulada e o entusiasmo desta no projecto torna-se praticamente nulo, julgando o padre como um simples visionário após ler o relatório de um exame efectuado à invenção, encomendado a um engenheiro civil português, um tal António Teixeira Júdice.
Desalentado, mas com o firme objectivo de construir um aparelho que possibilite a geração de temperaturas na ordem dos 6000 a 7000 graus (tarefa impossível de acordo com as leis da termodinâmica), o padre Himalaya regressa a França, onde constrói nova máquina, mais aperfeiçoada, possivelmente ainda com o apoio da Condessa de Penha Longa. É ainda graças a nova reformulação do contrato com esta senhora que consegue apoio para se deslocar aos Estados Unidos, à Exposição Universal de St. Louis, em Abril de 1904. Todavia, e devido ao seu insucesso em Portugal, o “Pyrheliophero” não constava do conjunto de mostragens da representação Portuguesa!
Mais tarde ele pode exibir a sua invenção. A sua montagem é morosa e difícil, talvez devido aos trambolhões da viagem. Finalmente, em Outubro, é realizada a primeira experiência. A multidão apinhava-se, como habitualmente, à entrada da exposição. O invento do padre Himalaya, pela sua imponência (80 m2 de superfície reflectora) e novidade tecnológica, exercia grande atracção sobre os visitantes e a demonstração do seu funcionamento é feita com enorme êxito. Consegue gerar temperaturas da ordem dos 3000-4000 graus, derretendo todos os materiais que coloca sob o foco de luz, sendo premiado com o “Grand Prize da Louisiana Purchase Exposition”. A revista Scientific American publica, nesta altura, um artigo do seu correspondente em St. Louis, intitulado “A Solar Reducing Furnace”, o qual vem credibilizar este invento junto da comunidade técnico-científica. Para além deste prémio, o padre Himalaya fora convidado para integrar o Júri das Artes Liberais, tendo recebido esta honra como se de um grande prémio se tratasse.
Contudo, a montagem do “Pyrheliphoro” não se fez com o dispositivo para a transformação do azoto em azotatos, não estando equipado com o reservatório e forno destilatório previstos nos planos efectuados em França. Não se sabe se tal se deveu ao receio de que a experiência não fosse bem sucedida, ou à premente falta de meios para a sua execução. Assim, não foi demonstrada a sua capacidade produtiva e o seu potencial comercial, geradores de eventuais interesses financeiros, mas apenas a sua capacidade de gerar altas temperaturas. A produção industrial de azotatos com um forno eléctrico veio a concretizar-se em 1905, na Noruega, por Birkeland e Eyde.
Aos vencedores premiados da Exposição Universal foi proporcionada uma viagem de estudo por vários locais dos Estados Unidos. Nesta, o padre aproveitou para estabelecer contactos e relações de amizade que lhe foram valiosas em anos futuros.
Quando regressou ao recinto da feira, a sua máquina solar tinha sido completamente despojada dos 6117 espelhos côncavos de cristal, assim como do mecanismo de relojoaria. A sua desmontagem era caríssima e a Condessa de Penha Longa tinha abandonado o projecto de pesquisa sobre a energia solar. O armazém previsto para guardar a máquina nunca se concretizou!
De acordo com Jacinto Rodrigues, quer em França, quer nos Estado Unidos, as forças económicas da altura não se mostraram interessadas no aproveitamento da energia solar, estando mais empenhadas na exploração petrolífera. Era a hora do petróleo, dos automóveis Ford e do “progresso” que não olhará a meios para impor a sua ganância destruidora da natureza.
Aquando da sua estadia em Londres tornara-se vegetariano, aperfeiçoando os seus conhecimentos em dietética. Após os desaires na sua “investigação solar”, tenta sobreviver nos E.U.A., voltando à Naturopatia, fabricando os “organic salts”, pastilhas à base de cinza e sumo de limão e preparando elixires para a calvície. Mas voltou a não ser bem sucedido! Durante esta estadia torna-se amigo de Adele Marion Fielde, sufragista e antiga missionária baptista, que se tornara defensora dos direitos cívicos das mulheres. Esta aconselha o padre a entrar em contacto com o Carnegie Institute, o qual criara um observatório de investigação solar no Mont Wilson, na Califórnia, em 1904. A pedido do Dr. Woodwards desta instituição, o padre Himalaya escreve um livro sobre as suas investigações acerca das energias renováveis, intitulado “The forces of Nature”. O manuscrito em inglês, encontrado no seu espólio, nunca chegou a ser publicado, restando apenas um texto incompleto de três capítulos dos seis referidos no índice.
Não abdicando das suas investigações ao nível da energia solar, pretendeu realizar fotopilhas, transformando de forma directa a luz solar em electricidade, realizando algumas pesquisas e traçando numerosos esquissos. Como a Carnegie Fondation, assim como a Condessa de Penha Longa, não se encontravam disponíveis para o apoiarem financeiramente, o padre Himalaya passa a interessar-se também por explosivos, dados os seus conhecimentos químicos e a abertura no mercado para este tipo de produto. Monta na sua casa de Washington um laboratório e nele fabrica a “Pólvora Sem Fumo” ou Himalayite, patenteada em Maio de 1907 com a designação “Process of Making Smokeless Powder”. Esta pólvora cloratada é testada primeiro em pedreiras e posteriormente em vários arsenais do exército norte americano. A Himalayite resiste a grandes choques, fricções e temperaturas sem perigo de explosão, sendo fabricada com produtos de origem vegetal e mineral, de fácil obtenção e baixo custo.
De regresso a Lisboa, em Setembro de 1906, a receptividade aos seus trabalhos aumentou, sendo publicados artigos sobre os seus inventos em várias revistas, realçando, em particular, a descoberta do explosivo. A firma da Condessa de Penha Longa, a Pinto Leite & Brothers, interessa-se por este invento, sendo o padre convidado a realizar testes na quinta da Condessa, em Sintra. O Ministro da Guerra, Vasconcelos Porto, e o próprio Rei D. Carlos assistem a alguns ensaios dos explosivos. Em breve estabelece novo contrato com a Condessa para a exploração deste invento em Portugal e Colónias, assim como no mundo. Regista várias patentes de invenções de pólvora, em Inglaterra e também em Portugal.
Na Escola Prática de Artilharia de Vendas Novas realizam-se estudos comparativos sobre os efeitos destrutivos da Himalayite e da Schneiderite. Conclui-se que a primeira não é própria para o carregamento de petardos, mas o seu preço torna-a interessante para a utilização em minas e granadas.
Em 1908 o padre Himalaya adere à Academia de Sciências de Portugal, onde profere diversas conferências e participa em vários congressos. Nas suas intervenções é manifesta a preocupação com o ordenamento territorial do País, expresso nas suas teses de aproveitamento das energias renováveis, com vista a um desenvolvimento sustentado. Na sua comunicação “Alguns problemas de economia e higiene pública” o padre Himalaya propõe as seguintes linhas de actuação para o ordenamento e prosperidade económica da “nação portuguesa”:
1 – Irrigação dos terrenos cultivados e arborização das montanhas e terrenos não aráveis. Sugere o estudo aprofundado das espécies de árvores mais vantajosas para cada tipo de situação, assim como dos métodos técnicos de construir presas, albufeiras, barragens, açudes, etc., para o aproveitamento das águas provenientes de uma precipitação irregular. Para tal aconselha um estudo comparativo das legislações nacionais e estrangeiras, com vista à elaboração de um projecto de lei que promova semelhantes actividades nas diferentes regiões do país;
2 – Utilização das quedas de água e outras chamadas forças naturais. Prevê o esgotamento dos combustíveis fósseis, propondo estudos hidrográficos dos principais rios do continente, com vista à construção de barragens, o aproveitamento da energia das marés, o estudo do regime dos ventos e brisas para os utilizar como força motora, assim como a elaboração de legislação que facilite a aquisição dos direitos de utilização destas energias;
3 – Métodos racionais de promover a cultura intensiva dos pousios e charnecas aráveis. Propõe o levantamento de todos os terrenos incultos existentes no país, o estudo dos métodos a utilizar na sua fertilização e a determinação das espécies e variedades de cereais ou outras culturas agrícolas mais apropriadas, bem como os meios de valorização dos produtos obtidos para consumo interno e exportação;
4 – Melhoramentos a introduzir nas indústrias piscatórias. Recomenda a construção de açudes nos rios e a introdução de plantas e peixes exóticos, mais resistentes e vigorosos do que os indígenas. Sugere também que se aperfeiçoem as técnicas de conservação do pescado;
5 – Plantas e animais nocivos à agricultura e à higiene pública. Desmistifica a animosidade popular relativa a animais como o ouriço cacheiro, a doninha, o sapo e a coruja, valorizando a sua contribuição benéfica no controlo de pragas agrícolas. Propõe o estudo das plantas invasoras e venenosas, dos insectos nocivos e dos agentes da doença dos castanheiros e doutras árvores e das técnicas a utilizar no seu controlo e erradicação. Recomenda ainda o estudo das plantas e animais úteis à agricultura e à higiene humana e meios de os propagar;
6 – Meios eficazes de promover o robustecimento da raça. Segundo o padre Himalaya, a espécie humana definha e extingue-se em todas as grandes cidades em 3, 4 ou 5 gerações. Se não existisse a emigração constante de indivíduos dos campos, ou de pequenas povoações, as grandes cidades ficariam reduzidas a simples aldeias no espaço de pouco mais de um século. Aponta como causas a impureza do ar respirado, a alimentação predominantemente à base de produtos de origem animal e a ingestão de diversos venenos, como o excesso de bebidas alcoólicas, café, chá, tabaco e abuso de medicamentos. Critica também a quase completa ausência de “exercícios enérgicos ao ar livre e à luz”. Propõe o estudo de meios práticos para extinguir as poeiras e diminuir a quantidade de micróbios patogénicos nas habitações, fábricas e lugares públicos; o estudo da alimentação humana com a determinação do valor nutritivo de vários alimentos de origem animal e vegetal; o estudo dos efeitos perniciosos do tabaco, bebidas alcoólicas, estimulantes e medicamentos venenosos; o estudo de meios para a “prática de exercícios enérgicos ao ar livre”, sobretudo pelas crianças, “a fim de conseguirem o desenvolvimento normal do organismo e da personalidade”.
Noutra conferência, proferida em 2 de Março de 1909, sobre o Porto de Lisboa, em construção desde 1887, o padre critica as construções existentes, que no seu entender desvalorizam esteticamente a zona que vai da Alfândega à Torre de Belém; defende um cais portuário desde Sta. Apolónia até aos Olivais, propondo uma arrojada plataforma de meio quilómetro sobre uma estacaria de cimento armado e, numa antevisão da actual ponte Vasco da Gama, propõe a construção de uma ponte levadiça na zona do Beato em direcção ao Montijo. Finalmente, defende o aproveitamento das marés para o fornecimento de energia hidroeléctrica a Lisboa e a construção de uma estação de caminho de ferro em Cacilhas, para embarque do minério e de outras mercadorias.
O contexto social e político da altura não favorece a visibilidade e concretização destas propostas. O atentado e morte de D. Carlos, em 1 de Fevereiro de 1908, é o culminar da agitação entre as forças políticas e as classe sociais. O padre Himalaya diversifica as suas relações tácticas; ao estabelecer relações com a Banca e com os meios militares, assegura contactos com o governo monárquico, enquanto as suas relações com a Academia de Sciências de Portugal, hegemonizada por republicanos e maçónicos, lhe facilitam a transição para o novo regime republicano.
Após algum tempo de pesquisa de terrenos, o padre Himalaya, à frente da Companhia Himalayite entretanto formada, constrói a fábrica da pólvora, na Quinta da Caldeira, no Seixal. Esta Companhia resultou novamente da participação da Condessa de Penha Longa, em conjunto com outros investidores da aristocracia enriquecida, os quais previam um negócio chorudo. O padre vai viver para a Quinta, instalando-se no edifício situado em frente ao moinho de maré do Seixal. Esta proximidade levou-o a conceber um plano para um moinho de múltiplas funções, voltando a defender, em 15 de Abril de 1913, na Academia de Sciências de Portugal, a utilização da energia das marés.
Durante a sua estadia na Quinta da Caldeira, o padre Himalaya passa a contar com a presença de uma rapariga vinda de Cendufe, sua aldeia natal, de nome Rosa Cerqueira, que terá tido as funções de governanta, mas passava por ser sobrinha do padre, para se evitarem falatórios…
O tremor de terra de Dezembro de 1908, em Messina, na Sicília, levou a que a questão da segurança na construção das habitações passasse a ser discutida em Portugal. A Academia das Sciências, por sugestão do padre Himalaya, propõe à Câmara Municipal de Lisboa a utilização do cimento armado como material mais conveniente para resistir aos terramotos. Em 23 de Abril de 1909 dá-se um abalo sísmico na região de Lisboa, sobretudo na zona de Benavente. A Academia organiza uma sessão pública na Sociedade de Geografia, subordinada ao tema da sismicidade, onde Melo e Simas apresenta uma explicação para os fenómenos sísmicos baseada numa conjugação de fenómenos astronómicos e o padre Himalaya apresenta uma explicação mais telúrica, afirmando que os vulcões e focos sísmicos eram causados pela água sobreaquecida.
Nas suas numerosas conferências na Academia das Ciências de Portugal, o padre Himalaya aborda os mais variados temas, desde a teoria da evolução de Darwin, que compatibiliza com o texto bíblico, à homenagem ao padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão, por ocasião da comemoração de bicentenário da sua experiência de ascensão de um balão de ar quente. Elabora uma tese, segundo a qual, Bartolomeu de Gusmão fora o pioneiro na descoberta do hidrogénio, tendo utilizado este gás para fazer a ascensão do balão. Elogia frequentemente o modelo americano de pluralidade de religiões e liberdade de ensino, assim como a sua experiência na técnica hidráulica.
Em Maio de 1910, no Congresso Nacional, a propósito da apresentação de soluções para a crise económica, agrícola e comercial, critica a opção pelo trigo, quando considera que existem outros cereais que se adequam melhor aos solos portugueses, como o milho e o centeio, que também produzem óptimo pão. Defende ainda que os terrenos não cultivados devem ser expropriados. Esta posição causa algumas reacções na ala mais conservadora do congresso, que a cataloga como mais um “elixir do sacerdote”.
A 5 de Outubro de 1910 é implantada a República. O padre Himalaya parece totalmente à vontade dentro deste novo regime. A Academia de Sciências de Portugal é oficializada, ganhando uma importância decisiva na nova sociedade portuguesa, ao contrário da sua congénere, Academia de Sciências de Lisboa. Da primeira saem alguns membros que irão ocupar lugares de destaque no governo.
padre Himalaya apresenta uma proposta para a nova bandeira nacional, de cores vermelha e verde, onde o emblema assenta sobre “um sol radiante com quatro feixes de raios alongados, de forma a se assemelharem à cruz de Cristo”, a qual deverá exprimir simbolicamente a expansão da nacionalidade. A sua sugestão para a criação da nova moeda portuguesa, dividida em parcelas decimais de um tostão, apresentada a 20 de Julho de 1909, é aceite pela República através da implantação do escudo.
A este envolvimento do padre Himalaya na vida social e política corresponde uma crise na Companhia Himalayite, onde se instala um clima de suspeição, que levará a um processo jurídico arrastado durante anos. Enquanto isto, ele vai utilizando os explosivos para trabalhos camarários. Realiza experiências em 1912, em Braga, na pedreira de Guadalupe, e em Viana do Castelo, na pedreira de Crúzios, sendo sempre acompanhado por uma senhora americana, Adelaide Heaton, mãe de um importante homem de negócios americano.
Quando regressa de Viana do Castelo para Lisboa regista nova patente, em 25 de Setembro de 1911, desta vez de “Um motor directo”. Torna-se sócio fundador da Sociedade de Chímica Portuguesa, em Janeiro de 1912. Entre finais de 1912 e princípios de 1913 existem fortes probabilidades do padre Himalya se ter deslocado aos E.U.A., a convite do filho da senhora Heaton. Jacinto Rodrigues não conseguiu determinar se tal assim se passou. Sabe-se apenas que se ausentou durante vários meses das assembleias da Academia de Sciências de Portugal.
Nesta altura, eram já do conhecimento público as experiências realizadas na América para fazer chuva artificial, assim como o descrédito em que tais teorias tinham caído. No Verão de 1913 uma seca enorme afligia o país, sendo o Alentejo a região mais afectada. O padre Himalaya apresenta, em Julho desse ano, uma comunicação sobre o processo de fazer chover, afirmando que o seu método é diferente do americano, baseando-se numa acção conjugada vertical e horizontal sobre um prisma de ar provocado pelo tiro sincronizado de vários canhões. Pouco tempo depois, a comissão encarregue do estudo desta proposta desloca-se com o padre Himalaya à Serra da Estrela, onde se procedeu à experiência. Houve gente que afirmou terem caído umas gotas de chuva nesse dia quente de Verão! Mas o método foi abandonado por ser demasiado caro, tendo os anos seguintes sido mais pluviosos.
É durante este ano que o padre Himalaya se dedica à divulgação do uso dos explosivos na agricultura. Percorre as diversas províncias de Portugal, desenvolvendo várias actividades junto dos agricultores. A campanha “Contribuamos para a urgente arborização do País”, culminou de forma simbólica na Festa da Árvore, realizada no Jardim Zoológico de Lisboa, onde, após a abertura de buracos através da colocação de explosivos pelo padre Himalaya, se procedeu à plantação de arbustos e árvores pequenas.
