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Forças Armadas e Sistemas de Armas => Marinha Portuguesa => Tópico iniciado por: Nuno Bento em Setembro 28, 2006, 06:11:51 am

Título: Corrupção na Marinha
Enviado por: Nuno Bento em Setembro 28, 2006, 06:11:51 am
http://multimedia.iol.pt/oratvi/multime ... 328143/146 (http://multimedia.iol.pt/oratvi/multimedia/imagem/id/2328143/146)
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Estado lesado em muitos milhões
2006/09/27 | 19:34 ||  Cláudia Rosenbusch  e Cláudia Lima da Costa
Três militares e dois civis detidos por suspeitas de corrupção. Em causa estão vários concursos públicos para a aquisição de fragatas e armamento para a Marinha. Investigações começaram em 2004
 
MAIS:
  Sem dinheiro para investigar a corrupção
  Corrupção mais engenhosa

Os três militares e os dois civis detidos esta quarta-feira no âmbito de um processo de corrupção terão lesado o Estado em muitos milhões de euros.

De acordo com informações recolhidas pelo PortugalDiário junto de fonte judicial, em causa estão vários concursos públicos para aquisição, designadamente, de fragatas, munições e armamento para a Marinha, realizados desde 2004. «O Estado foi lesado de uma forma tremenda, seguramente em muitos milhões de euros», referiu a mesma fonte.

Pelo menos, dois capitães de mar-e-guerra e um sargento terão recebido contrapartidas avultadas pela escolha de determinadas empresas fornecedoras em detrimento de outras. As investigações começaram em 2004.

Dois empresários foram igualmente constituídos arguidos no âmbito deste processo.

Um quarto militar deverá ainda ser detido no âmbito desta operação, mas até ao momento não terá sido localizado.

Várias brigadas da PJ realizaram ao longo do dia 18 buscas, incluindo à base militar do Alfeite, a empresas privadas, residências particulares e a uma instituição militar, tendo sido apreendida vasta documentação e ficheiros informáticos.

Os trabalhos começaram por volta das cinco da manhã e cerca das 22 horas algumas equipas ainda não tinham concluído as diligências.

Ao PortugalDiário fonte da Marinha adiantou que o interrogatório está a decorrer neste momento. E que a instituição está disposta a colaborar com a Polícia Judiciária na investigação.

Os arguidos serão presentes a tribunal na quinta-feira, para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coacção.

A Procuradoria-Geral da República emitiu um comunicado ao final da tarde desta quarta-feira a confirmar que foram efectuadas diligências de busca durante todo o dia. Nessa sequência, foi determinada «a detenção de elementos civis e militares, por suspeitas de prática de crimes de natureza económico-financeira».

Na operação participaram nove magistrados do Ministério Público, um Juiz de Instrução e mais de setenta efectivos da Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira da Polícia Judiciária.

O inquérito é dirigido pelo Ministério Público (Departamento de Investigação e Acção Penal), coadjuvado pela Direcção Central de Investigação da Corrupção e da Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) da PJ.

Título:
Enviado por: Rui Elias em Setembro 28, 2006, 09:25:45 am
Acontece em todos os sectores de actividade, na Administração Pública e o sector privado.

Há muita gente a "fazer pela vida".

E de vez em quando alguns acabam por ser apanhados.

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Três militares e dois civis detidos por suspeitas de corrupção. Em causa estão vários concursos públicos para a aquisição de fragatas e armamento para a Marinha. Investigações começaram em 2004


O mais estranho nesta notícia é a existência de um "concurso publico para a aqusição de fragatas".

Mais um erro do jornalista, ou das suas fontes, ou que eu saiba não há em cursos quaisquer concursos púiblicos, nem sequer consultas para aquisição de fragatas ou de quaisquer outras plataformas.

O que parece estar em curso é uma negociação directa entre o Estado português e o holandês para a eventual aquisição de duas fragatas da classe Karel Doorman, que poderão vir na vez das anteriormente anunciadas OHP.

Quanto a notícias de compras de armamento, não sei.

Será que já se andam a comprar os torpedos para municiar os submarinos?   :?

Acho que não.

Não se tratará apenas e só de munições e eventualmente outros equipamentos que é sempre preciso comprar?

Estes jornais transmitem coisas para a opinião pública que depois se revelam como dando a entender ao povo que se anda comprar armamento e fragatas em bardina.

O que não me parece ser o caso
Título:
Enviado por: P44 em Setembro 28, 2006, 09:34:23 am
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=244709 (http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=244709)

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Suspeitos de corrupção: Militares da Marinha detidos (act.)

O Estado-Maior da Armada e a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmaram na quarta-feira a detenção de três militares por suspeitas de corrupção económico-financeira.

«Eles estão a ser ouvidos pelo Departamento de Investigação e Acção Penal do Ministério Público. A Marinha está a colaborar no sentido de apurar toda a verdade dos factos e, como o processo está em segredo de Justiça, não podemos adiantar mais», afirmou à agência Lusa um porta-voz da Armada, comandante Braz de Oliveira.

Segundo a SIC-Notícias, a Polícia Judiciária (PJ) deteve ontem três militares da Marinha por suspeitas de corrupção, adiantando que serão presentes a tribunal esta quinta-feira, para primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coacção.

O comandante Braz de Oliveira, do gabinete de imprensa da Marinha, adiantou à Lusa que os militares detidos são «oficiais e sargentos», sem especificar.

De acordo com a SIC-Notícias, os detidos são suspeitos de corrupção em contratos de reequipamento da Marinha.

«Além dos três militares, foram também detidos dois civis. Só amanhã (quinta-feira) serão presentes ao juiz de Instrução Criminal. Os militares vão recolher esta noite a presídio militar e os civis a estabelecimento prisional», segundo a SIC.

Ao fim da tarde, a PGR emitiu uma nota a referir que, «no âmbito de uma investigação em curso no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, tiveram hoje lugar diligências de busca e foi determinada a detenção de elementos civis e militares, por suspeitas de prática de crimes de natureza económico-financeira».

A operação decorreu na manhã de quarta-feira «em diferentes locais do Distrito Judicial de Lisboa», envolvendo nove magistrados do Ministério Público, um juiz de Instrução e mais de setenta efectivos da PJ.

O inquérito é dirigido pelo Ministério Público, coadjuvado pela Direcção Central de Investigação da Corrupção e da Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) da PJ.

Diário Digital / Lusa

28-09-2006 6:48:00


http://dn.sapo.pt/2006/09/28/nacional/c ... uspei.html (http://dn.sapo.pt/2006/09/28/nacional/compra_municoes_para_fragatas_suspei.html)

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Compra de munições para fragatas sob suspeita

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fdn.sapo.pt%2F2006%2F09%2F28%2F076913.jpg&hash=21b4afa0c8ca87bd61a18b5174179989)

Carlos Rodrigues Lima    
 
Eram nove da manhã quando 70 inspectores da Polícia Judiciária, nove magistrados do Ministério Público e um juiz se dividiram pela Base Naval do Alfeite, escritórios e residências particulares, em Lisboa, para darem início a um dia de buscas no âmbito de um inquérito sobre corrupção e tráfico de influências na Marinha.

"Phalanx" foi o nome de baptismo da operação levada a cabo pela Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF), que levou à detenção de dois capitães de fragata, um sargento e dois civis ligados a empresas intermediárias no fornecimento de material à Marinha. Os detidos serão hoje presentes a um juiz de instrução. Ontem mesmo foram interrogados pelo Ministério Público.

Esta investigação decorre, desde 2004, na DCICCEF e diz respeito a suspeitas de corrupção, tráfico de influências e favorecimento em concursos abertos pela Marinha para a aquisição de material. Um deles foi aberto em Agosto deste ano e diz respeito à aquisição de munições de 20 mm para o canhão Phalanx, que equipa as fragatas da classe Vasco da Gama. Aliás, a escolha do nome da operação não terá sido alheia ao objecto da investigação.

De acordo com fonte da Marinha, os dois oficiais e o sargento, que estavam colocados na Divisão de Navios do Alfeite, não detinham poder decisório nos concursos. Daí que a mesma fonte admita que em causa possa estar um circuito de revelação de informação privilegiada sobre os concursos a determinados concorrentes a troco de contrapartidas financeiras. Aliás, segundo a mesma fonte, um dos capitães de fragata exibia vários sinais exteriores de riqueza. O último foi um veículo topo de gama (da marca Mercedes) cuja aquisição é incompatível com o ordenado da Marinha.

Mais suspeitos

A investigação deverá agora progredir no sentido de aferir se quem detinha poder de adjudicar os concursos beneficiava ou não de contrapartidas. E, uma vez que as empresas envolvidas por agora eram apenas intermediárias, será preciso apurar se o vendedor tinha ou não participação no alegado esquema de corrupção e tráfico de influências.

Contactado pelo DN, o porta- -voz da Marinha, comandante Brás Oliveira, confirmou as detenções, afirmando que a Marinha irá "prestar toda a colaboração à PJ e ao DIAP". Os dois oficiais e o sargento pernoitaram no presídio militar, enquanto que os empresários foram conduzidos ao estabelecimento prisional da PJ.

Hoje, ouvidos em interrogatório judicial, irão conhecer os factos que constam do processo. E o juiz de instrução poderá aplicar outra medida de coacção além do termo de identidade e residência.

Ontem, ao final da tarde, após ter sido noticiada a detenção dos cinco indivíduos, a Procuradoria- -Geral da República, tendo em conta "notícias contraditórias", confirmou as detenções, mas não esclareceu os crimes em causa na operação.
Título:
Enviado por: Rui Elias em Setembro 28, 2006, 09:39:03 am
Pois...

Afinal tratavam-se mesmo de munições e outros materias de desgaste.
Título:
Enviado por: luis filipe silva em Setembro 28, 2006, 11:23:22 am
Entretanto no Correio da Manhã a noticia é esta:
 Contratos de manutenção de mísseis na origem da detenção de elementos da Marinha Portuguesa  
Na edição de hoje, o Correio da Manhã faz diversas revelações  
A PJ deteve quarta-feira dois oficiais superiores e um sargento da Marinha de guerra suspeitos de corrupção.  
Data: 28-09-2006  

A PJ deteve quarta-feira dois oficiais superiores e um sargento da Marinha de guerra suspeitos de corrupção em contratos celebrados com uma empresa privada para a manutenção dos mísseis que equipam as três fragatas da classe "Vasco da Gama". Na edição de hoje, o Correio da Manhã revela que os oficiais são dois capitães-de-fragata (posto equivalente a tenente-coronel no Exército e na Força Aérea), que prestavam serviço nos Estaleiros do Alfeite, na margem Sul do Tejo, e na Direcção-Geral de Navios, no Edifício do Estado-Maior da Armada, na Praça do Comércio, em Lisboa. O terceiro elemento detido, um sargento, pertencia à Direcção de Abastecimentos, na Praça do Comércio. Segundo fontes judiciais ouvidas pelo CM, os militares são suspeitos de favorecerem uma empresa - a troco de "luvas" - para a manutenção periódica dos mísseis "Harpoon" e "Seasparrow" que equipam as fragatas "Mekko", as mais modernas da Armada portuguesa. A operação, que envolveu 70 inspectores, nove procuradores do Ministério Público e um juiz de instrução criminal, foi concretizada pelo Departamento da Polícia Judiciária que combate a corrupção e os crimes económicos, na sequência de investigações desencadeadas há cerca de um mês. No início deste ano, segundo diversas fontes contactadas pelo Correio da Manhã, chegaram várias denúncias anónimas à Procuradoria- Geral da República sobre corrupção em vários contratos firmados por serviços das Forças Armadas com empresas privadas. Segundo o CM, as denúncias, "todas anónimas, mas recheadas de pormenores reveladores", foram remetidas ao Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, coordenado pela procuradora Francisca Van Dunen, que terá dado instruções para que a PJ investigasse. Em simultâneo à detenção dos três militares, na manhã de quarta-feira, foram realizadas buscas nos serviços da Marinha de Guerra onde prestavam serviço e que se prolongaram até final da tarde. De acordo com o CM, as buscas na Direcção-Geral de Navios, onde estava colocado um dos detidos foram acompanhadas por um juiz de instrução criminal pela razão de ali estarem depositadas informações classificadas. O CM refere que os militares suspeitos ficaram detidos na Base Naval do Alfeite e que hoje serão interrogados no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, para aplicação das adequadas medidas de coação. O jornal acrescenta que além dos três militares foram ainda detidos na mesma operação dois empresários, um português e um estrangeiro, ambos ligados ao ramo do armamento. Fonte judicial disse ao CM que a operação foi precipitada pela chegada do estrangeiro a Lisboa para um alegado encontro com os dois capitães-de-fragata. Os empresários são suspeitos de corrupção activa (corruptores) e os militares de corrupção passiva (corrompidos). Segundo uma fonte militar, "a Marinha de Guerra terá em paiol pelo menos 20 mísseis 'Harpoon' e cerca de 50 mísseis 'Seasparrow'", que são considerados os "ases" do arsenal da Armada. "São os dois sistemas mais importantes das três fragatas Mekko 200PN classe "Vasco da Gama", os únicos meios navais que ainda podem ser considerados modernos", escreve o CM.

A Marinha portuguesa confirmou quinta-feira à Lusa a detenção dos três militares daquele ramo das Forças Armadas por suspeitas de corrupção e assegurou "toda a colaboração" com o Ministério Público para apurar a verdade dos factos.

"A Marinha está a colaborar no sentido de apurar toda a verdade dos factos e como o processo está em segredo de Justiça não podemos adiantar mais", afirmou um porta-voz da Armada, comandante Braz de Oliveira, em declarações à Agência Lusa. A manutenção destes mísseis é muito cara porque algumas das suas peças - como sensores - e o combustível - que é feito à base de nitroglicerina - têm de ser substituídos frequentemente. As substituição do combustível dos mísseis que estão em paiol tem de ser feita de quatro em quatro meses, disse ao CM uma fonte da Armada, acrescentando que a operação é perigosa e por isso, cara.

 
LUSA
Título:
Enviado por: Pedro Monteiro em Setembro 28, 2006, 12:43:59 pm
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Será que já se andam a comprar os torpedos para municiar os submarinos?   :?

Acho que não.


Respondendo à sua pergunta, já. Em Dezembro de 2005, o jornal "Público" noticiou a aprovação pelo Tribunal de Contas da compra de 24 torpedos Black Shark por 46,2 milhões de euros. O contrato fora assinado em Fevereiro desse mesmo ano pelo então Ministro da Defesa, Paulo Portas. Não houve um concurso público, mas sim um ajuste directo. A justificação é bem simples: Portugal tinha até seis meses após a assinatura do contrato de aquisição dos submarinos para declarar ao GSC qual o modelo de torpedos que iria usar nos U-209PN.
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
Título:
Enviado por: Lancero em Setembro 28, 2006, 05:23:43 pm
notícia completa do CM.
http://www.correiodamanha.pt/noticia.as ... al=181&p=0 (http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=216139&idselect=181&idCanal=181&p=0)

2006-09-28 - 13:00:00

Marinha de guerra - negócios sob suspeita
Oficiais e sargento detidos por corrupção

A Polícia Judiciária – numa operação de grande envergadura em que participaram 70 inspectores, nove procuradores do Ministério Público e um juiz de instrução criminal – deteve ontem de manhã dois oficiais superiores e um sargento da Marinha de Guerra suspeitos de corrupção em contratos celebrados com uma empresa privada para a manutenção dos mísseis que equipam a três fragatas da classe ‘Vasco da Gama’.

Estão sob suspeita os contratos entre a Armada e uma empresa privada para manutenção dos mísseis ‘Harpoon’ e ‘Seasparrow’ que equipam as três fragatas da classe ‘Vasco da Gama’, conhecidas como ‘Meko’. Os três militares detidos são suspeitos de favorecerem a empresa a troco de ‘luvas’. As investigações continuam
Os oficiais detidos são os capitães-de-fragata F.L., colocado nos Estaleiros do Alfeite, na Margem Sul do Tejo, e D. V., que prestava serviço na Direcção-Geral de Navios, no edifício do Estado-Maior da Armada, na Praça do Comércio, em Lisboa.

O sargento detido, cuja identificação o Correio da Manhã não conseguiu apurar com segurança, pertencia à Direcção de Abastecimentos, na Praça do Comércio. Esta operação foi levada a cabo pelo departamento da Polícia Judiciária que combate a corrupção e crimes económicos na sequência de investigações desencadeadas há cerca de um mês.

No início deste ano, segundo diversas fontes judiciais ontem contactadas pelo CM, chegaram várias denúncias anónimas à Procuradoria-Geral da Repú- blica sobre corrupção em vários contratos firmados por serviços das Forças Armadas com empresas privadas. As denúncias (todas anónimas – mas, segundo as nossas fontes, “recheadas de pormenores reveladores”) foram remetidas ao Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa (DIAP), coordenado pela procuradora Francisca van Dunen, que mandou a Polícia Judiciária investigar.

Os três militares foram detidos em casa ontem de manhã – enquanto outras equipas da Polícia Judiciária lançaram buscas simultâneas nos serviços da Marinha de Guerra onde eles prestavam serviço e que se prolongaram até final da tarde. As buscas na Direcção-Geral de Navios, onde estava colocado o capitão-de-fragata D.V., foram acompanhadas por um juiz de instrução criminal pela razão de que ali estão depositadas informações classificadas.

De acordo com fontes judiciais, os militares são suspeitos de favorecem uma empresa, a troco de ‘luvas’, para a manutenção periódica dos mísseis ‘Harpoon’ e ‘Seasparrow’ que equipam as fragatas ‘Mekko’.

Os militares suspeitos ficaram detidos na Base Naval do Alfeite. Hoje serão interrogados no Tribunal de Instrução Criminal e o juiz há-se decidir se aguardam em liberdade ou em prisão preventiva a conclusão do processo.

EMPRESÁRIOS ENVOLVIDOS NO CASO

Além dos três militares foram ainda detidos nesta operação dois empresários: o português C. C. e um estrangeiro, que tinha uma brigada da PJ à espera, ontem de manhã, no Aeroporto de Lisboa. Estes dois empresários, que dormiram de ontem para hoje no estabelecimento prisional junto da Polícia Judiciária, estão ligados ao ramo do armamento.

De acordo com uma fonte judicial, a operação foi precipitada pela chegada do estrangeiro a Lisboa – que tinha encontro marcado com os dois capitães-de-fragata. Os empresários são suspeitos de corrupção activa (corruptores) e os militares de corrupção passiva (corrompidos).

A PROCURADORA QUE MANDA NO DIAP

A directora do Departamento de Investigação e Acção Penal, Francisca van Dunen, nasceu em Luanda numa família tradicional. Teve uma juventude marcada pela guerra e chegou a Portugal em 1977 com um sobrinho nos braços. Um dos irmãos, José van Dunen, e a cunhada, Cita Valles, foram presos nesse ano, na sequência de uma tentativa de golpe de Estado desencadeada por Nito Alves contra Agostinho Neto, e assassinados na cadeia. Aos 20 anos, Francisca desembarcou em Lisboa com os pais, assumindo a educação do sobrinho. Licenciou-se em Direito e, passados poucos anos, já era assessora na PGR.

PERFIL

Francisca Van Dunen, procuradora do Ministério Público, dirige as investigações aos negócios suspeitos entre diversos serviços militares e empresas privadas de armamento.

OS 'ASES' DO ARSENAL

Os mísseis Nato ‘Seasparrow RIM-7’ e ‘RGM-84D Harpoon’ podem ser considerados os ‘ases’ do arsenal da Armada. São os dois sistemas mais importantes das três fragatas Meko 200PN classe ‘Vasco da Gama’, os únicos meios navais que ainda podem ser considerados modernos. O ‘Seasparrow’ é um míssil de defesa aérea de curto alcance – permite à fragata reagir rapidamente perante a aproximação de ameaças aéreas (aviões ou ‘helis’), podendo ser usado com limites contra mísseis antinavio.

O alcance é de 15 km, viaja a 4256 km/h e cada fragata tem oito. O ‘Harpoon’ é um míssil antinavio com 120 km de alcance e resistente a contra-medidas electrónicas, capaz de descrever uma rota indirecta para o alvo. Viaja a 1000 km/h e cada fragata tem oito destes mísseis (também usados pelos aviões P3 da Força Aérea).

REACÇÕES

MINISTÉRIO DA DEFESA

Fonte do Ministério da Defesa, contactado pelo C M, optou por não fazer qualquer comentário às suspeitas de corrupção que envolvem três militares e dois civis na Marinha. “Não comentamos. O processo está sob investigação”, disse.

ESTADO-MAIOR DA ARMADA

“A Marinha presume a inocência dos seus militares até que se prove a sua culpa. Neste momento estamos a colaborar com a Polícia Judiciária na investigação deste caso”, afirmou ao CM o porta-voz do Chefe de Estado-Maior da Armada, comandante Fernando Braz de Oliveira.

PORMENORES

MÍSSEIS

Os três militares detidos são suspeitos de favorecimento de uma empresa privada na manutenção dos mísseis ‘Harpoon’ e ‘Seasparrow’. Algumas peças destas armas, como sensores, têm prazos de validade apertados e devem ser substituídas periodicamente.

DINHEIRO

Um dos componentes dos mísseis que tem de ser substituído é o combustível. É fabricado à base de nitroglicerina. De quatro em quatro meses, segundo uma fonte da Armada, os depósitos dos mísseis em paiol levam combustível novo. É uma operação perigosa e, por isso, cara.

ESCUTAS

A investigação deste caso envolveu escutas telefónicas aos suspeitos – e foi assim que a Polícia Judiciária ficou a saber que o empresário estrangeiro chegava ontem a Lisboa para uma ‘reunião de negócios’ com os capitães-de-fragata detidos.

DOCUMENTOS

Nas buscas efectuadas em casa dos três militares e nos departamentos da Marinha de Guerra onde prestavam serviço, a Polícia Judiciária apreendeu documentos em papel e vários registos informáticos.

JUSTIÇA

O antigo Código de Justiça Militar não teria permitido que os dois oficiais e o sargento da Armada fossem investigados e detidos pela Polícia Judiciária – apenas pela Polícia Judiciária Militar. Hoje, os militares estão sob a alçada da lei geral, excepto nos crimes de natureza estritamente militar.

PRIVILÉGIOS

Os militares a contas com a Justiça civil gozam apenas de um privilégio: têm o direito de recolher a um presídio militar sempre que sejam sujeitos a prisão preventiva ou a pena de cadeia efectiva.

TRIBUNAL

Os dois capitães-de-fragata, o sargento e os dois empresários são hoje interrogados por um juiz no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
Manuel Catarino com J. G. /S.A.V
Título:
Enviado por: Lancero em Setembro 28, 2006, 06:25:27 pm
Justiça/Marinha: Armada ordena investigações internas e promete sanções

Lisboa, 28 Set (Lusa) - A Marinha portuguesa ordenou hoje investigações internas e prometeu "rigor e celeridade" na aplicação de sanções caso os três m ilitares detidos quarta-feira por suspeitas de corrupção sejam declarados culpad os.

        "Internamente, ordenei que se proceda a averiguações e tomarei as medid as necessárias para garantir a correcção de procedimentos a todos os níveis e re forçar os mecanismos de controlo, quando tal se justifique", anunciou hoje a ins tituição, em comunicado assinado pelo Chefe do Estado-Maior da Armada à Marinha, Almirante Fernando de Melo Gomes.

        Os três militares e dois civis foram detidos quarta-feira pela Polícia  Judiciária por suspeitas de crimes de natureza económico-financeira e estão a se r ouvidos desde o início da tarde no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lis boa.

        Segundo a Lusa constatou no local, o primeiro elemento chegou ao TIC às 14:45 e o segundo às 18:15.

        O secretário do tribunal disse entretanto aos jornalistas que no final  será emitida uma nota sobre o assunto.

        A Marinha anunciou ainda que deu instruções aos seus órgãos para que co laborem em tudo o que seja solicitado pelas autoridades competentes e promete "r igor e celeridade" na aplicação das sanções adequadas "a todos os eventuais prev aricadores".

        "Simultaneamente, disponibilizarei todo o apoio institucional aos milit ares que, no exercício das suas funções e face aos elementos disponíveis, se pre suma inocentes", acrescenta o comunicado.

        Os oficiais, que passaram a noite detidos em instalações militares, são dois capitães-de-fragata (posto equivalente a tenente-coronel no Exército e na  Força Aérea), que prestavam serviço nos Estaleiros do Alfeite, na margem Sul do  Tejo, e na Direcção-Geral de Navios, no Edifício do Estado-Maior da Armada, na P raça do Comércio, em Lisboa.

        O terceiro elemento da Marinha detido pertencia à Direcção de Abastecim entos, na Praça do Comércio.

        Segundo a edição de hoje do Correio da Manhã, os detidos são suspeitos  de corrupção em contratos celebrados com uma empresa privada para a manutenção d os mísseis que equipam as três fragatas da classe "Vasco da Gama".
Título:
Enviado por: Pedro Monteiro em Setembro 28, 2006, 07:35:54 pm
Confrontando a edição em papel do "Diário de Notícias" descobri o uso indevido e não autorizado do perfil do Paulo Siqueira, elaborado em exclusivo para o "Military Zone". O autor da façanha ainda teve o descaramento de apagar os créditos da imagem. Obviamente que o editor de fotografia será chamado à atenção.

Fica, pois, a retificação pública: o siste "Military Zone" não foi contactado para o uso desta imagem ou a cedência de qualquer outro tipo de informação. Aliás, é lamentável que integrem uma imagem destas sem autorização num artigo tão polémico.
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
Título:
Enviado por: Rui Elias em Setembro 29, 2006, 10:06:06 am
Só uma pergunta de leigo:

Se foi o Ministério Público que começou a investigar este caso de aparente corrupção por parte de empresas e particulares junto dos sectores da marinha responsáveis pela selecção e aqusição de equipamentos.

E se foi a PJ a investigar.

Onde esteve durante todo este tempo a PJ-Militar?
Título:
Enviado por: Luso em Setembro 29, 2006, 01:53:27 pm
Citação de: "Rui Elias"
Onde esteve durante todo este tempo a PJ-Militar?


http://pt.wikipedia.org/wiki/Micose (http://pt.wikipedia.org/wiki/Micose)
Título:
Enviado por: Rui Elias em Setembro 29, 2006, 01:58:16 pm
Luso dixit:

Citar
Rui Elias escreveu:
Citar
Onde esteve durante todo este tempo a PJ-Militar?


http://pt.wikipedia.org/wiki/Micose (http://pt.wikipedia.org/wiki/Micose)
_________________
«A mais segura fonte da autoridade é o Estado (…) Um Estado forte é assim a primeira necessidade; mas, uma vez mais não há Estado forte onde o Governo não o é».


 :nice:  :nice:
Título:
Enviado por: Rui Elias em Setembro 29, 2006, 02:10:19 pm
Luso dixit:

Citar
Rui Elias escreveu:
Citar
Onde esteve durante todo este tempo a PJ-Militar?


http://pt.wikipedia.org/wiki/Micose (http://pt.wikipedia.org/wiki/Micose)
_________________
«A mais segura fonte da autoridade é o Estado (…) Um Estado forte é assim a primeira necessidade; mas, uma vez mais não há Estado forte onde o Governo não o é».


 :nice:  :nice:
Título:
Enviado por: P44 em Setembro 29, 2006, 02:11:06 pm
:lol:  :lol:

afinal não é só cá...

Citar
Prosecutors Indict 8 in Lafayette Case
 
 
(Source: Taiwan Government news; issued Sept. 29, 2006)
 
   
 
 After more than six years of investigation, the Taipei District Prosecutor's office on Thursday indicted a former navy captain, a fugitive arms broker, and members of their families on charges of graft for their roles in a wide-reaching scandal in connection with Taiwan's procurement of six Lafayette-class frigates from France in 1991.  
 
Andrew Wang, the Taiwan agent of French arms supplier Thompson-CSF, his wife Yeh Hsiu-chen and their four children were all indicted on changes of obtaining illegal commissions on the Lafayette deal.  
 
Also prosecuted in the case were Kuo Li-heng, a former naval captain who has been imprisoned for years for involvement in another corruption case, and his brother Kuo Wen-tien.  
 
In the indictment, prosecutors recommended harsher-than-usual punishment for Wang, who fled Taiwan following the death of naval Captain Yin Ching-feng under suspicious circumstances more than 13 years ago.  
 
Yin was the head of the navy's arms procurement office. His body was found floating in the sea off the east coast of Taiwan in late 1993. Yin was believed to have been poised to blow the whistle on colleagues who had allegedly taken illegal kickbacks on the Lafayette deal.  
 
Yin's death prompted the authorities to look into possible irregularities and to investigate officials who might have benefited from the Lafayette and other weapons deals.  
 
No former government officials, such as former President Lee Teng-hui and former Chief of the General Staff Hau Pei-tsun, were indicted in the case as prosecutors could not find direct evidence proving any link to the kickback scandal.  
 
The Ministry of National Defense offered a reward of NT$100 million for anyone who could help crack the Lafayette case. Up to this point, no one has come forward to give evidence, despite the government's promise to protect the safety of informers and to grant amnesty to anyone who agrees to be material witnesses.  
 
-ends-

 
fonte (http://http)
Título:
Enviado por: Rui Elias em Setembro 29, 2006, 03:11:47 pm
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Estado 'pagava' corrupção na Marinha

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fdn.sapo.pt%2F2006%2F09%2F29%2F087639.jpg&hash=f1cd7f284601bb3e07bfea2d0e6f0291)

Carlos Rodrigues Lima  in:  http://dn.sapo.pt/2006/09/29/nacional/ (http://dn.sapo.pt/2006/09/29/nacional/)  
 
O alegado esquema de corrupção na Marinha terá assentado numa relação entre intermediários do negócio de armamento e dois capitães-de-fragata que davam pareceres técnicos sobre as aquisições.

Ao que o DN apurou, os militares da Marinha terão recomendado a aquisição de material de empresas representadas pelos intermediários.

Isto levava a que o preço final da aquisição tivesse em conta as comissões que seriam pagas aos intermediários e aos militares.

À hora de fecho desta edição, os cinco arguidos no processo estavam a ser interrogados no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa.

O esquema só foi deslindado este ano pela Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF), uma vez que eram várias empresas a ganhar os concursos de fornecimento de material.

O que despistava quaisquer suspeitas de corrupção ou tráfico de influências. Isto deve-se ao facto de, uma vez que não há produção nacional de armamento, os intermediários representarem várias empresas estrangeiras.

E nos documentos dos concursos, apenas figurava o nome daquelas e não dos intermediários. "Os intermediários são o elo de ligação", adiantou ao DN fonte da Polícia Judiciária.

Tal como o DN avançou ontem, um dos alvos da investigação é um concurso aberto em Agosto deste ano para a aquisição de munições para o Phalanx, uma peça de artilharia que equipa as fragatas da classe Vasco da Gama. Aliás, foi neste canhão que a Judiciária se inspirou para baptizar a operação que levou a cabo, anteontem, em Lisboa e na qual deteve as cinco pessoas.

Ex-CEMA promoveu suspeito

De acordo com fontes da Marinha, o principal suspeito do processo é o capitão-de-fragata Clélio Ferreira Leite, promovido, em 2004, a este posto pelo ex-CEMA Francisco Vidal Abreu. Além deste estão ainda envolvidos outro capitão-de-fragata, um sargento e dois intermediários, um deles de nacionalidade norte-americana.

O esquema em causa, segundo uma fonte da PJ, só teve "sucesso" devido a um certo défice de fiscalização nos concursos de aquisição de material militar. Uma informação que acabou por ser corroborada pelo chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), almirante Melo Gomes: numa mensagem interna (lida, ontem, aos jornalistas), o almirante prometeu tomar as medidas necessárias para "para garantir a correcção de procedimentos a todos os níveis" e "reforçar os mecanismos de controlo".

Madrugada de interrogatórios

Este é o primeiro processo que envolve militares a serem investigados pela "justiça civil" após a entrada em vigor do novo Código de Justiça Militar. Desde Setembro de 2004, que a competência para a investigação de crimes que não sejam "estritamente militares" passou para a alçada do Ministério Público.

Os interrogatórios iniciados, ontem ao início da tarde, prolongaram-se pela madrugada. Hoje, o MP deverá divulgar as medidas de coacção aplicadas pelo juiz do TIC.
Título:
Enviado por: Rui Elias em Setembro 29, 2006, 03:18:55 pm
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Empresário estrangeiro suspeito de corrupção em negócios com a Marinha de Guerra, que na última quarta-feira foi detido pela Polícia Judiciária, é o norte-americano W.H. B. – sócio-gerente da Cinave, uma empresa constituída em Portugal em Julho de 1969 e que desde então vende equipamentos aos três ramos das Forças Armadas.

 
A operação desencadeada na quarta-feira pela Polícia Judiciária, como o CM ontem noticiou, levou ainda à detenção dos capitães-de-fragata F.L., colocado na Direcção de Navios, e D.V., que prestava serviço no Arsenal do Alfeite, e de um sargento da Direcção de Abastecimentos. Um civil, C.C., suspeito de intermediar contratos entre a Armada e a Cinave, também foi detido.

Esta firma é participada desde a primeira hora por uma empresa norte-americana, a Aeronautical Instrument & Radio Company, detentora de uma larga fatia do capital. W.H.B. também é sócio desde a fundação – e o único gerente com poder para obrigar a empresa.

O patrão da Cinave tem como secretária pessoal a portuguesa I.Q. – mulher de um dos capitães-de-fragata detidos pela Polícia Judiciária.

Os três militares são suspeitos de corrupção, favorecimento e tráfico de influências em contratos celebrados com a Cinave para manutenção dos mísseis ‘Harpoon’ e ‘Seasparrow’ que equipam as três fragatas da classe ‘Vasco da Gama’ conhecidas como ‘Meko’. O fornecimento de sensores para os canhões ‘Phalanx’ dos três navios também está sob suspeita.

Os cinco detidos (os três militares da Armada e os dois empresários) começaram ontem a ser interrogados por um juiz no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa. À hora de fecho desta edição, os interrogatórios ainda não tinham terminado. O norte-americano é defendido por Germano Marques da Silva, professor de Direito Penal.

W.H.B., à beira dos 70 anos, é um velho amigo de Portugal. Nos finais dos anos 60, quando chegou a Lisboa, ajudou o Governo de Marcelo Caetano a contornar a proibição do fornecimento de armas às Forças Armadas portuguesas – embargo decidido pela ONU para forçar o fim da guerra colonial em Angola, Moçambique e Guiné. Nos meses de brasa que se seguiram a Abril de 1974, o sócio-gerente da Cinave conspirava em Lisboa com os partidos moderados – e desdobrava-se em contactos com o embaixador americano, Frank Carlucci, ex-director da CIA. Hoje, W.H.B. vive em Oeiras.

A Cinave manteve até há pouco tempo escritórios na Rua do Quelhas, na Lapa, em Lisboa, que entretanto foram transferidos para Sacavém. A empresa tem ainda armazéns em Camarate. Nestes dois locais, a PJ fez buscas e apreendeu documentos.

'HÁ FUMOS DE CORRUPÇÃO NA DEFESA'

Sérgio Parreira de Campos, vice-presidente da Empordef, empresa que controla as participações do Estado na indústria de Defesa, não tem a mais pequena dúvida: “Há fumos de corrupção” nos equipamentos para as Forças Armadas – disse em entrevista ao Correio da Manhã publicada na edição de 30 de Julho de 2006.

Sérgio Parreira de Campos, coronel do Exército, formado em Gestão, disse ainda na entrevista que, em alguns negócios, o Estado oferece “contrapartidas exageradas” – o que “beneficia quem vende” e “quem está na meia” do negócio.

PORMENORES

ALMIRANTE

O chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Melo Gomes, mandou o seu porta-voz, comandante Braz de Oliveira, ler um comunicado sobre os fumos de corrupção que agora pairam na Marinha de Guerra: declarou toda a disponibilidade para cooperar com o Ministério Público – e prometeu “rigor” na aplicação de sanções caso os três militares detidos sejam considerados culpados.

NEGÓCIOS

A empresa suspeita de negócios menos claros com a Marinha de Guerra tem a designação comercial de Cinave – Companhia de Instrumentos de Navegação Aeronáutica, Lda. Comercializa equipamentos electrónicos (para fins militares) e materiais de prevenção e protecção contra incêndios e poluição.

INTERROGATÓRIOS

O primeiro dos cinco arguidos só pelas 15h15 começou a ser interrogado pelo juiz no Tribunal de Instrução Criminal. Pelas 22h00, o terceiro ainda estava a ser interrogado.


Manuel Catarino in: http://www.correiomanha.pt/noticia (http://www.correiomanha.pt/noticia)
Título:
Enviado por: PereiraMarques em Setembro 29, 2006, 10:01:50 pm
Sai um louvor para um dos militares incriminados (a SIC Notícias disse claramente que um dos militares envolvidos era o CFR Eng.º Ferreira Leite)

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Por despacho de 12 de Abril de 2006, do Almirante Chefe do  Estado- -Maior da Armada, foi considerado como dado por si próprio o louvor concedido em 18 de Janeiro de 2006 pelo 78768 contra-almirante EMQ ILÍDIO CARDOSO PAIS LOUREIRO, director da Direcção de Navios, ao 20582 capitão-de-fragata EMA CLÉLIO DINIS FERREIRA LEITE, o qual se publica:

O 20582 capitão-de-fragata EMA CLÉLIO DINIS FERREIRA LEITE, presta serviço na área do material naval há treze anos, primeiro na Divisão de Sistemas de Superfície e Aéreos do ex-Gabinete de Estudos da DGMN, e depois, já na Direcção de Navios, primeiro como chefe da secção de Sistemas Electro-ópticos e Contramedidas, cargo que ocupou durante dez anos, vindo a desempenhar, nos últimos 26 meses, as exigentes funções de chefe da Divisão de Sistemas de Armas.

Durante este período, o engenheiro FERREIRA LEITE demonstrou possuir elevadas competências técnica e profissional, as quais, aliadas à sua permanente disponibilidade para novos desafios e tecnologias, e a vontade de contribuir para o sucesso das tarefas em que se encontra envolvido, lhe permitem conseguir responder às muitas solicitações que lhe são colocadas, para o desenvolvimento de inúmeros estudos e trabalhos.

Este conjunto de qualidades marcou de forma significativa o seu desempenho, nomeadamente na concepção e elaboração da proposta que conduziu ao reapetrechamento da oficina de óptica do Arsenal do Alfeite; na elaboração da Especificação Técnica de consulta do Sistema de Projecção Astronómica do Planetário; na concepção do Sistema de Vigilância para defesa própria das FFGH classe “VASCO DA GAMA” no âmbito da capacidade de defesa anti-terrorismo; e na revisão integral do ILDINAV 701, “Publicação Logísitica das Munições, Minas, Torpedos, Mísseis, Explosivos e Pirotécnicos”.

O seu espírito de iniciativa e capacidade de análise, foram ainda determinantes para o estabelecimento de relacionamento com laboratórios internacionais de defesa no âmbito de I&D, incluindo o US Naval Research Laboratory e o US Army Night Vision Laboratory, que permitiu a obtenção de um conjunto de modelos de predição do desempenho de sistemas de visão nocturna únicos nas Forças Armadas e no País.

Foi ainda director do projecto I&D de defesa “Ship IR/NTCS”, com vista à modelação e simulação da assinatura infra-vermelha de navios, tendo neste âmbito dirigido a campanha de provas MIVEX, em Maio de 2003, onde foram recolhidas as assinaturas IR dos NRP “ÁLVARES CABRAL” e “BÉRRIO”, que permitiram a validação deste modelo actualmente standard da NATO para a predição da assinatura infra-vermelha de navios.

O engenheiro FERREIRA LEITE, além de membro da equipa de projecto do Navio Polivalente Logístico, participou igualmente nos trabalhos conducentes à assinatura do contrato de fornecimento das viaturas blindadas com rodas 8x8 para o Exército e Marinha, incluindo a negociação da configuração final de armas e sensores, com destaque para o míssil anti-carro de última geração SPIKE-LR, tendo sido ainda responsável pela Especificação Técnica dos sistemas de visão nocturna que as vão equipar.

Tem também representado o nosso País em diversos grupos NATO, para lá de integrar a equipa de planeamento, acompanhamento e análise dos Exercícios de Guerra Electrónica no âmbito do SWG/4, em 2001 (Escócia), e desempenhado funções de coordenador da equipa dos EW Trials, em 2003 (Dinamarca). É justo, ainda, realçar as diversas comunicações realizadas em jornadas de conhecimento e inovação, e a presença, bem como a organização, de simpósios internacionais, tendo integrado diversas comissões Ad-hoc do MDN/DGAED para validação de projectos na área de I&D.

Assim, usando da competência que me confere o artigo 21° do Regulamento de Disciplina Militar, louvo o 20582 capitão-de-fragata EMA CLÉLIO DINIS FERREIRA LEITE, pela sua elevada competência técnica, permanente disponibilidade, espírito de dedicação e brio profissional, demonstrados no exercício das suas funções, que têm contribuído de forma significativa para a eficiência, prestígio e cumprimento da missão da Direcção de Navios e da Marinha.

Fonte: www.marinha.pt/extra/ordens/oa1/oa_19/l ... 19_06.html (http://www.marinha.pt/extra/ordens/oa1/oa_19/louv_oa119_06.html)
Título:
Enviado por: PereiraMarques em Setembro 29, 2006, 10:05:57 pm
E ainda (como dizia o Carlos C*z)...

Citar
Medalha da Cruz Naval – 2ª Classe:

------- Por despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada, de 12 de Abril de 2006:

O Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada faz saber que, nos termos da alínea c) do número 1 do artigo 26°, da alínea b) do número 1 do artigo 27° e do número 3 do artigo 34° do Regulamento da Medalha Militar e das Medalhas Comemorativas das Forças Armadas, aprovado pelo Decreto-Lei n° 316/2002, de 27 de Dezembro, concede a Medalha Militar da Cruz Naval de 2ª Classe, aos seguintes militares:

20582  capitão-de-fragata  EMA  CLÉLIO DINIS FERREIRA LEITE;

Fonte: www.marinha.pt/extra/ordens/oa1/oa_19/l ... 19_06.html (http://www.marinha.pt/extra/ordens/oa1/oa_19/louv_oa119_06.html)
Título:
Enviado por: papatango em Setembro 29, 2006, 10:20:30 pm
Não entendi...

O homem louvou-se a ele proprio  :conf:  :conf:

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Pantera em Setembro 29, 2006, 10:23:45 pm
o nosso país vai de mal a pior...
isto é corrupção em todo o lado...
achei curioso a uma coisa,parece que um dos advogados de defesa,é um advogado muito conhecido,aquele que defendeu o piloto no caso da venezuela do tráfico de droga.pergunto.me onde vão buscar dinheiro para pagar a tais advogados....Haja paciência!!!
Título:
Enviado por: PereiraMarques em Setembro 29, 2006, 10:26:48 pm
Não, o CALM Pais Loureiro é que atribui o Louvor ao CFR Ferreira Leite e o ALM CEMA Melo Gomes é que considera como se o Louvor tivesse sido dado por si próprio.
Título:
Enviado por: papatango em Setembro 29, 2006, 10:27:33 pm
É preferível haver coisas destas, em vez de estarmos todos na Paz do Senhor, com todo o tipo de corrupções grandes e pequenas à nossa volta.

O problema, não é encontrarem corruptos, porque sempre os houve.

O problema é se estamos perante uma de muitas operações de cosmética, destinadas a dar a impressão de que está tudo bem e de vez enquanto apanha-se um corrupto.

Pessoalmente tenho muitas duvidas em acreditar que seja possível adquirir material mais caro, ou em piores condições com um grupo de apenas três pessoas responsáveis.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: papatango em Setembro 29, 2006, 10:28:54 pm
Ah, Obrigado Pereira Marques,
 assim faz mais sentido  :oops:
Título:
Enviado por: ricardonunes em Setembro 29, 2006, 10:34:56 pm
Citação de: "Pantera"
achei curioso a uma coisa,parece que um dos advogados de defesa,é um advogado muito conhecido,aquele que defendeu o piloto no caso da venezuela do tráfico de droga.pergunto.me onde vão buscar dinheiro para pagar a tais advogados....Haja paciência!!!


Fundos de reserva provenientes de receitas ilícitas c34x
Título:
Enviado por: TOMKAT em Setembro 30, 2006, 02:25:32 am
Espantava-me era se não existisse corrupção em Portugal.

Ser corrupto ou corruptor já é  um estado de espírito nacional (infelizmente).

Na Marinha,... bom ...nada de novo.  :mrgreen: ....talvez por não se inspeccionarem as viaturas particulares dos ditos cujos que entravam e saíam na Base com frequência.

Migalhas...

Tal como o desaparecimento inexplicável de uma hélice, que pesava algumas toneladas, de um armazém da Base Naval (para quem conhece, logo a seguir à entrada do lado do Feijó), e espanto... ninguèm viu nada.

Migalhas....
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Setembro 30, 2006, 10:01:32 am
Também tenho histórias do género...

Migalhas...(em toda a parte)
Título:
Enviado por: Sintra em Setembro 30, 2006, 12:09:01 pm
Citar
Também tenho histórias do género...


 É endémico.
 Ainda me lembro que o meu Avô contava historias de presuntos e porcos inteiros a desaparecem da cozinha do regimento de artilharia antiaerea ali em Cascais no ano de 1942, sempe que um par de oficiais lá passava, estes dois senhores foram batizados como "os porcos voadores" pelo resto da guarnição...
 O meu pai conta que sempre que faziam comboio para irem buscar provisões a Luanda em 67/68, uma parte destas ficava pelo caminho, vendidas directamente à população e a algumas fazendas que ficavam pelo caminho.O sargento da messe, patrocinado pelo capitão, tinha um florescente negócio de venda retalhista de pneus em segunda mão...
 Acho que até o Afonso Henriques devia ter historias destas para contar.
Título:
Enviado por: Yosy em Setembro 30, 2006, 12:27:55 pm
Citação de: "Sintra"
Acho que até o Afonso Henriques devia ter historias destas para contar.


 :wink:
Título:
Enviado por: ricardonunes em Setembro 30, 2006, 12:32:12 pm
Negócios da Marinha na última década sob suspeita

Citar
Todos os processos administrativos de fornecimento de armamento das fragatas da classe Vasco da Gama dos últimos dez anos estão sob suspeita. Esta é, segundo fontes da Marinha, uma das consequências mais imediatas da investigação judicial em curso sobre suspeitas de corrupção neste ramo das Forças Armadas que envolvem dois capitães--de-fragata, um sargento e dois civis, entre os quais um empresário norte-americano. Segundo as mesmas fontes, neste período de tempo, a influência do capitão-de-fragata Clélio Ferreira Leite, através de pareceres técnicos, era decisiva para a aquisição de material para a Marinha.

A dimensão deste caso está a ser avaliada pelos responsáveis do ramo, que defendem uma investigação completa dos processos de aquisição de material em que tenha estado envolvido o principal arguido.

A personagem central do caso é o oficial Clélio Ferreira Leite, de 41 anos, que tinha uma palavra decisiva em todos os processos de fornecimento de bens consumíveis na área do armamento. Clélio Ferreira Leite tirou a especialidade de engenharia de armamento e foi o melhor aluno do seu curso, tendo posteriormente sido enviado pela Armada para os Estados Unidos da América, onde aprofundou os seus conhecimentos. A sua importância na manutenção dos níveis de operacionalidade das fragatas em matéria de armas era tal - desde há cerca de dez anos - que a Marinha tem neste momento um grave problema de substituição do oficial em causa. "O seu domínio técnico dos dossiers era irrepreensível", disse ao DN uma fonte da Marinha.

Clélio Ferreira Leite, colocado na Direcção de Navios da Armada, avaliava as propostas e a sua palavra era decisiva nas instâncias superiores, em particular na Direcção-Geral de Armamento, que tinham o poder de decisão.

Para lá das munições e dos sensores dos canhões Phalanx, está também em causa a aquisição de material para a manutenção dos mísseis Harpoon e Sea Sparrow. Todos estes contratos eram entregues por ajuste directo, na medida em que a própria lei dispensava concurso. As munições têm um prazo de validade curto e o envolvimento das fragatas em missões externas também requeria um constante fornecimento de equipamento, processos que passavam todos pelas mãos do capitão-de-fragata Ferreira Leite.

O envolvimento de Ferreira Leite num caso de corrupção não provocou grande surpresa na Armada, mas causou alguma consternação devido à imagem pública da instituição.

Este oficial era conhecido pela exuberância com que alardeava alguns bens materiais, designadamente um Mercedes avaliado em 24 mil contos (120 mil euros) e uma moto Harley Davidson, também de elevado valor. Para além disso, nas férias deste ano esteve 15 dias no Havai e outros 15 num hotel de cinco estrelas no Algarve, cuja diária era na ordem dos 500 euros.

Com um salário inferior a dois mil euros líquidos por mês, o oficial em causa explicava frequentemente a sua ostentação de bens materiais com o facto de possuir uma empresa e ser oriundo de famílias com alguns bens materiais.

Neste capítulo, aliás, são vários os testemunhos entre oficiais da Marinha que recordam o facto de frequentemente Clélio Ferreira Leite dizer que era sobrinho da ex-ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite e, por isso, ser pessoa bem colocada no PSD. Esta ligação familiar não existe, nem a possibilidade de o oficial em causa vir de famílias abastadas. Também não foi confirmado que fosse detentor de qualquer empresa.


Ferreira Leite, devido à importância das suas funções na Divisão de Armamento da Direcção de Navios, é suspeito de aprovar as propostas de empresas com as quais já tinha acertado o pagamento das suas comissões.

O outro oficial envolvido, D.Valente, estava na divisão de abastecimento dos navios e a sua mulher era secretária de uma das empresas que intermediava o fornecimento.


http://dn.sapo.pt/2006/09/30/nacional/n ... suspe.html (http://dn.sapo.pt/2006/09/30/nacional/negocios_marinha_ultima_decada_suspe.html)
Título:
Enviado por: luis filipe silva em Setembro 30, 2006, 05:41:52 pm
Se fosse só esse, pelo menos era competente mas cobrava a sua parte. Não vejo nada de mais. Que eu saiba, quando há compras de vulto, existem comissões. Ou será mentira?
Se os nossos governantes fizessem o que fazem, cobrassem o que cobram ao erário público mas pelo menos fossem competentes!....
Título:
Enviado por: ricardonunes em Setembro 30, 2006, 05:53:36 pm
Citação de: "luis filipe silva"
Se fosse só esse, pelo menos era competente mas cobrava a sua parte. Não vejo nada de mais. Que eu saiba, quando há compras de vulto, existem comissões. Ou será mentira?
Se os nossos governantes fizessem o que fazem, cobrassem o que cobram ao erário público mas pelo menos fossem competentes!....


Julgo que estás a ironizar a questão, ou não?
Título:
Enviado por: luis filipe silva em Setembro 30, 2006, 08:49:55 pm
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Julgo que estás a ironizar a questão, ou não?

Não tirando a gravidade do assunto, o resto fica ao critériode cada um, analizando a "bandalheira" que este país é. Repito: Pelo menos um dos arguidos era competente no trabalho que fazia na Armada.
Título:
Enviado por: ricardonunes em Setembro 30, 2006, 10:58:13 pm
Como é que pode ser competente quando é acusado de corrupção?
Só se os superiores hierárquicos são mais corruptos que ele, e o estão a avaliar :!:
Título:
Enviado por: luis filipe silva em Outubro 01, 2006, 03:30:10 am
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Como é que pode ser competente quando é acusado de corrupção?

Bom, eu vou fazer "um desenho".Um individuo pode estar à frente de um departamento, e tudo nesse departamento correr bem e a horas(isso é competência). Por outro lado, as empresas a que recorre para efectuar esses serviços pagam-lhe para serem escolhidas(isso é corrupção), embora o orçamento que apresentam seja mais alto.
Essa empresa até pode efectuar excepcionalmente bem os serviços para que foi contratada, e isso faz com que o adjudicatário brilhe, e por consequência seja louvado. Por outro lado, como o jogo está viciado, é corrupto.
Cappicche? como dizem os Sicilianos!...
Título:
Enviado por: ricardonunes em Outubro 01, 2006, 11:52:55 am
Obrigado pelo "desenho", compreendo o seu ponto de vista e aceito, mas continuo com a minha, como é que se pode considerar uma pessoa competente quando esta lesa o erário público.
Título:
Enviado por: papatango em Outubro 01, 2006, 03:38:15 pm
Porque uma coisa é a competência técnica e a outra é a interpretação que se faz da moral.

Falta de Moral e capacidade técnica não são incompatíveis.

Os homens que desenharam os campos de concentração e os fornos crematórios dos nazis eram pessoas muito competentes.
Mas a sua moral pode ser posta em causa.

Lembro-me aqui há uns anos no Brasil, um deputado federal ficou famoso porque foi descoberta a sua total incapacidade para gerir um assunto (não me lembro qual).

O deputado argumento de forma engraçada:

"...Antes incompetente que corrupto..."

Por mim, venha o diabo e escolha.
Mas o mau mesmo, é um incompetente que é corrupto. Só que para ser corrupto e ter sucesso, é necessário ser inteligente, senão é-se apanhado com facilidade.

Logo, a corrupção está normalmente ligada à "esperteza" e a uma considerável capacidade de utilizar o cérebro.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Yosy em Outubro 01, 2006, 03:55:50 pm
Citação de: "papatango"
Logo, a corrupção está normalmente ligada à "esperteza" e a uma considerável capacidade de utilizar o cérebro.

Cumprimentos


Está associada á "chico-esperteza".

Um incompetente que não é corrupto, e um competente que é corrupto - estão os dois no mesmo barco para mim: maus profissionais que devem ser expulsos dos seus postos o mais rapidamente possível.
Título:
Enviado por: luis filipe silva em Outubro 01, 2006, 05:45:52 pm
Citar
maus profissionais que devem ser expulsos dos seus postos o mais rapidamente possível.

E dar lugar rápidamente aos incimpetentes em lista de espara.
Infelizmente, desde os Jobs for The Boys da política(em que entra grande número de incompetentes) até ao soldado da Guarda, assistimos a um grassar de corrupção. Pelo menos que sejam competentes e façam bem o seu trabalho, porque o resto são trocos(muitos) que não são declarados ao fisco.
Título:
Enviado por: luis filipe silva em Outubro 01, 2006, 11:37:23 pm
Mensagem do Chefe do Estado-Maior da Armada à Marinha

Publicado em:
 2006-09-28



Militares, Militarizados e Civis da Marinha,

Têm vindo a público, nas últimas horas, notícias sobre o alegado envolvimento de alguns militares da Marinha em eventuais actos ilícitos.

O meu primeiro pensamento vai para todos os que, anonimamente, cumprem, dia a dia, em permanência, com dádiva total, as missões da Marinha ao serviço de Portugal e dos Portugueses. Muito em especial lembro os que se encontram em missão da União Europeia na República Democrática do Congo e no mar, longe das famílias.
Assumiremos, como sempre, as nossas responsabilidades. Orgulho-me de vós e exorto-vos a continuar a honrar a nossa Marinha e a nossa Pátria.

Somos uma Instituição secular, respeitada e acarinhada pelos Portugueses e cuja história se confunde com a História da própria Nação. Prestamos, diariamente, serviços relevantes ao País, pautando a nossa actuação pelos mais altos valores morais e éticos, e pelo escrupuloso cumprimento da lei.

Neste contexto, relativamente à investigação em curso, dei instruções aos Órgãos da Marinha para darem toda a colaboração que lhes for solicitada pelas entidades competentes, como é nossa obrigação.

Internamente, ordenei que se proceda a averiguações e tomarei as medidas necessárias para garantir a correcção de procedimentos a todos os níveis e reforçar os mecanismos de controlo, quando tal se justifique.

As instituições têm que estar sempre acima das pessoas e dos interesses particulares.  Assim, no âmbito das minhas competências, aplicarei com todo o rigor e celeridade as sanções adequadas a todos os eventuais prevaricadores. Simultaneamente, disponibilizarei todo o apoio institucional aos militares que, no exercício das suas funções e face aos elementos disponíveis, se presuma inocentes.

A defesa dos valores da honestidade, lealdade, dedicação, disciplina e sentido das responsabilidades, que sempre nos nortearam, constitui orientação permanente dos militares da Armada, que não pode ser posta em causa por ilações que carecem de ponderada reflexão.

Conjuntamente ultrapassaremos, como sempre, os maus momentos porque somos “os do mar” e servimos exigindo, apenas, o reconhecimento e o respeito que à Marinha são devidos.
Título:
Enviado por: Lancero em Outubro 02, 2006, 10:54:34 am
Sintomático. Há um escandalo de corrupção com o dinheiro de todos os contribuintes. O almirante CEMA o que faz? Manda o porta-voz ler uma mensagem inóqua aos "Militares, Militarizados e Civis da Marinha". Então e o Zé que lhe paga o ordenado? Não merece uma explicação? Suas excelências das chefias militares julgam-se deuses num outro patamar a caminho do céu... Triste
Título:
Enviado por: P44 em Outubro 02, 2006, 12:18:46 pm
Citação de: "Lancero"
Sintomático. Há um escandalo de corrupção com o dinheiro de todos os contribuintes. O almirante CEMA o que faz? Manda o porta-voz ler uma mensagem inóqua aos "Militares, Militarizados e Civis da Marinha". Então e o Zé que lhe paga o ordenado? Não merece uma explicação? Suas excelências das chefias militares julgam-se deuses num outro patamar a caminho do céu... Triste


x2
Título:
Enviado por: emarques em Outubro 02, 2006, 12:19:37 pm
O que eu acho triste é que, até ao momento em que veio a polícia "meter o bedelho", na marinha ninguém deu por nada.
Título:
Enviado por: JLRC em Outubro 02, 2006, 01:19:54 pm
Citação de: "emarques"
O que eu acho triste é que, até ao momento em que veio a polícia "meter o bedelho", na marinha ninguém deu por nada.


Será que não deram por nada ou fingiram que não viram? Segundo parece, os sinais exteriores de riqueza ostentados pelo Capitão de Fragata Ferreira Leite eram por demais evidentes, era dificil não desconfiarem.
Título:
Enviado por: P44 em Outubro 02, 2006, 01:43:07 pm
Citação de: "Rui Elias"
Só uma pergunta de leigo:

Se foi o Ministério Público que começou a investigar este caso de aparente corrupção por parte de empresas e particulares junto dos sectores da marinha responsáveis pela selecção e aqusição de equipamentos.

E se foi a PJ a investigar.

Onde esteve durante todo este tempo a PJ-Militar?


Segundo li este fim de semana na Imprensa:

Desde  que o novo "estatuto da Condição Militar" foi aprovado , salvo erro em Dezembro de 2004, casos que não sejam "100% de natureza militar" transitam para a alçada do Ministério Público.
Título:
Enviado por: luis filipe silva em Outubro 02, 2006, 02:49:19 pm
Só espero que toda esta "caldeirada" não se vá refletir no calendário da modernização e até da operacionalidade das Vasco da Gama, com a anulação(o que é mais que certo) dos contractos de manutenção. Provávelmente o up grade dos Phalanx fica para já comprometido.
Título:
Enviado por: P44 em Outubro 02, 2006, 03:08:29 pm
Citação de: "luis filipe silva"
Só espero que toda esta "caldeirada" não se vá refletir no calendário da modernização e até da operacionalidade das Vasco da Gama, com a anulação(o que é mais que certo) dos contractos de manutenção. Provávelmente o up grade dos Phalanx fica para já comprometido.


e terá algum efeito na -prevista - transferência das Karel Doorman :?
Título:
Enviado por: luis filipe silva em Outubro 02, 2006, 08:01:04 pm
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e terá algum efeito na -prevista - transferência das Karel Doorman

Em pricipio nada o faz prever, dado que o favorecimento era só em fornecimento de serviços para as VG.
Título:
Enviado por: antoninho em Outubro 02, 2006, 10:40:24 pm
Não acredito que o upgrade dos Phalanx esteja em perigo, visto ter recebido o aval do senado, com a rectificação presidencial, em que estavam nesse pacote muitas marinhas aliadas dos estados unidos utilizadoras dos ditos Phalanx.
As KD são um assunto de negocios entre dois governos, não havendo intermediários por isso não tem perigo.
Título:
Enviado por: Pedro Monteiro em Outubro 05, 2006, 10:44:27 am
Citação de: "antoninho"
Não acredito que o upgrade dos Phalanx esteja em perigo, visto ter recebido o aval do senado, com a rectificação presidencial, em que estavam nesse pacote muitas marinhas aliadas dos estados unidos utilizadoras dos ditos Phalanx.
As KD são um assunto de negocios entre dois governos, não havendo intermediários por isso não tem perigo.


Aliás, penso que já começou. A "Álvares Cabral" tem navegado sem ele.
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
Título:
Enviado por: Charlie Jaguar em Outubro 05, 2006, 11:23:27 am
Citação de: "Pedro Monteiro"
Aliás, penso que já começou. A "Álvares Cabral" tem navegado sem ele.

Amigo Pedro, a F-331 já dispõe novamente do CIWS Phalanx. Neste momento apenas a Côrte Real está sem o mesmo. Afinal os CIWS Phalanx Mk. 15 das VdG estão apenas a ser retirados para limpeza e tratamento anti-corrosão e não foram sujeitos ainda a qualquer upgrade. O sistema Phalanx da Álvares Cabral foi reinstalado há sensivelmente duas semanas atrás e continua a ser Block 1. O site Defense Link noticiava no ano passado que havia sido já celebrado um contrato com a USN para que as três unidades que equipam a Armada sejam modernizadas até Dezembro de 2007.

 c34x

 (https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg97.imageshack.us%2Fimg97%2F976%2Fphalanxciwsfiringxh5.jpg&hash=e6b2ac3193439880a16f2806c185880e)
Vulcan Phalanx Mk. 15 Block 1


(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg149.imageshack.us%2Fimg149%2F2598%2Fphalanx3kw7.jpg&hash=cb6ac925596ed88649d7f417a775b002)
Vulcan Phalanx Mk. 15 Block 1B
Título:
Enviado por: Pedro Monteiro em Outubro 05, 2006, 03:28:12 pm
Citação de: "Charlie Jaguar"
Citação de: "Pedro Monteiro"
Aliás, penso que já começou. A "Álvares Cabral" tem navegado sem ele.
Amigo Pedro, a F-331 já dispõe novamente do CIWS Phalanx. Neste momento apenas a Côrte Real está sem o mesmo. Afinal os CIWS Phalanx Mk. 15 das VdG estão apenas a ser retirados para limpeza e tratamento anti-corrosão e não foram sujeitos ainda a qualquer upgrade. O sistema Phalanx da Álvares Cabral foi reinstalado há sensivelmente duas semanas atrás e continua a ser Block 1.


Desconhecia, Carlos. Obrigado pelo esclarecimento! Ainda perdi uma boa oportunidade (no Dia da Marinha e 10 de Junho) de ter umas fotos engraçadas do sistema...  :(
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
Título:
Enviado por: snakeye25 em Outubro 05, 2006, 07:00:15 pm
Pedro,

Já no 10 de Junho a Côrte-Real estava sem o Phalanx...

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi83.photobucket.com%2Falbums%2Fj287%2Fsnakeye25%2FF332_20060610_Leixoes.jpg&hash=048d08fd29c435f1bdc79ad74aa9f041) :wink:
Título:
Enviado por: Pedro Monteiro em Outubro 05, 2006, 07:15:23 pm
Citação de: "snakeye25"
Pedro,

Já no 10 de Junho a Côrte-Real estava sem o Phalanx...


Exactamente, André!  :P
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
Título:
Enviado por: snakeye25 em Outubro 05, 2006, 08:10:13 pm
Pois... Mas então não a perdeste.  :lol:
Simplesmente não houve.
Título: CIWS.
Enviado por: tsahal em Outubro 05, 2006, 08:35:24 pm
Charlie Jaguar,

A segunda fotografia do CIWS que colocaste, é uma foto do CIWS instalado actualmente numa MEKO?
Título: Re: CIWS.
Enviado por: Pedro Monteiro em Outubro 06, 2006, 09:38:42 am
Citação de: "tsahal"
Charlie Jaguar,

A segunda fotografia do CIWS que colocaste, é uma foto do CIWS instalado actualmente numa MEKO?


Há-de ser. Pelo que o Victor diz, só em Dezembro de 2007 deveremos ter o programa concluído.
Cumprimentos,
Pedro Monteiro

PS- Uffa, já não sou o único a ser mal interpretado! eheh  :lol:
Título:
Enviado por: Rui Elias em Outubro 06, 2006, 01:35:11 pm
Julgo que com este assunto da corrupção, nada afectará o up-grade dos CIWS das 3 VdG.

Porque a corrupção, pelo que se sabe, teria a ver com munições e nada a ver com o up-grade.

Qunanto às KD elas operam os CIWS Goalkeeper, e nem se sabe para já, se eles vierem mesmo para Portugal se trarão esse sistema, ou se Portugal acabará por comprar mais 2 Phalanx para as equipar, e assim haver maior uniformização de sistemas.

Um CIWS Phalanx, já no padrão em que se encontrará a equipar as 3 fragatas VdG a partir de 2007, após a modernização programada (para já é apenas manutenção):

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg149.imageshack.us%2Fimg149%2F2598%2Fphalanx3kw7.jpg&hash=cb6ac925596ed88649d7f417a775b002)

UM CIWS Goalkeeper, semelhante aos que equipam as fragatas Karel Doorman:

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.hazegray.org%2Ffeatures%2Fnato%2Fnetherl%2Ftromp%2Fgoalkeep.jpg&hash=d45aca7404cc5c9020fb034909e5df38)
Título:
Enviado por: Pedro Monteiro em Outubro 06, 2006, 02:20:55 pm
Citação de: "Rui Elias"
Qunanto às KD elas operam os CIWS Goalkeeper, e nem se sabe para já, se eles vierem mesmo para Portugal se trarão esse sistema, ou se Portugal acabará por comprar mais 2 Phalanx para as equipar, e assim haver maior uniformização de sistemas.


Os anteriores rumores era de que o Goalkeeper iria equipar, em número de dois, o LPD. Sendo assim, as "Karel Doorman" poderiam manter os seus.
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
Título:
Enviado por: papatango em Outubro 06, 2006, 02:34:00 pm
E na senda dos rumores, não esquecer o que dizia que se pretendia desarmar praticamente o LPD para lhe reduzir o custo para valores comportáveis.
Título:
Enviado por: ricardonunes em Outubro 07, 2006, 01:00:57 pm

Militar indiciado por engano


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Um dos militares ouvido no âmbito da investigação sobre corrupção na Marinha, foi indiciado por engano.
A Procuradoria-geral da República esclarece que o sargento-ajudante Manuel Tiago Andrade de Sousa não foi constituído arguido no processo de inquérito.
O militar foi indiciado a 30 de Setembro como um dos três militares implicados num crime económico-financeiro, que envolvia contratos de aquisição de material para a Armada.


http://sic.sapo.pt/online/noticias/pais ... engano.htm (http://sic.sapo.pt/online/noticias/pais/20061007+Militar+indiciado+por+engano.htm)
Título:
Enviado por: luis filipe silva em Outubro 07, 2006, 01:39:55 pm
Este sim é o PAíS que amo!!!!!

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Militar indiciado por engano
 
 
PGR garante que sargento não foi constituído arguido no processo de corrupção na Marinha

 
Palavras para quê? São artistas portugueses!...

É a estes "competentes" a que me refiro, meus amigos.
Título:
Enviado por: Yosy em Outubro 07, 2006, 11:55:51 pm
^^^^

erros imperdoáveis que sujam o bom nome de uma pessoa
Título:
Enviado por: Lancero em Novembro 29, 2006, 08:00:08 pm
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Indústria/Defesa: Ministério Público faz buscas nos Estaleiros de Viana

Viana do Castelo, 29 Nov (Lusa) - Elementos do Ministério Público fizeram hoje buscas nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), presumivelmente no âmbito da investigação sobre eventual corrupção nos contratos de reequipamento da Marinha.

      Fonte dos Estaleiros disse à Lusa que o objectivo será o "cruzamento" de dados dos negócios que a empresa manteve com empresas que ganharam concursos para o fornecimento de material àquele ramo das Forças Armadas.

      A Lusa tentou obter esclarecimentos da administração dos Estaleiros, da Empordef e do Ministério da Defesa, mas ainda não obteve resposta.
Título:
Enviado por: Leonidas em Novembro 29, 2006, 09:02:44 pm
Saudações guerreiras

Ora aí está!!! Afinal havia mesmo algo a ser "limado"  com a história das limalhas.  :oops:  

Como diz a minha avózinha: "não há limalha sem metal", ou "não há limalhas sem lima". "Não há caipira sem lima" É à escolha do freguês.

Moral de história: Foi a investigação que produziu residuos que deverão ser limpos.

Desconfio que isto ainda vá atrasar mais a entrada do NPC e restantes NPO ao serviço. Só espero que não.  :roll:

Cumprimentos
Título:
Enviado por: TOMKAT em Novembro 29, 2006, 11:09:47 pm
O CEMGFA já se pronunciou em conferência de imprensa sobre a "visita" do MP aos estaleiros e foi sintomático no comentário... todos os cidadãos são iguais perante a lei

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Indústria/Defesa: "Todos os cidadãos são iguais perante a lei" - CEMGFA

Lisboa, 29 Nov (Lusa) - O chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas disse, hoje, que "todos os cidadãos são iguais perante a lei", referindo-se às buscas feitas aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.

"Todos os cidadãos são iguais perante a lei. Se o Ministério Público acha que há irregularidades deve agir", afirmou o almirante Mendes Cabeçadas, durante uma conferência de imprensa em Lisboa, referindo-se às buscas.

Elementos do Ministério Público fizeram hoje buscas nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), presumivelmente no âmbito da investigação sobre eventual corrupção nos contratos de reequipamento da Marinha.

Fonte dos Estaleiros disse à Lusa que o objectivo será o "cruzamento" de dados dos negócios que a empresa manteve com empresas que ganharam concursos para o fornecimento de material àquele ramo das Forças Armadas.

As buscas surgem numa altura em que vários contratos envolvendo a Marinha estão a ser averiguados no âmbito de uma investigação judicial.

Os Estaleiros de Viana, controlados pela Empordef, têm actualmente com a Marinha os seus mais valiosos contratos. Até 2012, vão construir dez navios de patrulha oceânica, encomendados pelo anterior Governo, cinco lanchas de fiscalização costeira e um navio polivalente logístico.

MSE/VCP/PDF.

Lusa/Fim

Assunto principal da conferência de imprensa....

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Defesa:CEMGFA repudia divulgação de carta dirigida a Ministro da Defesa Nacional

Lisboa, 29 Nov (Lusa) - O chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), almirante Mendes Cabeçadas, repudiou, hoje, a divulgação de uma carta dirigida ao ministro da Defesa Nacional, na qual resume algumas preocupações dos chefes militares.

"Repudio a divulgação do documento", afirmou o almirante numa conferênc ia de imprensa, no Estado-Maior General das Forças Armadas, em Lisboa.

"O memorando a que a Lusa teve acesso foi escrito no âmbito de total confiança e cooperação com o Ministério da Defesa", disse o CEMGFA, sublinhando que a carta visava "mostrar algumas tristezas em relação ao cálculo de pensões de reforma e questões do sistema de saúde".

A carta enviada a 09 de Novembro ao ministro da Defesa Nacional pelo almirante Mendes Cabeçadas, e hoje divulgada pela agência Lusa, resume preocupações manifestadas pelos quatro chefes de Estado-Maior relativamente a medidas restritivas preconizadas para os militares.

No documento, o CEMGFA alerta que a "recente tendência de igualização dos militares a funcionários civis contribuirá necessariamente para que sejam minados os fundamentos éticos dos deveres militares".

O almirante refere-se, nomeadamente, ao novo regime de descontos dos subsistemas de saúde e a não contagem do tempo de serviço para efeitos de progressão nas carreiras e congelamento de todos os suplementos remuneratórios.

"Devo dizer que essas questões foram resolvidas", adiantou o almirante Mendes Cabeças aos jornalistas, salientando que os "problemas têm sido sempre resolvidos".

O CEMGFA afirmou também que os "chefes militares devem lealdade ao Governo, ao Presidente da República e aos militares que comandam", lembrando que o " diálogo entre todos não deve ser feito através da comunicação social".

A divulgação da carta suscitou também reacções dos partidos da oposição , com o PSD, PCP e CDS-PP a considerarem a carta do almirante Mendes Cabeçadas c omo um "alerta ao Governo", acompanhando as críticas à tendência para equiparar os militares aos funcionários públicos. MSE.

Lusa/Fim


De onde terá vindo a fuga de informação, e o porquê da fuga se citando o CEMGFA essas questões foram resolvidas... problemas têm sido sempre resolvidos.

Curioso.
Será que foram mesmo resolvidas todas as questões?
Título:
Enviado por: ricardonunes em Dezembro 07, 2006, 02:14:01 pm
Documentos comprometem vice-almirante reformado

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A Polícia Judiciária fez buscas, na última terça-feira, a escritórios de advogados e a dez empresas, no âmbito das investigações aos negócios de fornecimento de material à Marinha de Guerra e, segundo fontes judiciais, as suspeitas de corrupção alargaram-se a mais dois capitães-de-fragata no activo e a um vice-almirante na reforma.
As buscas, que nos escritórios de advogados foram presididas por um juiz de Instrução Criminal, resultaram na apreensão de documentos que comprometem os três oficiais. Todos foram constituídos arguidos por suspeita de corrupção.


http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... l=10&p=200 (http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=223523&idselect=10&idCanal=10&p=200)

Vamos lá ver se não é mais um engano
Título:
Enviado por: Lancero em Julho 17, 2007, 02:38:05 pm
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2007-07-17 - 00:00:00

Defesa: Investigação da PJ trava nomeação
Oficial detido ia gerir negócios do armamento

O oficial da Marinha que está em prisão preventiva desde 27 de Setembro de 2006, por suspeitas de corrupção para acto ilícito, esteve indigitado para director-geral de Armamento e Equipamentos de Defesa (DGAED), o organismo do Ministério da Defesa responsável pela execução financeira dos contratos de reequipamento das Forças Armadas. Clélio Ferreira Leite acabou por não ser nomeado director da DGAED devido à investigação da Polícia Judiciária (PJ).

Ao que o Correio da Manhã apurou junto de fontes ligadas ao meio militar, a indigitação de Clélio Ferreira Leite, que é da responsabilidade do Chefe de Estado Maior da Armada (CEMA), terá ocorrido antes de Setembro. E ontem o porta-voz da Marinha, comandante Braz de Oliveira, confirmou a indigitação de Clélio Ferreira Leite para o cargo de director- -geral da DGAED: “A ideia era ele render um camarada da Marinha que estava na DGAED”.

Caso tivesse assumido o cargo de director da DGAED, Clélio Ferreira Leite iria ser responsável pelo acompanhamento da execução financeira da Lei de Programação Militar (LPM), que prevê um investimento total de 5,56 milhões de euros. Entre os diversos contratos de reequipamento das Forças Armadas em curso, assume particular destaque a aquisição de dois submarinos ao consórcio alemão German Submarine Consortium (GSC) no valor total de 1070 milhões de euros, com juros incluídos.

Braz de Oliveira garante que Clélio Ferreira Leite, que era responsável pela Divisão de Armamento da Direcção de Navios da Marinha Portuguesa, quando foi detido, “ia gerir outros contratos, e alguns de grande dimensão, mas não ficava com o contrato dos submarinos”. Segundo o porta-voz da Marinha, essa é uma responsabilidade da “Missão de Acompanhamento e Fiscalização dos Submarinos”.

Uma das competências da DGAED é, segundo o decreto-regulamentar n.º 40/97, “supervisionar, executar ou participar na administração de contratos de aquisição e de alienação de armamento, equipamentos e aquisição de serviços de defesa que lhe sejam cometidos”. As verbas destinadas aos encargos com a aquisição de equipamento militar, através da LPM, são fixadas anualmente no Orçamento do Estado.

MEGAOPERAÇÃO POLICIAL

A 27 de Setembro de 2006, uma megaoperação da PJ, constituída por 70 inspectores, nove procuradores do Ministério Público e um juiz de instrução criminal, deteve dois oficiais superiores e um sargento da Marinha, por suspeita de corrupção em contratos celebrados com uma empresa privada para a manutenção dos mísseis que equipam as três fragatas da classe ‘Vasco da Gama’.

No final de 2006, a investigação foi alargada ao Exército: buscas em escritórios de advogados e empresas permitiram apreender documentos que indiciam favorecimento na compra de equipamentos para as 260 viaturas blindadas adquiridas aos austríacos da Magna-Steyr.

As investigações foram desencadeadas na sequência da chegada de denúncias anónimas à Procuradoria-Geral da República, no início de 2006.

FUMOS DE CORRUPCÇÃO

A 30 de Julho de 2006, dois meses antes de a Polícia Judiciária desencadear uma megaoperação aos negócios de armamento na Marinha, Sérgio Parreira de Campos, então vice-presidente da Empordef (holding das empresas militares da Defesa) e actual presidente daquela empresa, era categórico, em entrevista ao CM, na análise sobre o ambiente que marcava o mundo das compras na área da Defesa. Em resposta à pergunta se “há motivos para suspeitar que há corrupção nos negócios de equipamento das Forças Armadas”, Parreira de Campos afirmava: “Como eu costumo dizer, há fumos. Agora, se há ou não, não sei. Que parece haver fumos, parece”. O actual presidente da Empordef dizia ainda que em alguns negócios as contrapartidas são exageradas, o que “beneficia quem vende”.

VELHO AMIGO DE PORTUGAL SOB SUSPEITA

As suspeitas de práticas de corrupção em negócios de armamento na Marinha envolvem também Wilfrid H. Burke, um norte-americano que é um velho amigo de Portugal. Sócio-gerente da Cinave, uma empresa constituída em Portugal em Julho de 1969 e que desde então vende equipamentos aos três ramos das Forças Armadas, Burke tem como secretária pessoal a portuguesa I. Q., mulher de um dos capitães-de-fragata detidos pela PJ. Quando chegou a Lisboa, no final dos anos 60, Burke ajudou o Governo de Marcelo Caetano a contornar a proibição do fornecimento de armas às Forças Armadas (embargo decidido pela ONU para forçar o fim da guerra colonial em Angola, Moçambique e Guiné). Hoje, vive em Oeiras.

SAIBA MAIS

- 5,6 Mil milhões de euros é o valor do investimento total no reequipamento das Forças Armadas, através da lei de Programação Militar (LPM), até 2023.

- 1,07 Mil milhões de euros é a despesa total com a aquisição de dois submarinos ao consórcio alemão GSC, com juros incluídos. Este é o contrato de maior valor na LPM.

CONTRAPARTIDAS

O montante total das contrapartidas para a economia portuguesa, resultantes do reequipamento das Forças Armadas, ronda os três mil milhões de euros.

EQUIPAMENTOS

Para além dos submarinos, cujo contrato de contrapartidas ascende a 1233 milhões de euros, existem também mais-valias para a economia portuguesa resultantes da compra dos aviões F-16, carros de combate, torpedos e aviões de transporte.

COMANDANTE

Clélio Ferreira Leite ingressou na Marinha em Outubro de 1982. Em Julho de 2004 foi promovido de capitão-tenente a capitão-de-fragata. No final de Setembro de 2006, quando a Polícia Judiciária desencadeou a megaoperação que iria levar à sua detenção, era responsável pela Divisão de Armamento da Direcção de Navios da Marinha.
António Sérgio Azenha
 


Fonte (http://http)
Título:
Enviado por: SSK em Agosto 01, 2007, 11:22:25 pm
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Notícia CM: Chefe do Estado-Maior manda investigar


A Marinha de Guerra determinou, ontem, a abertura de um inquérito para apurar alegadas irregularidades na gestão de verbas provenientes de multas passadas por polícias marítimos e sobre os emolumentos cobrados aos proprietários de embarcações comerciais, de recreio e de pesca, bem como aos adeptos da pesca desportiva.

A investigação em curso, ontem noticiada pela edição on-line do ‘Expresso’, surge na sequência de uma notícia que o Correio da Manhã publicou na edição da última segunda-feira sobre um ‘saco azul’ na Armada.

O inquérito visa, entre outros aspectos, apurar como é que a Direcção-Geral da Autoridade Marítima e os capitães dos 18 portos existentes no País fazem a gestão de 40% das verbas resultantes das multas e dos emolumentos (taxas).

PJ MILITAR

A investigação deverá ficar a cargo da Polícia Judiciária Militar, mas ontem ainda não se conhecia os nomes de quem vai integrar a equipa que ficará responsável pela condução do inquérito. Também não foi ainda imposto qualquer prazo para a conclusão do processo.

O inquérito decidido pela Armada tem também por objectivo apurar se há corrupção na escolha de oficiais para capitanias, cantinas, bares e nos vários sectores de compras existentes na Marinha de Guerra.

Em investigação estará também o destino dado ao dinheiro de recrutas que entretanto abandonaram a carreira militar e que alegadamente continua a ser processado.

Segundo um responsável da Armada disse ao ‘Expresso’, nunca alguém tinha levantado suspeitas em relação a estes factos no seio da instituição. Mas o CM confirmou que a Associação Sócio-Profissional da Polícia Marítima não só pediu, há vários meses, uma averiguação interna como entregou a todos os grupos parlamentares um dossiê com 250 páginas em que fazia muitas denúncias.

O chefe de Estado-Maior da Armada, almirante Fernando Melo Gomes, num comunicado ontem divulgado em todas as unidades e serviços da Marinha, prometeu ser “implacável” com quem não esteja a cumprir a lei e ameaça com expulsão os infractores, a sanção máxima que pode ser aplicada internamente.
Carlos Tomás


in  Correio da Manhã
1 de Agosto de 2007
Título:
Enviado por: Lancero em Setembro 27, 2007, 09:26:40 pm
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Marinha: Dois militares e 3 civis acusados em caso de corrupção, branqueamento e abuso de poder - PGR    

   Lisboa, 27 Set (Lusa) - O Ministério Público acusou dois militares da  Marinha - um oficial e um sargento - e três civis por crimes de corrupção,  branqueamento de capitais e abuso de poder no processo de fornecimento de  material de guerra.  

     

   Em nota hoje distribuída, a Procuradoria-Geral da República (PGR) refere  que a um dos arguidos é imputado a prática de oito crimes de corrupção passiva  para acto ilícito e um crime de branqueamento de capitais.  

     

   Outro dos arguidos, sem adiantar se é militar ou civil, é acusado da  prática de cinco crimes de corrupção activa para acto ilícito e a co-autoria  de um crime de corrupção para a prática de acto ilícito.  

     

   Dois outros arguidos são acusados, cada um, de um crime de corrupção  activa para acto ilícito.  

     

   Outro dos cinco acusados responde pela prática de um crime de abuso  de poder.  

     

   O processo foi conhecido em finais de Setembro de 2006 quando ocorreu  uma operação que conduziu à detenção de cinco pessoas, incluindo militares  da Marinha, e à apreensão de "inúmera documentação e alguns bens".  

     

   No despacho agora proferido pelo Ministério Público, o titular do processo,  procurador-adjunto Sérgio Pena, determinou ainda a extracção de certidões  para "procedimentos criminais autónomos".  

     

   "Neste processo mantém-se em vigor as medidas de coacção já aplicadas  (aos arguidos), que incluiu a prisão preventiva e caução económica", salienta  a nota da PGR.  

     

   O documento esclarece ainda que a acusação do MP "respeita a um total  de oito procedimentos de aquisição de material de guerra para a Marinha  Portuguesa, em que, por via de utilização abusiva das funções de um dos  arguidos, se favoreceu as empresas representadas pelos outros, impedindo  outras empresas de apresentarem propostas de fornecimento, com correlativo  prejuízo para o Estado".  

     

   A investigação incluiu a realização de diversas perícias financeiras  e exames informáticos, dezenas de inquirições e interrogatórios, bem como  buscas a unidades militares, domicílios e empresas.  


     
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Justiça/Marinha: Dois militares da Armada foram acusados pelo MP - Chefe do Estado Maior da Armada    

   Lisboa, 27 Set (Lusa) - Um oficial e um sargento da Marinha foram acusados  pelo Ministério Público por alegados negócios ilícitos que envolviam equipamentos  dos navios de guerra, confirmou hoje o Chefe de Estado Maior da Armada,  Almirante Melo Gomes.  

     

   "Tomei hoje conhecimento de que foi deduzida acusação a um oficial e  um sargento da Marinha. Trata-se de um desenvolvimento dentro do normal  curso da justiça, continuando a Marinha, então como agora, disponível para  prestar toda a colaboração solicitada pelas entidades competentes, segura  de que será feita justiça", afirma o Almirante num curto comunicado publicado  no site da Armada.  

     

   O caso veio a público em Setembro do ano passado e os dois militares  [bem como um outro militar e dois civis] foram apontados como suspeitos  de corrupção em contratos celebrados com uma empresa privada para a manutenção  dos mísseis que equipam as três fragatas da classe "Vasco da Gama".  

     

   Na altura, a Marinha anunciou investigações internas e prometeu "rigor  e celeridade" na aplicação de sanções caso os militares sejam declarados  culpados.  

     

   "Como Comandante da Marinha, cabe-me cumprir e fazer cumprir as leis  da República e zelar para que não se confunda esta Instituição, que tem  séculos de relevantíssimos serviços a Portugal e aos Portugueses, com a  eventual prática de actos reprováveis por dois dos seus elementos", reiterou  hoje o almirante.  

     
Título:
Enviado por: Lancero em Janeiro 25, 2008, 09:46:31 pm
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Marinha/Corrupção: Capitão-de-fragata, sargento e três empresários vão a julgamento    

   Lisboa, 25 Jan (Lusa) - O capitão-de-fragata Clélio Ferreira Leite,  um sargento e três civis vão ser julgados no "caso de corrupção na Marinha",  após serem pronunciados por corrupção, branqueamento de capitais e abuso  de poder, disse hoje à Lusa fonte judicial.  

     

   Segundo a mesma fonte, a juíza de instrução confirmou na íntegra a acusação  que o Ministério Público (MP) deduziu em Setembro de 2007 contra estes cinco  arguidos, o que impossibilita qualquer tipo de recurso, pelo que o caso  segue para julgamento.  

     

   O capitão-de-fragata, que tinha uma função-chave no processo de aquisição  de material para a Marinha, foi pronunciado por oito crimes de corrupção  passiva e um crime de branqueamento de capitais, enquanto o sargento, de  apelido Sousa, vai a julgamento por um crime de abuso de poder.  

     

   A fonte adiantou à Agência Lusa que os três arguidos civis - todos empresários  e nos quais se inclui um cidadão norte-americano - vão a julgamento por  crimes de "corrupção activa para acto ilícito", sendo que um deles responde  ainda por "um crime de corrupção passiva em co-autoria" com o capitão-de-fragata  e principal arguido.  

     

   Por decisão da juíza de instrução, que teve o apoio do Ministério Público,  o principal arguido, que estava em prisão preventiva, vai aguardar o julgamento  com a obrigação de permanência na residência (vulgo prisão domiciliária),  mediante utilização de pulseira electrónica, adiantou a fonte.  

     

   A investigação do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP)  de Lisboa a este caso de fornecimento/aquisição de material de guerra para  equipar as fragatas da Marinha decorreu de forma célere, pois desde as buscas  realizadas no Arsenal do Alfeite e a residências dos arguidos até à acusação  decorreu apenas cerca de um ano.  

     

   A notícia de que os cinco arguidos tinham sido hoje pronunciados foi  avançada pela SIC, numa altura em que o comandante João Barbosa, porta-voz  do Estado Maior da Armada, garantiu à Lusa que os serviços jurídicos da  Marinha ainda não tinham sido notificados da pronúncia.  

     

   O responsável referiu, contudo, que se trata de "mais um passo deste  processo" e que "a Marinha confia nos tribunais para que se faça Justiça",  reiterando que "não se deve confundir a Armada, que tem séculos de relevantíssimos  serviços a Portugal e aos portugueses, com a eventual prática de actos reprováveis  de dois dos seus elementos".