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Forças de Segurança e Policiais de Elite => Forças de Segurança => Tópico iniciado por: TOMKAT em Junho 23, 2006, 07:03:15 pm
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Sistema de segurança desajustado
Estudo considera sistema português pouco ajustado às novas ameaças do terrorismo
O sistema de segurança português não está ajustado às novas ameaças do terrorismo e do crime organizado. É uma das conclusões de um estudo apresentado, esta quinta-feira, que também aponta o excesso de tutelas e falta de coordenação entre as várias polícias em Portugal.
Uma legislação desadequada às novas ameaças como o terrorismo e a dispersão e sobreposição de competências das forças de segurança são críticas apontadas num estudo sobre segurança interna encomendado pelo Ministério da Administração Interna (MAI).
A primeira parte do estudo, realizado pelo Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa, foi esta quinta-feira, apresentada e aponta vários erros ao actual sistema de segurança interna.
Segundo o relatório, coordenado por Nuno Severiano Teixeira, antigo ministro da Administração Interna no Governo de António Guterres, o conceito de segurança está em transformação e a legislação portuguesa, datada de 1987, não tem acompanhado as mudanças.
Forças de segurança a mais vs sobreposição de competências
Em Portugal, a segurança interna é exercida por "um vasto e extravagante conjunto", de forças e serviços de segurança como a GNR, PSP, PJ, SEF e SIS e "órgãos dos sistemas de autoridade marítima e aeronáutica", com "sobreposição das atribuições e competências".
O estudo critica também o facto de as diversas forças de segurança estarem "dispersas pela tutela do primeiro-ministro e de quatro ministros: o da Administração Interna, o da Justiça, o da Defesa Nacional e o das Obras Públicas, Transportes e Comunicações", o que acarreta "ineficiências na utilização dos instrumentos de cooperação policial europeus".
Ministro defende alterações no sistema após debate profundo
Segundo o ministro da Administração Intena o Governo concorda que o sistema de segurança interna deve ser alterado. Ao mesmo tempo António Costa diz que ainda vai reflectir sobre o diagnóstico feito pelo estudo apresentado.
"A lei de segurança interna tem quase 20 anos (1987) e está na altura de se fazer uma reflexão do exterior do sistema, para que haja liberdade e capacidade de análise critica sobre o mesmo", afirmou o ministro.
Segurança a braços com terrorismo e crime organizado
Segundo o governante, o estudo demonstra a necessidade de o sistema sofrer uma intervenção para se adaptar melhor à actual realidade da segurança, a braços com novas ameaças e riscos, como o terrorismo, pandemias e o crime organizado.
As decisões governamentais foram remetidas para depois das recomendações que deverão chegarão ao MAI no final do ano.
Dirigentes sindicais reconhecem falta de cooperação no sector
Dirigentes de estruturas sindicais e associativas da PJ, PSP e da GNR concordam que há falta de cooperação entre forças e serviços de segurança, como indica o relatório mencionado.
"Concordo com a análise feita no documento em cerca de 90 por cento. Grande parte do estudo é pacífico, é verdade que existe falta de coordenação entre órgãos de polícia criminal e que muitas vezes se faz trabalho em duplicado", disse o presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária, Carlos Anjos.
Por sua vez, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia, Paulo Rodrigues, concordou com o estudo, no sentido de que "a reestruturação das forças e serviços de segurança tem que ser feita. Mas salvaguardando os direitos dos profissionais das forças de segurança, nomeadamente da Polícia de Segurança Pública", ressalvou.
"Há questões que têm de ser corrigidas para bem da segurança do país e dos cidadãos", frisou José Manageiro, presidente da Associação dos Profissionais da Guarda, defendendo que "os interesses corporativos devem ser abandonados em favor da eficácia da actuação das forças e serviços de segurança".
Com Lusa
fonte:http://sic.sapo.pt/online/noticias/pais/20060622sistemadeseguran%C3%A7aportuguesdesasjustado.htm
Tantos anos para descobrir o óbvio...
Vamos ver se não se muda para pior, com os do costume a defenderem as suas capelinhas...
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Amen! :wink:
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Viva! Quanto a este assunto, que muito me interessa, há que dizer, que o nosso modelo actual - "sistema" - de segurança interna - vulgo polícias - data de mil novecentos e troca o passo, quando o então chefe do Estado Novo assim o construiu, à sua imagem e de acordo com as suas necessidades - claro!
Hoje, 32 anos após o 25 de Abril, este modelo não faz sentido. Tanto mais, que sendo nós um país tão pequeno e com tanta falta de recursos financeiros, manter um sistema tão extenso de forças policias, com tudo de mau que isso tem, nomeadamente a falta de cooperação e coordenação, a dispersão de informação, a sobreposição de competências e não menos importante, a enorme dispêndio financeiro. Reparem que em cada sede de Distrito temos 3 e nalguns casos 4 instalações (sedes - edifícios) policiais (PSP; GNR; PJ; SEF e PM). Cada uma destas forças policiais, tem um comandante/director, 2º. Comandante/subdirector, etc., com as respectivas viaturas distribuídas.
A Áustria; a Bélgica e a Grécia uniram recentemente todos os seus corpos policiais num só!!!!! A Áustria fê-lo em 2004, juntou a Polizei (policia urbana), a PolizeiKriminal (equivalente à PJ) e a Gendarmerie (policia rural - GNR) num único corpo nacional de policia. Claro está que este corpo policial é de carácter civil. Na Bélgica e na Grécia aconteceu o mesmo.
Na minha opinião, deveriam ser extintos todos os corpos policiais existentes (a Guarda Prisional ficava de fora, a sua função é tão especifica e não sendo um órgão de policia criminal, julgo que se deveria manter. Mas teria de ter um estatuto exactamente igual ao da policia nacional) e criar um corpo único - POLÍCIA. Com um estatuto civil. Os militares (com todo o respeito que me merecem) devem ficar dentro dos quartéis, já que a sua função não deve ser a de segurança interna. Essa fica exclusivamente entregue a um corpo nacional de polícia civil (é o que acontece em todos os países do norte da Europa, não é nada de novo).
Mas não creio que isso alguma vez se venha a fazer em Portugal. Há demasiados interesses instalados. Como não há dinheiro, não se poderia elevar o "estatuto" dos "outros" para o nível da PJ. Estes também não aceitavam (e muito bem) baixar o deles. Os oficiais da GNR também não estariam pelos ajustes, iam perder muitas das regalias (algumas de carácter feudal -que me desculpem o termo, mas não compreendo a existência de uma força policial como a GNR, num estado democrático) que têm. O mesmo se passava com os oficiais da PSP. Vivemos num país, onde os elementos policiais melhor formados (pelo menos são os que têm mais formação), que são os oficiais de polícia e da GNR, não fazem serviço de segurança efectiva, estão apenas a fazer trabalho burocrático - secretaria. Na PSP os Subcomissários ainda comandam uma esquadra, mas assim que são promovidos, passam a fazer apenas serviço burocrático. Tanto quanto sei, na GNR ainda é pior, os oficiais não comandam postos, os postos são comandados por sargentos.
Temos uma infinidade de postos de oficial. Na PSP são 6. Na GNR 7!!!!!! Para quê? Apenas para satisfazer o seu interesse pessoal, porque ao cidadão isso nada interessa. Na minha opinião, 4 postos de oficial chegavam bem. Na PSP as esquadras passariam a ser comandadas por Comissários e os subcomissários seriam seus adjuntos (ganhavam experiência para depois de promovidos a comissário, poderem comandar uma esquadra com experiência adquirida). Acima de comissário teríamos dois postos de chefia. Na GNR teria de ser semelhante, embora compreenda que certos postos são tão pequenos que possivelmente não se justificaria um capitão a comandá-los, mas então seriam comandados por um tenente.
Estas medidas aliadas a uma desburocratização efectiva, acabar com serviços tais como baristas, cozinheiros, empregados de mesa, mecânicos, electricistas e etc., teríamos certamente muitos mais policias na rua e poderíamos baixar a enorme conta que todos pagamos com a segurança interna, pois não seriam necessários 50 mil polícias (que é o numero actual – a Áustria com uma população semelhante à nossa, tem apenas 21 mil agentes policiais, mais 3 mil funcionários civis a fazer serviços burocráticos!!!!!! É obra não é!!!!! Cerca de 50 mil em Portugal!!!!! Alguém os vê na rua?????
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Eu percebo que para um pais com o tamanho de Portugal era melhor ter uma única força de segurança mas se algum dia acontecer não me parece que seja a PSP a ficar, a maior parte territorial do pais está sob a responsabilidade da GNR, além disso a GNR comanda unidades muito especificas como a Brigada de Transito, Brigada Fiscal e recentemente ficou acordado que seria só a GNR a ter capacidade de Operações Especiais e Anti-Motim (percebo com isso a extincão do GOE e CI) além de a Policia Maritima ser transferida da Marinha para a GNR, a componente portuguesa da EUROGENFOR vão ser da GNR, a GNR enviou forças para o Iraque e Timor, penso que a GNR tem actualmente dentro do Estado um estatuto muito superior ao da PSP, e só tem aumentado ultimamente...
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e recentemente ficou acordado que seria só a GNR a ter capacidade de Operações Especiais e Anti-Motim (percebo com isso a extincão do GOE e CI)
Não sabia disso, mas aprovo a ideia. O GOE e o CI serem transferidos para a GNR - não extintos.
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Foi apenas um estudo, ainda não foi nada aprovado.
Na verdade os responsáveis politicos já desmentiram que isso fosse acontecer.
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Continuamos no mesmo disparate. Nada de PSP, nada de GNR, nada de PJ e nada de outras quaisquer. Eram todas extintas e formava-se um corpo único. Olhem para os países mais desenvolvidos da Europa e vejam que eles têm apenas um corpo de polícia e os que têm mais de um, estão a unir todos num só! Faz todo o sentido. Torna o serviço mais eficiente e mais barato. Será que neste país os interesses pessoais de alguns conseguem afectar tantos!!! Li algures aqui neste forum a opinião de alguém, que defendia a existência da GNR e da PSP, porque assim se mantinha o equilíbrio de forças!!!! Fiquei parvo com tal afirmação. Equilíbrio para quê? Mas alguém está em guerra? Há alguma necessidade de haver equilíbrio entre forças de segurança? Mas que disparate é este! a população necessita é de uma força de segurança motivada, equipada convenientemente, organizada e capaz de responder às suas necessidades. Isso hoje não acontece, há informação que não corre entre todas as forças de segurança e quando corre, corre lentamente. Tem de passar por muitos canais, quando chega ao destina, geralmente já vai tarde.
Claro que o equilíbrio que este alguém falava, fazia sentido no tempo da outra senhora, estava-se em ditadura, havia o risco de alguém se revoltar (o que veio a acontecer) e nesse caso era necessário haver outra força que pode-se equilibrar as "espingardas". Hoje, em plena democracia, integrados na União Europeia, não há qualquer possibilidade de golpes de qualquer espécie, então para quê este modelo, caro e tão pouco eficiente? Eu só vejo uma razão: Regalias de uns poucos de oficiais e funcionários superiores das diversas forças de segurança, que fazendo lobby vão conseguindo travar esta mudança. Estas pessoas entram para os quadros e é-lhes garantida uma carreira como mais nenhum funcionário público tem. Têm direito a viatura e a motorista!!!! Para quê o motorista, mas então estes senhores não sabem conduzir? Para quê esta mordomia? Reparem nos professores, não são promovidos de 4 em 4 anos! Os funcionários das finanças, tb não são promovidos de 4 em 4 anos!!!!, os funcionários dos tribunais, etc.
Que ninguém pense que eu tenho alguma coisa contra os oficiais ou funcionários superiores das forças e serviços de segurança, nada disso. Apenas exprimo a minha opinião, no sentido de garantir um serviço de segurança mais eficiente. Não é possível haver organização sem hierarquia. Agora pode é haver organização com hierarquia sem privilégios desnecessários e com eficiência.
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Deve ser para quando uma fizer greve existir sempre uma alternativa.
:toto:
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Ainda há mais a dizer. Alguns tb defendem a não junção das forças, porque umas são civis, outras militares e outras assim assim e etc. Mas qual é o problema? Então as pessoas não são capazes de se adaptar a uma nova realidade? Mas então os austríacos, belgas, gregos e suecos são mais espertos ou mais adaptáveis que nós? Este argumento tb não me convence. Quando as pessoas vêm da tropa para a PSP ou PJ, adaptam-se perfeitamente, nunca ouvi ninguém a dizer que tinha sentido dificuldade e passaram de uma "organização" militar para uma civil!!!! Então será que todos os militares da GNR e da Polícia Marítima também não seriam capazes de se adaptar a uma organização de carácter civil. Quando digo organização de carácter civil, não quero dizer que os GNR e os Outros fossem integrados na PSP, porque também temos a PJ que sendo civil, tem uma filosofia própria. O que eu defendo é a criação de um corpo nacional de polícia, criado de novo, com uma mística que teria de ser criada por todos e onde todos teriam um lugar a ocupar.
Podem crer que se estes países ricos, onde a segurança funcionava bem o estão a fazer, é porque vêm nisso uma grande mais valia. Caso contrário nunca o fariam. O caso da Áustria, é dos países mais seguros no mundo. Então se o sistema funcionava, porque o haveriam de alterar? Certamente porque chegaram à conclusão que o sistema era caro e que é possível poupar dinheiro e aumentar a eficiência unindo todos num só. Até porque o tipo de ameaças que os países ocidentais, têm de enfrentar hoje, não se coadunam com uma dispersão de informação por diversos departamentos, que numa lógica de capelinhas não a fazem circular, vulnerabilizando-se, aumentando os riscos e consumindo meios, no mesmo esforço. Quem vive por dentro deste meio, conhece imensas histórias de pessoas e organizações a ser investigadas por mais de uma polícia ao mesmo tempo, sem que a outra saiba. Aconteceu-me há uns anos, ir fazer uma busca a casa de um traficante e por feliz/infeliz coincidência encontramo-nos lá com pessoal da GNR que tb ia fazer uma busca aquela casa por tráfico, mas no âmbito de outro processo. Reparem que até no tribunal (que era o mesmo) ninguém se deu conta do que estava a acontecer!!!!! Podia contar aqui inúmeras histórias destas que já aconteceram e vão continuar a acontecer..... mas enfim, é o país que temos e possivelmente vamos continuar a ter!!!!! porque estou em crer, que não vai haver coragem para avançar para uma solução destas. Vão arranjar uma qualquer trapalhada, para tapar o sol com a peneira e vai continuar tudo na mesma.
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Fundir a PSP com a GNR é algo que eu apoio totalmente, no entanto tenho algumas questões a colocar. A GNR é uma instituição de natureza militar, já enviamos para Timor-Leste e para o Iraque miliatres do RI. Numa possível fusão de certeza ia resultar uma nova instituição com cariz mais civil. Será que iamos a ter unidades capazes de serem enviadas lá para fora?
Outra coisa, a PJ é uma instituição com caracteristicas e missões bastante diferentes da PSP e da GNR, como tal sou contra qualquer tentativa de acabar-se com esta instituição. Prefiro mantê-la como ela está...bem talvez com um orçamento de jeito (que já dava jeito)!
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Antes da GNR mandar pessoal para fora, já a PSP os lá tinha!!!! Antes dos militares da GNR chegarem a Timor já lá estavam PSP e outros polícias de Forças policias civis de todo o mundo. Portugal mandou a GNR para o Iraque, porque o governo daaltura não conseguiu enviar os militares (politiquices).
Quanto à PJ. Não vejo porque há-de ser diferente. Cada macaco no seu galho. Os conhecimentos deles não eram desaproveitados, bem pelo contrário. Eram uma mais valia para a nova polícia nacional. Onde é que eles são diferentes dos Austríacos; Belgas; Suecos; Finlandeses; Gregos e etc? francamente não vejo problema nenhum na junção de todos num só. Claro que acho que todos deveriam ter um lugar próprio no novo corpo nacional. Ninguém sairia desprestigiado com isso.
Não sei onde é que nós podemos ser diferentes dos outros! seremos menos inteligentes? menos adaptáveis? menos empenhados? menos profissionais? francamente não vejo qualquer razão para termos mais de um corpo de policia.
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A GNR foi para o Iraque, foi feita uma grande algazarra à volta disso (felizmente voltaram todos) e todos sabemos porque é que eles foram e não foram os militares.
Foram preparados durantes meses, compraram-se viaturas blindadas e quipamentos vários, necessários aquela missão, etc. Tudo bem, pois se queriam que eles fossem, que fossem bem equipados, até aqui.... nada a dizer.
Mas vamos analizar isto com calma. Todos sabemos que os agentes policiais andam na rua com pistola velhas, algumas com 60 (sessenta) anos. Viaturas? estão velhas e as novas que vão chegando, não chegam para as encomendas. Meios de comunicação? nem vale a pena falar. Meios informáticos? julgo que também não é necessário dizer nada (neste momento apenas a PSP está devidamente modernizada).
Bem, o armamento e os outros equipamentos que foram comprados para o pessoal que foi para o Iraque, tb podem ser usados em Portugal. Mas e as viaturas blindadas? o que dizer da sua compra! não foram baratas! não sei quanto custaram, mas deve ter sido uma furtuna! Claro que fica bem nos noticiários: GNR aqui!; GNR acolá!, etc. Mas para o cidadão nacional comum, que circula a pé ou de carro pelas artérias deste cantinho à beira mar plantado, ou que se encontra a trabalhar ou a descançar num qualquer edificio e necessita da ajuda da polícia, qual é a utilidade das viaturas blindadas? Nenhuma! vão ser usadas para patrulhar a Cova da Moura? será que nós queremos a Cova da Moura patrulhada por "Chaimites"? Isto é tudo um disparate destes politicos que se "governam" neste pobre país. O que é que nós fomos fazer ao Iraque? gastar dinheiro! aquilo está na mesma, cada dia aumenta mais a violência. Reparem que os ingleses e americanos não manmdaram para lá polícia. Nunca me preocupei em saber qual foi o custo total da missão da GNR no Iraque, mas deve ter sido uma furtuna. Esse dinheiro tinha dado para comprar todos o equipamentos e armamento necessário à modernização das nossas forças de segurança. Mas claro que isso não interessa nada aos dirigentes da Guarda e muito menos aos politicos. Interessa-lhes muitos mais aparecer na TV, todos bonitos (para a fotografia). Nós todos (policia e cidadãos) que se amolem.
A GNR foi para Timor e todos bateram palmas, mas quem paga a conta somos nós! mas será que temos de ter sempre esta actitude paternalista para com os timorenses? quer dizer, eles armam lá confusão e nós, ala para lá, tipo paisinho daquela gente toda, acalmar a coisa. Mais uns milhões para pagar a conta. Depois aqui, falta dinheiro para as forças de segurança.
Muitos policias estão no estranjeiro em missões. Concordo plenamente, são voluntários, querem ir, que vão. Mas quem lhes paga o ordenado é a ONU. Assim concordo, agora sermos nós a pagar a conta, como no Iraque e agora em Timor, desculpem, mas eu não concordo. Quando foram para o Iraque, dizia-se que se estava a investir no futuro, para quando aquilo fosse reconstruido, também lá irmos "mamar" alguma coisa! será que alguém ainda acredita nisso? Se esse dinheiro tivesse sido investido na aquisição do que faz falta para equipar as forças de segurança.....
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Bem, o armamento e os outros equipamentos que foram comprados para o pessoal que foi para o Iraque, tb podem ser usados em Portugal. Mas e as viaturas blindadas? o que dizer da sua compra! não foram baratas! não sei quanto custaram, mas deve ter sido uma furtuna! Claro que fica bem nos noticiários: GNR aqui!; GNR acolá!, etc. Mas para o cidadão nacional comum, que circula a pé ou de carro pelas artérias deste cantinho à beira mar plantado, ou que se encontra a trabalhar ou a descançar num qualquer edificio e necessita da ajuda da polícia, qual é a utilidade das viaturas blindadas? Nenhuma! vão ser usadas para patrulhar a Cova da Moura? será que nós queremos a Cova da Moura patrulhada por "Chaimites"?
Mais ou menos..."do futuro ninguém sabe.."..
Está um video interessante acerca do BOPE...que utiliza um veiculo (caveirão) que bem que poderia ser uma Iveco blindada.
http://www.forumdefesa.com/forum/viewto ... c&start=15 (http://www.forumdefesa.com/forum/viewtopic.php?t=2606&postdays=0&postorder=asc&start=15)
Mas claro que a Cova da Moura não é tipo Favela...mas por vezes...
Carros blindados a GNR sempre teve...penso que à uns anos atrás tinha uns que faziam lembrar os Daimler da 2ª guerra mundial.
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Já concordei com tudo o que aqui é dito a 100%, passados uns tempos e tendo conhecimento de algumas politicas propostas e de outros dados, passei a concordar a 50% e actualmente, tendo conhecimento de dados divulgados por alguns jornais e autoridades internacionais na matéria, já não sei se será assim tão boa ideia.
Na maioria dos paises europeus, onde se procedeu à agregação de todas as forças policiais, numa só força e comando, a mesma não correu da melhor forma, tanto que em alguns deles, tais como na Bélgica e na Austria, já se equaciona a profunda restruturação não só do comando, como da própria Policia.
No caso Português, temos que contar com a profunda divergência de mentalidades (que só convergem no "secretismo" e vontade de preservar a "quintinha"), formas de actuar existente entre a PSP, GNR e PJ.
Não estou a acreditar que a PSP (generalidade dos elementos), aceite um (ainda maior) endurecimento do RD/PSP e passar a a ser ou a actuar como uma força militar, nem de igual forma a GNR (seus comandos e alguns Sargentos) abdicarem do estatuto e regime militar, assim como não vejo a PJ, aceitar o "convivio" com as outras forças policiais e a perder os previlegios de corpo superior de Policia e dados pela permanência no Ministério da Justiça.
Isto é uma matéria ampla de discussão e que dada a intransigência de todos os envolvidos, não acredito que venha a ser levada a bom porto.
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Forças policiais: ASFIC apresenta argumentos anti-unificação
A Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC) da Polícia Judiciária (PJ) vai apresentar, esta quinta-feira, em Lisboa, um livro intitulado Modelos de Polícia e Investigação Criminal, com vários depoimentos de ex-governantes e investigadores criminais, oriundos de nove países diferentes, nos quais é colocada em causa a unificação das várias polícias criminais.
A notícia é avançada na edição desta quinta-feira do jornal Público, que, citando declarações de Carlos Anjos, presidente da ASFIC, revela que «o livro em causa reúne intervenções de responsáveis das polícias inglesa, canadiana, belga, espanhola, francesa, portuguesa, alemã, italiana e austríaca», sendo que, «comum a todos eles, é o reconhecimento da falência dos sistemas de investigação criminal que resultaram, nesses mesmos países, da unificação, numa só força, de todas as polícias».
Para o sindicalista, o teor das intervenções dos diversos responsáveis policiais, cujos depoimentos foram compilados após a realização, em Março, no Porto, do I Congresso de Investigação Criminal, «contraria quase totalmente o que foi preconizado por Nuno Severiano Teixeira [actual ministro da Defesa e ex-ministro da Administração Interna]».
«O estudo de Severiano Teixeira tem virtudes, porque compara modelos, mas tem igualmente evidentes lacunas, uma vez que nunca se pronuncia acerca da qualidade desses mesmos modelos», refere ainda Carlos Anjos, a propósito do trabalho supervisionado pelo antigo titular do MAI e cuja elaboração custou ao ministério cerca de 75 mil euros.
As intervenções dos especialistas europeus que colaboraram na feitura do livro contrariam uma eventual sugestão de Severiano Teixeira em unificar as diversas forças policiais portuguesas, com o belga Lode van Outrive, por exemplo, a lembrar que no seu país, após cinco anos de unificação das forças policiais, todo o sistema está a ser revisto, tendo sido demitida, em Março deste ano, toda a estrutura dirigente então nomeada.
Para o director do Centro de Estudos de Segurança de Barcelona e director do Centro de Formação na Área da Segurança da ONU, o espanhol Amadeu Recasens et Brunet, é incompreensível a intenção das autoridades nacionais de avançarem para novos e diferentes modelos securitários, atendendo a que, por exemplo, as forças policiais portuguesas foram as únicas na Europa a desmantelar totalmente uma organização terrorista (FP 25 de Abril).
O mesmo responsável defende ainda o actual modelo português, dando como exemplo de eficácia na segurança a realização de eventos como a Expo-98 e o Euro 2004, refere o Público.
27-07-2006 8:30:23
de:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=237666 (http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=237666)
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Viva! Acho que já deixei bem explicita a minha opinião - sou agente da PSP à 16 anos. Já prestei serviços em alguns Comandos de Polícia e em muitas esquadras. Já tive oportunidade de participar em operações conjuntas com GNR e com PJ (felizmente todas correram pelo melhor, com muito bons resultados e com bom entendimento entre todos os intervenientes) . Tenho amigos (verdadeiros) em ambas as forças policiais. Tenho igualmente familiares na GNR. Não posso dizer que conheço a 100% qualquer delas (GNR e PJ) mas posso afirmar com alguma certeza, que as conheço a 90%. Dito isto, se a junção de todas elas não avançar, no sentido de criar uma força única, isso apenas se deve aos interesses corporativos de algumas "classes" dentro de cada uma das actuais organizações, que fazendo lobby lá vão conseguindo travar o processo. É difícil perder privilégios. Ninguém gosta de perder nada. E o facto é que os dirigentes da GNR e da PSP, mais do que os da PJ, iam perder muitas das regalias que detêm actualmente. Acredito que os dirigentes da GNR seriam os que mais perderiam (bem como os Sargentos). Quando se fala na condição militar, fala-se nas regalias que isso tem, não se fala no paço de ganso, peito empertigado e nas paladas. Fala-se na ida para a reserva uns anitos mais cedo, ter uns ordenanças ás ordens, motoristas, viaturas, entre outras.
Quanto aos problemas alegadamente existentes na polícia austríaca e belga (que pelo que fui lendo por aqui, são muito poucos), todos resultam de questões de ordem pessoal (regalias, etc). Até agora, do que li [apenas em textos escritos em português – nunca li nada em francês acerca disso (não sei alemão)]. Em matéria de eficácia, esta aumentou drasticamente, houve uma enorme melhoria. Consultem os sites das respectivas forças e tirem as vossas conclusões.
Tenho familiares a viver no Luxemburgo, que fica mesmo ao lado da Bélgica. A proximidade a todos os níveis entre estes dois países é muito grande (também o Luxemburgo uniu as suas duas polícias), as pessoas circulam de um lado para o outro. Tenho igualmente um familiar a trabalhar no parlamento europeu. Tenho falado com eles acerca dessa questão e os ecos que me chegam, apontam para um bem-estar geral!!!!! Nunca ninguém me disse que havia problemas no ceio da polícia, pelo menos não são do conhecimento da população em geral. Perguntei-lhes se se fala disso nos jornais, na tv, etc. Todos foram unânimes em dizer que não se fala disso. Os que eles vêm é uma polícia muito motivada na rua, que acorre com grande rapidez ás diferentes ocorrências, ao invés do que acontecia anteriormente. As diversas Polícias Belgas tiveram que enfrentar uma grande contestação pública aquando dos casos de pedofilia ali acontecidos. Actualmente esse ressentimento não existe mais (não sou eu que digo, são eles que lá vivem).
Mas como todos nós sabemos, qualquer mudança traz incómodos, as pessoas habituam-se ao seu rambe rambe, à sua rotina e mudar é uma coisa “complicada”. Depois temos uma herança de 40 e tal anos de ditadura, onde a palavra de ordem era imobilismo. Todos sabemos que o 25 de Abril passou ao lado das forças de segurança. Os dirigentes ficaram todos nos seus lugares, com os mesmo postos hierárquicos, com as mesmas funções, com a mesma mentalidade, etc. Como a sua escola era a do antigo regime, tinham muita dificuldade em aceitar as novas ondas de progresso que foram chegando. Quem está dentro das forças de segurança e já cá chegou à uns anitos sabe bem do que estou a falar! Estes senhores (velhas carcaças) deixaram escola.
Não tenham medo da mudança. Se isto avançar, mais tarde ainda me vão dar razão! Reparem na força do hezbollah e de todas as outras organizações terroristas, que não param de ameaçar o ocidente. Acham que com esta divisão de forças (quintinhas e mais quintinhas) temos alguma possibilidade de fazer frente de forma séria a esta nova ameaça? Eu não acredito!
Reitero a minha opinião. Sou da opinião que a única via a seguir é a extinção de todos os corpos e serviços de segurança e criar um único, de natureza civil, à imagem do que existe nos países nórdicos.
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Já agora! Claro que o pessoal da PJ não quer perder o seu estatuto. Com base nisso, apresenta argumentos baseados em opiniões desfavoráveis à união das forças de segurança. Certamente haverá outros tantos argumentos, igualmente apresentados por veneráveis senhores, no sentido da junção - politica!
Falaram do caso português no que se refere ao desmantelamento das FP25 de Abril. Mas será que alguém acredita que as FP25 de Abril eram uma força terrorista bem organizada? como a ETA e o IRA por exemplo? já para não falar nas actuais organizações árabes. Não me façam rir. Os unicos condenados foram os arrependidos!!!! porque se eram arrependidos era porque tinham feito alguma coisa, não? então há que os condenar. Os outros.... andam todos por aí contentes da vida.
Quanto à segurança do Euro 2004, mas então o mundial de 2006 na Alemanha correu mal? A Alemanha também tem uma polícia unica!
Ais as quintinhas!!!! ninguém quer perder a sua!!!!!
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Tens a certeza que a Alemanha só tem uma policia? Olha que o nosso Europeu foi melhor organizado e não teve nem metade dos problemas que eles tiveram com os Ingleses.
No geral concordo plenamente contigo, excepto no que se refere à PJ. Continuo a pensar que a PJ é uma instituição com missões e caracteristicas completamente diferentes da GNR e PSP (que são duas instituições com missões praticamente idênticas).
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Ver:
http://en.wikipedia.org/wiki/Policing_in_Germany (http://en.wikipedia.org/wiki/Policing_in_Germany)
e
http://en.wikipedia.org/wiki/Law_enforcement_in_Germany (http://en.wikipedia.org/wiki/Law_enforcement_in_Germany)
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Bem me parecia...
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Viva! Na verdade a Alemanha não foi um bom exemplo, sendo uma federação de estados e como tal, cada estado tem a sua própria polícia uniformizada (à imagem da PSP, já que é civil). Mas o estatuto é igual para todos. Se circularem de Norte para sul, de Weste para Este pela Alemanha, apenas vão ver polícia que se identifica com a palavra "POLIZEI". É um país com uma realidade muito diferente da nossa.
Mas nem sempre a informação que nos chega está correcta. Cliquem no link abaixo e vejam o que diz em relação a Portugal (Polícia National) – Aparece a PJ!!!!!!!!!!!
http://www.europol.eu.int/index.asp?page=links (http://www.europol.eu.int/index.asp?page=links)
Como vão poder ver, a maioria dos países aqui indicados apenas têm uma força policial.
Mas na verdade a Alemanha tem mais de uma polícia, mas a organização é de tal ordem que não há quintinhas (pelo menos a nível de informações), já que a base de dados sobre informações é comum a todas.
Em Portugal isso não acontece. A PJ tem a sua base de dados (que não partilha com mais ninguém); a PSP idem. Não sei se a GNR tem alguma coisa a que se possa chamar base de dados devidamente organizado (acho que ainda têm algum caminho a percorrer, parece-me que é de todos os órgãos de polícia criminal a que está mais atrasada neste item), mas quando tiver a sua base de dados, certamente também a vai fechar a sete chaves. Os tribunais também têm a sua. Nada disto faz sentido. Para já e antes de fazer o que quer se seja acerca da organização das policias, dever-se-ia compilar isto tudo numa base única, comum a todos e que todos carregassem (a PSP deu um salto enorme neste item com o SEI – Sistema Integrado de Informações – Acho mesmo que deveria ser copiado por todas as polícias, já que é na verdade verdadeiramente eficaz).
Esta é apenas a minha opinião. Defendo aquilo que acho ser o melhor para Portugal e para os portugueses. Estou na polícia de alma e coração. Para mim, ser polícia não é apenas um emprego, é uma missão. Quando digo que deve haver apenas uma polícia, digo-o na convicção que o país pouparia rios de dinheiro e que seria possível aumentar muito a eficácia. Deixava de haver disputas entre diversas organizações. Somos um país com 10 ou 11 milhões de habitantes. Temos cerca de 50 mil polícias. A Áustria, que tem sensivelmente o mesmo número de habitantes tem apenas 21 mil agentes, mais 3 mil funcionários a dar apoio!!!!!!!!!!! Alguém vê os 50 mil polícias na rua?