Em Setembro de 1914 o padre Himalaya, continuando na prossecução dos seus interesses geológicos, e acompanhado de Paul Choffat, geólogo que se pronunciara junto com o padre sobre o terramoto do Ribatejo, percorrem a região de Rio Maior, em particular a Serra da Marinha, em busca de carvão mineral e de manganês. Torna-se também director técnico da “Empresa de Adubos Nacionais, Lda.”, fábrica de adubos químicos criada em Rio Maior.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg198.imageshack.us%2Fimg198%2F5712%2Fhimalayai.png&hash=04c782d48d1d147403881f6b2a600599)
Em 13 de Fevereiro de 1915, em colaboração com o professor Castro Neves, director de ”O Século Agrícola” e Albino Aires de Carvalho, regista a patente do “Processo e aparelho de fabrico de adubos completos dotados de acção catalítica”. Nesta é descrito o processo e o aparelho para efectuar o aproveitamento de esgotos e a elaboração de adubos. Se esta estrutura fosse adaptada à rede urbana permitiria algo semelhante às estações de tratamento de águas residuais, com o consequente aproveitamento dos nutrientes para a fertilização agrícola. Estes detritos orgânicos, enriquecidos com adubos catalíticos, formavam uma compostagem que beneficiava os solos. Como afirma Jacinto Rodrigues, mais uma vez se constata aqui o pioneirismo do padre, inserindo nas suas preocupações de agricultura biológica, que vinha explicitando, a importância que dava à agricultura, estabelecendo a inter-relação na defesa de animais úteis à agricultura, no uso de plantas como a luzerna, as opúncias e a “Prosopis”, como um processo de enriquecimento dos solos. Nesta altura, a Companhia Himalayite, com os explosivos orientados para a agricultura, chuva e exploração mineira, proporcionava ao padre Himalaya o orgulho de participar no desenvolvimento do país. A 1ª Guerra Mundial alteraria esta estratégia pacífica do uso dos explosivos.
A 30 de Maio de 1915, o padre Himalya realiza as primeiras experiências concretas com o motor directo de que registara a patente em 1911. Este motor funcionava a gás pobre, como o metano ou o gasogénio proveniente dos carburetos. Nesta fase ele continua a viver na quinta da Caldeira, junto ao rio Coina, dedicando-se também aos métodos dietéticos, à botânica e à agricultura. Dá longos passeios à serra da Arrábida, onde apanha plantas medicinais e insectos raros. Constrói uma viatura a gás pobre e sonha com o aproveitamento da energia das marés.
Com a entrada de Portugal na guerra é criada a Comissão de Inventos de Guerra, da qual o padre Himalaya fará parte. Supõe-se que foi encarregue de desenvolver e melhorar os canhões que utilizava no processo de fazer chuva. Enquanto isso, dedica-se ao projecto do turbo-motor, que patenteia a 22 de Março de 1916. Este é um motor reversível com capacidade para multi-usos, que pretendia utilizar como um substituto dos rodízios dos moinhos das marés e fazer o aproveitamento da energia.
O golpe de Estado de 5 de Dezembro de 1917 leva à tomada de posse de um novo presidente: Sidónio Pais. Um dos companheiros de Himalaya da Academia de Sciências de Portugal, passa a ocupar um lugar de destaque na Câmara Municipal de Lisboa. Apoia as causas sociais defendidas pelo padre. Este é nomeado Secretário da Comissão Hidrológica da Câmara de Lisboa, passando a percorrer a bacia hidrográfica do rio Tejo, de forma a determinar os locais mais favoráveis para a construção de barragens. Viaja também às colónias Portuguesas em África.
Após o assassinato de Sidónio Pais, em 14 de Dezembro de 1919, o padre Himalaya apoia a estratégia de compromisso entre a esquerda e a direita, personificada pelo governo de José Relvas, no sentido de evitar uma guerra civil. Passa a escrever no jornal conservador “A Época”, mas com preocupações técnicas e científicas. Continua a advogar o urgente aproveitamento da energia motora das águas e a regularização dos rios, através da implantação de estruturas hidráulicas de grande e médio porte. Aponta como rios mais aptos o Douro e o Tejo e em segundo plano o Zêzere e outros pequenos rios, como o Lima e o Homem.
Em 6 de Junho de 1920 o padre viaja novamente para os E.U.A., com o objectivo de estudar sistemas de irrigação e barragens hidroeléctricas. Leva consigo o motor directo. Ali permaneceu até 1922. Presume-se que tenha estudado agricultura e medicina no Instituto Carver, assim como registado algumas patentes dos seus inventos. Terá igualmente desempenhado uma missão oficial, fazendo parte, juntamente com o Visconde de Alte, Embaixador de Portugal nos E.U.A., da comissão de negociações do governo português para a renovação do armamento. Será o portador, para Portugal, de um modelo de espingarda americano: o U.S. Rifle, calibre 30, modelo 1903, assim como de uma carta de recomendação do Visconde de Alte, onde este diz que Himalaya poderá ajudar na elaboração do programa do governo, devido ao carácter prático dos seus trabalhos e estudos, ao seu patriotismo e à sua isenção política.
Uma vez em Portugal regressa à sua casa da Damaia, deixando progressivamente a intervenção social activa devido à instabilidade governativa do país, onde se sucediam as remodelações ministeriais. Entra num período de recolhimento, voltando a dedicar-se à medicina naturopata e à tentativa de organização de uma escola de jovens ligada à Ordem Terceira Franciscana. Ficou-se pela formação de grupos de jovens, seus ajudantes nas tarefas agrícolas e laboratoriais na quinta. Neste período, pensa-se que tenha acompanhado duas senhoras americanas ligadas à igreja católica de Ohio, numa viagem ao Oriente, ou pelo menos durante parte desta, tendo, possivelmente, visitado o Japão.
O seu interesse pela constituição de um laboratório leva-o a tentar vender a quinta da Damaia, em 1925. Talvez procurasse montar uma estrutura colectiva de investigação. Em Abril desse mesmo ano registou a patente: “Processo de transformação de crustáceos em alimentos completos para animais domésticos e para a espécie humana”, com a colaboração do engenheiro agrícola José Epifânio Carvalho de Almeida.
Nos finais de 1927 parte para Buenos Aires, a convite da viúva do Cônsul da Argentina, Srª Sagastume, para efectuar uma prospecção e demarcação de recursos nas suas propriedades, na província de S. Juan. Encontrava-se endividado, tendo vendido o seu palacete da Damaia. As viagens e a filantropia tinham-no arruinado. A ditadura do Estado Novo, que se implantara em 1926, reforçou-lhe o alento para esta viagem.
Instala-se no Hotel Sportsman de Buenos Aires, visita a cidade, passeando largas horas pelo Jardim Botânico, aumentando os seus conhecimentos de plantas medicinais. Encontra também alguém que manifesta interesse pelo seu “Pyrheliphero”. Durante as suas visitas a S. Juan, na tentativa de demarcar os terrenos imensos da Srª Sagastume, interessa-se pelas plantas autóctones, resistentes à falta de água, como os Algarrobos, que pensa poderem ser de grande interesse nos terrenos pobres do Alentejo e Algarve.
Em 1931, tendo adoecido gravemente junto da cordilheira dos Andes, refugia-se como capelão de um asilo de crianças abandonadas, o Asilo Preventório de Jauregui, situado na província de Buenos Aires. Esta reclusão terá sido motivada pela agitação social que se vivia na altura, após a implantação de uma ditadura militar por Uriburu. Pensa-se que o padre Himalaya estaria ligado ao antigo governo dos Cantoni. As suas relações com a Srª Sagastume deterioraram-se também neste período, tendo esta apresentado queixa ao Bispo. No entanto, o padre Himalaya terá conseguido demover lhe de mover um processo, declarando-a insana e apoderando-se dos seus bens, em 1929.
Durante a sua estadia no asilo, o padre Himalaya redigirá um livro manuscrito em castelhano, intitulado “La Constituicion Mecanica del Universo”. Segundo ele, representava 43 anos de reflexão, observação, estudo e investigação. Pretendia editá-lo na Argentina e posteriormente traduzi-lo e publicá-lo em Portugal e em França.
Em Agosto de 1932 parte de Buenos Aires de regresso a Portugal, trazendo com ele o precioso manuscrito, ainda inacabado. Após várias visitas a Cendufe, segue para Viana do Castelo, onde desempenhará as funções de capelão do Asilo de Velhos e Entrevados da Caridade. O irmão, padre Gaspar, conseguira que lhe oferecessem este lugar quando diligenciava, infrutiferamente, junto do Bispo a sua promoção a Cónego.
Faleceu em 21 de Dezembro de 1933, no Hospital do Asilo, vítima de mielite, não se sabe se provocada por envenenamento resultante das experiências com ervas medicinais que efectuava em si próprio. Nunca chegou a publicar o dito manuscrito, do qual só algumas páginas chegaram aos nossos dias. Fora nomeado presidente de honra do Instituto Histórico do Minho em Novembro desse ano.
Para Jacinto Rodrigues, “O enigma de M.A.G. Himalaya foi o facto de se ter preocupado com a energia solar e ser simultaneamente inventor de explosivos, padre e ter vivido, muitas vezes, quase à margem da Igreja, sem nunca ter abandonado as suas convicções espirituais; ter lidado com monárquicos, republicanos e anarquistas, sem contudo se ligar pessoalmente a nenhum movimento; ter viajado por longas paragens, sem sabermos as relações institucionais que estabeleceu; ter recebido glória e fama e ao mesmo tempo abandono e desprezo. O padre Himalya é um personagem que incomoda e fascina. É um enigma e um mito. A sua biografia, desconcertante, é cheia de complexidade, de claros-escuros difíceis de deslindar. Acrescente-se a tudo isto uma mitologia que se gerou à volta da sua singular personalidade”.
Nota final: O texto aqui apresentado resultou da consulta da obra “A Conspiração Solar do Padre Himalaya – Esboço biográfico dum português pioneiro da Ecologia”, da autoria do Prof. Doutor Jacinto Rodrigues, publicado pela Cooperativa Árvore (www.arvorecoop.pt (http://www.arvorecoop.pt)), em 1999. Este livro foi o culminar de uma aturada pesquisa e múltiplas viagens realizadas pelo Professor durante vários anos, pelas paragens por onde o padre Himalaya repartiu a sua vida.
Naturlink
-
Entrevista: Os segredos das batalhas marítimas portuguesas segundo José Pereira
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fportalivros.files.wordpress.com%2F2009%2F05%2Fel-batalhas-navais.jpg&hash=a6b34c49dc20a6cd5c0765e470df0893)
«Grandes Batalhas Navais Portuguesas», de José António Rodrigues Pereira e editado pela Esfera dos Livros, é uma obra que desvenda alguma das histórias mais espectaculares da marinha nacional. Uma obra escrita não só para historiadores ou pessoas ligadas ao mar, mas principalmente para o grande público. Em cada batalha, um rigor histórico e de pormenores exemplar.
José António Rodrigues Pereira é um dos principais especialistas da história marítima portuguesa. Entrou para a Escola Naval no dia 1 de Setembro de 1966, foi promovido a capitão-de-mar-e-guerra em 27 de Julho de 1999 e prestou serviço em diversas unidades navais, destacando-se os NRP Jacinto Cândido (Moçambique, 1973-75), NRP Afonso Cerqueira (Timor, 1975-76) e na NRP São Miguel (Golfo Pérsico, 1990-91). Convidado pela Esfera dos Livros a escrever sobre as principais batalhas navais portuguesas, o actual director do Museu da Marinha (e também membro da secção de História e da Comissão de Estudos Corte-Real da Sociedade de Geografia de Lisboa, além de ser membro fundador da Confraria Marítima de Portugal) aceitou o desafio, já que no mercado editorial ainda não havia nenhum livro a abordar o tema. Apenas um pormenor que comprova o que José António Rodrigues Pereira defende: Portugal, desde a integração na Europa, em 1986, pura e simplesmente «ficou de costas para o mar». Este livro pretende precisamente dar a conhecer melhor uma parte essencial da nossa história…
O livro é preenchido de pormenores, factos e dados. As batalhas relatadas são muito intensas e reais, transportando muitas vezes o leitor aos combates marítimos. Como conseguiu isso? Como foi o trabalho de investigação?
Pelo facto de já trabalhar e investigar estes temas navais há muitos anos, as pesquisas estavam quase todas feitas. Portanto, foi apenas necessário reunir os elementos aplicáveis a este livro. Para escrever o texto levei cerca de oito meses. A maioria das descrições do livro foi feita com base em documentos coevos ou nas suas transcrições por historiadores mais recentes. E sabemos como são violentas as descrições dos nossos cronistas dos séculos XV e XVI. Nos relatos mais recentes foram utilizados os próprios textos dos intervenientes, como são o relato do almirante Napier sobre a Batalha do Cabo de São Vicente (1834) ou do relato do guarda-marinha Ferraz sobre o combate do Augusto de Castilho (1918).
Qual das batalhas que seleccionou foi a mais importante na sua opinião?
A batalha mais importante e também a mais marcante da história marítima nacional foi a batalha de Diu em Fevereiro de 1509. Foi uma batalha decisiva em que um dos intervenientes é completamente derrotado e aniquilado. Podemos compará-la com Salamina (sec. V a.C.), Trafalgar (1805) e Tsushima (1905). A vitória de D. Francisco de Almeida em Diu garantiu a Portugal o domínio do Índico durante quase um século.
E aquela que considera a mais gloriosa, a mais heróica da nossa história?
Diria que foi a batalha naval do Tejo em 1384. Travada contra a frota castelhana que bloqueava Lisboa, esta batalha, indecisa quanto ao número de baixas, permitiu aos portugueses atingir os seus objectivos: reabastecer a cidade cercada e dar-lhe capacidade para prolongar a sua resistência. Conseguiu-o porque o Mestre de Avis manteve a resistência até que a peste no acampamento castelhano os obrigou a retirar.
E qual foi a batalha que deveríamos apagar definitivamente da memória da nossa história?
O combate da fragata Cisne contra os argelinos. Os prisioneiros portugueses levados para Argel em 1802 foram utilizados como escravos. Devido à instabilidade política então vivida em Portugal, a que se seguiram a partida da corte para o Brasil (1807) e as invasões francesas (1807-1810), só em 1812, dez anos depois do incidente, se conseguiram libertar os prisioneiros portugueses que conseguiram sobreviver ao combate e ao cativeiro.
E há alguma em que Portugal saiu derrotado mas no entanto poderia ter escrito outro capítulo na história, um capítulo mais brilhante para as nossas cores?
Julgo que poderemos considerar dois casos, ambos durante o período filipino. Se a Invencível Armada (1588) tivesse derrotado a Inglaterra não teriam sido possíveis os posteriores ataques dos corsários ingleses ao comércio português e espanhol nos Açores com a frequência e a intensidade que tiveram e estão relatados no livro. Com menos perdas no comércio marítimo a riqueza do país teria sido muito maior e o seu desenvolvimento também. Depois, se Oquendo tivesse derrotado os holandeses em Dunes (1639) e eliminado, pelo menos temporariamente, o poder naval holandês, o destino do império português do Oriente teria sido certamente diferente, com menos perdas a favor dos holandeses e uma luta menos violenta com estes nossos inimigos.
E há alguma batalha mais romântica na nossa história?
A batalha do Tejo porque foi travada ainda com as regras da cavalaria medieval.
Além das batalhas relatadas no livro, há mais algumas batalhas marítimas assinaláveis na nossa história ou acredita que o livro alberga perfeitamente esta área?
Acredito que neste livro estão descritas as batalhas e combates mais importantes da nossa história, embora haja muitas mais que não estão descritas neste livro.
E, na sua opinião, qual o comandante mais marcante na história da Marinha Portuguesa?
Ao longo de quase nove séculos de História há muitos comandantes que deixaram o seu nome na história. Na área operacional podemos citar, além do nosso primeiro almirante, D. Fuas Roupinho, cujos méritos são reconhecidos pelos historiadores muçulmanos, D. Francisco de Almeida (o vencedor de Diu), Afonso de Albuquerque (o construtor do nosso império do oriente), D. Domingos Xavier de Lima (7º Marquês de Nisa no século XVIII) e Carvalho Araújo (no início do séc. XX). Mas há também oficiais de marinha que se distinguiram nas áreas das ciências, na governação, no ensino e até na história, cujos nomes também não podem ser esquecidos. Costa Quintela, Dantas Pereira, Hermenegildo Capelo, Roberto Ivens, Campos Rodrigues e Gago Coutinho são apenas alguns exemplos.
Acredita que Portugal está de costas voltadas para o Mar?
Portugal esteve durante séculos virado para o Atlântico e de costas para a Europa. Foram, sucessivamente, os descobrimentos do Atlântico, o império do Oriente, o Brasil, a colonização africana. Depois, Portugal integrou-se na Europa em 1986 e, desde então, ficou de costas para o mar. Acredito que é necessário uma definição dos objectivos nacionais que levem o país de novo para o Mar.
E, em relação ao Museu da Marinha, está satisfeito com o seu trabalho? O que falta para o mesmo chamar mais público?
O Museu de Marinha vai comemorar em 2013 os seus 150 anos de existência, data que se espera poder aproveitar para completar a sua modernização. Estão em curso obras no telhado da ala Oeste que permitirão reabrir a sala da Marinha Mercante. Com a renovação desta sala serão também renovadas as salas da construção naval e da marinha de recreio e preparada uma sala para o serviço educativo. Serão ainda criados núcleos de arqueologia subaquática, de artilharia naval e de telecomunicações. Espera-se ainda que naquela data esteja já concretizada a permuta recentemente protocolada entre o Ministério da Defesa Nacional e o Ministério da Cultura, permitindo ao museu expandir-se para a ala Sul do Mosteiro dos Jerónimos. Neste momento já está em execução a primeira fase deste protocolo, prevendo-se que esteja completo até finais de 2010. A recolocação das reservas e a construção de um novo arquivo fotográfico fazem parte do projecto de renovação do museu para o seu aniversário. Relembro que o Museu da Marinha é o arquivo histórico de imagens da marinha e tem no seu acervo quase 100 mil fotografias. Quanto a público, somos ainda um dos museus mais visitados em Portugal e pensamos que a modernização prevista poderá chamar ainda mais pessoas.
Diário Digital
-
É o próximo livro que vou comprar.
Ao longo de quase nove séculos de História há muitos comandantes que deixaram o seu nome na história. Na área operacional podemos citar, além do nosso primeiro almirante, D. Fuas Roupinho,
Continua então a haver dúvidas neste ponto, certo?
Uns dizem que o nosso primeiro Almirante foi o genovês Emanuel Pizzagno (Manuel Peçanha), outros dizem que o título foi atribuído a Nuno Fernandes Cogominho. Há ainda a versão já citada do D. Fuas Roupinho...
-
É o próximo livro que vou comprar. :arrow: http://www.ancruzeiros.pt/anchistoria-comb.html (http://www.ancruzeiros.pt/anchistoria-comb.html)
:mrgreen: c34x 
-
-
http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=16380
Ah carago, que orgulho. Se somos capaz disto, imaginem do que seremos se tivessemos meios (uma economia estável como qualquer outro país)?
Aqui está a noticia, para o caso do link não funcionar:
Portugal já dominou o Mapa Mundo, desbravou terras e explorou mares nunca antes navegados. Mas as caravelas lusas perderam força e há séculos que não dominam a cena internacional. Ainda assim, os portugueses continuam a ser líderes em muitas áreas.
O mar continua a ser um reino . A Zona Económica Exclusiva portuguesa é a maior da Europa, com 1,8 milhões de quilómetros quadrados, mas cresce para 3,6 milhões - área aproximada à da União Europeia no seu conjunto -, se for contabilizada a plataforma continental.
Rei da cortiça é outro dos títulos que o país mantém, liderando a produção de cortiça, com 160 mil toneladas anuais, devido, sobretudo, à actividade da Corticeira Amorim. Presente em mais de 100 países, tem nas exportações 95,5% das vendas totais. António Amorim, presidente da empresa, refere que «há uma clara consciência de que, na cortiça, Portugal é líder incontestável». Mas, «como acontece com muitos outros produtos, sentimos muitas vezes que o valor da cortiça é mais facilmente percebido noutros países sem nenhuma ligação, pelo menos geográfica».
Apesar de tudo, muitos empresários portugueses não se deixam abater pela descrença da maioria dos portugueses e continuam a pedalar para alcançar o topo. É o caso da Decanor, a maior fábrica de bicicletas da Europa, sedeada em Vila Nova de Gaia. Portugal está no Top 5 dos maiores produtores de bicicletas da Europa, um sector que emprega mais de 10 mil pessoas em território luso e exporta quase 80% do que produz.
O país também dá música a milhões de automobilistas europeus, já que saem de Braga, de uma fábrica da Bosch, cerca de quatro milhões de auto-rádios por ano. É a maior unidade do género da Europa, fabricando ainda sistemas de navegação e dispositivos de segurança. Cerca de 95% dos produtos são exportados.
No sector agroalimentar, destaca-se a Sousacamp, responsável por 80% do mercado português de cogumelos. A empresa, que diz preferir incorporar o espírito aventureiro de outrora do que cruzar os braços face à crise, está a construir a maior unidade de produção e transformação de cogumelos da Europa. Segundo Artur Sousa, dono da empresa, a fábrica terá uma produção anual de dez milhões de quilos de cogumelos e uma capacidade de transformação de 40 a 100 toneladas por dia.
Outro dos grandes projectos em curso em terras lusas é o desenvolvimento da maior área de olival do Mundo. O projecto da Oliveira da Serra vai ter uma área total de 10 mil hectares e mais de seis milhões de oliveiras. De um perfil tradicionalista, «com símbolos de um Portugal ultrapassado, miserabilista e saudosista, passámos para um sector que é símbolo de desenvolvimento económico, capacidade de exportação e dinamização social», sublinha Luís Pereira Santos, director de marketing da Sovena, dona da Oliveira da Serra.
O grupo Portucel Soporcel também navega pelos quatro cantos do Mundo, sendo o líder global em papel de escritório através da marca Navigator. Além disso, é detentor da maior máquina de produção de papel do Mundo, dimensionada para produzir 80 toneladas por hora, a uma velocidade de cruzeiro de 1.800 metros por minuto.
Portugal é ainda o quinto maior produtor mundial de lítio - mineral utilizado na produção de baterias - e alberga a maior mina europeia, na Guarda.
Apesar de a actual situação económica do país parecer uma roleta russa , ainda há quem consiga marcar a diferença, como é o caso do grupo Estoril-Sol, dono dos dois maiores casinos da Europa. O casino de Lisboa lidera, com 1.500 máquinas, seguido pelo do Estoril, que tem mil. Para o presidente do grupo Estoril-Sol, Mário Assis Ferreira, «em algumas áreas conseguimos ser de facto os melhores. O problema é os portugueses terem uma visão muito pessimista de tudo o que é português». Contudo, «a minha convicção é que vamos ultrapassar esta fase difícil, vai ser um processo lento, mas consistente», acrescenta. Além disso, «um país não morre nem se deixa abater pelos desencantos. Da minha parte, é o que faço todos os dias!», conta Mário Assis Ferreira.
Nessa mesma noticia, no fim dela, havia mais outra noticia em anexo, resumindo os mercados ou feitos em que somos lideres:
Os portugueses continuam a ser líderes em muitas áreas:
Sexy shoes: Os primeiros sapatos à prova de bala são lusos. A associação do sector aponta os sapatos portugueses como os mais sexy da Europa. E são os segundos mais caros do Mundo
Só Cartões: Portugal é o país com mais caixas multibanco per capita da Europa e também onde há mais variedade de funcionalidades na sua utilização
Peixe vivo: O Oceanário de Lisboa, inaugurado para a Expo 98, ainda hoje é o maior da Europa e o segundo maior do Mundo. Tem 16 mil animais de 450 espécies
Tomatada: Seja em frasco de vidro ou em pacote bem selado, Portugal é actualmente o maior exportador de polpa de tomate a nível mundial
Cama feita: Apesar da crise no sector têxtil, Portugal é líder europeu no segmento de têxtil-lar. Nos Estados Unidos milhões de pessoas dormem em lençóis portugueses
Chapéus há muitos: Os chapéus FEPSA, de São João da Madeira, têm fama mundial, mesmo em Hollywood. A Stetson, que faz chapéus de cowboys, compra feltro em Portugal
Ligar o rádio: A maior fábrica de auto-rádios da Europa está em Braga. No ano passado, a unidade da Bosch produziu 3,4 milhões de rádios e 900 mil sistemas de navegação
Pequeno mar: O enchimento da barragem do Alqueva, no Alentejo, deu origem ao maior lago artificial da Europa. Tem 250 quilómetros quadrados e 1.100 de margens
Prato do dia: A unidade de aquacultura da Pescanova, em Mira, é a maior do Mundo a produzir pregado em viveiro. Tem capacidade para sete mil toneladas de peixe/ano
Para beber: A fábrica da Danone, em Castelo Branco, é o maior centro de produção de iogurtes líquidos da Europa. É a única da marca francesa a produzi-los para a Europa
Parem de ser pessimistas, e acreditem, acreditem que podemos ser lideres em quase tudo, pois qualidade e determinação é uma virtude que nos está no gene. Isso mostra-se na História, nos paises que criamos, nos laços que criamos, nas batalhas em que alcançamos a vitória quando tudo apontava para que perdessemos, nas nossas armas portuguesas que eram invejadas tanto em navios como em lutas de corpo-a-corpo e sobretudo na maneira inovadora e única de utilizarmos essas mesmas armas, de ter-nos inumeras vezes enfrentado um inimigo muito mais superior em numero e armamento. ACREDITEM.
-
À bastante tempo que procurava este tipo de informação! Obrigado
-
É necessário inventar coisas para se ter orgulho de ser Português?!!!!! Acho eu, mas posso estar enganado, que o caminho para a valorização do que somos é a admissão do que realmente somos sem complexos nem "invenções". Aliás, na nossa quase milenar História, temos lidado com isso mesmo, sem complexos. Por alguma razão não escondemos as nossas derrotas nem andamos a inventar vitórias a la castelhano.
-
Realmente eu entendo seu orgulho, Linda história! Parabéns!
-
Para beber: A fábrica da Danone, em Castelo Branco, é o maior centro de produção de iogurtes líquidos da Europa. É a única da marca francesa a produzi-los para a Europa
Lol, tanta hora extra que eu fiz á pala de uma dessas máquinas, a Remi.... Actualmente a Danone conta com duas linhas de enchimento de iogurtes líquidos, a Remi (foi remodelada) e a Stork que entrou em funcionamento em finais de 2002.
Na altura em que trabalhava na Danone ainda não tinha-mos o exclusivo dos líquidos, produzia-mos apenas para o mercado nacional.... e a contragosto dos espanhóis, que por eles ficava-mos apenas com os iogurtes de copo
.
-
"Acho que a colheita de 52 tem testemunhado em Portugal uma história bonita de lição de vida para a vida. Quase seis décadas de transformações sociais, políticas ou económicas que, nem sempre fáceis de ingerir ou digerir, nos alimentam um ego bem lusitano. É que, mesmo nos momentos menos bons, há que tirar as ilações que nos ensinam a ajustar a rota para caminhos que se têm provado firmes. Mesmo quando difíceis de interpretar ou de percorrer... mas sempre assentes em valores que nos permitem recuperar e vingar com a dignidade e a firmeza que aprendemos com os nossos antepassados... os que chegaram a todo o mundo em verdadeiras cascas de nozes, mercê da sua visão, do seu empenho, da sua tenacidade, da sua capacidade de ultrapassar barreiras gigantescas. E de se reerguerem... por patriotismo. Somos um povo pleno de uma história que podemos, porque somos capazes e merecemos, de alimentar. Também para deixarmos um legado consistente para as gerações que se nos seguem. Nasci e cresci num país que semeou no passado a valentia e a luminosidade. Escolhi viver num país cujo idioma chega a todos os cantos do planeta. É deste país que quero ter mais histórias para contar aos meus netos. Histórias de um passado e de um futuro melhor que me fazem ter orgulho de Portugal, o meu País."
Maria da Conceição Zagalo, gestora, 58 anos"
aconselho a ler o jornal de negocios de hoje que é de graça, aonde fizeram perguntas a 78 pessoas dos 8 aos 80,
deixo aqui o link para edicao e-paper de graça.
http://epaper.jornaldenegocios.pt/demo.aspx (http://epaper.jornaldenegocios.pt/demo.aspx)
-
Não entendi o Medina Carreira...nós portugueses somos piores se não nos unirmos? Foi graças a isso, ao esforço colectivo, por uma causa , que nos levou a conquistar grandes proezas. Se "cagassemos" para os outros isso nunca teria acontecido. Se não interpretei mal, eu não concordo nada. Aliás, de todos os entrevistados, é o unico com que não concordo.
-
boas
eu tb li, ouve uns que gostei mais outros não, gostei tb do que disse Granadeiro.
A do medina carreira, tb fiquei com duvidas com o que ele queria dizer,
mas penso tem mais haver com os momentos actuais, a critica de não termos lideres e dos lobis, mas acho que escolheu mal as palavras.
-
Espeo que sim, pois qualquer historiador dirá que Portugal sempre sobreviveu devido ao povo ser colectivo, ou seja, ser unido. Senão éramos mais uns franceses ou ingleses, a matarem os seus próprios compatriotas por dinheiro ou outra ambição (apesar de claro tambem termos tido isso, se bem muito menos).
-
O orgulho de ser português, ou o orgulho de fazer vergar os portugueses, quais carneiros destinados ao matadouro
-
A cozinha portuguesa espalhada pelos "4 cantos do mundo" e que até são pratos nacionais desses países por onde andamos!
-
Grande desenterranço :mrgreen:
-
Grande desenterranço :mrgreen:
Demorei imensamente mais tempo a encontrar o local certo para colocar o vídeo, do que propriamente encontrar o vídeo!!!! :mrgreen:
-
O Tesouro português escondido em Roma | Igreja de Santo António dos Portugueses