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Outras Temáticas de Defesa => Área Livre-Outras Temáticas de Defesa => Tópico iniciado por: Cabeça de Martelo em Março 22, 2007, 03:21:46 pm
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Há falhas no dossier de José Sócrates na Universidade Independente
22.03.2007 - 07h09 Ricardo Dias Felner
O dossier relativo à licenciatura de José Sócrates na Universidade Independente tem várias falhas. Há alguns documentos por assinar, ou sem data, timbre ou carimbo, tal como há elementos contraditórios, nomeadamente os relativos às notas atribuídas a José Sócrates.
De acordo com os documentos a que o PÚBLICO teve acesso - 17 folhas fotocopiadas de "todo o dossier" de curso -, o primeiro-ministro terminou o bacharelato no Instituto Superior de Engenharia Civil de Coimbra em Julho de 1979, com média de 12 valores. Quinze anos mais tarde, quando já estava empenhado na campanha de António Guterres para primeiro-ministro e era deputado do PS, inscreveu-se no curso do ISEL (Instituto Superior de Engenharia de Lisboa) de Engenharia Civil, na modalidade de Transportes e Vias de Comunicação.
Uma das folhas do processo, de que foi dada cópia ao PÚBLICO e lida na presença do reitor da UnI, indica que José Sócrates fez dez cadeiras semestrais no ISEL, no ano lectivo de 1994/95. E deixou 12 por fazer, antes de entrar para a Independente. Aqui, Sócrates concluiu cinco disciplinas.
Foi essa folha que terá servido para atestar a frequência das disciplinas no ISEL no processo de equivalência e matrícula da UnI, a 14 de Setembro de 1995. Só que a sua data é posterior: nas costas da fotocópia vê-se um carimbo, assinado pelo chefe de secção da secretaria do ISEL, "conforme o original arquivado", com data de 8 de Julho de 1996. Já o Boletim de Matrícula na UnI revela que, nessa ocasião, o único documento junto ao processo foi uma fotocópia do BI.
Se estes dois documentos são assinados e têm data, o mesmo não sucede com outras fotocópias. É o caso, por exemplo, do Plano de Equivalências de José Sócrates, sem qualquer timbre nem carimbo e onde se concretiza que cadeiras mereceram equivalência por parte da UnI. Ou do Pedido de Equivalência, uma folha não numerada (como todas as outras), onde apenas surge o nome José Sócrates Sousa, manuscrito pelo próprio, e o mapa de equivalências por ele proposto. Acresce que o número de cadeiras a que é requerida a equivalência, 25, tem menos uma cadeira do que o total das disciplinas a que José Sócrates viria de facto a obter equivalência no processo de transferência: 26. Por outro lado, o espaço onde o responsável do conselho pedagógico pelo processo deveria colocar a sua assinatura está em branco.
Documentos sem numeração
Não se sabendo a data em que foi entregue, consta também dos documentos consultados o requerimento em que José Sócrates pede o plano de curso da UnI e afirma enviar a relação das cadeiras que fez no ISEL. Sócrates ressalva, contudo, que o certificado do ISEL só o poderá entregar em Setembro, "pelo facto de algumas notas não estarem ainda lançadas". Calcula-se que o primeiro-ministro se estivesse a referir a Setembro de 1995, mas com essa data, ou outra aproximada, não se encontra qualquer certificado do ISEL. O primeiro-ministro despede-se apresentando os melhores cumprimentos, com "do seu José Sócrates" escrito à mão. O reitor disse não conhecer o primeiro-ministro antes de este ter frequentado a UnI.
Na resposta ao requerimento de José Sócrates, esta com data de 12 de Setembro de 1995, assinada pelo reitor, é atestada a recepção do requerimento e Luís Arouca indica já que a comissão científica da Faculdade de Ciências da Engenharia e Tecnologias deliberou "propor-lhe a frequência e conclusão das seguintes disciplinas do Plano de Estudos de Engenharia Civil: Análise de Estruturas, Betão Armado e Pré-Esforçado, Estruturas Especiais e Projecto e Dissertação". De fora ficou, "por falha", segundo Luís Arouca, a cadeira de Inglês Técnico.
Por fim, existem duas folhas avulsas, aparentemente folhas de rosto, que não se percebe a que se referem. Uma, com cabeçalho do gabinete do secretário de Estado Adjunto do Ambiente, é um fax dirigido a Luís Arouca e aparenta ser uma folha de rosto. Na zona do texto, José Sócrates escreveu: "Caro Professor, aqui lhe mando os dois decretos (o de 1995 fundamentalmente) responsáveis pelo meu actual desconsolo."
Luís Arouca afirmou ao PÚBLICO não se lembrar a que se referia o primeiro-ministro. O reitor insistiu, ainda, que não existem mais documentos sobre José Sócrates naquela instituição. "As fichas de cada aluno já ninguém sabe delas. Nos primeiros anos, a nota final é acompanhada com fundamento, depois é deitada fora", concretizou. Sobre o registo do pagamento de propinas, a resposta foi semelhante. "Ao fim de cinco anos, vai tudo para o maneta." Por fim, confrontado com o facto de as folhas do processo não estarem numeradas, o reitor afirmou: "A numeração importa. Mas nem sempre se numera."
O certificado de habilitações, assinado pela chefe dos serviços administrativos, Mafalda Arouca, e pelo reitor, Luís Arouca, indica ainda que o curso foi concluído a 8 de Setembro de 1996, com média final de 14 valores.
Por que decidimos fazer esta investigação - Nota da Direcção Editorial
Há cerca de um mês que se avolumaram, na blogosfera, referências múltiplas, algumas delas entretanto reproduzidas em jornais ou citadas nas rádios, à forma como José Sócrates obtivera a sua licenciatura em Engenharia Civil.
Para o PÚBLICO, o currículo académico de um político ou qualquer outra figura pública não é critério para o avaliar nem como pessoa, nem para saber se é ou não competente para exercer o cargo que ocupa. Grandes figuras políticas europeias - como Jacques Delors - não possuíam qualquer licenciatura. Na banca portuguesa, o presidente de um dos principais bancos privados e o vice-presidente doutro grande banco também não completaram a sua licenciatura.
E, entre os seis membros da direcção do PÚBLICO, só um completou a licenciatura, e não é o director. Em contrapartida, para o PÚBLICO, é importante verificar se referências susceptíveis de colocar em dúvida a forma como o primeiro-ministro se licenciou merecem ser investigadas. Não para saber se merece ou não o título com que se apresenta, mas para verificar se agiu sempre de forma limpa, leal e legal. Era isso que os boatos que corriam um pouco por todo o lado punham em causa - e saber se um curso superior foi obtido ou não de forma limpa, clara e legal é fácil de provar.
O resultado dessa investigação, assim como os passos dados pelo jornalista para recolher a informação aqui reunida, permite ao leitores ajuízarem sobre o que estava certo e o que estava errado no que se dizia à boca pequena, algo que só foi possível porque o próprio primeiro-ministro deu autorização para que consultássemos o seu processo individual na Universidade Independente. Desse processo apenas reproduzimos nestas páginas imagens das peças que considerámos mais relevantes, o que resultou da opção de não divulgar outros elementos do currículo escolar que não eram relevantes para esta investigação. Fizemo-lo por considerar que isso podia configurar uma intromissão na esfera privada de José Sócrates que nada acrescentava ao esclarecimento do que era relevante.
Esta investigação permitiu já ao gabinete do primeiro-ministro corrigir um elemento do seu currículo que era disponibilizado no site oficial do Governo, o que em si mesmo é positivo.
O PÚBLICO não dá à estampa boatos, mas não deve ignorar que eles existem e que a melhor forma de acabar com eles é confirmá-los ou infirmá-los. Foi isso que procurámos fazer, até ao limite do possível, com esta investigação.
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp ... idCanal=34 (http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1289019&idCanal=34)
PS: Portugal, pais dos Doutores e Engenheiros!
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Não foi na Universidade Independente que o Armando Vara tirou um curso á pressão antes de ir para Admnistrador da CGD????
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Também lá estudou gente séria e honesta :wink:
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Sô Doutor vai um cafezinho? :wink:
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Sô Doutor vai um cafezinho? :wink:
Pois sim, pois sim
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:lol:
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(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg125.imageshack.us%2Fimg125%2F9331%2Fprofessoradv4.jpg&hash=92e85ee36c913a79a681913d904e1f40)
Não me parece que um primeiro-ministro deva ser escolhido em função do currículo académico, se assim fosse quase nenhum dos líderes partidários portugueses sobreviveria à primeira avaliação curricular, salvo o Francisco Louça qualquer um deles teria grandes dificuldades em conseguir o seu primeiro emprego. Ninguém votou em Sócrates por ser engenheiro, em Cavaco por ser economista ou em Sampaio por ser jurista, o único que chegou a primeiro-ministro ou, para ser mais preciso, a presidente do conselho em consequência das suas habilitações foi Salazar, mas nesse ninguém votou.
Por isso não me incomoda que licenciatura em engenharia seja uma manta de retalhos feita com tecidos de má qualidade e, ao que parece, com buracos mal preenchidos. Mas é um facto que Sócrates considerou importantes ter um canudo, não é por acaso que raramente alguém se refere, por exemplo, a Sampaio como o dr. Jorge Sampaio, enquanto em relação ao primeiro-ministro é raro ouvir alguém referir-se a ele como o José Sócrates, o eng. vem sempre atrás. Pelos vistos teremos que passar a tratá-lo por lic. José Sócrates já que a Ordem dos Engenheiros não lhe reconhece o canudo.
A democracia tem destas coisas, ao mesmo tempo que um funcionário público que se candidate ao mais baixo cargo de chefia tem que ser avaliado por um júri que integra um professor universitário, o primeiro-ministro que adoptou esta regra tem um canudo que pouco mais vale do que um diploma de um curso de formação profissional financiado pelo Fundo Social Europeu.
O problema não está nas habilitações do primeiro-ministro, a não ser que tenha que remendar alguma canalização na residência oficial de São Bento o desempenho das suas funções não lhe vai exigir grandes conhecimentos de engenharia. Também não foi para ser engenheiro que Sócrates fez as cadeiras em várias “carpintarias” baratas, e quanto a inteligência é a qb.
O que se questiona é a fórmula de sucesso que levou Sócrates dos devaneios na companhia de Armando Vara ao cargo de primeiro-ministro, fórmula tão eficaz que também serviu para o amigo chegar a administrador da Caixa Geral de Depósitos. O problema é que nem o cargo de primeiro-ministro escapa à fórmula de sucesso assente na vida fácil.
Que vou dizer a um filho? Aproveita a vida, namora e gasta as mesadas nos casinos que depois vais num instante à Univeridade Independente, sais dali engenheiro e ainda te arriscas a ser primeiro-ministro?
O Jumento (http://http)
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No EXPRESSO de hoje (24/3/07), e PUBLICO (22/3/07)
Direcção da Independente investiga licenciatura de Sócrates
A actual direcção da Universidade Independente decidiu abrir, ontem, um inquérito interno para esclarecer o modo como o primeiro-ministro terminou, naquela escola, em 1996, o curso de Engenharia Civil.
Universidade investiga curso de Sócrates
Actual direcção abriu um processo interno para que não subsistam dúvidas sobre a licenciatura do primeiro-ministro
A actual direcção da Sides - proprietária da Universidade Independente - decidiu, ontem, abrir um processo interno de averiguações à licenciatura do primeiro-ministro. A decisão surge na sequência de uma investigação do jornal ‘Público’ que, quinta-feira, revelava ‘‘falhas’’ na conclusão do curso de Engenharia Civil, completado em 1996 por José Sócrates naquela universidade. Segundo o porta-voz da direcção, João Carlos Santos, ‘‘as investigações já começaram, porque é urgente esclarecer a situação para salvaguarda do bom nome da instituição e dos seus alunos’’.
‘‘Temos essa obrigação legal’’, disse ao Expresso, acrescentando que o relatório final das investigações será ‘‘entregue à Direcção Geral do Ensino Superior, se ela o quiser’’.
A actual direcção da Sides regressou terça-feira à Independente, depois do tribunal dar razão a Rui Verde num dos vários processos que correm sobre a propriedade e direitos de direcção daquela instituição. A sentença judicial anulava, assim, todas as decisões e iniciativas de Luís Arouca tomadas desde 26 de Fevereiro, altura em que o reitor assumiu o controlo da Sides.
Rui Verde nomeou uma equipa reitoral, liderada por Carlos Pamplona Côrte-Real, que, desde terça-feira, preside aos destinos da Independente, em simultâneo com o reitor e fundador da escola, Luís Arouca.. Dois dias depois do seu regresso e na altura em que o jornal ‘Público’ divulgava os resultados da sua investigação sobre a licenciatura de José Sócrates, Rui Verde foi chamado a depor no Tribunal de Instrução Criminal, que viria a decretar a medida de coacção máxima prevista na lei, detendo preventivamente o administrador. O ainda reitor da Independente, Luís Arouca, desvalorizou ao Expresso a polémica em torno da investigação do jornal. ‘‘A licenciatura é correcta, impecável’’, disse, explicando que ‘‘tudo isto não passa de um aproveitamento da situação da Independente por parte de um grupo do PSD que não gosta do primeiro-ministro’’.
No entanto, o reitor não facultou ao Expresso, a tempo de ser incluído nesta edição, qualquer dado do processo de licenciatura de José Sócrates, apesar de ter prometido disponibilizar ‘‘tudo’’ até ontem de manhã. Segundo Luís Arouca, o então secretário de Estado do Ambiente fez cinco cadeiras para completar o curso de Engenharia Civil, tendo todas as equivalências e o planos de estudo sido ‘‘exaustivamente analisados pelos professores das cadeiras e pelo conselho científico’’.
O facto de Sócrates ter completado os últimos anos de formação universitária em 1996, numa altura em que só existiam em funcionamento os dois anos iniciais da licenciatura, é desvalorizada pelo reitor. ‘‘A portaria que autoriza o curso é de 1994, mas é válida para todas as cadeiras de todos os anos’’, rebate Luís Arouca. ‘‘Se tínhamos professores para dar as disciplinas e alunos interessados, demos cadeiras do 3º e do 5º ano’’, conclui.
O Gabinete do primeiro-ministro recusou prestar qualquer esclarecimento sobre esta matéria, depois de lhe ter sido enviado um conjunto de perguntas por escrito. ‘‘Não queremos alimentar esta campanha de insídia’’, disse fonte do Gabinete.
O reitor garante ainda que só conheceu ‘‘Sócrates quando ele entrou para a universidade’’ e que, depois da polémica levantada pelo ‘Público’, não voltou a falar com ele. ‘‘É uma pessoa suficientemente chique, e eu também, para, se falarmos, e não falámos, não tocarmos no assunto’’.
Monica Contreras e Rosa Pedroso Lima
Sociais-democratas exigem esclarecimento cabal
‘‘Compete ao Gabinete do primeiro-ministro esclarecer cabalmente esta situação’’, declarou na quinta-feira o vice-presidente da bancada social-democrata, Pedro Duarte, sobre a notícia publicada pelo ‘Público’ que dava conta de falhas no processo de licenciatura de José Sócrates.
Por enquanto, o maior partido da oposição aguarda ‘‘os esclarecimentos devidos’’ por parte do Gabinete do chefe do Governo, ‘‘não querendo acreditar’’ que eles não venham a ser prestados. A intervenção do PSD justifica-se por considerar ‘‘inaceitável’’ a resposta prestada pelo Gabinete do primeiro-ministro a uma reportagem que os sociais democratas consideram ‘‘totalmente legítima’’ por se basear em ‘‘factos sobre a esfera pública de alguém que exerce’’ o cargo de chefe do Governo.
Recorde-se que, em resposta ao jornal ‘Público’, o Gabinete de José Sócrates considerou ‘‘lamentável que se utilize a situação actual da Universidade Independente para se atingirem os seus antigos alunos’’ e ainda ‘‘lastimável’’ a publicação do que considera ser ‘‘este tipo de insinuações’’.
O PSD, no entanto, não pretende avançar com nenhuma iniciativa autónoma sobre este processo, garantindo Pedro Duarte que o Partido vai ‘‘aguardar pelos esclarecimentos’’.
CRONOLOGIA
26 DE FEVEREIRO
Luís Arouca, através de uma assembleia-geral, afasta Rui Verde e nomeia equipa reitoral. Montalvão Machado, do PSD, Joaquim Reis e Carvalho Rodrigues aceitam lugares de vice-reitores. Arouca escolhe novos directores das cinco faculdades e regentes de cadeiras
27 DE FEVEREIRO
Inspecção-Geral do Ensino Superior inicia averiguações. Um relatório preliminar chega às mãos do ministro a 16/3
20 DE MARÇO
Com uma sentença judicial, Rui Verde volta a ficar com as rédeas da Universidade e nomeia um colectivo reitoral, presidido por Pamplona Côrte-Real. O Ministério de Mariano Gago exige um novo relatório, cujo resultado pode pôr em causa o alvará
22 DE MARÇO
Jornal ‘Público’ noticia alegadas irregularidades na licenciatura do primeiro-ministro. Rui Verde, ouvido em Tribunal, fica em prisão preventiva
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PUBLICO
Por que decidimos fazer esta investigação
22.03.2007
Há cerca de um mês que se avolumaram, na blogosfera, referências múltiplas, algumas delas entretanto reproduzidas em jornais ou citadas nas rádios, à forma como José Sócrates obtivera a sua licenciatura em Engenharia Civil.
Para o PÚBLICO, o currículo académico de um político ou qualquer outra figura pública não é critério para o avaliar nem como pessoa, nem para saber se é ou não competente para exercer o cargo que ocupa. Grandes figuras políticas europeias - como Jacques Delors - não possuíam qualquer licenciatura. Na banca portuguesa, o presidente de um dos principais bancos privados e o vice-presidente doutro grande banco também não completaram a sua licenciatura.
E, entre os seis membros da direcção do PÚBLICO, só um completou a licenciatura, e não é o director.
Em contrapartida, para o PÚBLICO, é importante verificar se referências susceptíveis de colocar em dúvida a forma como o primeiro-ministro se licenciou merecem ser investigadas. Não para saber se merece ou não o título com que se apresenta, mas para verificar se agiu sempre de forma limpa, leal e legal. Era isso que os boatos que corriam um pouco por todo o lado punham em causa - e saber se um curso superior foi obtido ou não de forma limpa, clara e legal é fácil de provar.
O resultado dessa investigação, assim como os passos dados pelo jornalista para recolher a informação aqui reunida, permite ao leitores ajuízarem sobre o que estava certo e o que estava errado no que se dizia à boca pequena, algo que só foi possível porque o próprio primeiro-ministro deu autorização para que consultássemos o seu processo individual na Universidade Independente. Desse processo apenas reproduzimos nestas páginas imagens das peças que considerámos mais relevantes, o que resultou da opção de não divulgar outros elementos do currículo escolar que não eram relevantes para esta investigação. Fizemo-lo por considerar que isso podia configurar uma intromissão na esfera privada de José Sócrates que nada acrescentava ao esclarecimento do que era relevante.
Esta investigação permitiu já ao gabinete do primeiro-ministro corrigir um elemento do seu currículo que era disponibilizado no site oficial do Governo, o que em si mesmo é positivo.
O PÚBLICO não dá à estampa boatos, mas não deve ignorar que eles existem e que a melhor forma de acabar com eles é confirmá-los ou infirmá-los. Foi isso que procurámos fazer, até ao limite do possível, com esta investigação.
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Nota do primeiro-ministro ao PÚBLICO
22.03.2007
É lastimável dar expressão e publicidade a este tipo de insinuações
Perante as surpreendentes e extraordinárias dúvidas colocadas pelo jornalista do PÚBLICO sobre a minha licenciatura em Engenharia Civil, que concluí na Universidade Independente, tive oportunidade de prestar todos os esclarecimentos necessários e, por minha iniciativa, de o remeter para o meu processo individual na universidade, cujo acesso integral lhe facultei para que não restassem quaisquer dúvidas sobre a respectiva frequência e aproveitamento, que estão devidamente certificados.
Com efeito, o signatário submeteu àquela instituição universitária, devidamente reconhecida, o respectivo currículo académico anterior, que mereceu apreciação do conselho científico daquela universidade, nos termos da qual se determinou o plano de estudos necessário para a conclusão da supra referida licenciatura.
Assim foi feito - as disciplinas foram frequentadas, a avaliação feita, o aproveitamento obtido e os respectivos certificados passados. Nomes de professores foram dados, referências de colegas foram fornecidas. A tudo isto o jornalista teve acesso e, querendo, pode confirmar com total transparência.
Não posso, porém, deixar de me indignar com mais uma campanha de insinuações, suspeitas e boatos que me pretende atingir na minha honra e consideração e que, à semelhança de outras de triste memória, assume uma dimensão difamatória e caluniosa. E têm sempre a mesma natureza - são veiculadas pelos mesmos meios, sob o anonimato dos blogues ou por jornais de referência no sensacionalismo e no crime. E usam, também, o mesmo método, limitando-se a levantar suspeitas insidiosas com base em dados falsos.
É lamentável que se utilize a situação actual da Universidade Independente para se atingirem os seus antigos alunos e é particularmente lastimável que o jornal PÚBLICO se disponha a dar expressão e publicidade a este tipo de insinuações, quando lhe foram facultados os elementos mais do que suficientes para o esclarecimento da verdade.
Esperar pois... para ver...(diria o cego ?).
A forma 'aparentemente enviezada' como Sócrates obteve a licenciatura, e neste aspecto será um entre muitos (centenas...?) torna-se mais visivel pelo seu percurso politico (e inegável apetência de poder).Não ser licenciado não tem nada de inferiorizante e vários politicos recentes de primeiro plano (ver acima o editorial do PUBLICO) não tem 'canudos'!
Juntei a seguir a resposta de Sócrates, ao mesmo jornal.Aceito que ele não aprecie ver o seu percurso académico questionado a luz do dia...mas felizmente esse é um dos direitos de uma sociedade livre...(não foi por acaso que, pelo menos um dos seus ministros da área económica, se demitiu, após a revelação da excepcional pensão de reforma a que tinha direito, e não ponho em causa a sua competencia ! mesmo que efectivamente ele era apenas um entre muitos) mas tem de aceitar que esse é um preço a pagar, até por ser válido também para os seus adversários...
Julgo que este assunto já foi discutido por aqui, antes das eleições legislativas,(eu próprio penso ter contribuido com uma 'colherada') e até se falava de outros temas ainda mais pessoais :) !)
As suas qualidades parecem pois ser outras, que não as académicas, obtidas mais ou menos legitimamente,...e essas são escrutinadas periódicamente pelos cidadãos
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O problema não se trata de ele ser ou não licenciado, na Suecia muitos poucos ministros são licenciados, no entanto as pessoas votam neles.
Trata-se de falta de honestidade, especialmente numa pessoa que têm essa obrigação. Se ele aldrabou para ser licenciado, então tb pode muito bem aldrabar como primeiro ministro, e então pergunto eu... e esta a pessoa certa para gerir o $$ que pago de impostos?! merece ele o voto dos Portugueses que enganou dizendo o que não é?! Que moral têm alguém que teve de pagar e subornar para ser licenciado, para fazer reformas da educação?!
Porque raio estas coisas, alegados extravio de documentos ou erros humanos, em benéfico do estudante, só acontecem aos paneleiros (detentores das panelas... ou era tachos?!), e nunca ao zé povinho?! Lembro-me de o rigor nas notas dos exames passava por 3 professores corrigirem o mesmo exame, ele a nota da pauta também ser verificada 3 vezes, bem como tudo o resto... de ser prejudicado sucessivamente com pormenores e burocracias, e mesmo por caprichos dos professores, e no final alunos que nem consegue acabar engenharia no isec... nem sequer é o ist! Têm de ir para eng. na uni, uma bela faculdade, onde realmente a dificuldade é algo comparavel apenas ao MBA's do MIT...
Já o Mário Del Povo, se quer trocar de universidade por exemplo do IST pra FCUL, tem de fazer os exames nacionais e voltar ao 1º ano, salvo algumas disciplinas que têm equivalência... poucas mesmo assim... e isto já para não falar na moral que esta gente tem de pedir medias de 18 valores para entrar em medicina... quando nem antonios damasio, germanos de sousa, o próprio actual bastonário, e mesmo o famoso medico dos siameses, poderiam entrar hoje na faculdade com as medias de secundário que tinham na altura... ah e tal o damasio so teve 13, portanto deve ser um medico bastante mau...
enfim...
PORTUGAL....
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O assalto que José Sócrates de Sousa tem vindo a fazer ao ensino público, acolitado por aquele trio inenarrável (Rodrigues, Lemos & Pedreira), cujo desempenho oscila entre a ópera bufa e o mais sarnento western spagheti, está a virar-se contra o próprio. Embora o mal já esteja feito (e não me refiro à mais recente e vergonhosa "reforma" do ensino especial, uma autêntica infâmia), seria uma ironia verdadeiramente digna deste destino luso que o princípio da queda deste primeiro ministro fosse a descoberta da fraude das suas habilitações académicas! Como dizem os ingleses, "what goes around comes around", que a feliz tradução do google apresenta como "o que circunda vem ao redor", que sempre é mais poético e francamente menos vingativo do que "cá se fazem, cá se pagam".
http://www.cronicasdalavandaria.blogspot.com/ (http://www.cronicasdalavandaria.blogspot.com/)
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vale a pena dar uma vista de olhos...
http://www.doportugalprofundo.blogspot.com/ (http://www.doportugalprofundo.blogspot.com/)
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Hellraiser, bom post!
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Biografia oficial do Parlamento
Curriculum de Sócrates já incluía licenciatura em Engenharia antes do curso na Independente 10.04.2007 - 09h20 PUBLICO.PT
As biografias oficiais da Assembleia da República de 1993 já apresentavam José Sócrates como licenciado em Engenharia Civil, três anos antes de o actual primeiro-ministro ter concluído a sua licenciatura na Universidade Independente, avança hoje o Rádio Clube Português.
Nos registos do Parlamento sobre o então deputado socialista eleito por Castelo Branco surgia uma licenciatura em Engenharia Civil, apesar de o actual primeiro-ministro já ter afirmado que apenas terminou a licenciatura em 1996, o que coincidiu com o exercício de funções de secretário de Estado adjunto do Ministério do Ambiente.
Nesse ano de 1993, o registo académico de José Sócrates incluía apenas um bacharelato em Engenharia pelo Instituto Superior de Engenharia Civil de Coimbra, que foi concluído no fim da década de 1970.
Desde então, José Sócrates frequentou o Instituto Superior de Engenharia de Lisboa e a Universidade Independente, tendo obtido aí o diploma em Setembro de 1996.
Um outro dado revelado pela investigação do RCP aponta para que um ano antes da conclusão da licenciatura, em Outubro de 1995, o então secretário de Estado adjunto do Ministério do Ambiente assumiu o título académico de Engenheiro no decreto de nomeação para o Governo de António Guterres publicado em Diário da República.
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Toda esta questão já mete impressão...
Fica-se com a ideia de que se trata das baronesas e dos condes viscondes e arquiduques, a contestarem a utilização do título nobiliarquico uns dos outros.
... O Sr. Visconde da Porcalhota, utilizou o titulo de Visconde indevidamente, porque sua Alteza ainda não tinha elevado a Porcalhota a Viscondado...
... Da mesma maneira o senhor Barão de Cova da Buracoa, não deveria ter utilizado o título, antes de ter sido nomeado ...
Isto é ridiculo.
O que parece estar em causa é o título nobiliarquico, e a mania portuguesa (uma das coisas porque somos ridicularizados internacionalmente) de chamar qualquer licenciado por Doutor ou Engenheiro.
A imbecilidade parece não ter limites, e a camada de gordura e sebo em cima de politicos e jornalistas, faz lembrar o ambiente politico no final do século XIX.
A classe politica faz toda lembrar o Dantas seboso, e cheio de brilhantina. Os jornalistas que colaboram nesta historia de sebo e banha estão na mesma.
Este caso é lamentável, porque se está a julgar alguém, não pelo que eventualmente será capaz de fazer, mas pelo facto de ter utilizado um "título".
Este caso é mais uma triste fotografia colectiva à sociedade portuguesa, e especialmente aos circulos lisboetas, que parece que vivem no "Reino da Fantasia" enquanto o resto do país trabalha para lhes pagar os salários.
Cumprimentos
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"Foge cão
que te fazem Barão...
Para onde?
Se me fazem Visconde!"
Já dizia o, posteriormente Visconde
de, Almeida Garrett...
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papatango, na minha opinião esta questão tem pouco a ver com essa tradição provinciana e parola tão portuguesa do sô doutor e do sô engenheiro.
A questão de fundo aqui é saber se um qualquer membro dum qualquer governo pelo facto de o ser, foi ou não “ajudado” a obter a dita acreditação académica, ao contrário do que acontece com um qualquer estudante desprovido dessas mesmas ajudas.
Especialmente relevante é esta questão, se repararmos que a pessoa em causa é Primeiro-ministro e como tal tem que estar acima de qualquer tipo de suspeita de favorecimento, no presente, ou no passado quando era um simples Secretário de Estado ou Ministro.
A questão dos media também me parece interessantíssima. Salvo raras excepções, todos os demais medias cobriram com um manto de silêncio esta questão. Porquê?
E se isto tivesse acontecido com o anterior governo? Como reagiriam esses mesmos media?
São sem dúvida umas boas questões para meditar.
Espero sinceramente e a bem do país que esta questão seja devidamente esclarecida.
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Carta aberta a José Sócrates
Vicente Jorge Silva
Jornalista
Senhor primeiro-ministro,
O pretexto oficial da sua entrevista logo à noite na RTP é fazer o balanço de dois anos de governo. Mas o pretexto verdadeiro é outro - e é esse que motiva a principal curiosidade dos portugueses, que esperam ouvi-lo falar, finalmente, sobre o atribulado folhetim das suas qualificações académicas. É um sinal dos tempos que um caso aparentemente anedótico e exterior ao seu desempenho como primeiro- -ministro acabe por sobrepor-se à apreciação da actividade governativa. Mas a história das democracias está cheia de episódios assim, por mais que lhe custe (e nos custe) admiti-lo. Goste-se ou não, o que está neste momento a ser escrutinado não é a qualidade de um Governo mas a qualidade de carácter do seu chefe. E o juízo feito sobre esse carácter acabará por influenciar decisivamente a confiança que os cidadãos depositam em si e no seu Governo.
O sr. primeiro-ministro deixou arrastar demasiado tempo um episódio que deveria ter esclarecido assim que ele se tornou público, seguindo aquele sábio princípio de quem não deve não teme (ou outros semelhantes, como o da mulher de César). A sua vitimização como alvo de uma campanha de assassínio de carácter não só não o ajudou como envenenou ainda mais o clima de suspeição que já pairava à sua volta. As canhestras tentativas de pressão de alguns dos seus assessores junto de certos media para impedir a difusão do folhetim, somadas às sucessivas correcções do seu currículo académico no site do Governo, só pioraram - só podiam ter piorado - as coisas. E à medida que se iam conhecendo novos porme- nores obscuros e pouco compreensíveis do caso, a dificuldade de explicar o que deveria ser transparente tornou-se ainda maior. Receio, por isso, que seja já tarde para uma explicação que dissipe definitivamente as nuvens que se têm avolumado.
Segui com atenção a conferência de imprensa do ministro da Ciência e Ensino Superior na passada segunda-feira, em que divulgou o despacho provisório de encerramento compulsivo da Universidade Independente (UnI). José Mariano Gago foi sagaz e inteligente, como seria de esperar dele, nomeadamente na defesa vigorosa do exemplo dado pelo agora chefe do Governo - que "voltou à escola" e se preocupou em enriquecer o respectivo percurso académico quando nada o obrigava a isso. Só que também essa intervenção apareceu tardiamente e por demais "colada" à entrevista desta noite na RTP. Além disso, tirando a explicação fornecida sobre o "buraco" existente no seu ano de licenciatura na UnI, continuámos sem perceber muitos outros pormenores bizarros e incompreensíveis do imbróglio. Permanece misterioso o facto de uma universidade que no último ano acumulou tantas situações de descalabro e se transformou num caso de polícia tenha merecido, num passado ainda muito recente, apreciações positivas por parte das inspecções escolares. Como se compreende este mergulho súbito no abismo, quando não existiam oficialmente indícios anteriores de que isso poderia ocorrer? Há aqui, com efeito, excessivas contradições e numerosas peças que não encaixam no puzzle.
O sr. primeiro-ministro vai ser entrevistado esta noite por dois jornalistas com um percurso profissional acima de toda a suspeita. Infelizmente, isso não impede que essa entrevista pareça ter sido agendada politicamente em seu exclusivo benefício e num território controlado por si. Admito que se trate de uma suposição injusta, mas é o preço da suspeita que se instalou e, também, da sua obsessão permanente em domesticar a agenda mediática - obsessão que agora se vira contra si.
Se há um lugar onde é mediada a relação entre governantes e governados, esse lugar é a Assembleia da República. E no momento em que por iniciativa do PS se anuncia uma reforma que pretende revitalizar o Parlamento, por maioria de razão deveria ser aí o sítio certo para o sr. primeiro-ministro proceder ao balanço dos dois anos de Governo e esclarecer todas as dúvidas sobre o caso que, queira-o ou não, ameaça manchar a sua credibilidade.
Quando fui seu colega como deputado do PS, propus a realização de um debate entre políticos e jornalistas, onde cada uma das partes assumisse frontalmente as suas razões e responsabilidades respectivas. Talvez se tratasse de uma iniciativa ingénua, mas teria pelo menos o mérito de clarificar os campos e separar as águas. Você e alguns dos seus amigos viram isso com maus olhos, porque, para si, há no jornalismo uma natureza pérfida que não pode ser deixada à rédea solta e tem de ser ferreamente enquadrada pelo poder político. Eu, que sempre combati o corporativismo jornalístico e a promiscuidade entre o poder político e os media, constato agora que a sua incompreensão do papel do contrapoder jornalístico numa sociedade democrática não é estranha à súbita derrapagem da sua agenda mediática. Espero, muito sinceramente, que tire conclusões proveitosas desse facto. Seria útil para si, para o seu Governo e para a saúde da democracia portuguesa.
http://dn.sapo.pt/2007/04/11/opiniao/ca ... rates.html (http://dn.sapo.pt/2007/04/11/opiniao/carta_aberta_a_jose_socrates.html)
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http://dn.sapo.pt/2007/04/11/opiniao/ca ... rates.html (http://dn.sapo.pt/2007/04/11/opiniao/carta_aberta_a_jose_socrates.html)
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D. Carlos I, que conhecia como ninguém os portugueses, concedeu em Novembro de 1907 uma entrevista a Joseph Gaultier, do parisiense Le Temps. Questionado a respeito da nomeação de João Franco para Primeiro-Ministro, limitou-se responder: "dá-me, como Primeiro-Ministro, garantias de carácter". É tudo ! Hoje só me apetece dizer, como o outro: "mon pays me fait mal". Não sei se se trata de um mitómano, de um burlão ou de um desgraçado, mas se eu fosse Presidente da República demitia-o esta noite, sem apelo nem agravo. Sinto-me defraudado e enganado. Sinto verdadeira revolta pelo estado a que tudo isto chegou. Isto é, verdadeiramente, um enclave de sub-desenvolvimento no seio da Europa.
http://combustoes.blogspot.com/ (http://combustoes.blogspot.com/)
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http://www.publico.clix.pt/docs/politic ... crates.pdf (http://www.publico.clix.pt/docs/politica/documentosLicenciaturaSocrates.pdf)
http://www.publico.clix.pt/docs/politic ... rafico.pdf (http://www.publico.clix.pt/docs/politica/registobiografico.pdf)
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Façam o esforço de ler
(acompanha o último link colocado pelo colega PereiraMarques)
AR: Os dois registos biográficos de Sócrates aparentam ser cópia um do outro
Lisboa 11 Abr (Lusa) - Os dois registos biográficos do deputado socialista José Sócrates, de 1992 (referentes à VI Legislatura da Assembleia da República), aparentam ser cópia um do outro, mas possuem informações diferentes relativamente às suas habilitações literárias.
Numa nota enviada à agência Lusa, hoje, de madrugada, a secretária-geral da Assembleia da República, Adelina Sá Machado, referiu que José Sócrates possuía no Parlamento dois registos biográficos em 1992.
Os esclarecimentos da secretária-geral da Assembleia da República surgiram em resposta a questões formuladas pela agência Lusa sobre os motivos que explicam que José Sócrates tenha surgido como licenciado em engenharia civil na Biografia dos Deputados de 1993, quando o primeiro-ministro só concluiu o seu curso na Universidade Independente em 1996.
No entanto, os dois registos biográficos do actual primeiro-ministro, a cujos "fac-símile" a agência Lusa teve acesso, aparentam ser cópia um do outro, porque coincidem quando sobrepostos, têm a mesma data (13 de Fevereiro de 1992) e possuem em grande parte o mesmo texto base.
As diferenças aparecem na parte relativa às habilitações literárias: num surge "engenharia civil"; no outro consta "Bach. Engenharia civil".
A segunda diferença entre os dois documentos enviados pelo Parlamento reside em que, no primeiro registo, José Sócrates aparece como "engenheiro", mas no segundo como "engenheiro técnico".
Até ao momento, os serviços da Assembleia da República ainda não esclareceram qual dos dois registos biográficos é cópia e qual é o original.
Estes registos biográficos serviram de base aos serviços da Assembleia da República para elaborarem a "Biografia dos Deputados" de 1993, onde José Sócrates aparece como engenheiro ao nível das habilitações literárias, tendo a licenciatura em engenharia civil.
Porém, numa nota difundida terça-feira ao fim da tarde, o gabinete do chefe do Governo sustentou que "a referência na Biografia dos Deputados de 1993 à licenciatura em engenharia civil de José Sócrates está errada e constitui um lapso ao qual o primeiro-ministro é completamente alheio".
Segundo o mesmo gabinete, "nas indicações curriculares fornecidas pelo então deputado José Sócrates aos serviços da Assembleia da República, tanto na V Legislatura (1987-91) como na VI Legislatura (1991-95), foi expressamente mencionada pelo próprio a sua condição de Engenheiro Técnico e de titular do Bacharelato em Engenharia Civil".
Na resposta à agência Lusa, a secretária-geral do Parlamento sublinha que os dados inseridos na edição "Biografias" tiveram "por base, na VI Legislatura, como nas demais, informações constantes dos registos biográficos dos senhores deputados".
"Estes dados são da responsabilidade de quem preenche aqueles registos, sendo que os dados deles constantes não são confirmados pelos serviços" do Parlamento, salienta Adelina Sá Carvalho.
Em relação ao caso específico de José Sócrates, em 1993, a secretária-geral da Assembleia da República aponta que a edição da "Biografia VI Legislatura" refere o actual primeiro-ministro como tendo a "licenciatura em engenharia civil", adiantando que o seu registo biográfico refere em habilitações literárias "engenharia civil".
No entanto, a secretária-geral do Parlamento adverte que "existe também nos arquivos um outro registo biográfico da mesma data onde está referida como habilitação literária o bacharelato - 'bach em engenharia civil' - e como profissão engenheiro técnico".
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Processo de candidatura de Sócrates à UnI foi concluído fora de prazo
O certificado do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, incluído no dossier de José Sócrates na Universidade Independente (UnI), que atesta as cadeiras até à altura concluídas pelo primeiro-ministro naquele estabelecimento de ensino, foi passado quase um ano depois de terminar o prazo fixado por lei para a instrução do processo de transferência para a UnI.
Segundo a portaria número 96/95, de 1 de Fevereiro de 1995, os estabelecimentos de ensino superior particular e cooperativo passaram a estar abrangidos, nesse ano, pelo regulamento dos regimes de reingresso, mudança de curso e transferência do Ensino superior.
Este regulamento, aprovado pela portaria 612/93 é muito claro em matéria de prazos: a informação do processo de candidatura deve ser entregue até 31 de Agosto, antes do início do ano lectivo, sob pena de desta ser indeferida.
José Sócrates, que frequentou o ano lectivo de 1995/96 na UnI, só entregou o seu certificado do ISEL – indispensável para atestar as cadeiras concluídas e decidir sobre as disciplinas a que teria equivalência – após 8 de Julho de 1996, data que consta do certificado do ISEL, assinado pelo chefe de secção da secretaria.
Como o PÚBLICO noticiou no primeiro trabalho sobre o dossier de licenciatura de José Sócrates, o então secretário de Estado Adjunto do Ambiente enviou por fax, com timbre do Ministério do Ambiente, uma folha de rosto em que se lia: “Caro Professor: Aqui lhe mando os dois decretos (o de 95 fundamentalmente) responsáveis pelo meu actual desconsolo”.
A data deste fax surge sumida na fotocópia. Até agora não foi dada qualquer explicação para o surgimento deste documento no dossier de licenciatura nem sobre a que decretos se referia José Sócrates.
O artigo 19 do diploma número 612/93 refere que devem fazer parte da instrução do processo de candidatura os “documento(s) comprovativo(s) das situações pessoais e habilitacionais com a totalidade dos elementos necessários ao processo de candidatura, de acordo com o fixado pelo estabelecimento de ensino”. E também a lei que regula o regime de equivalências no ensino superior (decreto-lei 316/83) estabelece que o processo seja “instruído com documento comprovativo da aprovação nas habilitações de que se requer equivalência”.
A lei esclarece que “serão liminarmente indeferidos os pedidos dos estudantes que, reunindo as condições necessárias à candidatura”, “sejam realizados fora dos prazos” ou não sejam “acompanhados da documentação necessária à completa instrução do processo”.
Presidente da APESP confirma
Ressalvando que não conhece em concreto o caso de José Sócrates, o presidente da Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado, João Redondo, confirma que para a concretização de um processo de equivalência é necessário apresentar um certificado de habilitações, acompanhado de um documento que defina o conteúdo das disciplinas já concretizadas. “Não vejo como é que se pode definir um plano de estudos e equivalências sem verificar qual o histórico escolar do estudante”, diz João Redondo.
A partir daí as instituições são “mais ou menos exigentes” nas peças processuais que pedem, explica João Redondo, dando o exemplo do que “sempre foi e continua a ser feito” na Universidade Lusíada, detida pela Fundação Minerva, da qual é vice-presidente.
“Só com o certificado de habilitações, a identificação do corpo docente, carga horária e o programa das disciplinas acompanhado com as matérias sumariadas é que tratamos dos pedidos de equivalência”.
Do dossier de José Sócrates a que o PÚBLICO teve acesso consta uma folha, não datada, dirigida ao reitor Luís Arouca, em que José Sócrates afirma ser seu “desejo terminar os estudos de licenciatura em Engenharia Civil” na UnI e solicita um plano de estudos com essa finalidade.
Acrescenta ainda que junta em anexo o certificado de habilitações do bacharelato tirado no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) e também “a relação das cadeiras” que havia feito no curso Vias de Comunicação e Transportes do ISEL.
Relativamente a estas, contudo, ressalva que, “pelo facto de algumas notas não estarem ainda lançadas”, só o poderia entregar em Setembro. Do dossier consta o certificado do ISEC, mas não consta nenhuma relação das cadeiras do ISEL, nem qualquer certificado com data de Setembro.
A resposta ao requerimento de Sócrates tem data de 12 de Setembro de 1995. O reitor Luís Arouca adianta nessa carta que a Comissão Científica da Faculdade de Tecnologias “deliberou propor-lhe a frequência e conclusão das seguintes disciplinas do Plano de Estudos de Engenharia Civil: Análise de Estruturas, Betão Armado e Pré-Esforçado, Estruturas Especiais, Projecto e Dissertação”.
Segundo disse ao PÚBLICO Luís Arouca, a disciplina de Inglês Técnico ficou de fora por lapso.
O Boletim de Matrícula, por sua vez, data de 14 de Setembro de 1995. Dos documentos entregues juntamente com a matrícula consta apenas uma fotocópia do Bilhete de Identidade.
Fonte (http://http)
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Entrevista/PM: José Sócrates espera que entrevista tenha sido "esclarecedora"
Lisboa, 11 Abr (Lusa) - O primeiro-ministro, José Sócrates, manifestou hoje a sua esperança de que a entrevista à RTP e RDP tenha sido "esclarecedora" sobre a sua licenciatura na Universidade Independente, salientando o "orgulho" no seu currículo académico.
Questionado se está disponível para prestar esclarecimentos no Parlamento, o primeiro-ministro não deu uma resposta clara.
"Tenho esperança que esta entrevista tenha sido esclarecedora. Procurei responder a todas as perguntas, combater todas as insinuações e esclarecer todas as dúvidas legítimas", respondeu José Sócrates, no final da entrevista, em declarações aos jornalistas.
"Fi-lo com a consciência de quem não tem nada a esconder e tem muito orgulho no seu currículo académico", acrescentou.
A entrevista, que durou 87 minutos, centrou-se nos esclarecimentos do primeiro-ministro sobre as dúvidas levantadas ao longo das últimas semanas sobre o seu percurso académico, e também num balanço sobre os dois anos de Governo.
"Procurei também demonstrar que temos um rumo para o país", salientou, escusando-se a responder a mais perguntas dos jornalistas que o aguardavam nas instalações da RTP e RDP.
José Sócrates saiu acompanhado pelo presidente do conselho de administração da RTP, Almerindo Marques.
O carro do primeiro-ministro já o aguardava à saída, permitindo uma saída rápida de José Sócrates das instalações da televisão e rádio públicas.
SMA.
Lusa/Fim
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Queria por os meus 2 centavos nesta conversa... Eu considero a minha ideologia de direita conservadora, e sobre socrates acho que e um bom politico, com coragem determinacao e independencia da maquina socialista! Nao me admiro nada que esta silada que se encontra fosse preparada pelos socialistas para lhe puxar as redeas! Nao acho que um curso de a ou b seja importante, o importante e ele continuar a reformar o pais!
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Queria por os meus 2 centavos nesta conversa... Eu considero a minha ideologia de direita conservadora, e sobre socrates acho que e um bom politico, com coragem determinacao e independencia da maquina socialista! Nao me admiro nada que esta silada que se encontra fosse preparada pelos socialistas para lhe puxar as redeas! Nao acho que um curso de a ou b seja importante, o importante e ele continuar a reformar o pais!
:shock: :shock: :shock: :shock:
Nem sei o que dizer!
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Queria por os meus 2 centavos nesta conversa... Eu considero a minha ideologia de direita conservadora, e sobre socrates acho que e um bom politico, com coragem determinacao e independencia da maquina socialista! Nao me admiro nada que esta silada que se encontra fosse preparada pelos socialistas para lhe puxar as redeas! Nao acho que um curso de a ou b seja importante, o importante e ele continuar a reformar o pais!
Nem pensar nisso. Este caso é obra da dupla Santana/Portas.
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Nem pensar nisso. Este caso é obra da dupla Santana/Portas.
Para mim é obra do Bush.
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Nem pensar nisso. Este caso é obra da dupla Santana/Portas.
Para mim é obra do Bush.
Nunca tinha visto nada tão escandaloso desde Roswell.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%2Fwikipedia%2Fcommons%2Fthumb%2F4%2F4b%2FGreyAlien.Roswell.jpg%2F100px-GreyAlien.Roswell.jpg&hash=130686279bb87872bd2081f80866b44b)
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- Eles andem aí!
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12.04.2007, Vasco Pulido valente
O sr. primeiro-ministro negou ontem na televisão, indignadamente, que fosse "um especialista em relações públicas". Temos de o acreditar. Mas não há dúvida que ontem na televisão o sr. primeiro-ministro até pareceu "um especialista em relações públicas". Para começar, arrumou com brandura o caso da sua carreira académica, que afinal não é um caso. A Universidade Independente mandou e ele cumpriu. Quanto à burocracia, não sabe, nem se interessa. Quanto ao dr. António José Morais, que lhe "deu" quatro cadeiras, não o conhecia antes. Quanto ao resto, toda a sua vida de estudante só revela "nobreza de carácter", vontade de "melhorar" e de se "enriquecer" (intelectualmente). Um exemplo que ele, aliás, recomenda aos portugueses. Ponto final.
A minha ignorância não me permite contestar explicações tão, por assim dizer, "transparentes". Claro que nunca ouvi falar de um professor que "desse" quatro cadeiras no mesmo ano ao mesmo aluno, nem num reitor que ensinasse "inglês técnico", nem num conselho científico que fabricasse um "plano de estudos" para "acabar" uma licenciatura. Falha minha, com certeza. Se calhar, agora estas coisas são normais.
O sr. primeiro-ministro também declarou que ele e o seu gabinete não telefonam a jornalistas com a intenção malévola de os "pressionar". Pelo contrário, só os querem esclarecer. Ficamos cientes.
Fora isto, Sócrates demonstrou facilmente que o governo é óptimo e que ele é determinado, decidido, inabalável, responsável e bom. Portugal inteiro está, como lhe compete, agradecido.
Pedro Mexia
O debate começou bem e foi ficando progressivamente mais complicado, a partir mais ou menos dos 20 minutos. Porque um debate que normalmente seria sobre o estado da Nação a meio de um mandato do Governo, acabou por ser sobre o currículo académico do primeiro-ministro.
José Sócrates começou bem, tentando mostrar algum sentido de Estado ao querer separar o seu caso do da Independente. Foi habilidoso. O seu caso exigia, porém, prova documental, e talvez uma entrevista numa televisão não fosse a melhor maneira de a produzir. Conseguiu desmontar bem o alegado caso de assassínio de carácter, mas acabou por se atrapalhar nos pormenores. Ficou muito emperrado na questão emenda dos documentos da Assembleia da República, bem como nas notas lançadas pela Independente a um domingo. As questões de facto foram remetidas para casos de secretaria.
José Sócrates quis ainda reconhecer que existem diferenças entre dar explicações aos jornalistas e fazer pressões e foi cínico sobre a OPA. Ninguém acredita que o Governo não tivesse desse indicações à Caixa Geral de Depósitos. Foi de uma candura que soou a cinismo.
Foi interessante nesta entrevista a palavra blogosfera ter entrado nesta entrevista na discussão política.
Miguel Gaspar
O único momento verdadeiramente surpreendente da entrevista do primeiro-ministro à RTP foi quando explicou que escreve o pronome seu no fim das cartas, para ser como o inglês yours. Isso e a ideia de que, afinal, o substantivo engeheiro não designa uma competência mas sim um rótulo social definiram uma entrevista que valeu pelo que não se viu. Desde logo não se viu o balanço dos dois anos do Governo, que era a justificação da entrevista. Ora, gastou-se mais tempo com a Independente. A entrevista ou era uma coisa ou era outra. As duas, não podia ser. O dois-em-um não podia dar certo. José Alberto Carvalho conseguiu o tom certo numa conversa que o entrevistado queria de bom tom. Esforçou-se e tinha sem pre uma pergunta engatilhada. Nomeadamente no dossiê Independente. Maria Flor Pedroso, que é da rádio, estava a jogar fora e deixou-se ficar num papel mais apagado. Ganhou a noite, o primeiro-ministro? Pareceu-me que sim. E como, nestas coisas de televisão, o que importa é parecer, se pareceu, deve ter sido. A entrevista foi um bom sintoma daquilo a que está reduzida a política portuguesa: um aeroporto que ainda não existe e uma coisa que não se sabe se alguma vez foi uma universidade. Onde estão a ideologia, a Europa, as questões sociais? Nada. Sócrates gosta de passar a imagem do homem de acção que fala pouco. O problema é não ter obra para mostrar. Pouco mais pode fazer do que imitar o treinador do Benfica: prometer a Lua, iludir as derrotas e prometer a taça no ano que vem. Mas os eleitores sabem que é a fingir.
Antonio Barreto
Simplesmente patético! Um primeiro-ministro a defender-se com um arguido! Um primeiro-ministro a considerar insinuações as mais legítimas dúvidas da imprensa e da opinião pública!
Um primeiro-ministro que acha normal que um deputado, ministro depois, se matricule em curso superior e obtenha diploma académico de recurso (feito em três universidades diferentes), ainda por cima em estabelecimento não reconhecido pela respectiva Ordem profissional!
Um primeiro-ministro que não percebe que um deputado e um membro do governo não têm os mesmos direitos, ou antes, as mesmas faculdades que os outros cidadãos e não podem nem devem apresentar-se como candidatos a cursos pós-laborais que lhe confiram estatuto académico a que aspiram!
Um primeiro-ministro que considera normal e desculpável que os seus documentos oficiais curriculares sejam corrigidos e alterados ao gosto das revelações públicas!
Era tão melhor julgar os políticos por razões políticas e não por motivos pessoais ou de carácter! São, infeliz e necessariamente, sinais dos tempos. Dinheiro, sexo, cultura, vida familiar, gosto e carácter transformaram-se em critérios de avaliação. O facto, gostemos ou não, faz parte das regras do jogo.
Com a política totalmente centrada na personalidade do líder, é natural que a totalidade da personalidade seja motivo de interesse e escrutínio. A ponto de, infelizmente, superar os fundamentos e os resultados da acção política. Sócrates está a pagar os custos desta nova tendência. E a verdade é que ele não soube, não quis ou não pôde matar o abcesso à nascença. O facto de o não ter feito avolumou o episódio. Ter dado à imprensa e à opinião pública espaço e tempo para deslindar o confuso mistério dos seus diplomas foi um erro fatal. Ter tentado exercer pressões sobre a imprensa e os jornalistas foi igualmente uma imperícia infantil. Ter a necessidade de mostrar diplomas na televisão revela uma situação em que a palavra já vale pouco e a confiança se esvai. Ter tentado justificar o facto de se matricular, como "humilde deputado", e de se graduar, como ministro, é inútil. Mas revela uma crença perigosa: a de que acha natural e legítimo que um deputado e um membro do governo possam fazer tudo isso!
É possível que este homem seja Primeiro-ministro mais dois anos ou até que consiga ser reeleito. Mas uma coisa é certa: a confiança está ferida. Ora, enquanto a utilidade pública vai e vem, a confiança, quando quebra, não tem cura. As feridas de carácter não cicatrizam.
Subitamente, num Verão passado
12.04.2007, Helena Matos
Há muitos anos, numa certa noite de Verão, um carro fazia a grande velocidade a estrada marginal em direcção a Lisboa. Devia ser bonita a viagem porque bonito é o traçado dessa estrada e porque bonitas são todas as noites de Verão ao pé do mar. E bonitas, lindíssimas até, eram as ocupantes que, seguindo em automóveis particulares de boa marca em direcção a Cascais, se cruzavam com esse carro oficial. Não é provável que os viajantes - os dos automóveis particulares, por um lado, e os da viatura oficial, por outro - tenham sequer cruzado um olhar nessa noite de Setembro. O mais certo é que apenas o mar e a Lua tenham notado como os sorrisos de quem viajava para Cascais contrastavam com o olhar inquieto dos homens que seguiam no carro de Estado, como então se chamava às viaturas oficiais. E tinham razões para sorrir os primeiros, pois dentro de minutos estariam num dos acontecimentos mais extraordinários que até então tivera lugar em Portugal, a festa Patiño. Quanto aos segundos, a cada quilómetro vencido viam confirmados os seus piores receios. A dado momento, um dos passageiros perguntou ao homem que ocupava as suas atenções em que universidade se tinha ele formado. Não sabia. Peguntou-lhe em seguida em que ano se formara. Também não se lembrava. Nesse momento os outros ocupantes do carro de Estado perceberam que o Estado português era chefiado por um incapacitado.
Salazar, porque é dele que se trata, não sabia quem era. Cada vez mais apressada, a viatura segue para o hospital dos Capuchos. Também apressados, os convidados de Antenor Patiño, o rei do estanho, vão chegando a Alcoitão. Uma passadeira vermelha leva-os até àquilo que a imprensa define como um palácio suspenso. Enquanto, ao ritmo frenético do Pentágono, nas pistas de dança se cruzam Gina Lollobrigida, Maria Félix ou a princesa Margarida da Dinamarca, Salazar, sentado numa cadeira de rodas, é submetido a exames nos velhos hospitais de S. José e dos Capuchos e, por fim, é levado para a Cruz Vermelha. Durante a madrugada, a claustrofóbica nomenklatura do regime é confrontada com a realidade. "O país está sem Presidente do Conselho", repete Gonçalves Rapazote. Perante o vazio de poder, os médicos tomam uma decisão: "Vamos operar o doente do quarto n.º 68." Enquanto, em Benfica, Salazar é operado, em Alcoitão, os convidados mais festivos de Patiño vêem nascer o dia bebendo taças de chocolate à volta da piscina. A essas mesmas horas a censura atrasa a publicação, pel"O Século, da notícia da hospitalização de Salazar, notícia essa conseguida em primeira mão por um jornalista daquele periódico que se encontrava no hospital de São José quando Salazar ali chegara vindo do Estoril. Será a Emissora Nacional quem anuncia o sucedido aos portugueses através da leitura dum oficiosíssimo boletim médico.
uase 40 anos depois, alguns dos elementos deste drama teimam em voltar à cena: um chefe de Governo que perde a capacidade de liderança; uma nomenklatura que não sabe viver sem chefe, até porque o chefe gostava de o ser e não autorizava outros protagonismos; elites económicas desdenhando do poder político que as alimentou assim que percebem que este está descredibilizado; um país que não distingue autoritarismo do exercício do poder e por isso fez e faz do princípio do mal menor o seu critério para entronizar os líderes. E como metáfora de tudo isso, vagueando em São Bento, alguém que acredita ser primeiro-ministro. E na rua um povo que, mais do que acreditar em quem o governa, precisa de acreditar que tem Governo. Jornalista
no jornal PUBLICO de 4/2007
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(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg134.imageshack.us%2Fimg134%2F8431%2Fs500x500rk1.jpg&hash=dcc09e03ef03c946b74cce5ab0d7bc62)
http://democraciaemportugal.blogspot.com (http://democraciaemportugal.blogspot.com)
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Isto resume tudo...
Sócrates gosta de passar a imagem do homem de acção que fala pouco. O problema é não ter obra para mostrar. Pouco mais pode fazer do que imitar o treinador do Benfica: prometer a Lua, iludir as derrotas e prometer a taça no ano que vem. Mas os eleitores sabem que é a fingir.
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comentário em blog
Hoje fui a uma Conservatória fazer um registo, por causa da transmissão de um imóvel. A páginas tantas, proporcionou-se que me tenha apetecido largar uma resposta, em sequência de conversa jocosa sobre outras coisas, e o que eu disse foi "Ah, pois, tipo Sócrates?".
Agora o que importa, as reacções: gargalhada de uma pessoa que me acompanhava; sorriso tímido de duas que estavam por perto; "shock and awe" nos funcionários da Conservatória; medo, medo explícito, em mais de uma dúzia de utentes na fila de espera.
Analisem como quiserem.
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Bom, grande parte dos registos da conservatória são tipo sócrates.
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Nao batam muito na velhinha se nao ele demite-se e ainda vao buscar o guterres ou o buchechas!
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Vi no Publico que ele se increveu em direito também...
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Esta última informação não interessa nem ao Pai Natal, eu também já estive inscrito numa licenciatura em que acabei por não fazer qualquer cadeira...qualquer dia ainda descobrem quantas réguas levou na escola primária...
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Esta última informação não interessa nem ao Pai Natal, eu também já estive inscrito numa licenciatura em que acabei por não fazer qualquer cadeira...qualquer dia ainda descobrem quantas reguadas levou na escola primária...
Era isto que queria dizer, não era?
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Sai já meia-dúzia de reguadas para o menino PereiraMarques
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PereiraMarques tudo bem, só estava a dizer o que vinha no público..
Eu também já passei por isso...
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Eu não estava a dizer mal do mensageiro, apenas da mensagem
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PMarques.
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A saga continua
Certificados de Sócrates com notas e datas diferentes
Um certificado de habilitações de José Sócrates, cujo original está na posse da Câmara Municipal da Covilhã, não coincide com o certificado que consta do seu dossier de aluno na Universidade Independente (UnI) e que foi revelado na RTP, na quarta-feira, pelo próprio primeiro-ministro.
Esse documento, a que o PÚBLICO teve acesso, apresenta seis notas divergentes com as que surgem no certificado que José Sócrates mostrou na Grande Entrevista, e que é igual ao que o PÚBLICO consultou na UnI.
Acresce que também as datas não coincidem. No certificado da Covilhã – emitido a 26 de Agosto de 1996 e que teve por objectivo a reclassificação de José Sócrates enquanto funcionário do quadro daquela autarquia – é referido que o então secretário de Estado Adjunto do Ambiente “concluiu” a licenciatura a 8 de Agosto de 1996.
Por sua vez, no certificado da UnI, emitido a 17 de Junho de 2003, lê-se que a conclusão do curso ocorreu a 8 de Setembro de 1996 – ou seja um mês depois da data indicada no outro documento.
Na entrevista concedida à RTP, o primeiro-ministro validou esta data como sendo a correcta. Contactado pela TVI, o gabinete de José Sócrates admitiu, contudo, que o primeiro-ministro possa ter sido induzido em erro, tendo por base o último certificado da Independente. E que a data correcta para o termo da licenciatura é mesmo a do certificado que foi enviado para a Covilhã.
Há, contudo, neste documento outros dados que não estão de acordo com os certificados dos três estabelecimentos de ensino por onde Sócrates passou: o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), o Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), e a UnI.
Comparando os três documentos, resulta que o certificado da Covilhã dá como tendo sido feitas na UnI duas cadeiras – Computação Numérica, do 2º ano, e Investigação Operacional, do 3º – que foram sim concluídas no ISEC e no ISEL.
A cadeira de Computação Numérica tem ainda outro problema: ao contrário do que lá está registado, a nota final não foi de 14 valores mas sim de 15 (valor que se mantém correcto no certificado final da licenciatura, inserido no dossier de aluno de Sócrates na UnI).
A discrepância de notas repete-se em mais cinco cadeiras: a Mecânica dos Fluidos surge a nota 13, quando no certificado da UnI a avaliação é de 11; a Análise de Estruturas a nota é 18, sobe um ponto; a Betão Armado e Pré-Esforçado registam-se 17 valores, menos um ponto do que no certificado da UnI; a Geologia Aplicada a nota é 16, mais um ponto; e a Projecto e Dissertação a avaliação é de 17, menos um ponto.
As notas agora reveladas pelo certificado enviado para a Câmara Municipal da Covilhã correspondem às notas inscritas numa folha, apresentada como pauta ao PÚBLICO, que faz parte do dossier de aluno de José Sócrates. Na primeira investigação publicada sobre o caso neste jornal, no dia 22 de Março, já se dava conta das divergências de notas registadas nessa pauta e no certificado de habilitações que também constava do processo.
Publico (http://http)
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http://www.publico.clix.pt/docs/politic ... crates.pdf (http://www.publico.clix.pt/docs/politica/diplomasSocrates.pdf)
Outra coisa "engraçada" o nome oficial da universidade não é "Universidade Independente"? Então porque é que vem nos certificados "Universidade Independente de Lisboa"...?
Que se cumpra o lema da UnI "rerum cognoscere causas", "conhecer a causas das coisas"! (por acaso o lema e o símbolo são plagiados da prestigiada London School of Economics!)
[img=http://img410.imageshack.us/img410/508/1620originalss5.th.jpg] (http://http)
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Sobre um caso de doutorite aguda
Será que a doença portuguesa de doutorite constitui herança de uma sociedade em que a pobreza e a iliteracia eram generalizadas? Uma sociedade predominantemente rural onde o estatuto ainda não tinha sido substituído pelo contracto? Há quem pensa que sim. Mas se formos ver os romances do século XIX encontramos uma situação surpreendente.
Tomemos por exemplo Os Maias de Eça. A personagem principal, Carlos de Maia, é apresentada logo no princípio do livro como recém-formado em medicina. Ao longo do livro é sempre tratado como Senhor Carlos da Maia (ou Vossa Excelência pelos inferiores). De facto, ninguém no livro é tratado por doutor, engenheiro ou qualquer outro título académico. A generalização dessa prática foi obra da Primeira República e somos levados a concluir que os doutores, engenheiros etc., vieram a substituir os titulares da antiga nobreza. Apesar do proclamado apego ao ideal da igualdade, parece evidente que os ‘desagradáveis doutores da República’ (como lhes chamou Vasco Pulido Valente) não conseguiram resistir ao apelo da hierarquização da vida social. Nem os juristas e tecnocratas do Estado Novo. E, ainda menos, os seus sucessores no ‘Portugal de Abril’.
No mínimo, temos a sorte de não termos copiado os alemães onde as mulheres adquirem, por casamento, o título do marido. Mas tinha sido mais simples se tivéssemos imitado os franceses onde toda a gente salvo os médicos é Monsieur ou Madame.
Nas actuais circunstâncias portuguesas o caso da Grã-Bretanha tem alguma pertinência. Entre os ingleses ninguém fora da universidade liga aos títulos académicos. Como em França, só o médico é doutor enquanto um médico-cirurgião inglês tem muita honra em ser tratado por Mr. Em Portugal até os comunistas apreciam ter um doutor como presidênte de uma câmara alentejana; os britânicos querem lá saber.
Winston Churchill foi um péssimo aluno, só passando em Inglês e História nos exames do fim do secundário. Para entrar na Academia Militar de Sandhurst teve que tentar três vezes até conseguir. Churchill tinha a vantagem de ser neto do Duque de Marlborough, mas a sua falta de habilitações literárias não foi excepcional entre os políticos ingleses.
A primeiro figura do Labour a chegar a Primeiro-Ministro, Ramsay MacDonald, de origem humilde e filho natural, foi PM três vezes e não tinha estudos superiores. Jim Callaghan, igualmente Labour, que ocupou todos os altos cargos do Estado antes de ser primeiro-ministro, também não frequentou a universidade. O último primeiro-ministro conservador, John Major, de origem humilde, saiu da escola aos dezasseis anos e depois de vários empregos modestos tornou-se bancário e enquanto empregado fez os exames do Instituto dos Bancários.
Em nenhum destes casos a falta de estudos superiores sequer era mencionado nas respectivas campanhas eleitorais ou na propaganda dos adversários.
Por que será que os portugueses são tão ostensivamente obcecados com as habilitações literárias dos seus representantes políticos? O que significa esta patologia social que levou um jovem e ambicioso político, dirigente de um partido que não para de pregar o igualitarismo, a enlear-se num imbróglio tão grotesco como humilhante?
http://www.oinsurgente.org/ (http://www.oinsurgente.org/)
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As equivalências e os termos assinados,
Que na ocidental raia Lusitana,
Por cursos nunca antes frequentados,
Passaram ainda além dos seis dias da semana,
Em betão armado e pré-esforçado,
Mais do que prometia a desfaçatez humana,
E entre gente bem mais douta edificaram
Novo currículo, que tanto sublimaram;
E também as notícias gloriosas
Daqueles feitos, que foram omitindo
A Lisura, a Hombridade, as Virtudes valerosas
Das corporações que foram destroçando;
E aquele, que por obras viciosas
Se vai da lei da respeitabilidade libertando;
Sobranceiro, entre pares, no plenário,
Cantarei, se a tanto me ajudar o engenho sanitário.
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Viva!
Como "disse" o Luso, Winston Churchill não necessitou de um canudo para ser o "melhor" primeiro ministro inglês. O seu opositor (ao tempo) - Hitler - tinha apenas o 2º. ano!!!
Toda esta situação do nosso “primeiro” e toda a envolvente criada pelos partidos da oposição e jornalistas à mistura é vergonhosa até para o país. Hoje ouvi do Valentim Loureiro um comentário ao caso, que me impressionou pela justeza das afirmações. Dizia o senhor, que é pena que os políticos da oposição serem tão pequeninos, que não saibam fazer oposição (referiu-se ao Marques Mendes como "terminação"). Disse muitas mais coisas, mas como não gosto do homem, também não lhe prestei grande atenção.
O país está a passar por uma fase tão má, que me parece absurdo perdermos tempo com mexericos. Quero lá saber se o gajo é engenheiro ou não, ele está lá para governar, não como construtor civil.
Claro que não me vou esquecer deste facto. Quando voltar a haver eleições, vou colocar nos pratos da balança todos os factos, positivos e negativos. Consoante a tendência assim decidirei o meu voto. O homem pode não ser engenheiro, mas até estudou 7 anos e meio! Porra, conheço gajos que andam na universidade há bem mais tempo e não se licenciam nem fazem nada. Passam os dias (as noites, os dias são passados a dormir) na borga. Este gajo até conseguiu chegar a primeiro ministro!!!!
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O certificado de habilitações de José Sócrates, que está na Câmara da Covilhã e que tem como data de emissão 26 de Agosto de 1996, tem dados acerca da Universidade Independente (UnI) que só entraram em vigor anos mais tarde. Os números de telefone e o código de postal da Universidade que constam do documento só foram adoptados em 1998 e 1999 e não existiam na data que é referida no certificado de habilitações.
O documento que a TVI divulgou em primeira-mão serviu para a requalificação profissional de José Sócrates, que só foi publicada em «Diário da República» no ano 2000.
No documento aparece como código postal da morada da Universidade Independente 1800-255 Lisboa. Só que o código postal de sete dígitos ainda não existia em Portugal em 1996, como se pode verificar na página dos CTT na Internet. Só em 1998 foi introduzido o código postal de sete dígitos.
Também os números de telefone e de fax da UnI que estão no certificado não existiam em 1996. Os números aparecem com o indicativo 21, referente ao distrito de Lisboa. Mas em 1996, o indicativo que estava em vigor era o 01. Só em 21 de Outubro de 1999 a Portugal Telecom adoptou o novo plano nacional de numeração telefónica.
Estes dados estão todos no certificado de habilitações que José Sócrates enviou para a Câmara da Covilhã, onde ainda é quadro para efeitos de requalificação profissional. A TVI sabe que, só no ano 2000, é que foi publicada em «Diário da República» a nova categoria profissional do primeiro-ministro, dada pela licenciatura em Engenharia Civil.
Contactada pela TVI para esclarecer estes novos dados, a assessora da Universidade Independente disse que o processo de José Sócrates está depositado em cofre blindado, não podendo ser consultado. A assessora diz ainda que, a haver documentos díspares, alguns poderão ser forjados por quem quer descredibilizar a universidade e que, por isso, a instituição vai apurar responsabilidades.
Fonte: http://www.tvi.iol.pt/informacao/noticia.php?id=797690 (http://www.tvi.iol.pt/informacao/noticia.php?id=797690)
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As equivalências e os termos assinados,
Que na ocidental raia Lusitana,
Por cursos nunca antes frequentados,
Passaram ainda além dos seis dias da semana,
Em betão armado e pré-esforçado,
Mais do que prometia a desfaçatez humana,
E entre gente bem mais douta edificaram
Novo currículo, que tanto sublimaram;
E também as notícias gloriosas
Daqueles feitos, que foram omitindo
A Lisura, a Hombridade, as Virtudes valerosas
Das corporações que foram destroçando;
E aquele, que por obras viciosas
-Se vai da lei da respeitabilidade libertando;
Sobranceiro, entre pares, no plenário,
Cantarei, se a tanto me ajudar o engenho sanitário.
- Ah fadista!
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Viva!
Como "disse" o Luso, Winston Churchill não necessitou de um canudo para ser o "melhor" primeiro ministro inglês. O seu opositor (ao tempo) - Hitler - tinha apenas o 2º. ano!!!
Toda esta situação do nosso “primeiro” e toda a envolvente criada pelos partidos da oposição e jornalistas à mistura é vergonhosa até para o país. Hoje ouvi do Valentim Loureiro um comentário ao caso, que me impressionou pela justeza das afirmações. Dizia o senhor, que é pena que os políticos da oposição serem tão pequeninos, que não saibam fazer oposição (referiu-se ao Marques Mendes como "terminação"). Disse muitas mais coisas, mas como não gosto do homem, também não lhe prestei grande atenção.
O país está a passar por uma fase tão má, que me parece absurdo perdermos tempo com mexericos. Quero lá saber se o gajo é engenheiro ou não, ele está lá para governar, não como construtor civil.
Claro que não me vou esquecer deste facto. Quando voltar a haver eleições, vou colocar nos pratos da balança todos os factos, positivos e negativos. Consoante a tendência assim decidirei o meu voto. O homem pode não ser engenheiro, mas até estudou 7 anos e meio! Porra, conheço gajos que andam na universidade há bem mais tempo e não se licenciam nem fazem nada. Passam os dias (as noites, os dias são passados a dormir) na borga. Este gajo até conseguiu chegar a primeiro ministro!!!!
para mim, como penso que será o caso para a maioria dos portugueses, não está tanto em questão de ser licenciado ou não , mas sim o facto de ter (mais uma vez) mentido aos portugueses , ao mesmo tempo que com o ar hipócrita e sobranceiro que lhe é habitual prega a moral aos outros...e mais escandaloso de tudo, com o aval do sr. PR , que tantos achavam ser o salvador e que na verdade tem em sócrates o melhor aliado que podia desejar (e vice-versa).
Exige-se honestidade a todos? pois quem manda devia ser o primeiro a dar o EXEMPLO!
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e mais escandaloso de tudo, com o aval do sr. PR , que tantos achavam ser o salvador e que na verdade tem em sócrates o melhor aliado que podia desejar (e vice-versa).
- É mesmo! 
E eu falo contra mim. Que raio de gente temos para escolha.
Apesar de continuar a pensar que em quem votei eram os menos maus (apesar de ter votado no Socas contra Santana) vejo que o meu voto só ligitima canhões. Por isso faço intenções de não mais votar. Nestas brincadeiras não entro mais, nem ninguém defenderei.
Lição aprendida (espero).
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O pior é que o actual governo, faz lembrar aquelas firmas que ganham os concursos das obras, a troco do orçamento mais baixo, mas depois de meterem a mão na obra em vez de 10.....venham de lá 100, quando questionados argumentam que desconheciam o terreno onde a obra ia ser edificada, ou seja estamos lixados.........pagar e não refilar?????
Se isto é um estado de direito prefiro um que tenha umas curvas tipo.....aquela do P44, essa sim, bem me governava!!!!!
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Só para relembrar que o "atirador de pedras" também tem os seus telhados de vidro
A biografia de Luís Marques Mendes ao pormenor. (http://http) (vejam partido, de seguida líder)
Consultando a Ordem dos advogados (http://http), quem aparece inscrito é o Pai, António Marques Mendes.
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Resultado de investigação a processo de Sócrates divulgado 3ª feira
A Universidade Independente acaba de anunciar que vai revelar amanhã, em conferência de imprensa, as conclusões do processo de averiguação que está a ser feito internamente ao processo de José Sócrates. A UnI acredita que os certificados divulgados no fim-de-semana podem ser forjados.
Este processo de investigação foi aberto no sábado, depois de terem sido divulgados dados sobre a existência de diferentes certificados de habilitações de José Sócrates, que a Universidade Independente admite serem forjados.
A assessora da universidade, Maria João Barreto diz que a Independente, na conferência de imprensa de amanhã, quer esclarecer tudo o que rodeia o caso das habilitações do primeiro-ministro.
A assessora explica que nesse sentido vai ser divulgado o dossier do processo de José Sócrates, que a instituição guarda num cofre blindado, pelas palavras da assessora, e onde estão também depositados documentos relacionados com o processo académico de outras figuras publicas que estudaram na Universidade Independente.
À TSF, Maria João Barreto disse que há duas hipóteses: «ou os documentos divulgados foram resultado de erros humanos, ou, numa segunda perspectiva que parece a mais factual para a UNI, os documentos foram forjados com o objectivo de descredibilizar a UnI e o primeiro-ministro».
As conclusões da investigação interna do caso de José Sócrates vão ser reveladas numa conferência de imprensa para a qual a universidade diz que convidou o primeiro-ministro e também o ministro do Ensino Superior, Mariano Gago.
O jornal «Público» revelou, na sexta-feira, a existência de certificado datado de 1996 relativo ao primeiro-ministro onde constavam números de telefone e um código postal que só vieram a existir mais tarde.
http://tsf.sapo.pt/online/portugal/interior.asp?id_artigo=TSF179518
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Só para relembrar que o "atirador de pedras" também tem os seus telhados de vidro
A biografia de Luís Marques Mendes ao pormenor. (http://http) (vejam partido, de seguida líder)
Consultando a Ordem dos advogados (http://http), quem aparece inscrito é o Pai, António Marques Mendes.
E se eu lhe dissesse que ele foi regente de uma cadeira de Direito. Onde? Na Independente, claro!
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Só para relembrar que o "atirador de pedras" também tem os seus telhados de vidro :?
E agora :?:
Casos de fraude multiplicam-se mais depressa que os cogumelos, vejam este (http://http).
Então o que fazer, investigar todos os licenciados:?:
Acho que sim :lol:
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http://classepolitica.blogspot.com/ (http://classepolitica.blogspot.com/)
a hipocrisia da classe política
Ainda relativamente ao caso da licenciatura de Sócrates pela Universidade Independente, o modo como a classe política, de um modo geral, se vem manifestando sobre o caso, provoca seguramente um mal-estar para alguns cidadãos, indignação para outros e mesmo náuseas e vómitos para muitos outros.
Quando vemos Valentim Loureiro, a braços com a Justiça, manifestar a sua solidariedade para com Sócrates e investir contra todos aqueles que não vêem no primeiro-ministro o rigor e a competência de um predestinado a conduzir o País ao mais elevado progresso;
Quando assistimos ao coro dos habituais comentadores políticos, tentando por todos os meios branquear o comportamento de Sócrates e de todas as contradições relativas ao caso da sua “licenciatura”;
Quando vemos os responsáveis partidários, do PCP e BE ao CDS, desdramatizando e darem-se por satisfeitos com as explicações do primeiro-ministro na entrevista televisiva, como se todas os dados já vindos a público, não tivessem qualquer valor;
Será lícito questionarmos a razão para tanta solidariedade, para tanta aproximação, para tanta afinidade. O traço comum a todos eles é só um – são todos pertencentes a uma aristocracia política que se perpetua há décadas no poder. É toda esta vasta elite, com privilégios particulares, com condições especiais salariais e de reforma, que saltam do governo para as empresas públicas e das empresas públicas para o governo, das assessorias dos ministérios para a gestão do Órgãos da Administração Pública e dali para as assessorias ministeriais.
Estão presentes na gestão dos Institutos, Empresas Municipais, Fundações, Auditorias, Comissões, Órgãos, Agências, Autoridades, Conselhos, Gabinetes, Centros, Fundos, Inspecções, … e nos mais altos cargos da Administração Pública e agora, todos se unem na defesa dos seus privilégios, de algum modo ameaçados pelo descrédito dos políticos como um todo, que o caso Sócrates ampliou.
”É esta falsa solidariedade à volta de Sócrates de aliados e adversários, de Menezes a Duarte Lima, passando pelo Dr. Portas e o Dr. Louçã, até pelo Dr. Jardim e Marcelo Rebelo de Sousa, que se manifesta hipocritamente perante o descrédito e a eventual queda de Sócrates. É que consigo cairá toda uma certa forma de fazer e subir na política, e é isso que assusta, óh se assusta, tanta gente.”
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg.photobucket.com%2Falbums%2Fv249%2FLuso308%2Fhipocrisia.jpg&hash=2c4427939ef2d0762701b84d6c9ab141)
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ou os documentos divulgados foram resultado de erros humanos, ou, numa segunda perspectiva que parece a mais factual para a UNI, os documentos foram forjados com o objectivo de descredibilizar a UnI e o primeiro-ministro
Pois. Isso implica, para a senhora assessora, duas hipóteses:
- Sócrates é branqueado;
- Sócrates é branqueado.
Isto para mim isto é o fim do regime. Vai ser tudo branqueado.
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(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg.photobucket.com%2Falbums%2Fv249%2FLuso308%2Fhipocrisia.jpg&hash=2c4427939ef2d0762701b84d6c9ab141)
Esta imagem é tenebrosa
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e mais escandaloso de tudo, com o aval do sr. PR , que tantos achavam ser o salvador e que na verdade tem em sócrates o melhor aliado que podia desejar (e vice-versa).
- É mesmo! :shock: :lol: :oops:
O exemplo que salta cá para fora é:
"Portugueses, Aldrabem o mais que puderem , nos vossos certificados de estudos, assim é que arranjam bons empregos....não se esforçem, os honestos são uns PARVOS!!!!"
É ou não é?????? 
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http://reinodamacacada.blogspot.com/ (http://reinodamacacada.blogspot.com/)
April, 2007
Cavaco, os outros e o "Dossier Sócrates"
Finalmente a eminência de Belém pronunciou-se não se pronunciando sobre o assunto que vem agitando a comunicação social e a blogosfera nas últimas semanas, o que vem a dar no mesmo. Matéria de debate aceso, com posicionamentos por vezes levados a extremismos, mas com obrigatoriedade de conhecimento e uma forçosa (em muitos casos) tomada de posição.
Da posição oficial dos partidos já se percebeu que não há vontade política de "fazer ondas". Não há, como agora é gíria, vontade de cavalgar a onda. O que, convenhamos, não deixa de ser estranho. Muito estranho, mesmo.
Da chamada "oposição" (oposição apenas por não estar no poder) apenas Marques Mendes (na qualidade de líder partidário) exigiu uma clarificação cabal da situação recorrendo à figura de uma comissão independente. Ficou a falar sozinho. Os barões do PSD não o acompanharam!! Porquê? Rabos de palha?? Talvez não... Marques Mendes deve saber mais que aquilo que diz e isso deve ser fogo mesmo no interior do seu partido....
O PCP e o Bloco de Esquerda estão quietos e calados que nem ratos... Não deixa de ser estranho!! Mas mesmo muito estranho.... Será que esperam, na próxima legislatura, "abichar" uma coligação com o PS? Ou também estarão "entalados" com o caso? Pelo menos sabe-se que o novo reitor da Independente foi eleito, pelo Bloco de Esquerda, para a Assembleia Municipal de Salvaterra de Magos! Haverá aqui trocas?... É que a Câmara de Salvaterra de Magos, em particular a sua presidente (ex-PCP, actual bloquista) é arguida num processo de situações menos claras lá para aqueles lados...
A entourage do Partido Socialista saiu, muito naturalmente, em defesa da sua púdica dama ofendida!
O CDS/PP está também muito sossegado. Andam entretidos com as quezílias internas e não ligam patavina a este caso...
E o presidente da República? No meio disto tudo falou.... e não disse nada! E não dizendo nada disse muito! Típico! Não convém, ou não interessa mexer no caso. Disse Cavaco: «Não acredito que esteja aí o problema mais importante que tenhamos de resolver. (...) Não é concerteza o mais importante para o desenvolvimento do país».
Ora aqui é que bate o ponto!!! Estas foram frases verdadeiramente assassinas para aquilo que se pretende para o futuro: mais do mesmo! Enquanto garante da autoridade do Estado, enquanto representante perante todos nós e perante a comunidade internacional, Cavaco Silva nunca poderia ter dito o que disse. O que ele disse, verdadeiramente, é que quer que isto assim continue. Um atoleiro de corrupção, compadrios, tráfico de influências, prebendas, manigâncias, esquemas estranhos e fraudulentos, negociatas de pacotilha, etc... Não percebeu, nem muitos como ele perceberam, que a razão de todos os nossos males enquanto país, enquanto economia inserida no espaço europeu, enquanto sociedade, reside na nossa classe política que não é exemplo para ninguém. Não está para servir o país... Não tem valores éticos ou morais... Não se preocupam com as pessoas... só os cifrões contam... Preocupam-se antes em cumprir os ditames do exterior.... FMI, OCDE, União Europeia, Bilderbereg.... etc....
É pela mudança radical de atitude da classe política perante valores que deviam ser perenes, inamovíveis e universais como a verticalidade, honradez, solidariedade, a justiça, a clareza de actos, intenções e processos, entre muitos outros que os problemas do país se resolvem.
Ao não ter ainda percebido isto, Cavaco dá-nos a receita de sempre! Os resultados serão sempre os mesmos: nunca sairemos da cepa torta...
Os partidos políticos (verdadeiras escolas de carreirismo político e oportunismos) estão olimpicamente calados e sossegados pois sabem que a alteração do actual modus facciendi significa, inelutavelmente, o seu fim como organizações e carreiras pessoais.
Os nossos "queridos políticos" querem transformar o país numa quinta onde possam passear as suas vaidades.... Mas uma nova consciência começa a nascer neste espaço da "blogosfera". Uma consciência de cidadania. Por isso é que os nossos "queridos políticos" a querem silenciar!
Não podemos permiti-lo!!!
“O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem-carácter, nem dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons!"
Martin Luther King
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E todos os dias há mais histórias...
Direcção da UnI apresenta amanhã os documentos
Sócrates foi aprovado com trabalho de Inglês feito em casa
Por Graça Rosendo e Felícia Cabrita
José Sócrates foi aprovado na cadeira de Inglês Técnico com um trabalho feito numa folha A4 e enviado para o reitor da UnI, acompanhado de um cartão com o timbre do seu gabinete de secretário de Estado. Esta é a explicação que deverá ser dada pela nova direcção da Uni, em conferência de imprensa, quando tornar públicos estes dois documentos, apurou o SOL. A conferência, prevista para esta tarde, foi entretanto adiada para amanhã.
José Sócrates terá feito a cadeira de Inglês Técnico – uma das cinco que realizou na Universidade Independente para concluir a licenciatura em Engenharia Civil – através de um pequeno trabalho entregue numa folha A4, que fez chegar ao reitor acompanhado de um cartão do seu gabinete de secretário de Estado.
O cartão e a folha A4, com data de 22 de Agosto de 1996, foram encontrados no processo do aluno José Sócrates pela nova equipa que está à frente da Universidade Independente.
O SOL apurou que está previsto estes dois documentos serem apresentados durante a anunciada conferência de imprensa da nova direcção, com a indicação de que o dossiê escolar de Sócrates, nesta cadeira, não contém qualquer outro elemento de avaliação.
Um destes documentos é, então, um cartão de José Sócrates (subscrito enquanto secretário de Estado adjunto do ministro do Ambiente e que tem o timbre do seu gabinete), em que este escreveu, pelo seu punho: «Meu caro, como combinado aqui vai o texto para a minha cadeira de Inglês».
Agrafada a este cartão, está uma folha A4, com um pequeno texto em inglês, que corresponderá à resposta a menos de uma dezena de alíneas.
Segundo apurou o SOL, este «trabalho para a cadeira de Inglês» é o único documento escolar de Sócrates desta cadeira e terá servido para concluir a sua avaliação final a Inglês Técnico.
Contactado, o gabinete do primeiro-ministro informa que, a haver comentários ao caso, ficarão para depois da conferência de imprensa da UnI.
A conferência de imprensa, que estava marcada para hoje às 18h foi entretanto adiada para amanhã, quarta-feira.
Ontem, a direcção da UnI prometeu revelações importantes na investigação empreendida pela Universidade ao processo do aluno José Sócrates.
Fonte: http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politi ... t_id=29897 (http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=29897)
http://downloads.officeshare.pt/express ... /Prova.pdf (http://downloads.officeshare.pt/expressoonline/pdf/Prova.pdf)
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O engenheiro Areias (http://http)
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O engenheiro Areias (http://http)
:rir:
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http://www.youtube.com/watch?v=KCexx6oPpDc&eurl= (http://www.youtube.com/watch?v=KCexx6oPpDc&eurl=)
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(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimgs.sapo.pt%2Fgfx%2F423757.gif&hash=b338e6d68a0863a7cc8395d1ab3b71f8)
se isto fosse numa Suécia....
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O Socas é ainda PM?
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O socas e seus amigos socialistas, estao mal parados :idea:
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Epaaaaaaaaaaaaaaaaa
que bem fal americano o nosso PM Socas :arrow: http://www.youtube.com/watch?v=KFKhCFgv ... t%2Ecom%2F (http://www.youtube.com/watch?v=KFKhCFgvuUU&eurl=http%3A%2F%2Fdemocraciaemportugal%2Eblogspot%2Ecom%2F)
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O socas e seus amigos socialistas, estao mal parados :idea:
Espero bem que não, o país precisa de estabilidade politica para recuperar.
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O socas e seus amigos socialistas, estao mal parados :idea:
Espero bem que não, o país precisa de estabilidade politica para recuperar.
...acho que é mais é para gastar "á maluca"
:!:
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/not ... iv_id=1730 (http://www.agenciafinanceira.iol.pt/noticia.php?id=799213&div_id=1730)
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Espero bem que não, o país precisa de estabilidade politica para recuperar.
É verdade, Martelo. Mas primeiro é preciso que haja alguma política para a poder estabilizar.
Não temos Estado mas uma enorme máquina mafiosa. Para mim, o Estado Português morreu ontem, dia 18 de Abril de 2007.
Por essa razão julgo que muita temática que aqui se discute perdeu o seu valor, porque se baseia na presunção da existência de um Estado de Direito.
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Jornal PÚBLICO-19/4/2007:
A pulsão suicida
19.04.2007, Constança Cunha e Sá
O primeiro-ministro foi particularmente atingido por um caso que mostrou ao país o que o seu retrato oficial escondia
Como era de esperar, os "esclarecimentos" do primeiro-ministro à RTP "esclareceram" apenas os que queriam, acima de tudo, ser "esclarecidos". Uma semana depois, a fé dos adeptos, onde se contam inúmeros jornalistas, resiste heroicamente à divulgação de novos dados sobre a licenciatura do eng. Sócrates: para uns, o fim do silêncio do primeiro-ministro devia equivaler ao fim de uma polémica que, segundo um editorial do Diário de Notícias, tem sido alimentada diariamente por "notícias avulsas, sem conteúdo nem sentido"; para outros, esta insistência numa "questão que não interessa nada" (José António Saraiva dixit) revela, como explica candidamente Fernando Madrinha, no Expresso, "uma pulsão suicida que nos puxa para o abismo sempre que um Governo tem condições para definir um rumo e a coragem de seguir em frente, convicto de estar a fazer aquilo que tem de ser feito". Só falta recuperar, embora a recuperação esteja implícita, a famosa frase do prof. Cavaco Silva que o PS tão bem soube aproveitar: "Deixem-nos trabalhar!". Nessa altura, foi o próprio primeiro-ministro que, perante a gargalhada geral, defendeu o seu direito ao sossego e à harmonia institucional. Agora, pelos vistos, são os jornalistas os primeiros a zelar pelos interesses laborais de um Governo que, de acordo com os mesmos, tem um "rumo" para o país e a "coragem" de não o abandonar.
Não vale a pena perder muito tempo com a suposta "irrelevância" das notícias que têm vindo a público. Como se viu esta semana, é impossível ignorar a sucessão de factos controversos que enfeitam o percurso universitário do eng. Sócrates. As datas não coincidem, os documentos são contraditórios, as avaliações incompreensíveis, o plano de equivalências inexplicável e as "explicações" oficiais claramente insuficientes.
Neste momento, fazendo um ponto provisório da situação, existem dois certificados de licenciatura que não coincidem, um plano de equivalências que não passou pelo conselho científico da Universidade e que não foi sequer aprovado pelo seu reitor, dois curricula na Assembleia da República, quatro cadeiras dadas, no mesmo ano, pelo mesmo professor, uma cadeira que não foi dada pelo professor responsável e, por fim, um exercício de Inglês Técnico feito e avaliado depois da data em que terá sido concluída a licenciatura. Se, no meio de todo este enredo, há quem se considere devidamente "esclarecido", não sou eu, com certeza, que vou desfazer essa doce e miraculosa fantasia. Já a "pulsão suicida" referida por Fernando Madrinha e outros ilustres comentadores merece alguma atenção. Pelo que se depreende do que foi escrito, esta semana, um jornalista responsável não pode fragilizar politicamente um Governo que está "convicto de estar a fazer aquilo que tem de ser feito". Antes de "dar gás" a "trapalhadas" avulsas e crises ministeriais, tem que fazer uma avaliação da política governamental: se esta for positiva, como parece ser a do eng. Sócrates, as "trapalhadas" devem desaparecer perante as velhas e recorrentes questões que interessam verdadeiramente aos portugueses; se, pelo contrário, a política anunciada indiciar o pior, como aconteceu, por exemplo, no tempo do dr. Santana Lopes, então qualquer "trapalhada" deve transformar-
-se num caso nacional, com direito a primeiras páginas e a aberturas de telejornais.
O principal "erro" do dr. Marques Mendes não foi ter falado numa "falha de carácter" do eng. Sócrates: foi ter-se "atrevido" a dar crédito institucional a factos que fragilizam politicamente um Governo - que, de acordo com os poderes estabelecidos, deve ser preservado a todo o custo, de forma a poder cumprir os seus lustrosos objectivos.
Acontece que os factos não desaparecem perante as conveniências de uns e o entendimento de outros tantos. Por muito "corajoso" e "determinado" que seja, o primeiro-ministro foi particularmente atingido por um caso que mostrou ao país o que o seu retrato oficial escondia. Por trás da imagem de Estado que ele habilidosamente construiu, durante estes dois anos de Governo, surge, agora, à vista de toda a gente, o Sócrates que ele sempre foi: um político sem espessura, educado nos meandros do aparelho e nos favores do partido, que se notabilizou, a dada altura, pelas qualidades cénicas que revelou. O facilitismo que se detecta no seu percurso académico conjuga-se mal com o "rigor" de que faz gala e com a "determinação" com que enfrenta os "interesses" estabelecidos e os grupos de "privilegiados". Não vale a pena escamotear a realidade. Muito menos alterar critérios noticiosos consoante a opinião política dos jornalistas. O facto (por demonstrar) de este Governo ter um "rumo" e "coragem" para o prosseguir não o exime do escrutínio público, nem pode ser visto como um impedimento à liberdade de informação. Jornalista
Suponho que o 'assunto' talvez fique por aqui, ou não vá muito mais além ( especialmente depois de 'ver com olhos de ver' a conferência de imprensa de ontem na UI).
Portugal vai presidir a UEuropeia antes do Verão ( vá lá saber-se quando será a próxima vez) e se alguma coisa coisa seria mais prejudicial para Portugal e sua imagem politica, seria o próximo 'Presidente do Conselho Europeu' ter 'problemas de legitimidade pessoal' no seu pais. Mesmo não deixando de compreender o 'azedume' da
Constança Cunha e Sá este facto deverá ter prioridade, a partir do momento que não haja 'dolo evidente'... o que aparentemente é o caso.
Qual seria a reacção do PS, em semelhante situaçao se estivesse na oposição?...cada um terá a sua ideia conforme eu também tenho a minha...mas fico por aqui
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Pedro Vassalo
Sócrates e a ética
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Provavelmente os mais avisados terão razão: tão cedo o primeiro-ministro não sairá de cena da telenovela sobre as suas credenciais académicas. E não me parece que a estória acabe depressa, por uma razão que até agora não ouvi, nem li, em lado nenhum (talvez por erro meu): o primeiro-ministro teve, ou não, um comportamento sério? Julgo que é isto, e pouco mais do que isto, que está em causa.
Julgo que é isto, e pouco mais do que isto, que está em causa.
E sem este esclarecimento, até ao tutano, o assunto não morre. Claro que há outros dramas laterais, como o facto do primeiro-ministro usar um título que, eventualmente, não tem (alguém se interessa?), ou que tentou pressionar os jornalistas (até parece que foi o primeiro), ou que demorou a dar explicações sobre o assunto (quem não se lembra dos governos do professor Cavaco?), e por aí fora.
Mas, o que muitos pensam em surdina, mas hesitam em escrever ou em dizer, é simples: será que o primeiro-ministro foi conivente, ou cúmplice, ou interveniente, de alguma forma, na trapalhice sobre as suas credenciais académicas? Porque, salvo melhor opinião, é totalmente indiferente saber se é engenheiro técnico, ou se usa o ENG antes do nome sem a tal ter direito.
Ora, seguindo uma lógica consequente, temos que das duas uma: ou, de facto, se prova que houve fraude, e o primeiro-ministro participou na conjura, ou não se prova nem uma coisa nem outra.
Se for a última hipótese, isto é, que não houve fraude, ou que tendo existido o primeiro-ministro em nada teve a ver com o assunto, o caso é arrumado.
Poderá não ser engenheiro com todos os pergaminhos, mas é totalmente indiferente para o cargo que, legitimamente, ocupa.
Havendo fraude, e provando-se que o primeiro-ministro participou, de alguma forma, no processo, o caso muda de figura.
E é esta – e só esta – última hipótese que interessa considerar.
Porque, ao contrário de algumas teses bem pensantes (caso de Pacheco Pereira, por exemplo), não é indiferente saber que quem lidera os destinos do Governo é sério, ou não. Para qualquer eleitor/contribuinte faz toda a diferença.
Claro que há a questão do rigor, da exigência, da transparência que o percurso académico do primeiro-ministro está longe de ser exemplar. Poder-se-á dizer que Sócrates será como Frei Tomás quando pregava: "façam como eu digo e não façam como eu faço". Mas, entre a eventual falta de rigor e a colaboração num crime há a diferença que distingue o distraído do aldrabão.
Ou seja: os graus de gravidade são, absolutamente, diferentes e não confundíveis.
Até porque se coloca uma questão não desprezável: se for verdade a hipótese mais pessimista, e para a qual não bastam suspeitas mas produção de prova concludente e irrefutável, haverá consequências a retirar. A mais importante das quais será saber se alguém que participa numa fraude pode, por exemplo, ser primeiro-ministro?
A discussão poder-se-á abrir, porque faltaria ainda saber (no terreno desta hipótese mais terrífica) se uma fraude desta dimensão (razoavelmente insignificante ao lado de tanta matéria importante) merece uma destituição?
Escrevendo num espaço de uma associação empresarial que faz da ética uma preocupação central, o tema faz todo o sentido. Mas, como em todas as questões éticas, a resposta não será fácil, na medida em que se percebem as consequências do que seria este terramoto político como o de suspender um mandato a meio da viagem.
Com esta seria a terceira vez, seguida, em que um primeiro-ministro não terminava o seu mandato.
Infelizmente, presunção minha, o tema ainda vai dar pano para muitas mangas.
http://www.negocios.pt/default.asp?Sess ... tId=294397 (http://www.negocios.pt/default.asp?Session=&SqlPage=Content_Opiniao&CpContentId=294397)
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