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Indústrias de Defesa e Tecnologia Militar => Indústrias de Defesa => Tópico iniciado por: Paisano em Agosto 30, 2005, 04:45:26 am
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Marinha anuncia conclusão de primeiro reator nuclear desenvolvido no Hemisfério Sul
Fonte: www.oglobo.com.br (http://www.oglobo.com.br)
RIO - A Marinha informou nesta segunda-feira ter concluído o primeiro reator nuclear inteiramente desenvolvido no Hemisfério Sul. O anúncio foi feito pelo capitão-de-mar-e-guerra Leonam Guimarães, na International Nuclear Atlantic Conference (Inac), o maior encontro sobre energia nuclear da América Latina, que está sendo realizado em Santos.
Segundo Guimarães, coordenador do Centro de Propulsão Nuclear do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), foi finalizada a montagem do vaso do reator a ser instalado no protótipo de submarino nuclear, que vem sendo projetado no Centro Experimental de Aramar, em Iperó.
Há 25 anos a Marinha conduz um programa nuclear, no qual já foi investido cerca de US$ 1 bilhão e que resultou, por exemplo, no desenvolvimento de uma tecnologia própria de enriquecimento de urânio, utilizada pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB) em sua fábrica em Resende (RJ).
Cerca de um terço do valor foi gasto para construir o reator de pequeno porte (com potência de 50 megawatts térmicos), que tem como objetivo, além de propulsionar um submarino, impulsionar a indústria nacional numa área estratégica e de competitividade internacional.
- O mercado internacional tem, hoje, demanda de fornecedores de pequenas centrais nucleares - avaliou Guimarães.
No entanto, para que o projeto do reator prossiga, é necessário um investimento de cerca de US$ 120 milhões de dólares. O próximo passo seria montar o reator no prédio específico planejado para ele em Aramar, mas as obras estão paralisadas desde 2002.
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Amigos brasileiros:
Para quando o lançamento do primeiro submarino nuclear brasileiro?
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Prezado Tiger22:
Segundo a Marinha, o SNAC-II (primeiro submarino nuclear brasileiro), deverá deslocar entre 2.900/3.500 toneladas submerso, ter cerca de 70m de comprimento, diâmetro de pelo menos 08 metros, possuirá um reator PWR de 48 MegaWatts e poderá navegar a 28 nós de velocidade. Terá características semelhantes à classe francesa Rubis/Amétysthe ou à britânica Trafalgar. Devido ao ritmo lento de investimentos, o submarino nuclear brasileiro poderá estar singrando os mares por volta do ano 2015/2020.
Fonte: www.infomarmb.hpg.ig.com.br/progsna.htm (http://www.infomarmb.hpg.ig.com.br/progsna.htm)
Um abraço.
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Muchos delirios de grandeza para un pais como Brasil
Tienen un PA que no sirve para nada porque ni tiene escoltas ni tiene ala embarcada.
Tienen una fuerza aerea insignificante, la cual tiene que conformarse con comprar 12 mirages con 15 años a los franceses..
y despues de estos ejemplos uno lee que se embarcan en proyectos ¿atomicos? y encima a largo plazo con el peligro que representan los vaivenes politicos que puedan cancelar el programa..
Bajo mi punto de vista veo una pesima gestion de recursos.
Un saludo
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Prezado smaerd,
Mesmo com todos esses problemas descrito por você, o Brasil conseguiu desenvolver sozinho um reator nuclear de pequeno porte, capaz até de impulsionar um submarino. :roll:
Será isso "delirios de grandeza" ou demonstração competência?
Um abraço.
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Acho que ele nao te pode responder porque o pais dele nao tem submarinos nucleares. Mas nao ligues, e' so' dor de corno.
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Japón y Alemania no tienen submarinos nucleares y no precisamente porque no tengan la capacidad para construirlos.
