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Outras Temáticas de Defesa => Área Livre-Outras Temáticas de Defesa => Tópico iniciado por: P44 em Fevereiro 22, 2008, 07:55:06 am

Título: Portugal nas Vésperas de uma Crise Social
Enviado por: P44 em Fevereiro 22, 2008, 07:55:06 am
O Estado e os políticos são os principais visados
SEDES alerta para crise social de contornos difíceis de prever

21.02.2008 - 23h00 Luciano Alvarez

Sente-se em Portugal “um mal estar difuso”, que “alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional”. Este mal-estar e a “degradação da confiança, a espiral descendente em que o regime parece ter mergulhado, têm como consequência inevitável o seu bloqueamento”. Este é um dos muitos alertas lançados pela Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) - uma das mais antigas e conceituadas associações cívicas de Portugal –, num documento hoje concluido e dirigido ao país.

Para a SEDES se essa espiral descendente continuar, “emergirá, mais cedo ou mais tarde, uma crise social de contornos difíceis de prever”.

Esta tomada de posição é uma reflexão sobre o momento que Portugal vive, com a associação a manifestar o seu dever de ética e responsabilidade para intervir e chamar a atenção “para os sinais de degradação da qualidade de vida cívica”. Principais visados: o Estado, em geral, e os partidos políticos, em particular.

E para este “difuso mal estar”, frase que o pilar de todo o documento, a SEDES centra-se em algumas questões: degradação da confiança no sistema político; sinais de crise nos valores, comunicação social e justiça; criminalidade, insegurança e os exageros cometidos pelo estado.

http://ultimahora.publico.clix.pt/notic ... idCanal=12 (http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1320407&idCanal=12)
Título:
Enviado por: ricardonunes em Fevereiro 22, 2008, 09:55:51 am
Isso passa quando chegar a altura das eleições :roll:
Título:
Enviado por: P44 em Fevereiro 22, 2008, 10:32:20 am
SEDES alerta para «crise social de contornos difíceis de prever»

A Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) alertou quinta-feira para um «mal-estar» na sociedade portuguesa que, a manter-se, poderá originar uma «crise social de contornos difíceis de prever».

Em comunicado divulgado no seu portal, a SEDES sustenta que «sente-se hoje na sociedade portuguesa um mal-estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional».

Esse «mal-estar» deve-se a «sinais de degradação da qualidade cívica», como a «degradação da confiança dos cidadãos nos representantes partidários», a «combinação de alguma comunicação social sensacionalista com uma Justiça ineficaz» e o aumento da «criminalidade violenta» e do «sentimento de insegurança entre os cidadãos».

A SEDES adverte que, a manter-se o «mal-estar e a degradação da confiança (...), emergirá, mais ou cedo ou mais tarde, uma crise social de contornos difíceis de prever».
Por isso, a associação apela à intervenção da sociedade civil mas sobretudo do Presidente da República e dos partidos políticos com representação parlamentar.

O comunicado é assinado pelo conselho coordenador, do qual fazem parte Vítor Bento, que o preside, Alves Monteiro, Luís Barata, Campos e Cunha, Ferreira do Amaral, Henrique Neto, Ribeiro Mendes, Paulo Sande e Amílcar Theias.

Criada em 1970, a SEDES é uma estrutura que tem como preocupação reflectir sobre a situação económico-social do país.

No comunicado, a associação manifesta a sua preocupação com «o afunilamento da qualidade dos partidos», devido à «dificuldade em atraírem e reterem os cidadãos mais qualificados» e a «critérios de selecção cada vez mais favoráveis à gestão de interesses».

A SEDES critica igualmente a «tentacular expansão da influência partidária na ocupação do Estado e na articulação com interesses da economia privada».

Para a estrutura, a «combinação» entre uma «comunicação social sensacionalista» e uma «Justiça ineficaz» traduz-se num «estado de suspeição generalizada sobre a classe política», que leva ao afastamento de «muitas pessoas sérias e competentes da política, empobrecendo-a».
A «banalização da suspeita» nos media e a «incapacidade» da Justiça em «condenar os culpados (e ilibar os inocentes)» favorecem os «mal-intencionados», o que conduz à «desacreditação do sistema político», reforça a SEDES.

A associação considera que o Estado «tem uma presença asfixiante sobre toda a sociedade»: deixa cada vez menos espaço «verdadeiramente livre para a iniciativa privada» e «demite-se, muitas vezes, do seu dever de isenta regulação, para desenvolver duvidosas articulações com interesses privados».

Referindo-se à criminalidade, o comunicado aponta a falta de «uma acção consistente - da prevenção, investigação e da Justiça - para transmitir a desejada tranquilidade» e uma «espécie de fundamentalismo ultra-zeloso, sem sentido de proporcionalidade ou bom-senso» do Estado.

«Calculem-se as vítimas da última década originadas por problemas relacionados com bolas de Berlim, colheres de pau ou similares e os decorrentes da criminalidade violenta ou da circulação rodioviária e confronte-se com o zelo que o Estado visivelmente lhes dedicou», sublinhou a SEDES, responsabilizando os legisladores portugueses, que «transcrevem para o direito português, mecânica e por vezes levianamente, as directivas» europeias.

Para a «regeneração» da sociedade portuguesa, a associação advoga que os partidos políticos devem «abrir-se à sociedade, promover princípios éticos de decência (...) e desenvolver processos de selecção que permitam atrair competências e afastar oportunismos».

Diário Digital / Lusa
22-02-2008 1:17:00
Título:
Enviado por: lurker em Fevereiro 22, 2008, 12:19:56 pm
Escrevem muito mas não dizem nada.
E ideias concretas?

Por exemplo, que parte do orçamento da ASAE (~21 M EUR) é que estes senhores gostariam de alocar à PSP/GNR (~750 + 550 M EUR) para combater a criminalidade? E quais seriam os efeitos práticos na sociedade?
Título:
Enviado por: Lancero em Fevereiro 22, 2008, 04:24:45 pm
Citação de: "P44"
O comunicado é assinado pelo conselho coordenador, do qual fazem parte Vítor Bento, que o preside, Alves Monteiro, Luís Barata, Campos e Cunha, Ferreira do Amaral, Henrique Neto, Ribeiro Mendes, Paulo Sande e Amílcar Theias.


(fracos) Aspirantes a Elite num país que não a tem.
Título:
Enviado por: Miguel Sá em Fevereiro 22, 2008, 08:52:06 pm
Fraco rei faz fraca a Forte Gente

Décadas e décadas de dirigentes decadentes, de aprendizes de líderes, de serviçais de outros senhores, de gente longe da sua gente.....

Grande novidade, e agora?

Que alternatIvas? Como pôr os Portugueses a servir Portugal e Portugal a servir os Portugueses?
Título:
Enviado por: typhonman em Fevereiro 23, 2008, 02:11:25 am
Alternativas? Mais futebol nos 3 canais, para animar a malta :wink:
Título:
Enviado por: Lusitanus em Fevereiro 23, 2008, 07:54:02 am
Citação de: "Typhonman"
Alternativas? Mais futebol nos 3 canais, para animar a malta :wink:


e telenovelas para fazer sonhar aquelas vidas de luxo.
Título:
Enviado por: P44 em Fevereiro 23, 2008, 11:06:23 am
e floribelas descascadas na FHM
Título:
Enviado por: P44 em Fevereiro 29, 2008, 01:16:42 pm
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Economia
Economia do País, finanças familiares e desemprego desanimam
Confiança dos portugueses no mínimo de quase 5 anos
2008/02/29   10:18Paula Gonçalves Martins

Apesar de tudo, acreditam que vão poupar mais no futuro
A confiança dos consumidores voltou a cair em Fevereiro, de acordo com os inquéritos de conjuntura às empresas, divulgado esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. O indicador prolongou a tendência negativa iniciada em finais de 2006, registando o valor mínimo desde Junho de 2003.

À semelhança do sucedido no mês anterior, todas as componentes do indicador contribuíram para a deterioração do índice, à excepção das expectativas de poupança.

As perspectivas de evolução da situação económica do país apresentaram o contributo negativo mais expressivo pelo quinto mês consecutivo, prolongando a trajectória descendente anterior e atingindo o mínimo desde Junho de 2003.

Já as expectativas sobre a evolução da situação financeira do agregado familiar atingiram em Fevereiro o mínimo histórico para a série iniciada em Junho de 1986.

Também as perspectivas sobre a evolução do desemprego têm vindo a agravar-se continuamente desde Julho, registando o valor mais desfavorável desde Abril de 2006.

Apesar de todo este pessimismo, os portugueses acreditam que vão poupar mais. As expectativas de poupança recuperaram nos dois primeiros meses do ano, afastando-se do mínimo histórico registado no final de 2007.

Também de sublinhar são as opiniões sobre a compra de bens duradouros no momento actual, que se deterioraram em Fevereiro, reaproximando-se do mínimo histórico registado em Novembro, enquanto que as perspectivas de compra de bens duradouros nos próximos doze meses estabilizaram, interrompendo o movimento ascendente iniciado em Setembro.


http://www.agenciafinanceira.iol.pt/not ... iv_id=1730 (http://www.agenciafinanceira.iol.pt/noticia.php?id=921760&div_id=1730)
Título:
Enviado por: P44 em Março 01, 2008, 11:41:12 am
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Tudo no ME, nada fora do ME, nada contra o ME!

Isto existia na Itália Fascista e na Alemanha Nazi. No Estado Novo, também se verificava, embora mais discretamente.

No Portugal Socratino recuperaram-se as velhas práticas que se pensavas antigualhas da memória.
Mas não há motivo para que nos espantemos. As graves deficiências de carácter do engenheiro projectista e da sua sinistra ministra da deseducação não auguravam nada de diferente.

Tudo, pois, como seria expectável. Resta-nos verberar a omissão cúmplice da principal figura do Estado português, a quem Sócrates tanto deve, seja no modo como subiu ao poder, seja na maneira como nele se mantém: o Presidente da República, que se nada fizer acabará visto como o Patrono desta intolerável conspurcação do Estado de Direito Democrático.








Avaliação de desempenho
Críticas a Governo podem valer ponto negativo na ficha dos professores - BE


Por Ioli Campos


Os professores podem ser penalizados por críticas à orientação do governo? Esta foi uma das questões colocadas a Sócrates pelo deputado Francisco Louçã, no debate desta sexta-feira no Parlamento. Veja aqui o documento na base dessa polémica.


A dúvida foi suscitada pela interpretação que o agrupamento de escolas, Correia de Mateus, em Leiria, fez de um dos indicadores da proposta de avaliação de desempenho dos professores.

Este refere: «Verbaliza a sua insatisfação/satisfação face a mudanças ocorridas no Sistema Educativo/na Escola através de críticas destrutivas potenciadoras de instabilidade no seio dos seus pares».

Sócrates disse que não respondia por um caso concreto, mostrando-se surpreendido, e acusou Louçã de o ter ido buscar para denegrir a imagem do Governo. Reafirmou ainda que a «nada é mais importante para combater o insucesso escolar» do que a avaliação de desempenho.

SOL (29/2/2008)




http://socratinice.blogspot.com/2008/02 ... -e-na.html (http://socratinice.blogspot.com/2008/02/isto-existia-na-itlia-fascista-e-na.html)
Título:
Enviado por: dinis manuel em Abril 12, 2008, 04:55:42 pm
Que o país está mal todos nós sabemos, que é necessário erguer a moral, todos nós sabemos, mas digam sim as soluções!

Os problemas estão detectados, agora faltam as soluções!


No fundo eu não desanimo muito sabem porquê??
Porque eu olho para todo o mundo e vejo desgraças ainda maiores, tudo em alvoroço, logo considero que apesar da crise de valores e económica ainda estou num cantinho sagrado!



ainda hoje vi no telejornal que a tão admirada Espanha está com uma inflação de mais ou meos 4,7%!!!   e então???  ainda nos acham mt mal??? Nuestros hermanos já estão a entar em pânico geral!


Há que erguer a cabeça e sorrir mesmo que estejamos com a merda até ao pescoço!
Há que erguer a moral dos lusos pois se sobrevivemos 900 anos de contrariedades, não é uma porcaria de uma crise económica que nos faz cair!


bem haja
Título:
Enviado por: Luso em Maio 20, 2008, 10:48:46 pm
Acabo de ler um texto interessante que gostaria de partilhar convosco...


Democracia Sem Mediocridade

Gosto muito de ver que Pacheco Pereira voltou à carga contra o Regime. Mais uma vez lhe noto a fragilidade dos intelectuais. Sem fonte donde partam os seus valores, sem um elemento que lhe sirva de princípio, a sua crítica será sempre um estranho arrazoado. Quer maior liberdade, mas não quer uma sociedade em que o disparate seja permitido. Quer um regime de voto popular, mas não quer que o soberano seja comprado pelos que precisam do seu apoio. Quer sociedade civil, mas não aceita que a sociedade civil contemporânea faça a divulgação daquilo que esta mais preza, a irrelevância.

Pacheco Pereira vive numa utopia do século XIX, que não se realizou nem realizará. Uma sociedade em que a democracia serviria para elevar o povo à nobreza. Uma sociedade sustentada por visões privadas (para assegurar a liberdade individual), mas em que o valor da verdade comunitária e da elevação não seria questionado. Uma sociedade sem hierarquias de valores, mas onde ninguém se entrega à auto-gratificação mais abjecta, ou à transgressão da justiça para auto-satisfação.
De toda essa parafernália ideológica oitocentista, nada saiu de jeito. As populações estão cada vez mais embrutecidas, mas agora com muitos electrodomésticos e com formação profissional. Isso já se sabia em 1974, como agora. Não adianta simular candura.

Eu acho que o povo faz bem em embrutecer. Dá me gozo ver a geração de Pacheco Pereira, a de meus pais, assumir todos os seus erros. Encho-me de riso ao ver que os libertadores angolanos e combatentes anti-colonialistas, agora são “ladrões” e “cleptocratas”, divirto-me ao ver uma escola em que os “conhecimentos” são substituídos pela “inclusão”, entretenho-me a contar os articulistas que se elevaram contra o Estado Novo ou fugiram para França e que agora vêm falar de critérios públicos para a comunicação social. A nossa sociedade é um bom passatempo e um estudo de caso notável de riqueza material e pobreza de espírito. Já se pode falar em declínio, como no resto da Europa.

Do Fátima, futebol e fado, passámos a uma tríade bem pior: futebol, Big Brother e bens de consumo. Resta perguntar a Pacheco Pereira e aos outros que nos puseram nesta, como é que podemos sair daqui.
Etiquetas: Modernidade


posted by O Corcunda at 15:21


http://lusavoz.blogspot.com/2008/05/dem ... _2692.html (http://lusavoz.blogspot.com/2008/05/democracia-sem-mediocridade-gosto-muito_2692.html)
Título:
Enviado por: legionario em Maio 23, 2008, 02:00:14 pm
se calhar até é bom que isto caia mesmo na m...., pelo menos o suficiente para fazer reagir os nossos "jovens turcos"...

Quem é que dizia isto :  - " a violencia é a parteira que fara sair do ventre duma velha sociedade, uma nova sociedade "  ?  Renego o autor mas reconheço que nisto tem tido razao !

acho que esta cada vez mais na altura de alguem bater com o punho na mesa e dizer : basta.
Título:
Enviado por: P44 em Maio 25, 2008, 12:46:46 pm
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Estará por aí a nascer um caudilho
 
 
 


Paulo , Baldaia, Director , da TSF

Pobre país que se habitua a viver com as estatísticas que o mostram campeão das desigualdades. E pouco importa ser o primeiro na União Europeia, ou ultrapassar os norte-americanos, bem mais importante é saber que não sabemos fazer o caminho para inverter a situação.

E este pobre país nem pode queixar-se, apenas, do Poder Executivo e do Poder Legislativo. A desigualdade não se resolve por decreto. Somos nós todos, cidadãos de meia-tijela, que aceitamos viver assim. Há cinco séculos demos novos mundos ao Mundo, saindo de barco à procura do desconhecido, mas hoje não somos sequer capazes de dar a nós próprios a vontade de ter novas ideias. Ideias que façam a diferença, que nos transformem em gente mais justa e mais solidária. Queremos ser ricos e ponto final.

Precisamos de políticos com coragem e sabedoria para propor um outro modelo de sociedade aos portugueses. Um modelo onde ninguém tenha de deixar de sonhar em ser rico, onde ninguém seja impedido de lá chegar com trabalho, com mérito ou com sorte, mas em que não aceitemos que alguém viva sem nada tendo nós muito de sobra.

Cada vez mais, a inteligência colectiva de uma sociedade revela-se na forma como distribui a sua riqueza e não na capacidade de a fazer crescer. Até porque a riqueza bem distribuída potencia a criação de mais riqueza. É assim e não ao contrário, como nos têm dito os centralistas do regime de há muitos anos para cá.

A globalização teve o grande mérito de dar a centenas de milhões de seres humanos a capacidade de consumir, mas neste modelo de sociedade que se espalha pelo Mundo fica mais difícil ser pobre. O dinheiro circula hoje com mais facilidade, mas os direitos não são para todos.

A crise, que é financeira e nasceu na América, não afecta os que mais têm. Lá, como cá, são os pobres quem já não tem dinheiro para pagar as favas. Falhada a ideia de criar estados socialistas, caído o muro de Berlim, os socialismos mais democráticos aproximaram-se do Centro. E aproximaram-se de tal forma que se confundem muitas vezes com os partidos de Direita. Não é uma coisa portuguesa, é do mundo ocidental, muito à imagem do Tio Sam em que os republicanos são de Direita e os democratas são um pouquinho menos.

É a Esquerda que tem de procurar novas soluções. Se isso não acontecer, vão crescer os populismos e não estaremos muito longe de viver as tragédias dos sul-americanos que, fartos da realidade, acreditam em todo o tipo de promessas.

Quantos mais são os deserdados do regime, maiores são as possibilidades de Portugal ser governado um dia por um caudilho tipo Hugo Chávez. Num país de corporações e de egoísmos, basta que alguém prometa tudo a toda a gente.

Paulo Baldaia escreve no JN, semanalmente, aos sábados  

http://jn.sapo.pt/2008/05/24/opiniao/es ... dilho.html (http://jn.sapo.pt/2008/05/24/opiniao/estara_ai_a_nascer_caudilho.html)
Título:
Enviado por: JoseMFernandes em Maio 25, 2008, 01:07:51 pm
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Estará por aí a nascer um caudilho
Quantos mais são os deserdados do regime, maiores são as possibilidades de Portugal ser governado um dia por um caudilho tipo Hugo Chávez. Num país de corporações e de egoísmos, basta que alguém prometa tudo a toda a gente.


Também não afirmo categóricamente que não possa acontecer...!!!
mas...
querem vocês insinuar  que já se descobriram substanciais poços de petróleo por aí ???
Título:
Enviado por: legionario em Maio 25, 2008, 02:42:46 pm
A promiscuidade que existe entre os politicos e o poder economico retira toda a credibilidade à nossa democracia.

As regras do jogo ate sao simples : o ministro que antes de ser ministro trabalhava para determinado grupo nao vai complicar a vida a este ultimo..até porque, quando deixar de ser ministro, nao vai querer ir para o desemprego .

Se a crise chegar ao seu ponto de ruptura : desemprego, fome, despejos, etc, alguem tem duvidas que as pessoas  se vao mobilisar ?

Os grandes principios, sao reservados a quem tem dinheiro para os poder pagar !

Nos somos uns pategos e nao percebemos nada : falam-nos de grandes coisas como a democracia e a liberdade, e nos so pensamos em arranjar dinheiro para dar de comer aos filhos e pagar a prestaçao da casa. Que se lixe o dinheiro, viva a liberdade ! (dizem os ricos...)
Título:
Enviado por: JoseMFernandes em Maio 25, 2008, 03:05:35 pm
Citação de: "legionario"
A promiscuidade que existe entre os politicos e o poder economico retira toda a credibilidade à nossa democracia.

As regras do jogo ate sao simples : o ministro que antes de ser ministro trabalhava para determinado grupo nao vai complicar a vida a este ultimo..até porque, quando deixar de ser ministro, nao vai querer ir para o desemprego .



Apesar dos conhecidos 'constrangimentos'(contagem de tempo de serviço a dobrar, promoçoes garantidas, eventuais reformas e pensoes antecipadas...)... a (esmagadora) maioria dos ministros actuais e passados provem directamente da função publica e de empresas estatais ou associadas.... e isto quando não emergem do complexo sistema partidario (que não deixa de também ser financiado pelo OE).Uma situação que começa na freguesia e Camara Municipal até chegar aos altos cargos do Estado( PM e PR incluidos).Quando  deixam a politica activa e (se...) entram para o sector privado, normalmente limitam-se a 'interromper' oficialmente as  ligaçoes no seu estatuto publico...pois qualquer politico que se preze não consegue 'fazer o salto'...sem rede !
Título:
Enviado por: legionario em Maio 25, 2008, 04:15:45 pm
Citação de: "JoseMFernandes"
Citação de: "legionario"
A promiscuidade que existe entre os politicos e o poder economico retira toda a credibilidade à nossa democracia.

As regras do jogo ate sao simples : o ministro que antes de ser ministro trabalhava para determinado grupo nao vai complicar a vida a este ultimo..até porque, quando deixar de ser ministro, nao vai querer ir para o desemprego .


Apesar dos conhecidos 'constrangimentos'(contagem de tempo de serviço a dobrar, promoçoes garantidas, eventuais reformas e pensoes antecipadas...)... a (esmagadora) maioria dos ministros actuais e passados provem directamente da função publica e de empresas estatais ou associadas.... e isto quando não emergem do complexo sistema partidario (que não deixa de também ser financiado pelo OE).Uma situação que começa na freguesia e Camara Municipal até chegar aos altos cargos do Estado( PM e PR incluidos).Quando  deixam a politica activa e (se...) entram para o sector privado, normalmente limitam-se a 'interromper' oficialmente as  ligaçoes no seu estatuto publico...pois qualquer politico que se preze não consegue 'fazer o salto'...sem rede !


...olhe amigo, quem esta bem nao se queixa !!
Os tachistas que trabalham (muitos à custa de cunhas...) na Uniao Europeia, na Onu ou para os grandes grupos economicos, estao longe de ser a maioria...
Mas para quem ganha salarios ou reformas de m... como o Zé Povinho, tem razoes de sobra para mandar esta democracia às urtigas !

Eu nao sou o primeiro dizer que somos governados por uma oligarquia de partidos. Estes é que mandam em tudo ! Ao povo, deixam-no escolher entre duas ou tres figuras diferentes, mas no fim ganha sempre a oligarquia de caciques partidarios.

As pessoas estao fartas dos partidos, e a quase toda a gente aflige falar de politica, porquê?  resposta : ja metem nojo !
Título:
Enviado por: JoseMFernandes em Maio 25, 2008, 06:46:13 pm
Citação de: "legionario"

...olhe amigo, quem esta bem nao se queixa !!
Os tachistas que trabalham (muitos à custa de cunhas...) na Uniao Europeia, na Onu ou para os grandes grupos economicos, estao longe de ser a maioria...
Mas para quem ganha salarios ou reformas de m... como o Zé Povinho, tem razoes de sobra para mandar esta democracia às urtigas !

Eu nao sou o primeiro dizer que somos governados por uma oligarquia de partidos. Estes é que mandam em tudo ! Ao povo, deixam-no escolher entre duas ou tres figuras diferentes, mas no fim ganha sempre a oligarquia de caciques partidarios.

As pessoas estao fartas dos partidos, e a quase toda a gente aflige falar de politica, porquê?  resposta : ja metem nojo !


Suponho que não se refere afinal ao essencial minha observação que era apenas sobre a omnipresença na politica nacional de 'carreiristas politicos' ('pecha' que não é so portuguesa é certo...)...
A discussão sobre o poder e a representatividade  dos cidadãos na politica nacional (julgo que é a isso que se refere ao falar na oligarquia de partidos) levaria a outro debate....que passaria inelutavelmente pela Constituição que temos.
Como acontece nalguns paises  os eleitores poderiam por exemplo, decidir alterar por si mesmos na altura de votar a prioridade dos seus preferidos nas listas partidarias, escolherem candidatos de diferentes partidos simultaneamente...ou intervir em conjunto mais eficazmente junto dos diferentes poderes questionando as posiçoes oficiais.
Mas seria preciso mais cultura e empenho democraticos...e como se sabe mesmo as limitadas possibilidades legais de intervenção existentes  ( a nivel local o numero de listas de verdadeiros 'independentes' são relativamente reduzidas e o direito de petição é ainda fracamente exercido) não são objecto de forte interesse nem idealmente aproveitadas.
Repito que seria interessante debater a fundo esses problemas, propor alternativas e não  ficarmos nos 'estribilhos' habituais por mais oportunos ou justos que pareçam ser.
 
Uma nota final, presumo que a sua referencia a 'tachistas' deve ter destinatarios seus conhecidos.Efectivamente o(s) Governo(s) podem nomear para os  postos  considerados de interesse politico em organizaçoes internacionais personalidades de sua confiança, e  mesmo destacar pessoal intermédio do seu funcionalismo  a titulo temporario se assim lhe(s) for solicitado.
No meu caso especifico  entrei para uma organização na base de  concurso publico internacional em que as autoridades nacionais (portuguesas ou outras) estão totalmente afastadas.E julgo que, por motivos obvios de 'independencia',sera assim que se passa em geral no provimento de lugares 'de carreira'.
O que se passa a nivel de provimento de lugares, carreiras, destacamento,  etc. na função publica portuguesa... desconheço.    
Cumprimentos
Título:
Enviado por: papatango em Maio 25, 2008, 08:46:03 pm
Citação de: "legionario"
Os tachistas que trabalham (muitos à custa de cunhas...) na Uniao Europeia, na Onu ou para os grandes grupos economicos, estao longe de ser a maioria...
Mas para quem ganha salarios ou reformas de m... como o Zé Povinho, tem razoes de sobra para mandar esta democracia às urtigas !


Se mandamos a democracia às urtigas, então devemos aceitar uma ditadura.
Mas  já agora, importa-se de nos dizer qual é a ditadura, onde se vive melhor que em Portugal ?

É que assim de memória não me ocorre nenhuma :conf:
Título:
Enviado por: Luso em Maio 25, 2008, 09:30:15 pm
Certamente que se refere a esta pseudo-democracia, pejada de cleptocratas inimputáveis.
Mas é minha convicção que a resposta está aqui:

http://www.youtube.com/watch?v=8ovca7N9 ... re=related (http://www.youtube.com/watch?v=8ovca7N9L0g&feature=related)
Título:
Enviado por: legionario em Maio 25, 2008, 11:26:23 pm
Citação de: "papatango"
Citação de: "legionario"
Os tachistas que trabalham (muitos à custa de cunhas...) na Uniao Europeia, na Onu ou para os grandes grupos economicos, estao longe de ser a maioria...
Mas para quem ganha salarios ou reformas de m... como o Zé Povinho, tem razoes de sobra para mandar esta democracia às urtigas !

Se mandamos a democracia às urtigas, então devemos aceitar uma ditadura.
Mas  já agora, importa-se de nos dizer qual é a ditadura, onde se vive melhor que em Portugal ?

É que assim de memória não me ocorre nenhuma :conf:


Eu prezo muito as minhas liberdades individuais para querer viver numa ditadura...e critico "esta democracia", que nao é uma democracia mas uma oligarquia .

Sou favoravel a uma democracia mais direta...baseada num municipalismo forte e em deputados independentes que defendam e representem os seus municipios e distritos. Sou favoravel tambem a deputados que representem as forças vivas da Naçao, como os sindicatos ou as associaçoes patronais...
Ou outro sistema qualquer, desde que funcionasse !
Mas na europa de hoje, (pelo menos nos dois paises que conheço bem), ha muita gente que esta mal e o que é pior ,  sem esperança !
Título:
Enviado por: legionario em Maio 25, 2008, 11:52:17 pm
Citação de: "JoseMFernandes"
Citação de: "legionario"

...olhe amigo, quem esta bem nao se queixa !!
Os tachistas que trabalham (muitos à custa de cunhas...) na Uniao Europeia, na Onu ou para os grandes grupos economicos, estao longe de ser a maioria...
Mas para quem ganha salarios ou reformas de m... como o Zé Povinho, tem razoes de sobra para mandar esta democracia às urtigas !

Eu nao sou o primeiro dizer que somos governados por uma oligarquia de partidos. Estes é que mandam em tudo ! Ao povo, deixam-no escolher entre duas ou tres figuras diferentes, mas no fim ganha sempre a oligarquia de caciques partidarios.

As pessoas estao fartas dos partidos, e a quase toda a gente aflige falar de politica, porquê?  resposta : ja metem nojo !

Suponho que não se refere afinal ao essencial minha observação que era apenas sobre a omnipresença na politica nacional de 'carreiristas politicos' ('pecha' que não é so portuguesa é certo...)...
A discussão sobre o poder e a representatividade  dos cidadãos na politica nacional (julgo que é a isso que se refere ao falar na oligarquia de partidos) levaria a outro debate....que passaria inelutavelmente pela Constituição que temos.
Como acontece nalguns paises  os eleitores poderiam por exemplo, decidir alterar por si mesmos na altura de votar a prioridade dos seus preferidos nas listas partidarias, escolherem candidatos de diferentes partidos simultaneamente...ou intervir em conjunto mais eficazmente junto dos diferentes poderes questionando as posiçoes oficiais.
Mas seria preciso mais cultura e empenho democraticos...e como se sabe mesmo as limitadas possibilidades legais de intervenção existentes  ( a nivel local o numero de listas de verdadeiros 'independentes' são relativamente reduzidas e o direito de petição é ainda fracamente exercido) não são objecto de forte interesse nem idealmente aproveitadas.
Repito que seria interessante debater a fundo esses problemas, propor alternativas e não  ficarmos nos 'estribilhos' habituais por mais oportunos ou justos que pareçam ser.
 
Uma nota final, presumo que a sua referencia a 'tachistas' deve ter destinatarios seus conhecidos.Efectivamente o(s) Governo(s) podem nomear para os  postos  considerados de interesse politico em organizaçoes internacionais personalidades de sua confiança, e  mesmo destacar pessoal intermédio do seu funcionalismo  a titulo temporario se assim lhe(s) for solicitado.
No meu caso especifico  entrei para uma organização na base de  concurso publico internacional em que as autoridades nacionais (portuguesas ou outras) estão totalmente afastadas.E julgo que, por motivos obvios de 'independencia',sera assim que se passa em geral no provimento de lugares 'de carreira'.
O que se passa a nivel de provimento de lugares, carreiras, destacamento,  etc. na função publica portuguesa... desconheço.    
Cumprimentos


Eu so posso responder ao seu texto com ideias simples, porque estou muito longe de lhe poder responder com argumentos do nivel dos seus .
E as minhas ideias simples sobre o assunto têm origem na observaçao do estado em que estamos : deslocalizaçao e desemprego, trabalhadores pobres (salario insuficiente para as necessidades basicas), saude e educaçao para quem pode pagar, justiça para quem tem dinheiro para pagar a bons advogados, precaridade na habitaçao, insegurança...

Pelo menos, conceda-me que tenho (temos) razao para desconfiar deste regime !

Eu nao discordo de nada do que  escreve, mas diga-me entao : onde é que esta o erro ?
Título:
Enviado por: legionario em Maio 26, 2008, 12:57:28 am
Se eu mencionei por outro nome aquilo a que chama "omnipresença na politica nacional de carreiristas politicos" e a que eu chamo oligarquia, é por ser um exemplo de uma das causas do mal estar social, tema deste topico.

Tenho a certeza que o senhor conhece muito mais casos do que eu de "misturas" entre homens politicos e interesses economicos.
Eu como de vez em quando leio jornais franceses e portugueses conheço tambem alguns .

Melhores cumprimentos
Título:
Enviado por: P44 em Maio 26, 2008, 08:27:44 am
Mas alguém dúvida ainda do "carreirismo político"?????

Querem exemplos em Portugal:
-António Mexia
-Fernando Gomes
-Ferreira do Amaral
-Jorge Coelho
-António Guterres
-Jorge Sampaio
-Durão Barroso

Assim de repente
Título:
Enviado por: legionario em Maio 26, 2008, 10:36:59 am
Eu até nem teria nada contra os carreiristas, se trabalhassem de forma eficaz...com bons resultados visiveis .

Nos por falta de cultura somos "incapazes de empenho democratico". Ja vivemos em democracia ha quase 40 anos, ainda nao houve tempo para educar melhor as pessoas ? Temos a maior tacha de analfabetismo da europa, porquê ? O senhor Doutor no mesmo periodo de 40 anos fez evoluir a alfabetizaçao de 20% (em 1930) para 85% (1970) ! E antigamente nao havia os meios que hoje existem !

Eu nao cometeria a heresia de criticar a Democracia, mas faço coro com milhares de pessoas para criticar "esta democracia".
Título:
Enviado por: P44 em Maio 26, 2008, 11:54:50 am
isto não é uma democracia mas sim uma merdocracia :roll:
Título:
Enviado por: Luso em Maio 29, 2008, 11:06:40 pm
Olha o paleio, oh P44!  s1x2x

Mas a propósito, quem disse isto?

«O plutocrata não é, pois, nem o grande industrial nem o financeiro: é uma espécie híbrida, intermediária entre a economia e a finança; é a "flor do mal" do pior capitalismo. Na produção, não é a produção em si mesma que lhe interessa, mas a operação financeira a que pode dar lugar; na finança, a administração regular dos seus capitais não lhe interessa demasiado, mas sim a multiplicação graças a acrobacias contra os interesses alheios. O seu campo de acção está fora da produção organizada de qualquer riqueza e fora da normal circulação dos capitais em dinheiro; ele não conhece nem os direitos do trabalho, nem as exigências da moral, nem as leis da humanidade. Se funda sociedades, é para usufruir dos seus bens e passá-los a outros; se obtém uma concessão gratuita, é para a revender já como um valor; se se apodera de uma empresa, é para que esta suporte os prejuízos que outras o fizeram sofrer. Para chegar a isso, o plutocrata age no meio económico e no meio político usando sempre o mesmo processo: a corrupção. Estes indivíduos, a quem alguns chamam também grandes homens de negócios, vivem precisamente de três características dos nossos dias: instabilidade das condições económicas, falta de organização da economia nacional, corrupção política. (...) Advoguei sempre a política do simples bom senso contra a dos grandiosos planos, tão grandiosos e tão vastos que toda a energia se gastava em admirá-los, faltando-nos as forças para a sua execução.»
Título:
Enviado por: Duarte em Maio 29, 2008, 11:57:01 pm
Citação de: "Luso"
Olha o paleio, oh P44!  :Bajular:  :Soldado2:
Título:
Enviado por: P44 em Maio 30, 2008, 08:19:03 am
Só foi pena ter deixado Portugal 50 anos parado no tempo e ser um retrógado que pensava que os ventos da história não passavam por cá.

Até parece que no tempo do "saudoso" Portugal era um país onde todos eram ricos, os passeios revestidos a ouro e o mel escorria abundante pelas ruas... :wink:
Título:
Enviado por: legionario em Maio 30, 2008, 10:20:56 am
Temos é que olhar para a frente...e porem as culpas nos antigos regimes para justificar o mal estar actual, ja nao pega !

Existem paises que sairam de economias centralizadas e de ditaduras ha bem pouco tempo  (paises de leste por exemplo ), e ja estao a alcançar-nos em termos de desenvolvimento humano.

Sera que estamos condenados a esta triste sina ? à pobreza, às carencias na saude e na educaçao ? a emigrar para ganhar o pão de cada dia?

Isto ja nao deve ter nada a vêr com o sistema politico mas com um problema colectivo do nosso povo ! ( o tal de que falavam os romanos !...)
Nao quero acreditar que seja assim, mas a realidade esta ai !
Título:
Enviado por: P44 em Maio 30, 2008, 10:22:38 am
Eu sinceramente acho que é genético :?
Título:
Enviado por: legionario em Maio 30, 2008, 11:17:45 am
Citação de: "P44"
Eu sinceramente acho que é genético :?


Se calhar é mesmo genético :):):)
Título:
Enviado por: P44 em Maio 30, 2008, 11:58:03 am
Se bem que a atmosfera da peninsula também deve ter influência , visto que os portugueses quando imigram geralmente safam-se bem

Ou se calhar é por não serem governados por outros portugueses :mrgreen:
Título:
Enviado por: nelson38899 em Maio 30, 2008, 12:20:56 pm
Ou então não!
Na minha zona as pessoas começaram outra vez a emigrar, por variadas razões, umas para pagarem dividas, outros para fugirem aos credores e outros porque lá fora é que é bom! Mas o que eu quero dizer, é que quem vem, lá de fora parece muito bem, é só mercedes e etc! mas a verdade está no seguinte, se as pessoas se comportassem aqui como se comportam lá fora, o país estava melhor, ou seja, lá fora o carro (mercedes, audis e BMW) só sai duas vezes por ano, para fazer a viagem para Portugal e para ir embora de Portugal e para mostrar que se é rico poupa-se lá o mais que possivel, para depois gastar aqui tudo num mês! Se aqui fizessem o mesmo, não precisavam muitas vezes de sair do país!
Título:
Enviado por: legionario em Maio 30, 2008, 01:27:45 pm
Ninguem emigra pelo prazer ! (exceçao feita aos aventureiros...)

E nos tempos que correm, vêm-se tantos carros de luxo em Portugal como em muitos paises europeus. O problema esta na criaçao e na distribuiçao da riqueza .

A culpa nao esta nos trabalhadores Portugueses, porque sao estes que fazem do Luxemburgo um dos paises mais ricos do mundo (por exemplo) ... temos pois que procurar as culpas noutro sitio !

Sinceramente, acho que sempre tivemos um problema de elites e de liderança.
Veja-se so por exemplo essa questao do novo aeroporto !  Os "estudos" que foram feitos, as questoes e questinculas que foram surgindo durante anos, a incapacidade de tomar decisoes...
Tantas opinioes de tanto lado, nao sao forçosamente sinonimo de democracia... em muitos casos sao lutas entre grupos de interesses todos com  razoes validas, mas ...relegando para segundo plano o interesse geral nacional.
Título:
Enviado por: P44 em Maio 30, 2008, 01:48:21 pm
Citar
A culpa nao esta nos trabalhadores Portugueses, porque sao estes que fazem do Luxemburgo um dos paises mais ricos do mundo (por exemplo) ... temos pois que procurar as culpas noutro sitio !


começa pelos "gestores" e quadros "superiores"....
Título:
Enviado por: PereiraMarques em Maio 30, 2008, 01:58:02 pm
A grande diferença entre Portugal e a Europa de Leste é a qualificação da mão-de-obra. E nem sequer é a questão do Ensino Superior, é a questão do Ensino Secundário e da existência de um Ensino Secundário profissional(izante). Os países da Europa de Leste têm 50, 60, 70% da população com o Ensino Secundário, Portugal têm quanto?, pouco mais de 10% :roll:, não conseguem competir com a mão-de-obra do Leste com um Ensino Secundário rigoroso, muito virado para a Ciência e a Técnica, e que auferem salários inferiores.

Já para não falar do Ensino Superior português, pouco técnico e aplicado, e com uma multiplicação de cursos/universidades privadas pouco sérias.
Título:
Enviado por: P44 em Maio 30, 2008, 02:31:18 pm
Tem toda a razão Pereira Marques, pois no Leste o sistema de educação COMUNISTA (buuuuu :roll: , com o objectivo de mostrar gráficos muito bonitos a Bruxelas não ajuda nada.

O LAXISMO COMEÇA LOGO NA ESCOLA PRIMÁRIA!

As crianças são educadas desde o inicio que a escola é uma brincadeira, que não exige esforço nenhum!!!!!
Esse é o GRANDE MAL DA NOSSA SOCIEDADE, estamos a gerar várias gerações de incompetentes que julgam que na vida tudo lhes cai do céu!
Título:
Enviado por: legionario em Maio 30, 2008, 02:40:39 pm
Citação de: "PereiraMarques"
A grande diferença entre Portugal e a Europa de Leste é a qualificação da mão-de-obra. E nem sequer é a questão do Ensino Superior, é a questão do Ensino Secundário e da existência de um Ensino Secundário profissional(izante). Os países da Europa de Leste têm 50, 60, 70% da população com o Ensino Secundário, Portugal têm quanto?, pouco mais de 10% :roll:, não conseguem competir com a mão-de-obra do Leste com um Ensino Secundário rigoroso, muito virado para a Ciência e a Técnica, e que auferem salários inferiores.

Já para não falar do Ensino Superior português, pouco técnico e aplicado, e com uma multiplicação de cursos/universidades privadas pouco sérias.


Sr Pereira Marques,

Ja ha quase quarenta anos que nao se ensina em Portugal as estaçoes de comboio e as serras de Angola !!!!!!

Mas ja que quer fazer comparaçoes com o seculo passado, diga-me entao porque é que os nossos democratas acabaram com as "escolas industriais e comerciais"; onde se preparava muitos jovens para as tecnologias da época?
E responda tambem à pergunta que fiz anteriormente : quarenta anos de democracia ainda nao chegaram para instruir as pessoas ?

Eu acredito que ainda estejamos a sofrer com a "pesada herança" do Estado Novo, mas atendendo a que este surgio como consequencia do caos républicano...entao vamos depreender que o primeiro responsavel por esta m... actual,  foi o bando de "intelectuais "  maçonico que assassinou o Rei e fez de Portugal uma républica das bananas!

Os problemas de hoje vao ter de ser resolvidos pelos homens de hoje. Deixemos os mortos em paz!
Título:
Enviado por: P44 em Maio 30, 2008, 02:47:48 pm
Citar
foi o bando de "intelectuais " maçonico que assassinou o Rei e fez de Portugal uma républica das bananas!

Os problemas de hoje vao ter de ser resolvidos pelos homens de hoje. Deixemos os mortos em paz!


então , mas afinal deixamos os mortos em paz ou não? :mrgreen:

Numa coisa o caro legionário está coberto de razão, o fim das Escolas Técnicas e Profissionais, associado á ideia de todos tinham de ser "doutores", foi um rude golpe para o desenvolvimento do País!!!!
Título:
Enviado por: legionario em Maio 30, 2008, 02:59:30 pm
Acho bem deixar os mortos em paz, sim ! :)
Título:
Enviado por: Lancero em Maio 30, 2008, 03:05:29 pm
Dentro de uma geração já não haverá essas diferenças entre Europa Ocidental e de Leste. Infelizmente, penso que a ocidentalização do antigo bloco comunista vai exterminar essas poucas coisas, como a educação e preparação técnica, que o sistema comunista tinha.
Ai é que vai ser o bom e o bonito... Tudo (ainda mais) para a China.
Título:
Enviado por: P44 em Maio 30, 2008, 03:10:04 pm
Cavaco alerta para clima de crispação social devido às desigualdades sociais
TSF Online, Portugal - 1 hour ago
O Presidente da República alertou, esta sexta-feira, para o clima de crispação social em Portugal devido às desigualdades sociais existentes. ...

 :arrow: http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Portug ... _id=951259 (http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=951259)

....

PR: Portugal é uma sociedade de "profundas desigualdades sociais" - Cavaco Silva
30 de Maio de 2008, 13:24

Lisboa, 30 Mai (Lusa) - O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, afirmou hoje, em Lisboa, que Portugal é "identificado como uma sociedade de profundas desigualdades sociais".

Falando na abertura do Congresso Internacional de Inovação Social, Cavaco Silva considerou como "experiência inesquecível" a sua participação nas jornadas do Roteiro para a Inclusão Social e que serviu para alertar a sociedade portuguesa para as "situações de pobreza e exclusão social que ainda abundam no país e que a todos devem envergonhar".

Cavaco Silva dissertou igualmente sobre o envelhecimento associado à pressão para a inactividade precoce, em especial a resultante do "recurso a reformas antecipadas ou desemprego de milhares de trabalhadores que não são muito novos para serem aposentados, mas já demasiado idosos para retomarem uma actividade profissional".

"O desperdício de capital humano é manifesto, mas a indignidade e a falta de respeito pela pessoa humana que ele revela torna-se intolerável", declarou.

Afirmando que "para novos problemas" são necessárias "novas soluções", Cavaco Silva disse que "os estudos das instituições europeias, recentemente divulgados, colocam Portugal entre os Estados-membros onde as desigualdades de distribuição de rendimento e o risco de pobreza são mais elevados".

O Chefe de Estado disse que "a cultura do conformismo e da resignação prejudica a inovação" e transmitiu apoio aos organizadores do congresso, manifestando esperança que ajudem a construir um "Portugal socialmente mais justo e solidário, com maior equidade e maior dinamismo na senda do futuro".

SRS.

Lusa/fim
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Maio 30, 2008, 03:15:10 pm
Citação de: "Lancero"
Dentro de uma geração já não haverá essas diferenças entre Europa Ocidental e de Leste. Infelizmente, penso que a ocidentalização do antigo bloco comunista vai exterminar essas poucas coisas, como a educação e preparação técnica, que o sistema comunista tinha.
Ai é que vai ser o bom e o bonito... Tudo (ainda mais) para a China.


Mas Lancero, eu quando andava no Liceu não tinha a possibilidade de escolher a via profissionalizante, as escolas mais perto seriam em Lisboa. Hoje em dia já há essa possiblidade e pelo que vejo há cada vez mais escolas do género e já há até cursos de 9º ano profissionalizantes (desde Electricistas a Bombeiros).
Título:
Enviado por: legionario em Maio 30, 2008, 03:17:51 pm
Citação de: "Lancero"
Dentro de uma geração já não haverá essas diferenças entre Europa Ocidental e de Leste. Infelizmente, penso que a ocidentalização do antigo bloco comunista vai exterminar essas poucas coisas, como a educação e preparação técnica, que o sistema comunista tinha.
Ai é que vai ser o bom e o bonito... Tudo (ainda mais) para a China.


Encontramos muito melhor educaçao e preparaçao técnica noutros paises europeus...nao chore o sistema educativo comunista amigo! :)
Título:
Enviado por: P44 em Maio 30, 2008, 03:21:42 pm
o Lancero está a dar em comuna enrustido :?
Título:
Enviado por: Lancero em Maio 30, 2008, 03:24:44 pm
Referia-me ao respeito pelo estudo como instrumento para o trabalho e para a vida. E ao facto de ser nato que os estudos teriam de ser concluídos e com a melhor nota possível. Eras essas as vantagens do ensino comunista. Não nego que são valores pelos quais me guio  :wink:
E não sou comuna  :evil:
Título:
Enviado por: legionario em Maio 30, 2008, 03:34:27 pm
Ah pois,...a educaçao e o ensino !

Ja reparei que nos têm faltado ideias para resolver este problema !
Se calhar a soluçao até é simples : basta copiar e fazer como fazem os melhores paises .
A soluçao que foi adoptada : multiplicaçao de escolas e de escolinhas privadas, atribuiçao de equivalencias à balda, etc  parece mais soluçoes de nivel conjunctural, e nos precisamos é de mudanças estruturais ...

se nao souberem por onde começar, deixo a minha dica : comece-se desde menino ! ;)
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Maio 30, 2008, 03:46:07 pm
A minha irmã está a estudar numa escola pública sob gestão privada e aquilo é mesmo tudo muito controlado. Ela farta-se de estudar e as notas não são por aí além. Não há facilitismos, não há indisciplina, há muita cobrança por melhores notas, etc. A escola está a fazer tal sucesso que as outras escolas públicas estão a implementar muitas das regras da escola dela.

Vi muito miúdo indisciplinado e de familias "dificeis" a entrar para a escola e a se transformarem radicalmente.
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Maio 30, 2008, 03:53:30 pm
Não pá, essa mesma instituição já tem duas escolas no meu concelho.

O problema é que muitas vezes não há "tomates" para dizer o céu é azul e mais nada, enquanto que os meninos querem que o céu seja cor de rosa.
Título:
Enviado por: legionario em Maio 30, 2008, 04:05:04 pm
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Não pá, essa mesma instituição já tem duas escolas no meu concelho.

O problema é que muitas vezes não há "tomates" para dizer o céu é azul e mais nada, enquanto que os meninos querem que o céu seja cor de rosa.


desculpa, tinha apagado a mensagem anterior ;)

eu sei que ha muitas escolas boas no pais ... o que eu queria dizer é que nem todos conseguem la chegar .

Ha muito menos alunos no secundario, ensino técnico e superior, que nos outros paises europeus.
Título:
Enviado por: P44 em Junho 11, 2008, 08:28:35 am
Bloqueio seca bombas e esvazia hipers
01h17m
Virgínia Alves
O quadro da paralisação já não se limita a camiões parados nas estradas portuguesas e espanholas, nas prateleiras dos hipers começam a faltar produtos e nas bombas de gasolina surgem cartazes de "esgotado".
O impacto da paralisação dos transportadores de mercadorias está a afectar vários sectores. O Grupo Jerónimo Martins conseguiu que alguns dos seus camiões partissem dos armazéns em direcção às lojas com escolta policial, "mas são insuficientes para abastecer as lojas e os fornecedores também não o conseguem fazer", disse ao JN, Frederico Machado, um dos responsáveis desse grupo.
Ontem começavam a faltar o peixe, a carne e os vegetais, os "produtos menos perecíveis ainda existem em armazém, mas por alguns dias", admitiu.
O grupo Os Mosqueteiros também começa a ficar preocupado, dizendo que se "o bloqueio continuar por mais dois ou três dias, vai começar a notar-se".
Quem soma já prejuízos de milhares de euros são os produtores de leite. "Cerca de meia dúzia optaram por destruir 10 mil litros de leite, porque não conseguiram fazer o transporte", afirmou Fernando Cardoso, da Federação dos Produtores de Leite, acrescentando que no Norte do país a "recolha está a ser feita com toda a normalidade".
Normalidade a Norte que também se faz sentir nos postos de combustíveis. "Em Braga estão a ser abastecidos. Postos sem combustíveis só no Algarve, na zona de Lisboa e alguns casos no Centro", adiantou Augusto Cybron, da associação de revendedores.
Enquanto aguardam uma conclusão em Portugal, todos salientam a paralisação em Espanha, que representará dificuldades para Portugal, pelos muitos produtos importados diariamente. Em Barcelona foi activado o Plano Básico de Emergências Municipais, para garantir o abastecimento prioritário. Em várias cidades os bens começam a escassear.

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economi ... _id=956579 (http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=956579)

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fjn.sapo.pt%2FStorage%2Fng1028445.jpg&hash=47babd7a56a69b739fa77df8e476d6fe)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fjn.sapo.pt%2FStorage%2Fng1028446.jpg&hash=581b808c4f860af3d9eca3dceb4f77c4)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fjn.sapo.pt%2FStorage%2Fng1028447.jpg&hash=27184567a2051349817cc29fe96f485a)


Protesto dos camionistas continua firme
01h17m
pedro olavo simões
No meio de entendimentos e desentendimentos entre os líderes, a paralisação de transportadores rodoviários ficou, terça-feira, manchada pelo atropelamento mortal, em Alcanena, de um motorista envolvido no piquete.
O Dia de Portugal teria sido calmo, em relação à véspera, se não tivesse ocorrido esse incidente mortal, de algum modo similar a outro verificado junto ao mercado abastecedor de Granada (Espanha). Há já problemas decorrentes do protesto, como falta de bens alimentares perecíveis e de combustíveis, mas o bloqueio propriamente dito, mais intenso no Sul do que no Norte, foi algo indefinido, após um cancelamento cancelado.
Confuso, é certo, mas aproximado da realidade. Anteontem à noite, a comissão de transportadores que liderava o protesto esteve reunida com responsáveis da associação do sector (ANTRAM), decidindo voltar à normalidade. "Ao percebermos o que estava a ser negociado com o Governo, verificámos que havia coisas boas", diz Jorge Lemos, empresário de Mangualde, explicando que o processo negocial "merecia o voto de confiança da comissão".
Ora, o choque deu-se entre os que protestavam. Os que estavam no terreno não concordaram com a comissão informal que os representava, insistindo em continuar o protesto. Desautorizada, a comissão deu por finda a própria existência, pelo que tudo ficou na mesma. Há casos, até, em que a paralisação é incontornável: nos atulhados parques de pesados, basta um camião sem motorista (muitos foram para casa, por ser feriado) para travar os restantes.
Tudo indicava, à hora de fecho desta edição, que hoje, dia em que são retomadas as negociações entre a ANTRAM e o Executivo, o protesto volte a subir de tom. "Há empresas que não aderiram ontem (anteontem), mas estão a preparar-se para aderir amanhã", diz-nos Jorge Lemos, lembrando que a paralisação em Espanha, ainda mais firme, também contribui para impedir a normalização.
Esperava-se para a madrugada de hoje, por exemplo, um regresso aos bloqueios no Porto, interrompidos no feriado. Nuno Salgado, porta-voz do movimento que levou a cabo, na semana passada, a "marcha cívica" que entupiu a Via de Cintura Interna, na Invicta, "o bloqueio vai reiniciar-se (...) nos mesmos pontos de segunda-feira, ou seja, no porto de Leixões e terminal TIR, em Matosinhos [Freixieiro, Perafita], e nas pedreiras de Entre-os-Rios e Penafiel".
Vários operadores entendem que as negociações poderão levar ao fim do bloqueio. Embora pouco transpire das reuniões de trabalho, presume-se que o Governo não faça concessões directas, mas facilite soluções alternativas, como a que passa pelo envolvimento dos concessionários de auto-estradas e por uma provável redução de portagens. Se o processo for inconclusivo, então, prepara-se um grande protesto para a próxima segunda-feira. E há quem preveja que, se por acaso o diálogo falhar, a própria ANTRAM possa pôr-se ao lado dos associados em revolta.

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economi ... _id=956578 (http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=956578)
Título:
Enviado por: P44 em Junho 11, 2008, 11:32:57 am
Citar
Quarta Feira, 11.06.2008
 Economia  
Paralisação dos transportes continua
País pode parar se o bloqueio se prolongar por mais um ou dois dias

2008-06-11 09:56:32  

Lisboa – Segundo dados fornecidos pela ANAREC (Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis), muitos postos de abastecimento já se encontram sem combustíveis e caso os camionistas mantenham a paralisação por um período de um a dois dias, Portugal corre sérios riscos de parar.
 
Nesta altura, os combustíveis já acabaram em muitos postos de abastecimento um pouco por todo o país, sobretudo no Algarve e na zona da Grande Lisboa avançou a ANAREC, em comunicado.

A associação de Revendedores admite que, mesmo depois de os camiões começarem a circular, não é apenas num dia que a situação vai normalizar. São já muitos os serviços que estão em risco de paralisar devido ao bloqueio.

Segundo fonte oficial dos Aeroportos de Portugal, ANA, o aeroporto da Portela, o mais importante do País, só tem combustível para mais um dia.

Relativamente ao abastecimento dos hipermercados, Frederico Machado, um dos responsáveis do grupo. Jerónimo Martins afirmou que ontem começavam a faltar o peixe, a carne e os vegetais, os «produtos menos perecíveis ainda existem em armazém, mas por alguns dias».

Fernando Cardoso, da federação dos produtores de Leite avançou que os produtores de leite já perderam milhares de euros «Cerca de meia dúzia optaram por destruir 10 mil litros de leite, porque não conseguiram fazer o transporte», afirmou.

Os camionistas afirmam-se dispostos a manter os bloqueios até que o Governo ceda nas suas reivindicações, designadamente: gasóleo profissional, diminuição do ISP e outros benefícios fiscais.

Por outro lado, o corpo de intervenção da Polícia de Segurança Pública (PSP) está a escoltar grupos de camiões-cisternas, no total cerca de 40, que se dirigem a Lisboa e Setúbal, disse à agência Lusa Hipólito Cunha, porta-voz daquela força de segurança: «São cerca de 40 camiões, que seguem em grupos de 10, escoltados pela PSP», adiantou a mesma fonte.
 
(c) PNN Portuguese News Network

http://www.jornaldigital.com/noticias.php?noticia=16010 (http://www.jornaldigital.com/noticias.php?noticia=16010)
Título:
Enviado por: ricardonunes em Junho 11, 2008, 11:41:09 am
Gosto da 1ª foto.

Aquilo é o quê? Um "agente" dos piquetes?
Título:
Enviado por: nelson38899 em Junho 11, 2008, 11:57:41 am
e a pedra que ele tem na mão, é um email á moda antiga
Título:
Enviado por: P44 em Junho 11, 2008, 01:28:27 pm
Citar
Protesto dos camionistas

Aeroporto de Lisboa está sem combustível

Já não há combustível no Aeroporto da Portela para abastecer aviões comerciais. A ANA, aeroportos de Portugal, confirmou, há pouco à SIC, que existe combustível, mas apenas para voos de emergência, de estado e militares.

Estes stocks foram ontem abastecidos através de cerca 20 camiões cisterna, que tiveram de ser escoltados pela GNR.

Até ao momento não há registo de qualquer cancelamento de voos devido a esta situação.

"Não estamos a ter capacidade para reabastecer qualquer avião à excepção dos de emergência, militares e de Estado", disse à agência Lusa o porta-voz da ANA, Rui Oliveira, sublinhando não haver até ao momento registo do cancelamento de qualquer voo.

O responsável da empresa lembrou que as companhias aéreas foram alertadas segunda-feira para esta situação, consequência da paralisação dos transportadores que está a impedir o abastecimento de combustível ao aeroporto da capital, e por isso estão a abastecer em outros aeroportos.

É o caso dos aviões da TAP que estão a abastecer nos pontos de origem, no caso do médio curso, e a fazer escalas técnicas em aeroportos como o do Porto ou Funchal no caso das ligações de longo curso, segundo disse à Lusa fonte da transportadora nacional.

"No médio curso a TAP opta por fazer abastecimentos no exterior, no longo curso a avaliação e a escolha dos locais de abastecimento é feita caso a caso", disse à Lusa, Isabel Palma do gabinete de comunicação da TAP.

A responsável apontou o caso de dois voos que partiram hoje de manhã para Brasília e Rio de Janeiro, Brasil, e abasteceram no Porto, apontando ainda o caso de outra ligação com S. Salvador, cujo abastecimento está previsto para o Funchal "por se localizar na sua rota".

Admitindo que esta situação esteja a causar atrasos nas ligações aéreas, a responsável da TAP afirmou, no entanto, que nenhuma ligação foi cancelada até ao momento.

O aeroporto de Lisboa, onde a TAP tem a sua base operacional, é abastecido diariamente por cerca de 60 camiões cisterna, a partir de Aveiras, e tem reservas para três dias.

Na noite de terça-feira, chegaram ao aeroporto apenas 12 camiões cisterna, o que segundo Rui Oliveira deu apenas para repor as reservas.

Segundo o porta-voz da ANA, não há quaisquer problemas de abastecimento nos aeroportos do Porto e Faro

A TAP, no caso de voos de médio curso, os aviões chegam a Portugal já abastecidos. Ou seja, colocam combustível no estrangeiro. Nos de longo curso, o abastecimento tem sido feito, sobretudo, no Porto.


http://sic.aeiou.pt/online/noticias/din ... stivel.htm (http://sic.aeiou.pt/online/noticias/dinheiro/Aeroposto+de+Lisboa+esta+sem+combustivel.htm)
Título:
Enviado por: LM em Junho 16, 2008, 04:23:35 pm
Abrupto Blog: (http://http)

No dia 13 de Fevereiro de 2008 escrevi no Abrupto:

"Isto está de cortar à faca. É um pouco inevitável com a conjugação de três coisas em sequência: um pano de fundo de crise económica e social grave, que gera uma peculiar sensibilidade a questões como a corrupção, e, como na política não há alternativas, tudo desagua num ambiente pastoso, irritado e sem esperança. Hoje, num supermercado, um homem disse-me: 'Vai haver uma explosão'. Sei lá, alguma coisa vai haver. Não menosprezem os sinais."

Recebi o habitual coro de protestos. Que exagerava, que não havia nenhuma crise especial, que era preciso era optimismo, que os "velhos do Restelo" só viam coisinhas más no horizonte, que a oposição quer é que haja "explosões", etc., etc. Não me cito porque entenda que é preciso qualquer espécie de perspicácia notável para perceber o que já estava então a acontecer, até porque estamos também no domínio da self-fulfilling prophecy, mas por causa dos "sinais". Os sinais já são evidentes há muito tempo e alguma coisa, por pequena que seja, já devia ter sido feita e alguma pensada para os tempos mais difíceis que ainda não vieram. Porém, o Governo negou a realidade, ignorou os sinais, nada fez, nada faz e nada fará. Vai a caminho de um lindo enterro, cujo custo vamos pagar com juros.

Saímos de uma semana em que a lei e a ordem desapareceram das nossas estradas, com o sentimento crescente dia a dia da impotência e da apatia do Governo, com um primeiro-ministro balbuciante, ele que é tão lesto a falar do que lhe convém, e a crescente sensação de insegurança a penetrar mesmo a couraça patriótica do Euro 2008. No meio da exibição obsessiva do circo futebolístico, alimentado a milhões de euros pelo Governo na televisão "pública" que devia ser "diferente" e é ainda mais "igual" , as pessoas aperceberam-se que o país estava nas mãos dos piquetes do Carregado e que era mesmo melhor começar a comprar mantimentos e a fazer reservas de combustíveis, como se estivéssemos em vésperas de uma guerra civil ou no PREC, que é a mesma coisa. Só em criança eu me lembro de ver a minha mãe a encher a dispensa em 1958, porque era o que se deveria fazer quando havia risco de "revoluções" e, na sua memória portuense, havia o precedente de 1927. "É que pode não se poder ir à rua por causa dos tiros..."

Quando José Sócrates disse que o Estado estava "vulnerável" para lidar com a paralisação das transportadoras, ele só disse metade da verdade. É verdade que o nosso Estado é "vulnerável" a muitas coisas, a começar pela corrupção, mas, acima de tudo, quem esteve "vulnerável" foi o seu Governo, que deu um espectáculo de incompetência e negligência praticamente em todas as áreas sensíveis que estavam em causa. E mais: foi perigoso para todos nós, para a nossa segurança. Foi e é, porque a "explosão" ainda não acabou.

No debate parlamentar, de que só vi fragmentos, Sócrates fez o seu exercício habitual daquilo que, há muito, chamo o "argumento hegeliano": tudo o que aconteceu tem muita força porque aconteceu e, se aconteceu, é porque deveria ter acontecido". A versão governamental é sempre a mesma, as coisas aconteceram como deviam ter acontecido e só uns mal-intencionados da oposição pensam que podia ser de outra maneira. De outra maneira seria sempre pior, haveria mais caos, mais perturbação, mais riscos, se não fosse a "firmeza" e o "diálogo" governamental. Como as coisas não ocorreram "de outra maneira", o argumento hegeliano que se baseia na força do "acontecido" é excelente para justificar o poder. É, aliás, para isso que ele existe, para dar ao poder uma blindagem face à realidade, parecendo alicerçar-se na própria "realidade".

A polícia não actuou? Fez bem, porque, se actuasse, tinha sido uma catástrofe e não haveria acordo. O Governo demorou tempo de mais para negociar? O Governo demorou o tempo que foi preciso para haver acordo. Os "transportadores" violaram a lei? É menos importante do que o facto que a paralisação acabou porque o Governo soube "dialogar". Houve desacatos e violências? Houve, mas foram poucos em relação ao que poderia ter havido, caso o Governo não fosse "dialogante". E não se sai disto, o que aconteceu tinha que acontecer, ou melhor ainda, devia acontecer como aconteceu porque só assim "houve acordo". Pelo caminho ficou um morto e vários feridos, mas isso é pouco importante face ao caminho inexorável dos acontecimentos conduzidos pela mão preclara do Governo do PS.

Aliás, a vantagem do "argumento hegeliano" é que dá para tudo e para o seu exacto contrário. Hoje, assenta no acordo obtido na noite tumultuosa da reunião da Batalha, mas, se não tivesse havido acordo, a linha de argumentação do Governo seria a mesma. Se o acordo tivesse falhado e o Governo viesse para a rua com as polícias e o Exército, prendendo e reprimindo à bastonada, podem ter a certeza que o primeiro-ministro chegaria ao Parlamento a dizer que isso só demonstrava a "firmeza" do Governo, que tinha seguido a via do "diálogo", mas que encontrara uns desordeiros pela frente, pelo que a ordem pública tinha sido garantida. E que o seu Governo fizera exactamente o que devia fazer, no tempo em que o devia fazer e na forma em que o devia fazer.

Claro que o Governo não quer ouvir as perguntas que acertam na sua incompetência e fraqueza como setas em alvo próximo. Por exemplo: que medidas tomou desde o início do conflito para garantir os abastecimentos estratégicos, como o combustível para o aeroporto? Nada. O que é que fez para evitar rupturas de fornecimentos que podiam paralisar quase toda a actividade económica? Nada. O que é que fez para acautelar o escoamento dos produtos perecíveis? Nada. Que garantias de liberdade de circulação deu aos muitos camionistas, às muitas empresas de transportes, que não queriam participar na paralisação? Nenhuma. Que garantias nos deu, a todos, que o Estado não negoceia com quem está a violar a lei, não negoceia com quem está a usar a força para o intimidar, enquanto não for reposta a legalidade, o que todos pensavam ser uma boa doutrina para evitar que haja benefício do infractor? Nenhuma. Não só não deu garantias como premiou quem o fez, sentando-se à mesa diante da televisão com os piquetes ad hoc, ajudando a descredibilizar quem tinha elegido como parceiro, a ANTRAM, e premiando os métodos usados.

É que a alternativa não era, como o Governo pretende para nos enganar e justificar a fraqueza, entre o laxismo e a bastonada. Só o seria se o Governo não tivesse um plano, se o Governo não fizesse aquilo para que foi eleito, governar. É que desde início podia ter um plano e não tinha nenhum. Podia ter fechado os olhos à ilegalidade dos piquetes, permitir que eles abordassem os motoristas que não queriam paralisar, mas não permitir mais nada que não fossem assobios e vaias aos que passassem. Mas não. Permitiu a ocupação da via pública, a intimidação com ameaça, as pedradas e os incêndios. E fez ainda pior, permitiu que esses comportamentos de flagrante ilegalidade se fizessem diante dos olhos e ouvidos da GNR, cuja autoridade minou diante dos camionistas e diante de todos os que viam na televisão um guarda passivo enquanto os membros dos piquetes abriam à força as portas das cabinas para ameaçar os motoristas de que, alguns metros a seguir, haveria pedradas, pelo menos. Apesar de todas as violências e de crimes públicos estarem a ser cometidos diante das autoridades, ninguém foi preso, como no caso dos Verdeufémios e da destruição do milho transgénico, apenas foram "identificados". Como é que podia ser de outra maneira, se aqueles homens estavam sentados à mesa com o ministro, se naqueles dias eram eles que impunham a lei da força?

Aquilo a que assistimos esta semana foi um bem triste retrato da impotência, da negligência e da fraqueza. Mas foi só um início. Esta caixa é como a de Pandora, abre-se e depois não se fecha, e nem mil anões da propaganda, nem o poderoso Hegel, a conseguem fechar.

(Versão do Público de 13 de Junho de 2008.)
Título:
Enviado por: Luso em Junho 16, 2008, 05:26:51 pm
Onde pára a Ferreira Leite?

Estes silêncios são muito, muito estranhos.
Ou talvez não.
Título:
Enviado por: ricardonunes em Junho 16, 2008, 05:29:22 pm
Citação de: "Luso"
Onde pára a Ferreira Leite?

Estes silêncios são muito, muito estranhos.
Ou talvez não.


Anda a mudar as fraldas ao Joãozinho  :roll:
Título:
Enviado por: Luso em Junho 16, 2008, 11:16:59 pm
Henrique Medina Carreira
O 'Circo Nosso de cada dia'
Sexta-feira, Junho 13, 2008

Há um notório e crescente mal-estar no nosso País. Apesar do optimismo e das promessas, os salários continuam baixos, as pensões são exíguas, o poder de compra estagna, o desemprego é elevado, a classe média dissolve-se, a pobreza alastra, as desigualdades acentuam-se, as famílias estão pesadamente endividadas, a emigração recomeça e os temores aumentam. A crise internacional chegou e atingirá alguns com especial violência.

É a mediocridade da economia que temos.

Quando se analisa a sua evolução, torna-se inequívoco o declínio. Quando se imagina o futuro europeu de Portugal, ele é cinzento.

Há mais de três décadas que o produto desacelera, conforme as seguintes taxas de crescimento médio anual: 7,5% (1960-70); 4,5% (1970-80); 3,2% (1980-90); 2,7% (1990-2000); e 0,9% (2000-06). Outros países europeus também não conseguiram muito melhor.

Cerca de 2020, se a nossa economia e as dos seis outros que agora nos seguem se comportarem como de 2000 a 2006, seremos o país mais pobre dos “25”. Só o evitaremos se o produto subir a uma taxa mínima da ordem dos 3%, ou os demais caírem significativamente. Isto é: mais ano, menos ano, poderemos estar na “cauda” da Europa.

Há, por todas as razões, uma prioridade absoluta para a nossa economia.

Esta evolução tem origens diversas: externas e internas, públicas e privadas. Importam aqui, sobretudo, as de natureza política, relativas aos “defeitos” que existem na área do Estado ou que dele derivam, porque numa economia aberta e pouco competitiva, como a nossa, não se convive longamente com eles sem provocar efeitos desastrosos.

Acontece, em todo o caso, que o Estado português está rodeado de circunstâncias adversas, condicionantes das mudanças indispensáveis.

Desde logo, falta-lhe “tempo” político: o sistema de governação criado em 1976, a impreparação dos partidos para governar e o eleitoralismo que cada vez mais os domina, originam uma frequente e inconveniente descontinuidade executiva (1).

Também não há “verdade” política: quanto aos problemas essenciais, os partidos do poder assumem compromissos eleitorais que não tencionam ou não podem cumprir e fazem no Governo o que antes rejeitam ruidosamente na oposição. Assistimos a um espectáculo de mentira sem decoro, gerador do descrédito dos partidos e da decadência da democracia.
Escasseia, igualmente, “qualidade” política: os partidos que existem, tal como já acontecia em 1926, são “agrupamentos sem raízes na realidade do país” e que propiciam o “aparecimento na cena política de homens de segundo plano” (2).

Há assim uma doença grave na nossa vida política que também conduz ao desaproveitamento de enormes e irrepetíveis meios financeiros. Efectivamente, desde 1990 o nosso Estado arrecadou cerca de 160 000 milhões de euros (m€) - aproximadamente 820 m€/mês - de receitas não tributárias (3). Determinou ainda um grande aumento da carga fiscal, de 29% (1990) para 37% do Pib (2006): +8 pp., que não têm paralelo na Europa durante esse período.

Quase tudo o que exige tempo, verdade e qualidade, ou tarda muito ou nunca acontece.
Não se pode considerar o curto e o médio prazo porque os governos nada podem fazer, perdidas que foram as principais “ferramentas” de política macro económica: a moeda nacional, os juros, os câmbios, as tarifas aduaneiras e, na sua maior parte, a margem de discricionaridade orçamental.

E isso é muito claro quando observamos o que aconteceu desde 2000: o produto português limitou-se a acompanhar as tendências europeias, crescendo quando ali se cresceu e caindo quando ali se caiu (cf. Gráfico anexo). Nesse tempo, apesar dos quatro governos que tivemos, a nossa economia, uns pontos abaixo, só “obedeceu” à dos “25”. Foi em absoluto indiferente a quem e como governou.

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fbp0.blogger.com%2F_9jNigx1MImk%2FSFLn064JqDI%2FAAAAAAAAAFY%2Fqgvd3_6UV3I%2Fs400%2FScreenshot-1.png&hash=fc1c584764e99592c1d1d3b28fb0351d)

A “receita” habitual e de que muitos falam - o aumento da procura interna, fazendo o Estado gastar mais – não é viável porque continuamos a ter contas públicas muito desequilibradas e porque, como nos ensina quem sabe, sendo insuspeito de simpatias neoliberais, “um aumento grande da despesa pública [não resolve] o que quer que seja em termos de crescimento económico” (4).

Apesar destas evidências, o Governo vai lançar um projecto irresponsável e eleitoralista de “betão” em larga escala, para realizações muitas vezes supérfluas e de aparente êxito imediato. É mais um dispendioso logro, parece que com o silêncio da oposição.
De tudo resulta, portanto, que o Governo não falha porque a economia é medíocre e o desemprego está alto. O Governo falha, e muito, porque atravessa uma longa legislatura, como a actual, em tudo favorável, deixando sem remédio, em 2009, a maioria dos mais graves “defeitos” que já encontrou em 2005.

Perdemos outra vez tempo: não se solucionou a conjuntura nem se preparou a estrutura.

A nossa evidente fragilidade económica - somos os que avançam mais devagar na UE, podendo por isso estar sua “cauda” em 2020 - tem hoje efeitos negativos e muito sensíveis no plano salarial, no nível do emprego, no poder de compra (5) e na acentuação da pobreza. Porém e pior do que isso: ela está a minar, a prazo, a base de sustentação das políticas sociais, já de si cheias de problemas.

Quem quiser pode entendê-lo com facilidade: entre 1990 e 2005 o produto português evoluiu à taxa anual de 2% e as despesas sociais (6) à de quase 6%; essas despesas absorviam 60% das contribuições sociais e dos impostos em 1990, 71% em 1995, 70% em 2000 e 84% em 2005.

O Estado social é, provavelmente, a mais notável realização europeia dos últimos sessenta a cem anos. Mas não nos deveremos enganar: ele só pode sobreviver se assentar numa economia próspera.

E isto é decisivo porque, se não conseguirmos aumentar significativamente o ritmo de expansão da riqueza nacional, o presente nível de “redistribuição” – mesmo insuficiente, como já é - terá de ser reconsiderado em baixa, mesmo em muito forte baixa.

Sem mais “economia” só pode haver menos “social”.

É certamente viável redistribuir “melhor”, discriminando positivamente. Mas não se redistribuirá “mais”.

São já bem conhecidos os sectores e os vícios que mais afectam a produtividade e a competitividade da nossa economia. Os que se situam na área pública ou que do Estado dependem, só por ele poderão ser solucionados, através de medidas e de reformas que eliminem ou reduzam as suas consequências negativas.

Mas numa economia internacionalizada, como é a actual, tudo o que dele pode exigir-se ou esperar-se, é a criação das condições indispensáveis à atracção dos investimentos que nos convêm: os de mais rápida reprodutividade, destinados às exportações e à substituição de importações.

É por isso surpreendente que entrem e saiam governos, ficando sempre tudo na mesma ou quase. Sem carácter exaustivo, é óbvia e imperiosa a necessidade de mudar muito no ensino, o nosso maior reprodutor de mediocridade e que está a “hipotecar” o futuro daqueles que finge promover; na formação passa-se quase o mesmo, fazendo-se crer na possibilidade de aprender em poucos meses aquilo que só se aprende em alguns anos; na justiça permanecem as demoras sem fim e sem previsão, que a tornam, em grande parte, desacreditada, inútil e aleatória; o sistema dos impostos é pesado, complicado sem vantagens, sempre instável, por vezes abusivamente agressivo e iníquo devido ao elevado peso da tributação indirecta; a Administração Pública continua sem reorganização, requalificação, rejuvenescimento e reequipamento, porque quase tudo isso passa ao lado do PRACE; a grande burocracia está cristalizada, como se confirma com a existência perversa dos PIN, necessários só para quem o Governo entende contemplar; a grande corrupção está para ficar e mesmo para crescer, indiferente às medidas com que apenas se simula querer combatê-la; mantêm-se incompreensivelmente os pagamentos atrasados do Estado, tão lesto a pregar moral aos privados que se atrasam; a multidão dos licenciados sem trabalho não encontra qualquer resposta que os reconverta profissionalmente; o mercado do arrendamento continua a não existir e nada se faz aí com consequências relevantes; não temos técnicos adequados às exigências do mercado; o excessivo peso financeiro do Estado, o espantoso mapa autárquico desenhado para o tempo da “diligência” e das carroças, o regime das relações laborais, a preferência constante pela facilidade e pela mediocridade, entre outros, constituem “defeitos” graves, sem qualquer remédio à vista.

Estas são questões de fundo que só ao Estado competem e em que só ele tem uma palavra a dizer. Pouco ou nada fazendo, revela a sua incapacidade política para propiciar o “ambiente” indispensável à criação do aparelho produtivo e competitivo que a nova economia exige.

Sem “tempo”, sem “verdade” e sem “qualidade” na política, como até aqui, nenhum Governo conseguirá realizar em Portugal a obra que o futuro nos impõe. E porque a conjuntura está hoje fora do poder do Estado, é preciso que alguém responsável, por uma vez, diga que a recuperação é difícil, que a tarefa é árdua e que os resultados são demorados. O estado da nossa decadência é profundo e as circunstâncias envolventes são complexas.

Os que têm surgido vêm apenas para ganhar eleições, promover-se e repartir vantagens pelos amigos e pelos arrivistas de sempre; usam sem escrúpulos sofismas que só retardam a compreensão das coisas; e dificultam a aplicação das decisões essenciais. Montam “circos” atraentes para impressionar, acenam com “facilidades” que não existem e prometem um “amanhã” que nunca chegará. Servem-se e servem outros. É quase tudo.

Se a “verdade” nos assusta em vez de nos mobilizar, resta-nos apenas a capitulação perante os sofistas que temos tido e perante os seus “herdeiros”.

Só haveremos, então, de queixar-nos de nós mesmos.

Se os eleitores o não entenderem muito depressa, ficaremos com “Lisboa” nos papéis e com os portugueses feitos os pobres da Europa.


Notas:
(1) 17 governos em 32 anos: média de 23 meses por cada um; descontados os de maioria absoluta de um só partido: média de 15; entre 2000 e 2009 registar–se-á uma média de 30 meses.
(2) MÁRIO SOARES, Le Portugal Baillonné –Témoignage, Calmann –Levy, Paris – 1972, pp. 30 e 31.
(3) Entre 1990 e 2006 são as seguintes as receitas a considerar: 17 000 m€ de privatizações; 51 000 m€ de fundos europeus; e 90 000 m€ de acréscimo da dívida pública.
(4) JOÃO FERREIRA DO AMARAL, As condicionantes orçamentais, Seara Nova, n.º 81, Verão de 2003, p. 37.
(5) Para se imaginar a influência do crescimento da economia sobre o poder de compra dir-se-á que, aos preços actuais, + 0,1% do Pib equivalem a cerca de 18 € por português e por ano, ou seja, um café tomado ao balcão, de 10 em 10 dias. E + 1% do Pib, 1 café por português e por dia!
(6) Incluem-se as despesas com as Funções Sociais do Estado (Educação, Saúde, Habitação e Cultura), Segurança Social e Caixa Geral de Aposentações.


P.S. O texto acima foi publicado na edição de hoje do Público sob o título 'O declínio inequívoco de Portugal', título esse da responsabilidade daquele jornal.

http://grandelojadoqueijolimiano.blogsp ... nosso.html (http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/2008/06/henrique-medina-carreira-o-circo-nosso.html)
Título:
Enviado por: P44 em Junho 17, 2008, 08:16:05 am
Citação de: "Luso"
Onde pára a Ferreira Leite?

Estes silêncios são muito, muito estranhos.
Ou talvez não.


Ferreira who?

porquê? ainda vives de ilusões?
Título:
Enviado por: Lusitanus em Junho 17, 2008, 08:21:13 am
Citação de: "P44"
Citação de: "Luso"
Onde pára a Ferreira Leite?

Estes silêncios são muito, muito estranhos.
Ou talvez não.

Ferreira who?

porquê? ainda vives de ilusões?


Ela disse que as mulheres não pensam em politica 24horas.
Entao que dê lugar a outro....ora
Título:
Enviado por: P44 em Junho 17, 2008, 08:25:30 am
venha quem vier,é tudo o mesmo....
Título:
Enviado por: legionario em Junho 17, 2008, 08:58:44 am
Eu nao sou simpatizante do PSD (nem de nenhum partido), mas tenho uma intuiçao favoravel em relaçao à Dra Ferreira Leite.

Vamos tendo esperança quando ha mudança ! até rima :):):)
Título:
Enviado por: P44 em Junho 17, 2008, 11:13:55 am
a dona ferreira leite é um upgrade do sócrates em termos de tecnocracia

para tentar "adocicar" a imagem até começou a falar de "preocupações sociais", coisa que nunca teve na vida :roll:

Deve ser aquela que se chegar ao poder vai dar o golpe final (se o sócrates não o conseguir até lá) na classe média.
Título:
Enviado por: Lusitanus em Junho 18, 2008, 09:48:40 am
Citação de: "P44"
venha quem vier,é tudo o mesmo....


eu sei mas que ao menos venha um fazer oposição,neste momento os unicos partidos que fazem oposição forte são o PP e o BE. mais nada.
Título:
Enviado por: Luso em Junho 18, 2008, 11:07:12 pm
http://blasfemias.net/2008/06/18/milagres-2/#more-2778 (http://blasfemias.net/2008/06/18/milagres-2/#more-2778)

Milagre (2)
Publicado por Gabriel Silva em 18 Junho, 2008

Alunos dos 2º ciclo fazem em 2008 prova igual à do 1º ciclo de 2007?
(no tonibler e que aqui se reproduz)

«Já algumas (muitas vezes) dissemos aqui que a ministra da educação pratica todos os dias o crime de condenar gerações a uma vida de dificuldades e um país à pobreza eterna. Isto parece exagero, mas aquilo que o ministério da educação faz é exactamente isso. E hoje vamos prova-lo com dados públicos.

O facto é que perante as acusações de andar a facilitar para ter bons resultados, a ministra continua a negar dizendo que está a obter as melhores classificações de todos os tempos a matemática. Isso parece inquestionável, mas de que matemática está ela a falar?

Pois bem, aqui o camarada Toni (por ter o filho mais velho envolvido em provas de aferição) foi investigar um pouco das provas de aferição que o Ministério da Educação da República Portuguesa realizou este ano e no ano anterior. Pois bem, este ano encontrou na prova do 2º ciclo (2º do preparatório, segundo indicação do camarada tourais) a seguinte questão(clicar para aumentar) para, imagino, que o ministério da educação avalie se os alunos do 2º ciclo sabem fazer contas com fracções a partir de um boneco.

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fblasfemias.files.wordpress.com%2F2008%2F06%2F2ciclo2008.jpg&hash=7ab326a802f7729b755edb76460e143f)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fblasfemias.files.wordpress.com%2F2008%2F06%2F1ciclo2007.jpg&hash=03221c7d5c64019a2102375b39a9db1a)

Dir-me-á o camarada leitor que tudo isto lhe parece demasiado fácil para um(a) marmanjo que anda no 2º ano, já com barba quase a crescer ou soutien de copa C. E é, parece que o ministério anda mais à procura de ter bons resultados que aferir o que quer que seja. E até aqui só parece.

A ministra Maria de Lurdes pode sempre alegar que os técnicos (esses génios da ciência moderna conhecidos por revogar a lei de Lavoisier nos exames portugueses) acham que esta é a melhor forma de aferir os conhecimentos e que é completamente falso que se diga que o ministério anda à procura de bons resultados e não de educar quem quer que seja.

Mas, sejamos um pouco mais inquisidores e vejamos a prova de aferição do 1º ciclo em 2007 (4ª classe) que o camarada leitor poderá ver a questão 5 que para aqui copiámos(clicar para ampliar). Pois é, camarada leitor, o mesmo problema, com algumas variações, servia em 2007 para aferir dos conhecimentos dos alunos do 1º ciclo, não do 2º ciclo. Assim, este ano só se pedia nesta parte que os alunos do antigo 2º ano tivessem conhecimentos ao nível da 4ª classe.
E dir-me-á o camarada leitor “mas oh Toni, os tipos do 2º ciclo não devem saber as coisas do 1º ciclo” ao que aqui o camarada Toni responderá ao camarada leitor “oh, caramelo, quantas vezes na tua vida escolar tiveste essa balda?”.
O facto é que assim se demonstra que os serviços da ministra Maria de Lurdes andam a facilitar ostensivamente nas provas de matemática para que a gaja venha encher a boca com números que não correspondem à realidade do conhecimento dos miúdos.
Num blog sério, que não é claramente o nosso caso, estaríamos aqui a pedir a demissão da ministra que, como todos sabem, equivale a sair do ministério para um canto qualquer bem pago onde passará o resto da sua pequenina vida profissional. Como não somos, mesmo um blog sério, quero o couro da gaja! Quero que seja condenada a uma vida de doméstica, com um lenço na cabeça a lavar chão de joelhos!»


por tonibler
Título:
Enviado por: ShadIntel em Junho 18, 2008, 11:28:34 pm
Gostei de uma das reacções:

Citar
Encontrei uma série de ‘provas’ da minha 1ª classe. Esta era uma pergunta que se fazia aos alunos da primeira classe nos anos 60:

O Manuel recebeu do pai 10$00 para ir As compras. Comprou um livro de histórias por 2$50, 2 rebuçados para os irmãos a cinco tostões cada um, um jornal para o pai por 1$20, 3 quilos de laranjas para o avô a 70 centavos o quilo e uma barra de sabão para a mãe que custou 1$00. Com quanto dinheiro ficou o Manuel depois das compras?

Primeira classe. É mais difícil que a perguntinha de brincar que aparece aí acima.

Não sei se devo rir ou chorrar.  :roll:
Apresentar esta prova aos alunos de hoje seria bastante interessante. Ou talvez não; os resultados seriam com certeza deprimintes...
Título:
Enviado por: P44 em Junho 19, 2008, 10:00:35 am
Segundo ouvi hoje na rádio, do exame do 9º ano constam questões do ...2º ciclo (5º e 6º anos, antigo preparatório!!!!)  blx2x1

Mais uma vez se engana o kommisariat de Bruxelas e os pategos do burgo com as mentiras sócratinas

 :Esmagar:
Título:
Enviado por: ricardonunes em Junho 19, 2008, 10:56:07 am
A medida do êxito!


Da TSF:


Para a ministra da Educação, tanto os professores, como os alunos, os pais e a restante comunidade escolar estão de parabéns pelos resultados obtidos nas provas de aferição deste ano, quer a Matemática, quer a Língua portuguesa.
Maria de Lurdes Rodrigues realça o facto de no 4º ano o número de alunos com desempenho negativo ser «residual». O número de alunos com negativa é «inferior a um por cento», e com «insuficiente há 8,4 por cento de alunos [a matemática] e 9,8 por cento [a português]», salienta a ministra.



Para Maria de Lurdes Rodrigues estes resultados revelam já alguns efeitos da política desenvolvida pelo Governo nos últimos três anos desde a reforma introduzida em 2005.



Fantástico! Esta ministra, é um êxito a olhos vistos. E as suas medidas, um sucesso sem precedentes.

Desde o tempo da Cartilha Maternal, de João de Deus que ninguém reconhecia esta mais valia na pedagogia.


Vale a pena, por isso, olhar para a figura que anda a fazer:

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fbp3.blogger.com%2F_xAb1Z1hNf_s%2FSFkSdOMcwNI%2FAAAAAAAAB6Y%2FvPKNKurgJRY%2Fs400%2Fmlr.jpg&hash=153a02a03e0720a80cbb98cce74d965f)

Grande Loja do Queijo Limiano (http://http)