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Outras Temáticas de Defesa => Área Livre-Outras Temáticas de Defesa => Tópico iniciado por: antoninho em Fevereiro 26, 2007, 06:26:03 pm
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Reflexão estratégica
Severiano Teixeira já convidou quinze personalidades independentes e de várias sensibilidades políticas, todos com currículo na área da segurança e defesa, mas o grupo pode ser maior.
Ministro da Defesa cria grupo de consulta
Inácio Rosa/Lusa
10:49 | segunda-feira, 26 FEV 07
O Ministério de Severiano Teixeira diz que o objectivo do grupo é dar "mais estabilidade à política de defesa nacional"
O ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, criou um grupo de ‘reflexão estratégica’, que deverá assessorá-lo para o debate e definição de conceitos estratégicos em matéria de política de defesa nacional.
O grupo abrange para já 15 personalidades independentes e de várias sensibilidades políticas, todos com currículo na área da segurança e defesa. Inclui militares, diplomatas e professores universitários, entre outros.
Estão incluídos no grupo, que passará a reunir bimensalmente, nomes como Adriano Moreira e José Manuel Pureza, Loureiro dos Santos e Alvarenga Sousa Santos, José Medeiros Ferreira a Manuel Braga da Cruz, Leonardo Mathias e Ernâni Lopes, para além da jornalista Teresa de Sousa.
O leque diversificado de participantes permitirá, segundo fonte oficial do Ministério da Defesa, dar "mais estabilidade à política de defesa nacional". A primeira reunião será já amanhã, nas instalações do Ministério.
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blx2x1 blx2x1
ou vai ser mais um buraco na defesa, de dinheiro mal gasto em vez de gastá-lo em algo que na verdade faz falta nas FA e ao país.....
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Ele devia era ter-nos convocádo a NÓS. Há pessoal que se interesse mais por isto que aqui o FD? :twisted:
Embora o cargo para nós até de graça ia!!!
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Concordo com o antoninho (como sempre).
Mais uma vez repito: a palavra "estratégia" é um chavão para enquadrar discursos de lugares comuns. Mais nada.
E fico espantado: a estratégia não deve ser definida pelo governo, logo à partida e estar até definida pelo partido antes das eleições?
Mais tarde é que podem vir uns especialistas limar as arestas mas posteriormente?
Não é a estratégia, afinal, a política que só aos políticos cabe?
Mais uma vez temos a confirmação do que digo no meu primeiro parágrafo.
Elegemos políticos porque devem ter uma política específica, uma estratégia. estratégia essa que é sufragada no voto que lhes dá a legitimidade para a executar. Agora quando isso não passa de um conjunto de mentiras, sofismas ou banalidades então ao diabo para o sistema - e para quem o criou!
Tachos e jantaradas e subsídios para fundações, é o que vai ser.
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E fico espantado: a estratégia não deve ser definida pelo governo, logo à partida e estar até definida pelo partido antes das eleições?
Mais tarde é que podem vir uns especialistas limar as arestas mas posteriormente?
Não é a estratégia, afinal, a política que só aos políticos cabe?
As politicas do país, devem ser definidas pelo governo, no que respeita às formas de atingir objectivos a que um governo se propõe.
As questões da Defesa Nacional tendem a ser mais abrangentes, e devem por isso incluir as ideias dos vários quadrantes políticos.
A politica externa e de defesa nacional, devem ser seguidas com o maior consenso possível.
Creio que o que o ministro quer é uma reflexão que possa justificar decisões na política de defesa.
Exemplo de perguntas que o ministro colocará para reflexão:
Qual é o papel de Portugal no Atlântico norte?
As respostas e as conclusões, podem servir para justificar e suportar decisões de compra ou não compra de armamentos.
A compra dos submarinos por exemplo:
O conceito estratégico de defesa, mas também a forma como os militares portugueses e a marinha se vêm, levou a concluir que o país precisa de submarinos.
Ora, porque é que Portugal precisa de submarinos, se estamos na NATO, e ao nosso lado temos a Espanha que sempre teve ao longo do século XX uma marinha muito superior à nossa?
Fará sentido que na União Europeia, gastemos esse dinheiro para comprar submarinos?
Ou haverá rezões objectivas que justifiquem o gasto?
São estas questões que devem ser reflectidas.
Nós já temos aqui discutido esse temas, embora infelizmente a participação de espanhóis acabe sempre inquinando a discussão.
É absolutamente impossível considerar os vectores que devem servir de referência à segurança nacional, sem discutir coisas como a nossa função no atlântico norte, as vantagens estratégicas do território português, a nossa posição face à Espanha, ou como se deve gastar dinheiro para que o país tenha capacidade de se projectar através das Forças Armadas.
Creio que a iniciativa é válida.
Agora se as conclusões servirão para alguma coisa, isso é outra coisa.
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O leque diversificado de participantes permitirá, segundo fonte oficial do Ministério da Defesa, dar "mais estabilidade à política de defesa nacional". A primeira reunião será já amanhã, nas instalações do Ministério.
E ninguém pergunta a esses senhores o porquê dessa falta de estabilidade e os efeitos que ela (falta de estabilidade) tem causado nas FAs e no país?!
Isto é de loucos. A caravana passa mas os cães nem chegam a ladrar sequer.
Cumptos
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Exemplos de "estratégia":
http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT/Go ... ia_Mar.htm (http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT/Governos/Governos_Constitucionais/GC17/Ministerios/MDN/Comunicacao/Programas_e_Dossiers/20061005_MDN_Prog_Estrategia_Mar.htm)
As oito acções estratégicas são as seguintes:
a) Sensibilizar e mobilizar a sociedade para a importância do mar. Uma das principais dificuldades associadas à implementação de uma estratégia nacional para o mar é a sua falta de visibilidade na sociedade portuguesa. Sendo certo que as glórias do passado estão bem presentes na nossa cultura, a verdade é que poucos cidadãos olham para o mar como uma oportunidade de modo de vida ou de investimento e negócio. Para alcançar este objectivo é necessário apostar em medidas de médio e longo prazos que permitam consubstanciar uma mobilização crescente da sociedade para a importância do mar como factor de desenvolvimento do País, bem como dinamizar acções de grande impacte imediato, de forma continuada, que acelerem a aproximação dos Portugueses ao mar. Sem esta mobilização que torne a aposta no mar num projecto nacional, dificilmente esta Estratégia poderá alcançar os seus objectivos de forma eficaz;
b) Em complemento, é necessário fomentar a divulgação nas escolas das actividades ligadas ao mar, promovendo a difusão do tema «mar» em todos os níveis de ensino, os desportos náuticos como componentes do desporto escolar, o envolvimento dos estudantes dos ensinos básico e secundário em actividades e profissões ligadas ao mar e cursos profissionalizantes e superiores nestas áreas;
c) As condições únicas que o nosso país apresenta no contexto europeu exigem a definição de Portugal como um centro de excelência de investigação das ciências do mar da Europa, optimizando os meios existentes e apostando na formação e fixação de recursos humanos altamente qualificados e na criação de infra-estruturas que permitam concretizar este importante projecto;
d) Uma das principais ferramentas para a promoção das actividades económicas ligadas ao mar é o correcto ordenamento e planeamento espacial do espaço oceânico e das zonas costeiras. Para isso, torna-se necessário inventariar, cartografar e promover a agilização e simplificação dos procedimentos que fomentem a economia do mar, sem prejuízo de ser assegurada a sua sustentabilidade ambiental, criar mapas de oportunidade para as novas utilizações e articular os sistemas de acompanhamento, vigilância, controlo, segurança e defesa nacional;
e) É necessária também a protecção devida do valioso património natural marinho que Portugal possui, através do conhecimento e avaliação da biodiversidade marinha, bem como dos valores geológicos, arqueológicos, estéticos e históricos, da implementação de uma rede nacional de áreas marinhas protegidas, da recuperação de ecossistemas degradados e da monitorização do ambiente marinho, da implementação de medidas de gestão sustentável dos recursos vivos e da investigação e salvaguarda do património cultural subaquático;
f) Uma economia do mar forte e sustentada só é possível criando os mecanismos que permitam aos investidores apostar nas actividades marítimas. Para isso, é fundamental assegurar informação credível e actualizada que possa ser colocada ao serviço do desenvolvimento económico e social do País. É ainda necessário promover a definição de mecanismos de implantação de indústrias e aproveitamento dos recursos naturais existentes que sejam céleres, transparentes e atractivos para o investimento;
g) Existe um conjunto de novas actividades que iniciaram o processo de procura e ocupação do espaço oceânico para as quais Portugal tem condições excepcionais de desenvolvimento. Entre estas, temos a aquicultura offshore, a biotecnologia, as energias renováveis e a robótica submarina. Importa, assim, promover as condições para a instalação destas indústrias e actividades no nosso país, apostando no seu potencial económico e tecnológico e retirando no futuro os benefícios decorrentes dessa aposta;
h) Finalmente, nenhuma estratégia nacional para o mar pode ser eficazmente implementada sem um eficiente sistema integrado de vigilância, segurança e defesa nacional que possua os meios que possibilitem uma eficaz e articulada vigilância marítima, a salvaguarda contra riscos naturais e o combate à poluição, ao terrorismo, ao tráfico de droga e às restantes actividades ilícitas.
Estas medidas, bem como outras que venham a ser consideradas relevantes, serão alvo de planos de acção específicos, nos quais serão definidos os principais intervenientes e o seu papel, os meios financeiros a mobilizar e a sua origem, bem como os indicadores de avaliação a utilizar. Estes planos de acção serão desenvolvidos pelas respectivas tutelas e dinamizados pela comissão interministerial para os assuntos do mar.
Apresenta-se em anexo uma tabela com as oito acções estratégicas referidas, identificando-se para cada uma um conjunto de medidas associadas e a sua relação com os três pilares estratégicos que alicerçam esta Estratégia Nacional para o Mar.
Anexo
Acções estratégicas
Pilares: A - Conhecimento; B - Planeamento e ordenamento espacial; C - Promoção e defesa activa dos interesses nacionais
Depois já é sabido: sem primeiro se definir a "estratégia" não se podem definir os investimentos ou projectos: a "táctica". Mesmo assim deverão surgir sempre dúvidas sobre as "tacticas" empregar para executar as "estratégias" e como isto tudo demora tempo, surgirá outra comissão para "estrategar" isto tudo mais uma vez.