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Outras Temáticas de Defesa => Área Livre-Outras Temáticas de Defesa => Tópico iniciado por: comanche em Maio 25, 2007, 08:27:35 pm
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Milhares de crimes são resolvidos anualmente graças à base de dados genética no Reino Unido, a maior em todo o mundo, que é também alvo de críticas pela invasão da privacidade que representa, noticia a Lusa.
Só entre 2005 e 2006, segundo o governo britânico, os autores de 45 mil crimes foram descobertos graças a vestígios de DNA encontrados pela polícia, incluindo centenas de homicídios, violações, abusos sexuais ou simples roubos.
Estes resultados são possíveis graças à capacidade da Polícia Científica Forense [FSS na sigla inglesa], responsável pela gestão da base de dados, em analisar milhares de pistas por mês.
Os vestígios de DNA, sejam encontrados no local do crime ou pertencentes a suspeitos, são depois comparados com mais de 3,4 milhões de registos existentes actualmente na base de dados britânica.
Criada em 1995, a base de dados é actualmente a maior do mundo e nela estão registados pelo menos 5,2 por cento da população do país, incluindo o primeiro-ministro Tony Blair, que submeteu uma amostra de DNA voluntariamente em 1999.
As regras de recolha de dados genéticos foram alteradas pelo governo trabalhista, que passaram a autorizar a recolha de amostras de todos os detidos, mesmo aqueles que não são condenados, bem como as testemunhas que o autorizem.
A existência de mais pessoas no registo permite também a comparação com pistas de casos antigos, e vários crimes com mais de 10 ou 20 anos foram resolvidos através do DNA encontrado na altura e preservado até agora.
A primeira condenação judicial no Reino Unido a ter o DNA como base de prova registou-se também vários anos depois dos crimes, em 1988, quando Colin Pitchfork foi considerado culpado por ter violado e morto duas adolescentes.
Embora os crimes tivesse acontecido em 1983 e 1986, só depois de comparar as amostras de sémen encontradas nos corpos com o DNA de cerca de cinco mil homens da região é que se descobriu o autor e ilibado o principal suspeito.
No entanto, os sucessos policiais obtidos através deste processo não satisfazem todos e muitos criticam o facto de a base de dados possuir hoje muitos registos de pessoas inocentes.
O Conselho Nuffield sobre Bioética, uma organização independente, criticou no ano passado o facto de a base de dados não ter sido objecto de uma discussão pública e que a forma como a recolha de dados está a ser desenvolvida.
«Está a aumentar a uma taxa de 40 mil pessoas por mês, mas não existem restrições neste país. É à discrição dos chefes da polícia», acusou Sir Bob Hepple, o presidente do organismo, citado pelo jornal The Independent.
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=813437&div_id=291
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Embora os crimes tivesse acontecido em 1983 e 1986, só depois de comparar as amostras de sémen encontradas nos corpos com o DNA de cerca de cinco mil homens da região é que se descobriu o autor e ilibado o principal suspeito.
Estou mesmo a ver os inspectores da Scotland Yard a mandarem formar os homens em fila numa qualquer vilória inglesa, a distrubuirem um copo de plástico e uma revista porno a cada um, e mandarem-nos ir a um urinol público e voltarem com uma "amostra" de ADN.
Estou a brincar, mas este é um assunto muito sério.
Pessoalmente até concordo com uma base de dados com participação voluntária para o comum cidadão, com excepção como é obvio dos criminosos violentos e predadores sexuais para os quais a recolha de amostras deverá ser obrigatória. O problema estará depois na guarda dessa informação e na sua utilização, para alem da investigação policial.
Investigação médica, cientifica? Estudos sociológicos? Quem guarda e gere a base de dados? Sob a tutela de quem?
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urinol público
Também conhecido em Inglaterra como "rua do centro da cidade às 9 da noite de uma sexta ou sábado" :mrgreen: