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Geopolítica-Geoestratégia-Política de Defesa => Portugal => Tópico iniciado por: Rui Elias em Dezembro 29, 2005, 11:35:24 am

Título: Paulo Portas e Luis Amado - Ministros diferentes?
Enviado por: Rui Elias em Dezembro 29, 2005, 11:35:24 am
Já se adivinha a tendência das respostas a este pequeno inquérito, mas apesar disso gostaria de conhecer as opiniões dos colegas interessados em participar, abrindo uma discussão sobre os méritos e deméritos dos Ministros Paulo Portas e Luis Amado.

Diferenças apenas de estilo?

Ou de conteúdo:

Os programas lançados por Portas, baseados na LPM aprovada, e que o actual Governo se comprometeu a manter, embora admitindo que alguns possam ser atrasados no tempo.

Qual dos ramos dsa FA's aparece como sendo o que está a ser mais prejudicado com estes atrasos?

Nomeadamente no seu relaconamento com a Intituição Militar, política de aquisições, reformas das FA's, etc.
Título:
Enviado por: typhonman em Dezembro 29, 2005, 12:37:01 pm
Pesos politicos diferentes.. :roll:
Título:
Enviado por: alfsapt em Dezembro 29, 2005, 01:27:14 pm
...porque de resto só serve como piada: nem dois mandatos chegariam para se aproximar ao que até hoje foi o melhor MDN desde o 25 de Abril.
Título:
Enviado por: papatango em Dezembro 30, 2005, 05:31:30 pm
A questão do peso político, é de facto a mais importante. Tendo necessidade de "mostrar serviço" Paulo Portas fez o que tinha a fazer.

Pena, que não tenha havido ninguém com algum peso político no MDN nos governos anteriores.

Também estamos perante realidades diferentes.
Num governo como o actual que assumiu que a situação é braba, não pode haver gastos dificeis de explicar.
Ao contrário, o anterior ministro, não tinha esse problema.

No entanto, considerando os resultados, há que reconhecer que o Portas mostrou mais serviço.

Cumprimentos.
Título:
Enviado por: Miguel Silva Machado em Dezembro 30, 2005, 07:21:58 pm
Citação de: "papatango"
A questão do peso político, é de facto a mais importante. Tendo necessidade de "mostrar serviço" Paulo Portas fez o que tinha a fazer.

Pena, que não tenha havido ninguém com algum peso político no MDN nos governos anteriores.

Também estamos perante realidades diferentes.
Num governo como o actual que assumiu que a situação é braba, não pode haver gastos dificeis de explicar.
Ao contrário, o anterior ministro, não tinha esse problema.

No entanto, considerando os resultados, há que reconhecer que o Portas mostrou mais serviço.

Cumprimentos.


Estou a ver que o PP tem aqui muitos admiradores. Mas afinal o que é que PP fez?
Título:
Enviado por: typhonman em Dezembro 30, 2005, 07:38:38 pm
Não é o PP.

É o impulso que o seu lider deu as FAS.

-Contrato dos Submarinos U214 (2+1)

-Contrato dos P3C Holandeses

-Concurso para a substituição da G3

-Fragatas FFG7(Bem orientadas para virem para Portugal em 2006..agora não temos certezas)

-Contrato do LPD

-Modernização dos 40 F16MLU

-Armas inteligentes (AIM120 JDAM GBUS)

-Modernização das MEKO

-Substituição dos AIII

-Substituição dos C130 (entretanto cancelada)

-Programa C295

-Radar para a Madeira e no futuro para os Açores

-Modernização das instalações Militares

-Defesa NBQ

-Construção dos NPOs



Do governo anterior a 2002 vinha:


- EH101

e que mais? :roll:

A400M (depois foi cancelado por Portas)
Título:
Enviado por: JLRC em Dezembro 30, 2005, 07:45:57 pm
Citação de: "Typhonman"
Não é o PP.

É o impulso que o seu lider deu as FAS.

-Contrato dos Submarinos U214 (2+1)

-Contrato dos P3C Holandeses

-Concurso para a substituição da G3

-Fragatas FFG7(Bem orientadas para virem para Portugal em 2006..agora não temos certezas)

-Contrato do LPD

-Modernização dos 40 F16MLU

-Armas inteligentes (AIM120 JDAM GBUS)

-Modernização das MEKO

-Substituição dos AIII

-Substituição dos C130 (entretanto cancelada)

-Programa C295

-Radar para a Madeira e no futuro para os Açores

-Modernização das instalações Militares

-Defesa NBQ

-Construção dos NPOs



Do governo anterior a 2002 vinha:


- EH101

e que mais? :roll:

A400M (depois foi cancelado por Portas)


Esqueceu-se de acrescentar que estes programas foram todos para a frente porque estavam previstos na LPM aprovada pelo governo socialista. A única coisa que Paulo Portas fez foi desistir de um submarino, dos helicópteros para o GALE e do A400. Ou seja, destruiu e não construiu. Quanto a isso de perguntarem num Forum em que a maioria é assumidamente do PP ou até mais à direita, qual a opinião sobre o Paulo Portas é no mínimo surrealista. É o mesmo que perguntar no jornal do FCP qual o melhor clube de Portugal. Será que alguém vai responder Benfica ou Sporting?
Título:
Enviado por: Pantera em Dezembro 30, 2005, 08:26:04 pm
Citação de: "JLRC"
Esqueceu-se de acrescentar que estes programas foram todos para a frente porque estavam previstos na LPM aprovada pelo governo socialista. A única coisa que Paulo Portas fez foi desistir de um submarino, dos helicópteros para o GALE e do A400. Ou seja, destruiu e não construiu. Quanto a isso de perguntarem num Forum em que a maioria é assumidamente do PP ou até mais à direita, qual a opinião sobre o Paulo Portas é no mínimo surrealista. É o mesmo que perguntar no jornal do FCP qual o melhor clube de Portugal. Será que alguém vai responder Benfica ou Sporting?


O facto da LPM ter sido aprovado pelo governo socialista,não significa nada.Os socialistas também queriam o IVA a 17% no tempo de ferro rodrigues e agora já vai em 21%.

O que importa é que o Portas conseguiu comprar equipamento militar para as forças armadas,se ele não o tivesse feito,duvido que o PS o tivesse.O equipamento foi feito graças ao portas e não às promessas socialistas.No tempo dos socialistas as forças armadas foram obrigadas a parar em muitos sectores,e se o Portas não tivesse lá aquele tempo,possivelmente não teriamos submarinos ou outros equipamentos no futuro.
Título:
Enviado por: typhonman em Dezembro 30, 2005, 09:01:29 pm
Citação de: "JLRC"
Citação de: "Typhonman"
Não é o PP.

É o impulso que o seu lider deu as FAS.

-Contrato dos Submarinos U214 (2+1)

-Contrato dos P3C Holandeses

-Concurso para a substituição da G3

-Fragatas FFG7(Bem orientadas para virem para Portugal em 2006..agora não temos certezas)

-Contrato do LPD

-Modernização dos 40 F16MLU

-Armas inteligentes (AIM120 JDAM GBUS)

-Modernização das MEKO

-Substituição dos AIII

-Substituição dos C130 (entretanto cancelada)

-Programa C295

-Radar para a Madeira e no futuro para os Açores

-Modernização das instalações Militares

-Defesa NBQ

-Construção dos NPOs



Do governo anterior a 2002 vinha:


- EH101

e que mais? :roll:

So acho que o homem.. Teve coragem para levar os programs para a frente,e defendeu as FAs na praça publica.
Coisa que muitos não têm coragem para o fazer.

Note-se os SSks vinham na LPM, mas falava-se a boca cheia que o contrato não ia ser assinado.

Não se lembram de ver o anterior CEMA a chorar na assinatura do contrato dos SSks?

O que vale para os SSKs vale para as Perry .

Se bem que na anterior LPM houvesse coisas que eu defendia caso dos misseis anti-carro de ultima geração para o Exército, sistemas de defesa aérea a baixa altitude.

O ideal era juntar as duas, mas isso é impossivel.

enquanto isso:http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=186301&idselect=185&idCanal=185&p=94
Título:
Enviado por: Jorge Pereira em Dezembro 30, 2005, 09:16:04 pm
Citar
Esqueceu-se de acrescentar que estes programas foram todos para a frente porque estavam previstos na LPM aprovada pelo governo socialista.


Pois…, só que, há uma grande, muito grande diferença entre prometer, pôr no papel e…cumprir e executar. Se fosse tudo uma questão de promessas, planos e intenções já seríamos há muito tempo uma potência mundial.
Título:
Enviado por: Miguel Silva Machado em Dezembro 30, 2005, 10:41:16 pm
Citação de: "Typhonman"
Não é o PP.

É o impulso que o seu lider deu as FAS.

-Contrato dos Submarinos U214 (2+1)

-Contrato dos P3C Holandeses

-Concurso para a substituição da G3

-Fragatas FFG7(Bem orientadas para virem para Portugal em 2006..agora não temos certezas)

-Contrato do LPD

-Modernização dos 40 F16MLU

-Armas inteligentes (AIM120 JDAM GBUS)

-Modernização das MEKO

-Substituição dos AIII

-Substituição dos C130 (entretanto cancelada)

-Programa C295

-Radar para a Madeira e no futuro para os Açores

-Modernização das instalações Militares

-Defesa NBQ

-Construção dos NPOs



Do governo anterior a 2002 vinha:


- EH101

e que mais? :roll:

A400M (depois foi cancelado por Portas)


Não se esqueceu de nada? Mas isto é só equipamento (independentemente de ser verdade ou não)?
Título:
Enviado por: typhonman em Dezembro 30, 2005, 11:32:16 pm
Caro amigo. Esses são os programas que actualmente figuram na LPM. :roll:
Título:
Enviado por: PereiraMarques em Dezembro 31, 2005, 12:25:07 am
Talvez o TCOR Silva Machado esteja a referir-se que os problemas das forças armadas não são apenas equipamento, também tem muito a ver com a organização, os recursos humanos, as missões/conceitos estratégicos, etc...

Cumprimentos
B. Pereira Marques
Título:
Enviado por: Spectral em Dezembro 31, 2005, 12:38:41 am
Pelo menos o programa MLU vem antes da actuação do PP.
Título:
Enviado por: typhonman em Dezembro 31, 2005, 01:14:13 am
Mas so estava previsto para 20 aeronaves. As restantes 20 ficariam no padrão OCU.
Título:
Enviado por: NVF em Dezembro 31, 2005, 03:21:36 am
Entao ja' nao conta, nao e'?

Ja' todos sabem que sou tudo menos CDS, mas admito que o PP foi o melhor MDN ate' agora. Mas tambem tenho que admitir que ele era muito bom a fazer barulho, ou seja, tal como muitos antes dele, fez mais barulho que outra coisa — mas isto nao lhe retira, de modo algum, o merito pelo que fez.

Mas independentemente das qualidades de cada um, e' um pouco absurdo estar a qualificar dois ministros, quando um esteve em funcoes quase 3 anos em funcoes e o outro nem ha' 1 ano esta'.
Título:
Enviado por: Miguel Silva Machado em Dezembro 31, 2005, 11:37:07 am
Citação de: "Typhonman"
Caro amigo. Esses são os programas que actualmente figuram na LPM. :roll:

Assumo portanto que a sua maneira de aferir a "obra" de um ministro é através da LPM publicada no seu mandato? É isso?
(quando escrevi PP não me referia ao partido mas ao seu então líder: Paulo Portas).
Um Abraço,
MMachado
Título:
Enviado por: Spectral em Dezembro 31, 2005, 11:41:50 am
Citar
Mas so estava previsto para 20 aeronaves. As restantes 20 ficariam no padrão OCU.

Hm, acredito que a FAP sempre tenha querido no futuro uma frota toda de MLUs (e provavelmente existem declarações não-oficiais a confirmá-lo) e que esse tenha sido sempre o plano, mas concedo que foi no consulado do PP que essa intenção foi "concretizado" (a ver vamos :wink:
Título:
Enviado por: typhonman em Dezembro 31, 2005, 12:19:52 pm
E pelos contratos de aquisição efectivamente realizados.

Um abraço
Título:
Enviado por: Miguel Silva Machado em Dezembro 31, 2005, 02:43:51 pm
Citação de: "Typhonman"
E pelos contratos de aquisição efectivamente realizados.

Um abraço


Já é alguma coisa mas parece pouco. Então e o resto? A organização por exemplo? Compram-se armas para servir em que estruturas e que objectivos militares? Qual é o interesse de adquirir equipamentos (mesmo que daquela lista a maior parte seja ficção) para servir uma estrutura que foi criada no inicio dos anos 90 (com a agravante de ter sido delineada antes da queda do "muro")?
E há mais, como é óbvio, mas alguns membros do forum com ligações às Forças Armadas ou a actividades relacionadas com a Defesa, julgo que sabem distinguir entre o que os politicos dizem para os jornais e a realidade dos factos.
Acresce a isto querer comparar o trabalho realizado por um ministro em 3 anos e outro em 6 meses parece-me um bocado descabido. O actual ainda nem pulicou a "sua" LPM! (que certamente vai ser tão bonita como a do PP, não julgue que tenho ilusões com LA).
Agora no meu entender o que este tópico vem trazer à baila e por isso o "provoquei" é a questão, lamentável para quem se interessa por estes assuntos - como é o caso de todos nós no forum - da quase ausência de informação credivel sobre o que se está a passar nestas matérias.
Livros Brancos da Defesa foram feitos 3 (1986, 1992 e 2001, o PP por exemplo não só não fez nenhum como apenas publicou um anuário estatistico da Defesa Nacional - o de 2002 - e apenas referido a poucos meses do seu mandato); Anuários da Defesa Nacional, o de 2003 só foi publicado em 2005, já depois de PP sair! Mas se os anuários são factuais, sem grande margem para habilidades, já os livros brancos podem sempre ser "adocicados". Mas sempre eram melhor do que nada, porque muitos aspectos não podem ser alterados, são factos.
A Assembleia da  República, mesmo a 4ª Comissão Especializada, não tem publicado nada (fez agora um Seminário sobre Missões de Paz, veremos se publicam alguma coisa).
Restam-nos os relatórios do Tribunal de Contas nos quais ainda se reconhece fiabilidade.
Ou seja, a triste realidade é quem se interessa por "isto" tem a tendência para se fiar nos jornais. Nem todos são iguais é certo mas vejam por exemplo os recentes artigos do Correio da Manhã. Não notaram que aquilo estava mais do que desactualizado?
Mas temos que viver com esta realidade. É a nossa. Pode ser que o pequeno universo do forum ajude a mudar alguma coisa em 2006.
Um Abraço e Bom Ano,
MMachado
Título:
Enviado por: alfsapt em Janeiro 02, 2006, 10:12:35 am
Mas ainda é preciso expilicar?
A taxa de execução da LPM bateu recordes que por muito optimista que queira ser não acredito voltar a ver acontecer tão cedo.

LPM´s já ouve muitas, vontade política e determinação em tomar decisões difícies e tão irreversíveis quanto possível em relativamente tão pouco tempo no poder foi exemplar.

A decisão dos Submarinos que estavam no papel ficou nas mãos de PP. Não acredito que um governo PS os aprovasse, e mesmo sendo PSD não tenho certezas.

Mas para além do "equipamento", ouve mexidas nas estruturas que não sendo mediáticas (porque talvez não fosse prioritária a foto de corte de fita) primaram por até então mais ninguém querer sujar as mãos...

Alterações que hoje aparecem concluídas também foram antes pensadas como por exemplo no que respeita ao ensino abrangido pelo MinDefesa.

A central de compras foi por exemplo algo palpável que passou muito ao lado de discussões e comentários.

Claro que alguns casos de corrupção nas FAs chegados a tribunal não se possam dizer que tiveram o condão do Ministério mas pelo menos aconteceram enquanto "todos sabiam o que se passava".

O fim do SMO ocorreu sem as "tempestades" agoiradas...

Finalmente os agoirados NPO´s, quais patinhos feios neste e outros meios, foram e continuam a ser muito mais que mero investimento em equipamento.

Para evitar que intitulem a minha opinião como sendo política desabafo aqui que antes desse governo não "gramava do tipo nem à lei da bala" no entanto com a Pasta da Defesa obrigou-me a morder a língua. Fossem todos assim.
Título:
Enviado por: TOMKAT em Janeiro 03, 2006, 01:26:15 am
Já foram dissertadas diversas opiniões bastante válidas sobre a actuação de Paulo Portas com Ministro de Defesa.
Uma virtude ninguém lhe pode tirar: ter o peso plítico suficiente para levar avante mudanças estruturais, e avançar no reequipamento, cumprindo com muito do estava programado na LPM do anterior governo.

Outra grande virtude que teve foi pôr as pessoas a falar das forças armadas, mudando a imagem que se estava a criar no povo português, de uma tropa de "soldadinhos de chumbo", que apenas serviam para paradas e pouco mais.
Ao argumento de tudo o que fez já estava na LPM do anterior governo socialista,... ficará para sempre a eterna dúvida do que seria cumprido, se esse mesmo governo continuasse em funções.
Quantas LPM's foram aprovadas no parlamento e nunca saíram do papel?

Virtude "final"... dar alguma importância a um ministério, normalmente com pouco peso político na orgânica do governo.

Comparar a actuação de Paulo Portas com Luís Amado é extemporâneo pelo pouco tempo que o actual ministro tem de funções.

Até agora a actuação de Luís Amado suprende-me pela positiva, até pelo pouco peso político que tem no governo de Sócrates.
Título:
Enviado por: Rui Elias em Janeiro 06, 2006, 02:08:15 pm
Acho a questão do "peso político" importante.

Portas era de facto o º 2 dos governos de Durão/Santana e era o líder do 2º partido da coligação.

E teve a seu favor o facto de ver o orçamento para a Defesa aumentado, ao contrário de outros ministérios.

Mas isso não lhe retira o mérito de ter posto as FA's na Agenda Política, ter feito as Forças Armadas saltarem para fora dos quartéis, e passarem a ser discutidas e noticiadas.

Teve o mérito de ter estimulado a existência de um Conceito Estratégico de Defesa, se bem que as conclusões não se articulem muito bem com a LMP do tempo de Guterres, nem com a actual.

Acho melhor esperar e ver se os programas previstos continuam.

Se se não atira para o cesto do lixo alguns programas imprescindíveis.

O actual ministro, pelo menos no discurso já afirmou repetidamente querer honrar muitos desse programas chamados de prioritários.

Mas, independentemente das simpatias ou antipatias politicas que se tenham em relação a Portas, acho que é um Ministro da Defesa marcante no pós 25 de Abril.
Título:
Enviado por: Leonidas em Janeiro 08, 2006, 07:37:23 pm
Saudações guerreiras.

Eu pessoalmente acho que o Paulo Portas foi necessário para que as coisas -  que já estavam delineadas pelo governo anterior através da LPM de 2001 - não parassem por causa do “Santo” Défice. Estou-me a referir aos NPO/NPC, por ex.. Outro ex. que é menos visível, mas que não deixa de ser importante, numa outra perspectiva, segundo as informações que vieram a público, a renegociação dos montantes que envolviam a compra dos submarinos U209PN, conseguindo-se baixar, com impacto, o montante total que Portugal deveria pagar pelos mesmos em leasing, exactamente por serem o material mais caro a adquirir; e, porque em relação aos mesmos, não inviabilizou, não desistiu da compra, apesar de serem caríssimos e pelas razões sobejamente já conhecidas.

Coisa polémica, e que não sei até que ponto acertada, o cancelamento da participação portuguesa na construção do Airbus A400M e outras alterações que se fizerem puramente por causa do défice(?). O que se assiste, desde essa altura, até agora, é o resto que ficou definido pela LPM de 2001, mas que tem vindo a sofrer atrasos/alterações/renegociações prolongadas constantes, o programa MLU para todos os F-16, que estava prevista a sua finalização total já em 2006!!! E outras coisas em relação ao exército que não sei como estão: sistema anticarro, material para utilização em ambientes NBQ. Outras coisas que estavam previstas anteriormente mas que não sei, ao certo, o estado atual dos mesmos, atualmente, os aviões patrulha P-3P, por ex.

Outra coisa que acabou – aí já não sei se se deve exclusivamente ao Paulo Portas - e que eu não concordo: o serviço militar obrigatório. Eu sou um verdadeiro e acérrimo defensor a 200% desta instituição, mesmo que isso custe uns bons trocados ao país. Para mim é que não era nada dinheiro atirado á rua, por mais arcaica que seja esta ideia, nos tempos de hoje, mas é exactamente por isso mesmo, e, neste caso, há coisas mais importantes que o dinheiro.
 
Quanto ao ministro atual, acho que não está a fazer nada que o outro não tvesse feito pelas mesma razões que levaram Paulo Portas a alterar aquilo que já vinha do governa anterior ao dele, ou seja, se não é por causa do défice é pela falta de verbas, independentemente de concordar ou não com a justificação. Creio que até agora não cancelou nada de importante. Toda a malta temia que houvesse um cataclismo no último orçamento de estado, mas afinal as verbas até aumentaram ligeiramente. Em relação á disciplina e o caso das manifestações de certos militares, acho que esteve bem ao condicionar tudo através da cadeia de comando da própria instituição e não ceder perigosamente a revindicações deste ou daquele sindicato. As alteração que se fizeram em relação á condição de militar e outras alterações, também já é pelo menos por quem dá a cara em relação á Defesa. Mas é melhor fazermos uma avaliação do atual ministro quando se for embora, para que não se julgue antes do tempo.

Citação de: "Miguel Silva Machado"
Compram-se armas para servir em que estruturas e que objectivos militares? Qual é o interesse de adquirir equipamentos (mesmo que daquela lista a maior parte seja ficção) para servir uma estrutura que foi criada no inicio dos anos 90 (com a agravante de ter sido delineada antes da queda do "muro")?
Se uma Lei de Programação Militar (LPM) serve para definir aquilo que mais importante, em termos de equipamento, que as FA portuguesas devem ter, a mesma não deve obedecer ao conceito de Defesa Nacional? Não é através desse conceito/doutrina pela qual qualquer LPM se deve orientar? Esse mesmo conceito não deve, por lei, ser atualizado/revisto no mínimo – não diria anualmente, mas - de 4 em 4 anos, pois é quando acabam os mandatos normais de cada governo? Já agora o conceito estratégico de defesa nacional é elaborado exclusivamente pelo governo ou é delineado com todos os demais órgãos de soberania? Onde podemos obter a informação sobre o Conceito de Defesa Nacional?

Acho mesmo que, se um conceito de defesa nacional se se restringisse só áquilo que é o espaço nacional não deveria ser aplicado com a mais adequada eficiência – estou-me a basear na interpretação pessoal de tudo aquilo que me foi permitido ler aqui no fórum e pouco mais e é isso que me deixa espantado, a estrutura das FA necessitam, há muito, de serem reformadas, e não se faz absolutamente nada, ou aquilo que se faz é muito pouco, para que as coisas se tornem visíveis. Há uma percepção de que muita coisa que não é feita e outra tanta que é feita que é exclusivamente da responsabilidade direta das chefias dos vários ramos.

Se é verdade que é difícil as FA terem algo que lhes é útil para desempenhar as suas funções para, assim, também fazerem valer o interesse nacional, não deixa de ser menos verdade que há uma resistência dentro das FA para que, se calhar, as coisas não avancem como deveriam avançar, não é? Não sei se chega isto, mas a questão dos 73% do orçamento das FA serem para pagar salários é por demais lesiva, não só dos intereses de qualquer cidadão deste país, mas também das próprias FA, pois dá uma ideia clara que há gente a mais, que não é produtiva e que, por isso mesmo, também afeta a própria operacionalidade!!

Citação de: "Miguel Silva Machado"
Livros Brancos da Defesa foram feitos 3 (1986, 1992 e 2001, o PP por exemplo não só não fez nenhum como apenas publicou um anuário estatistico da Defesa Nacional - o de 2002 - e apenas referido a poucos meses do seu mandato); Anuários da Defesa Nacional, o de 2003 só foi publicado em 2005, já depois de PP sair! Mas se os anuários são factuais, sem grande margem para habilidades, já os livros brancos podem sempre ser "adocicados". Mas sempre eram melhor do que nada, porque muitos aspectos não podem ser alterados, são factos.
A Assembleia da República, mesmo a 4ª Comissão Especializada, não tem publicado nada (fez agora um Seminário sobre Missões de Paz, veremos se publicam alguma coisa).
Restam-nos os relatórios do Tribunal de Contas nos quais ainda se reconhece fiabilidade.
 

Existe mais alguma obrigatoriedade, perante todos nós, na apresentação de qualquer tipo de documentação relativo a estes assuntos, para além daquilo que está no orçamento de estado, e depois há o tribunal de contas?
Já agora, em relação ao orçamento de estado, aquando da sua apresentação, não se poderá considerar fiável essa informação? Ou seja, já não está tudo previsto, quer em termos de despesas, quer em termo de investimentos?
 Os próprios Estados Maiores não têm autonomia para divulgarem a informação quanto a estas questões todas?

Citação de: "Miguel Silva Machado"
Pode ser que o pequeno universo do fórum ajude a mudar alguma coisa em 2006.


Estas palavras vindas de quem as escreve dão um outro alento!! Sou um otimista por natureza. Não querendo retirar a esperança a ninguém e qualquer cidadão deve lutar a favor de uma evolução positiva, mas duvido se alguma vez o Ministro da Defesa atual e todos aqueles que têm responsabilidades diretas nestas matérias venham algumas vez a consultarem este espaço e daí resultar uma maior consciencialização em relação a todos estes “pormenores”, a que uma resposta pronta urge.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Miguel Silva Machado em Janeiro 08, 2006, 10:31:54 pm
Citação de: Leonidas
Saudações guerreiras.


Se uma Lei de Programação Militar (LPM) serve para definir aquilo que mais importante, em termos de equipamento, que as FA portuguesas devem ter, a mesma não deve obedecer ao conceito de Defesa Nacional? Não é através desse conceito/doutrina pela qual qualquer LPM se deve orientar? Esse mesmo conceito não deve, por lei, ser atualizado/revisto no mínimo – não diria anualmente, mas - de 4 em 4 anos, pois é quando acabam os mandatos normais de cada governo? Já agora o conceito estratégico de defesa nacional é elaborado exclusivamente pelo governo ou é delineado com todos os demais órgãos de soberania? Onde podemos obter a informação sobre o Conceito de Defesa Nacional?

O CEDN foi publicado no DR de Publicado no Diário da República de 20 de Janeiro de 2003 e também o encontra no portal do governo porque é uma resolução do Conselho de Ministros de 20DEZ02. A LPM também é publicada em DR. A última revisão foi é a Lei Orgânica n.º 1/2003 de 13 Maio.
Agora atenção porque o documento que serve de base para elaborar a LPM não é o CEDN (embora tenha uma influência à distância) mas sim o Sistema de Forças Nacional (SFN) que actualmente é composto por dois documentos, um destinado à Componente Operacional e outro à Componente Fixa (o primeiro foi aprovado em Outubro de 2004 e o segundo em Novembro de 2005). Mas note que entre o CEDN e o SFN ainda há documentos importantes como o Conceito Estratégico Milita e as Missões Específicas das Forças Armadas.
Um Abraço,
MMachado
Título:
Enviado por: Leonidas em Janeiro 09, 2006, 01:32:29 am
Saudações guerreiras.

Citação de: "Miguel Silva Machado"
Agora atenção porque o documento que serve de base para elaborar a LPM não é o CEDN (embora tenha uma influência à distância) mas sim o Sistema de Forças Nacional (SFN) que actualmente é composto por dois documentos, um destinado à Componente Operacional e outro à Componente Fixa (o primeiro foi aprovado em Outubro de 2004 e o segundo em Novembro de 2005). Mas note que entre o CEDN e o SFN ainda há documentos importantes como o Conceito Estratégico Milita e as Missões Específicas das Forças Armadas.


Por acaso, julgava que o CEDN tiria uma influência mais direta no processo de decisão, mas afinal o processo assume uma complexidade maior e, pelos visto, há uma imensa responsabilidade que recai sobre os ombros dos próprios militares, disso eu não me tinha apercebido!!

Cumprimentos