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Outras Temáticas de Defesa => Área Livre-Outras Temáticas de Defesa => Tópico iniciado por: Marauder em Junho 23, 2006, 10:00:44 pm
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Oceanos com menos 90% de peixes do que há um século
O volume de peixes nos oceanos diminuiu mais de 90% no último século e a percentagem de biodiversidade marinha protegida é inferior a 0,1% do total, advertem hoje cientistas na revista Science.
O tema é tratado no editorial da revista científica pelos investigadores Carlos Duarte, do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), em Espanha, Íris Hendriks, da Universidade das Ilhas Baleares, e Carlos Heip, director do Centro de Ecologia Marinha do Instituto Holandês de Yerseke.
De acordo com Carlos Duarte, do CSIC, a exploração excessiva «dos oceanos pela pesca» levou a que a abundância de populações no oceano tenha diminuído mais de 90% no último século.
«Agora há menos de 10% de abundância de peixes nos oceanos do que a que existia no princípio do século XX e perdemos mais de 90% dos stocks pesqueiros», disse.
Além da pesca, Carlos Duarte chamou a atenção para «ameaças sérias» como o aquecimento global, com impacto sobre o arrefecimento dos ecossistemas marinhos, e para o problema da acidificação do oceano, «algo que se tem manifestado mais ultimamente».
O especialista explicou que o aumento de CO2 (dióxido de carbono) na atmosfera está a provocar um aumento de dióxido de carbono no oceano, o que faz com que o PH dos mares esteja a diminuir, constituindo uma ameaça grave para a vida de todos os organismos do oceano com esqueletos carbonados, como os corais ou os moluscos.
Carlos Duarte alertou também para o facto de na actualidade menos de 0,1% da biodiversidade marinha estar protegida e sublinha que este número contrasta com o nível de protecção da biodiversidade terrestre.
Para o cientista, é preciso «reverter esta situação» e «chegar a um melhor equilíbrio no esforço de investigação em biodiversidade marinha e terrestre».
Para tal, é necessário um esforço de interligação entre os investigadores dedicados ao oceano, «o que implica grandes recursos e meios técnicos, e maior apoio financeiro para investigar a vida no oceano».
Carlos Duarte recordou, em declarações à EFE, que no contexto da Convenção de Quioto para a protecção da diversidade biológica houve «progressos importantes», mas persistem ainda «grandes problemas» para encontrar «medidas viáveis» de protecção da vida nos oceanos.
O especialista explicou que são necessários modelos e conceitos operativos em relação a como proteger a vida nos oceanos, porque a transferência de denominação de área protegida aplicada ao âmbito terrestre «pode não ser efectiva para o mar».
O responsável do CSIC considera que «os conceitos para a protecção da natureza terrestre não são directamente extrapoláveis para o oceano, porque não se podem criar fronteiras no meio do mar, nem explicar aos peixes que zonas estão protegidas».
Um problema acrescido é o carácter internacional de grande parte dos oceanos e o vazio legal que existe para proteger ou legislar sobre os mesmos, acrescentou.
A maior parte do esforço na investigação sobre biodiversidade está destinado ao âmbito terrestre, com um nível dez vezes superior ao que se dedica para estudar os oceanos, explicou.
Diário Digital / Lusa
23-06-2006 17:13:00
E Portugal continua na UE no lote dos países amigos da pesca..a malta continua a pensar que a conversa dos ambientalistas é só balelas..mas vamos a ver..como é que é daqui a 100 anos...quem terá razão..e se o belo pescador tuga ainda consegue comer umas sardinhas no pão..
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Só que alguns, enquanto tiverem o seu bacalhau e as suas sardinhas,
estam-se nas tintas para o resto ...
Mas a culpa não é só dos portugueses, mas de todos !