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Geopolítica-Geoestratégia-Política de Defesa => Mundo => Tópico iniciado por: Duarte em Junho 03, 2007, 06:39:38 pm
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O Zimbabwe é um exemplo que é muitas vezes ignorado..
Mugabe e seu partido estão no poder há 27 anos. Neste curto espaço de tempo, consequiu transformar um país outrora fornecedor de cereais a outros países, com um nível de vida muita acima da média de África, no pior caso de miséria e fome do continente africano. Mas não bastando isto, tem a mais alta inflação do planeta.
Neste paraíso socialista, a oposição violentamente oprimida. Nada se compara sequer com o que acontece neste pobre país..
Opositores são assassinados
http://news.bbc.co.uk/2/hi/africa/1727596.stm
e brutalmente espancados
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimage.guardian.co.uk%2Fsys-images%2FGuardian%2FPix%2Fpictures%2F2007%2F03%2F14%2FTsvangirai372.jpg&hash=d1100ae7398a55d53b04d7979a850a39)
http://news.bbc.co.uk/2/hi/africa/6440815.stm
http://www.guardian.co.uk/zimbabwe/article/0,,2034194,00.html
http://www.sokwanele.com/thisiszimbabwe/archives/524
e a imprensa é controlada duma forma que ofenderia qualquer pessoa de sensibilidade democrática
http://news.independent.co.uk/world/africa/article2418440.ece
e fome nem se fala
http://news.bbc.co.uk/2/hi/africa/1964548.stm
Onde está e denúncia desta situação gravíssima? Não há protestos nas ruas? Com excepção dos média britânicos, raramente se vê notícias sobre a situação no Zimbabwe.
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Zimbabwe 'collapse in six months'
http://news.bbc.co.uk/2/hi/africa/6751671.stm
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Zimbabwe passes net bugging law
http://news.bbc.co.uk/2/hi/africa/6752815.stm
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Infelizmente o país vai de mal a pior...mais um país africano que caiu sobre um regime despótico e anti-democrata.
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E só de pensar que tenho o meu pai e dois irmãos a menos de 500km da fronteira causa-me um certo desconforto, porque todos sabemos que as fronteiras naqueles país são praticamente inexistentes e o "culto" da violência propaga-se naquela região a uma velocidade alucinante, se a isto ainda considerar-mos que ainda existe muito ex-guerrilheiros comunas em posse de armas militares sejam elas artesanais ou não piora ainda a tensão sa zona.
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Zimbabwe viola direitos «mais básicos» diariamente
É fundamental que a comunidade internacional se debruce «a sério sobre a questão do Zimbabwe» considerou hoje o representante da ONU na Serra Leoa.
A comunidade internacional, a começar pelos 14 da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), devem, segundo Vitor Ângelo, debruçar-se «a sério sobre a questão do Zimbabwe porque neste momento é um país onde o sofrimento humano e as violações dos direitos mais básicos das pessoas são o pão quotidiano».
Na qualidade de coordenador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Zimbabué (2000-2004), Victor Ângelo privou com Robert Mugabe e afirma conhecer o presidente zimbabueano «bastante bem».
O responsável frisou que a economia do Zimbabwe, incluindo a economia agrícola, «está de rastos».
«A produção agrícola nos últimos sete anos perdeu cerca de 85 por cento do Produto Interno Bruto, só no sector agrícola», sublinhou.
Relativamente à recente ameaça do governo zimbabueano de que os agricultores brancos que não abandonarem as quintas correm o risco de ser detidos, Vitor Ângelo afirmou que Mugabe «está numa situação desesperada».
O presidente do Zimbabwe tem «cada semana uma nova invenção para tentar resolver a grave crise económica profunda em que o país se encontra e para a qual as más políticas que ele tem decidido levaram o país».
A medida tomada relativamente aos «poucos fazendeiros brancos que ainda restam nas quintas» - neste momento são 300 quando em 2000 havia 6.500 - é, segundo Vitor Ângelo, uma «medida desesperada que não leva a parte nenhuma».
Lusa/SOL
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Líderes da África austral devem enviar observadores para investigar
A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) pediu hoje aos líderes da África austral para enviarem observadores para o Zimbabwe para investigar as violações dos direitos humanos.
A mensagem é divulgada nas vésperas da Cimeira da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que decorre na Zâmbia quinta e sexta-feira, e onde o agravamento da crise política e económica no Zimbabwe deve ser discutido.
O presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, deverá dar conta dos seus esforços de mediador entre o presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, e o oposicionista Movimento para a Mudança Democrática.
A organização de defesa dos direitos humanos disse que os líderes da África austral devem "insistir em melhorias concretas no Zimbabwe" e incluir os direitos humanos nas conversações, considerando que o envio de observadores seria "um primeiro passo essencial para proteger os zimbabueanos da brutalidade do governo".
"Os membros da SADC devem tomar medidas concretas para lidar com uma das mais graves crises na região", disse Peter Takirambudde, o director para África da HRW.
Segundo Takirambudde, "a crise política e de direitos humanos no Zimbabwe, que ameaça desestabilizar toda a região, está a clamar por liderança urgente e efectiva".
Na mensagem, a organização critica "a intimidação, ameaças, ataques físicos e torturas" de que foram alvo críticos do regime de Robert Mugabe, no poder no Zimbabwe desde a independência do país, em 1980.
"Centenas de activistas de organizações sociais, incluindo defensores dos direitos humanos, jornalistas independentes e membros da oposição política, foram detidos arbitrariamente e espancados pela polícia", adianta.
Considerando que até agora a SADC "tem falhado em obter do governo do Zimbabwe compromissos a favor dos direitos humanos", a HRW alerta que "está em jogo a credibilidade da SADC como uma força real de mudança ao nível dos direitos humanos".
O Zimbabwe vive a pior crise económica da sua história desde a independência, com a inflacção a atingir os 4.500 por cento segundo os dados oficiais ou perto de 9.000 por cento de acordo com estimativas independentes.
Os líderes ocidentais e a oposição responsabilizam o governo de Mugabe pela situação, mas o presidente voltou a acusar hoje os seus opositores de tentarem criar problemas económicos e prometeu manter a ordem.
No seu discurso numa parada militar por ocasião do Dia nacional das Forças Armadas, Mugabe acusou uma vez mais a oposição ao governo de ser responsável pelo aumento dos preços, adiantando que aquela e as sanções do ocidente visavam o "sofrimento extremo" no país.
"Felizmente, o governo agiu para fazer parar o aumento de preços que visava causar o intolerável sofrimento do nosso povo e empurrá-lo para a desordem", disse Mugabe.
"Quero lembrar a todos os envolvidos nessas actividades sem escrúpulos que a segurança e o bem estar deste país e dos seus cidadãos continua a ser uma prioridade", adiantou, agradecendo às forças armadas pela lealdade e "dedicação na manutenção da paz e tranquilidade nestes tempos difíceis".
Agência Lusa
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25 mil violações dos direitos humanos em 6 anos
A organização não-governamental Human Rights Fórum anunciou em Harare ter registado 25 mil casos de violações dos direitos humanos por agentes do Estado, no Zimbabué, nos últimos seis anos, noticia hoje a publicação ZimOnline.
Um relatório de 29 páginas elaborado pelo Human Rights Fórum e na posse da publicação electrónica refere que a esmagadora maioria dos casos registados entre Julho de 2001 e Fevereiro deste ano apontam para crimes de vária natureza, desde assassínio a rapto, violação e tortura, executados quer pela temida Organização Central de Inteligência (CIO), quer por outros agentes do regime de Robert Mugabe, como a instituição militar, a polícia e milícias do partido no poder, a Zanu-PF.
O relatório divulgado pelo ZimOnline salienta que a protecção estatal é constantemente negada às vítimas das atrocidades cometidas pelos agentes do Estado.
«Para estas pessoas, as agências que deveriam manter a lei e a ordem transformaram-se num instrumento de violência contra elas em vez de serem instituições que lhes garantam segurança. Vivem com constante receio das agências que deveriam protegê-las», refere o relatório do Human Rights Fórum, que inclui 17 organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos.
Segundo o fórum, 2006 foi o pior de todos os anos, com um total de 5.752 casos participados pela população. Em 2005, as queixas contra violações dos direitos humanos ascenderam a 4.170.
Os casos envolvendo assassínios - diz o Human Rights Fórum - atingiram o ponto mais alto entre 2001 e 2003, depois de Robert Mugabe e o seu governo sancionarem a expropriação de propriedades agrícolas dos brancos para alegada redistribuição pelos sem-terra de raça negra.
Nesse período, foram registados 105 assassínios de activistas e cidadãos anónimos que, por qualquer meio, se opuseram à Zanu-PF ou ao governo.
O Fórum alerta para a probabilidade de os casos de violência política se acentuarem nos próximos meses, em antecipação das eleições gerais agendadas para 2008.
«A tendência geral demonstra um aumento sistemático das violações desde 2005, e se a actual tendência de 2007 se mantiver, este será o pior ano de sempre por uma margem considerável», salienta o relatório.
Confrontado pelo ZimOnline sobre o relatório, o ministro do Interior zimbabueano, Kembo Mohadi, desmentiu que a polícia esteja envolvida em quaisquer violações dos direitos humanos, acusando a comunicação social de conduzir uma campanha para denegrir a imagem do governo.
«Não existe nada disso (violações dos direitos humanos), existem sim mentiras a serem espalhadas pelas Amnistias Internacionais e outros como ela com o objectivo de implantar uma agenda negativa contra o Zimbabué, e mesmo vocês, jornalistas, fazem parte dessa agenda. De outra forma, porque é que vocês se prestariam a espalhar tais mentiras?», foi a reacção do ministro Mohadi ao relatório do Human Rights Fórum.
Diário Digital / Lusa
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Bruxelas defende participação do Zimbabué na cimeira UE-África com "ministro de alto nível"
A comissária europeia para as Relações Externas, Benita Ferrero-Waldner, considerou hoje que o Zimbabué deve poder participar, com "um ministro de alto nível", na cimeira UE-África de 08 e 09 de Dezembro, em Lisboa.
Benita Ferrero-Waldner defendeu a participação do Zimbabué na cimeira, apesar das objecções britânicas, numa entrevista ao diário alemão Financial Times Deutschland.
A cimeira, a realizar na capital portuguesa durante a presidência portuguesa da UE, vem sendo adiada desde 2003 devido à oposição do Reino Unido e outros Estados da União a que o líder zimbabueano, Robert Mugabe, acusado de violações dos direitos humanos no seu país, seja convidado.
Para a comissária, "um ministro de alto nível, como o ministro dos Negócios Estrangeiros", poderia participar na cimeira em representação do Zimbabué.
"Compreendo que os britânicos têm um grande problema (com a participação do presidente do Zimbabué), mas não devemos permitir que as nossas relações políticas com África se desmoronem devido a Mugabe", declarou.
Hoje, em Estrasburgo, à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu (PE), também o presidente da República de Portugal, Cavaco Silva, sugeriu que o problema da participação do Zimbabué na cimeira de Dezembro poderia ser contornado com a representação do país pelo ministro dos Negócios Estrangeiros.
Em conferência de imprensa, após ter discursado perante o plenário do PE, Cavaco Silva pediu "imaginação" para se ultrapassarem obstáculos à realização da cimeira, lembrando, nomeadamente, que, numa cimeira UE/ASEAN, a Birmânia se fez representar pelo ministro dos Negócios Estrangeiros em vez de pelo chefe de Estado, devido ao bloqueio internacional ao país.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, não revelou ainda se a presidência portuguesa da UE tenciona convidar o presidente zimbabueano para a Cimeira, garantindo apenas que esse "problema diplomático" será resolvido "a seu tempo".
"A cimeira tem objectivos que estão para lá do caso particular das relações entre a União Europeia e o Zimbabué", disse Luís Amado à agência Lusa, em meados de Agosto.
O ministro dos Negócios Estrangeiros garantiu que a cimeira, prevista para 08 e 09 de Dezembro, em Lisboa, vai mesmo realizar-se.
"Neste momento, estamos ainda a trabalhar na agenda da cimeira. O problema da participação será tratado a seu tempo, com iniciativas diplomáticas próprias", afirmou, quando questionado sobre se o presidente do Zimbabué vai ou não ser convidado.
Anteriormente, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Gomes Cravinho, afirmara, também à Lusa, que o Governo português "não tenciona ter uma atitude discriminatória", referindo-se à participação do Zimbabué na cimeira.
A África do Sul, que tem encabeçado uma tentativa de mediação sem resultados à vista entre o regime de Harare e a oposição, e outros Estados africanos defendem a participação na cimeira de Lisboa de Mugabe, que anunciou a intenção de se candidatar em 2008 a mais um mandato na presidência do Zimbabué.
A primeira cimeira entre os dois continentes realizou-se, há sete anos, no Cairo, durante a anterior presidência portuguesa da UE, no primeiro semestre de 2000.
Para a reunião de Dezembro, está prevista a discussão de questões como um aprofundamento da cooperação Europa-África, nomeadamente a nível comercial, os movimentos migratórios e a criação de uma parceria a nível da energia.
Não está Inglaterra a fazer o mesmo que Portugal fez quando foi a estória de Timor-Leste, que é partir do príncipio que a "Europa" não "negoceia" com governos que não respeitem os direitos humanos?
Portugal não adiou o 3º acordo da ESIAN (não tenho a certeza das iniciais) com a EU devia à Indonésia não respeitar os direitos do Timorenses
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Farinha só para dois dias, Mugabe acusa governos de tentarem derrubá-lo pela fome do povo
A principal fornecedora de pão do Zimbabué advertiu que tem apenas farinha para dois dias, enquanto o Presidente Robert Mugabe acusou governos estrangeiros de tentarem derrubá-lo, levando empresas a aumentar os preços sem justificação, segundo a BBC.
A empresa Lobels Bread, uma das principais fornecedoras de pão do Zimbabué garante que tem apenas farinha suficiente para mais dois dias, segundo notícias hoje veiculas pela estação britânica BBC e pelo diário digital sul-africano Mail anf Guardian.
A Lobels Bread já afastou compulsivamente centenas de trabalhadores e quase esgotou as suas reservas de farinha, segundo um responsável da empresa, citado pelo diário.
"Já utilizámos todas as 4.000 toneladas de farinha que tínhamos em armazém, como reserva", adiantou.
Durante o fim-de-semana, o ministro da Segurança Didymus Mutasa afirmou que o país não pode levantar as 36.000 toneladas de trigo importado que estão retidas num porto de Moçambique, por falta de divisas, refere o diário digital.
A empresa, que há três meses produzia 200.000 pães por dia, diz produzir hoje apenas 40.000.
A taxa de inflação oficial do Zimbabué atingiu os 7.634,8 por cento, revelaram a 22 de Agosto os serviços de estatísticas (CSO), em Harare, que já não publicavam dados oficiais há três meses.
Segundo o CSO, a taxa de inflação anual era de 7.251 por cento em Junho e 4.530 por cento em Maio e a inflação mensal cifrou-se em Julho nos 31,6 por cento, uma redução de 54,6 pontos percentuais relativamente a Junho.
O Zimbabué entrou no oitavo ano de uma cada vez mais profunda crise económica, que tem sido marcada por um forte desemprego (80 por cento da população activa), a maior taxa de inflação a nível mundial e escassez quase permanente de bens alimentares essenciais, combustíveis, roupa e calçado.
Mugabe, que está no poder desde a declaração da independência do Zimbabué, em 1980, e que confiscou desde 2000 mais de quatro mil propriedades agrícolas pertencentes a brancos, acusa as nações ocidentais de conspirarem com os empresários para aumentarem os preços e destruírem a economia nacional.
Os seus críticos, no entanto, acusam-no de conduzir uma campanha de repressão contra a oposição e os empresários destinada apenas a perpetuar o poder.
Lusa/RTP
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Mugabe oferece carros em troca de votos - oposição
O Movimento para a Mudança Democrática (MDC) acusou hoje o governo do presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, de oferecer veículos aos chefes tradicionais em troca dos votos que estes possam mobilizar para a Zanu-PF nas próximas eleições gerais.
Trinta e oito chefes tradicionais (conhecidos em Moçambique por régulos) receberam segunda-feira, numa cerimónia em Harare, veículos de caixa aberta oferecidos pelo governo.
A oferta, que o executivo de Mugabe diz pretender beneficiar 266 chefes, faz parte de um programa iniciado há quatro anos pelo governo.
Para o MDC, no entanto, a oferta, paga pelos contribuintes, não passa de um exercício de suborno destinado a conquistar o apoio dos chefes tradicionais para o presidente e o partido governamental.
«Não é por acaso que a entrega das viaturas se fez agora. (...) Nenhum governo deveria abusar das instituições públicas e dos nossos respeitados e idosos chefes com o objectivo de alcançar fins políticos egoístas que são contrários aos seus papéis tradicionais na sociedade», refere a facção Morgan Tsvangirai do MDC num comunicado hoje distribuído em Harare.
O jornal pró-governamental Herald noticiou hoje a cerimónia de entrega dos 38 novos veículos, salientando que alguns dos chefes tradicionais ficaram «maravilhados» com a oferta.
O chefe Sogwala, do centro do país, foi citado pelo Herald afirmando que o veículo que lhe foi atribuído «será muito útil na assistência às populações, podendo vir a servir como ambulância e meio de transporte».
Os chefes tradicionais têm grande influência sobre o eleitorado rural, precisamente onde o presidente Robert Mugabe habitualmente vence as eleições.
No início do ano, os chefes tradicionais deram apoio a Mugabe, 84 anos, para concorrer às eleições presidenciais e parlamentares de 2008 como candidato da Zanu-PF, que está no poder desde 1980.
Também na África do Sul o partido no poder (ANC, ou Congresso Nacional Africano) distribui veículos todo-o-terreno aos chefes tradicionais e é por isso criticado pela oposição.
Há uma semana, o governo provincial do Limpopo - uma província maioritariamente rural - que é controlado pelo ANC, admitiu ter gasto 11 milhões de rands (1,1 milhões de euros) na compra de veículos para os chefes da área, justificando a sua atitude com as obrigações que os chefes têm de estar em permanente contacto com as populações em áreas remotas.
Diário Digital / Lusa
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Portugal não pode convidar o «ditador Mugabe»[/size]
Portugal não deve, «de forma alguma», convidar o Presidente do Zimbabué para a cimeira UE/África, porque ele é «um ditador da pior espécie, responsável por sistemáticos assassínios», disse à Lusa o empresário, analista e ex-jornalista sul-africano Moeletsi Mbeki.
Em entrevista concedida a partir de Londres, onde se encontra em visita de trabalho, Moeletsi Meki, que é irmão do Presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, questionou a lógica dos que defendem a participação de Mugabe na cimeira organizada sob a presidência portuguesa da UE como um preço a pagar pelo diálogo entre os dois continentes.
«Como se sentiriam Portugal e os restantes europeus se, durante a II Guerra Mundial, os Estados Unidos jantassem à mesma mesa dos nazis alemães, que na altura invadiam a Europa e massacravam os europeus?», perguntou Mbeki.
Moeletsi Mbeki, irmão mais novo do Presidente sul-africano, viveu e trabalhou durante largos anos no Zimbabué, tendo desenvolvido um profundo conhecimento do regime de Robert Mugabe que afirma conhecer pessoalmente, e da situação interna daquele país.
Convencido de que Mugabe continuará a exercer uma «violência brutal» contra a oposição para impedir uma mudança de regime, Moeletsi Mbeki desmente a ideia de que o Presidente do Zimbabué é visto como um herói em África
«Nenhum africano ou líder regional vê em Mugabe um herói. Apesar dos sinais contraditórios, os líderes continentais não o consideram um herói. Não têm é a coragem necessária para o isolar com receio de que nos seus próprios países se verifiquem situações semelhantes», disse Moeletsi Mbeki.
Questionado sobre que acções deveriam ser tomadas pela SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), que designou o seu irmão para tentar o diálogo entre Mugabe e a oposição do MDC (Movimento para a Mudança Democrática), o empresário referiu que a organização «não quer nem pode fazer nada porque não tem qualquer poder».
«A SADC não tem, na prática, qualquer poder, ela foi criada para mendigar ajuda aos países industrializados para África e nunca passou disso», acusou.
Presidente da produtora de televisão Endemol South Africa, vice-presidente do Instituto Sul-Africano de Relações Internacionais (SAIIA), e membro dos conselhos de administração de várias empresas, Moeletsi Mbeki tem um considerável currículo em jornalismo incluindo um «Nieman Fellowship» na Universidade de Harvard quando trabalhou para a BBC.
Para Mbeki, o maior receio dos governos africanos quando lidam com Robert Mugabe é que os seus regimes possam sofrer sorte semelhante ao do Zimbabué no caso deste cair sob a pressão da sociedade civil e dos sindicatos, que são a maior força social nos diversos países da África Austral.
Usando o exemplo de Kenneth Kaunda, fundador da Zâmbia e derrotado eleitoralmente após 27 anos no poder por um líder sindical, Moeletsi Mbeki garantiu que a repressão no Zimbabué contra os sindicalistas é sinal de que a sua luta pela sobrevivência se assemelha à de muitos outros líderes regionais.
«Não estamos a falar de um problema britânico. Mugabe vem assassinando e brutalizando o seu povo desde a década de 80, quando se verificaram os massacres de Matabeleland, e isso exige de Portugal a coragem de não o convidar para participar numa cimeira no seu território, sejam quais forem as pressões sobre si exercidas», concluiu Moeletsi Mbeki.
Diário Digital / Lusa
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UE/Presidência: Gordon Brown ameaça boicotar cimeira UE/África se Mugabe vier a Lisboa
Lisboa, 20 Set (Lusa) - O Primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, ameaçou hoje boicotar a próxima cimeira UE-África, marcada para Dezembro, em Lisboa, se o presidente zimbabuano, Robert Mugabe, proibido de entrar na Europa, participar no evento.
A realização de uma II Cimeira entre a União Europeia e África é uma das principais prioridades da presidência portuguesa da UE. A intransigência do Reino Unido gerou um impasse difícil de ultrapassar diplomaticamente por Lisboa: Londres exige a solidariedade dos seus pareceiros europeus e a União Africana exige que todos os chefes de Estado africanos participem na cimeira.
Clara Borja, porta-voz da presidência portuguesa da União europeia, limitou-se hoje a uma reacção lacónica: "Continuamos a trabalhar para que esta cimeira seja um sucesso. A questão dos convidados sera estudada a seu tempo".
No conselho europeu de Junho, em Bruxelas, Luís Amado disse esperar que o presidente do Zimbabué não participe na Cimeira, considerando Robert Mugabe um ®factor de perturbação¯ da reunião, marcada para 08 e 09 de Dezembro, apesar de compreender a posição africana de que todos devem ser convidados.
®Pessoalmente não tenho nenhum interesse em que o senhor Mugabe esteja em Lisboa¯, disse o chefe da diplomacia portuguesa no final de uma reunião dos 27 em que foi preparada a Cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE.
Luís Amado recordou que os 27 têm um quadro de sanções contra o Zimbabué por causa da falta de respeito pelos Direitos Humanos por parte deste país.
O chefe da diplomacia portuguesa considerou as sanções contra o Zimbabué como ®uma questão de princípio para a UE¯, assim como também ®é uma posição de princípio para a União Africana que todos os chefes de estado da sua organização sejam convidados¯.
Na ocasião, o líder da oposição do Zimbabué, Morgan Tsvangirai, aprovou a posição do governo português de ®desinteresse¯ na presença de Robert Mugabe na cimeira UE-África, embora tenha manifestado o desejo que o encontro se realize.
"Nós apreciamos essa posição. É uma posição de princípio", afirmou Tsvangirai à Agência Lusa, no final de uma conferência de imprensa que o presidente do Movimento para a Mudança Democrática (MDC) deu na capital britânica em Junho.
"Por outro lado, é triste que, para a cimeira avançar, o senhor Mugabe tenha de estar presente. Por que é que não se pode realizar sem ele? A minha opinião é que deve realizar-se porque existem questões mais amplas entre a UE e África que têm de ser tratadas urgentemente", observou.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros do Gana, Akwasi Asei-Adjei, afirmou em 12 de Setembro, em Lisboa, acreditar que a cimeira UE/África, na capital portuguesa, se realizará com "todos os membros da União Africana".
Em conferência de imprensa conjunta, após um encontro dos chefes da diplomacia dos dois blocos - União Europeia (UE) e União Africana (UA) - Akwasi Asei-Adjei disse ser altura de a Europa tentar "compreender África".
Nesse sentido, Amado anunciou que à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas, que começa a 25 de Setembro, em Nova Iorque, a questão será discutida entre as duas partes.
"Temos por isso a responsabilidade de trabalhar em conjunto durante esse período na preparação do relacionamento entre a UE e a UA", frisou.
Em princípio - adiantou - o documento de estratégia conjunto deverá ser aprovado em Accra, a 31 de Outubro, numa reunião entre as troikas da UE e da UA, disse, frisando contudo haver muito trabalho a fazer nos próximos meses.
®Não há liberdade no Zimbabué, não há liberdade de associação, não há liberdade de imprensa", escreveu hoje Gordon Brown numa crónica no diário The Independent, sublinhando que devia "esclarecer a sua posição" antes da segunda cimeira UE-África.
"A presença do presidente Mugabe significaria um levantamento da proibição de entrada que nós decidimos colectivamente. Creio que a sua presença vai minar a cimeira, desviar a atenção dos problemas importantes que devem ser resolvidos", afirmou.
"Nessas circunstâncias a minha presença não seria apropriada", disse Brown, na sua primeira declaração sobre a situação no Zimbabué desde que assumiu a chefia do governo em 27 de Junho.
A Grã-Bretanha vai ®garantir que a UE manterá as suas sancções contra os 131 altos dirigentes (do Zimbabué), incluíndo o presidente Mugabe, que não respeitam os direitos do Homem¯, acrescenta Brown que deverá tentar congregar outros países a este boicote durante a cimeira europeia de 18 e 19 de Outubro em Lisboa.
Por seu lado, o vice-ministro zimbabuano Bright Matonga disse que "Brown perdia o seu tempo". "O presidente Mugabe foi convidado e irá a Lisboa como representante do Zimbabué quer Gordon Brown esteja presente ou não".
A organização militante ®Action for Southern Africa (ACTSA)¯ saudou a "atitude firme" dos Britânicos, mas o deputado europeu português Paulo Casaca acusou Brown de ter "dois pesos e duas medidas" porque a Grã-Bretanha não boicotou a cimeira UE-Asean este ano apesar da presença do ministro dos Negócios Estrangeiros da Birmânia, cujos dirigentes estão proibidos de entrar na Europa.
A UE tem em vigor sanções contra o regime de Mugabe desde Fevereiro de 2002: proibição de vistos, congelamento de activos e embargo ao fornecimento de armas, principalmente dirigidas contra os responsáveis governamentais e altos funcionários do país.
Os chefes de Estado e Governo da UE reunidos em Dezembro, em Bruxelas, apoiaram a realização da segunda Cimeira UE/África no segundo semestre de 2007, em Portugal.
A primeira Cimeira UE/África teve lugar em Abril de 2000, no Cairo, durante a anterior presidência portuguesa da UE e por iniciativa desta.
Robert Mugabe, que ocupa a presidência do Zimbabué(ex-Rodésia) desde 1980, foi investido em Abril pelo seu partido para a reeleição a um novo mandato presidencial em 2008.
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Desmond Tutu pede a Portugal para não convidar Mugabe
O ex-arcebispo anglicano da Cidade do Cabo e Prémio Nobel da Paz, Desmond Tutu, pediu hoje a Portugal para não convidar o presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, para a segunda cimeira União Europeia/África, em Lisboa.
Em resposta a uma questão colocada por escrito pela Agência Lusa em Joanesburgo, o respeitado clérigo, que se encontra nos Estados Unidos, respondeu também por escrito: «Espero que Portugal se mantenha firme na defesa dos direitos humanos e da democracia e que não convide o presidente Mugabe. Deus o abençoe».
A posição de Tutu, que é desde há muitos anos, um dos mais acérrimos críticos do presidente do Zimbabué pelos alegados atropelos aos direitos humanos e à liberdade de expressão naquele país, está em linha com uma série de activistas, religiosos, académicos, políticos e intelectuais africanos que desde a década de 1980 vêm denunciando sistemáticos massacres (com particular incidência o de Matabeleland, em 1983) e outras atrocidades cometidas pelo regime da Zanu-PF do presidente Mugabe.
A II Cimeira Europa/África, que é uma iniciativa emblemática do Governo de Lisboa e uma das principais prioridades da actual presidência portuguesa da UE, está agendada para 08 e 09 de Dezembro, em Lisboa
A realização da Cimeira pode ser comprometida em consequência das profundas divisões entre líderes europeus e africanos quanto à linha a seguir relativamente à presença ou não do presidente zimbabueano em Lisboa.
Apesar das provas evidentes de violações dos direitos humanos e de uma governação totalitária e ruinosa da Zanu-PF - que conduziu o país a uma profunda crise política e económica -, muitos dirigentes africanos, em particular na área da SADC, rejeitam a ideia de que a Europa (e Portugal em particular) marginalize Mugabe no evento.
Quinta-feira, o presidente da Zâmbia, Levy Mwanawasa, ameaçou não comparecer na cimeira, se Portugal e a UE não convidarem Robert Mugabe, afirmando esperar que outros líderes do continente africano sigam o seu exemplo.
«Apesar de não concordar e não estar feliz com o que se passa no Zimbabué, acho que a situação exige maior diálogo com os nossos colegas zimbabueanos», disse Mwanawasa ao Times of Zâmbia.
O presidente da Zâmbia, que reagia a uma declaração do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, segundo a qual não participará na cimeira, se Mugabe estiver presente, vem ao encontro do pensamento de outros líderes regionais africanos, como o presidente sul-africano, Thabo Mbeki.
Os líderes dos antigos movimentos de libertação que hoje ocupam o poder nos respectivos países têm, por respeito pelo passado anti-colonialista de Mugabe ou por não gostarem de receber o que consideram «lições de democracia do Ocidente», sistematicamente defendido a presença do controverso presidente do Zimbabué na cimeira.
Para activistas como Phyl Ya Nangoloh, presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Namíbia, no entanto, «a subserviência dos líderes regionais a Robert Mugabe tem mais a ver com o receio individual ou colectivo de serem forçados a abandonar o poder nos seus países por força do voto popular ou da influência dos sindicatos e organizações cívicas do que com um apoio explícito às políticas de Mugabe».
A CNN International tem transmitido hoje uma reportagem especial realizada no Zimbabué com recurso a uma câmara escondida, na qual são visíveis as dramáticas consequências da governação de Robert Mugabe: gasolina a ser comprada no mercado negro por não existirem stocks nos postos de abastecimento, dinheiro a ser trocado nas ruas a um câmbio 10 vezes superior ao dos bancos, famílias desesperadas para alimentar os filhos e supermercados com filas imensas e com prateleiras vazias no centro de Harare, a capital.
A inflação no país situa-se entre os 7 mil e os 12 mil por cento, a taxa de desemprego atinge os 80% e a sua população foge do país para Estados vizinhos a um ritmo de 5 mil pessoas por dia.
Diário Digital / Lusa
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Desmond Tutu compara regime de Mugabe ao do apartheid
O arcebispo Desmond Tutu comparou hoje as acções do presidente do Zimbabué às do antigo regime sul-africano do «apartheid», indicando que todos os relatórios sobre o país mostram que as violações dos direitos humanos estão a aumentar.
O Nobel da Paz, que na sexta-feira passada apelou ao governo português para não convidar Robert Mugabe para a cimeira União Europeia-África de Dezembro, afirma-se em comunicado «devastado e horrorizado» pela destruição económica, o desemprego, a fome e a miséria provocada pela epidemia de SIDA que acompanham o colapso do sector público da saúde no Zimbabué
O antigo arcebispo anglicano do Cabo refere que todos os relatórios elaborados por organizações religiosas e outras demonstram que as violações dos direitos humanos naquele país estão a aumentar.
«As histórias que temos ouvido sobre as perseguições aos opositores políticos, detenções sem julgamento, torturas e negação de cuidados médicos recordam-nos as nossas próprias experiências às mãos da polícia do apartheid. Isto tem de acabar já», refere o comunicado divulgado pelo gabinete do arcebispo Tutu.
Para o religioso, o sofrimento dos zimbabueanos sob o regime de Mugabe é uma «mancha» na região e no continente em geral. «A sorte dos zimbabueanos é a nossa sorte e ignorar o seu sofrimento é o mesmo que aprová-lo», afirma Tutu.
Mais de quatro milhões de zimbabueanos, segundo fontes não-oficiais, procuraram refúgio nos países vizinhos para escapar à fome generalizada, desemprego e violência dos agentes do Estado contra todos os opositores do regime liderado pela Zanu-PF de Robert Mugabe.
A comunicação social, citando fontes da diáspora zimbabueana na sequência de trabalhos de investigação na fronteira norte da África do Sul, refere que todos os dias passam a salto para a África do Sul uma média de 5.000 zimbabueanos.
Na sua maioria fogem através da tripla cerca de arame farpado que separa os dois países em grupos de 20 e 30, guiados por pisteiros que conhecem os movimentos dos guardas fronteiriços e cobram uma verba por cada emigrante ilegal que guiam até território sul-africano através da selva.
Em declarações recentes, Desmond Tutu opôs-se às posições individuais e colectivas dos líderes regionais africanos, que defendem repetidamente o diálogo entre governo e oposição como fórmula para encontrar uma solução para a tragédia do Zimbabué, que regista uma inflação de quse 7000% e uma taxa de desemprego de 80%.
«É claro neste momento que a abordagem branda, branda - a chamada diplomacia silenciosa - não deu quaisquer resultados e necessitamos de algo muito mais directo e categórico», disse recentemente Tutu a uma estação de televisão referindo-se aos métodos diplomáticos adoptados pelo presidente sul-africano Thabo Mbeki relativamente ao regime de Mugabe.
Numa declaração à agência Lusa feita sexta-feira da semana passada, o Nobel da Paz exortou Portugal a manter-se firme na defesa dos direitos humanos e da democracia não convidando Robert Mugabe para a cimeira EU/África, agendada para 8 e 9 de Dezembro em Lisboa.
Diário Digital / Lusa
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Exército ameaça com golpe de Estado
O brigadeiro-general David Sigauke, do exército do Zimbabué, ameaçou que a instituição militar derrubará pelas armas qualquer futuro governo que não seja liderado pelo presidente Robert Mugabe ou pelo seu partido, a Zanu-PF.
Discursando no fim-de-semana durante uma cerimónia de graduação de novos recrutas nos arredores da capital, Harare, aquele oficial superior exortou os cidadãos do seu país a «exercer os seus direitos eleitorais com sensatez nas eleições de 2008», recordando que o Zimbabué «não voltará a ser uma colónia».
Segundo o jornal «ZimOnline», o brigadeiro-general Sigauke afirmou aos novos graduados que a instituição militar tem a obrigação de defender a herança histórica e nacional do país bem como a soberania nacional.
«Como soldados temos o privilégio de sermos capazes de defender estes direitos em duas frentes: a primeira através da urna de votos e a segunda através do cano das espingardas se as coisas forem de mal a pior», disse o oficial citado pelo «ZimOnline».
Já em 2002, em vésperas de mais um controverso acto eleitoral ganho pela Zanu-PF de Robert Mugabe, o então comandante-em-chefe do exército (agora reformado), general Vitalis Zvinavashe, ameaçara numa conferência de Imprensa que o exército nunca seria leal a um presidente que não tivesse participado na luta pela independência.
Segundo analistas locais, ambas as ameaças são dirigidas directamente ao Movimento para a Mudança Democrática (MDC, a maior força da oposição), que é liderado por um antigo líder sindical, Morgan Tsvangirai.
Tsvangirai foi derrotado em todos os actos eleitorais desde 2000, embora tenha tido o apoio de inúmeras organizações internacionais e grupos de observadores na denúncia de graves irregularidades executadas pelo regime na preparação e execução das eleições bem como na contagem dos votos desde então.
Mugabe, que tem sistematicamente acusado a oposição de ser «um fantoche do Ocidente», em particular da Grã-Bretanha, tem contado desde a sua ascensão ao poder, em 1980, com a lealdade cega do aparelho militar.
Entre muitas recompensas dadas aos oficiais superiores dos três ramos das forças armadas, o presidente distribuiu pelos seus mais fiéis defensores milhares de hectares das terras que o seu governo expropriou aos agricultores brancos, situação que contribuiu grandemente para o colapso da economia do seu país.
Militares no activo ou na reforma têm sido nomeados em anos recentes para cargos governamentais, para as administrações de empresas públicas e até mesmo para os órgãos que gerem as eleições no país. Por exemplo, o presidente da Comissão Eleitoral, George Chiweshe, é um antigo juíz e general do exército, que foi nomeado para o Supremo em 2001 depois de Mugabe ter levado a cabo uma purga de todos os juízes que não pertenciam ao aparelho do seu partido.
Terça-feira os militares voltaram a ocupar pela força das armas mais uma propriedade agrícola de um zimbabueano branco, apesar de na véspera o vice-presidente Joseph Msika ter anunciado que mais nenhuma exploração agrícola seria expropriada pelo seu governo.
Ainda segundo o «ZimOnline», um grupo de 15 soldados, liderado pelo brigadeiro-general Dube, invadiu a fazenda Grand Parade, de James Sidolph, situada no distrito de Karoi, no Noroeste do país, forçando o proprietário a fugir para a capital, onde contactou funcionários governamentais sobre o sucedido.
Apenas 600 dos cerca de quatro mil proprietários agrícolas brancos que operavam no país em 2000 estão ainda na posse das suas terras.
Um trabalhador da quinta invadida pelos militares disse ao jornal que os soldados lhes ordenaram que parassem com a irrigação dos campos de tabaco, passando de imediato a dividir entre si a área ocupada.
O Zimbabué, que até 2000 era exportador de tabaco, milho e outras colheitas, era até então considerado um exemplo de uma economia de sucesso no continente africano. Hoje, são mais de quatro milhões os seus cidadãos que precisam se ajuda alimentar de emergência, enquanto outros quatro milhões estão refugiados em países vizinhos.
A taxa de desemprego nesta nação de 11 milhões de habitantes situa-se nos 80 por cento e a inflação é a mais alta do mundo, rondando os sete mil por cento ao ano.
Diário Digital / Lusa
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Moçambique boicotará se Mugabe não for convidado
O governo moçambicano deverá boicotar a próxima cimeira UE-África em Dezembro, se o Presidente zimbabueano, Robert Mugabe, não for convidado, seguindo uma posição recentemente tomada pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), disse hoje fonte governamental.
Na semana passada, o Presidente zambiano, Levy Mwanawasa, que preside actualmente à SADC, ameaçou boicotar a reunião caso o seu homólogo zimbabueano não seja convidado.
Num primeiro pronunciamento oficial do governo de Moçambique, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Eduardo Koloma, disse hoje que a posição assumida pela presidência da SADC reflecte as ideias concertadas pelos Estados membros da organização.
«Não se deve ficar à espera de uma posição de Moçambique (para este assunto), pois Moçambique está situado numa região. A posição de Moçambique é a mesma da SADC», disse Koloma, quando questionado hoje pela Agência Lusa, em Maputo.
Segundo o governante moçambicano, o executivo de Maputo defende que «não deve haver exclusão de nenhum dos países» da UE/África na II Cimeira intercontinental, marcada para os dias 08 e 09 de Dezembro em Lisboa, uma das principais prioridades da actual presidência portuguesa da União Europeia que termina no final do ano.
O presidente em exercício da SADC, Levy Mwanawasa, defendeu o levantamento da proibição de entrada no espaço europeu ao presidente Mugabe, depois da sua controversa reeleição em 2002, e assinalou que os problemas do Zimbabué só podem ser resolvidos pelo diálogo, nomeadamente durante cimeiras como as de Lisboa.
Recentemente, o ex-Presidente moçambicano Joaquim Chissano considerou desejável uma participação de Mugabe na cimeira UE/África para falar dos problemas do Zimbabué, afirmando tratar-se de uma oportunidade para os dois continentes discutirem com o líder do Zimbabué e trocarem «pontos de vista».
Os participantes não vão à cimeira «para disputas mas para trocar opiniões, para encontrar um terreno de entendimento, e como o encontrar se um dos actores estiver ausente?», perguntou o antigo chefe de Estado moçambicano durante uma visita que efectuou recentemente ao Zimbabué.
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, ameaçou boicotar a cimeira, caso Mugabe participe, concordando apenas com a presença do Zimbabué na Cimeira UE-África em Lisboa, desde que o país não seja representado pelo respectivo presidente.
Diário Digital / Lusa
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Ministro da Defesa de Angola pede maior tolerância para com Zimbabué
O ministro da Defesa de Angola, general Kundi Paihama, apelou hoje à União Europeia para que seja mais tolerante com o Zimbabué, porque, disse, "o povo zimbabueano está a sofrer muito".
"Apelo aos que decretaram o embargo ao Zimbabué que sejam mais tolerantes", defendeu Kundi Paihama, que intervinha na última sessão da conferência de presidentes das comissões de Defesa dos Parlamentos dos Estados-membros da União Europeia (UE), do Parlamento Europeu e de países candidatos, hoje realizada em Lisboa.
"Não vou dizer de quem é a culpa, se do Presidente (do Zimbabué) Robert Mugabe, se do Reino Unido, mas de facto quem está a sofrer são as crianças e os idosos", acrescentou o ministro angolano, que salientou estar na conferência também na qualidade de presidente do Comité Inter-Estatal de Defesa e Segurança da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Convicto de que as suas palavras poderiam provocar celeuma, Kundi Paihama adiantou que "o Zimbabué está hoje numa situação bastante complicada", pelo que, sustentou, "tem de haver uma certa flexibilidade", sobretudo na relação entre a UE e o Reino Unido com aquele país.
A União Europeia decretou em 2002 sanções contra o Zimbabué, designadamente aos seus dirigentes, incluindo Robert Mugabe, devido ao desrespeito dos direitos humanos e à ruinosa governação no plano económico, que conduziu o país à mais grave crise económica e social desde que ascendeu à independência em 1980.
Robert Mugabe está impedido de entrar no espaço comunitário, devido ao pacote de sanções em vigor e a sua presença em Lisboa na II Cimeira UE-África, a realizar nos dias 08 e 09 de Dezembro, provocará a ausência de governantes europeus, designadamente do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown.
Se Mugabe não for convidado a deslocar-se a Lisboa, alguns países africanos também já anunciaram que não participarão na cimeira.
A II Cimeira Europa/África é uma iniciativa emblemática do Governo de Lisboa e uma das principais prioridades da actual presidência portuguesa da UE.
Para Kundi Paihama, a resolução do problema zimbabueano deve ter em conta "a questão humana".
"E depois, a pouco e pouco, deviam-se encontrar soluções, senão vai haver uma catástrofe", alertou.
"Por isso, peço essa tolerância. Por mínima que seja", vincou.
A questão do Zimbabué foi ainda abordada pelo ministro da Defesa do Gana, Albert Kan-Dapaah, cujo país ocupa presentemente a presidência da União Africana.
Instado a pronunciar-se sobre o Zimbabué, o governante ganês esquivou-se, considerando que se deve deixar a diplomacia continuar a trabalhar.
"A diplomacia está a trabalhar arduamente, devemos deixar que o continue a fazer", frisou.
O ministro da Defesa do Gana salientou, por outro lado, na sua intervenção que a União Europeia deverá apoiar os países africanos a reformarem as suas forças armadas, participando no esforço de modernização e de formação.
"O continente africano está numa fase de transição, de guerra e ditaduras para regimes democráticos em que impera a economia de mercado", destacou.
"Vivem-se agora momentos decisivos para que sejam tomadas decisões em África e, no domínio da Defesa e Segurança, as nossas instituições, polícia e forças armadas, precisam de se modernizar, pelo que precisamos do apoio da UE", disse.
© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
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Madrid desvaloriza polémica sobre Mugabe na Cimeira África
A vice-presidente do Governo espanhol minimizou hoje a polémica em torno da presença do chefe de Estado do Zimbabué, Robert Mugabe, na Cimeira UE/África, alegando que o «essencial» é que o encontro se realize.
As declarações de Teresa de La Vega foram proferidas após ter sido recebida em audiência pelo primeiro-ministro português, José Sócrates, em São Bento, um encontro que durou cerca de uma hora.
Confrontada com o cenário de uma possível ausência do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, na Cimeira Europa/África, em virtude da eventual presença em Lisboa de Robert Mugabe, a vice-presidente do Governo espanhol disse que o seu país «apoia os esforços da presidência portuguesa da UE para que a cimeira se realize».
«A cimeira é muito importante para a União Europeia e para África. Esta cimeira já não se faz há sete anos e estou convencida que se vai poder realizar com o trabalho de todos», respondeu.
Perante a insistência sobre uma eventual ausência de Brown, em protesto pela presença em Lisboa de Mugabe, a «número dois» do executivo de Madrid apenas acrescentou que o seu Governo «respeitará as posições de todos» os líderes políticos.
«O importante é o trabalho de consenso em curso entre a UE e a União Africana. O trabalho da presidência portuguesa tem o apoio de Espanha», disse.
A realização da segunda Cimeira de chefes de Estado ou de Governo da UE e de África, agendada para 08 e 09 de Dezembro, é um dos principais objectivos da actual presidência portuguesa do bloco europeu dos 27.
Diário Digital / Lusa
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Dirigente do ANC insurge-se contra «tirania de Mugabe»
Kader Asmal, ex-ministro do governo sul-africano, advogado, deputado e membro do comité executivo do Congresso Nacional Africano (ANC), acusou o governo do presidente Mugabe de «conduzir uma guerra tirânica contra o seu próprio povo».
Discursando, na quinta-feira à noite, na sessão de lançamento do livro da activista zimbabueana Judith Todd «Trough The Darkness» (Através da Escuridão), Asmal não poupou o regime da Zanu-PF e o seu líder Robert Mugabe, afirmando que só lamenta não ter falado mais cedo sobre a tragédia no Zimbabué.
As palavras de Asmal, que merecem hoje grande destaque na imprensa de Joanesburgo, constituem uma clara afronta à atitude do presidente da República e líder do ANC, Thabo Mbeki, que nunca denunciou as violações dos direitos humanos no Zimbabué e sempre se recusou a criticar o seu homólogo zimbabueano.
Kader Asmal admitiu que o silêncio tem feito dele cúmplice da situação e questionou os pontos de vista de Thabo Mbeki, segundo os quais apenas os zimbabueanos podem decidir o seu futuro.
Lamentando a forma como as coisas no Zimbabué se transformaram em «cinzas e mais cinzas», o político e professor universitário afirmou que «a liberdade que se viveu no Zimbabué nos anos 80 tornou-se um pesadelo em consequência da preservação do poder em meia dúzia de mãos».
Declarando que fala como «orgulhoso cidadão de uma África do Sul livre, que deveria ter aberto a boca e feito campanha há muito contra um regime que colocou o Zimbabué de joelhos», o político do ANC não hesitou em classificar o presidente do Zimbabué como um «tirano».
«E porque é que só falo agora? Eu deveria tê-lo feito nos anos 80, quando milhares de pessoas foram assassinadas pela infame 5ª Brigada em Matabeleland. A Igreja Católica falou, eu não», penitenciou-se Asmal.
O livro «Through The Darkness», agora publicado na África do Sul, narra os acontecimentos ocorridos precisamente nos anos que se seguiram à conquista do poder por Robert Mugabe.
Em 1982-83, receoso de uma possível rebelião de dirigentes da tribo ndebele, da região de Bulawayo (à qual pertencia o então «vice» Joshua Nkomo), Mugabe enviou para aquela zona a 5ª Brigada, que havia sido treinada na Coreia do Norte.
Segundo milhares de testemunhos recolhidos pela Igreja Católica, ONG e activistas - e que deram mesmo origem a um relatório da ONU- as tropas, que respondiam directamente a ordens de Robert Mugabe, mataram mais de 20 mil civis, enterrando-os em valas comuns.
A gozar na altura ainda de uma forte imagem de «libertador do Zimbabué», Mugabe acabaria por não receber mais do que tímidas e raras críticas da comunidade internacional.
Diário Digital / Lusa
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Reino Unido sem representação na cimeira se Mugabe for
Nenhum ministro do governo britânico participará na Cimeira UE-África se o presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, estiver em Lisboa, afirmou hoje o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown.
«Se Mugabe for, eu de certeza que não vou estar presente e nenhum ministro do governo estará presente», respondeu Gordon Brown a uma pergunta colocada pela Agência Lusa na conferência de imprensa mensal do primeiro-ministro britânico em Londres.
Gordon Brown já tinha afirmado, há cerca de duas semanas, que não participaria na Cimeira UE-África, prevista para 08 e 09 de Dezembro em Lisboa, se o presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, o fizer, mas não tinha feito qualquer referência ao nível da representação do Reino Unido.
Na resposta à Lusa, Brown reafirmou hoje que toma esta posição por recusar compactuar com as violações dos direitos humanos cometidas pelo regime de Mugabe.
«Não aceitamos sentar-nos à mesma mesa de pessoas que toleram o abuso de direitos humanos e que deixam que a população zimbabueana seja afundada na sua pobreza e veja destruída a sua integridade», disse.
Diário Digital / Lusa
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Diáspora zimbabueana apoia boicote de Brown e pede sanções
Um grupo de críticos do presidente do Zimbabué elogiou hoje em Londres o boicote do primeiro-ministro britânico à cimeira UE-África e pediu que a União Europeia sancione 14 países africanos por apoiarem Robert Mugabe.
O grupo, intitulado Vigília pelo Zimbabué, completa este sábado cinco anos de manifestações semanais na capital britânica contra o desrespeito dos direitos humanos e pela realização de eleições livres naquele país.
«Aplaudimos a posição de princípio de boicotar a cimeira de Lisboa se Mugabe participar e discordamos completamente com o convite a Mugabe», afirmou hoje à agência Lusa Dumi Tutani, um dos coordenadores da iniciativa.
Composto por cidadãos zimbabueanos residentes no Reino Unido, o colectivo declara-se «estupefacto pela leviandade com que os membros da UE se preparam para levantar a interdição de viajar a Mugabe».
No entanto, estes críticos do regime de Harare acreditam que os primeiros responsáveis por esta situação são os 14 países-membros da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), de que fazem parte Angola e Moçambique, aos quais querem ver suspensa a ajuda monetária.
«Até agora, nem um país da SADC criticou Mugabe pelos problemas do Zimbabué e se a UE parar de financiar estes países, talvez decidam fazer alguma coisa», sustentou Tutani.
Uma petição com este apelo assinada por mais de cinco mil pessoas será entregue ao governo britânico através da deputada trabalhista Kate Hoey, cuja presença na manifestação do próximo sábado está anunciada mas que a Lusa não conseguiu confirmar junto da própria.
No texto da petição, os signatários manifestam-se «desiludidos com o fracasso da SADC em ajudar ao povo desesperado do Zimbabué quando era preciso».
«Apelamos ao governo britânico e à União Europeia em geral para suspender a ajuda governamental aos países da SADC até eles se comprometerem em fazer respeitar os direitos humanos na região», lê-se no documento.
Em alternativa, sugere-se que «o dinheiro vá para o povo sofredor do Zimbabué».
A Vigília pelo Zimbabué realiza-se todos os sábados em frente à embaixada daquele país em Charing Cross desde Outubro de 2002 e vai continuar até alcançarem os seus objectivos, garantem os organizadores, que incluem membros do partido da oposição Movimento para a Mudança Democrática.
«Começámos por ser apenas 10 ou 15 e agora são mais de uma centena de pessoas que vêm todos os sábados de todo o país [Reino Unido] e de várias nacionalidades», congratula-se Tutani.
Diário Digital / Lusa
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Robert Mugabe acusa União Europeia de querer dividir africanos
O presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, acusou hoje a União Europeia de pretender «dividir» os africanos, frisando que não são os europeus que decidem quem participa na Cimeira UE/África, onde estará presente se for convidado.
«Não compete à Europa dizer quem deve ou não participar. Se um dia permitirmos isso, estamos terminados», frisou Mugabe, numa entrevista hoje publicada em Luanda pelo Jornal de Angola, que lhe dá destaque de primeira página.
Nesta entrevista, realizada no Palácio Presidencial em Harare durante uma visita de jornalistas angolanos à capital do Zimbabué, Robert Mugabe acusa a União Europeia de pretender «dividir» os países africanos.
«A União Europeia quer dividir-nos», afirmou. Robert Mugabe frisou que tenciona deslocar-se a Lisboa em Dezembro para participar na Cimeira UE/África, se for convidado, mas revelou ainda não ter recebido qualquer convite nesse sentido.
«Se for convidado, vou, sem dúvida. Portugal tem estado a dizer que me vai enviar um convite, mas até agora ainda não o fez», salientou.
Mugabe aproveitou ainda a entrevista para «agradecer a posição» da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e da União Africana relativamente ao «apoio» que prestaram tendo em vista a participação do presidente zimbabueano na cimeira entre europeus e africanos.
Relativamente à situação política e económica interna no Zimbabué, Robert Mugabe admitiu que «é complicada», mas frisou que «o governo está a desenvolver estratégias de modo a ultrapassar as sanções impostas».
Nesta entrevista, que se estende por duas páginas no único diário angolano, o presidente do Zimbabué acusa o governo britânico por não ter cumprido os acordos assinados, especialmente depois da chegada ao poder de Tony Blair, mas estende as suas acusações a outros estados ocidentais.
«Os países do Ocidente não estão satisfeitos que estejam no poder [na África Austral] os partidos que lutaram para a libertação nacional», afirmou, citando os casos do MPLA (Angola), ANC (África do Sul), SWAPO (Namíbia) e FRELIMO (Moçambique).
Por outro lado, revelou que o Zimbabué vai realizar eleições «em Março de 2008», salientando que o acto eleitoral deverá ser supervisionado pela SADC. «Não precisamos de britânicos, americanos ou franceses», frisou o presidente do Zimbabué
Lusa/SOL
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Adiado julgamento de primeiro fazendeiro branco acusado de desobedecer a ordem de expulsão
Um tribunal zimbabueano adiou hoje o julgamento do primeiro fazendeiro branco acusado de desobedecer à ordem de expulsão da sua fazenda, refere hoje a página digital do news24.
O serviço de notícias on-line sul-africano adianta que o juiz Winfielda Tiatara agendou o julgamento de John Norman Eastwood para 17 de Dezembro.
A decisão foi tomada pelo tribunal da localidade de Chegutu, depois de o juiz ser informado pelo Procurador do Ministério Público Allan Chifokoyo de que não tinham sido entregues os documentos necessários.
"O julgamento não pôde realizar-se porque a tutela para as propriedades agrícolas não entregou ao Ministério Público os documentos necessários solicitados pela defesa", afirmou o Procurador.
David Drury, advogado de Eastwood, queria que o Estado justificasse porque motivo a fazenda do seu cliente - Harmony Farm -, em Chegutu, situada a 100 quilómetros a noroeste de Harare, foi escolhida para a expropriação.
O advogado exigiu também que fosse divulgada a identidade dos responsáveis do governo presentes na comissão que assinalaram a fazenda como passível de expropriação, e as minutas da reunião na qual a decisão da expropriar foi tomada.
Eastwood é o primeiro dos fazendeiros brancos a ser julgado no Zimbabué por desrespeitar a ordem de expulsão após o ultimato dado em Setembro para serem deixadas vagas as fazendas.
No início do mês, Eastwood e outros 10 fazendeiros brancos do Zimbabué perderam, no Supremo Tribunal, um recurso às ordens de expulsão.
Pelo menos 4.000 fazendeiros foram obrigados a abandonar as suas fazendas no âmbito da reforma agrária, que retirou as terras aos fazendeiros brancos, a maioria descendentes de colonos britânicos, para as distribuir pelos negros, veteranos da guerra da independência.
Este processo levou ao abandono das terras e gerou uma grave crise alimentar no país, outrora considerado o celeiro da África Austral.
Lusa
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Barclays acusado de financiar regime de Mugabe
O Barclays Bank foi sábado acusado de financiar o governo do Zimbabué, concedendo elevados empréstimos a apoiantes do regime de Robert Mugabe, que receberam terras retiradas a fazendeiros brancos, noticia hoje o jornal Scotsman.
De acordo com o jornal escocês, o banco britânico emprestou na primeira metade do ano cerca de mil milhões de euros à nova elite fazendeira do país africano, a maioria [dos empréstimos] através de um programa do governo para dinamizar a produtividade agrícola.
Este fim-de-semana, o banco foi pressionado para esclarecer se atribuiu empréstimos a cinco ministros de Mugabe que constam nas «listas negras» de sanções impostas pela União Europeia ao regime zimbabueno.
Os cinco ministros terão recebido empréstimos para as suas herdades, no âmbito do programa do governo, de que o Barclays é um dos principais contribuintes.
Entre estes homens de confiança de Mugabe, destaca-se Didymus Mutasa, ministro da Segurança Nacional, que ajudou a traçar e concretizar a controversa política de gestão das terras agrícolas, que deixou 4.000 fazendeiros brancos sem meios de subsistência.
O deputado democrata-liberal britânico Norman Lamb garantiu que vai pedir ao secretário dos Negócios Estrangeiros, David Miliband, que investigue se os empréstimos efectuados pelo banco violam as sanções da União Europeia.
«Os empréstimos sustentam o regime, os indivíduos que o apoiam e todos aqueles que beneficiaram da violenta apreensão de terras. Isto é moralmente questionável», disse Lamb.
Um porta-voz do Barclays disse que o banco opera no Zimbabué desde 1912, pelo que tem que continuar a honrar o compromisso com os seus clientes, naquele que tem sido um «ambiente de operações claramente difícil».
«Temos igualmente de garantir o bem-estar dos nossos funcionários», disse a mesma fonte.
O desrespeito do Presidente zimbabueano pelos direitos humanos tornou o Zimbabué num «pária internacional», escreve o Scotsman, lembrando a intenção do primeiro-ministro, Gordon Brown, de boicotar a Cimeira UE-África que decorrerá em Lisboa no próximo mês, caso Mugabe faça parte da lista de convidados.
Apesar das críticas, acrescenta o jornal, o Barclays, altamente criticado por ter operado na África do Sul durante o regime de «apartheid», permanece como um dos poucos bancos a operar na caótica economia zimbabuena, agravada pela escassez crónica de alimentos e bens de consumo e uma inflação galopante - a maior do mundo - de 7.900 por cento.
Diário Digital / Lusa
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EUA anuncia sanções contra 38 zimbabueanos
Os Estados Unidos impuseram sanções de viagem a 38 pessoas ligadas ao presidente zimbabueano, Robert Mugabe, revelou a secretária de Estado adjunta norte-americana para os Assuntos Africanos, Jendayi Frazer.
A secretária de Estado adjunta indicou que serão também impostas sanções financeiras contra um número não especificado de zimbabueanos e duas empresas, que diz terem «desempenhado um papel central na escalada dos abusos dos direitos humanos do regime».
Num discurso proferido segunda-feira, Frazer advertiu que os Estados Unidos vão alargar ainda mais as sanções caso não cesse a violência no país, afirmando que «a tirania de Mugabe tem de terminar».
Não identificou as pessoas afectadas pelas sanções decididas segunda-feira, dizendo apenas que incluíam nove pessoas ligadas à segurança do Estado e cinco adultos filhos de personalidades governamentais zimbabueanas que estudavam nos Estados Unidos.
Os Estados Unidos já antes tinham imposto sanções de viagem e financeiras a 130 pessoas ligadas a Mugabe.
Dada a escalada da violência usada por Mugabe, «os Estados Unidos imporão sanções adicionais contra os piores perpetradores da brutalidade do regime... e dos abusos dos direitos humanos», disse Frazer, que falava no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.
A secretária de Estado adjunta para os Assuntos Africanos considerou «intolerável» que os mais chegados a Mugabe continuem a enviar os filhos para estudarem nos Estados Unidos «quando destruíram o outrora ilustre sistema educacional no seu próprio país».
Adiantou que os Estados Unidos estão particularmente atentos aos que usam as suas posições «para se enriquecerem à custa dos zimbabueanos que sofrem».
Jendayi Fraser descreveu o Zimbabué como um país a implodir que «permanece uma influência perniciosa na África sub-sariana», uma região onde, segundo ela, a democracia cresce e a pobreza diminui.
O Zimbabué está mergulhado na pior crise económica desde que se tornou independente em 1980, com o desemprego a atingir os 80 por cento e um aumento da agitação social. O investimento estrangeiro, os empréstimos e a ajuda ao investimento secaram.
A inflação oficial é de 4.500 por cento - a mais alta do mundo, apesar de estimativas independentes apontarem para números substancialmente mais elevados.
Mugabe, 83 anos, que governa o país desde a independência, responsabiliza as sanções ocidentais pela crise e rejeita as críticas de má gestão.
As prateleiras das lojas estão despidas de cereais, carne, pão, ovos, leite e outros produtos básicos que se vendem por pelo menos cinco vezes o preço imposto pelo governo num fluorescente mercado negro. Há também escassez de gasolina e de moeda estrangeira mas a pobreza, essa, continua a aumentar.
Diário Digital / Lusa
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Arcebispo de York corta o seu colarinho em protesto contra Mugabe.
http://www.youtube.com/watch?v=KgPCjZmet00 (http://www.youtube.com/watch?v=KgPCjZmet00)
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PC chinês convidado para o congresso do ZANU PF
O Partido Comunista Chinês e outros nove africanos, no poder, considerados «amigos» do Zimbabué, foram convidados para o congresso extraordinário do ZANU PF, do Presidente Robert Mugabe, que hoje começou em Harare.
A notícia foi avançada pelo jornal Zimonline, segundo o qual forças políticas ocidentais, nomeadamente europeias, vistas como «inimigas» por criticarem abertamente os abusos dos direitos humanos cometidos pelo regime zimbabueano, foram excluídos do evento, que dura quatro dias.
O principal objectivo do congresso é a indigitação de Robert Mugabe, 83 anos, para mais um mandato presidencial, a partir do próximo ano.
Harare é responsável pelo isolamento internacional a que foi votado o seu regime, castigado por oito anos de recessão económica e por uma inflação acima dos 8.000 por cento.
Kumbirai Kangai, secretário para as Relações Externas do ZANU PF, precisou que dos convidados fazem parte partidos, movimentos e organizações de países que apoiaram a luta pela libertação do jugo colonial europeu.
Entre os países africanos «amigos» que participam no congresso estão Angola, Botsuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Namíbia, Malaui, Moçambique, Tanzânia e Zâmbia.
O congresso tem início dois dias depois do encerramento da Cimeira UE/África, em Lisboa, que apesar do manifesto receio europeu pela crescente influência chinesa naquele continente, ficou saldada no estreitar da parceria entre os dois blocos.
Pequim, obstinada na exploração das matérias-primas africanas para sustentar o seu crescimento económico, é acusada de fazer vista grossa aos abusos dos direitos humanos perpetrados designadamente no Zimbabué e no Darfur (oeste do Sudão).
A China, que cobiça os recursos mineiros zimbabueanos - sobretudo urânio e platina -, selou uma série de acordos económicos com o regime de Mugabe, ao qual tem vendido armamento desde 2000.
Diário Digital / Lusa
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Tribunal da SADC dá razão a fazendeiro branco contra Robert Mugabe
O tribunal regional da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) deliberou hoje por unanimidade a favor de um fazendeiro branco zimbabueano que se queixou de que o governo de Harare pretende expropriar a sua propriedade.
Os 3 juízes do Tribunal da SADC, baseado na capital da Namíbia, ordenou que o governo do presidente Robert Mugabe pusesse fim às tentativas de expropriar a exploração agricola de William Michael Campbell, 75 anos, que desde Março se recusa a abandonar as suas terras, em Mount Carmel, sob repetidas ameaças de detenção por obstrução á justiça zimbabueana.
Campbell decidiu apresentar uma queixa ao Tribunal da SADC, que foi empossado o ano passado mas que nunca tinha sido chamado a deliberar sobre disputas entre Estados-membros e os seus cidadãos ou empresas.
O acórdão do tribunal regional deverá ter consequência profundas em todo o processo de expropriações de terras e equipamento agro-pecuário, iniciado em larga escala em 2000 pelo presidente Robert Mugabe, e que resultou para mais de 3.500 fazendeiros brancos daquele país na perda de milhões de hectares de terras e na quase paralisia do sector.
Outros países da região, como a África do Sul e a Namíbia, que têm programas de reforma agrária baseadas na redistribuição de terras pertencentes a brancos por negros sem-terra, poderão também sofrer consequências deste acórdão sem precedentes na área da jurisprudência na África Austral.
Lusa
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Robert Mugabe parte de férias para "Extremo Oriente" segundo a imprensa local
O Presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, proibido de penetrar no espaço da UE e dos EUA, desde as eleições de 2002, partiu hoje de férias para o "Extremo Oriente", segundo a imprensa local.
"O Presidente Mugabe e a primeira-dama partiram de Harare com destino ao Extremo Oriente", foi anunciado pela rádio estatal, enquanto o jornal estatal Herald frisou que "o Presidente Mugabe iniciou hoje as suas férias".
Robert Mugabe, proibido de entrar no espaço da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos na sequência de sanções impostas, devido às controversas eleições de 2002, acusadas de serem fraudulentas, tem optado recentemente por repousar na Malásia.
O chefe de Estado, de 83 anos, no poder há 27, tinha o hábito de passar férias na Europa até à imposição de sanções contra o Presidente e toda a família.
Na altura em que ainda passava férias na Europa, Robert Mugabe tinha como hábito efectuar sempre uma passagem por Londres.
As relações entre Mugabe e as antigas potência colonizadoras agudizaram-se quando o Zimbabué lançou a controversa reforma agrária, em 2000, expropriando fazendas de proprietários brancos para as atribuir a negros sem terra.
O clima de tensão aumentou ainda mais quando a UE e os Estados Unidos impuseram sanções contra Mugabe e na sequência das eleições presidenciais de 2002 que, segundo observadores e a oposição, foram fraudulentas, para dar a vitória a Robert Mugabe.
Os países ocidentais acusam também Mugabe de violar os direitos humanos e de ser responsável pela grave crise económica do país, e pela inflação de 8.000 por cento, a taxa de desemprego de 70 por cento e a pobreza.
Lusa
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Caro amigo,
Na Africa dos nossos dias não existe verdadeiramente esquerda ou direita e por seu turno as motivações dos seus dirigentes e das suas populações são muito pouco ideológicas.
Talvez apenas Cabo Verde seja uma excepção.
MUEDA
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Caro amigo,
Na Africa dos nossos dias não existe verdadeiramente esquerda ou direita e por seu turno as motivações dos seus dirigentes e das suas populações são muito pouco ideológicas.
Talvez apenas Cabo Verde seja uma excepção.
MUEDA
Mueda, o partido de Mugabe assume-se ele próprio como um partido nacionalista de inspiração marxista-leninista. A repressão e o desrespeito da liberdade de expressão e dos direitos humanos existem em qualquer estado totalitário, seja ele de esquerda ou de direita, mas a reforma agrária levada a cabo por Mugabe com as consequências desastrosas que todos conhecemos é típica dos regimes de extrema-esquerda.
Quanto às motivações do próprio Mugabe, estou plenamente de acordo, têm pouco de ideológicas e tudo de sede de poder e fortuna pessoal.
Cumprimentos.
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O Sr. Mugabe e o seu "Partido" podem assumir o que bem entenderem, mas tal não pode como que por osmose vir classificar esse Estado Africano como possuindo verdadeiras alas esquerda e direita, é necessário muito, mas muito mais para se poder classificar correctamente o espectro partidário de um Estado como tendo verdadeiramente uma esquerda e uma direita.
Em relação ao Partido de Mugabe o facto de ter havido uma "reforma agrária" não o torna comunista visto que em muitos aspectos possui coisas verdadeiramente capitalistas, na verdade penso que a melhor classificação é que se trata do "Partido Mugabe" 
MUEDA
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Em relação ao Partido de Mugabe o facto de ter havido uma "reforma agrária" não o torna comunista visto que em muitos aspectos possui coisas verdadeiramente capitalistas, na verdade penso que a melhor classificação é que se trata do "Partido Mugabe" 
MUEDA
Eu prefiro os termos "bando" ou "quadrilha".
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Mediador Thabo Mbeki perde credibilidade quando data das eleições se aproxima
O Presidente sul-africano Thabo Mbeki, mediador mandatado pela Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) para aproximar governo e oposição no Zimbabué, é alvo de críticas crescentes no seu país pelo aparente falhanço da sua missão.
Depois de regressar da sua última viagem a Harare, na quinta-feira, onde, com muita fanfarra, se encontrou com o seu homólogo Robert Mugabe e com dirigentes da oposição (MDC), Mbeki tem-se mantido no mais absoluto silêncio sobre os resultados da jornada negocial.
No início da semana, o mediador havia confidenciado ao primeiro-ministro irlandês, Bertie Ahern, que estava iminente um acordo total entre governo e oposição do Zimbabué sobre questões constitucionais que permitiria a realização, em Março, de eleições gerais «incontestadas».
Para a maioria dos partidos políticos sul-africanos e órgãos de comunicação, o silêncio do Presidente Mbeki equivale à admissão tácita de um falhanço.
E, com ele, a confirmação não só de que as promessas de sucesso do Presidente eram vãs, como de que qualquer normalização democrática no Zimbabué parece impossível enquanto Robert Mugabe detiver o poder.
O porta-voz para os Negócios Estrangeiros da Aliança Democrática, a maior força da oposição sul-africana, acusou Mbeki de estar a «ganhar tempo» para Robert Mugabe, uma estratégia que se vem repetindo desde que se começou a acentuar, em 2000, a profunda crise política, social e económica do Zimbabué.
Tony Leon e a Aliança Democrática afirmam suspeitar de que as promessas de Mbeki de um «acordo iminente no Zimbabué» não passam de mais uma «promessa vã numa longa lista elaborada em anos recentes».
«Para que se verifique progresso real no Zimbabué e eleições livres tenham lugar é necessário que o Presidente Mbeki obtenha garantias de que as missões de observadores estrangeiros sejam autorizadas a monitorizar de perto o acto eleitoral e que ele tenha lugar num quadro de alterações constitucionais aceites pelas duas partes».
Para o porta-voz da oposição, se Mbeki não concretizar as suas promessas será um dia severamente julgado pela História e pelas comunidades internacional e africana.
Ao cabo de um encontro de quatro horas com o Presidente Mugabe e de outros menos demorados com os líderes das duas facções do MDC em Harare, Mbeki limitou-se a garantir, antes de regressar a Pretória, que «se verificaram progressos e que o trabalho da mediação prosseguirá».
Mas para todos os observadores, que lutam contra o «black-out» do mediador e dos protagonistas envolvidos, todos os sinais apontam para um afastamento gradual entre o governo da Zanu-PF de Mugabe e a oposição.
Parecendo evidente que o MDC se recusa terminantemente em participar em eleições sem que uma nova Constituição entre em vigor - condição rejeitada por Mugabe, segundo os analistas - e a marcação para quarta-feira de uma manifestação da oposição nas ruas de Harare que poderá resultar em nova vaga de repressão policial, a tarefa do mediador não parece estar em vias de dar frutos.
Mais dura para com o Presidente tem sido a comunicação social sul-africana. Enquanto o diário Star garantia na sua edição de sexta-feira, com base numa «fonte diplomática em Harare», que Mbeki falhou na sua missão de aproximar Mugabe e a oposição, hoje o Sunday Times ironiza sobre a viagem da semana passada a Harare afirmando que os jornalistas fizeram um esforço tremendo para não desatarem a rir com as declarações optimistas de Mbeki após o seu encontro com Mugabe.
Diário Digital / Lusa
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Líder da oposição pede "coragem" ao presidente sul-africano
O líder da maior facção do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), na oposição no Zimbabué, apelou hoje em Joanesburgo ao presidente da África do Sul a que demonstre maior coragem, exigindo a Robert Mugabe eleições livres e justas.
Falando no decorrer de uma visita a Joanesburgo, Morgan Tsvangirai afirmou ser chegada a hora de o presidente Thabo Mbeki abandonar a sua política de "diplomacia silenciosa" e a permanente recusa em criticar o líder da Zanu-PF e presidente do seu país, Robert Mugabe.
"É preciso que Thabo Mbeki demonstre um pouco de coragem. É preciso que ele quebre a sua política de apoio silencioso à ditadura no Zimbabué. Ele deveria juntar a sua voz à dos que exigem eleições livres e justas no Zimbabué", afirmou Tsvangirai, que terça-feira, com a sua comitiva, foi vítima de um assalto à mão armada em Joanesburgo.
Tsvangirai recordou que Mbeki - que há um ano é o mediador mandatado pela SADC entre Mugabe e a oposição - não corre, se criticar o regime de Mugabe, os riscos que a oposição zimbabueana corre.
"Ele não seria preso, forçado a respirar gás lacrimogéneo, agredido, acusado de traição, nem veria os seus apoiantes assassinados", disse o líder da oposição, que em 29 de Março vai disputar as eleições presidenciais zimbabueanas.
Para o dirigente - que afirma ter perdido as eleições de 2002 porque o regime de Mugabe as viciou -, da parte de Thabo Mbeki apenas se exige um pouco de coragem.
"A coragem de dizer a desagradável verdade, a coragem de ver o que está à sua frente", concluiu.
Para Morgan Tsvangirai, a mediação de Mbeki, que dura há um ano, não produziu quaisquer resultados. O dirigente oposicionista insiste que "nada mudou durante o ano em que decorreram conversações tripartidas entre o mediador, o regime de Robert Mugabe, a oposição e associações cívicas.
"Nada mudou. As alterações às leis, negociadas pelo presidente Mbeki, não alteraram o comportamento da ditadura. Campanhas políticas democráticas continuam a não ser permitidas no Zimbabué", disse Tsvangirai.
Em contraste, Mbeki disse sexta-feira passada perante o parlamento sul-africano que o governo zimbabueano e a oposição chegaram a acordo em todas as "matérias de substância" sob a sua mediação.
O Zimbabué enfrenta uma crise económica profunda que se reflecte num índice de inflação de 26 mil por cento, em 80 por cento de desemprego e na fuga de pelo menos quatro milhões dos seus cidadãos para os países vizinhos.
Organizações não-governamentais e opositores do regime da Zanu-PF queixam-se de que os militantes ou simpatizantes da oposição são frequentemente alvos de cargas policiais, detenções, tortura e agressões.
Simba Makoni, um ex-ministro das Finan��as do governo de Robert Mugabe, foi esta semana expulso formalmente da Zanu-PF por ter anunciado que se candidatará às eleições de Março contra o velho líder, que está no poder desde 1980.
Lusa
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Mugabe é o favorito mesmo com a inflação em 150 000%
OZimbábue realiza hoje as primeiras eleições conjuntas da sua história, um acto em que os observadores internacionais foram escolhidos a dedo, tendo o presidente Robert Mugabe justificado que "ninguém dos países que o querem derrubar terá entrada no país".
Assim, para além dos observadores dos países africanos, só estarão presentes representantes do Brasil, Venezuela, Nicarágua, Jamaica, Rússia, China, Índia, Malásia, Indonésia e Irão numa consulta em que serão eleitos o presidente, os deputados e os autarcas de um país que vive uma crise política e económica sem precedentes.
Robert Mugabe, no poder desde a independência em 1980, é candidato à reeleição presidencial e deverá continuar no lugar, mau grado o seu adversário ser um político que fazia parte da classe política que rodeia o líder.
Simba Makoni, ex-ministro das Fiananças, decidiu abandonar o partido do Governo, a União Nacional Africana do Zimbábue - Frente Patriótica (Zanu-PF), não tanto - segundo os especialistas - para derrubar Mugabe mas para marcar terreno para o futuro.
Além de Mugabe e Makoni, está também na corrida Morgan Tsvangirai, líder do Movimento para Mudança Democrática (MDC), partido já derrotado por Mugabe em 2002.
As sondagens no Zimbábue não têm grande valor científico mas, mesmo assim, apontam para a possibilidade de sérias dificuldades quer do presidente quer do seu Governo.
Se aplicada ao Zimbábue a filosofia ocidental, dir-se-ia que Mugabe terá de prestar contas pela grave crise de um país cuja inflação é de 150 000%.
"Apesar de algumas melhorias formais nas leis eleitorais, os zimbabueanos não têm liberdade para votar no candidato da sua escolha", afirma Georgette Gagnon, directora da Human Rights Watch.
No início deste mês, o comandante das Forças de Defesa, general Constantine Chiwenga, afirmou que os militares só estavam prontos para aceitar Mugabe, e o chefe da Polícia, Augustine Chihuri, declarou que não aceitaria que o país fosse governado por "marionetes apoiadas pelo Ocidente".
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Oposição acusa firma israelita de «cozinhar» processo eleitoral para Mugabe
O secretário-geral do principal movimento da oposição no Zimbabué, o MDC, acusou hoje o governo do presidente Robert MUgabe de ter contratado uma empresa israelita especializada em viciar o processo eleitoral.
Tendai Biti disse à comunicação social que o seu Movimento para a Mudança Democrática (MDC) possui provas de que a Cogniview PL tem estado a trabalhar sob contrato para o governo na elaboração dos cadernos eleitorais, processo de votação e apuramento de resultados nas eleições presidenciais, legislativas e locais de sábado.
«Mugabe e seus capangas têm a intenção de roubar estas eleições através da utilização de software sofisticado fornecido pela empresa israelita que tem ligações à Mossad», acusou Biti.
Aquele responsável político do movimento do candidato presidencial Morgan Tsvangirai afirmou que «a ZEC (a comissão eleitoral zimbabueana) não está a gerir estas eleições, estando, ao invés, a ser gerida por Mudede (conservador dos registos civis) e pelos serviços secretos nacionais CIO, com a ajuda dos israelitas».
A guerra de acusações de fraudes eleitorais tem subido de tom nos últimos dias da campanha eleitoral, com o presidente Mugabe a rejeitar todas as acusações da oposição e insistindo que só ele poderá vencer o acto eleitoral uma vez que, em sua opinião, é o único verdadeiro patriota e nacionalista entre os quatro candidatos.
Nas ruas de Harare, o ambiente que se respira é de relativa normalidade, embora a esmagadora maioria dos comentadores não ligados ao governo do Zimbabué continuem a prever uma manipulação em larga escala do processo eleitoral e sérias consequências para o Zimbabué e para a região.
O cidadão comum parece vergado pelo fardo de uma crise económica que lançou para a miséria grande parte da população e por uma brutal e sistemática repressão das forças de segurança que não tem poupado ninguém em anos recentes.
O medo de falar, de expressar opiniões e favoritismos é visível em todo o lado, sendo muito difícil «arrancar» prognósticos eleitorais ou sobre o futuro imediato do país às pessoas com quem nos cruzamos.
Mugabe a o seu partido - a Zanu-PF - perdem tradicionalmente as eleições nas grandes cidades, como Harare e Bulawayo - mas vence por larga margem nas zonas rurais, onde, aliás, reside a maioria da população.
Nos últimos dias, fruto de um ligeiro afrouxamento da repressão policial face à presença de observadores regionais e jornalistas estrangeiros, o principal candidato da oposição, Morgan Tsvangirai, tem levado a cabo grandes comícios em algumas zonas rurais, o que leva muitos a antever possíveis ganhos, mesmo que modestos, de Tsvangirai nos bastiões tradicionais de Robert Mugabe.
Lusa
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Rice diz que Mugabe é «uma desgraça para o seu povo»
A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, declarou hoje em Jerusalém que o presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, é «uma desgraça» para o seu povo e para África.
No Zimbabué foram realizadas sábados eleições gerais, cuja vitória já foi reivindicada pela oposição, embora não tenham sido ainda publicados os resultados oficiais do escrutínio, aos quais observadores africanos já apontaram fraudes.
«Nesta altura, já não temos dúvidas: seria necessário um milagre [a favor do presidente Robert Mugabe] para não ganharmos estas eleições.
Para nós, estão ganhas», declarou o secretário-geral do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), Tendai Biti.
Partidários da oposição saíram hoje de madrugada às ruas, cantando e dançando, para festejar a previsível vitória.
O líder do Movimento para a Mudança Democrática, Morgan Tsvangirai, também já proclamou a vitória nas eleições de sábado.
Diário Digital / Lusa
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Zimbabué/Eleições: Presidente Robert Mugabe pronto a deixar o poder - Diplomatas ocidentais
01 de Abril de 2008, 20:03
HARARE, 01 Abr (Lusa) - O presidente zimbabueano, Robert Mugabe, está pronto a deixar as suas funções, afirmaram hoje um alto responsável do partido no poder e fontes diplomáticas ocidentais.
"Ele está pronto a deixar o poder porque não quer sujeitar-se à humilhação de disputar uma segunda volta" na eleição presidencial, declarou este alto responsável da União nacional africana do Zimbabué-Frente patriótica (Zanu-PF), a coberto do anonimato.
"Só uma pessoa o impede ainda, o chefe do Exército Constantine Chiwenga", acrescentou.
Dois responsáveis diplomáticos europeus em Harare confirmaram a conclusão de um acordo de princípio entre a oposição e os colaboradores próximos de Mugabe. "Tudo vai no sentido de uma partida airosa do presidente Mugabe", declarou um deles.
Estes dois responsáveis precisaram que o líder da oposição, Morgan Tsvangirai, previa uma conferência de imprensa em Harare às 20:00 (19:00 de Lisboa). "Isso indica, pelo menos, que Tsvangirai se sente em segurança e que tem qualquer coisa a dizer", sublinhou um diplomata.
Várias fontes disseram antes que responsáveis do Movimento para a Mudança democrática (MDC) de Tsvangirai estavam a negociar desde segunda-feira com colaboradores próximos de Mugabe.
As discussões começaram quando foi dito que o chefe de Estado, no poder desde a independência da antiga colónia britânica em 1980, tinha chegado na segunda posição na primeira volta da eleição presidencial organizada ao mesmo tempo que as legislativas e as municipais sábado passado.
Segundo a fonte da Zanu-PF, Tsvangirai terá vencido com 48 por cento dos sufrágios. Não tendo uma maioria absoluta, seria necessário uma segunda volta e segundo esta mesma fonte, Mugabe não quererá passar por esta humilhação.
O MDC reivindicou a vitória nas presidenciais e nas legislativas. Por agora, a comissão eleitoral só divulgou dois terços dos resultados para os deputados, dando um avanço muito ligeiro ao MDC com 72 lugares contra 68 para a Zanu-PF.
Não publicou qualquer resultado das eleições presidenciais e este atraso alimentou receios de manipulação dos resultados.
TM.
Lusa/Fim
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Navio Chinês com armas para Harare zarpou de Durban - Moçambique pode ser destino ...
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.enemyforces.com%2Ffirearms%2Fak47_3.jpg&hash=ec24e8c703ea72aa65b489837931a800)
O navio de pavilhão chinês, que transporta armas para o governo do Zimbabué e que estava ancorado ao largo do porto de Durban, zarpou e o seu destino pode agora ser Moçambique, segundo alerta uma organização não-governamental zimbabueana.
O comandante do Na Yue Jiang foi hoje ao princípio da noite informado de que um tribunal de Durban proibiu o transporte dos seis contentores de armas e munições para o Zimbabué através de território sul-africano e decidiu partir com destino incerto.
No entanto, a organização não-governamental do Zimbabue Projecto Paz, que monitoriza os incidentes de violência política naquele país, alertou em comunicado enviado á agência Lusa que o Na Yue Jiang pode estar a caminho de um porto moçambicano para proceder ao descarregamento do material de guerra encomendado pelo regime de Robert Mugabe aos seus aliados chineses.
O navio encontrava-se desde segunda-feira atracado ao largo de Durban a aguardar autorização das autoridades portuárias para atracar e descarregar a sua carga. Entre ela, encontram-se seis contentores contendo milhões de munições de vários calibres, com predominância do calibre utilizado nas armas automáticas AK-47, RPG's (morteiros com auto-propulsão) e granadas de morteiro.
O manifesto de carga foi enviado por fonte anónima ao editor da revista "Noseweek" que, por sua vez, denunciou a presença do navio em águas territoriais sul-africanas. Nos últimos dois dias, a generalidade da comunicação social tem dado destaque ao Na Yue Jiang, uma vez que a ausência de resultados das eleições presidenciais zimbabueanas de 29 de Março ameaça mergulhar toda a região numa grave crise.
Quinta-feira, os sindicatos afectos aos trabalhadores portuários e dos transportes emitiram comunicados nos quais se recusavam a participar no descarregamento do navio e no transporte da sua carga para um país onde a legitimidade do regime levanta sérias dúvidas e onde a violência dos agentes do Estado contra elementos da oposição tem aumentado significativamente.
Uma petição interposta num tribunal de Durban pelo grupo Centro de Litigação da África Austral, pelo bispo anglicano Rubin Phillips e pelo activista dos direitos humanos Patrick Kearney mereceu parecer positivo do juíz Pillay que, ao início da noite, aceitou que o navio fosse descarregado mas proibiu que a carga fosse movimentada em território sul-africano.
Na iminência de ter o carregamento de armas apreendido na prática por ordem judicial, o comandante do navio, identificado como Sunaijum, optaria por levantar âncora entre as 18:00 e as 19:00 horas locais, sem esclarecer junto das autoridades sul-africanas para onde se dirigiria em seguida.
Nicole Fritz, directora do Centro de Litigação da África Austral, disse esta noite que o navio zarpou do local onde se encontrava ancorado quando o oficial de diligências do tribunal de Durban dele se aproximava numa embarcação policial.
Ela garantiu que, se o navio tentar descarregar os contentores destinados ao Zimbabué num porto de Moçambique, a sua organização interporá acção preventiva semelhante junto dos tribunais moçambicanos.
O regime do presidente Robert Mugabe tem estado sob intensa pressão da comunidade internacional para que divulgue os resultados das eleições presidenciais de 29 de Março, nas quais o candidato da oposição, Morgan Tsvangirai, reclama vitória com mais de 50 por cento dos votos.
O secretário-geral das Nações Unidas, a União Europeia e os Estados Unidos já apelaram ao governo zimbabueano para que exija à Comissão Eleitoral a divulgação imediata dos resultados para que o regime do Zimbabué ultrapasse rapidamente a profunda crise de legitimidade democrática que atravessa e o país possa regressar à normalidade.
Durante um discurso proferido quinta-feira em Harare, por ocasião de mais um aniversário da independência nacional, Robert Mugabe voltou a acusar a Grã-Bretanha e os brancos em geral de pretenderem re-colonizar o país com recurso a uma "mudança de regime".
O mediador nomeado pela Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC, em inglês)para fomentar o diálogo entre governo e oposição no Zimbabué - o presidente sul-africano Thabo Mbeki - tem estado sob o fogo cruzado do mundo ocidental, do seu próprio partido (o ANC, agora presidido por Jacob Zuma) por se recusar a admitir que o Zimbabué atravessa uma crise e que os direitos humanos e a democracia estão seriamente ameaçados pelo regime de Mugabe.
Lusa
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Navio com armas para o Zimbabué tentará descarga em Angola
O navio chinês, que transporta armas para o governo do Zimbabué, e que estava ancorado ao largo de Durban, na África do Sul, navega em direcção a Angola onde espera conseguir aportar, segundo o ministro dos Transportes moçambicano.
O navio abandonou águas sul-africanas sexta-feira depois de um tribunal de Durban ter recusado que as armas fossem transportadas através do país, para o Zimbabué, refere hoje a SW Radio Africa, uma rádio independente zimbabueana de ondas curtas, citada pelo serviço de notícias on-line AllAfrica.com.
Segundo a AllAfrica.com, o ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Paulo Zucula, disse à Reuters que Maputo tem estado atento aos movimentos do navio, desde que zarpou do porto sul-africano.
«Sabemos que o registo do seu próximo destino explicita Luanda porque não permitimos que penetrasse em águas moçambicanas sem diligências prévias», disse.
O navio Na Yue Jiang estava ancorado ao largo do porto de Durban desde segunda-feira.
O comandante foi informado sexta-feira de que um tribunal de Durban proibiu o transporte dos seis contentores de armas e munições para o Zimbabué através de território sul-africano, tendo decidido partir com destino incerto.
A cadeia televisiva norte-americana CNN avançou por seu lado que, segundo o Departamento Sul-africano de Transportes, o navio tem como destino o porto de Luanda.
Entre as armas transportadas, encontram-se milhões de munições de vários calibres, com predominância do calibre utilizado nas armas automáticas AK-47, RPG-7 (morteiros com auto-propulsão) e granadas de morteiro.
Nos últimos dois dias, a generalidade da comunicação social tem dado destaque ao Na Yue Jiang, uma vez que a ausência de resultados das eleições presidenciais zimbabueanas de 29 de Março ameaça mergulhar toda a região numa grave crise.
Diário Digital / Lusa
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China defende venda de armas a Harare
A China admitiu hoje ter vendido ao governo do Zimbabué as armas a bordo do navio chinês em rota para Angola, com Pequim a defender a legalidade do negócio depois de Moçambique ter recusado à embarcação licença para aportar.
«A venda de armas chinesas ao Zimbabué é legal. A imprensa ocidental está simplesmente a usar o assunto para pressionar a China», diz hoje a agência noticiosa estatal chinesa Nova China, que cita declarações de Guo Xiaobin, investigador do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China, uma instituição estatal.
A Nova China não refere quais os objectivos que a «imprensa ocidental» visa atingir, nem comenta o facto de o navio An Yue Jiang, que carrega o armamento, ter abandonado águas sul-africanas na sexta-feira depois de um tribunal sul-africano ter recusado que as armas fossem transportadas através do país para o Zimbabué.
O An Yue Jiang navega agora em direcção a Angola, onde espera aportar em Luanda, segundo disse Paulo Zucula, ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, país que recusou a entrada da embarcação que transporta seis contentores de armamento chinês.
«Sabemos que o registo do seu próximo destino explicita Luanda porque não permitimos que penetrasse em águas moçambicanas sem diligências prévias», disse Zucula.
Contactado pela a Agência Lusa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês recusou-se hoje a fazer qualquer comentário, quer sobre a venda de armas ao Zimbabué, quer sobre o itinerário do An Yue Jiang.
«Essas perguntas deverão ser feitas na terça-feira durante a conferência de imprensa de rotina do nosso Ministério», disse um funcionário do gabinete do porta-voz da diplomacia chinesa, que não se identificou.
Entre as armas transportadas, encontram-se três milhões de munições para as espingardas automáticas AK-47, 1.500 RPG (morteiros com auto-propulsão) e mais de três mil granadas de morteiro.
O supremo tribunal de Durban, na África do Sul, recusou permissão para o transporte do armamento para o Zimbabué, que não tem acesso ao mar, por recear que a carga do An Yue Jiang possa alimentar a crise no Zimbabué.
Em Fevereiro, um relatório da Comissão dos Negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu apelou à União Europeia para que pressione a China a deixar de vender armas aos países africanos e ao Zimbabué em particular.
O Zimbabué vive na actualidade alturas de tensão, uma vez que a comissão eleitoral do país ainda não divulgou os resultados das eleições presidenciais de 29 de Março.
A oposição no Zimbabué afirma que pelo menos dez pessoas foram mortas desde 29 de Março, e desde então cerca de 400 militantes da oposição foram detidos, três mil pessoas foram obrigadas a abandonar as suas casas e mais de 500 hospitalizadas.
Diário Digital / Lusa
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Delivery of Weapons to Zimbabwe Thwarted
A Chinese ship carrying weapons and ammunition for Zimbabwe's military may be headed back home, reports said, after repeated attempts to deliver its cargo were frustrated by a coalition of legal activists, union workers and human rights groups.
The region's resistance to the shipment, which drew praise from the United States on Tuesday, marks a dramatic turn from southern Africa's traditional embrace of Zimbabwe's President Robert Mugabe and its reverence for national sovereignty.
It also signals the strength of South Africa's mounting backlash against President Thabo Mbeki's traditionally deferential dealings with Mugabe. The resistance from union workers, almost all of whom are members of his African National Congress, was decisive in preventing the ship from unloading its cargo of bullets and mortars on schedule.
The 489-foot An Yue Jiang was near the Cape of Good Hope on Tuesday night, headed northwest at a modest speed, according to Lloyd's Marine Intelligence Unit, based in London. But Chinese Foreign Ministry spokeswoman Jiang Yu said that because the shipment could not be unloaded, despite being part of a "perfectly normal trade," the cargo would probably return to China. Jiang added that she hoped the incident would not be "politicized."
The ship has sparked international concern at a time when the political stalemate in Zimbabwe over the Mugabe government's failure to release results from a March 29 presidential vote has turned increasingly violent. There have been widespread reports of beatings, torture and killings of opposition activists.
Rights activists have warned since last week that the cargo of the ship, owned by the China Ocean Shipping (Group) Company, was part of Mugabe's plan to intensify his crackdown. Union groups throughout southern Africa have refused to unload the ship or deliver its contents to landlocked Zimbabwe. Authorities in Angola and Mozambique have said the ship is not welcome.
Zimbabwe officials have repeatedly defended their right to have the weaponry delivered but have been frustrated so far.
"The ship has become such a rallying point," said Nicole Fritz, director of the Southern Africa Litigation Center, which has led the legal assault on the shipment. "It's become a focus of so many people who have been frustrated about what's happening in Zimbabwe."
U.S. officials have been among those pressuring southern African nations to block the delivery.
"We don't think it's appropriate at this point, given the political upheaval that's occurring in Zimbabwe, for anyone to be adding extra tinder to that situation by providing additional weapons to Zimbabwe security forces," State Department deputy spokesman Tom Casey told reporters Tuesday. "We're pleased to see that many countries in the region refused to either accept this vessel in their ports or to offload those weapons."
The An Yue Jiang first ran into trouble last week when news reports in South Africa revealed its contents, including 3 million rounds for AK-47 assault rifles. Zimbabwe's military has been chronically short of ammunition -- and most other basic supplies -- in recent years as the nation's economy has collapsed and inflation has surged past 100,000 percent.
A court in Durban, South Africa, where the ship initially docked, blocked its unloading in a temporary order that rights activists are seeking to make permanent. Union workers have been at least as crucial in hindering delivery. The ship is also reported to be low on fuel.
Lloyd's Marine Intelligence Unit said in a news release Monday evening, however, that the ship still had numerous options. There are 32 ports capable of handling the load south of the equator in Africa, it said. The ship also has six cranes, making it possible to transfer cargo at sea. The news release said that the Chinese Ocean Shipping (Group) Company had two ships in the area capable of taking the weapons on board. An airlift might also be possible.
The circuitous movements of the An Yue Jiang fixated South Africans as the ship moved north toward Mozambique, then back toward Angola before disappearing from tracking mechanisms. Its reappearance Tuesday evening, along with the Chinese Foreign Ministry's comments, spurred cautious optimism that the weapons will never reach the Zimbabwean military.
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2008/04/22/AR2008042200504.html?hpid=sec-world
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Angola autoriza atracagem de navio chinês com armas
O governo angolano autorizou hoje o navio chinês que transporta armas para o Zimbabué a atracar no porto de Luanda para descarregar apenas parte da carga que era destinada a este país, noticiou hoje a agência de notícias estatal, Angop.
O An Yue Jiang, navio da companhia China Ocean Shipping Company, que já tinha sido impedido de atracar na África do Sul e em Moçambique, viu agora permitido o acesso ao porto de Luanda.
No entanto, segundo a nota do governo divulgada pela Angop, o governo garante que o armamento que o navio transporta com destino a Harare não vai ser descarregado.
A carga do navio inclui, para além de outro material para Angola, até aqui desconhecido, três milhões de munições para as armas automáticas AK-47, 1.500 RPG (morteiros com auto-propulsão) e mais de três mil granadas de morteiro.
A chegada ao porto de Luanda, cuja hora e dia não são avançados pela nota do governo, acontece depois de o porta-voz do governo de Pequim ter anunciado, na quinta-feira, que o navio estava de regresso à China.
O polémico navio, o An Yue Jiang, vai atracar em Luanda apesar de o Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos (CCDH) de Angola ter avançado na quarta-feira com uma providência cautelar junto do Tribunal Marítimo de Luanda para impedir que armamento chinês destinado ao Zimbabué seja descarregado em portos angolanos.
Em declarações à Lusa, o presidente do CCDH, David Mendes, referiu que a iniciativa tem como pressuposto haver «uma forte possibilidade» de o armamento servir como «instrumento de repressão» das autoridades de Harare contra a oposição, que exige a divulgação dos resultados eleitorais de 29 de Março.
A China confirmou a venda do armamento ao governo do Zimbabué, mas afirma que a transacção foi feita em 2007 e que a entrega nesta altura não está relacionada com a crise política que se vive naquele país africano.
A actual crise no Zimbabué decorre da recusa do governo do presidente Robert Mugabe em divulgar os resultados das eleições presidenciais de 29 de Março, que a oposição afirma serem desfavoráveis ao chefe de Estado.
Nas declarações à Lusa, David Mendes referiu igualmente que outro pressuposto da providência cautelar interposta pelo CCDH é que Angola integra a Convenção das Nações Unidas para os Direitos Humanos e subscreveu a Carta Africana para os Direitos dos Povos.
O advogado e presidente da Associação Mãos Livres, organização que se dedica à defesa legal de pessoas fragilizadas perante a Justiça angolana, sublinhou ainda que Luanda preside actualmente à Comissão para a Paz e Segurança da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, de que fazem parte também o Zimbabué e Moçambique).
«Estas condições impõem responsabilidade acrescida ao país quando se trata de agir correctamente face a uma possibilidade real de poder ter um papel decisivo na facilitação da repressão por razões políticas», especialmente num país com que partilha uma organização geográfica, frisou.
A anunciada chegada da embarcação a Luanda acontece no dia em que o Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, recebeu um enviado especial do presidente Zimbabueano, Robert Mugabe, e sub-secretária de Estado norte-americana, Jendayi Frazer, que entregou ao Chefe de Estado angolano uma mensagem do seu homólogo George W. Bush.
A enviada de Washington tinha como um dos pontos da sua agenda convencer os lideres da África do Sul e Angola de não permitirem a descarga do navio chinês com armas para Harare.
Diário Digital / Lusa
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o titulo da noticia está errada, devia ser armas finalmente chegam a mugabé ganhar as eleições. Eu digo isso simplesmente porque africa existe tanta corrupção que não me admirava nada que um punhado de doláres ou euros para as armas chegarem ao seu destino.
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http://www.guardian.co.uk/world/video/2008/jul/04/election.zimbabwe
Sem palavras... é esta a independência que os africanos tanto queriam.
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Há vários anos que o Zimbabué vive uma crise política, económica e social, mas tudo piorou com reeleição recente do Presidente Mugabe. Segundo o El Mundo, Mugabe instituiu uma nova nota para acompanhar a queda do valor da moeda do país: 100 mil milhões de dólares do Zimbabué é quanto vale o novo rectângulo de papel.
Segundo o presidente do Banco Central do Zimabué, Gideon Gono, a nova nota vai facilitar as transacções, uma vez que para qualquer pequena compra, são necessários maços enormes de notas. A inflacção, segundo os dados oficiais, tem uma taxa anual de crescimento de 2,2 milhões por cento, a maior do mundo.
Neste momento, um euro vale cerca de 30 mil milhões de dólares do Zimbabué, o que faz com que a nova nota se fique pelos 3,33 euros.
Com El País
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Mugabe recebe caviar e outros luxos enquanto país se afunda
O presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, comemora o seu 85º aniversário no dia 21 com uma festa que terá, entre outros luxos, 2.000 garrafas de champagne Moët & Chandon, 8.000 lagostas, 4.000 porções de caviar, 3.000 patos e 8.000 caixas de chocolate Ferrero Rocher, noticia hoje o jornal britânico The Times.
A população no país está faminta e sem condições mínimas de higiene, o que ajudam a propagar uma epidemia de cólera que afectou mais de 65 mil pessoas, 3.323 das quais morreram, desde Agosto do ano passado.
Nos últimos dias, o Zanu-PF, partido de Mugabe - que está desde 1980 no poder -, pediu doações de empresas zimbabueanas e fez uma lista do que quer receber para as celebrações do aniversário do seu líder, adianta o jornal.
A lista, que inclui ainda 500 garrafas de whisky Johnny Walker Blue Label e Chivas de 22 anos e 16 mil ovos, parece ignorar a situação de crise humanitária da população do Zimbabué, onde existe uma hiperinflação e a taxa de desemprego é de 94%.
Segundo dados das organizações internacionais, 7 milhões de pessoas dependem de ajuda humanitária para sobreviver.
O pedido de doações, afirma o Times, inclui ainda um aviso: «No mealie meal» (algo como «nada de refeição de milho»), uma referência ao tipo de comida que alimenta a maioria da população durante os tempos de crise.
Para os que preferirem enviar doações em dinheiro, o Zanu-PF indica valores entre 45 mil e 55 mil dólares (cerca de 42,4 mil euros) a serem depositados numa conta em nome de Movimento 21 de Fevereiro, a data de aniversário de Mugabe. As doações, obviamente, devem ser feitas em dólares norte-americanos já que os dólares zimbabuenos sofrem uma desvalorização diária devido à taxa de inflação mais alta do mundo.
«É chocante e obsceno», disse um voluntário internacional no pais, lembrando que as lagostas são inviáveis no país e deverão ser trazidas de avião.
A lista de luxos é um sinal preocupante de que Mugabe está pouco disposto a cortar os excessos apesar da crise económica e política e da coligação de governo com o líder da oposição, Morgan Tsvangirai.
No início do mês, Tsvangirai anunciou que o seu partido aceitou integrar um governo de unidade nacional com Mugabe. O governo deve ser formado até meados deste mês.
Em reunião para discutir a crise generalizada no país, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) pressionou governo e oposição para efectivarem um acordo de divisão de poder assinado a 15 de Setembro do ano passado e estipulou um prazo até 11 de Fevereiro.
Desde que assinaram acordo de divisão de poder, a 15 de Setembro, após conturbadas eleições presidenciais sob denúncia de fraude e coerção, Mugabe e Tsvangirai não chegaram a um consenso sobre a divisão dos principais postos ministeriais.
Governo e oposição formaram no dia 30, em Harare, um Comité Conjunto para o Seguimento e Aplicação dos acordos para criar um governo de coligação.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da África do Sul, que lidera a SADC, afirmou que, com a ajuda do órgão regional, o comité foi formado por quatro membros de cada uma das três partes do acordo entre governo e oposição.
Lusa
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Mugabe recebe caviar e outros luxos enquanto país se afunda
O presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, comemora o seu 85º aniversário no dia 21 com uma festa que terá, entre outros luxos, 2.000 garrafas de champagne Moët & Chandon, 8.000 lagostas, 4.000 porções de caviar, 3.000 patos e 8.000 caixas de chocolate Ferrero Rocher, noticia hoje o jornal britânico The Times.
A população no país está faminta e sem condições mínimas de higiene, o que ajudam a propagar uma epidemia de cólera que afectou mais de 65 mil pessoas, 3.323 das quais morreram, desde Agosto do ano passado.
Nos últimos dias, o Zanu-PF, partido de Mugabe - que está desde 1980 no poder -, pediu doações de empresas zimbabueanas e fez uma lista do que quer receber para as celebrações do aniversário do seu líder, adianta o jornal.
A lista, que inclui ainda 500 garrafas de whisky Johnny Walker Blue Label e Chivas de 22 anos e 16 mil ovos, parece ignorar a situação de crise humanitária da população do Zimbabué, onde existe uma hiperinflação e a taxa de desemprego é de 94%.
Segundo dados das organizações internacionais, 7 milhões de pessoas dependem de ajuda humanitária para sobreviver.
O pedido de doações, afirma o Times, inclui ainda um aviso: «No mealie meal» (algo como «nada de refeição de milho»), uma referência ao tipo de comida que alimenta a maioria da população durante os tempos de crise.
Para os que preferirem enviar doações em dinheiro, o Zanu-PF indica valores entre 45 mil e 55 mil dólares (cerca de 42,4 mil euros) a serem depositados numa conta em nome de Movimento 21 de Fevereiro, a data de aniversário de Mugabe. As doações, obviamente, devem ser feitas em dólares norte-americanos já que os dólares zimbabuenos sofrem uma desvalorização diária devido à taxa de inflação mais alta do mundo.
«É chocante e obsceno», disse um voluntário internacional no pais, lembrando que as lagostas são inviáveis no país e deverão ser trazidas de avião.
A lista de luxos é um sinal preocupante de que Mugabe está pouco disposto a cortar os excessos apesar da crise económica e política e da coligação de governo com o líder da oposição, Morgan Tsvangirai.
No início do mês, Tsvangirai anunciou que o seu partido aceitou integrar um governo de unidade nacional com Mugabe. O governo deve ser formado até meados deste mês.
Em reunião para discutir a crise generalizada no país, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) pressionou governo e oposição para efectivarem um acordo de divisão de poder assinado a 15 de Setembro do ano passado e estipulou um prazo até 11 de Fevereiro.
Desde que assinaram acordo de divisão de poder, a 15 de Setembro, após conturbadas eleições presidenciais sob denúncia de fraude e coerção, Mugabe e Tsvangirai não chegaram a um consenso sobre a divisão dos principais postos ministeriais.
Governo e oposição formaram no dia 30, em Harare, um Comité Conjunto para o Seguimento e Aplicação dos acordos para criar um governo de coligação.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da África do Sul, que lidera a SADC, afirmou que, com a ajuda do órgão regional, o comité foi formado por quatro membros de cada uma das três partes do acordo entre governo e oposição.
Lusa
Bandido criminoso! Enquanto isto, a comunidade internacional assobia para o lado. Não há sequer nenhuma “empresa privada” que queira tratar deste “assunto”? Já vi neutralizações selectivas muito menos importantes do que esta. Isto é uma questão de lesa-humanidade!
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A realidade de um país que já foi considerado o celeiro da África Austral:
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(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.instablogsimages.com%2Fimages%2F2008%2F05%2F21%2Fzimbabwe_CaO4J_18.jpg&hash=ad70a08d8ab637ceb3287b7dcb088016)
A Casa do Criminoso:
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimages.mirror.co.uk%2Fupl%2Fm3%2Fmay2008%2F7%2F0%2FDDD7369F-9E85-F3DF-AFB5A21655B60F25.jpg&hash=472a866488fd6c0d0c0177f9f4121e29)
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimages.mirror.co.uk%2Fupl%2Fm3%2Fmay2008%2F0%2F4%2FDDD564BC-EBAF-1F57-F12D66E7C5E19B0D.jpg&hash=9f16d5a0a1b7e2ebf1cc4e2f09f090e8)
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(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimages.mirror.co.uk%2Fupl%2Fm3%2Fmay2008%2F1%2F8%2FDDD5FE15-EE73-8505-6EC684C673456DA9.jpg&hash=5e17b48e3ae0c38ed21a289afdd87e24)
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Que mundo tão triste!!!
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Haverá aquele palhaço, para não lhe chamar outro nome, de se preocupar com o povo se tem um palácio daqueles??? :evil:
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A subida ao poder de Mugabe foi um dos maiores erros da diplomacia Anglo-americana do século XX. Foi graças ao presidente Carter, no seu desejo de agradar ao voto afro-americano que a Rhodesia foi forçada a "eleger" Mugabe, quando já tinham tido eleições livres em que o bispo Muzorewa tinha sido elito democraticamente, e uma solução que salvaguardasse os direitos de todos os Rhodesianos, brancos e negros tinha sido conseguida por iniciativa interna.
Se há alguém que merece perder o seu prémio Nobel, Carter é esta pessoa (entre outros, um cá do burgo).
Qual paz no médio oriente?
Não digo que seja má pessoa, foi bem intencionado (excepto talvez neste caso da Rhodesia, em que o eleitoralismo venceu o senso comun..). mas o homem era mesmo um ingénuo, pateta mesmo.
Uma pena enorme.
Aconselho a leitura do livro " The Great Betrayal" de Ian Smith, antigo PM da Rhodesia. Um homen, e um país interesantíssmos. Smith serviu como piloto na RAF na II GM, foi abatido, mas evadiu captura, e conseguiu voltar a voar para a RAF. Foi um grande estadista africano.
Se tivesse conseguido proseguir com os seus planos para a Zimbabwe-Rhodesia, esta seria hoje um dos poucos paises democráticos e viáveis de África.
A luta heroica da Rhodesia contra o comunismo, e seu apunhalamento pelos EU, a GB e a África do Sul são uma tragédia.
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Um raio de esperança? Ou mais uma conta bancária na Suiça?
http://www.cnn.com/2009/WORLD/africa/02 ... index.html (http://www.cnn.com/2009/WORLD/africa/02/11/zimbabwe/index.html)
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Exército do Zimbabwe impõe trabalhos forçados em minas de diamantes
A Human Rights Watch denunciou o «abuso» de que estão a ser alvo algumas populações no Zimbabwe, obrigadas pelo exército a trabalhos forçados nas minas de diamantes. Crianças incluídas.
Os que se recusam a colaborar são espancados e torturados. «O novo governo do Zimbabwe deveria retirar o exército dos campos, pôr termo ao abuso», disse à BBC a directora para África da Human Rights Watch, Georgette Gagnon.
«A polícia e o exército transformaram esta zona pacífica num pesadelo sem lei e de violência horrífica», disse ainda. O documento apresentado pelo grupo activista norte-americano incluiu os detalhes de um massacre contra estes trabalhadores, após as disputadas eleições no ano passado.
Os dois rivais políticos de então convivem agora nos principais órgãos do poder – Robert Mugabe continua Presidente do país e Morgan Tsvangirai aceitou o cargo de primeiro-ministro. Este último está agora em digressão pelo lado Oeste do Zimbabwe à procura de ajuda.
A Human Rights Watch avança com uma resposta, estimando que se o mercado dos diamantes fosse legalizado valeria 200 milhões de dólares (cerca de 142 milhões de euros) por mês para o país. A exigência, para já, é a desmilitarização das minas (no lado Este).
A Bola
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A subida ao poder de Mugabe foi um dos maiores erros da diplomacia Anglo-americana do século XX. Foi graças ao presidente Carter, no seu desejo de agradar ao voto afro-americano que a Rhodesia foi forçada a "eleger" Mugabe, quando já tinham tido eleições livres em que o bispo Muzorewa tinha sido elito democraticamente, e uma solução que salvaguardasse os direitos de todos os Rhodesianos, brancos e negros tinha sido conseguida por iniciativa interna.
Se há alguém que merece perder o seu prémio Nobel, Carter é esta pessoa (entre outros, um cá do burgo).
Qual paz no médio oriente?
Não digo que seja má pessoa, foi bem intencionado (excepto talvez neste caso da Rhodesia, em que o eleitoralismo venceu o senso comun..). mas o homem era mesmo um ingénuo, pateta mesmo.
Uma pena enorme.
Aconselho a leitura do livro " The Great Betrayal" de Ian Smith, antigo PM da Rhodesia. Um homen, e um país interesantíssmos. Smith serviu como piloto na RAF na II GM, foi abatido, mas evadiu captura, e conseguiu voltar a voar para a RAF. Foi um grande estadista africano.
Se tivesse conseguido proseguir com os seus planos para a Zimbabwe-Rhodesia, esta seria hoje um dos poucos paises democráticos e viáveis de África.
A luta heroica da Rhodesia contra o comunismo, e seu apunhalamento pelos EU, a GB e a África do Sul são uma tragédia.
Essa parte aí é mentira. A África do Sul chegou mesmo a oferecer ao governo rodesiano a possibelidade de integração como uma província na África do Sul, mas Smith recusou, além do mais a Rodésia continuou a utilizar material militar sul-africano na guerra bush até 1979.
Inclusive fiz uma entrevista no meu blog, sobre o tema:
http://blogarmageddon.blogspot.com/2010 ... ander.html (http://blogarmageddon.blogspot.com/2010/04/ao-encontro-do-povo-afrikander.html)
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Robert Lee os Rodezianos queixavam-se que só recebiam uma parte do apoio que pediam e a más horas.
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A partir de 1974 o PM Sul Africano Vorster lançou a sua política de détente com o mundo e progressivamente abandonou a Rhodesia à sua sorte, quase com certeza por causa de algum quid pro quo com os EU e a GB.
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Na minha opinião, quem colocou o desgraçado lá é que devia tirá-lo de lá. Cadê EUA e GB agora? Criar monstros é com eles mesmos, vide Saddam Hussein e Osama Bin Laden, que foram patrocinados por americanos em suas guerras (Respectivamente, Irã-Contras e Afeganistão-URSS), sem contar os apoios incondicionais a ditaduras do mundo inteiro (No Brasil, inclusive).
Na boa, o Zimbabwe é um país falido, qualquer força invasora que tomar o poder agora, mesmo sendo estrangeira, seria lucro para os zimbabuanos.
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Zimbabué pretende servir carne de elefante nas prisões
As autoridades do Zimbabué pretendem servir carne de elefante para acabar com a fome nas prisões do país, informou esta sexta-feira a imprensa local. Os mais de 13 mil presos que ocupam as prisões do Zimbabué estão há quatro anos sem comer carne e alimentam-se exclusivamente de feijão e repolho.
Por isso, o vice-ministro da Justiça, Obert Gutu, pensou em servir carne de elefante para enriquecer a dieta dos detentos. Em entrevista ao jornal The Zimbabwe Independent, Gutu afirmou que a carne de elefante pode ser uma opção viável para acabar com a fome nas prisões.
«O Ministério e a Comissão Penitenciária consideram que a carne de elefante pode ser um opção. Existe o consenso de que há uma superpopulação de elefantes no país. Por que não utilizá-los para alimentar os presos?», declarou o vice-ministro da Justiça. No entanto, grupos ambientalistas manifestaram a sua oposição à medida.
O director da Força-Tarefa pela Conservação no Zimbábue, Johnny Rodrigues, negou que no país haja uma superpopulação de elefantes e ressaltou que no território só restam 35 mil animais. «O governo deveria endurecer as leis para proteger estes animais», afirmou Rodrigues.
A carne de elefante não é consumida habitualmente no Zimbabué, mas, nos últimos dez anos, o Governo do Robert Mugabe ordenou com frequência a parques nacionais a provisão de carne desses animais e de búfalo para alimentar os soldados em grandes cerimónias, como no aniversário do presidente.
Lusa
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Boa notícia para o povo Zimbabuano
Wikileaks diz que Robert Mugabe tem câncer e pode morrer antes de 2013
Harare, 4 set (EFE).- O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, sofre um câncer de próstata e pode morrer antes de 2013, segundo um documento diplomático americano filtrado pelo site Wikileaks e divulgado neste domingo pelo jornal zimbabuano "Sunday Mail".
A transcrição do documento revela uma conversa de 2008 entre o governador do Banco Central do Zimbábue, Gideon Gono, e o então embaixador dos Estadaos Unidos em Harare, James McGee.
"O presidente Robert Mugabe tem um câncer de próstata que se propagou por metástases e que, segundo os médicos, causará sua morte dentro de três ou cinco anos", comentou Gono a McGee, de acordo com a nota.
"O médico de Mugabe lhe recomendou que reduzisse suas atividades", acrescenta o documento. No entanto, o governador do Banco Central do Zimbábue negou ter feito esses comentários.
Mugabe, de 87 anos, viajou este ano pelo menos cinco vezes à Ásia acompanhado de sua esposa, Grace, por motivos médicos.
Segundo o porta-voz presidencial, George Charamba, o casal fez essas viagens para uma operação de cataratas à qual Mugabe se submeteu em janeiro e por problemas nas costas de sua esposa por causa de uma queda sofrida em sua mansão de Harare.
Até o momento, o partido de Mugabe, a União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (Zanu-PF), se negou a admitir que o octogenário chefe de Estado tem problemas de saúde.
Mugabe governou o país sozinho e de forma autoritária desde a independência do Reino Unido, em 1980, até a aliança, em um Governo de coalizão, com o Movimento por Mudança Democrática do primeiro-ministro, Morgan Tsvangirai, em 2009.
Desde novembro de 2010, jornais influentes de vários países tiveram acesso a centenas de milhares de documentos do Departamento de Estado americano filtrados pelo Wikileaks.
O site, dedicado a revelar documentos oficiais secretos, publicou no final de agosto 134 mil notas da diplomacia americana nas quais, ao contrário do que fazia em divulgações anteriores, revela a identidade de fontes protegidas.
EFE
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Mugabe vai gastar cerca de 800 mil euros no aniversário
No Zimbabwe, a comida está a acabar, as escolas carecem de livros e a febre tifóide propaga-se. Mas o presidente Robert Mugabe prepara-se para gastar cerca de uma milhão de dólares (766 mil euros) na festa do seu 88:º aniversário.
Ao tornarem-se conhecidos os detalhes da festa de Mugabe, muitos desabafaram em tom insultuoso "Let Them Eat Cake (deixem-nos comer bolo)". E a verdade é que o presidente do Zimbábue prepara-se para apagar 88 velas num bolo gigante.
A luxuosa festa dedicada ao líder africano está a ser organizada por um grupo de jovens do seu partido Zanu-PF, conhecidos como o "Movimento 21 de fevereiro".
Segundo o jornal inglês The Guardian, três workshops de culinária, um concerto musical com os melhores artistas do Zimbabwe, um "Miss 21 Movimento" - concurso de beleza - e um torneio de futebol apelidado de "Bob 88 Super Cup", estão agendados para o grande evento que se celebra na próxima semana.
Durante dois meses, apoiantes de todo o país angariaram fundos para a festa de aniversário que irá realizar-se em Mutare. Existem rumores de que irão ser gastos cerca de um milhão de dólares, tanto quanto custou a conferência de três dia da Zanu-PF realizada em dezembro passado.
Mas nem todos estão a comemorar o aniversário do presidente. A generosidade de muitos está ser bastante criticada pelo Movimento para a Mudança Democrática (MDC), que vive constantemente em fricção com a Zanu-PF.
"É um total desperdício de dinheiro dos contribuintes e típico da postura da Zanu-PF", disse Douglas Mwonzora, um porta-voz do MDC, adiantando: "Estamos perante uma situação de escassez de alimentos em algumas partes do país. E enquanto isso, eles estão a gastar um milhão de dólares para festejar o aniversário do presidente"
"O dinheiro poderia ser gasto em alimentação e livros. Mugabe está totalmente fora da realidade. Ele tem um ego inchado e acha que os zimbabuanos não se importam com o que está a fazer", frisa Douglas Mwonzora. O porta-voz aproveita para comparar o que se está a passar no seu país com outros. "Acho que ele (Mugabe) é o único presidente no mundo que gasta tanto dinheiro no seu aniversário. Não me parece que o presidente Barack Obama ou o primeiro-ministro David Cameron o façam. Mugabe é o presidente de um país africano pobre e a sua atitude deve ser condenada."
DN
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Mugabe está cansado de governar e quer deixar o poder
O presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, disse ao ex-ministro da Defesa Enos Nkala que está cansado do cargo e quer retirar-se do poder, mas acha que, se o fizer, as lutas internas no seu partido - União Nacional Africana do Zimbabué-Frente Patriótica, Zanu-PF - podem desembocar numa guerra civil, informou este domingo o jornal The Standard. Em declarações ao jornal, Nkala afirmou que Mugabe comentou, durante um encontro privado, que não pode deixar o cargo «enquanto o partido estiver neste estado».
«O que o faz manter-se (na Presidência) é administrar a Zanu-PF para prevenir a sua desintegração», assinalou o ex-ministro, que se definiu como um «bom amigo» de Mugabe.
Nkala, que se reuniu com Mugabe na sexta-feira passada na cidade de Bulawayo (sudoeste do Zimbabué), destacou que o presidente lamenta a fragmentação do partido. «A Zanu-PF já não está unida», teria dito o líder.
«A julgar pela nossa conversa, é um assunto um tanto incerto. Poderia desembocar num final complicado, se não for tratado de forma adequada. Pode provocar caos e, inclusive, uma guerra civil», indicou o ex-ministro.
Mugabe, de 88 anos, no poder desde que o Zimbabué obteve independência do Reino Unido em 1980, afirmou que concorrerá novamente às eleições presidenciais que quer realizar este ano, apesar dos rumores de que estaria com a saúde debilitada.
Desde 2009, o líder viu-se obrigado a partilhar o poder num governo de coligação com o seu até então rival, o líder do Movimento pela Mudança Democrática (MDC) e actual primeiro-ministro, Morgan Tsvangirai, que também acredita que Mugabe está cansado e quer retirar-se.
As lutas internas na Zanu-PF, antigo partido da guerrilha independentista, aumentaram nos últimos meses. O apoio dos seus membros está dividido entre os seguidores da vice-presidente Joyce Mujuru (cujo marido morreu no ano passado em estranhas circunstâncias) e o actual ministro da Defesa, Emmerson Mnangagwa, que disse abertamente que quer a presidência.
Lusa
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Zimbabué diz que vai deixar de confiscar terras de estrangeiros
O governo do Zimbabué afirmou hoje que não vai confiscar mais nenhuma propriedade estrangeira, depois de perder reivindicações de compensações de milhões de dólares no âmbito de um tratado que visa proteger investimentos estrangeiros.O presidente Robert Mugabe começou a dar fazendas de proprietários brancos aos negros sem terra há mais de uma década, uma política que teve o resultado não intencional de devastar a produção de alimentos num país que era um celeiro regional.
Cerca de 4.000 agricultores foram expulsos das suas terras sem indemnização e, enquanto os esforços para obter reparação legal no Zimbabué falharam, alguns processos por compensação tiveram sucesso nos tribunais internacionais.
O ministro das Terras, Herbert Murerwa, disse que ações judiciais movidas por investidores estrangeiros no Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos, em Washington, provocaram uma mudança nessa política.
Um grupo de 40 agricultores holandeses venceu uma reivindicação de 25 milhões de euros contra o Zimbabué em 2009, já que as suas fazendas eram cobertas pelo Acordo de Proteção e Promoção do Investimento Bilateral (BIPPA).
«Nós adquirimos muitas fazendas ao BIPPA, mas não vamos tomar mais nenhuma fazenda no futuro», disse Murerwa à Reuters.
Um documento apresentado pelo partido ZANU-PF, de Mugabe, na sua conferência anual em Dezembro, mostrou que de um total de 153 fazendas protegidas pelos tratados, 116 já tinham sido confiscadas pelo governo.
O governo já tinha prometido não tomar mais fazendas protegidas pelo BIPPA mas continuou a expulsar os agricultores citando a constituição do Zimbabué, que permite às autoridades tomarem qualquer terreno adequado para a agricultura.
O grupo Justiça para a Agricultura (JAG), que representa os agricultores expulsos, demonstrou cepticismo sobre a mudança na política do governo. «Está bem falar, mas onde está a ação? Eles já se comprometeram anteriormente a parar com as expropriações das fazendas, mas não o fizeram. Eles já tomaram mais de dois terços das fazendas BIPPA», disse o presidente-executivo do JAG, John Worsley-Worswick, à Reuters.
«Eles só querem criar uma falsa percepção de que agora irão respeitar os direitos de propriedade, a fim de atrair investimentos. Se fossem sinceros, teriam compensado os agricultores holandeses lá em 2009, quando se comprometeram a pagar em 28 dias, mas não o fizeram», acrescentou.
Worswick contou que no mês passado um fazendeiro holandês foi baleado e ferido em uma fazenda protegida pelo BIPPA.
Lusa
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Mugabe faz 89 anos e considera permanência no poder uma tarefa divina
O presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, que está no poder desde 1980, completa hoje 89 anos e considera que a sua permanência à frente do país africano é um «dever divino».
Em declarações publicadas hoje pelo jornal estatal The Herald, Mugabe afirmou: «Esta é a tarefa que o Senhor me encomendou entre a minha gente, e aceito-a. É um dever divino».
Com um aspecto cada vez mais deteriorado, o líder do Zimbabué também lamentou que muitos dos seus contemporâneos mais próximos tenham morrido.
«O Senhor quis que eu continuasse. Por que é que todos os meus amigos e familiares se foram e eu persisto? Não é minha escolha. É Sua escolha. Uma dolorosa escolha», afirmou Mugabe.
«O Senhor quis que sejamos zimbabuanos no nosso próprio país com direitos de propriedade sobre os nossos próprios recursos, com capacidade de defender esses direitos dos quais alguns nos querem privar», disse Mugabe, referindo-se à polémica política de «indigenização» iniciada há mais de uma década e que representou a desapropriação de muitas terras e empresas, incluindo minas, que até então estavam em poder da população branca.
O presidente zimbabuano falava durante uma festa no Palácio Presidencial onde os membros do governo lhe deram vários presentes, como 89 cabeças de gado (uma por ano vivido) entregues pelo chefe do Banco Central do Zimbabué, Gideon Gono.
Nos dias anteriores ao aniversário presidencial, o Zimbabué não registou o mesmo entusiasmo que nessa mesma época noutros anos, quando emissoras de rádio transmitiam músicas como «Parabéns a você» vários dias antes da data, e muitos pensam que estaserá a sua última comemoração.
Em Setembro de 2011, um documento divulgado pelo site Wikileaks e publicado pela imprensa zimbabuana revelou que Mugabe sofria de um cancro e poderia morrer em 2013. Segundo o documento, que se refere a uma conversa registada em 2008, Gideon Gono, que já estava no seu actual cargo, falou ao então embaixador norte-americano em Harare, James McGee, sobre a doença, e que Mugabe tinha mais cinco anos de vida.
No entanto, o líder máximo zimbabuano está resolvido a concorrer a mais um mandato em disputa contra o actual primeiro-ministro, Morgan Tsvangirai, líder do Movimento por uma Mudança Democrática (MDC), numa eleição ainda sem data estabelecida, mas que se espera que seja realizada em Julho.
Uma pesquisa divulgada ontem no país africano indicou que o partido de Mugabe, a União Nacional Africana do Zimbabué-Frente Patriótica (Zanu-PF), tem 33% das intenções de voto, contra 32% do MDC.
A festa oficial de aniversário de Mugabe será realizada a 2 de Março na cidade de Bindura, no nordeste do país, e nela a ala jovem da Zanu-PF espera arrecadar 700 mil dólares.
No entanto, para o analista político Pedzisai Ruhanya, «não há nada a comemorar», já que Mugabe «destroçou o futuro do país».
O MDC de Tsvangirai partilha o poder - num governo de união nacional - com a Zanu-PF de Mugabe há quase quatro anos. Após as violentas eleições de 2008, nas quais morreram 200 seguidores do MDC, os dois partidos assinaram um tratado para a formação de um governo de coligação.
Mugabe governou o país sozinho e de forma autoritária desde a independência do Reino Unido, em 1980, até à criação do citado governo de coligação, em 2009.
Porém, apesar do pacto de governo, Mugabe e a Zanu-PF mantiveram o controlo das Forças Armadas, da polícia, do sistema judicial do país e da imprensa estatal.
Lusa
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Polícia do Zimbabué procura Jornalistas do The Times por difundirem noticias falsas
A polícia do Zimbabué procura dois correspondentes do jornal britânico The Times que escreveram um artigo segundo o qual Harare teria secretamente prometido vender urânio ao Irão, em violação das sanções internacionais, noticia hoje a imprensa oficial.
Segundo o semanário governamental zimbabueano Sunday Mail, a polícia procura os jornalistas do The Times Jan Raath e Jerome Starkey, que acusa de "difundirem notícias falsas".
"Ui! Os polícias zimbabueanos lançaram uma 'caça ao homem' contra os jornalistas @jeromestarkey e @Jan_Raath após o artigo sobre o Irão (...) Esperemos para ver", escreveu hoje Jerome Starkey na sua conta do Twitter, remetendo para o site do Sunday Mail.
O The Times citava no sábado o vice-ministro cessante das minas do Zimbabué, Gift Chimanikire, segundo o qual o país teria assinado um protocolo com o Irão para vender urânio necessário para a construção de armamento nuclear.
O acordo terá sido assinado no ano passado, quando os EUA e a União Europeia impuseram sanções ao Irão devido ao seu polémico programa nuclear.
A comunidade internacional suspeita que o Irão quer construir a bomba atómica a coberto de um programa nuclear civil, algo que Teerão nega veementemente.
O Zimbabué está também sob sanções internacionais que visam uma dezena de personalidades, entre as quais o presidente Robert Mugabe, que foi reeleito a 31 de julho para um novo mandato de cinco anos. Mugabe já apoiou publicamente o programa nuclear iraniano.
Gift Chimanikire, que faz parte da oposição com quem Mugabe coabitava há quatro anos, não pôde ser contactado pela AFP, mas o Sunday Mail escreve hoje que o político considerou que o artigo do The Times estava enviesado.
"Nenhuma licença (de exploração mineira) foi emitida. Nunca disse uma coisa tão estúpida. (...) Nós estamos a fazer prospeção, não estamos a fazer exploração (de urânio no Zimbabué). Ele (jornalista do Times) pensou vender o seu jornal escrevendo essas mentiras e é uma história especulativa e perigosa", terá dito o responsável, citado pelo jornal oficial zimbabueano.
A AFP perguntou à porta-voz da polícia Charity Charamba se as forças de segurança estão à procura dos jornalistas do The Times, mas a representante mostrou-se surpreendida: "Não ouvi falar desse assunto (...) Tenho de verificar com o nosso departamento de investigação".
Contactado pela AFP, o The Times disse desconhecer a notícia do Sunday Mail e afirmou que iria preparar uma resposta.
Lusa