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Forças Armadas e Sistemas de Armas => Força Aérea Portuguesa => Tópico iniciado por: PereiraMarques em Dezembro 29, 2005, 07:56:18 pm
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2005-12-29 - 00:00:00
Força Aérea
Academia abre porta do futuro
Para operações de socorro em toda a área de terra e mar por onde se alarga Portugal continental e os arquipélagos da Madeira e dos Açores, bem como para garantir a fiscalização de todo o espaço nacional, em conjunto com a Marinha, a Força Aérea mobiliza cerca de 600 militares e 11 aeronaves 24 horas por dia e todos os 365 dias do ano. É uma missão intensa que realiza com a mesma eficácia que participa em missões internacionais e trabalha em investigação e projectos a pensar no futuro e no destaque de Portugal.
O primeiro voo experimental do primeiro protótipo à escala real, realizado no passado mês de Novembro, tornou o ANTEX-M num símbolo do sucesso da Academia da Força Aérea (AFA). Trata-se de uma Aeronave Não Tripulada Experimental-Militar, foi concretizada como um projecto de colaboração com o Instituto Superior Técnico, de Lisboa, com vista à investigação aeronáutica mais avançada e já suscitou um desafio de tomo: em resposta a um convite da Florida State University, dos Estados Unidos, a AFA pretende investigar a instalação no protótipo ANTEX-M de um sistema de propulsão com motores eléctricos alimentados por um sistema de células de combustível regenerativo.
Para o director da Academia da Força Aérea, general José Pinheiro, o protótipo ANTEX-M é a imagem de uma estratégia identificada e comum às principais actividades em curso que consiste “no desenvolvimento de meios aéreos não tripulados destinados fundamentalmente a servirem de veículos demonstradores de novas tecnologias, de baixo custo relativo e requerendo um mínimo de infra-estruturas de apoio”.
Neste sentido, a AFA instalada na Granja do Marquês, em Sintra, junto à Base Aérea n.º 1, tem testado com assinalável êxito em túnel aerodinâmico e em voo, com controlo remoto, plataformas de UAV à escala de 1/2. Para desenvolver a estratégia, estuda-se por outro lado uma organização das equipas de aeronaves militares não tripuladas semi-autónomas com elevado grau de capacidade.
TRABALHO FEITO
A aposta no desenvolvimento de meios aéreos não tripulados para a investigação científica surge no sentido do que o general José Pinheiro refere como “larga tradição de cooperação entre a Força Aérea e a comunidade científica no que diz respeito a projectos de investigação e constitui uma mais-valia na aptidão tecnológica, qualificação e valorização profissional dos militares da FAP”. E como exemplo aponta o facto do estudo desenvolvido por um oficial da Força Aérea sobre fadiga de materiais ter contribuído para a sua pós-graduação e merecido a distinção pela Ordem dos Engenheiros como melhor estágio em Engenharia Mecânica do ano 2003.
Juntando trabalho com investigação, a AFA aproveita estudos cujo objectivo imediato é a manutenção das aeronaves da FAP, em base de pesquisa nos novos caminhos da aeronáutica e aeroespacial. A Força Aérea Portuguesa quer estar presente no futuro.
PÓLOS DE EXCELÊNCIA
CENTRO DE FORMAÇÃO TÉCNICA (CFMTFA)
Dando continuidade ao esforço de inovação e desenvolvimento tecnológico da Academia da Força Aérea, o CFMTFA projecta esse conhecimento nos Cursos de Formação de Oficiais em Regime de Contrato, Sargentos e Praças, militares que desempenham, no dia-a-dia, todas as actividades técnicas da Força Aérea, num trabalho de equipa essencial para o cumprimento global da Missão. É uma escola de importância estruturante que com um módulo de pessoal de 230 elementos, forma por ano cerca de 1600 militares.
PROGRAMA F -16 MLU (MID LIFE UP-GRADE)
Este programa, considerado prioritário, integra uma parceria da FAP com as OGMA e visa a modificação de 25 motores e de 20 aeronaves F-16 das Esquadras Multi Role que operam a partir da Base Aérea N.º 5, em Monte Real. A sua conclusão está prevista para 2009. A complexidade do programa levou a uma iniciativa inédita na Europa, que integra valências e competências diferenciadas nas áreas de Pilotagem, Engenharia, Testes, Sistemas e Software, com equipas de pilotos, engenheiros e técnicos militares e civis.
NOTAS
FINANCIAMENTOS U.E.
A aposta em áreas prioritárias da pesquisa aeronáutica e aeroespacial permite a participação portuguesa em conjunto com empresas de ponta em projectos financiados pelos 5.º e 6.º programas quadro da União Europeia.
INVESTIGAÇÃO
Encontra-se em elaboração, segundo o general José Pinheiro, um projecto para a criação do Centro de Investigação Científica da Força Aérea com a finalidade de promover e coordenar as actividades de investigação da AFA.
DOUTORAMENTOS
Os programas e projectos de investigação já concluídos e em curso na Academia têm permitido, pela sua profundidade e rigor científico, a pós-graduação, mestrado e doutoramento de diversos oficiais docentes.
"HÁ 600 DA FORÇA AÉREA MOBILIZADOS 24 POR DIA" (Taveira Martins, General Chefe do Estado-Maior da Força Aérea)
Correio da Manhã – Qual é a prioridade da Força Aérea?
General Taveira Martins – O estabelecimento de prioridades para uma organização militar tem necessariamente de estar em sintonia e em coerência com os objectivos nacionais e em particular com os objectivos estruturantes na área da Defesa, pelo que, para a Força Aérea é prioritário saber e poder evoluir continuamente e ajustar-se às novas exigências, renovando ou adaptando as capacidades e modos de operação e valorizando a formação do pessoal.
É igualmente prioritário racionalizar os recursos, procurando, nos recursos humanos, reter os mais críticos, dando condições para que o pessoal se mantenha com vontade de servir na Força Aérea.
– A FAP tem capacidade para operações internacionais perigosas?
– Qualquer Força Aérea credível necessita, de facto, de possuir essa capacidade e a Força Aérea Portuguesa procura tê-la e desenvolvê-la! As missões realizadas na Bósnia, Kosovo, Timor Leste e Afeganistão, entre outras, demonstram bem a variedade de ambientes em que a Força Aérea pode operar. Muitas dessas missões são realmente de elevado risco, face às ameaças presentes, pelo que, inerente à sua condição militar, os homens e mulheres da Força Aérea têm de estar prontos para esse risco acrescido. Existe uma intrínseca relação entre a capacidade humana e operacional e a complexidade das tarefas a realizar, obrigando a que sejamos uma Força centrada na Missão, expedicionária e moderna, de fácil e rápida projecção, auto-sustentável e com elevado grau de sobrevivência, apta a demonstrar presença e acção, onde e quando houver interesses nacionais a defender.
– Que importância tem a Força Aérea nas operações de socorro?
– É uma actividade que se evidencia em duas dimensões. A dimensão está subjacente ao esforço que representa manter um dispositivo de alerta contínuo que cubra todo o território do Continente, Madeira e Açores e espaço interterritorial, numa vastíssima área, onde têm de ser prontamente atendidas todas as solicitações, sejam do âmbito da defesa aérea, sejam outras como a busca e salvamento, evacuação sanitária, etc. A importância consubstancia-se na mobilização de cerca de 600 militares da Força Aérea e onze aeronaves, 24 horas por dia, todos os 365 dias por ano, e que se traduz anualmente na salvaguarda de significativo número de vidas humanas, ao mesmo tempo que garante a integridade das fronteiras.
EQUIPAMENTO DA FORÇA AÉREA PORTUGUESA
Total 112
F16A - 19 aviões de luta aérea defensiva
F16MLU - 6 aviões de luta aérea defensiva
Alpha Jet - instrução e ataque ao solo
P3 Orion - guerra anti-submarina
Aviocar - transporte, salvamento e vigilância
Cessna 337 - transporte
Hércules 130 - transporte, busca e salvamento
Falcon 50 e 20
Helicóptero Puma, Alouette III e EH-101
TB30 - instrução
Chipmunk - instrução
Planadores ASK-21 e L-23
PESSOAL
Pessoal militar - 6.424
Oficiais - 1.274
Sargentos - 2.321
Praças - 2.829
Pilotos - 200 (faltam 94 no quadro)
Pessoal Civil - 1.393
Fonte: http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... nal=9&p=94 (http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=186158&idselect=9&idCanal=9&p=94)
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O general não referiu se os F-16 MLU em 2009 serão mesmo os 39/40 ou menos, nem se ficarão em 2 esquadras ou em uma só.
Não falou dos programas de substituição dos P-3, nem da substituição definitiva dos Puma pelos EH-101, nem sobre o futuro dos Puma (se ficam para a FAP em reserva, ou se serão entregues ao Estado).
Muito nebuloso.
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"Luta Aérea Defensiva"
... almofadinhas...
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F16A - 19 aviões de luta aérea defensiva
F16MLU - 6 aviões de luta aérea defensiva
Os F-16/OCU e os F-16/MLU fazem a mesma coisa.
E eu a pensar que o MLU tinha servido para dar mais capacidade... :shock:
:bang:
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Boas
O general não referiu se os F-16 MLU em 2009 serão mesmo os 39/40 ou menos, nem se ficarão em 2 esquadras ou em uma só.
Não falou dos programas de substituição dos P-3, nem da substituição definitiva dos Puma pelos EH-101, nem sobre o futuro dos Puma (se ficam para a FAP em reserva, ou se serão entregues ao Estado).
Independentemente do numero de MLUs que teremos em 2009, iremos ter as duas esquadras em Monte Real que hoje temos, a 201 com F-16A/B e a 301 com F-16A/B MLU. Resta saber é se todos os 40 F-16 passarão para a versão MLU ou não...
Sobre os Puma, acho que não é o CEMFA que tem de se pronunciar sobre o assunto, mas sim o Governo, pois é o msmo que decide se os Pumas passar para a Protecção Civil ou não.
E que raio será isso de luta aérea defensiva?
Os AMRAAM pedem licença antes de rebentar com os aviões inimigos ?
Luta aérea defensiva, apenas atacamos quando estivermos a ser atacados, isto é, não atacamos, apenas defendemos.
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o CM quis dar uma imagem de inovação tecnologica da FAP.
A parte "real" da vertente de combate.. foi um bocado.. posta de lado..
Já sabem que os Portugueses quando houvem falar em F16 e Submarinos ficam tolinhos da cabeça.. lol
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E que raio será isso de luta aérea defensiva?
Os AMRAAM pedem licença antes de rebentar com os aviões inimigos ? :wink:
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Pois para mim dependerá sempre da atitude...
Almofadinhas politicamente correctos...
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Exacto, partilho a opinião do Luso.
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Mas aqui não há problema de atitude; luta aérea defensiva e ofensiva são os termos correctos para designar dois conceitos absolutamente distintos. :|
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No primeiro há uma postura defensiva, de espera; no segundo a ênfase é posta no ataque, na iniciativa. Não posso fazer nada se vocês não conseguem entender a diferença. :wink:
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...
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Charlie, eu percebi a ideia, mas o que estou a tentar dizer e agora mais no âmbito geral, é que no que toca em relação as FA´S usam-se sempre falas "mansas" para falar sobre verdadeiras armas de guerra.
So é politicamente correcto falar em missões de paz..
Faz-me lembrar ha uns anos atrás quando chegaram os M109 vindos dos EUA as declarações de um tenente do exército:
Jornalista:Qual é a utilidade dos M109?
Tenente:Os M109, são fundamentais para missões de paz...
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Charlie, eu percebi a ideia, mas o que estou a tentar dizer e agora mais no âmbito geral, é que no que toca em relação as FA´S usam-se sempre falas "mansas" para falar sobre verdadeiras armas de guerra.
So é politicamente correcto falar em missões de paz..
Faz-me lembrar ha uns anos atrás quando chegaram os M109 vindos dos EUA as declarações de um tenente do exército:
Jornalista:Qual é a utilidade dos M109?
Tenente:Os M109, são fundamentais para missões de paz...
Olhe que a afirmação do tal Tenente pode não ser disparatada. Não sabemos o que ele disse mais e não passou na TV.
De facto se as FFAA portuguesas viessem a empenhar, numa qualquer missão de paz, uma unidade de escalão brigada (como em tempos muitos defenderam. Lembrem-se que na Bósnia em 1996 tivemos durante um ano perto de 1.000 militares, os italianos com pouco mais tinham uma brigada), havia a necessidade de empenhar apoios de combate e de serviços que até hoje nuca empenhamos. Aí entravam os M109. Curiosamente, voltando à Bósnia em 1996, era uma Bateria de M109 italianos que garantia o apoio de fogos à brigada e logo...ao nosso batalhão.
Ou seja, os M109 podem mesmo ser uma necessidade numa missão de paz. Mas também é verdade que no momento presente os nossos empenhamentos internacionais estão condicionados pelos custos e não é provável nos anos mais próximos, o empenhamento de uma brigada portuguesa seja onde for.
UM Abraço,
MMachado
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Charlie, eu percebi a ideia, mas o que estou a tentar dizer e agora mais no âmbito geral, é que no que toca em relação as FA´S usam-se sempre falas "mansas" para falar sobre verdadeiras armas de guerra.
So é politicamente correcto falar em missões de paz..
Faz-me lembrar ha uns anos atrás quando chegaram os M109 vindos dos EUA as declarações de um tenente do exército:
Jornalista:Qual é a utilidade dos M109?
Tenente:Os M109, são fundamentais para missões de paz...
Olhe que a afirmação do tal Tenente pode não ser disparatada. Não sabemos o que ele disse mais e não passou na TV.
De facto se as FFAA portuguesas viessem a empenhar, numa qualquer missão de paz, uma unidade de escalão brigada (como em tempos muitos defenderam. Lembrem-se que na Bósnia em 1996 tivemos durante um ano perto de 1.000 militares, os italianos com pouco mais tinham uma brigada), havia a necessidade de empenhar apoios de combate e de serviços que até hoje nuca empenhamos. Aí entravam os M109. Curiosamente, voltando à Bósnia em 1996, era uma Bateria de M109 italianos que garantia o apoio de fogos à brigada e logo...ao nosso batalhão.
Ou seja, os M109 podem mesmo ser uma necessidade numa missão de paz. Mas também é verdade que no momento presente os nossos empenhamentos internacionais estão condicionados pelos custos e não é provável nos anos mais próximos, o empenhamento de uma brigada portuguesa seja onde for.
UM Abraço,
MMachado
Eu lembro-me perfeitamente das declarações, e o que disse o Tenente foi isso.
Curiosamente todas as missões parecem ser designadas por missões de paz, tanto podem ser de imposição de paz(veja-se o Kosovo com os nossos F16) ou manutenção de paz, caso da Bósnia.
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Olá Charlie
Excelente descrição do conceito. Assim a malta já percebe do que se está a falar.
Já agora a extensão da MLU a todos os F-16s está prevista. Vamos ver se não sofre nenhum precalço.
Um abraço
Zé
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Olá Charlie
Excelente descrição do conceito. Assim a malta já percebe do que se está a falar.
Já agora a extensão da MLU a todos os F-16s está prevista. Vamos ver se não sofre nenhum precalço.
Um abraço
Zé
Sim Zé, vamos ver. Isso sim seria uma excelente notícia até porque parece que se avizinha a altura do primeiro OCU seguir igualmente para modificação para o padrão MLU.
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Olá Charlie
Excelente descrição do conceito. Assim a malta já percebe do que se está a falar...
Zé
Subscrevo!
Realmente, com a presença de colegas como o Charlie, o Forum e todos os seus membros ficam a ganhar e de que maneira no conhecimento das "coisas do ar". 8)
Poupai-os bem!!
Abraço
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"Sim Zé, vamos ver. Isso sim seria uma excelente notícia até porque parece que se avizinha a altura do primeiro OCU seguir igualmente para modificação para o padrão MLU."
O 15104 já se encontra em pleno processamento, sendo o protótipo de conversão OCU/MLU para a primeira esquadra.
Sem mais,
dmbc
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Olhe que a afirmação do tal Tenente pode não ser disparatada. Não sabemos o que ele disse mais e não passou na TV.
De facto se as FFAA portuguesas viessem a empenhar, numa qualquer missão de paz, uma unidade de escalão brigada (como em tempos muitos defenderam. Lembrem-se que na Bósnia em 1996 tivemos durante um ano perto de 1.000 militares, os italianos com pouco mais tinham uma brigada), havia a necessidade de empenhar apoios de combate e de serviços que até hoje nuca empenhamos. Aí entravam os M109. Curiosamente, voltando à Bósnia em 1996, era uma Bateria de M109 italianos que garantia o apoio de fogos à brigada e logo...ao nosso batalhão.
Ou seja, os M109 podem mesmo ser uma necessidade numa missão de paz. Mas também é verdade que no momento presente os nossos empenhamentos internacionais estão condicionados pelos custos e não é provável nos anos mais próximos, o empenhamento de uma brigada portuguesa seja onde for.
UM Abraço,
MMachado
Concordo. Operações de peace-keeping/peace-enforcement jogam muito com o elemento psicológico no terreno. Um olhar de um soldado pode ser o suficiente para fazer uma mílicia africana completamente drogada, e carregada de adolescentes com Ak-47 em automático, dizimar a patrulha apeada da ONU (situações parecidas aconteceram na Serra Leoa, Républica Democrática do Congo, etc). Vejam bem o efeito que provoca um monstro do M-109; só a boca daquela peça....
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Quer dizer, vamos levar um M109 para o Afeganistão para assustar os talibãs assim eles já nao atacam..
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Se o objectivo for assustar é capaz de ser melhor levar uns m-60 pois a artilharia costuma ficar na retaguarda a dar apoio de fogo .
Agora não me venham com histórias que as missões aereas na ex-jugoslávia eram defensivas. Eram missões de ataque e destruicção dum exercito enimigo em território hostil (missões defensivas ):?: