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Forças Armadas e Sistemas de Armas => Exército Português => Tópico iniciado por: Cabeça de Martelo em Agosto 19, 2006, 04:55:39 pm

Título: Portugal não vai enviar homens para o Libano
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 19, 2006, 04:55:39 pm
http://www.tvi.iol.pt/mediacenter/home. ... 1&psec_id= (http://www.tvi.iol.pt/mediacenter/home.php?tipo=2&art_id=&mul_id=2144740&pagina=1&psec_id=)
Título:
Enviado por: Get_It em Agosto 19, 2006, 05:38:05 pm
Existem mais fontes para essa notícia? É que não consigo ver o vídeo, e além disso não acredito muito na TVI.

Cumprimentos,
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 19, 2006, 08:59:39 pm
Se instalares o Real Player consegues ver. Vi na net e postei, não procurei noutro sitio.  Só agora é que reparei que escrevi mal o titulo: "Missão Líbano: Portugal não decidiu envio de militares". Mas com tanta reticencia acho que não vamos mesmo! Pelo menos é essa a minha esperança.  :wink:
Título:
Enviado por: ricardonunes em Agosto 19, 2006, 09:43:15 pm
Pois eu tenho o Real Player instalado e não dá nada, clicando no icon pequenino encaminha (canto inferior direito) para uma versão plus, a pagar :cry:
Em relação ao envio de tropas para o Libano, acho que neste momento, e tendo em consideração o nrº de militares destacados na actualidade, não temos condições para desponibilizar mais tropas, e quando falo em condições refiro-me a condições de logistica e claro monetárias.
Título:
Enviado por: Yosy em Agosto 19, 2006, 10:24:35 pm
^^^^concordo. E com o nosso equipamento... :roll:
Título:
Enviado por: pedro em Agosto 19, 2006, 11:59:03 pm
Eu tambem estou de acordo, e e sem duvida uma boa noticia.
Cumprimentos
Título:
Enviado por: Tiger22 em Agosto 20, 2006, 06:02:18 am
Enviar tropas para aquele T.O. é uma loucura. Que vão os franceses e os espanhóis!
Título:
Enviado por: Menacho em Agosto 20, 2006, 07:03:37 pm
Citação de: "Tiger22"
Enviar tropas para aquele T.O. é uma loucura. Que vão os franceses e os espanhóis!


 :twisted: No si ya vamos ya os contaremos que tal es aquello.............vosotros tranquilos, no os vayais a despeinar.......
Título:
Enviado por: Aponez em Agosto 20, 2006, 07:08:12 pm
Citação de: "Tiger22"
Enviar tropas para aquele T.O. é uma loucura. Que vão os franceses e os espanhóis!


Tu tranquilo que nos tampouco imos a ir, tendo en conta que o Congreso e o Senado tardan máis en aprovar as cousas que a ONU, para cuando aproven o envio de tropas ja non hai que enviar nada.
Título:
Enviado por: Aponez em Agosto 20, 2006, 07:09:05 pm
Citação de: "Menacho"
:twisted:
Título:
Enviado por: Nadie em Agosto 20, 2006, 08:06:14 pm
Y no pueden mandar 400 igual q los Franceses? yo no entiendo el cachondeo de Francia de mandar tan pocos soldados.., q alguien me lo explique :roll:
Título:
Enviado por: Aponez em Agosto 20, 2006, 08:43:27 pm
Citação de: "Nadie"
Y no pueden mandar 400 igual q los Franceses? yo no entiendo el cachondeo de Francia de mandar tan pocos soldados.., q alguien me lo explique :wink:
Título:
Enviado por: migbar2 em Agosto 20, 2006, 11:10:56 pm
Não foram os Espanhois que vieram embora do Iraque antes do tempo, segundo a vontade e chantagem dos terroristas muçulmanos ?
Então porque diabo irão eles para o Libano ?
Título:
Enviado por: Tiger22 em Agosto 20, 2006, 11:21:16 pm
Citação de: "migbar2"
Não foram os Espanhois que vieram embora do Iraque antes do tempo, segundo a vontade e chantagem dos terroristas muçulmanos ?
Então porque diabo irão eles para o Libano ?


Para ajudar nas tarefas de rearme do Hezbollah. Sob o comando francês claro!
Título:
Enviado por: Bravo Two Zero em Agosto 20, 2006, 11:23:09 pm
Aponez vociferou:

Citar
Uyyyyyy, Menacho no les digas eso que se van a enfadar, o es que aun no aprendiste que ellos son mu valientes y los cagones somos nosotros


As palavras são suas...o raciocínio é seu.........
Título:
Enviado por: Rui Conceicao em Agosto 20, 2006, 11:34:55 pm
Neste momento, e a nivel politico-militar ninguem confia na palavra de Franceses e Espanhois.
Título:
Enviado por: Menacho em Agosto 21, 2006, 12:08:39 pm
Citação de: "migbar2"
Não foram os Espanhois que vieram embora do Iraque antes do tempo, segundo a vontade e chantagem dos terroristas muçulmanos ?
Então porque diabo irão eles para o Libano ?


Por lo menos fuimos no vimos los toros desde la barrera................
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 21, 2006, 12:33:51 pm
Meu caro, Portugal tb enviou homens para o Iraque.
Título:
Enviado por: Aponez em Agosto 21, 2006, 06:46:02 pm
Citação de: "Bravo Two Zero"
Aponez vociferou:

Citar
Uyyyyyy, Menacho no les digas eso que se van a enfadar, o es que aun no aprendiste que ellos son mu valientes y los cagones somos nosotros

As palavras são suas...o raciocínio é seu.........


Recordote estas "amables" palabras de Miguel no tema da "tempestade Laranja"

Os espanhois são muitos fracos, digo isto porque conheço bem a espanha, e pode acreditar que a vista dos primeiros caixões com carne fria, a opinião publica deles mudava logo de rumo.

Así que non son as minhas palabras, só repito o que ja se falou aqui ó respecto :roll: .
Título:
Enviado por: Aponez em Agosto 21, 2006, 06:48:49 pm
Citação de: "migbar2"
Não foram os Espanhois que vieram embora do Iraque antes do tempo, segundo a vontade e chantagem dos terroristas muçulmanos ?
Então porque diabo irão eles para o Libano ?


Isso de retirar as tropas era unha promesa electoral do candidato socialista á presidencia do goberno, pero non se preocupen, imos a ver como van voces ó Libano, e cuanto tardan en voltar, se é que ó final mandan tropas e non un simple C-130. E se as mandan e tentan desarmar a Hizbullah, a ver cuanto duran despois do primeiro ataque de Hizbulla :twisted:

Por que se chega a haber ahí un atentado con 200 mortos, se faz falta incluso regalan o país.
Título:
Enviado por: pedro em Agosto 21, 2006, 07:22:23 pm
Caro aponez tem graca voce esta-se a esquecer dos 17 espanhois que morreram no afeganistao e nem foi preciso um ataque, o proprio heli caiu.
E os dos jakolev na Turquia, nos so perdemos um no afeganistao e sim foi por um ataque e nao por o MDN poupar uns quantos euros.
Mas infelizmente eles ja  nao estao entre nos . :Soldado2:
Saludos
Título:
Enviado por: TazMonster em Agosto 21, 2006, 07:28:31 pm
Amigos... acho q esta acusações parvas não levam a lado nenhum... Pede-se aos moderadores que ponham um pouco de tento nisto.
De certo q as decisões politicas de cada um dos países nada têm a ver com o valor dos seus militares.

Bem ajam
Título:
Enviado por: ricardonunes em Agosto 21, 2006, 07:54:35 pm
Retirado do texto que JoseMFernandes escreveu no tópico Israel vs Hezbollah no Libano:

Citar
"Olhar pelos binóculos...ja o fizemos na Macedónia.Para o Líbano como o Afeganistão ou Costa do Marfim, nao podemos enviar uma força qualquer.
A França nao é uma superpotência - diz Frederic Charillon, do CESD - além de que não podemos reduzir o orçamento e ao mesmo tempo querer enviar os nossos militares pelo mundo fora "


Acho que os nossos governantes deviam pensar nisto antes de tomarem mais uma decisão precipitada.
Título:
Enviado por: typhonman em Agosto 21, 2006, 07:59:07 pm
Ele só pensam em enviar tropas.. Nem que seja para o Ártico em nome do "reforço da UE".. Devemos mandar os M113..Iguais aos do exército do Libano...
Título:
Enviado por: ricardonunes em Agosto 21, 2006, 09:18:51 pm
O Sr. Typhonman não contrariou o que eu disse, este é um momento único que deve ser comemorado  :banana:  yu23x1
Título:
Enviado por: typhonman em Agosto 21, 2006, 09:51:50 pm
Sr Ricardo Nunes quando quizer "deitar abaixo" umas bohemias.. e uns finitos.. é so dizer.. :wink:
Título:
Enviado por: ricardonunes em Agosto 21, 2006, 10:02:11 pm
Pode ser que um dia destes vá mais para o norte, julgo que reside em Guimarães, e ai podemos beber umas jolas :lol:
Agora, na hipotética hipótese de enviar militares que viaturas enviávamos?
Tendo em consideração que os Hummer (julgo que os únicos capazes de cumprir decentemente este tipo de missão) estão no Afganistão.
Título:
Enviado por: typhonman em Agosto 21, 2006, 10:13:47 pm
Sim é aqui que resido. Quando quizer é so dizer, mandar abaixo umas jolas. :lol:

Quanto aos veiculos..Sinceramente os que podem conferir alguma protecção.. M113? Não estou a ver mais nada..  

Se já cá estivessem os LEO2A6.. Os PANDUR.. G36 ou Diemaco.. Oculos de visão nocturna.. Sempre podemos ir de peito feito.. como e´costume..
Título:
Enviado por: ricardonunes em Agosto 21, 2006, 10:26:40 pm
O exército sempe pode alugar os Iveco á GNR, penso que sejam os carros blindados mais evoluidos que temos no país.
Título:
Enviado por: ricardonunes em Agosto 21, 2006, 10:36:18 pm
Esquecime da FAP, que tem os DAF YP-408 para transporte de pessoal e o Condor UR-425 com protecção NBC.
Título:
Enviado por: Akagi em Agosto 21, 2006, 11:24:22 pm
Estou de acordo em não enviarmos tropas para o Libano, pela simples razão que não temos material pesado em quantidade e nem em qualidade para aquele teatro de operações.
Título:
Enviado por: migbar2 em Agosto 22, 2006, 12:34:28 am
Eu penso que apesar de toda a importancia que aquela região tem para o dia a dia de todos nós, não caberá a Portugal o enviar de tropas para lá, primeiro porque nos apanha num processo de modernização de forças, que embora preparados para teatros de guerra com equipamentos tipicos de conflitos de baixa ou média intensidade, não estamos ainda preparados para enfrentar teatros de grande intensidade, ora se por um lado existe uma resistencia equipada com alguma sofisticação, do outro lado existe uma da melhores forças armadas do mundo...e se a coisa corre mal, comemos dos dois lados  :? . Em segundo lugar, cada país tem as suas regioes e relações priveligiadas, no nosso caso Africa e Timor. Ora se para além disso já estamos tambem em territórios da ex Joguslávia e no Afeganistão, julgo que já nos chega...e de que maneira...que dinheiro é que sobra para as nossas queridas modernizações???
Título:
Enviado por: TOMKAT em Agosto 22, 2006, 01:18:46 am
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Envio de militares para o Líbano sob condição

Governo pondera «com exigência e prudência» concretização dessa missão

O ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, afirmou hoje que o Governo está a ponderar «com muita exigência e prudência» o envio de militares para o Líbano, impondo quatro condições para a concretização dessa missão.

«O Governo perante uma situação complexa, está a ponderar com muita exigência e prudência o envio de militares para o Líbano», afirmou Nuno Severiano Teixeira, em declarações aos jornalistas, citado pela Agência Lusa, no final das reuniões que hoje manteve com os partidos com representação parlamentar.

Segundo Nuno Severiano Teixeira, a ponderação está a ser realizada tendo em conta dois pressupostos e quatro condições.

Duas dessas condições são, segundo o ministro da Defesa «a clarificação sem equívocos do mandato das Nações Unidas» e o «empenho concertado da União Europeia».

«O Governo quer que a missão corresponda ao que está no mandato das Nações Unidas», sublinhou.

Além disso, acrescentou Nuno Severiano Teixeira, a contribuição de Portugal na força da União Europeia tem de ser pensada em conjunto com as missões que as Forças Armadas já estão a desenvolver, algumas das quais poderão ser «redimensionadas».

«Temos também de saber qual a missão em concreto que as Forças Armadas vão desenvolver», acrescentou.

Como pressupostos que estão a orientar a ponderação do Governo, o ministro da Defesa apontou a importância que a «missão de paz» poderá ter para o papel das Nações Unidas e da União Europeia no Médio Oriente.


http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=717410&div_id=291

Resumindo... se Portugal avançar para o Líbano, retira muito provavelmente dos balcãs, ou ficará com uma presença pouco mais que residual. Ou será do Afeganistão? No Afeganistão a presença é feita no âmbito da NATO...

Por mim nem se poria a hipótese de enviar militares para o Líbano, que provavelmente se vai tornar uma enorme dor de cabeça para qualquer força que de facto pretenda fazer cumprir a resolução da ONU: desarmamento do Hezbollah.

Um autêntico vespeiro...
 :?
Título:
Enviado por: Luso em Agosto 22, 2006, 01:28:55 am
Por mim só se enviraria homens para o Médio Oriente se houver guerra a sério e se estivermos em risco (o "estivermos" refere-se à democracia e aos valores ocidentais, se é que isso ainda se verifica hoje nesta sociedade políticamente correcta, ou seja quando estiver em causa a liberdade individual responsável regulada por um estado democrático).
Título:
Enviado por: pedro em Agosto 22, 2006, 11:34:04 am
Caro TazMonster nao fui eu que disse o que o Aponez disse por isso eu acho que a resposta foi merecida.
Cumprimentos
Título:
Enviado por: carlovich em Agosto 22, 2006, 03:01:47 pm
Hola a todos.

El tema de enviar tropas de la U.E. al Libano es muy complejo.Primero porque estarán bajo mando ONU (presumiblemente Italia) lo cual ya es mal síntoma.

2º porque el mandato ONU no es claro y en caso de ataque nadie sabe como actuar.

3º porque es una zona real de guerra con un ejercito muy fuerte (Israel) y una guerrilla fanática apoyada por Irán y Siria.

4º USA no irá (luego no habrá F15,F18, F16, CH53, AH64, etc etc.

Por lo tanto creo que si alguien envia tropas deben ir fuertemente armadas y con suficiente apoyo aereo y naval para que sea creible.Ésto nos lleva a que solos unos pocos paises europeos pueden hacerlo (Alemania ya ha dicho que no envia tropas).

Portugal, con el material aereo, naval y terrestre que tiene en la actualidad no puede garantizar la seguridad de sus tropas salvo que envíe una unidad médica para Beirut o Tiro o un grupo de la GNR para aduanas.

El resto es bla, bla, bla .

Saludos.
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 22, 2006, 03:04:06 pm
Sem dúvida, acho que para o Libano só se for os C-130 para dizer que mandámos alguma coisa...
Título:
Enviado por: papatango em Agosto 22, 2006, 07:38:52 pm
Citação de: "carlovitch"
or lo tanto creo que si alguien envia tropas deben ir fuertemente armadas y con suficiente apoyo aereo y naval para que sea creible.Ésto nos lleva a que solos unos pocos paises europeos pueden hacerlo (Alemania ya ha dicho que no envia tropas).


Num conflito assimétrico, o grande poder aeronaval vale ZERO!!!

Aliás, bastaría ver as tropas que estão no Afeganistão, para verificar o tipo de armamento que têm.

Está mais que provado que de nada servem os bloqueios navais e mesmo os poderosos ataques aéreos.

Israel tem uma força aérea tão ou mais poderosa que a Força Aérea francesa e alemã juntas, e não lhe parece ter servido de grande coisa.

O necessário são forças com credibilidade, sim, mas que também são forças de policia.

Além disso, o problema não é um problema de equipamentos, mas sim um problema de "regras de intervenção" ou "Rulles of engagement".

Numa força internacional, cada país participa com uma determinada força, de forma a que as várias forças tenham funções definidas. Uma força "musculada" tem que ter várias valências e capacidades.

Portugal tem forças na Bósnia e no Afeganistão, como as teve no Iraque. Em nenhum destes casos os problemas portugueses com tanques e aviões está relacionado com as necessidades das forças.

O facto de não haver ainda nenhum PANDUR disponível complica as coisas sem dúvida, porque não há Chaimites para enviar para o Líbano, a não ser que se retirem as tropas da Bósnia.

No entanto, no computo geral, acho o envio de forças um absurdo.

O que as forças que foram para o Líbano vão efectivamente ser é escudos para o Hezbollah.

Os Franceses, falam muito e gostam de referir as glórias da França, mas eles foram potência colonial e sabem perfeitamente onde se iriam meter.

Por isso se encolheram.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: migbar2 em Agosto 23, 2006, 12:35:46 am
Eu não digo que não possamos enviar nada, agora em boa consciencia só poderiamos enviar forças "de reserva" para intervenções especificas em caso de necessidade, tipo operações especiais, DAE, comandos, RESCOM, PREC'S e afins. O grande problema levanta-se nas operações de escolta e patrulha, falta-nos por exemplo blindados...
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 23, 2006, 12:46:41 am
Pois é migbar2 o problema está na utilização dessas mesmas unidades, ora vejamos:
As 2 companhias Operacionais de Comandos acabaram de vir do Afeganistão;
O DAE está no Congo;
Os Precursores...apesar de ser uma unidade excelente e ter militares ainda melhores, não é bem a sua missão;
As Operações Especiais poderiam ir, mas teriam que ser integradas numa unidade de Operações Especiais (tal como acontece com o DAE no Congo);
A Rescom têm muitos poucos elementos, por isso só daria para um contigente.
Pessoalmente acho que neste momento a única unidade que não está a ser usada nas missões internacionais e nem está escalonada para isso é o 2º Batalhão de Fuzileiros, mas mais uma vez constata-se a falta dos famosos blindados.
Sendo assim, sabendo da falta de recursos financeiros que as Forças Armadas Portuguesas têm, acho que devemos estar quietos no nosso canto, mas agora quem decide é quem tem que dar a palavra final.
Título: Irão 1 - ONU 0
Enviado por: joaosilvadelemos em Agosto 23, 2006, 01:09:12 am
Boa noite!

O governo português hoje resolveu um "nim". Não disse não à participação, mas colocou quatro questões, que são compreensíveis e ganhou tempo.

No entanto parece-me que as duas questões fundamentais que ainda estão em aberto são:

1ª O envio ou não;
2ª em caso de envio, o que enviar;

Quanto à primeira questão, podemos tentar especular e conjecturar das razões contra e a favor (afinal, este fórum serve para esse tipo de dissertações, não?). No entanto há vários factores que pesam na balança de "custo-benefício" que não são somente, mas são fundamentalmente de ordem política:

- A favor, o facto de no centro da força de intervenção estar a UE e Portugal aproximar-se do seu semestre de presidência - não participando na missão poderá perder alguma força no que respeita à gestão dos assuntos  do Líbano. Não é importante na gestão da própria força, mas torna-se importante na medida em que é uma área em que Portugal evitará tocar


- Contra, o facto do comando ser italiano,  que pode pesar no sentido de que houve duas experiências anteriores, na Bósnia em 96 e no Iraque com a GNR que, formalmente correram "bem", mas na realidade decorreram com grandes atritos - os portugueses não se subordinam bem a italianos que são um pouco desorganizados, nem os italianos entendem os portugueses como tropa eficiente;

- Contra, a realidade de que a nossa capacidade de projecção, pelo menos de forças terrestres e navais se encontrar já muito distendida nos teatros actuais, ao mesmo tempo que já estamos na lista dos 15 maiores contribuidores das missões da ONU (DN de 22AGO). A acrescer que uma retracção de dispositivo com consequente projecção para outro teatro é uma manobra igualmente dispendiosa e que para mais depende de meios de projecção aliados (aviões e navios), ou civis fretados;

-Contra, o facto do nosso país não ter uma agenda que pressuponha interesses directos no médio oriente e, mesmo que tivesse, os interesses dos países com peso real na cena mundial sobrepor-se-iam sempre;

- Alguns factores mais, provavelmente com pesos muito superiores a cada um dos enunciados anteriormente, desconhecidos, alguns também, que resultam de pressões diplomáticas, etc.. Apesar de ter apresentado mais exemplos contra do que a favor, a verdade é que nenhum é efectivamente decisivo. Daí que o estado português tenha feito o que devia fazer: ganhou tempo, vai poder esclarecer melhor a situação e ter mais condições para decidir.


Quanto à segunda questão de, em caso de envio, o que enviar, parece-me que o facto já mencionado de estarmos bem cotados na ONU como um dos 15 países que mais tem contribuido pode pesar na decisão. enviar algo, sim, mas que não se trate de um contingente terrestre de manobra. Parece incrível, mas é importante não esquecer as missões em Angola e Moçambique  - UNAVEM e ONUMOZ - Timor, Afeganistão e Balcãs (apesar destes últimos terem muito tempo dependido de mandatos conferidos à NATO, mas igualmente sob os auspícios mais ou menos consentidos da ONU), todas estas constituídas por forças de escalão batalhão e/ou companhia. Além disso há todas as missões de observação, que devem totalizar entre 15 e 20 teatros, desde a MINURSO, no Sara Ocidental, ao Burundi, etc.. De tudo isto parece-me aceitável que Portugal contribua com unidades de apoio de serviços e não de apoio de combate, que podem muito bem ser sanitárias, por exemplo. Parece-me a mim e parecerá à comunidade internacional, confrontada com estas estatísticas.


Por último, há um raciocínio que deve igualmente ser tido em conta.

Até agora, quem mais ganhou com a situação do Líbano, foi o Irão, aliás, o Irão provocou esta situação, dado que controla esta situação. O Hezbolah, que se movimenta com liberdade total no sul do Líbano, mas como qualquer guerrilha depende da população (para os esconder, alimentar, etc.), não desataria a bombardear Israel se o resultado final não fosse claramente a favor dos Xiitas, até porque a resposta israelita poderia contribuir para a diminuição do apoio que essa mesma população  dá ao movimento. Por essa razão, o ataque foi sempre limitado, a fim de provocar uma resposta de Israel. Os mísseis do Hezbolah duraram o tempo que a comunidade internacional demorou a reagir e o tempo suficiente para Israel, ao fazer 10 vezes mais vítimas do lado libanês, poder ser apontado pelos países árabes como uma ameaça não só latente, mas actuante, contra a sua segurança. A manobra foi bem executada e atingiu os seus fins. As perdas do lado libanês foram compensadas com dinheiro distribuido às famílias (oriundo do Irão), com uma reentrada da Síria na cena política e com o aumento do apoio islâmico ao Irão. O Irão ganhou força na medida em que tem mais uma "razão legítima" para continuar com o seu programa nuclear - Israel é potência nuclear e provou estas semanas que é perigoso. O Irão argumentará que é necessário tornar-se potência nuclear para equilibrar as forças. Nisto será apoiado pelos países árabes que estavam renitentes (à excepção talvez do Egipto e  da Arábia Saudita). O Irão desencadeou exercícios militares convencionais desde o fim-de-semana passado. A partir daqui, à semelhança dos Sérvios na Bósnia ou dos alemães antes da II Guerra Mundial, vai fazer uma pausa, deixar todos respirar, esperar a reacção internacional, deixar acalmar um pouco e depois dar o próximo passo. E o próximo passo é já também uma vitória do Irão: conseguiu colocar mais uma força internacional ao alcance dos seus mísseis e dos seus terroristas, incluindo suicidas. Abriu uma nova frente sem se incomodar muito e sem trazer forças internacionais para o seu próprio território. Mesmo que não haja ataques directos à força de interposição entre o Hezbolah e Israel (e isto dependerá da força do mandato, ou seja, dos "agreements" das partes, que não me parecem ser muitos), há sempre a possibilidade do Irão lembrar que Israel e a malta da ONU aí colocada, está ao alcance dos seus presumíveis mísseis, em breve nucleares (à semelhança, claro está, do pessoal que está no Iraque e no Afeganistão). O Irão, sozinho, em poucos meses poderá ameaçar três teatros onde estão forças ocidentais e nem sequer vai precisar de ter terroristas suicidas e artistas do género. Os soviéticos e os americanos mantiveram assim uma Guerra Fria, mas o Sting, profético, admitiu que os russos amavam as suas crianças, o que felizmente era verdade. Já não é verdade quanto aos iranianos. Pelo menos enquanto acreditarem que sendo mártires serão libertados. Vivem no séc XIV da sua existência muçulmana e os ocidentais no séc XIV da sua existência cristã também queimavam bruxas e matavam o infiel sem perguntas.

Em resumo: ao colocar mais forças num teatro do médio-oriente, Portugal aumenta o número de cidadãos nacionais sob ameaça latente, em breve nuclear. Não me parece haver necessidade.
Título: Re: Irão 1 - ONU 0
Enviado por: Jorge Pereira em Agosto 23, 2006, 01:49:18 am
Citação de: "joaosilvadelemos"

Por último, há um raciocínio que deve igualmente ser tido em conta.

Até agora, quem mais ganhou com a situação do Líbano, foi o Irão, aliás, o Irão provocou esta situação, dado que controla esta situação. O Hezbolah, que se movimenta com liberdade total no sul do Líbano, mas como qualquer guerrilha depende da população (para os esconder, alimentar, etc.), não desataria a bombardear Israel se o resultado final não fosse claramente a favor dos Xiitas, até porque a resposta israelita poderia contribuir para a diminuição do apoio que essa mesma população  dá ao movimento. Por essa razão, o ataque foi sempre limitado, a fim de provocar uma resposta de Israel. Os mísseis do Hezbolah duraram o tempo que a comunidade internacional demorou a reagir e o tempo suficiente para Israel, ao fazer 10 vezes mais vítimas do lado libanês, poder ser apontado pelos países árabes como uma ameaça não só latente, mas actuante, contra a sua segurança. A manobra foi bem executada e atingiu os seus fins. As perdas do lado libanês foram compensadas com dinheiro distribuido às famílias (oriundo do Irão), com uma reentrada da Síria na cena política e com o aumento do apoio islâmico ao Irão. O Irão ganhou força na medida em que tem mais uma "razão legítima" para continuar com o seu programa nuclear - Israel é potência nuclear e provou estas semanas que é perigoso. O Irão argumentará que é necessário tornar-se potência nuclear para equilibrar as forças. Nisto será apoiado pelos países árabes que estavam renitentes (à excepção talvez do Egipto e  da Arábia Saudita). O Irão desencadeou exercícios militares convencionais desde o fim-de-semana passado. A partir daqui, à semelhança dos Sérvios na Bósnia ou dos alemães antes da II Guerra Mundial, vai fazer uma pausa, deixar todos respirar, esperar a reacção internacional, deixar acalmar um pouco e depois dar o próximo passo. E o próximo passo é já também uma vitória do Irão: conseguiu colocar mais uma força internacional ao alcance dos seus mísseis e dos seus terroristas, incluindo suicidas. Abriu uma nova frente sem se incomodar muito e sem trazer forças internacionais para o seu próprio território. Mesmo que não haja ataques directos à força de interposição entre o Hezbolah e Israel (e isto dependerá da força do mandato, ou seja, dos "agreements" das partes, que não me parecem ser muitos), há sempre a possibilidade do Irão lembrar que Israel e a malta da ONU aí colocada, está ao alcance dos seus presumíveis mísseis, em breve nucleares (à semelhança, claro está, do pessoal que está no Iraque e no Afeganistão). O Irão, sozinho, em poucos meses poderá ameaçar três teatros onde estão forças ocidentais e nem sequer vai precisar de ter terroristas suicidas e artistas do género. Os soviéticos e os americanos mantiveram assim uma Guerra Fria, mas o Sting, profético, admitiu que os russos amavam as suas crianças, o que felizmente era verdade. Já não é verdade quanto aos iranianos. Pelo menos enquanto acreditarem que sendo mártires serão libertados. Vivem no séc XIV da sua existência muçulmana e os ocidentais no séc XIV da sua existência cristã também queimavam bruxas e matavam o infiel sem perguntas.

Em resumo: ao colocar mais forças num teatro do médio-oriente, Portugal aumenta o número de cidadãos nacionais sob ameaça latente, em breve nuclear. Não me parece haver necessidade.


Excelente. Nem mais. Só que na minha opinião, as forças que forem para o Líbano serão fustigadas de forma incessante para desviar atenções e dar ao Irão mais tempo para concluir o seu programa nuclear. A chave deste conflito é o tempo! O tempo de que o Irão precisa para conseguir a sua primeira bomba atómica.

Depois de atingido este objectivo os mísseis Iranianos serão uma preocupação menor para mim. O Irão sabe que, se lançar um só deles com uma carga nuclear, será imediatamente reduzido a pó. O grande pesadelo é a entrega destes engenhos a grupos terroristas que poderiam desferir ataques apocalípticos sem se perceber bem a origem destes. É aí que reside a grande ameaça.

Portugal deve manter-se de fora dessa hipotética força. A única hipótese de participar com um mínimo de segurança e credibilidade seria com a cobertura total da “máquina” da NATO. Como isso não vai acontecer é melhor ficarmos por aqui. Podemos sempre e atendendo às questões de compromissos diplomáticos (a presidência da UE é uma questão relevante), oferecer apoio logístico e pouco mais.
Título:
Enviado por: Luso em Agosto 23, 2006, 11:19:11 am
O livro sobre a biografia de Mao que li recentemente descreve o mesmo tipo de mentalidade: a capacidade para sacrificar povos inteiros em troca de poder. Estas negociações e as acções do Hezbollah apenas são meios para ganhar tempo para se obter a Bomba.

Para energia?
Desde quando é que os dirigentes religiosos Iranianos estão interessados em melhorar a qualidade de vida das suas populações?

PIB per capita ("ranking"; PIB em USD$; Ranking de Reservas de Petróleo)

Kuwait (32 – 34.040 – 5)
Emirados Árabes Unidos (34 – 23.770 – 6)
Israel (41 – 18.620 — 0)
Bahrein (50 – 14.370 – 0)
Arábia Saudita (55 – 11.770 – 1)
Oman (62 – 9.070 – 0)
Líbano (75 – 6.180 – 0)
Kazaquistão (103 – 2.930 – 17)
Irão (107 – 2.770 – 3)
Jordânia (116 - 2.500 - 0)
Síria (135 – 1.380 – 0)
Egipto (142 – 1.250 – 0)
Iémen (167 – 600 – 0)

Realmente estão muito preocupados com o povo, estão.
É a Bomba que esses loucos querem.
É transparente!

