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Forças Armadas e Sistemas de Armas => Exércitos/Sistemas de Armas => Tópico iniciado por: LM em Junho 08, 2007, 04:06:17 pm
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Ao ler a notícia de hoje da TSF sobre a emboscada no Afeganistão e que termina
missão portuguesa naquele país será, esta sexta-feira em Washington, debatida entre o ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, e o secretário da Defesa norte-americano, Robert Gates.
(http://www.tsf.pt/online/portugal/interior.asp?id_artigo=TSF181105) lembrei-me de uma duvida que tenho (e quem não sabe pergunta):
Para além do acordo comum aos países NATO, qual (se existe) o(s) acordo(s) que temos com os EUA? As Lages e algo mais? Têm os EUA alguma "grelha" de classificações para as relações de defesa com terceiros países? Temos "direito" a algum apoio anual para o nosso sistema de defesa?
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Caro amigo:
Naturalmente que a resposta teria outra profundidade caso eu fosse ler alguma coisa sobre o assunto. No entanto, aqui vai a ideia geral simplificada:
- Portugal assumiu compromissos internacionais de Defesa. e não foi só com a NATO. Também foi com a EUROFOR, com comando em Florença, por exemplo. Ao abrigo desses compromissos, deve efectuar contribuições, que podem incluir contingentes para operações no estrangeiro, nomeadamente, quando se trata de forças constituidas para Operações e Apoio à Paz, destinadas a actuar em Teatros "Non-Article 5", ou seja, que não são de guerra.
- Acordos no âmbito da Defesa com outros estados, de forma independente dos compromissos internacionais referidos no parágrafo anterior também são comuns. Normalmente esses acordos dizem respeito a equipamento ou cooperação técnico-militar.
Para responder à sua questão, na medida do que é meu conhecimento (como disse, não fui ler nada sobre o assunto), não são os EUA que possuem uma "grelha" de classificações, mas o sistema é muito parecido quando se trata de participações em missões internacionais. O peso e significado de um contingente português num teatro tem implicações em dividendos, nomeadamente caso Portugal fique sujeito a uma ameaça. E essa ameaça pode não se tratar de uma ameaça convencional (pode ser terrorismo, por exemplo).
O que pode também acontecer é o "intermédio" entre as duas situações anteriormente descritas. É que Portugal está a tomar parte na ISAF, no Afeganistão e as Forças Armadas dos EUA estão tão "esticadas" que agradecem qualquer comparticipação estrangeira que lhes alivie um pouco a carga. Falando de cor, parece-me lógico que a conversa entre o Ministro da Defesa Português e o Secretário de Defesa Americano tenha como teor qualquer coisa do género: "vocês precisam de nós, no sector para onde mudámos as coisas estão um bocadinho mais quentes, digam lá o que é que nos podem oferecer em troca da nossa manutenção na área...". Portanto, neste caso, tratar-se-ia de um misto das duas situações: por um lado, estamos a participar numa missão internacional, o que nos dá dividendos internacionais. Por outro lado, podemos fazer um pequeno acordo paralelo com uma das forças presentes no Teatro na medida em que estamos em posição de o poder fazer: o nosso Batalhão, por pequeno que seja, faz jeito aos americanos. É menos um que têm de lá colocar. Ou pelo menos, se não colocassem lá nenhum, não têm que se esticar tanto no terreno e, portanto, não ficar mais vulneráveis.
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Resposta 5 estrelas, o que acham que poderiamos negociar com eles?
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Neste momento não haverá muito que os Americanos têm disponível que nos interesse...
O que dava jeito eram munições guiadas intelligentes para a FAP, AMRAAM, e Patriot? Mais uma dúzia de M-901 ITV Tow?
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Podem nos ceder JDAM,JSOW, Sistemas CI2 e CI3,Humvees,misseis Javelin,PatriotPAC2, Não falta material, haja é vontade.
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Podem nos ceder JDAM,JSOW, Sistemas CI2 e CI3,Humvees,misseis Javelin,PatriotPAC2, Não falta material, haja é vontade.
O problema é que eles só nos querem dar material velho, que não nos interessa, novo nem pensar. Se algum governo consiga obter material novo sob a acordo das Lajes, ficarei mesmo impressionado.
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Penso que em 2002 nos queriam dar 15 milhões de dólares em equipamento, mas ao que soube era tudo SUCATA.
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Penso que em 2002 nos queriam dar 15 milhões de dólares em equipamento, mas ao que soube era tudo SUCATA.
Pois, querem-nos enfiar sucata.. e nós, em contrapartida, devíamos obrigá-los a usar um pista de terra batida nas Lajes. Não sei para que aturamos "aliados" come eles..
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O que mais nos convém talvez sejam "consumíveis", como munições por exemplo, para além de apoio noutras áreas igualmente importantes mas que não têm a visibilidade suficiente para ser notícia ou aparecer nos foruns (como manutenção, stocks, logística, etc). Muito importante também é a área da formação. Alguém sabe se pagamos alguma coisa para termos pilotos a ser formados nos EUA?
Não nos podemos esquecer que nós não temos capacidade ($$) para receber muitas das coisas que desejávamos e que até estão disponíveis em bom estado.
Imaginem que eles nos queriam oferecer F-16 (quando temos os nossos encaixotados) ou P-3 (quando os temos quase parados na BA6), e por aí fora... :wink:
Cumptos
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Obrigado pelas respostas

Segundo entendi o nosso governo nos seus planos não pode contar com nenhum apoio material / formação que seja certo, devido a um contrato e/ou apoio programado dos EUA (do tipo que dão a Israel, em uma escala incomparavelmente menor).
Isso quer dizer que as Lages não dão "direito" a esse tipo de apoio e a unica possibilidade é uma decisão pontual de uma Administração dos EUA?
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Ouvi aqui à tempos na rádio que as futuras contratações de pessoal para a base das lajes vão passar a ser proibidas para os portugueses passando só os americanos e restantes cidadaos dos paises da nato a poderem concorrer.
Alguém me podia confirmar isso ?
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Ouvi aqui à tempos na rádio que as futuras contratações de pessoal para a base das lajes vão passar a ser proibidas para os portugueses passando só os americanos e restantes cidadaos dos paises da nato a poderem concorrer.
Alguém me podia confirmar isso ?
Confirma-se, ver este tópico: http://www.forumdefesa.com/forum/viewtopic.php?p=78107#78107.
Cumprimentos,
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É começar a por camiões no meio da pista, depois que aterrem no mar, mas a culpa é dos nossos politicos.
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Essa noticia é no minimo escandalosa.
Presumo que estejam a falar em contratações para a parte american da Base, mas mesmo assim ser permitido pessoal de outros paises e não portugueses numa Base em Territorio Portugues para a qual nem aluguer pagam. É correr com eles de lá.
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Estas questões têm que ser tratadas com a máxima prudência e seriedade.
Já ouvi várias versões sobre a notícia em causa.
A presença americana nas Lajes é importantíssima para os EUA, mas também o é para Portugal.
Não vou entrar em "pormenores" geoestratégicos sobre as vantagens para Portugal de a maior super-potência do planeta ter uma importante base em território nacional.
Nem em “pormenores” económicos como que a base é o maior empregador da ilha terceira.
Mas o que não posso deixar de dizer é que nós temos aquilo que negociamos (mal) e não temos mais porque não queremos. O problema e o erro continua a ser nosso, não é dos norte-americanos.
Deixo aqui um excerto do tratado em vigor:
O primeiro acordo com os EUA para a utilização da base das Lajes foi firmado há precisamente 50 anos, no dia 6 de Setembro de 1951. Em 1995, entraram em vigor o Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os EUA, o Acordo Técnico e o Acordo Laboral que regulam a utilização das Lajes e revogam todos os acordos bilaterais existentes até à data.
Os norte-americanos não pagam renda pela utilização das instalações, mas há uma série de regras que têm que respeitar. Os EUA comprometem-se, por exemplo, a cooperar no reforço do desenvolvimento económico e social da Região Autónoma dos Açores, na modernização da indústria e investigação na área da defesa, a não substituir trabalhadores portugueses por pessoal norte-americano, a não ser nos casos em que não haja candidatos qualificados para o posto de trabalho, e a não nomear para comandante das Forças dos Estados Unidos nos Açores um oficial com patente militar superior à do comandante português da base área nº 4 (Lajes). O número máximo de pessoal norte-americano estacionado e rotativo, em tempo de paz, é de 6500 pessoas.
Quanto ao armazenamento de munições e explosivos, é que não há limites de quantidades. As únicas obrigações são as das regras de segurança e de comunicação do tipo e de quantidade dos materiais ao comandante da base área.
Se os EUA decidirem abandonar a base das Lajes, podem remover qualquer material móvel (equipamento, maquinaria, abastecimentos, estruturas temporárias) que lhes pertença. No entanto, Portugal terá que pagar aos norte-americanos o equipamento que considere essencial manter para o funcionamento da base aérea das Lajes.
Queremos mais? Negociemos! Nestes tempos de crises efervescentes no Médio Oriente não deveremos ter problemas da parte deles.
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Bom dia!
Quanto ao armazenamento de munições e explosivos, é que não há limites de quantidades. As únicas obrigações são as das regras de segurança e de comunicação do tipo e de quantidade dos materiais ao comandante da base área.
E transito e/ou armazenamento de armamento Nuclear (que de qualquer modo acho pouco provavel, mas....)? Há alguma referência quanto a isso?
Cumprimentos!
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Nem sequer há sitio para armazenar munições...
O paiol da Caldeira, no enfiamento da pista abandonada, que em tempos serviu para guarda de munições em trânsito e carga contenciosa, é usado pela FAP. O paiol do Cabrito há muito está abandonado e só lá pastam vacas...
Engraçado que os açoreanos queixam-se tanto dos americanos, mas não se lembram de dizer que, por exemplo, se não fossem os parques de combustível no Juncal, a caminho de Praia da Vitória, que os americanos emprestam, pura e simplesmente não havia onde guardar gasoleo e gasolina para abastecer a ilha...e quando o porto civil da Praia deixou de funcionar, devido a tempestade em 2005, sem que fosse possivel atracar barcos para abastecer a ilha, foram os americanos que avançaram com as reservas deles para manter a ilha em funcionamento...
No tocante aos tais contratos..por efeito do Acordo Laboral, existiu a famosa Comissão Representativa de Trabalhadores, que servia como o sindicato dos trabalhadores portugueses ao serviço dos EUA. Há pouco mai de um ano, os seus membros terminaram o mandato e mais ninguem se quiz candidatar. O que era de esperar, por já ter terminado o tempo em que havia aumentos salariais de 2 digitos ano após ano...
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Estou a ver que o síndrome da "xicalhada" está bem vivo - para as coisas chegarem a esse ponto. E o pessoal cala-se...
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Conheci um trabalhador das FEUSAÇORES, comunista ferrenho. Era uma das situações mais interessantes, pois adorava discutir política, mas quando se lhe punha o caricato e a hipocrisia de estar a trabalhar para os "capitalistas imperialistas Americanos" (palavras dele) só levantava os ombros e dizia que ganhava-se bem, não arranjava melhor :roll:
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Pelo que entendi o Acordo das Lages regula as relações laborais e um vago "apoio à industria de defesa e inovação"... pelo que por aqui não temos nenhum apoio "contratualizado" de equipamento militar...
Assim resta a boa-vontade pontual da Administração dos EUA - e tendo em conta termos sido anfitriões na cimeira nos Açores, de sermos mais bem comportados que o Zapatero, da nossa presença no Iraque/ Afeganistão, das Lages.. talvez dê para oferecerem uma bateria de "M198 howitzer" para a BrigInt... e uns TOW, umas Barrett M95, etc :(
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boas
O problema muitas vezes não está em ceder ou mesmo dar o equipamento (sucata), o problema está em manter e actualizar o equipamento, o que é que interessa receber por exemplo uma esquadra de aviões de combate ou de patrulha em segunda mão e por exemplo os aviões de combate ainda estarem dentro dos caixotes e os aviões de patrulha nem missões fazem, o problema em Portugal é o excesso de pessoas que não fazem nada e que só estão a consumir recursos ao país, dinheiro que podia ser usado para melhorar tanto as forças armadas como por exemplo comprar equipamentos em primeira mão como helicopteros tiger que muito jeito nos faziam.
Cump
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Saudações guerreiras.
O peso e significado de um contingente português num teatro tem implicações em dividendos, nomeadamente caso Portugal fique sujeito a uma ameaça. E essa ameaça pode não se tratar de uma ameaça convencional (pode ser terrorismo, por exemplo).
O que pode também acontecer é o "intermédio" entre as duas situações anteriormente descritas. É que Portugal está a tomar parte na ISAF, no Afeganistão e as Forças Armadas dos EUA estão tão "esticadas" que agradecem qualquer comparticipação estrangeira que lhes alivie um pouco a carga. Falando de cor, parece-me lógico que a conversa entre o Ministro da Defesa Português e o Secretário de Defesa Americano tenha como teor qualquer coisa do género: "vocês precisam de nós, no sector para onde mudámos as coisas estão um bocadinho mais quentes, digam lá o que é que nos podem oferecer em troca da nossa manutenção na área...". Portanto, neste caso, tratar-se-ia de um misto das duas situações: por um lado, estamos a participar numa missão internacional, o que nos dá dividendos internacionais. Por outro lado, podemos fazer um pequeno acordo paralelo com uma das forças presentes no Teatro na medida em que estamos em posição de o poder fazer: o nosso Batalhão, por pequeno que seja, faz jeito aos americanos. É menos um que têm de lá colocar. Ou pelo menos, se não colocassem lá nenhum, não têm que se esticar tanto no terreno e, portanto, não ficar mais vulneráveis.
Caro João, se me permite, gostaria de lhe colocar a seguinte pergunta: O que ganharia Portugal se lá tivesse o mesmo que uma Holanda consegue oferecer ("-los")?
Cumprimentos.
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Do Meu ponto de vista,acho que portugal nao deveria estar a espera de que os EUA oferecessem algo de qualidade.O que deviamos fazer era propor uma especie de desconto,do genero:voces utilizam a base,mas na compra de equipamento fazem-nos uma atençao por assim dizer.
cumprimentos
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Caro Leónidas:
Não entendi bem a sua questão. Poderia ser mais específico, por favor?
Respeitosamente,
JSL
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Saudações guerreiras
Caro João, entendo onde quis chegar com a sua sugestão, mas temos que ser honestos e, em primeiro lugar, sabermo-nos situar, saber qual o nosso lugar. Não querermos dar um passo maior que a perna, quando aquilo que temos não nos permite tal atitude ou nos é altamente desaconselhável a bem da dignidade que resta.
O mundo não gira á volta dos portugueses, mas sim, á volta dos que hoje ditam as leis. Já lá vai o tempo que tínhamos voz, mas isso era porque os políticos não eram formados em Direito e coisas do tipo “Engenheirias” , e andávamos á turras com os espanhóis e outras moiramas, que enfardavam sempre, dia sim, dia sim, se tal fosse preciso!
Só podemos exigir se tivermos para dar algo que faça a diferença e a base das Lajes não é tudo. Pode ser uma mais-valia se houver algo em que eles possam reconhecer que há um esforço credível da nossa parte, coisa que, até agora, que eu me lembre, só se verificou nos Balcãs! O resto é para esquecer... Não são 150 boas-vontades que farão a diferença, quando o que se exige ultrapassa a capacidade de raciocínio dos nossos “dotores” e restantes bananas que nos governam.
Se com um contingente de 150 homens podemos alcançar x resultados, então com 150 + 150, por exemplo, talvez o resultado dos “pedidos” portugueses possam alcançar outros patamares por horizontes nunca dantes alcançados.
O chorar e mamar (de: “quem não chora, não mama”, já dizia a minha avozinha) é atitude de pelintra, não por não haver dinheiro, mas porque, no nosso caso, a pelintrice é acima de tudo uma atitude que esconde um tipo de pobreza bem mais grave e com consequências mais devastadoras do que se não tivéssemos recursos!
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Imagine-se se algum dia lhes tentássemos convencer os nossos aliados, que a casca do amendoim português é mais eficaz do que todo o “azul Pfizer” tomado até hoje! Já tou mesmo a ver...
Cumprimentos
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Leonidas[/url] ^ (http://http)"]Só podemos exigir se tivermos para dar algo que faça a diferença e a base das Lajes não é tudo. Pode ser uma mais-valia se houver algo em que eles possam reconhecer que há um esforço credível da nossa parte, coisa que, até agora, que eu me lembre, só se verificou nos Balcãs! O resto é para esquecer... Não são 150 boas-vontades que farão a diferença, quando o que se exige ultrapassa a capacidade de raciocínio dos nossos “dotores” e restantes bananas que nos governam.
Esse ponto de vista faz-me pensar num cenário de participação de suporte vs. participação activa.
Para começar, é verdade que as Lajes não são tudo, mas discordo quanto ao resto, pois a a base das Lajes é mais importante estrategicamente do que a participação holandesa na ISAF. A única vantagem do tipo de apoio holandês é que esse mais visto e conhecido publicamente. Mas se formos a ver a importância das Lajes vemos que enquanto o apoio holandês neste momento só se estende ao Afeganistão, enquanto as Lajes apoiam os norte-americanos mais do que num cenário. A base ao permitir reduzir o tempo de viagem e o aumento de capacidade de carga e de armamento que os aviões têm de percorrer entre o continente americano e a Europa, ajuda na defesa dos EUA ao possibilitar um contra-ataque, ajuda nos principais teatros de operações e permite também reduzir os custos de transporte de equipamento militar para os seus aliados (i.e. ver como exemplo Israel).
Talvez esteja aí o problema, pois ao as Lajes serem muito importantes torna-se mais difícil pedir para eles saírem de lá e até fazer com que nos levem a sério nas negociações. Outra verdade é que eles têm realmente contribuído para o desenvolvimento da ilha estes anos todos, vejam só nas infra-estruturas que construíram na ilha, especialmente os locais de armazenagem de combustível - que até foram utilizadas para abastecer a ilha durante a tempestade em 2006. A presença americana na ilha também contribui e alimenta uma grande parte do comércio. Eles sabem bem disto e isto também contribui para ser mais difícil nos levarem a sério quanto a um novo acordo. Mas que também é altura de criar um novo acordo é bem verdade, pois também vendo bem isto eles não têm grandes alternativas aos Açores, mas que vamos precisar duns governantes com uns grandes cojones, isso vamos precisar.
Leonidas[/url] ^ (http://http)"]Se com um contingente de 150 homens podemos alcançar x resultados, então com 150 + 150, por exemplo, talvez o resultado dos “pedidos” portugueses possam alcançar outros patamares por horizontes nunca dantes alcançados.
Simplesmente quero explicar que penso o seguinte:
Talvez fossemos tão eficazes a alcançar os mesmos resultados que a participação de 300 militares no Afeganistão ao tirarmos a base das Lajes aos norte-americanos durante duas semanas. Claro que também teríamos as nossas dores de cabeça lá - além das dores de cabeça políticas -, ao tirarmos o comércio gerado pelos militares deles nas ilhas e ao negarmos o pequeno apoio que dão às pessoas lá.
Com isto todos os políticos dos EUA voltariam-se a lembrar da importância portuguesa para o esforço de guerra norte-americanos e não apenas dos aliados ricos deles e daqueles que os estão a safar ao participar mais activamente no Iraque e no Afeganistão.
Mas não se confudam, pois não sou contra a presença portuguesa no Afeganistão, nem nego a importância dela para o desenvolvimento do Afeganistão e para a imagem positiva de Portugal no estrageiro. Mas a base das Lajes é tão, ou mais, importante que mil soldados holandeses ou doutro país qualquer a participar na ISAF. E é isso que mais importa do que a imagem que os afegãos têm de Portugal para criar um acordo com os EUA quanto às Lajes
[EDIT]
Leonidas[/url] ^ (http://http)"]Pode ser uma mais-valia se houver algo em que eles possam reconhecer que há um esforço credível da nossa parte, coisa que, até agora, que eu me lembre, só se verificou nos Balcãs!
Em resposta a isso:
Açores: Lajes são "porta de saída para a liberdade", diz general norte-americano
Lajes, 20 Jun (Lusa) - O tenente-general norte-americano, Robert Bishop, comandante da Terceira Força Aérea da Base Aérea de Ramstein (Alemanha), disse hoje que a base portuguesa das Lajes "é a porta de saída para a liberdade".
Robert Bishop, que falava na cerimónia da rendição de comando no destacamento norte-americano sedeado na base portuguesa nº.4 das Lajes, realçou a "importância que a base continua a ter para a projecção das forças militares norte-americanas".
O novo comandante do destacamento norte-americano é o coronel Jack Briggs, de 48 anos, substituindo naquelas funções o coronel Robert Winston que deverá ocupar uma posição no departamento das Operações Especiais
no Pentágono, em Washington D.C..
Jack Briggs, que passou a ser o 37º comandante das forças do destacamento norte-americano das Lajes, abandonou as funções vice-comandante da Base Aérea de Ramsthein, na Alemanha, no 38.º Combat Support Wing.
Robert Winston sublinhou a importância que teve na sua carreira o comando que exerceu nas Lajes e aproveitou a ocasião para agradecer aos trabalhadores portugueses a colaboração que prestaram, garantindo que "são fundamentais para o êxito das missões americanas".
O comando americano possui ao seu serviço 1024 militares dos três ramos das forças armadas, 93 civis americanos, que em caso de necessidade, e tendo em conta o acordo de defesa com Portugal, podem aumentar até aos 6.500 efectivos.
Residem ainda no perímetro externo da base das Lajes cerca de 1.155 familiares ou dependentes dos militares americanos.
O comando norte-americano tem também ao seu serviço 933 trabalhadores portugueses colocados em todas as áreas dos serviços civis, militares e de abastecimento da base.
(via Lancero (http://http))
Esta é todo o reconhecimento que preciso, visto que o Bush nem deve saber onde fica as Lajes.
Cumprimentos,
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Simplesmente quero explicar que penso o seguinte:
Talvez fossemos tão eficazes a alcançar os mesmos resultados que a participação de 300 militares no Afeganistão ao tirarmos a base das Lajes aos norte-americanos durante duas semanas.
Concordo. E como disse o coronel que saíu de lá há poucos dias, não há A-10 que não passem lá a caminho do Afeganistão/Iraque/Alemanha (e eu sou testemunha disso, nem que seja pela barulheira que 20 A-10 fazem ao aterrar/descolar :wink:
Quanto ao pequeno apoio... deve ser mesmo muito pequeno, porque eu não o vejo por lá... :lol:
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penso que podiamos negociar os apache e + F-16
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Caro Boina Verde, nós infelizmente não temos pilotos para voar os actuais 26 F-16 que temos, como tal essa solução é para ser descartada.
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Esta é todo o reconhecimento que preciso, visto que o Bush nem deve saber onde fica as Lajes.
que bom...uma palmadinha nas costas por parte do "grande irmão"...e siga a Marinha!!!!!
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CGTP acusa Estado de não defender trabalhadores portugueses da base das Lajes
O secretário-geral da CGTP acusou o Estado português de não defender os direitos dos trabalhadores portugueses da base das Lajes, Açores, e voltou a ameaçar processa-lo se a situação continuar por resolver.
Carvalho da Silva falava à saída de uma reunião com o Provedor de Justiça, Nascimento Rodrigues, que recebeu hoje uma queixa da CGTP sobre a situação dos mais de 850 trabalhadores portugueses ao serviço dos norte-americanos na base das Lajes.
O provedor, que não falou à Comunicação Social, não tem poder de decisão nem a sua intervenção é vinculativa, porém pode incentivar os organismos públicos a actuarem ou a corrigirem procedimentos.
Foi com esta perspectiva que uma comitiva da CGTP, liderada por Carvalho da Silva incluiu hoje a Provedoria de Justiça numa série de contactos que está a fazer a nível regional e nacional para resolver um alegado incumprimento do acordo de cooperação entre Portugal e os Estados Unidos relativamente aos direitos laborais dos trabalhadores portugueses da base das Lajes.
Segundo Carvalho da Silva, desde, pelo menos, 1998, que o acordo não está a ser cumprido pelos EUA relativamente às actualizações salariais, que apresentam um desvio de 13 por cento, e à preferência dos trabalhadores portugueses para preenchimento de postos de trabalho.
"Os trabalhadores não conseguem fazer valer os seus direitos", segundo o dirigente sindical, porque as instâncias previstas no acordo de cooperação "não estão a actuar, retardando os processos e impedindo os trabalhadores de recorrerem à Justiça".
O acordo de cooperação entre Portugal e os EUA prevê três instâncias para tratarem das relações bilaterais: um comando, a comissão laboral e uma comissão bilateral permanente, esclareceu.
O problema é agravado, segundo Carvalho da Silva, por os tribunais portugueses estarem a declarar-se incompetentes, quando solicitados a intervir.
Na base do alegado imbróglio jurídico está o facto de os tribunais entenderem que o caso tem de ser avaliado à luz das regras dos tratados internacionais, enquanto que a CGTP entende que o que está em causa são relações laborais, que podem ser dirimidas nos tribunais nacionais.
"Há um imbróglio jurídico e não é pequeno", afirmou o dirigente sindical, que acusou o Estado português de nada fazer para ultrapassar esta situação.
"Tem de haver alguma entidade que aplica a lei e não pode haver entidades pelo meio a boicotarem sistematicamente a sua aplicação", disse, não querendo especificar quem boicota ou empata.
Acusou, no entanto, os ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Justiça de estarem "a retardar" respostas a pedidos de audiência feitos pela intersindical.
"Há alguma atitude política em relação ao cumprimento deste acordo que não se compreende. Tem uma atitude de servir os interesses dos outros e não de afirmar os nossos interesses", afirmou.
Para Carvalho da Silva, "se houver sinais de ordem política, as coisas no plano da regulamentação do trabalho funcionarão".
Se não surgirem soluções concretas para repor a legalidade, a CGTP reiterou a sua intenção de avançar com uma queixa-rime nos tribunais portugueses contra o Estado português.
Carvalho da Silva escusou-se a antecipar cenários de eventuais perdas de postos de trabalho portugueses, admitindo, todavia, que a tendência tem sido para a redução.
O dirigente sindical recordou que a base já teve três mil trabalhadores portugueses e que actualmente tem pouco mais de 850.
"A tendência é para um desvio daquilo que é um compromisso", declarou, realçando que também aqui os norte-americanos não estão a cumprir o acordo.
© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
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Saudações guerreiras
Só podemos exigir se tivermos para dar algo que faça a diferença e a base das Lajes não é tudo. Pode ser uma mais-valia se houver algo em que eles possam reconhecer que há um esforço credível da nossa parte, coisa que, até agora, que eu me lembre, só se verificou nos Balcãs! O resto é para esquecer... Não são 150 boas-vontades que farão a diferença, quando o que se exige ultrapassa a capacidade de raciocínio dos nossos “dotores” e restantes bananas que nos governam.
Esse ponto de vista faz-me pensar num cenário de participação de suporte vs. participação activa.
Para começar, é verdade que as Lajes não são tudo, mas discordo quanto ao resto, pois a a base das Lajes é mais importante estrategicamente do que a participação holandesa na ISAF. A única vantagem do tipo de apoio holandês é que esse mais visto e conhecido publicamente.
Caro Get_It, não nego o que diz. No entanto veja que os EUA com uma Holanda investem e connosco, por muito porreiros que possamos ser, só gastam dinheiro.
Os americanos só têm 12 porta-aviões nucleares projectados para mais de 100 aviões cada e de diversos tamanhos. Repare que até os C-130 podem aterrar e descolar com a facilidade de um caça ou mais ainda! Têm ainda mais uma porrada de porta-helicópteros, LPD´s e umas boa dezenas de super-cargueiros e dois navios hospitais tão grandes quanto um kuznetsov e você diz-me que eles precisam dos portugueses? Talvez, mas repare que nem todas as rotas passam pelas Lajes. Há alternativas em que a assistência com navios no mar estará bem melhor assegurada do que se dependesse da nossa com a nossa incrível disponibilidade sueguindo pelas... Lajes! Já nem com os Cacine, meu caro!
Os americanos pensavam que podiam atacar o Iraque pelo norte, mas para isso teriam que ter a ajuda dos turcos, quando estes lhes torceram o nariz. Veja se foi por causa disso que não conseguiram invadir e ocupar o Iraque?! Têm algum problema em combater no Iraque, Afeganistão, Etiópia, etc, só porque as Lajes são dos portugueses e com isso condiciona tudo a nosso favor?
Quantos foram os barcos carregados de tropas e material que pararam nos Açores, vindos do outro lado do Atlântico, no decorrer das duas grandes guerras mundiais? Os boches já tinham os Condor que chegavam quase aos EUA. Não há registos que tivessem aterrado nas Lajes para (re)abastecimento
Se com um contingente de 150 homens podemos alcançar x resultados, então com 150 + 150, por exemplo, talvez o resultado dos “pedidos” portugueses possam alcançar outros patamares por horizontes nunca dantes alcançados.
Caro Get_It,, a figura dos 150 homens a mais é mais retórica do que outra coisa qualquer. Foi só um exemplo. Bastariam os 150 homens lá, se o que lá tivessem e o que lá fazem mais ninguém pudesse ter ou fazer. Como não fazemos milagres, ou, pelo menos, não queremos fazer com que aconteçam de nada serve esforçarmo-nos para que as coisas melhorem se nos irá causar mais prejuízo com tantas dores de cabeça para quem faz do défice pau para toda a colher! É por isso que Portugal é uma anedota que só serve para rir para os de fora e chorar para os de dentro.
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Já me esteva a esquecer da noticia postada pelo Comanche, que é só mais uma demonstração cabal do que é a falta de soberania neste país e o quão baixo estamos dispostos a descer!
Cumprimentos