ForumDefesa.com
Conflitos => Conflitos do Passado e História Militar => Tópico iniciado por: JACARÉ em Outubro 17, 2006, 08:31:23 pm
-
Viva,
Gostaria de saber se me podem ajudar com o tipo de organização militar do exército de Afonso V durante a Guerra da Sucessão Castelhana. Tenho procurado informação na net e acho inacreditável q uma batalha tão importante para a evolução histórica da Peninsula esteja tão mal documentada.
-
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg154.imageshack.us%2Fimg154%2F5223%2Ftorosy8.jpg&hash=5581a814cf27edc5e11521f65598b306)
D. Duarte de Almeida o Decepado
«No reinado de D. Afonso V feriu-se a batalha de Toro, entre Portugueses e Castelhanos. O nosso rei julgava-se com direito à coroa de Castela, pelo seu noivado com a filha de Henrique IV. Os Castelhanos venceram os Portugueses, numa luta renhida, em que se distinguiu D. Duarte de Almeida, que só largou a bandeira quando lhe deceparam os dois braços»
A batalha de Toro travou-se em 2 de Março de 1476.
Duarte de Almeida
Alferes-mor de D. Afonso V, conhecido na história pela alcunha do Decepado. Era filho de Pedro Lourenço de Almeida. Na batalha de Toro, em 1 de Março de 1476, entre tropas portuguesas e castelhanas, em que tanto se distinguiu o príncipe D. João, depois o rei D. João II, praticaram-se actos de valentia e heroísmo; entre os guerreiros que se tornaram notáveis, conta-se Gonçalo Pires e Duarte de Almeida, o alferes-mor do rei, a quem estava confiado o estandarte real português. A luta foi enorme; as quatro grandes divisões castelhanas, vendo os seus em perigo, acudiram a auxiliá-los, ao mesmo tempo que o arcebispo de Toledo, o conde de Monsanto, o duque de Guimarães e o conde de Vila Real avançavam em socorro dos portugueses. Subjugados pela superioridade do número, os portugueses caíram em desordem, abandonando o pavilhão real. Imediatamente, inúmeras lanças e espadas o cobrem, e todos à porfia pretendem apoderar-se de semelhante troféu. Duarte de Almeida, num supremo esforço, envolto num turbilhão de lanças, empunha de novo a bandeira, e defende-a com heróica bravura. Uma cutilada corta-lhe a mão direita; indiferente à dor, empunha com a esquerda o estandarte confiado à sua Honra e lealdade; decepam-lhe também a mão esquerda; Duarte de Almeida, desesperado, toma o estandarte nos dentes, e rasgado, despedaçado, os olhos em fogo, resiste ainda, resiste sempre. Então os castelhanos o rodearam, e caiem às lançadas sobre o heróico alferes-mor, que afinal, cai moribundo. Os castelhanos apoderaram-se então da bandeira, mas Gonçalo Pires (V. este nome), conseguiu arrancá-la. Este acto de heroicidade foi admirado até pelos próprios inimigos.
Duarte de Almeida foi conduzido semimorto para o acampamento castelhano, onde recebeu o primeiro curativo, sendo depois mandado para um Hospital de Castela. No fim de muitos meses, voltou à, pátria, e foi viver para o castelo de Vilarigas, que herdara de seu pai. Havia casado com D. Maria de Azevedo, filha do senhor da Lousã, Rodrigo Afonso Valente e de D. Leonor de Azevedo. Diz-se que Duarte de Almeida morreu na miséria e quase esquecido, apesar da sua valentia e bravura com que se houve na batalha de Toro, que lhe custou ficar inutilizado pela falta das suas mãos. Camilo Castelo Branco, porém, nas Noites de insónia, diz que o Decepado não acabara tão pobre como se dizia, porque além do castelo de Vilarigas, seu pai possuía outro na quinta da Cavalaria, e em quanto ele esteve na guerra, sua mulher havia herdado boa fortuna duma sua tia, chamada D. Inês Gomes de Avelar. D. Afonso V, um ano antes da batalha, estando em Samora, lhe fizera mercê, pelos seus grandes serviços, para ele e seus filhos, de um reguengo no concelho de Lafões.
Transcrito por Manuel Amaral
http://www.arqnet.pt/portal/imagemsemanal/marco0401.html
http://www.arqnet.pt/dicionario/almeidaduarte2.html
Encontra-se muito mais informação sobre esta batalha em sites espanhóis. Como vencedores desta contenda, naturalmente dedicaram-lhe mais atenção.
-
TOMKAT,
Obrigado pela resposta mas no Google já eu estive. Estou à procura de informação mais aprofundada e não notas de roda-pé para manuais escolares. É desanimador ver a quantidade de informação disponível na net sobre história militar de outros países e do nosso "nicles".
"Piqueiros, avante!"
-
Uma perspectiva histórica
=================
É natural que a batalha não seja muito referida, porque afinal, ela representou o fim das pretensões de uma parte da nobreza portuguesa, à hegemonia ibérica.
Mesmo para os portugueses, a ideia de ter o Rei de Portugal como Rei de todos os reinos peninsulares não era muito bem vista.
A batalha insere-se na guerra entre Leoneses e Castelhanos.
Desde que o Reino de Castela passou a ser predominante na Coroa de Castela e Leão, que a nobreza Leonesa se mostrou pouco amistosa para com a nobreza de Castela. Castelhanos e Leoneses odiavam-se mutuamente.
Leão e Castela são originariamente reinos distintos, separados e com origens diferentes. Leão, era um reino baseado nos territórios cristãos da antiga Gallaecia e ía das Asturias até Lisboa, mas não incluía Castela.
Castela tem as suas origens no sudoeste dos pirineus, na dependência de Navarra, passando depois para a dependência de Leão e tornando-se finalmente um Reino.
Com a perda de Portugal, Leão entrou em decadência e a posterior unificação definitiva com Castela, relegou a nobreza Leonesa e Galega a uma posição subalterna.
= = =
No texto acima, é referido que o Rei português se achava com direito à coroa castelhana. Isso é correcto, mas insuficiente.
Foi o Rei de Castela "Enrique IV" que decidiu que a sua filha Joana, sería a futura rainha de Castela e Leão.
Essa opção do rei castelhano, implicou com o casamento de Juana com o rei de Portugal a futura união da Coroa de Castela e Leão com a Coroa de Portugal.
A nobreza Leonesa apoiou Juana, e teve o apoio de Portugal, enquanto que Isabel recebeu o apoio da Coroa de Aragão, porque o Rei de Aragão se achava também no direito de governar sobre Castela.
O facto é que o Rei de Portugal se apoiou numa facção da alta nobreza Leonesa, que não queria aceitar o dominio de Castela sobre Leão, mas com isso, não conseguiu o apoio das classes mais baixas, a baixa nobreza e o baixo clero.
A iniciativa do rei de Portugal, era também vista com muita desconfiança pelos próprios portugueses, porque a vitória de Portugal e dos nobres de Leão, implicava um reforço do poder da alta nobreza, que era visto como negativo.
Aliás, uma nota curiosa:
A bandeira/estandarte armorial de D. Afonso V:
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi33.photobucket.com%2Falbums%2Fd52%2Fareamilitar%2Fband%2FFlagJoao5.jpg&hash=524d8110066099dca8502ca7f01558da)
Aliás, Toro, foi também o triunfo de outro homem, de que temos falado no tema dos grandes portugueses.
Com o fim do sonho Ibérico de Afonso V, subiu ao trono o seu filho, que ao contrário do pái, não estava minimanente interessado nas conquistas europeias.
Esse rei, é D. João II, o principe perfeito, e que criou as bases do império que Portugal criou na Índia.
Cumprimentos
-
Este seria o tema ideal para um livro da colecção 'Batalhas d'Portugal'...
-
É de se contactar os editores e fazer a proposta. Aliás, não sei qual é o critério de selecção (se é q existe) mas alguns dos autores poderiam fazer melhor. Já para não falar dos erros ortográficos e de impressão. Pelo preço dos livros seria de esperar melhor.
Encontrei boas informações na Nova História Militar de Portugal e num volume da História de España.
-
Papatango estive a estudar os reinos critãos da Reconquista na wikipedia e aparentemente houve muitas mudanças de posse entre as várias coroas. Alguns factos interessantes:
Castela teve origem no condado de Burgos.
Leão e Castela uniram-se e separam-se várias vezes.
Um dos reis de Navarra chegou a ter em sua posse todas as coroas cristãs durante a idade das trevas. Nunca mais conseguiria navarra chegar tão ao topo no poder politico entre os vários reinos cristãos.
A Galiza chegou a ser um reino independente.
Aragão nasceu de um condado de Navarra.
-
Toro, não uma Grande Batalha de Portugal.
Embora, do ponto de vista táctico os portugueses tenham ganho a batalha, a verdade é que embora tenham sido eles a ficar donos do terreno, não havia como sustentar a posição, pelo que resultou numa derrota.
Toro, é uma espécie de Aljubarrota dos castelhanos, na medida em que representa também uma expressão da força da baixa nobreza e da burguesia, contra a tentativa da alta nobreza leonesa de voltar a dominar a coroa de Castela e Leão.
Também houve intervenção externa, porque sem o apoio da Coroa de Aragão, Castela provavelmente tinha sido derrotada.
De qualquer forma, a importância dessa derrota, é que ela faz com que Portugal se fixe de uma vez por todas no projecto atlântico, na descoberta da caminhoa para a Índia e na criação do império.
Com uma vitória portuguesa em Toro, isso traria a união entre a coroa de Portugal e a Coroa de Leão e também de Castela, sob o controlo de um monarca português.
Tal criação isolaria a Coroa de Aragão e acabaria por uma de duas coisas:
Ou a Coroa de Aragão se transformava numa espécie de estado satélite, ou então acabava por ser absorvida pela França.
Nós ficariamos muito mais ligados aos franceses e aos problemas que implicaría ter fronteira com eles.
O império nunca seria como foi, e Portugal sería outra coisa completamente diferente.
Cumprimentos
-
Papatango,
As grandes batalhas nem sempre são vitórias... ou derrotas. São por excelência momentos definidores de um percurso. É por essa razão q Toro é uma GRANDE batalha de Portugal e é inacreditável o pouco q se conhece dela. Acabaste por reconhecer com a tua resposta o quão importante ela foi como definidora do futuro e da história ibérica e mundial.
-
Iberica bien, mundial......
-
Caro jacaré, você tem razão de um ponto de vista.
Eu apenas considero que o que é importante é o momento em que ocorre a batalha e não a batalha em si.
Uma das razões da derrota, é o facto de o povo em Portugal não querer a união com Castela, mesmo sendo com um rei português.
Aliás exactamente como aconteceu no século XIX, em que os portugueses também recusaram a coroa unificada da peninsula ibérica, com o fim da actual dinastia Bourbon e a ascenção ao trono de Espanha da casa de Bragança.
Logo, é o momento e as razões que provocaram a derrota que são importantes e não a batalha em si.
Cumprimentos.
-
Um pouco off-topic, mas acho que podemos dizer um pouco isso de todas as batalhas, não ?
A ideia das batalhas como momentos únicos ( "discretos" ) decisivos da História parace-me estar um pouco ultrapassada, é antes toda a situação e evolução histórica até à batalha que "decide" a História, não a batalha em si. Se esta corresse de modo contrário ( e muitas podiam assim ter sido), é fácil ver como o mais provável seria a médio/prazo a História retomar um rumo semelhante ao que na realidade tomou.
O exemplo clássico é a batalha de Waterloo, apresentada por muitos propagandistas britânicos, como a batalha que "mudou o mundo", etc, etc mas se Napoleão tivesse ganho, que poderia ele fazer contra os exércitos russos e austríacos, muito superiores em número, a aproximarem-se? E o Reino Unido e a Prússia iam abandonar a luta ? O tempo de Napoleão já tinha passado.
Ou a batalha de Trafalgar. Antes desta a supremacia naval britânica já era quase absoluta, e os franceses conseguiram repor numericamente a sua frota muito rapidamente. Portanto onde está o cunho de "decisivo"? Napoleão até já tinha abandonado os planos de invadir o Reino Unido, e as acções britânicas nas costas europeias não seriam em nada influenciadas por uma eventual derrota em Trafalgar, mesmo que esmagadora...
[fim do off-topic
]
-
Um pouco off-topic, mas acho que podemos dizer um pouco isso de todas as batalhas, não ?
A ideia das batalhas como momentos únicos ( "discretos" ) decisivos da História parace-me estar um pouco ultrapassada, é antes toda a situação e evolução histórica até à batalha que "decide" a História, não a batalha em si. Se esta corresse de modo contrário ( e muitas podiam assim ter sido), é fácil ver como o mais provável seria a médio/prazo a História retomar um rumo semelhante ao que na realidade tomou.
O exemplo clássico é a batalha de Waterloo, apresentada por muitos propagandistas britânicos, como a batalha que "mudou o mundo", etc, etc mas se Napoleão tivesse ganho, que poderia ele fazer contra os exércitos russos e austríacos, muito superiores em número, a aproximarem-se? E o Reino Unido e a Prússia iam abandonar a luta ? O tempo de Napoleão já tinha passado.
Ou a batalha de Trafalgar. Antes desta a supremacia naval britânica já era quase absoluta, e os franceses conseguiram repor numericamente a sua frota muito rapidamente. Portanto onde está o cunho de "decisivo"? Napoleão até já tinha abandonado os planos de invadir o Reino Unido, e as acções britânicas nas costas europeias não seriam em nada influenciadas por uma eventual derrota em Trafalgar, mesmo que esmagadora...
[fim do off-topic
]
Concordo. Essas batalhas são as gotas de água que fazem transbordar copos.
-
Ben, realmente como podo dicir que e para min, na miña opiniao, dificil que asumir a surpresa de escoitar que toro foi una vitoria táctica portuguesa. Na europa ( poden ver calquera cita internet ou livro sob historia militar) e indudavel a rotunda e clara vitoria militar castelhana que cambiou o destino dos tres grandes reinos ibéricos. Na batalha de toro nao habia soldados do reino de aragao, nao os habia ou eran minimos. A fuga e derrota do centro de unha ala portuguesa foron impresionantes, a persecuiçao nocturna chegou case hasta as muralhas da cidade de toro, entao nas maos dos partidarios do rei portugues. O principe perfeito recolleuse, ja de noite, nun cabeço con tropas recollidas da fuga e outras propias en medio de unha fortisima chuvia e tormenta. O rei don fernando de aragao e o cardeal mendoza, chefes militares castelhanos querían expulsalo de ahi mais o tempo nao o permitiu. O cardeal Mendoza nao permitiu unha matanza de prisioneiros portugueses (fican documentos da época que así o indica) que o rei don fernando ia permitir, e o exercito portugues ao pouco volveu a portugal derrotado. A cidade de toro pronto se entregou a os castelhanos e foron muitos portugueses en fugida a o seu pais que foran assasinados polos camponeses leoneses que así querían vengar as afrentas sofridas cando o exercito portugués entrou pola fronteira. En toledo conservase o maravilhoso convento de sao jao dos reis feito en conmemoración desta vitoria. A causa portuguesa quedaba completamente derrotada e en vez do futuro portugal-castela siguiu o futuro castela-aragao, que concretamente aos galegos nao nos beneficiou.
Os comentarios de papatango sob os problemas de leao-castela neste conflicto penso nao son exactos, nesta época leao e castela ja estaban totalmente integrados, quen estaba ao margen era o reino da galiza, onde os nobles estaban divididos e houbo guerra civil entre os partidarios de portugal e os de castela; inmediatamente depois de toro os moitos que estaban indecisos se pasaron ao bando de castela.
-
Os comentarios de papatango sob os problemas de leao-castela neste conflicto penso nao son exactos, nesta época leao e castela ja estaban totalmente integrados
Leão e Castela nunca se integraram, até hoje.
Se não houvesse problemas e graves, nunca poderia ter havido parte de Leão a aceitar um rei português contra um rei castelhano.
E se não houvesse razões para temer qualquer reação na Galiza ou em Leão, mesmo depois de Toro, não teria havido uma politica clara de etnocidio por parte de Isabel a Católica, que se vingou dos galegos com toda a perfídia, ódio e maldade que a caracterizarram ao longo de todo o seu reinado. A Doma e Castraçom de Galicia, não é um mito, mas sim uma realidade. O apoio dos camponeses na zona de Toro, já num lugar entre Castela e Leão não implicou que os galegos estivessem todos do lado de Isabel a Católica.
E é por isso que ela se vinga dos galegos de forma brutal, aliás muito mais brutal que dos portugueses, com os quais acabará por fazer a paz.
Além do mais, o problema não era a integração cultural, mas sim o problema das lutas de poder entre a velha nobreza leonesa e a "nova" nobreza de Castela.
Quanto à batalha ser uma vitória ou não, já falámos nisso. Uma coisa é uma vitória táctica no campo de batalha, outra coisa é uma vitória estratégica.
Quanto a soldados que fugiram do campo de batalha, nunca se esqueça de uma característica da historiografia militar espanhola.
Para o espanhol, o português é por natureza cobarde, e é assim que toda a historiografia espanhola essa é a disposição natural. Praticamente em todas as batalhas os portugueses fogem como cobardes, como aliás o próprio Francisco Franco concordava.
Portanto, se para os historiadores espanhóis todos os portugueses não passam de cobardes, é perfeitamente normal que dêm especial importância a todas as batalhas onde podem dar a sua versão.
Bastaria analisar a sua frase: "A depandada dos portugueses foi impressionante".
Mas impressionou quem ?
Como é que define impressionante ?
Para um europeu do século XXI, qualquer batalha da alta idade média (ou já renascença) é violenta, cruel e impressionante.
O que você pode fazer, é colocar-se a si mesmo a questão: E se não foi exactamente assim ?
De qualquer forma a questão de Toro é bastante pacífica. O resultado, tenha decorrido a movimentação de tropas como fosse, é evidentemente uma batalha perdida.
Uma batalha em que a nobreza de Leão tenta pela última vez assumir um papel de maior preponderância.
A revolta dos camponeses, é resultado de eles terem tomado partido contra a nobreza tradicional leonesa e portanto evidentemente contra os portugueses.
Não podemos esquecer que os portugueses são os mesmos que são recebido euforicamente em muitas das cidades da Galiza e de Leão. Mas o poder nas cidades, ainda era em grande medida do senhor do castelo. Fora das cidades nota-se mais o poder do povo.
-
Ben, realmente como podo dicir que e para min, na miña opiniao, dificil que asumir a surpresa de escoitar que toro foi una vitoria táctica portuguesa. Na europa ( poden ver calquera cita internet ou livro sob historia militar) e indudavel a rotunda e clara vitoria militar castelhana que cambiou o destino dos tres grandes reinos ibéricos.
La batalla de Toro
En febrero el ejército portugués, reforzado por tropas traídas por el príncipe Juan, salió de su base de Toro y cercó a Fernando en Zamora. Sin embargo, el asedio era menos duro para los cercados que para los portugueses, a la intemperie en el duro invierno castellano, así que el 1 de marzo Alfonso levantó el campo y se retiró hacia Toro. Las tropas de Fernando se lanzaron en su persecución y le alcanzaron a una legua (unos 5 kilómetros) de esta ciudad,[7] obligándole a entablar combate. Fueron tres horas de lucha muy confusa, interrumpida por la lluvia y por la caída de la noche. El rey portugués se retiró a Castronuño con parte de sus tropas mientras su hijo Juan permaneció frente a Toro, replegándose ordenadamente con su ejército al interior de las murallas e incluso haciendo prisioneros algunos enemigos.[6]
Desde un punto de vista puramente militar la batalla ha sido considerada un empate o a lo sumo una victoria marginal para los isabelinos. De hecho, los propagandistas de ambos bandos reclamaron la victoria en sus crónicas. Sin embargo, políticamente la batalla fue decisiva porque a continuación el grueso de las tropas portuguesas se retiró a Portugal junto con la reina Juana, cuyo bando quedó así casi totalmente desvalido en Castilla.[8]
http://es.wikipedia.org/wiki/Guerra_de_Sucesi%C3%B3n_Castellana
O principe D. João derrotou os castelhanos no desfiladeiro da cordilheira que separa Toro de Zamora, simultaneamente o pai D. Afonso V viu as suas tropas desbaratadas em uma outra batalha, D. João como vencedor perseguia o inimigo quando soube do revés sofrido pelo pai, deteve-se então, e conseguiu congregar durante a noite os que faltavam do seu próprio troço e muitos do corpo real que andavam dispersos, formando assim uma força com que resolvera atacar, mal rompesse o dia, os castelhanos que se haviam conservado nas imediações. Estes todavia sabendo que o seu chefe se achava em segurança em Zamora, foram abandonando os seus postos e tomando através das montanhas cada um como podia, o caminho da cidade. A escuridão da noite, o nevoeiro e a chuva inibiram o príncipe de perseguir os fugitivos. Quando alvoreceu, D. João não viu inimigos. Segundo a regra da cavalaria, queria permanecer três dias e três noites, como vencedor no terreno, mas o o Arcebispo de Toledo convenceu-o a sair de ali. Depois de fazer conduzir os feridos e prisioneiros para Toro, também para lá partiu, entrando em Toro de bandeiras desfraldadas e na atitude orgulhosa de vencedor.
Para mais informações ler a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. 32 da pág. 131 á 133.
A Batalha que foi indecisa sob o ponto de vista estritamente militar, foi completamente decisiva sob o ponto de vista politico, impedindo a efeituação do projecto de unir a coroa de Portugal e castela sob o ceptro de um Rei português. Ainda bem que essa união foi um fracasso, Portugal é Portugal castela é castela, são dois povos distintos com identidades próprias.
É norma ver castelhanos nos fóruns e não só, a reclamar uma grande vitória sobre Portugal na batalha de Toro, o que é mentira, os portugueses intervenientes na batalha também reclamaram vitória em Toro, por isso onde está a clara vitória castelhana?
Só se for na imaginação e deturpação histórica de alguns.
-
Na batalha de toro nao habia soldados do reino de aragao, nao os habia ou eran minimos.
Acho muito pouco provável o Rei de Aragão estar presente nessa batalha sem tropas do seu reino.
-
Meu caro señor, o primeiro desejar feliz nadal a todos os foristas, feliz natal dende a miña terra, Galicia, que forma parte de a Espanha mais tamen ten bastante da sua ialma preto do maravilloso Portugal.
Agora quero facer dous comentarios referente o artigo anterior:
¿Os españois achan que todos os portugueses sao cobardes?
Pois en absoluto e nao sei onde se pode sacar este comentario, cobardes os portugueses!!! un pobo con uma historia militar magnifica e uns inimigos sempre valentes, durisimos e patriotas. Eu, e a miña experiencia, na universidaded e historia ou na vida normal nunca vin ningun galego español, español, castelan ou o que seja calificar os portugueses de cobardes. Ademais os españois de hoje nao lles importa nada a historia militar, nin a coñecen, nin a estudian nos plans de estudos oficiais, nin saben que e aljubarrota e ainda muito menos que foi a batalha de toro, de feito eu nun artigo nunha revista española de historia sob a batalha de toro o facia com iste título "unha batalha olvidada".
O meu calificativo referente a última fase da batalha de toro "fuga impresionante" nao quería que for interpretado mal; nesta batalla como en todas da historia pode chegar un momento para os combatentes en que aindo sendo valentes poden darse conta que todo esta perdido, en toro os portugueses foran , como sempre, valentísimos, mais no centro e dereita as cosas lles foran mal, en fronte tiñan a dois generales de grande qualidade, o cardeal mendoza e o duque de Alba, penso que o abo ou bisabó do conquistador de portugal. Impresionante dixen por ser a persecuiçao de noite con muita choiva pero nunca en sentido de desprezo a ningun contendente, es mais eu penso, persoalmente, que si a batalha fora ganha por portugal galiza sería posivelmente portuguesa, (era o que quería afonso V) nao sei como nos iria economicamente, mais culturalmente nao houberamos quedado ilhados no noso rincon da peninsula e vistos con pouco respeito pola castela . Como curiosidade na catedral de Toledo estan expostos trofeus da batalha, eu penso que é o arnés de Duarte de ALmeida, cuyo heroismo na batalha esta for de toda dubida.
último comentario, os camponeses galegos nao viron mal a os reis católicos, nin tampuco houberan visto mal a Portugal, para eles o problema era poder viver sen estar permamentemente amargados polas loitas dos nobres galegos que ja haviam provocado un alzamento camponés chamado "Os irmandiños", este alzamento nao era contra os reis de castela (estiveron mas de 135 anos sem visitar galicia os reis de castela e os galegos nao savíam nen o nome deles) senon contra unha situaçao de desorden nobiliario terrivel, de feito destroçaram mais de 140 fortaleças en todo o reino da galicia. Os galegos querían paz como todos os do mundo, quen lla dese daballes igual. O enfrontamente contra os reis veu dalgúns nobres partidarios de Portugal e outros partidarios de castela, mais todos partidarios DE ELES MESMOS ante tudo.
Para o ano que vem deixo comentario sob a batalha de montijo, esperando e confiando intercambiar informaçao nova e diferente as fontes tradicionais.
-
Estimado señor
ante todo un comentario , o rei fernando o católico na batalha de toro nao era todavía o rei de aragao, o rei de aragao era nese momento Joao II de aragao, o seu pai que morreu no ano 1479. Podo asegurar que si havia presencia de tropas aragonesas sería minima. Nem habia tropas galegas, nem aragonesas salvo algún número minimo. As tropas eran fundamentalmente dos grandes nobres castelhanos, mendoza, alba, benavente, haro etc e tamen un importante comtingente de vascos, fundamentalmente vizcainos e guipuzcoanos, esto sabese por unha anecdota contada por um cronista da batalha pouco tempo antes da mesma.
-
Este senhor só conta a parte da batalha que lhe interessa, ou seja a fuga das tropas reais de Afonso V, mas porque não conta a derrota imposta pelo principe português e fuga e perseguição das tropas castelhanas?
Porque não conta o auxilio do principe português ao pai Afonso V, reagrupando às suas as tropas reais que se encontravam em retirada durante a noite, e no dia seginte o grosso de as tropas portuguesas tomaram prisioneiros as tropas castelhanas que se encontravam nas redondezas, pondo-se a grande maioria dos castelhanos em fuga pelas montanhas como podiam em direcção á cidade de Zamora, para onde já se tinha refugiado o chefe castelhano.
Depois de isto o principe D. João, ante a retirada e fuga das tropas castelhanas, reclama a vitória, e regressa á vila de Toro que estava ocupada pelas tropas portuguesas, e onde já se encontravam os prisioneiros castelhanos capturados.
Em Toro houve três "fugas", fuga das tropas castelhanas perante as do principe D. João, depois fuga das tropas reais de D. Afonso V, e por fim reagrupamento das tropas de D. João com as de D. Afonso V que se encontravam em retirada, passagem á ofensiva do grosso das tropas portuguesas, e consequente fuga das tropas castelhanas. O principe D. João reclama vitória para Portugal.
Os espanhois quando falarem da batalha de Toro, falem de tudo o que o ocorreu e não apenas da parte que lhes é favorável, porque senão podem ser acusados de tentativa de deturparem a história da batalha.
-
Bom artigo, com descrição mais promenorizada da batalha.
http://www.areamilitar.net/HistBCR.aspx?N=91
-
Gostaria de chegar a un acordo no referente a batalha de Toro co senhor Comanche; as nosas fontes sao diferentes mais quero aclarar que nao dubido que a actuación do principe d joao na batalha foi valente e que el nao foi derrotado concretamente e sim o seu pai. En parte foi no ano 1481 cando Joao II atribuese a vitoria na batalha de toro, nun momento en que tiña grandes problemas con importantes nobres do seu reino, isto motivo ou pode motivar a presentaçao dunha cronica para ensalzar a sua figura e atribuirse a vitoria.
Imos concordar, gostaria, conque houbo duas batalhas, realmente a miña opiniao, que é a que ten a maior parte dos historiadores da europa, e que o rei consorte de castela don fernando chegada a noite e chovendo moitisimo nun dia de inverno, fuxindo o rei afonso a castronuño haber conseguido a vitoria e retirouse a zamora. O principe nao estaba derrotado e xuntou as suas tropas e parte das da batalha real que nao habían fuxido a toro nun cabeço onde se mantivo ate o dia seguinte; a persecución do dia seguinte nao aparece nas cronicas castelhanas, deixemola pois domo dubidosa.
unha cousa indubitabel, toro, para casi todo o mendo, foi vista como gran vitoria castelhana, e os que estaban dubidosos pasaronse ben cedo ao bando dos reis católicos e o castelo de zamora rendiuse aos poucos días.
isto e ben claro. Por certo como curiosidade pouco antes da batalha houbo un recontro armado de cabaleria onde o conde de penamacor foi feito prisioneiro polo capitao castelhano fernando de acunha.
Unha cousa que quede ben clara, respeito a sua opiniao, mais expreso a minha ainda aceptando parte das fontes portuguesas porque as castelhanas falan dunha gran vitoria e mencionan muitos fuxidos portugueses escapando a portugal dos días seguintes e sendo matados polos camponeses leoneses, algo semellante a padeira de aljubarrota.
unha aperta . nao teño nengun interese nacionalista, de feito son galego pero gosto de conhecer a nosa historia e a de tudo o mundo, especialmente a militar. O problema das fontes históricas e moi complicado, todos os bandos utilizaban xa nese tempo a propaganda como un arma mais.
-
perdao por as muitas faltas no texto. Quería decir que eu estou convencido de que don fernando o católico vendo derrotado o rei afonso pensou realmente ter ganha a batalha e retirou a zamora, ¿porque retirou? porque a noite era terrivel, nao había visibilidade e chovia moitisimo, as crónicas castelhanas din que o cardeal castelhano mendoza quería desaloxar ao principe joao do cabeço onde se mantiña forte mais o rei fernando nao quiso pola noite pechada e o tempo. Tamen di que o rei don fernando queria autorizar a matanza de prisioneros portugueses mais o cardeal mendoza nao permitiu.
A vitoria militar foi indecisa, a vitoria politica foi de fernando de aragao, a honra e a valentia do principe joao e a vergonha do rei afonso.
Na galiza, ao recibir as novas, muitos nobres (Diego de Andrade, o mariscal suero soutomaior, o conde de altamira etc que andaban dubidosos sob que bando apoiar xa nao dubidaron mais e xuntaronse cos reis católicos quedando poucos partidarios de don afonso, fundamentalmente don pedro alvares soutomaior, gran amigo de afonso V quen o fixo conde de camiña e estivo con él na batalha de toro.
Gostaria concordar con voces sob estas líneas, e volvo a indicar que collendo das duas fontes castelhanas e portuguesas, que asím debe facerse.
A guerra continuou, mais queda, pero finalmente o derradeiro esforzo militar de afonso V foi derrotado na batalha de albuera no 1479 e ista nao foi dubidosa.