Acertem-lhe o passo quanto antes. Caso contrário vai sobrar para TODOS nós.
Título:
Enviado por: Luso em Agosto 23, 2006, 11:21:52 am
O Fundamentalismo Árabe, de há muito existente mas durante largo período travado pelo Xá da Pérsia, hoje Irão, bom aliado do Ocidente, adquiriu novo ímpeto com a sua queda. Queda na qual teve interferência a França , mas cuja responsabilidade decisiva cabe à Administração Norte-Americana do Presidente Carter. E, com baixos e altos, esse fundamentalismo constitui na actualidade perigo significativo.

Naturalmente, que o seu objectivo geral é todo o Ocidente, até agora, com prioridade para quem nele predomina. Recentemente uma acção, que pretendia desenvolver-se em grande escala, foi tentada contra os EUA, com a destruição, planeada e iniciada, de parte importante da cidade de Nova Iorque. Contudo, os serviços norte-americanos depressa conseguiram deter essa acção.

Tal conduzirá provavelmente aquele Fundamentalismo, o que seria inteligente, a optar por acções prioritárias sobre países mais vulneráveis do Ocidente. E, entre estes, pode vir a incluir-se Portugal, bastando para tanto que o Reino de Marrocos acabe por ser obrigado a ceder ao mesmo Fundamentalismo. A fronteira Sul de Portugal passaria a ser com o Fundamentalismo Árabe. E uma nova acção contra o Ocidente poderia começar por infiltrações terroristas e guerrilheiras no Algarve e no Alentejo.

Mesmo antes da queda do Xá da Pérsia, já as Autoridades Portuguesas se preocupavam com esse perigo. A Base Aérea de Beja, no centro geográfico do sul de Portugal, foi, por mim próprio, no final dos anos 50 e começo dos anos 60, mandada construir, e construiu-se, para permitir a acção de forças aéreas e o afluxo rápido de forças terrestres, nesse e para esse Sul de Portugal, prevenindo infiltrações semelhantes às referidas. Hoje, parece que preocupações idênticas estão, para os nossos Dirigentes, muito minimizadas, como se pode deduzir da colocação nas mãos da Argélia, facilmente dominável pelo Fundamentalismo em causa, da nossa principal futura fonte de energia – o gás natural dessa mesma Argélia.

No plano geral, o Fundamentalismo Árabe possui, além do seu drástico fanatismo e métodos terroristas, as grandes armas do petróleo e das quintas-colunas já instaladas em alguns países ocidentais, como a França. E é de admitir que venha, mesmo, a possuir armas nucleares.

Esta ameaça – a ameaça fundamentalista árabe – é, presentemente, de novo apenas potencial, mas pode rapidamente tornar-se efectiva, sendo dever indeclinável preveni-la.


In “A Ameaça” de Kaúlza de Arriaga
Título:
Enviado por: Rui Conceicao em Agosto 23, 2006, 11:47:06 am
Na minha opinião, ou os paises(ONU ?) tomam uma posição de força ou em meia duzia de anos o Médio Oriente e o Mundo vão ficar muito pior com a bomba nas mãos do Irão, que é o mesmo que dizer de terroristas.
Título:
Enviado por: Jorge Pereira em Agosto 23, 2006, 02:50:40 pm
Citação de: "Luso"

Realmente estão muito preocupados com o povo, estão.
É a Bomba que esses loucos querem.
É transparente!

Acertem-lhe o passo quanto antes. Caso contrário vai sobrar para TODOS nós.


Lamentavelmente penso que a solução passará necessariamente por aqui:

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.whiteman.af.mil%2Fgallery%2Fimages%2FOver%2520Whiteman.jpg&hash=8f3e126d599f678f4bddcdc2965070c2)
 
Em Whiteman AFB está tudo pronto c34x . Só espero é que a opção nuclear para ataques a grandes profundidades no solo seja posta de lado.
Título:
Enviado por: migbar2 em Agosto 23, 2006, 11:25:47 pm
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Pois é migbar2 o problema está na utilização dessas mesmas unidades, ora vejamos:
As 2 companhias Operacionais de Comandos acabaram de vir do Afeganistão;
O DAE está no Congo;
Os Precursores...apesar de ser uma unidade excelente e ter militares ainda melhores, não é bem a sua missão;
As Operações Especiais poderiam ir, mas teriam que ser integradas numa unidade de Operações Especiais (tal como acontece com o DAE no Congo);
A Rescom têm muitos poucos elementos, por isso só daria para um contigente.
Pessoalmente acho que neste momento a única unidade que não está a ser usada nas missões internacionais e nem está escalonada para isso é o 2º Batalhão de Fuzileiros, mas mais uma vez constata-se a falta dos famosos blindados.
Sendo assim, sabendo da falta de recursos financeiros que as Forças Armadas Portuguesas têm, acho que devemos estar quietos no nosso canto, mas agora quem decide é quem tem que dar a palavra final.






Pois é colega, estou 100% de acordo e para que não pensem que foi desconsideração minha não referir os fuzileiros (exceptuando o DAE) devo dizer que considero o nosso batalhão ligeiro de desembarque dos fuzileiros uma das, senão a unidade de excelencia das nossas forças armadas, só não a referi porque as missões para as quais ela está vocacionada naquele teatro de guerra seriam muito complicadas de executar enquanto não apoiados por bons blindados  :Tanque: .
Título:
Enviado por: migbar2 em Agosto 23, 2006, 11:40:32 pm
Citação de: "Jorge Pereira"
Citação de: "Luso"

Realmente estão muito preocupados com o povo, estão.
É a Bomba que esses loucos querem.
É transparente!

Acertem-lhe o passo quanto antes. Caso contrário vai sobrar para TODOS nós.

Lamentavelmente penso que a solução passará necessariamente por aqui:

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.whiteman.af.mil%2Fgallery%2Fimages%2FOver%2520Whiteman.jpg&hash=8f3e126d599f678f4bddcdc2965070c2)
 
Em Whiteman AFB está tudo pronto :anjo:  , santa inocencia  :? !!!
Título:
Enviado por: ricardonunes em Agosto 25, 2006, 10:12:23 am
Amado quer 150 homens no Líbano
Missão da ONU - ministro decidirá hoje

Citar
O chefe da diplomacia portuguesa, que terminou ontem uma visita oficial à Líbia, Jordânia e Egipto, participa hoje numa reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia com o secretário-geral da ONU, de onde se espera que saia um esclarecimento preciso sobre a missão da ONU.

O Governo tem mantido, até agora, uma reserva absoluta sobre o efectivo militar que irá ser enviado para o sul do Líbano, mas, ao que o CM apurou junto de fonte governamental, o cenário em que os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, estão a trabalhar aponta para “o envio de uma companhia de cerca de 150 homens, que é uma participação de acordo com a responsabilidade de um país que vai assumir a presidência da União Europeia (UE)” no segundo semestre de 2007.

A decisão final sobre a participação portuguesa na UNIFIL deverá, segundo o próprio Ministério dos Negócios Estrangeiros, ser decidida hoje, após a reunião, em Bruxelas, dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE com Kofi Annan. Depois de ter apelado aos países europeus para uma maior participação na UNIFIL, o secretário-geral da ONU vai tentar hoje desbloquear o impasse no envio de tropas europeias para o Médio Oriente. O mesmo apelo fez ontem o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.


http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... l=91&p=200 (http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=212509&idselect=91&idCanal=91&p=200)
Título:
Enviado por: pedro em Agosto 25, 2006, 10:23:34 am
Eu sou em contra de enviar militares para o Libano com o material que temos agora mas eles la sabem. :evil:
Cumprimentos
Título:
Enviado por: ricardonunes em Agosto 25, 2006, 10:38:51 am
Pois eu sou contra o envio de militares para o Sul do Libano quer com equipamento adequado, quer sem ele.
Isto vai ser mais ou menos como o envio da GNR para o Iraque, quando chegar a altura sai um despacho (que desbloquei uns milhões de euros) que permite a aquisição do equipamento necessário.
E andam estes, e outros que por cá passaram e os que virão, politicos a falar de contenções orçamentais.
Título:
Enviado por: Yosy em Agosto 25, 2006, 12:11:54 pm
Concordo. Ao contrário da França, Portugal nem tem ligações com aquele território. Por mim, enviava-se só um navio da Armada ou C-130s, etc - nunca tropas terrestres.
Título:
Enviado por: Bravo Two Zero em Agosto 25, 2006, 02:26:14 pm
Citação de: "Yosy"
Concordo. Ao contrário da França, Portugal nem tem ligações com aquele território. Por mim, enviava-se só um navio da Armada ou C-130s, etc - nunca tropas terrestres.


Subscrevo por baixo
Título:
Enviado por: Get_It em Agosto 25, 2006, 03:56:54 pm
Citação de: "Bravo Two Zero"
Citação de: "Yosy"
Concordo. Ao contrário da França, Portugal nem tem ligações com aquele território. Por mim, enviava-se só um navio da Armada ou C-130s, etc - nunca tropas terrestres.

Subscrevo por baixo

Por mim basicamente nem um nem outro, apenas continuava-se a apoiar o ACNUR (http://http) com os C-130. E olhem que já chegava muito bem.

Cumprimentos,
Título:
Enviado por: JLRC em Agosto 25, 2006, 04:10:58 pm
Citação de: "Yosy"
Concordo. Ao contrário da França, Portugal nem tem ligações com aquele território. Por mim, enviava-se só um navio da Armada ou C-130s, etc - nunca tropas terrestres.


Completamente de acordo Yosy.
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 25, 2006, 05:06:18 pm
Numa das noticias que eu li, falava-se de uma unidade de Engenharia ou Transmissões, ou seja, como não temos homens nem material da Arma da Infantaria, enviamos unidades de apoio. Ainda quero saber é que Brigada vamos ficar inseridos...  :?
Título: Envio de tropas portuguesas para o Líbano
Enviado por: pasa em Agosto 30, 2006, 12:34:18 am
Politicas à parte, poderia dizer que qualquer profissional que abrace uma profissão -  e nesta particularmente, considero difícil viver-se sem um mínimo de vocação -  gosta de exercer aquilo para que se preparou. Estabeleço ainda uma outra comparação: imaginem um atleta olímpico que se prepara anos a fio para 2 ou 3 grandes eventos e que não pode participar porque os jogos foram cancelados. Sentirá certamente uma enorme frustração.
Acontece que os militares não têm de ser necessariamente iguais às outras profissões existentes na nossa sociedade; refiro-me especificamente ao facto de os militares não terem de produzir matéria-prima que contribua para o PIB do nosso país. Não é assim em nenhum país do mundo, porque terá que ser no nosso? PF, não desçam os militares à condição de terem de “alugar” as suas tendas e viaturas para poderem gerir o dia-a-dia nas Unidades.....e mais não digo!
Para o cidadão normal, será então bastante difícil, senão mesmo uma tarefa hercúlea, tentar compreender a razão da existência de umas Forças Armadas num país tão pequeno e tão carenciado. Talvez a primeira ideia que lhe venha à mente, fruto do passa-palavra de gerações que vieram cumprir o serviço militar, seja esta: os militares não fazem nada e passam o tempo nos quartéis a tentar justificar a sua existência. E de facto, o que estou eu a fazer, ao escrever estas linhas? Bem, assim é difícil exercer uma profissão, em que à partida tenhamos que permanentemente justificar a razão dos dinheiros gastos e que são fruto do trabalho de todos os Portugueses.
Falando português corrente e corrido, a ideia será esta: A tropa não tem que dar lucro, como uma grande empresa; tem, sim, de gastar bem e demonstrar que os recursos empregues foram ajuizadamente gastos. Talvez isto ainda não aconteça em todos os organismos onde se gastam dinheiros públicos, mas no seio das Forças Armadas, existe um grande esforço nesse sentido. Se entendermos a utilidade de umas Forças Armadas dimensionadas para o nosso país, e adequadas aos compromissos assumidos, facilmente compreenderemos que o lugar delas será onde melhor prestigiam o país, onde melhor poderão empregar toda a sua força e todo o seu empenho, fruto do treino diário e incessante. No fundo, será onde de pequenos nos fazemos grandes, pelo mundo inteiro.
Claro que os diversos analistas políticos e políticos de profissão se questionam: mas que interesses temos nós no Líbano ou naquela região? Eu pergunto: e que interesses temos no Afeganistão ou no Iraque? Claro que muito poucos, ou pelo menos, não tantos como as potências, que para lá nos tentam empurrar, ou nos incitam a ser solidários.
Independentemente de tudo isto, os militares, como sempre, estão preparados. E nem com as consecutivas desorçamentações de que têm sido alvo se desencorajam ou se atrevem a dizer não aos sucessivos governos. Por isso digo: envio de tropas portuguesas para o Líbano, porque não?! Será perigoso? Sim. Será um TO, em que as coisas se poderão complicar? Talvez. Não estamos a expor desnecessariamente os nossos militares? Não, sinceramente penso que não. Foi para isso que eles treinaram, foi para assumir riscos que eles confiaram no seu treino. Se não estiverem em acção nas missões de paz, para que se preparam eles no dia-a-dia? O leque de missões das Forças Armadas é hoje cada vez mais diverso e complexo, mas nunca foram tão desafiantes as novas missões, para o nosso pequeno país, que tenta afirmar-se pela sua neutralidade nos conflitos e que se destaca pela unânime aceitação das suas Forças Militares em qualquer cenário de guerra.
Título:
Enviado por: Luso em Agosto 30, 2006, 12:40:58 am
"Portugal, país pequeno e carenciado"?
 :G-beer2:
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 30, 2006, 12:44:09 am
Posso não concordar com a totalidade do seu post, mas achei que foi sem dúvida uma contribuição de salientar no forum. Continue a postar...  :wink:
Título: PIB
Enviado por: joaosilvadelemos em Agosto 30, 2006, 01:49:18 am
Caro "pasa":

O seu post é bastante ajustado e a ideia que expressa parece-me correcta. Permita-me que faça um pequeno reparo de pormenor, que em nada diminui o fundamento do seu texto: os militares contribuem para o PIB e qualquer economista poderá explicá-lo infinitamente melhor do que eu. Para que isso aconteça, basta que tenham um vencimento, isto é, que tomem parte na "cadeia económica" do país, o que, na realidade, acontece. O produto dos militares é: DEFESA. Os militares produzem defesa, directa e indirectamente. Fazendo de novo o "link" ao seu post, que, repito, é bastante ajustado, o produto dos militares enquanto não estão empenhados é tanto melhor quanto mais bem treinados e preparados estiverem. É para isso que o Estado lhes paga.

O problema para o PIB acontecia no tempo do SMO/ SEN. Nessa altura, a generalidade da população (e dos militares) acreditava que os conscritos não eram um peso assim tão grande porque não tinham direito a vencimento (somente uma "compensação financeira" que nem sequer para ir dois fins-de-semana a casa de comboio dava). Ideia falsa: os conscritos eram um enorme peso na economia por dois motivos: primeiro porque enquanto prestavam serviço militar eram retirados dos seus ofícios civis, saindo portanto da cadeia económica; segundo porque o já referido facto de não receberem um vencimento, também não os incluia na cadeia, uma vez que não possuíam dinheiro para reintroduzir na cadeia como consumidores (era o dinheiro de outro alguém, familiar, etc., ou pura e simplesmente ficavam nos quartéis, para não gastar). Ora, uma economia avança através da circulação de dinheiro numa relação de vencimento- gasto. No caso dos conscritos não acontecia.
Título:
Enviado por: Lightning em Agosto 30, 2006, 06:41:29 pm
Também dou os meus parabens ao senhor Pasa, pois colocou um post interessante e muito bem escrito... :)

Penso que há unidades militares na Força Aérea que produzem dinheiro mas deve ser pouco em comparação com o gasto das forças armadas, mas as evacuações médicas de doentes de uma ilha para a outra nos Açores e na Madeira são pagas pelos governos regionais, fotografias aéreas para a produção de mapas por exemplo ou para outros fins por câmaras locais ou outras entidades do género, o transporte de ministros ou figuras similares nos Falcon é paga pelo ministério ou organismo a que pertence, quando aviões e helicopteros vão apoiar o treino de forças terrestres é pago pelo exército.
Tenho a ideia que o orçamento da FAP é para a defesa aérea nos F-16, vigilância maritima  nos Aviocar, busca e salvamento nos EH101 e talvez outras missões do ambito nacional mas o que seja em partido de outras entidades como governos regionais, ministérios, camaras penso que sejam ou deveriam ser pagas por elas.
Na realidade isto é estado a pagar ao estado por isso não sei se acontecerá na realidade ou se acontecerá apenas no papel.
Título: Força portuguesa para o Líbano
Enviado por: pasa em Agosto 31, 2006, 03:30:01 pm
Aos 'vets'  aqui do forum, obrigado pelas vossas palavras de incentivo. Tenho vontade de escrever mais, mas tudo no seu tempo.

Admiro muito o vosso entusiamo e a vossa capacidade crítica, e o mais curisoso é que a maioria não está ligada directamente à instituição. Voces abordam mais estes assuntos, que muitos militares de profissão.

Quanto à Força portuguesa para o Líbano, apenas uma curiosidade, o Comandante será o Major de Engenharia Arlindo Domingues, actual Comandante da Companhia de Engenharia da Brigada Mecanizada. Tem 35 anos e esteve já a comandar uma força semelhante em Timor Leste no ano de 2000, no âmbito da UNTAET/PKF e que era pertencente a um Batalhão de Infantaria Paraquedista.

Cumprimentos a todos.
Título: Re: Força portuguesa para o Líbano
Enviado por: Yosy em Setembro 01, 2006, 12:46:18 am
Citação de: "pasa"

Admiro muito o vosso entusiamo e a vossa capacidade crítica, e o mais curisoso é que a maioria não está ligada directamente à instituição. Voces abordam mais estes assuntos, que muitos militares de profissão.

Cumprimentos a todos.


Sinto-me ao mesmo tempo orgulhoso e pesaroso por saber isso.

O Comandante da força parece ser bastante apto para a tarefa - nisso tenho total confiança nos nossos oficiais e homens.