Já que se falou na Alemanha, não sei se sabem, mas na Alemanha não há nada que se pareça com o CI (corpo de intervenção), lá todos os agentes estão preparados para actuar como tal (a tal organização de que vos falei à pouco). Portugal é o país das quintas. A PSP tem um CI, a GNR também tem de ter. A PSP tem o GOE, a GNR também tem de ter (até a PJ também quer ter um). Criaram o SPNA na GNR, a PSP também já tem um semelhante. Qualquer dia a PSP também vai aparecer com bombeiros. Isto nunca mais acaba!!!!
Uma polícia única é na minha opinião o caminho a seguir. Claro que depois é necessário organizá-la, criando o departamento de trânsito; o de investigação criminal; o de patrulhamento e prevenção, um grupo de operações especiais, um serviço de protecção da natureza, etc. As pessoas fariam uma formação geral comum, mas depois enveredariam pela área que mais lhes agradasse ou que tivessem mais aptidões. Seria um “animal” com apenas uma cabeça. Hoje o que temos é um monstro tricéfalo (não sei se a palavra existe, mas se existe também não chega a espelhar a realidade do nosso país, porque o monstro tem muito mais de 3 cabeças, tem 6, já que não nos podemos esquecer do SEF; Polícia Marítima e da Guarda Prisional).
Também não nos podemos esquecer das Polícia Municipais. Então se o Sr. Ministro do MAI tem a PSP; GNR; SEF e SIS. O Sr. Ministro da Justiça a PJ e a Guarda Prisional. O Sr. Ministro da Defesa a Polícia Marítima, então os Srs. Presidentes de Câmara não haveriam de ter direito a ter também uma polícia???? É Chique e fica bem nos prospectos das câmaras!!!!!! Não são eficazes, ninguém sabe para que servem, são caras, não faz mal, isso não interessa nada. Imaginem o Sr. Ferreira Torres, antigo presidente da Câmara do marco de Canavezes sem uma polícia?!?!
Digam o que disserem, para mim não faz qualquer sentido (em todos os aspectos) ter mais de uma polícia.
Um abraço a todos.
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Mas nem sempre a informação que nos chega está correcta. Cliquem no link abaixo e vejam o que diz em relação a Portugal (Polícia National) – Aparece a PJ!!!!!!!!!!!
Referem a PJ pois é a força policial portuguesa que coopera com a Interpol.
http://www.policiajudiciaria.pt/htm/not ... terpol.htm (http://www.policiajudiciaria.pt/htm/noticias/interpol.htm)
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Sim eu sei. Só fiz este comentário, por estar lá indicada como "Polícia Nacional".
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Quando alguém aqui fala em ter uma força de segurança musculada, como razão bastante para manter uma força de segurança como a GNR com um carácter militar. Nada impede uma polícia nacional única de carácter civil, de ter um departamento especial. No seio da PSP existe o CI (Corpo de Intervenção), cujo curso de formação é em tudo semelhante a uma recruta nas tropas especiais, acrescida da formação em ordem pública. A postura/disciplina no seu interior também é semelhante a uma tropa especial. Se isso é assim tão importante, nada impedia de formar um departamento com essa natureza.
Já repararam que eu não defendo a "minha" quinta? Detesto esse espírito, acho-o mesquinho, redutor das instituições e das pessoas que lá trabalham. O primeiro pensamento de qualquer agente da autoridade ou outro qualquer funcionário público, pertença ele a que instituição for, deve ser o de servir o cidadão. Essa é a razão da sua existência. Todos sabemos que a polícia é um mal necessário. Se todos nos portasse-mos com civilidade e respeito mútuo, não havia necessidade da existência da polícia. Então se ela tem mesmo de existir, vamos fazer com que seja o mais eficiente possível ao menor custo.
O meu interesse pessoal também é importante. A verdade é que tenho muita coisa que me desagrada, também acho que sou mal pago, que não tenho equipamento moderno, que as minhas condições de trabalho são fracas, também me custa sair à noite de casa para ir trabalhar, também me custa ir trabalhar na noite de Natal, na Páscoa, no Carnaval, aos fins-de-semana, quando faço anos de casado, quando os filhos fazem anos, que a legislação não ajuda (todos sabemos), também não gostei de que me aumentassem os tempo de serviço para chegar à reforma, etc., etc., etc. Mas que interessa isso ao cidadão que necessita da minha ajuda/serviço? Nada! Naquele momento quer apenas que eu lhe preste um bom serviço! E essa é a minha obrigação. Eu, quando chego ao hospital, fraco, doente, sem paciência, o que quero é que o médico me atenda o melhor possível. Naquela hora estou pura e simplesmente a “borrifar-me” para os problemas laborais do médico!, os problemas de organização do hospital ou do sistema de saúde! E fico chateado, claro que fico chateado se ele me atender mal. O mesmo se passa com um qualquer cidadão que procura a polícia, ele também vem “doente” e quer ser devidamente “tratado”, o que quer é sair dali “curado”.
Infelizmente chego muitas vezes frustrado a casa, por ter consciência de que “aquele” cidadão não foi convenientemente servido. Não porque não me tenha esforçado, mas porque o "sistema" não funciona, sobretudo quando há necessidade de unir esforços entre forças de segurança. Cada uma tem o seu modo de trabalhar, os seus ritmos, os seus "vícios", etc. e quem fica a perder é o “cliente final”, que na maioria das vezes nem sabe com quem está a falar, se com um agente da PSP; um militar da GNR ou um Inspector da PJ. Se está fardado é tudo guarda. Se está à civil é tudo inspector.
Alguém aqui, apontou a natureza militar da GNR, que não podendo fazer greve, seria uma garantia por si só. A PSP também não pode fazer greve. Quando os agentes se manifestam, fazem-no na hora da sua folga, ninguém é dispensado do serviço para ir a manifestações, nem tenho conhecimento que algum colega tenha deixado de acudir a um cidadão necessitado, mesmo em momentos de grande contestação (como entrega de armas, etc.) no passado. Mesmo nesses momentos ficavam sempre agentes em número suficiente e devidamente armado e equipados para acorrer a qualquer situação que o justifica-se. A condição militar por si só não é garantia de nada. Ainda há poucos dias se falou nos órgãos de comunicação social das deserções no seio das forças armadas e da GNR. Não se sabe de qualquer caso de abandono ilegítimo de funções no seio da PSP; PJ; SEF ou Guarda Prisional!!!!!
Estou plenamente convencido que a via correcta vai no sentido da criação de um corpo nacional de polícia único em todo o território nacional. Os argumentos contrários não me convencem.
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Já repararam que eu não defendo a "minha" quinta? Detesto esse espírito, acho-o mesquinho, redutor das instituições e das pessoas que lá trabalham. O primeiro pensamento de qualquer agente da autoridade ou outro qualquer funcionário público, pertença ele a que instituição for, deve ser o de servir o cidadão. Essa é a razão da sua existência. Todos sabemos que a polícia é um mal necessário. Se todos nos portasse-mos com civilidade e respeito mútuo, não havia necessidade da existência da polícia. Então se ela tem mesmo de existir, vamos fazer com que seja o mais eficiente possível ao menor custo.
:wink:
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Viva! Tenho de respeitar a tua opinião, vale tanto como a minha.
Mas gostaria de ler as tuas justificações. Gostava de saber em que te baseias, para achares que a PJ deve ficar de fora.
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Ok, vamos ver se eu consigo fazer-me explicar.
Na PSP, GNR, Guardas Prisionais, Policia Marítima, etc.; a base destas entidades são os pobres dos guardas e dos agentes que apanham com o frio e com o calor em rondas paras manter a lei e a ordem. Na PJ a base são os inspectores, pessoal com pelo menos uma licenciatura, onde as rondas e patrulhamentos são coisa do passado. Hoje em dia a PJ é a polícia do combate ao crime de colarinho branco, onde pouco espaço à para pessoal sem uma formação mais apurada. Eu conheço vários GNR (ainda na semana passada andei à porrada com um :wink:
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Viva! Nota que o requisito de ser licenciado para "entrar" na PJ é recente. Tem apenas 2 ou 3 anos (se não me engano). Até lá, era necessário ter o 12º. ano de escolaridade. Portanto nem todos actualmente têm uma licenciatura. Mas concordo contigo quanto a essa necessidade.
Não sei ao certo quantos inspectores tem a PJ, julgo que mil e quinhentos. Como nem todos são licenciados (eu conheço mais não licenciados do que licenciados) e não faço a menor ideia dos números, vou ficar por aqui.
Repara que na PSP e na GNR, todos os oficiais são licenciados. Além desses, há muitos mais licenciados. Atrevo-me a dizer que, em relação à PJ, haverá mais do dobro de licenciados nestas duas corporações (em números absolutos) do que o total do efectivo da PJ. Não te posso dizer que isto seja verdade absoluta. Faço esta afirmação de forma empírica, baseada na observação simples. Mas não penses que atirei com este número de forma leviana. Obriguei-me a pensar.
Podes conhecer apenas Agentes da PSP e Soldados da GNR já com uns anitos, porque de há mais ou menos dez anos a esta parte, não entra ninguém sem o 12º. ano, embora a exigência seja apenas o 11º. Mas da forma como estão organizados os concursos, quem não tiver o 12º. ano, dificilmente consegue entrar, a menos que faça provas muito, mas mesmo muito boas. Se tivesses acesso aos processos de candidatura, ias ver que há uma percentagem muito grande de licenciados a concorrer à PSP (penso que se passa o mesmo com a GNR).
Nesse campo a PSP e a GNR não estão atrás da PJ. Os actuais serviços de investigação criminal da PSP e da GNR substituíram a PJ na investigação de crimes cuja moldura penal vai até penas de prisão até 5 anos. Vais-me desculpar a imodéstia, mas com muito bons resultados. Sou da opinião (facciosa, claro) de que os cidadãos não ficaram a perder com essa mudança. Só a PSP tem mais ou menos o dobro dos investigadores da PJ. Agora acrescenta-lhe os investigadores da GNR e vê o número que isso dá!!!!!! Com uma grande vantagem, é que todo o efectivo trabalha em conjunto. O homem que anda fardado a patrulhar o bairro, quando termina o turno de serviço apresenta um relatório, que todos os investigadores vão consultar. Se um investigador necessita de saber onde pára um fulano com um olho azul e outro verde, basta pedir às centenas de patrulheiros que saiêm para a rua, para se o virem lhes dar um “toque”. Tás a ver o filme? Os inspectores da PJ não têm acesso a esse relatório nem a esta facilidade de ter centenas de olhos espalhados pela cidade. Não sei se sabes, mas vais ficar a saber. Todo o criminoso, mesmo o mais "evoluído" está ligado ao pequeno criminoso, necessita dele como operacional. Portanto a observação atenta do pequeno criminoso diz-nos muito do grande crime, do crime organizado, dá-nos muitas pistas do que se está a passar. A PJ não saindo para a rua ou não tendo ninguém na rua para lhe fazer chegar esta informação, fica cega. Já percebeste onde eu queria chegar com o guardar da informação por parte de cada uma das forças de segurança, e da criação de uma polícia única para resolver este problema? É que quer queiramos quer não, a PSP vai continuar a sonegar a suas informações, a GNR idem e a PJ também vai continuar a fazer o mesmo.
Mas tudo isso podia ser acautelado. Nada impede que viesse a ser criado um corpo de elite de investigação criminal. Isso hoje já se passa com certos serviços dentro da PSP, só licenciados os podem exercer! Como vês esse argumento também pode ser desmontado.
Moral da história: Quem perde é o cidadão. O “meu” vai continuar a ser depositado no banco todos os meses, mesmo que o criminoso não seja detido.
Um abraço.
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Seu...faccioso!
Gostei muito do teu texto e quase...quase que estás a fazer-me mudar de idéias. Fora de brincadeiras, até porque o assunto é para ser encarado com seriadade, acho que sem dúvida alguma algo deve ser mudado, já que o desperdicio em termos humanos e materiais são por demais evidentes. Não sei qual é o futuro, mas de certeza que há de haver mudanças nas politicas de segurança interna.
Caro lecavo, continue a postar, porque está a dar uma imagem muito mais detalhada e próxima da realidade das nossas forças de segurança.
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Respeitando a opinião do Cabeça de Martelo, tenho a certeza que a PJ não devia actualmente ser aberta unicamente a licenciados, devia isso sim, ser aberta a quem tivesse "espirito" para o trabalho de investigação, lembrem-se que os elementos mais condecorados da PJ, a esmagadora maioria não são licenciados e estes ultimos sempre estiveram presentes em toda a estrutura dessa Policia.
A licenciatura embora sendo uma mais valia, não valida um bom investigador de campo, e isso ficou para mim visivel nos dois concursos a que concorri, onde verifiquei que nas fases finais destes mais de 80% dos concorrentes aprovados não eram titulares de grau academico superior.
Lecavo,
Na PSP nem todos os oficiais são licenciados, repara no pessoal da carreira de base, que podem chegar ao posto de Intendente, e onde a experiência de uma carreira tem todo o peso.
Olha que a PJ tem muito poucos informadores, mas os que tem são muito bons, tendo a vantajem, e dessa fama ninguem os livra de poder trabalhar com as "armas" que levaram à desgraça do Pelotão de Segurança do Porto, que tantos e bons exitos teve.
As técnicas de interrogatório aprendem-se (tenho 02 livros "arranjados" na EPP acerca do assunto) sendo que o mais importante é a preparação e a perspicácia do interrogador, e para isso não é necessário um curso superior.
Alguns dos maiores exitos policiais dos ultimos anos são da PSP, e isso deve-se à "garra" dos investigadores e muitos dos exitos da PJ, baseiam-se em iniciativas da PSP e GNR, que por força da lei, tiveram que lhes passar o "serviço".
O próprio mérito das antigas Brigadas da PSP, foi à alguns anos anos atrás reconhecido pela própria PJ, elementos a quem eles recorriam com muita assiduidade.
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Viva!
Sim é verdade, também há oficiais que são provenientes da carreira base sendo que alguns não têm licenciatura, mas também há oficiais de carreira base com licenciatura. Tens de reconhecer que sem licenciatura são muito poucos.
Mas o que eu defendo é a criação de uma força policial única, onde todos tenham lugar.
Quanto à necessidade de licenciatura, apenas concordo contigo em parte. Todos os dias saem das universidades "carradas" de licenciados, que acabam por não ter trabalho nas suas áreas. Então se estão disponíveis, porque não aproveitá-los para a polícia se eles assim o pretenderem? Podem não vir a ser os melhores polícias, mas engrandecem-nos a todos com os seus conhecimentos. Serão sempre uma mais valia.
Depois há crimes específicos, que só são possíveis de combater por alguém que tenho conhecimentos superiores na matéria. Esse combate não se compadece com curiosos (crimes informáticos, fiscais, etc).
Um abraço.
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Exactamente Lecavo e é por isso é que no último concurso que foi aberto para inspectores da PJ, havia vagas para pessoal com licenciatura em psicologia, gestão, etc.
Eu sei, não sou capaz de calar-me com a PJ! :wink:
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Pelo contrário Lecavo, a maioria dos Subcomissários da carreira de base ñ tem licenciatura, mas em contrapartida a grande maioria tem um bom conhecimento prático das questões de Policia.
As opiniões valem o que valem, e a minha não é excepção, mas continuo a dizer que não vale a pena ter um licenciado, se este não tiver espirito para desempenho da função, alem disso posso afirmar que nem sempre os melhores entram, e dou-te o exemplo de uma minha familiar, formada em psicologia forense, com uma das melhores notas do curso, o 3º efectuado nas faculdades portuguesas, e que quando quis concorrer à PJ disseram-lhe que não podia pois ñ tinha altura.
Se a PJ é uma policia essencialmente "intlectual" acho este critério à data, era descabido (acho que actualmente já ñ é critério de selecção), mas enfim, é um dos critério.
Sabes que Portugal é dos poucos paises Europeus, onde se dá tanto valor a uma licenciatura para entrada no mercado de trabalho? Na maioria dos paises desenvolvidos, dá-se primazia e preferência à experiência do trabalhador, não sendo raro ver não licenciados a comandar licenciados e a serem incentivados a progredir na carreira e nos estudos, referentes à sua área profissional, sendo flagrantes exemplos a Noruega, Suécia, Holanda e até Espanha, pelo que podemos afirmar que nesses paises vê-se a licenciatura como uma valorização primeiro pessoal e cultural e só depois profissional.
Já reparas-te na saida que os actuais cursos técnico profissionais estão a ter quer junto dos estudantes, quer junto das entidades empregadoras? Isso alguma coisa quer dizer.
Sou da opinião que cada profissão tem que ter uma formação especifica e especializada para cada área de trabalho, como aliás começa a acontecer na PSP, sendo que, e isso é evidente, tem que existir sempre uma "escolaridade obrigatória".
Sabes que está provado que para incentivar a formação e o desenvolvimento profissional e até pessoal, todo e qualquer curso de formação deve ser aberto a todos aqueles que demonstrem ter capacidades e vontade de os frequentar, isso obriga a desenvolver um espirito competitivo, o que leva ao estudo, e por isso ao desenvolvimento profissional e pessoal.
A propósito, sabes que os melhores técnicos de informática e comunicações que a PJ tinha até à algum tempo atrás, eram técnicos sem formação superior?
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Sabes que Portugal é dos poucos paises Europeus, onde se dá tanto valor a uma licenciatura para entrada no mercado de trabalho?
Junto com Portugal estão pelo menos França e Alemanha, e provávelmente mais..
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Viva!
É curioso, mas Portugal é o país mais pobre do todo o grupo da frente na EU. É também o mais atrasado em termos tecnológicos, de organização do estado, etc. Acho que não é necessário enumerar aqui todos os nossos factores de atraso em relação ao grupo da frente. É também curioso que somos o país com menos licenciados! Será que isto tem alguma coisa a ver? Eu acho que sim. Já vi várias estatísticas sobre o nº. de licenciados em cada país, agora não faço ideia onde, mas certamente se procurarmos damos com esses nºs. e a Espanha tem, em termos percentuais, claro, muitos mais do que nós (julgo que o triplo!, se alguém tiver facilidade em obter esses nºs. seria interessante compará-los, já que os países do norte da Europa têm percentagens elevadíssimas). Portugal não tem investido tanto quanto devia na formação. Tem praticado uma série de politicas tremendamente erradas, mas isso é outra conversa.
Quanto à competitividade, concordo contigo. Na verdade prefiro trabalhar com um indivíduo muito motivado e com menos formação que outro que não tenha motivação nenhuma (então se tocar ao rasgadinho….), mas que se esforça de verdade. Mas repara, tirando casos excepcionais em que as pessoas deixaram de estudar por factores externos à sua vontade, todos os licenciados são em princípio mais competitivos ou pelo menos mais perseverantes que os não licenciados, já que estes desistiram de lutar para conseguir esse objectivo (eu não sou licenciado). É um conceito errado julgar que a formação superior não é necessária ou pelo menos pode ser dispensada. Um indivíduo com formação superior se for tão “combativo” como outro qualquer, vai certamente obter melhores resultados. Se extrapolarmos a coisa para outros países, repara que nos “States” o FBI só admite licenciados. O mesmo se passa em muitas polícia europeias. Todos devem ter lugar na sociedade, mas concordo que as instituições devem dar primazia a indivíduos com mais formação. Como disse anteriormente, se andam por aí licenciados ás “carradas” e querem vir para a “bófia”, porque não aproveitá-los? Seria um disparate rejeitá-los.
Falas-te no caso dos técnicos de informática da PJ que até à poucos anos não eram licenciados. Então põe-te no lugar de um qualquer empregador: Necessitas de um técnico de informática/computadores, tens pela frente dois indivíduos, um com o 12º. Ano e bastante curioso em informática/computadores, desenrasca-se bem (até é bastante motivado). O outro acabou de sair da universidade (tem cara de fuinha, magrinho, meio enfezado até) com média final de 16 ou 17 num curso qualquer de informática. Qual escolhias?
PS: Claro que esse critério da altura para uma psicóloga!!!!!!!! É um autentico disparate. Nem merece comentários. Mas mais uma vez é o país que temos. Possivelmente é por termos poucos licenciados..LOLOLOLO
Um abraço.
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No caso da Força Aérea actualmente para se ir para oficial contractado (os oficiais do quadro permanente vem da Academia) tem que se possuir um curso superior e de preferencia o curso idêntico à sua função na Força Aérea como por exemplo Administração, Engenharia Electrotécnica, Engenharia Aeronautica, etc, etc...
Só numa especialidade é que basta possuir o 12º ano, Piloto.
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Não interpretem mal o que disse. Acho que a licenciatura é sempre uma mais valia quer para a pessoa, quer para quem a emprega.
Marauder, estás enganado, embora a Alemanha tenha um grande numero de licenciados, nesse pais, a preferência para entrada no mercado de trabalho, é dado à experiência e capacidades das pessoas.
Incentiva-se a progressão através da formação especifica para a área, e dá-se grande importância aos cursos que cá se chamam "técnico-profissionais", embora lá, e segundo sei, estes variem em duração de formação e dão equivalência conforme essa duração a um ou dois anos de formação universitária.
Lecavo
Nenhum licenciado quer vir para a "Bófia", são obrigados pela falta de entradas na área em que são formados, e isso reflecte-se na disponibilidade, relacionamento e vontade que demonstram ter, e olha que sei do que estou a falar, é claro que existem sempre excepções.
A propósito, um dos melhores técnicos de infomática q a PSP tem, não é formado, mas tem mta vontade de aprender e tem aprendido com os engºs informáticos que cá estão em serviço e actualmente deve estar em termos de hierarquia em terceiro ou quarto lugar (neste momento passou a técnico civil).
Eu digo que a teoria é uma coisa e a prática outra. Quantas vezes é que já deste de frente com uma situação, cuja resolução pouco tem a ver com aquilo que t ensinaram? É claro que, desde que adaptada à função, a base teórica é sempre necessária e imprescindivel, embora tenhamos que admitir que a grande maioria dos curriculos dos cursos ministrados em Portugal, estão desadequados da realidade laboral, salvando-se os curriculos da maior parte dos cursos técnico-profissionais.
Defendo tanto estes cursos, porque já verifiquei in-loco a mais valia que representam e as áreas curriculares que ministram aos formandos e olha que frequentei o 1º ano de direito, embora não saiba se ir só aos primeiros meses de aulas a isso se possa chamar "frequentar"
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Viva!
OTHELO
Eu também nunca disse que vir para a PSP ou GNR era a primeira opção de um recém-licenciado. Claro que depois de acabarem os seus cursos têm de se fazer à vida e se não há trabalho na sua área, têm de o procurar onde há. Alguns virão a ser muito bons polícias, outros assim-assim e haverá outros que nunca vão prestar para nada, que apenas vão fazer número. Mas sempre assim foi (quer com licenciados, quer sem licenciados) e infelizmente sempre assim será. Em todas as incorporações há pessoal que desiste logo na escola. Alguns dos que chegam a ser polícias, ao fim de algum tempo a dar no duro, acabam por se ir também embora, ou porque não se adaptaram; ou porque não aguentaram o esforço exigido e o risco; ou porque não era bem aquilo que queriam; ou porque julgavam que ser polícia era outra coisa, era ter mais prestígio na sociedade, do que na verdade tem; era ter um vencimento melhor; era trabalhar apenas durante o dia; era não trabalhar aos fins-de-semana (aconteceu com um colega da minha escola - que só trabalhou um mês, foi-se logo embora!!!! O rapaz era de Lisboa, mas não devia sair à noite e ao fim-de-semana - lolololol); etc.
Depois há aqueles que não se adaptam, mas que por inércia, comodismo, por não aparecerem oportunidades melhores lá fora ou outra coisa qualquer, embora não gostando de estar na polícia, se deixam ficar e se vão arrastando pelo tempo. Sabes bem que há disso. Mas isso não é apenas uma característica da PSP/GNR ou outra. Isso é comum a todos os serviços públicos (e possivelmente também nos privados). Não julgues que no ministério da educação, só para dar este exemplo, todos os professores e funcionários estão altamente motivados. Também pulula por lá muita gentinha que não anda lá a fazer nada.
Se fosse dado mais prestígio à condição de agente da autoridade (como acontece nos outros países), melhores condições de trabalho e melhores vencimentos, ias ver que a PSP/GNR passava a estar no topo de preferências de muita gente, mesmo com a envolvente risco de vida. Repara que o curso de oficiais de polícia tem muitos candidatos, há sempre milhares a querer entrar. Porque será? Certamente por tudo o que oferece ao futuro oficial de polícia. Nada parecido com os agentes, que têm um longo e penoso caminho pela frente, até chegar à reforma (se lá chegarem!!!!!!).
Um abraço.
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Marauder, estás enganado, embora a Alemanha tenha um grande numero de licenciados, nesse pais, a preferência para entrada no mercado de trabalho, é dado à experiência e capacidades das pessoas.
Incentiva-se a progressão através da formação especifica para a área, e dá-se grande importância aos cursos que cá se chamam "técnico-profissionais", embora lá, e segundo sei, estes variem em duração de formação e dão equivalência conforme essa duração a um ou dois anos de formação universitária.
Sim, correcto, a especialização, que começa pelo diploma no meu entender. A Alemanha não é como o RU, que com um diploma em artes ou literatura clássica se pode entrar para cargos diferentes. Certamente é diferente da França, onde o diploma tem imensa importancia, mas ainda tem alguma, porque como voce disse e muito bem, eles prezam mais pela especialização. Não digo que a experiencia seja negligenciada, apenas que, para serem considerados especializados, isto passa também por licenciaturas, mestrados, doutoramentos dentro de determinada área.
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VIva!
Marcar passo contra o terrorismo
Desde a presidência inglesa da União Europeia, no segundo semestre de 2005, que os Estados membros aceitaram criar mecanismos internos de combate ao terrorismo. O objectivo é organizar rotinas que permitam trocas de informação e acções concertadas com vista à prevenção e desarticulação de grupos extremistas. Os ataques que, segundo a Scotland Yard, estavam previstos para voos com partidas ou chegadas a Inglaterra mostram bem que a cooperação internacional é cada vez mais necessária e que as ligações entre as autoridades de diferentes países têm de ser célebres e eficazes.
Segundo o EXPRESSO apurou, Portugal ainda não aprovou qualquer protocolo nesse sentido. Deverá fazê-lo em breve, pondo o SIS e a PJ a coordenarem as operações, nomeadamente as de recolha de informações. O que espanta é que já tenham passado oito meses sobre o fim da presidência britânica e por cá tudo continue como se nada se tivesse passado. Espanta, mas percebe-se, ou não fossem conhecidos conflitos entre polícias – e desacordos entre ministros - por questões de protagonismo no combate à criminalidade.
J.G.
Publicado sexta-feira, 11 de Agosto de 2006 22:51 por Expresso Multimedia
-- Quando digo que a única via lógica a seguir é a criação de um corpo único de polícia, é baseado em factos como este.
Mas não se pense que este é um assunto (ou caso) único, nada disso, isto ocorre diariamente com outros aspectos da “nossa” criminalidade. Tenho vindo a afirmar que o nosso principal inimigo (aquele que pode pôr em causa a nossa segurança e bem estar a nível nacional) é o terrorismo internacional representado pelos actuais grupos islamitas. Essa ameaça é tão grave/importante (ultimas notícias sobre atentados a transportes aéreos), que não podemos, nem devemos perder tempo a discutir migalhas, senão corremos o risco de mais tarde nos arrependermos de verdade. Embora também não se deva descurar o combate à criminalidade interna, em franco crescendo e cada vez mais organizada, aproveitando ao máximo esta divisão entre as polícias. A organização e articulação internacional dos grupos terroristas árabes é tal, que quem tem de os investigar e enfrentar tem de estar muito bem organizado. Esta máquina tem de estar muito bem oleada, não pode ter “perdas por atrito”. Esta proliferação de corpos de polícia são um atrito enorme, nesta máquina já de si pouco rendosa.
Um abraço.
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No DD:
Admissões à GNR passam a ser feitas em concurso anual único
As admissões na Guarda Nacional Republicana (GNR) passam a ser feitas num concurso anual único, de acordo com um decreto-lei aprovado esta quinta-feira em Conselho de Ministros.
«O número de candidatos que observam o requisito legal de tempo de serviço militar em Regime de Voluntariado e Contrato (RV/RC) é muito inferior ao número de vagas postas a concurso anualmente, não se justifica a abertura de dois concursos - um normal e outro excepcional com dispensa daquele requisito, para preenchimento das vagas remanescentes do primeiro -, sendo preferível a abertura de um único concurso para todos os cidadãos que pretendam ingressar na GNR e preencham as demais condições legais», refere o comunicado.
«O número de vagas a reservar aos titulares do incentivo à prestação de serviço militar, com um limite mínimo de 30% das vagas postas a concurso» será fixado por despacho, acrescenta o texto.
O decreto hoje aprovado altera também «o descritivo das funções de oficial, permitindo a atribuição do comando de destacamentos a oficiais com o posto de major, sempre que a sua localização estratégica, a dimensão territorial ou a maior sujeição a factores críticos de insegurança o justifiquem».
17-08-2006 20:09:54
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=239903 (http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=239903)
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Viva!
O texto que se segue, foi-me enviado via mail por um colega. Não sei onde o foi buscar.
---- Texto em referência -----
As trapalhadas de A. Costa e a P.J.
Já se sabia da falta de jeito para funções políticas do actual Ministro da Justiça (MJ), Dr. Alberto Costa (AC) e do horror que tem às forças policiais ("esta não é a minha polícia" - chegou a dizer noutra encarnação como ministro da administração interna), desde jovem universitário quando teve que gastar algumas solas fugindo à autoridade e lamber as feridas de contactos menos macios de cassetete nas suas zonas lombares, em virtude das lutas estudantis em que se envolveu.
Sabendo-se tudo isto carece de compreensão porque o actual Primeiro-Ministro decidiu convidá-lo para fazer parte do actual governo uma pasta que se adivinhava assaz complicada. Deve ter sido para ele subir a nota …
No "nó górdio" em que se transformou a Justiça portuguesa, fruto de estruturas e doutrinas erradas que ninguém se atreve a denunciar, nem o MJ consegue desatar seja o que fôr e muito menos tem força para sacar da espada e cortar o nó ao meio. Não contente com isto foi arranjar maneira de destabilizar a PJ, uma das poucas organizações no País que apesar da carência de meios, funciona razoavelmente. E a prova disso é o fluxo contínuo de gente presa, droga apreendida, contrabando capturado, quadrilhas desmanteladas e corrupção denunciada. A maioria das investigações chega a bom porto. E outros seriam os resultados, caso os seus quadros não estivessem reduzidos, há anos, a cerca de metade, não houvesse tanta instabilidade na sua chefia, as leis não fossem tão permissivas, o desbragamento da sociedade tão extenso e a falta de autoridade do Estado tão omnipresente. E, já agora, se houvesse outro empenhamento político …
Bom, em abono da verdade, esta crise não cai apenas no MJ. Ela resulta também da acção do seu colega do MAI e homónimo Dr. António Costa.
A crise ao que sabemos, tem origem em duas questões de premência temporal, mas escora-se em razões de fundo que vêm de trás.
As questões próximas têm a ver com, a rivalidade/incompatibilidade entre os dois ministros já citados e entre AC e o pretérito Director da PJ, nomeadas pelo anterior governo, ainda que com o acordo do PS.
Neste último caso resta saber se o conselheiro Santos Cabral (porque será que nunca é um polícia a ser nomeado para director da PJ?!), se foi embora por falta de verbas para o funcionamento da polícia ou se asfixiaram financeiramente a polícia para ele se ir embora …
A outra questão tem a ver com a proximidade de uma inspecção de uma "Agência Europeia" ("SIRENE") que lida com a Convenção de Aplicação dos Acordos de Shengen. As últimas inspecções efectuadas por várias agências da UE revelaram graves lacunas na coordenação relativas à cooperação internacional por parte de Portugal, o que levou o MAI a querer intervir em várias áreas a fim de precaver o desfecho da próxima inspecção.
Sem embargo, os problemas que afectam as diferentes polícias são muitos e são de carácter estrutural. E há um problema de dimensão. Isto é, o Portugal do Minho a Timor deu lugar ao Portugal do Minho ao Corvo e houve uma quantidade de estruturas que não "encolheram" em função disso (a única que de facto se tem remodelado - e muito - é a Instituição Militar e só dela se ouve constantemente dizer que é preciso reestruturar!). Quando acabaram com a Guarda Fiscal mantiveram uma Brigada Fiscal na GNR e ainda não se conseguiu articular aquela, com as diferentes missões da Armada que lhe são afins; e após a extinção da PIDE/DGS criaram-se três organizações para a substituir: o SIEDM, o SIS e o SEF! A PSP e a GNR, têm cada uma delas, mais efectivos que o Exército! E ambas mais homens que os três ramos das FAs!
Cada um daqueles corpos militares e de segurança, multiplicam órgãos especializados em fazerem as mesmas coisas que os outros fazem (ex, o GOE da PSP, o COE da GNR; a URT da PJ, etc.).
Para além disso enxameia-se o horizonte de "apêndices": as polícias municipais; um "batalhão" na GNR para combater fogos, a polícia florestal, os guardas-nocturnos, etc. E quando o perigo aperta, como foi o caso do terrorismo lá se cria mais uma estrutura: o Gabinete Coordenador de Segurança. Falta ainda referir a coordenação necessária entre as alfândegas, a GNR e a PJ, relativa ao contrabando…
Junte-se a isto a articulação com a Magistratura e o Ministério Público (que não morrem de amores um pelo outro!), e misture-se com a invasão das diferentes polícias, do MAI e do MJ, etc., por licenciados civis em áreas que não lhe são afins e "boys" dos partidos que se alternam no poder, e teremos a verdadeira fotografia do desastre em que isto tudo se transformou. É claro que o facto do crime aumentar; a segurança diminuir; a justiça ser confundida com o exercício delatário do Direito; a crença dos cidadãos nos serviços do Estado estar pelas ruas da amargura, ou as diferentes experiências pedagógicas e filosóficas com que inundaram a sociedade se terem revelado uma falácia por completamente desajustadas à natureza humana e à maneira de ser dos portugueses, tal não parece ter incomodado a consciência dos responsáveis. O problema agora é que não há dinheiro e por isso vai ser preciso fazer alguma coisa.
Mas como os erros foram muitos, a autoridade é pouca, o "complexo de quinta" impera, e o saber também não parece muito, não se sabe por onde pegar. Esqueceram-se há muito que as estruturas para funcionarem têm que ser simples, ter liderança, linhas claras de autoridade, níveis diferenciados de decisão. Não há maneira de se perder o péssimo hábito de atacar efeitos em vez de causas e quando um organismo não funciona, em vez de se lhe mexer a sério, cria-se outro paralelo!
E há coisas que são delicadas de se mexer, sendo necessário conhecer muito bem as organizações a reorganizar. Por exemplo, falar em mudar a PJ para o MAI ou acenar-lhes com qualquer integração com a PSP é estar seguramente a comprar uma "guerra" de proporções inauditas. E a razão é simples: não deve haver na PJ dois funcionários que lhes passe isso pela cabeça (se quiserem saber, perguntem-lhes porquê?).
Ora o que não falta na problemática actual são áreas sensíveis para além da questão magna de quem abocanha o quê a quem, vamos tentar enumerar algumas em termos simplistas:
- a questão da investigação criminal
- a questão das informações
- a questão da tomada de reféns
Sobre nenhuma das três há qualquer tipo de entendimento.
Quanto à questão da investigação criminal há quem na PJ defenda possuir um "corpo de investigação" com a responsabilidade de investigar os crimes mais complexos e o crime organizado, pretendendo ainda centralizar toda a informação criminal.
A PSP e a GNR, ficariam com a segurança pública e com a investigação de crimes mais simples e de âmbito local; na PSP defende-se a existência de uma polícia única (que não eles); na GNR sustenta-se (solução francesa), a existência de duas polícias com a mesma competência e funções, uma rural e suburbana, de base militar e outra urbana (civil).
Quanto à informação, existem dois ficheiros nacionais relativos a criminosos, um na PJ e outro na PSP, mas muita outra informação anda dispersa por vários organismos. O problema fundamental (e crucial!) é o de integrar a informação, tratá-la e difundi-la segundo as necessidades de cada operação ou investigação. Mas não existe entendimento mínimo sobre isto. Parece, pois, lícito pensar, que ninguém confia em ninguém e ninguém manda.
Relativamente à tomada de reféns esta regista três níveis de actuação: a negociação, a intervenção e a decisão. Sobre isto também ninguém se entende. Ou seja, todos eles, a PJ, a PSP e a GNR, têm negociadores, unidades de intervenção e têm também quem decida. Aparentemente não se consegue formar uma única equipa homogénea e interdisciplinar. E pôr alguém a comandá-la. Estão a ver não estão?
Ora, parece-nos, que o papel dos senhores ministros, no meio desta "babilónia" era o de se entenderem e dialogarem com quem destas coisas tem saber de experiência feito e conhece a realidade nacional. Finalmente, harmonizar a implementação das decisões tidas por melhores. Em vez disto, degladiam-se e encomendam estudos. Muitos estudos, que custam muito dinheiro.
O último parece ter sido encomendado pelo MAI ao ex-MAI Dr. Severiano Teixeira que tenta estudar vários modelos existentes a nível europeu, havendo alguma apetência pelo modelo belga, que extinguiria a PJ e obrigaria a uma "melée" entre a PSP, a GNR e o SEF.
Azar dos Távoras: diz quem sabe que este modelo deu péssimo resultado na Bélgica e por cá já teve o condão de incendiar as hostes.
Isto de se tentar copiar modelos estranhos para a realidade portuguesa tem-se revelado um enigma recheado de péssimos resultados. E copiar a Bélgica é, em termos gerais e em todos os âmbitos, uma infelicidade idiota. Se há país (europeu) nos antípodas do nosso esse é justamente a Bélgica.
Isto revela entre outras coisas, um provincianismo e menoridade mental atávicos.
Para quando uma solução portuguesa?
João José Brandão Ferreira
Tcor/Pilav (Ref.)
Comd. de Linha Aèrea
brandaof@sapo.pt
------- Fim de texto em referência ------
Depois de ter lido com grande atenção o texto acima, que espelha a opinião do sr. Tcor/Pilav (Ref) e Comandante de Linha Aérea, sói dizer-se que:
1º. O sr. Está relativamente bem informado quando ao que se passa dentro das Diversas Forças Policiais.
2º. Esqueceu-me de uma terceira base de dados, que é a pertencente aos tribunais (embora neste caso especifico a PJ também tenha acesso – mas as restantes forças polícias não!)
3º. Na verdade parece que apenas a PSP aceita com alguma passividade a unificação das forças policiais. Já que tanto a PJ como a GNR (os seus dirigentes) não têm demonstrado grande entusiasmo por essa via.
4º. O modelo Belga é igual ao Austríaco; ao Luxemburguês e ao Grego.
5º. Na minha opinião não há necessidade de copiar qualquer modelo, já que bastava extinguir todas e criar um novo de raiz, em que todos teriam lugar, consoante a sua formação e o cargo que ocupavam na força policial a que pertenciam antes da sua extinção.
6º. “ Isto revela entre outras coisas, um provincianismo e menoridade mental atávicos. Para quando uma solução portuguesa?” – Ou me engano muito, ou vamos esperar mais uns anitos e continuar a gastar rios de dinheiros, ou então vão fazer um facelift às duas forças policiais mais numerosas (PSP e GNR), só para tapar o sol com a peneira, à boa maneira portuguesa. No final das contas, fica tudo na mesma.
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Viva!
Mais uma achega, desta vez foi-me enviada via mail pelo Foxtrotvictor.
Hay que seguir dando pasos para hacer el camino
Reformas tímidas para un sistema policial obsoleto
El Consejo de Ministros prosigue su tímida reforma del obsoleto sistema policial español. En el 2004 se creó el Comité Ejecutivo del Mando Unificado (CEMU) o, lo que es lo mismo, el teórico instrumento de coordinación e intercambio de informaciones entre la Policía y la Guardia civil. Ahora acaba de aprobar un decreto por el que reforma la estructura orgánica del Ministerio del Interior y, entre otras cosas, crea una Dirección General en la que se refunden las actuales Direcciones Generales de la Policía y de la Guardia Civil.
Se justifica esta medida aludiendo al compromiso electoral del PSOE de unificar las cuerpos policiales estatales, lo cual es doblemente positivo. Por un lado, por lo que tiene de ejecución del contrato que los elegidos ofrecieron a sus electores. Resulta igualmente positivo porque comporta proseguir, aunque con exasperante lentitud, la superación de un modelo policial centralista, a la par que disperso, abandonando una concepción que ya era muy conservadora, la de España rural de mediados del siglo XIX.
En cambio, sorprende el poco alcance material de la reforma. Es más, no se atisba ningún cambio operativo inmediato. Expresamente, la normativa establece que las dos estructuras policiales del Estado se mantienen intactas. Si el único alcance que se pretende dar a esta reforma es el de la coordinación y cooperación entre cuerpos policiales, surge una pregunta obvia: ¿qué función desempeña la Secretaría de Estado de Seguridad, creada hace casi 25 años con esa capital función?
¿Atentado contra España?
Lo que ha demostrado el actual sistema es que la cacareada coordinación y/u otras formas eufemísticas de poner a trabajar en cooperativa lealtad y no en hostil competencia a los cuerpos policiales está abocada al fracaso, si se mantienen las estructuras actuales. Sin dejar de tener en cuenta las resistencias corporativas y personales a los cambios en cualquier servicio público, en lo que afecta al sistema policial español topamos con un hueso duro de roer y una oposición feroz. Las furibundas críticas de los sacerdotes del culto al dios del peor imposible pretende hacernos creer que coordinar de una vez por todas –cosa que está aun por ver- a la Guardia Civil y a la Policía es un atentado al ser mismo de España. Ello supondría politizar ambas instituciones, poniendo al frente de ambas, especialmente de la primera, venales y corruptos comisarios políticos cuya misión capital sería la de tapar los escándalos pasados, presentes y futuros del Gobierno actual, escándalos que parecen pivotar sobre el 11-M. No menor relieve tendría descomponer la Guardia civil al arrebatarle la naturaleza militar.
Vayamos por partes. Dejando de lado la tediosa cantinela de España se rompe, mayor valor retórico, que no jurídico, tiene la alusión a que la potencial desmilitarización de la Guardia Civil tendría como consecuencia la entrega de España a sus enemigos. Aun sin ver la ligazón entre ambas afirmaciones y aun suponiendo que ambas fueran plausibles, los vocingleros opositores parten de algo que no es verdad: que la Guardia Civil sea militar por naturaleza.
Contradicción
En democracia, la ley le ha conferido régimen militar, utilizando erróneamente y no por casualidad, el término "naturaleza". Pero, ni en la Constitución ni en la anterior ley de defensa nacional (1980) ni en la actual (2005) ni se menciona ni se atribuye a la Guardia Civil una sola función militar. Significativo es que, a diferencia de otros países con sistema policial análogo (Francia, Italia, Estados Unidos, ..), la Guardia Civil no forme parte de las Fuerzas Armadas, no sea un Ejército o un Arma más en su seno. La Guardia Civil es, ante todo, una policía judicial y administrativa (especialmente fiscal, de fronteras, de armas y explosivos), funciones que dentro de las limitaciones del sistema cumple razonablemente bien, como es su deber, al igual que el resto de funcionarios públicos; con luces y algunas sombras, pero el que esté libre de pecado que tiene la primera piedra.
Herencia del pasado
La naturaleza militar atribuida por la Ley no es consecuencia de sus funciones, sino que fue la condición de su nacimiento allá en 1843: supuso el teórico apartamiento del Ejército de la primera línea del mantenimiento del orden público, reservándose éste la supervisión y dirección de las nuevas fuerzas. Está aun por explicar por qué una gran parte del territorio español y, por tanto, la población que vive en él deben estar bajo la jurisdicción de una policía militarizada y no una plenamente civil.
Fuente de conflictos
Se atribuye a Sánchez Ferlosio la boutade de que todo el mundo sabe que la Guardia Civil es militar. Embromada o no, lo cierto es que el sometimiento al régimen castrense de una fuerza policial esencial, como es la Guardia Civil, está en la base de los conflictos que no han superado los sucesivos intentos de coordinación entre ella y la Policía (no se habla de la coordinación con las policías autonómicas y locales). Mientras no se aborde frontalmente esta cuestión, es de temer que el BOE siga trufando de tentativas de coordinación.
Singularidades
En fin, tal régimen jurídico parece tener algo de sacramental, y no solo a efectos retóricos. La Guardia Civil presenta una llamativa peculiaridad, pues tiene dos superiores: Defensa e Interior (y, a veces, tres: Hacienda). Es bien sabido que a cuantos más jefes, más autonomía funcional. Ello permite una autoconcepción del Cuerpo singular: legalmente, entre otras, su Director General tiene la función de representación de la Guardia Civil. Es un caso único; sin embargo, en nuestro contexto no parece casual que un Director General nombrado por el Gobierno no represente a este Gobierno sino a los integrantes del servicio que debe dirigir.
Como vemos, aun quedan muchos pasos por dar en el consecución de un sistema policial efectivo y moderno. Al que comentamos habrá que darle un voto de confianza.
(Joan J. Queralt es catedrático de Derecho penal de la Universidad de Barcelona)
** Pois é, até os espanhóis já se deram conta de que este modelo multi-policial não é uma boa opção para a segurança de um país. É de notar que as polícias espanholas funcionam muito melhor que as nossas. O nível de organização e de equipamento é significativamente superior. Mesmo assim, começam a não estar contentes com o modelo actual, por verificarem que apresenta demasiados problemas na cooperação, troca de informações e eficácia geral de todo o sistema. Ou me engano muito, ou dentro de pouco tempo os nossos irmãos espanhóis vão seguir para a unificação dos seus corpos policiais, criando um só. Enquanto isso, em Portugal, vamos continuar na cepa torta. Vamos continuar a discutir as benesses dos senhores morgados das quintas.
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Lecavo vou me chatear contigo, então não defendes os costumes e tradições Portuguesas?! Que costume mais antigo há em Portugal senão o velho proteger de tachos?! :lol:
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Viva!
Noticia do Correio da Manhã de 2006SET19:
“EXÉRCITO COLOCA 11 GENERAIS NA GNR”
Situação está a gerar "um descontentamento indisfarçável na Guarda"
Diz a noticia que o exército colocou 11 generais em postos de comando na GNR. A GNR tem mais de 24 mil homens, acaba por ter um general para cerca de 2200 efectivos. A notícia continua “com um total de 58 generais, dos quais 17 tenentes-generais e 40 majores-generais, o exército, colocando onze generais na GNR, acaba por manter estas vagas abertas para os militares do exército.
O que saberão estes senhores de serviço policial? Quanto custam ao MAI e ao erário público estes senhores, com todas as suas regalias?
Com tantos interesses à volta do militarismo da GNR, estou em crer que tão depressa não vamos ter uma força policial única em Portugal. Uma força moderna, bem treinada e equipada, com uma redução considerável de efectivos, com uma estrutura logística ligeira e totalmente virada para a prestação de um serviço público de segurança.
Em suma, este é o nosso atávico Portugal dos senhores quintaleiros!!!!!!!!!!!!!
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E eu que pensava que já tinham acabado com esta situação... :?
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E' de facto escandaloso! Tipico espirito de chico esperto: madamos os gajos p'ra GNR e podemos continuar a promover os que ca' ficam. Como se pode sequer pensar em re-equipamento e reorganizacao condignas de umas FA's modernas quando este e' o espirito prevalente na mentalidade castrense (pelo menos nas chefias)?
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Não está na notícia, mas a chegada da GNR e dos militares ao comando de Centros Distritais de Socorro (bombeiros e protecção civil) ainda virá piorar estava vergonha
2006-09-19 - 00:00:00
Segurança - Lei Orgânica veta comando a oficiais da casa
Exército coloca 11 generais na GNR
O Exército tem onze generais em postos de comando na GNR. Por força da sua própria lei orgânica, que remonta a 1983, a GNR, que tem mais de 24 mil homens, acaba por ter um general para cerca de 2200 efectivos, enquanto o Exército, com um universo de quase 22 mil homens, tem um general para cerca de 470 efectivos. Ao que o CM apurou, esta situação está a gerar “um descontentamento indisfarçavel” entre os oficiais do quadro da GNR.
Com um total de 58 generais, dos quais um general, 17 tenentes-generais e 40 majores-generais, o Exército, colocando onze generais na GNR, acaba por “manter estas vagas de general abertas para os militares do Exército”, acusa uma carta de um grupo de oficiais do quadro da GNR, a que o CM teve acesso. E José Manageiro, presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG) reforça esta interpretação: “Abrindo vagas no Exército [com a colocação de generais na GNR], o Exército cria condições para mais promoções no [seu] ramo.”
O próprio Estatuto do Militar da Guarda autolimita o acesso dos oficiais do quadro da GNR aos postos de comando, ao estabelecer como tecto máximo da carreira o lugar da coronel. Para um oficial do quadro desta força de segurança, que solicitou o anonimato, o arrastamento desta situação explica-se pela simples razão de que “sempre houve uma grande resistência do lóbi do Exército a alterações nesta matéria”.
O comando da GNR foi sempre exercido por generais do Exército, mas a presença de onze militares com esta patente só acontece desde 1999. Até esta data, existiam dois generais nos postos de comandante-geral e 2.º comandante-geral da GNR. Em 1999, o Estatuto do Militar da Guarda é revisto, passando a consagrar que uma carreira de soldado a coronel na GNR, e é extinta a aplicação do Regulamento de Disciplina Militar (RDM) a esta força de segurança. Por via destas alterações, as brigadas passam a ser comandadas por generais e “o Exército ganha nove lugares de general na Guarda”, diz o presidente da APG.
Face a esta situação, “os oficiais da Guarda são frontalmente contra a intromissão do Exército no seio da GNR”, diz um oficial sob anonimato. E José Mangeiro assume que “há um grande desconforto entre os oficiais da Guarda e já existe um descontentamento indisfarçável”. Por isso, frisa, “o poder político tem de tomar medidas para corrigir esta situação”. Para o presidente da APG, “o que está em causa não são pessoas, mas princípios”. Porque, remata, “neste momento, temos oficiais na Guarda que têm todas as condições para ascender ao topo mais alto da GNR”. António Bernardino, presidente da Associação Profissional Independente da Guarda (ASPIG), concorda que “deve ser dada oportunidade aos oficiais da Guarda de ascenderem ao posto de oficial general”.
O CM tentou saber junto do Ministério da Administração Interna, da GNR e do Exército se, no âmbito da reforma da GNR, estão previstas alterações que permitam aos oficiais do quadro da GNR exercerem funções de comando, mas, até ao fecho desta edição, não foi possível.
O CICLO DAS PROMOÇÕES MILITARES
Sempre que abre uma vaga de general nas Forças Armadas, essa vaga desencadeia vagas nos postos imediatamente inferiores. Por exemplo, a nomeação de um tenente-general para comandante-geral da GNR abre uma vaga neste posto no Exército.
As promoções a major-general, tenente-general e general, os postos de oficiais generais, são propostas pelo Conselho de chefes de Estado-Maior. A aprovação cabe ao Conselho Superior de Defesa Nacional.
ORGANIZAÇÃO DO COMANDO
Comandante-geral Tenente-general Mourato Nunes
Mouranto Nunes nasceu em Castelo Branco, em 12 de Abril de 1946, e tem 39 anos de serviço efectivo. Foi promovido ao actual posto em 24 de Abril de 2003
2-º comandante-geral Major-general Augusto Cabrita
Foi, até Julho, chefe do Estado-Maior da Guarda, quando assumiu o 2.º comando devido à saída do general Ventura Lopes
Chefe do Estado-Maior Major-general Brás Marcos
Tem 56 anos. É licenciado em Ciências Militares. Esteve em Timor, comandou a Brigada Territorial n.º 3 e foi, de Dezembro a Julho, inspector-geral da Guarda
Inspector-geral da Guarda Aguarda nomeação
Com a nomeação de Brás Marcos a chefe do Estado-Maior, o cargo é exercido de forma interina pelo coronel Peixoto desde Julho. Aguarda-se a nomeação de um novo general para o cargo
Brigada de Trânsito – Lisboa Major-general Meireles Carvalho
Ex-comandante da Escola de Sargentos do Exército, transitou do Exército para a GNR em Dezembro de 2004
Brigada Fiscal – Lisboa Major-general Samuel Marques Mota
Tomou posse no dia 3 de Fevereiro, passando a dirigir a brigada responsável pela prevenção, descoberta e repressão das infracções fiscais, em todo o território nacional
Brigada 2 – Lisboa Major-general Newton Parreira
Tem mais de 50 anos e exerce o cargo há cerca de dois anos. Esta brigada é responsável pelos distritos de Leiria, Lisboa, Santarém e Setúbal.
Brigada 3 – Évora Major-general Pires Nunes
Tomou posse como comandante da Brigada n.º 3 a 15 de Dezembro de 2005. Tem 57 anos e comandou a Escola da Guarda em Queluz. Brigada cobre Alentejo e Algarve
Brigada 4 – Porto Major-general Morais de Medeiros
Luís Miguel Negreiros Morais de Medeiros, de 55 anos, natural do Porto, tem 36 anos de serviço. Comanda há um mês a Brigada n.º 4, que abrange toda a região do Norte
Brigada 5 – Coimbra Major-general João Apolónia
Tem 52 anos e foi promovido ao actual posto em 2 de Fevereiro, um dia após ingressar na GNR. Comanda os distritos de Coimbra, Guarda, Viseu, Castelo Branco e Aveiro
Escola Prática da Guarda Major-general Carlos Pinheiro Chaves
Iniciou funções em Dezembro de 2005 e desencadeou uma investigação às contas da escola que levou à exoneração do presidente da administração, Manuel Pinheiro, e do chefe das compras, João Pedrosa
António Sérgio Azenha
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... idCanal=90 (http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=215188&idCanal=90)