A Brasil le queda todavía un largo camino por recorrer, pues tener un pequeño reactor nuclear no es suficiente (pues por ejemplo, un submarino a diferencia de una simple central nuclear, debe ser silencioso), así que todavía le queda mucho tiempo de desarrollo y mucho dinero por gastar. ¿Merece la pena gastar tanto dinero en este desarrollo mientras hay gente hambrienta en el país? yo creo que no, primero deberían haber desarrollado economicamente, y luego esos megalómanos programas. Y esa es otra, porque mientras que el submarino nuclear puede ser necesario debido a la gran costa brasileña, los cohetes me parecen un desperdicio absurdo de dinero, pues las naciones que necesitan lanzar muchos satélites tienen su propia capacidad para ponerlos en el espacio (y para todos los demás y a precio baratito, ya está Rusia...)
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Buen post Dinivan.
Acho que ele nao te pode responder porque o pais dele nao tem submarinos nucleares. Mas nao ligues, e' so' dor de corno
Eso te alegra?Como bien dice Dinivan hay en el mundo varias potencia que no disponen de SSN.Asi que eso no dice nada.
España no lo tiene porq en este país existe una opinión publica antimilitarista.Pero capacidad para hacerlos y dinero si que hay.
Si Brasil lo consigue,me alegro por ellos.Pero creo q antes deberia invertir ese dinero en otros aspecto de sus FAS q estan mas dejados.
Quizas el ala embarcada de su porta?algunos escoltas? no lo se.....
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Sempre que alguem aqui diz que voces estao a rearmar-se, voces nao costumam dizer que a Espanha faz o que lhe da' na gana? Pois, por uma questao de coerencia deveriam reconhecer o mesmo direito a outro pais, nao e'?
O Brasil e' livre de investir como quiser nas suas FA. Bem ou mal, e' com eles. Eu tambem acho que pode nao ser o investimento mais adequado. Mas por outro lado, tambem nao vejo a vantagem em voces terem um PA, mas isso e' com o vosso povo e o vosso governo.
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Prezado colegas,
Acho que vocês não leram na totalidade a notícia postada por mim, pois há nela um detalhe que extrapola o aspecto militar:
Cerca de um terço do valor foi gasto para construir o reator de pequeno porte (com potência de 50 megawatts térmicos), que tem como objetivo, além de propulsionar um submarino, impulsionar a indústria nacional numa área estratégica e de competitividade internacional.
- O mercado internacional tem, hoje, demanda de fornecedores de pequenas centrais nucleares - avaliou Guimarães.
Segue abaixo o mesmo texto na língua de Cervantes, para facilitar a leitura dos amigos de origem espanhola:
Cerca de un tercio del valor fue gasto para construir el reactor de pequeño porte (con potencia de 50 megawatts térmicos), que tiene como objetivo, además de propulsionar un submarino, impulsar la industria nacional en una área estratégica y de competitividad internacional.
- El mercado internacional he, hoy, demanda de proveedores de pequeñas centrales nucleares - evaluó Guimarães.
Ou seja, o objetivo não é somente militar mas também econômico e de mercado. :oops:
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Si Paisano... pero mientras tanto Brasil está junto a Namibia, Botswana o Suazilandia en el índice de desigualdad... creo que el dinero invertido en desarrollar el reactor podría haberse utilizado para necesidades mas acuciantes. No he dicho que el reactor no sea necesario, repito, creo que si lo es, pero en el ranking de prioridades no creo que esté en primera posición y podría haberse dejado para más adelante.
Por supuesto Brasil es libre de hacer lo que le de la gana, y si cuenta con el apoyo de la población en que la primera prioridad es la de desarrollar reactores nucleares y cohetes pues entonces me parece perfecto. ¿Qué piensa el ciudadano de a pie respecto al tema, paisano?
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Si Paisano... pero mientras tanto Brasil está junto a Namibia, Botswana o Suazilandia en el índice de desigualdad...
Se vires melhor, esta' entre a Russia e a Romenia (no indice de desenvolvimento das NU). Nao e' famoso, mas tambem nao e' assim tao mau. Nos tempos que correm, nao custa nada pesquisar um pouco e evita-se dizer disparates — a menos que o objectivo seja dizer mal por dizer, mas isso e' desonestidade itelectual.
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Ejem ejem, ¿acaso he dicho algo del "indice de desenvolvimento das NU"?. He dicho índice de desigualdad Brasil tem 8ª maior desigualdade do mundo, diz ONU (http://http) y de todas formas estar al nivel de Rúsia o Rumania en desarrollo humano no me parece un logro, la verdad.
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¿Qué piensa el ciudadano de a pie respecto al tema, paisano?
Bomba Atômica: Totalmente contrária ao Brasil possuir um artefato nuclear.
Submarino Nuclear: Sem qualquer tipo de opinião a respeito.
Construção do Reator Nuclear nacional: De expectativa, uma vez que gera conhecimento e poderá gerar mercado e, consequentemente, dívisas ao país.
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Bem europeu (não generalizando) criticar o Brasil por investir em pesquisa tecnológica para buscar desenvolver-se independentemente do humor de nossos irmãos do norte.
De certo, nosso amigo espanhol sugere que sejamos sempre um grande exportador de café e deixemos para eles o papel de desenvolver tecnologia e nos vender a peso de ouro!!!
Pense direito, como você sugere que deixemos nossa condição de 8º maior em desigualdade social? Em minha opinião é fazendo justamente o que estamos fazendo, investindo em pesquiza tecnológica e educação, é claro que não estamos ao nível da Espanha, mas se ficarmos sempre como grande produtor rural e importador de tecnologia e manufaturados de ponta de vocês nunca deixaremos nossa condição de país terceiro mundista.
Investir em tecnologia e educação é melhor caminho para desenvolver uma nação.
E por favor não nos compare com Irã e Coreia do Norte com seus projetos nucleares, aqui com certeza nossa maior ambição é fazer parte do clube de países desenvolvido e não "conquistar o mundo"!
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Mas porque é que o Brasil não pode desenvolver a sua tecnologia nuclear?
O Brasil não está envolvido em nenhuma corrida armamentista, nem é um País agressivo e irresponsável na cena internacional, portanto acho muito bem que os brasileiros desenvolvam a sua investigação tecnológica neste sector e em outros!
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Só para acrescentar que na India há mais desigualdade que no Brasil. No Paquistão nem se fala, e mesmo na China, o salário chinês continua a ser inferior ao do Brasil.
Por este raciocinio, nem Chineses, nem Paquistaneses nem Indianos deveriam ter armas nucleares (que o Brasil nem sequer cogita neste momento).
Isto, embora eu ache que o Submarino Nuclear não faz sentido, porque o Brasil deveri investir por exemplo e para já na tecnologia AIP, incorporando AIP aos TUPI e posteriormente desenvolvendo novos submarinos com AIP de raiz (uma eventual versão brasileira do U-214)
Para mim a propulsão nuclear faz sentido, quando o submarino tem armas de grande poder SSN (com armas nucleares).
Para SSK de ataque, para a Marinha do Brasil, não acho que faça tanto sentido.
Cumprimentos
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Nao liguem, sao as habituais bocas da reaccao e, que pelos vistos, limitam-se a ler os titulos das noticias.
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Llama la atención la lentitud del proyecto. Si la marina brasileira lleva 25 años con su programa nuclear, y la previsión es que el sub. esté navegando hacia 2015-2020 ¡son 35-40 años de desarrollo! :D
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www.amazonas01.skyblog.com (http://www.amazonas01.skyblog.com)
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É bem verdade que o projeto se encontra com muitos anos de trabalho e espera acumulados. Mas tal se deu por dois bons motivos: o primeiro, falta de verbas; o segundo, muitas vezes por incompreensão dos vários governos que se sucederam.
Hoje, a visão do Estado brasileiro, expressa na propaganda do governo, aponta como de vital importância a conclusão do projeto nuclear da marinha, porquanto fonecerá a plena execução do ciclo do combustível nuclear no próprio país, bem como trará a segurança necessária ao setor energético que precisa ser estável o suficiente para manter o nível de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).
É que, com o ciclo completamente dominado e a planta nuclear devidamete executada, reduz-se a dependência externa e torna muito mais executável os planos para a construção das Usinas Atômicas que encontram-se previstas como complemento da planta energética brasileira.
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Marinha do Brasil
DEFESA@NET 26 Janeiro 2008
Isto É - 30 de Janeiro de2008 - Ed. 1995
Em busca da soberania
Retomada do projeto do submarino nuclear não pode
depender de oscilação orçamentária
Parte 1 - Parte 2 (entrevista Alm Moura Neto)
CLÁUDIO CAMARGO
Almirante Moura Neto
“Vamos enriquecer aqui todo nosso urânio”
INICIATIVA levou Lula para conhecer o projeto de Aramar
Integrante de uma família tradicional de oficiais da Armada, o comandante da Marinha, almirantede- esquadra Júlio Soares de Moura Neto, é um grande defensor do projeto do submarino nuclear. Nomeado em fevereiro de 2007, ele conseguiu sensibilizar o presidente Lula sobre o tema ao levá-lo para conhecer o Centro Experimental de Aramar, em Iperó (SP), que estava em estado quase vegetativo. Depois disso, o governo liberou R$ 1,1 bilhão, em parcelas de R$ 130 milhões anuais, fora do orçamento da Marinha, para a conclusão do projeto do reator nuclear desenvolvido pela força em Aramar. Nesta entrevista a ISTOÉ, Moura Neto diz que o Brasil terá condições de enriquecer todo o urânio de que necessita para as usinas de Angra 1, 2 e 3 e futuramente para o submarino.
ISTOÉ – Por que o Brasil precisa de um submarino nuclear?
Almirante Moura Neto – O submarino é uma arma precisa, extremamente valorosa em termos de dissuasão. É o único navio que, por andar debaixo d’água, obriga os navios de superfície um grande esforço para poder localizá-lo. Mas um submarino convencional tem muitas limitações: ele é movido por motor elétrico alimentado por grandes baterias, que precisam ser recarregadas pelo processo de snorkel. Isso o obriga a subir à superfície de tempos em tempos, tornando- o vulnerável. Já o submarino nuclear fica permanentemente debaixo d’água; só o fator humano o restringe, como cansaço da tripulação etc. Por isso, ele é importante para ajudar a patrulhar a extensa costa brasileira.
ISTOÉ – A liberação do dinheiro para a conclusão do reator significa a retomada do projeto de construção do submarino nuclear brasileiro?
Moura Neto – O projeto de Aramar não é o projeto da construção do submarino nuclear. O programa nuclear da Marinha é o da viabilização do ciclo de enriquecimento de urânio e da construção do reator nuclear. A liberação do dinheiro permitirá a conclusão de um reator de 11 MW de potência. É um reator dual, que não apenas poderá propelir um submarino como também produzir eletricidade para uma cidade de 20 mil habitantes. A decisão de concluir o projeto do submarino nuclear é uma decisão política.
“A idéia é buscar transferência de tecnologia para beneficiar a indústria nacional”
ISTOÉ – Nós já dominamos completamente o ciclo do enriquecimento de urânio?
Moura Neto – A primeira parte, sim, em nível laboratorial, mas algumas etapas desse ciclo ainda são realizadas fora do País. A transformação do yellow cake, produto da primeira etapa de beneficiamento do urânio, em gás hexafluoreto de urânio, é feita no Canadá. Esse gás depois é transportado para a Europa, onde um consórcio que reúne Inglaterra, Alemanha e Holanda o enriquece. No momento em que a nossa fábrica estiver funcionando, em 2010, poderemos enriquecer todo o urânio aqui. Com o protótipo dessa fábrica, poderá ser construída uma unidade maior em Rezende, na Indústria Nuclear Brasileira (INB). A Marinha também fabrica e vem fornecendo ultracentrífugas à INB. Dentro de um período de tempo que eu não sei especificar, nós poderemos enriquecer todo o urânio de que necessitamos aqui no Brasil.
Configuração do futuro submarino nuclear
ISTOÉ – O Brasil sofre pressões por causa do programa do submarino nuclear?
Moura Neto – São pressões veladas; quem domina a tecnologia nuclear não a fornece a ninguém. Mas o Brasil assinou o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) e também assinou o Acordo Quadripartite, entre a agência, Brasil, Argentina e a ABCC (Agência Brasileira Argentina de Contabilidade Nuclear). Esse acordo garante as inspeções periódicas da Associação Internacional de Energia Atômica (Aiea), mas também garante a inviolabilidade de nossas instalações.
ISTOÉ – O reaparelhamento da Marinha pode ser feito em colaboração com a indústria nacional?
Moura Neto – O que o ministro (da Defesa) disse é que o programa de reaparelhamento da Marinha vai privilegiar a indústria nacional. Aliás, no programa nuclear, tudo foi desenvolvido com tecnologia nossa, até porque essa é uma tecnologia muito sensível e teria sido muito difícil obtê-la de outra maneira. A idéia é buscar transferência de tecnologia para beneficiar a indústria nacional, porque isso trará a independência na área de defesa.
Em busca da soberania
Retomada do projeto do submarino nuclear não pode
depender de oscilação orçamentária
Parte 1 - Parte 2 (entrevista Alm Moura Neto)
CLÁUDIO CAMARGO
Mais do que apenas fazer declarações em conversas reservadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito movimentações concretas para retomar por completo o programa do submarino nuclear brasileiro. O primeiro passo nessa direção foi dado no ano passado, com a liberação de R$ 1,1 bilhão para a conclusão do reator nuclear desenvolvido pela Marinha. O próximo passo será dado nos próximos dias, quando os ministros Nelson Jobim, da Defesa, e Mangabeira Unger, das Ações a Longo Prazo, embarcarem para a França e para a Rússia em busca de alianças estratégicas e cooperação tecnológica. Os dois ministros serão acompanhados pelo comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Júlio Soares de Moura Neto.
O programa do submarino nuclear brasileiro foi iniciado em 1979, interrompido na década de 1990 – por dificuldades financeiras e pressões americanas – e parcialmente retomado meses atrás. Ele é composto de três etapas básicas: o domínio do ciclo do combustível nuclear, a fabricação do reator e a construção do casco do submarino. A primeira parte foi muito bem-sucedida: graças aos esforços do Centro de Pesquisas da Marinha, em Aramar, o Brasil hoje domina a tecnologia de enriquecimento de urânio, desenvolvido através do método das ultracentrifugadoras. A segunda fase, a da construção do reator, está bastante avançada, restando apenas recursos para sua finalização – o R$ 1,1 bilhão liberado em 2007. A última etapa, a da fabricação do casco, exige muita sofisticação tecnológica e ainda necessita ser desenvolvida. É exatamente nessa etapa que reside a importância da viagem dos ministros.
KNOW-HOW Os EUA têm a maior frota de submarinos nucleares do mundo e apenas três estaleiros para construí-los
Apesar dos avanços recentes, o caminho a percorrer ainda é longo. A fabricação de um submarino nuclear, da concepção do design básico e ao detalhamento da engenharia, é um processo que exige de 12 a 14 anos de trabalho, de acordo com estudo da Rand Corporation, centro de estudos americano. Pelas dimensões desse tipo de embarcação – comprimento de cerca de 90 metros por dez metros de diâmetro –, a fabricação demandará instalações que, no Brasil, só a Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep) tem atualmente. A fase mais longa desse processo, que dura de oito a dez anos, é a montagem do submarino, que exigirá um tipo específico de estaleiro, de que o Brasil ainda não dispõe. Os Estados Unidos, que têm a maior frota de submarinos nucleares do mundo, possuem apenas dois estaleiros para construí- los. A Rússia tem três estaleiros, a França dois e o Reino Unido e a China, um cada um.
Duas conseqüências advêm dessa situação. A primeira é que a decisão de construir o submarino nuclear é estratégica, uma decisão de Estado, que não pode ficar ao sabor de contingências orçamentárias, como aconteceu até o ano passado. A maturação de um projeto dessa natureza é necessariamente de longo prazo e implica investimentos constantes para que se chegue a bom termo. A segunda é que o Brasil provavelmente deverá buscar formas de cooperação internacional para a construção e montagem do casco do submarino nuclear. Mas o desafio da missão dos ministros no Exterior é o de obter cooperação sem, contudo, trazer consigo a dependência. Veja-se o caso da Índia, que deve lançar seu submarino nuclear ao mar já em 2009. Para treinar as futuras tripulações, os indianos arrendaram da Rússia um SNA por três anos. A Rússia também prestou assistência tecnológica para que a Índia desenvolvesse seu submarino.
A retomada do programa do submarino nuclear no Brasil também não pode ser vista como uma resposta conjuntural às supostas ameaças de vizinhos instáveis. É um programa de longo prazo, que só começará a produzir resultados concretos entre 2020 e 2024. A tarefa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva incumbiu o ministro Nelson Jobim é estabelecer os objetivos de longo prazo do Brasil e preparar uma capacitação tecnológica e industrial para tal desafio, em lugar de buscar na prateleira os equipamentos militares de que necessitamos. Daqui a uma década, os desafios serão outros. Em 2020, o petróleo estará bem mais escasso no mundo e o Brasil, com a perspectiva de desenvolver as novas jazidas na Bacia de Santos, estará entre os primeiros exportadores do mundo. Teremos também, com a descoberta de novas jazidas de urânio no Ceará, a primeira ou segunda reserva desse minério do mundo. Os interesses a proteger serão, portanto, muito mais extensos e diversificados do que os que hoje conseguimos enxergar.
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Por: José Luiz Feio Obino Vice-Almirante (Ref)
Ex-Comandante da Força de Submarinos
Nos dias de hoje o melhor projeto comercial, testado, de submarino convencional, no mercado, é o do submarino francês "Scorpene". Trata- se de um projeto modular, altamente avançado e flexível que pode ser construído no Brasil e empregado em águas costeiras e áreas oceânicas. A NUCLEP, Indústria de Equipamentos Nucleares, que detém, no país, a tecnologia de construção de estruturas circulares, com alto nível de precisão, está preparada para construir as seções do casco resistente do mencionado submarino francês e o AMRJ, Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, capacitado para a montagem e união das seções de casco do submarino.
O projeto francês é o que mais se aproxima das características do projeto SMB 10, da Marinha, e agrega, em seu desenho e em seus equipamentos, o que existe de mais avançado e moderno em tecnologia de projeto e de construção de submarinos nucleares franceses, o que não pode ser dito pelo seu concorrente alemão que, apesar, de sua alta tecnologia, nunca projetou ou construiu sub-marinos nucleares. Ademais, seus submarinos foram projetados para águas costeiras e mares fecha-dos. Não podemos esquecer, que o projeto dos submarinos da classe "Tupi" sendo substituídos, no presente, pelos submarinos IKL 212, com cerca de 1500 tons.
A Marinha do Brasil, e porque não dizer o País, busca o domínio da tecnologia de projeto,de construção e de manutenção de submarinos
avançados, o que, de certa forma, só poderá ser alcan-çado com os franceses, americanos, russos, ingleses e chineses. O concorrente alemão, por mais que disponha de alta tecnologia de projeto, construção e manutenção de submarinos, quer para uso pró-prio, quer
para exportação, carece do principal, que é ter capacitação em submarinos de propulsão nuclear. Seus projetos atuais, o IKL 212,
exclusivo para a sua Marinha e Marinha Italiana, e o IKL 214, para exportação, são bastante diferentes e seus projetos de concepção foram desenvolvidos em torno da propulsão convencional independente do ar ( AIP ), adequada ao emprego dos submari-nos próximo de suas bases, como é o caso deles, dos italianos, turcos, gregos, sul coreanos e outros, diferentemente do nosso, que requer submarinos para emprego ao longo de uma costa de 4000 km e áreas oceânicas adjacentes.
Quando falamos sobre os projetos "Scorpene" e IKL 214, não podemos esquecer do projeto comercial "Amur", russo, conhecido em 2004, quando da visita de oficiais brasileiros à Rússia. Apenas o primeiro e o último são operacionais. Para o Brasil a melhor opção
seria o projeto francês, ainda que a Marinha tenha uma parceria, de cerca de 30 anos, com os alemães. Mas será que essa parceria foi boa?
Em alguns pontos acredito que sim, mas em outros não. Senão vejamos:
-permitiu começar a construção (montagem de "kit") de submarinos no País, segundo um projeto importado, que os alemães não acreditavam ser possível sem a sua ajuda;
-possibilitou a nacionalização da mão de obra na construção de submarinos, que não poderá ser perdida, sob pena de comprometer todo o esforço brasileiro na consecução de seu projeto maior, o projeto e construção de seu submarino de propulsão nuclear.
Consta que já nos falta, hoje, as mesmas condições de construção dos "Tupi/Tikuna", por força da evasão de recursos humanos especializados, decorrente do esgarçamento do programa de construção de submarinos ( adiamento do início da construção do "Tikuna"; falta de dinheiro orçamentário para a sua construção, que levou 11 anos; cancelamento da construção do irmão "Tapuia"; e falta de perspectiva de novas construções); e
-faltou capacidade de nacionalização de peças para motores, equipamentos e sistemas, prejudicando seriamente a manutenção dos submarinos. Em 28 anos, nacionalizamos, apenas, as baterias, ficando a Marinha refém da importação, da quase totalidade da logística dos demais sobressalentes, materiais e equipamentos, cujos preços são cada vez mais proibitivos sem qualquer explicação para os aumentos abusivos.
Acreditamos que com o projeto francês teremos a oportunidade de recuperar os anos perdidos no campo da logística, ainda mais se
considerarmos que o sucesso de vendas do projeto comercial alemão do submarino IKL 209(Submarinos da classe "Tupi") hoje se debate com o custo elevado de sua manutenção, que depende de longos prazos de entrega de peças de fabricação descontinuada, da disponibilidade, para pronta entrega, de materiais e equipamentos, e dos preços abusivos de fornecimento. Tal situação leva a uma baixa disponibilidade operacional desses submarinos no mundo. Por serem, também, submarinos costeiros, o seu
emprego, em áreas oceânicas ou muito afastado de suas bases, sacrifica o material, em especial, os seus grupos motores-geradores, diante do longo trânsito para as áreas de exercício ou de patrulha. Isto não ocorre no cenário europeu ou semelhante, para o qual foram projetados, por serem as suas áreas de operações muito próximas de suas bases de apoio.
O Chile, um país com grande influência militar germânica, tomou uma decisão drástica e corajosa ao sair da linha alemã para a linha
francesa de submarinos oceânicos da classe "Scorpene", sem o módulo de casco de AIP. A opção chilena, pelo projeto francês, foi
devida ao baixíssimo nível de ruído irradiado (plataforma muito silenciosa), ao maior transporte de armamento, a maior facilidade e
rapidez de recarregamento dos tubos de torpedo e mísseis, e a maior profundidade de operação do submarino.
Ainda que o problema brasileiro seja ligeiramente diferente do chileno, porque o Chile não tem a construção de submarinos, em seu
território, como uma premissa básica, o Brasil tem como objetivo estratégico o domínio completo da tecnologia de projeto e de
construção de submarinos e a manutenção dos mesmos. Não será com a transferência de tecnologia alemã que chegaremos ao nosso objetivo maior. Urge que a Marinha, e porque não dizer o Governo, se decida por uma proposta que atenda o médio e longo prazos, isto é, a construção de submarinos convencionais que visualize o futuro que é o projeto e a construção do submarino de propulsão nuclear. Hoje as parcerias para vencer tal desafio seriam com os chineses, ou russos, ou franceses, já que os americanos e seu aliado inglês, se opõem a tal conquista brasileira.
A decisão que a Marinha espera do Governo, para a construção de submarinos, signifi- cará uma decisão para os próximos 30 anos. Resta
saber se desejamos ficar refém de algum país. Os primeiros 30 anos estão se acabando, sem que tenha havido ganhos positivos, "significativos", para a Marinha e para o Brasil. As "Orientações da Marinha" para a HDW e a ARMARIS, em princípios de 2005, para a apresentação de propostas, para construção, manutenção e fornecimento de equipamentos / torpedos de submarinos, mostram claramente que a montagem de submarinos da classe "Tupi", no AMRJ, não foi suficiente para dominarmos a tecnologia de projeto de submarinos, bem como a construção de certos módulos de casco, como os de proa e de popa. As "orientações" demandavam propostas das empresas, de transferência de tecnologia de projeto e de construção para o CPN, Centro de Projeto de Navios, e o AMRJ, respectivamente; de homologação do AMRJ como construtor do submarino, a ser adquirido; e de fornecimento de equipamentos para o estaleiro construtor do novo submarino, já que um novo projeto exige, dispositivos, ferramentas especiais específicas, não havendo como aproveitar às do projeto da classe "Tupi/Tikuna", mesmo que, para um novo projeto alemão. O ferramental de uso geral, no entanto, poderá ser empregado na construção de qualquer projeto a ser escolhido.
O projeto "Scorpene" é, em outras palavras, um modelo convencional reduzido do novo projeto francês do submarino nuclear "Barracuda". O "Scorpene" traz em seu bojo, muito do desenho de casco do submarino estratégico"Le Trionfant"; inúmeros equipamentos de controle de plataforma, empregados nos submarinos de propulsão nuclear; e sensores no estado atual da arte, integrados ao sistema de combate de última geração, SUBTICS, compatível com o emprego dos torpedos IF 21, "Black Shark", franco-italiano, Mk 48, americano, e SUT, alemão, e com os mísseis submarino-superfície "Exocet", SSM 39.
Fonte: PUBLICADO NA REVISTA DO CLUBE NAVAL
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Em relação a escolha de bons administradores públicos (políticos), a China está de parabéns.
A China é por definição e pelo menos desde há 3.000 anos, a mais corrupta nação à face da terra. Os administradores chineses não são eficiente porque são bem escolhidos, eles são eficientes porque quem protesta na China é despedido, expulso da Zona Economica Especial ou então assassinado pelo Partido Comunista.
Foram os chineses que por causa de gerirem o seu enorme império tiveram necessidade de «inventar» a administração pública e o funcionalismo público.
Só assim seria possível manter um país tão grande.
O reverso da medalha foi que ao inventar o funcionalismo público, os chineses acabaram por inventar a corrupção.
O nível de corrupção da China sempre foi catastrófico. Num sistema comunista centralizado, como é normal em ditadura, a corrupção não pode ser divulgada e só quando a podridão afecta os barões do Partido Comunista é que ela é conhecida.
A China não é exemplo para ninguém. Aliás o país inventor dessa chaga social que é a corrupção do estado, não poderia nunca ser exemplo.
Cumprimentos
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Penso que o Brasil tem toda a legitimidade de investir nas suas forças armadas, bem como construir um submarino nuclear, isto não só significa que quer investir nas suas forças armadas, mas também quer impulsionar a sua industria, penso que Portugal e o Brasil deveriam unir-se na construção não só de equipamento militar mas também noutros sectores como desenvolvimento da insdustria automóvel, naval investigação espacial entre outras.
Portugal com a sua posição estratégica, deveria conjuntamente com o Brasil apostar no âmbito militar na construção de navios de guerra, veículos blindados e aviões de combate. Assim não estavamos constantemente a comprar ao estrangeiro engordando ainda mais e fortalecendo o prestigio de outras nações. Porque não construímos nos?? Conjuntamente com o Brasil teriamos muito mais hipóteses de dar cartas e ter mais respeito na comunidade internacional.
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Tambem sou da mesma opiniao.
Cumprimentos
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em matéria de construção , nós com os NPOs e o Brasil com a corveta "Barroso" não somos própriamente um modelo a seguir, a verdade nua e crua é esta :roll: