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Geopolítica-Geoestratégia-Política de Defesa => Portugal => Tópico iniciado por: papatango em Agosto 16, 2005, 08:51:39 pm
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As manifestações dos militares serão manifestações corporativas e embriões de um Golpe de Estado, ou por outro lado, são apenas manifestações sem qualquer consequência para a estabilidade da democracia?
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Eu votava numa opcao que nao esta' disponivel: É perfeitamente legítimo, são cidadãos como os outros e devem poder manifestar-se, dentro de certos limites. No entanto, em tempos de crise devem dar o exemplo.
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São cidadãos como os outros e isso determinou o meu voto.
O "exemplo": e qual é o exemplo?
Quem serve de exemplo?
De referência?
O 25 de Abril também não foi uma manifestação corporativa um pouco mais organizada?
É preciso não esquecer este FACTO.
Mas elas que venham.
Nós como cidadãos, também temos obrigações e não é por não andarmos fardados que temos desculpa para andar a fazer figuras tristes.
Os militares dão o exemplo,
Os adultos dão o exemplo...
Agora convinha que os cidadãos tivessem o exemplo dos políticos que elegem. A menos que os políticos sejam o exemplo dos eleitores. Se assim for, temos uma "falha de mercado"! :wink:
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Acho legítimo. (Bem, como o NVF, dentro de certos limites. Não acho que os militares em missão no estrangeiro possam fazer greve, por exemplo.
)
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Acho legítimo que se manifestem, e que se organizem em organizações semi-sindicalizadas, ainda para mais, quando esse direito já foi conseguido na PSP e GNR.
Mais ainda numa altura quem que terminou o SMO.
Quanto ao direio à greve, julgo que a cultura social e política do país aconselhará a um periodo de espera mais longo.
Creio ainda que no caso dos militares, essas orgnizações para-sindicais poderiam ter maior eco, que maniferstações de rua, embora tenha dificuldade em aceitar as críticas que do MDN se fizeram sentir a propósito dos militares que se "manifestaram" em S. Bento, por estarem fardados.
Nada na lei impede que militares se desloquem na rua fardados, e não ouvi nessa concentração palavras de ordem ou gritos.
Foi uma reunião informal, na rua.
Nesse episódio em concreto, acho que o actual MDN esteve mal.
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São cidadãos como os outros e isso determinou o meu voto.
O "exemplo": e qual é o exemplo?
Quem serve de exemplo?
De referência?
Por exemplo os militares, nao? Sao ou, nao sao, os militares o garante da defesa da Patria e da Constituicao?
Se os politicos nao sabem dar o exemplo, esperar-se-ia que os militares o fizessem. Mas pelos vistos, sao tudo balelas, quando chega a altura de defender o tacho, sao todos vulgares.
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Se os politicos nao sabem dar o exemplo, esperar-se-ia que os militares o fizessem. Mas pelos vistos, sao tudo balelas, quando chega a altura de defender o tacho, sao todos vulgares.
Aquilo que vejo, leio e ouço vai mais nesse sentido. Não devemos nos iludir por aquilo que nós GOSTARÍAMOS que fossem as FA, nobres cavaleiros impolutos, samurais de botas e boina (já pensei assim, vejam bem). Não são. São portugueses como nós, são calculistas têem que comer e por isso defendem o seu tachinho. São pessoas. Isto é a realidade e não romantismo.
Exemplos...
Os exemplos em sociedade devem vir de cima.
Mas como isso não acontece...
Fracos reis fazem fraca a forte gente.
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« (...) Sao ou, nao sao, os militares o garante da defesa da Patria e da Constituicao?».
NVF
Mas deixe-me então perguntar :
Quando uma "comissão especial da AR" reune expressamente para modificar a Constituição da República no sentido de permitir a adopção de uma outra Constituição, esta última supra-nacional, que Constituição juraram afinal os militares ?
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Eu, pessoalmente, reconheço que os militares são pessoas, e que também têm os seus interesses, e os seus interessezinhos. É um facto. Não poderemos nunca esquecer que os militares são homens e mulheres iguais aos outros.
No entanto, temos que pensar nas razões pelas quais há Forças Armadas, e porque as temos em Portugal. Há regras e essas regras devem ser respeitadas. Em alturas de maior confusão, em que a autoridade do Estado se dissolve, em inumeros micro-poderes, pequenos caudilhos regionais, corporações profissionais, lobbies da industria é legitimo esperar das Forças Armadas um comportamento diferente.
Se os militares se assumem como apenas mais uma corporação, então deixa de haver uma razão objectiva para lhes pagar o salário.
Um militar que vai para a greve ou participa deste tipo de manifestação de cariz corporativo, deixa de ser um militar para passar a ser um mercenário.
O país aceitou ter um exército profissional, mas há obrigações dos militares para com o país que distinguem um militar a quem o país paga para o defender, de um mercenário.
Um militar faz um tipo de juramento que nenhum funcionário público, nenhum juiz, nenhum presidente de câmara, nenhum professor faz. Jura defender o país, mesmo com o sacrificio da própria vida. Se o país é tão importante que pode ser defendido mesmo com o maior dos sacrificios, então é porque o país está - para os militares - acima dos problemas comezinhos da reforma, ou do subsidio disto ou daquilo.
Em alturas de crise - e se há momentos de crise, este é um deles - é de esperar dos militares um comportamento responsável. Não por causa dos eventuais beneficios a que tenham ou não direito, mas por causa dos deveres que têm para com o país que lhes paga e que juraram defender.
Deste tipo de gente (e refiro-me aos protestos de militares golpistas à porta do Primeiro Ministro) espera-se que em situação de conflito, se recusem a cumprir o seu juramento, porque lhes faltou o subsidio de almoço.
Como dizia a minha Avó, "Para quem não quer tenho eu muito".
Cumprimentos
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Não façam dos militares aquilo que não o são!
Se não correm o risco de desilusões e de amargos de boca.
Se um governo eleito declara que quer acabar com os "privilégios" dos militares quer dizer que o "povo" escolheu um caminho.
Depois não se admire que de surpresas que possam surgir.
Pergunto-me se uma nova atitude de encarar os militares e a própria sociedade não poderia ser interessante para renovar a vitalidade desta terrinha decadente. Só vota quem fez serviço militar. Esparta Democrática.
Caso contrário irá sempre existir uns e outros. Os merceeiros e os mercenários.
As forças armadas devem ser o Povo. Só assim é possível responsabilizar e unir uma nação, imunizando-a de "clubismos" parolos.
Pelo menos não vejo outra maneira...
Esparta. Roma Republicana.
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Oh Luso, nao me digas que andaste a ler o livro do Starship Troopers, ou tera' sido o filme?
100% de acordo PT.
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Vi o filme que apenas ilustra um bocadinho do que comecei a conjecturar a partir dos primeiros sinais de "mercenarismo" que constatei.
O livro pode-se "dauneloudar" em pdf através do emule mas ainda não o li.
O que não quero é exigir aos outros aquilo que não têem nem atribuir-lhes características de sonho ou românticas. Isso é receita para o desastre e muitas desilusões.
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Não há UMA aquitectura democrática, existem várias. Não há UM regime democrático. Existem vários.
Os militares devem jurar a defesa da Pátria. Não têm nada que jurar uma Constituição, nem que fosse para evitar transformá-los numa espécie de «guarda pretoriana» de uma solução esgotada.
A neutralidade militar devia estar protegida e garantida por uma Constituição que previsse, por cada 25 ou 30 anos passados, uma nova Constituinte, o autêntico arejamento da coisa pública, e por um Chefe de Estado cuja origem e legitimidade fosse assimétrica das dialécticas político-partidárias, dos interesses corporativos e dos grandes grupos económicos e financeiros que os partidos políticos veiculam nas legislativas, logo ali escrutinando o primeiro-ministro, e depois até ao topo do Estado, nas presidenciais.
Isto ainda não é transparente na análise da arquitectura democrática em vigor ?
Como é que Mário Soares, Cavaco Silva ou Manuel Alegre são «candidaturas supra-partidárias» ? Como, onde, de que maneira ? Que metafísica é esta ? E como é que uma vez eleitos são o «presidente de todos os portugueses» se a própria eleição implica a exclusão política de pelo menos metade do eleitorado, eleitorado esse, veja-se bem, que nem sequer esgota a própria Nação ?
E o trombone :
Como é possível que desde o 25 de Abril só a mesma área política tenha sido eleita para a Chefia do Estado ? Afinal a «alternância democrática» esgota-se no executivo ? A crise ... pois.
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Se formos a ver não é de todo ilógico que se tenha vindo a acabar com as forças armadas, já que estas demonstraram ser uma potencial ameaça a um regime político moribundo. Desta feita os nossos políticos andam a amansar o terreno
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Também vejo as coisas assim, Komet...
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Está proíbida a manifestação das forças armadas.... será isto o começo do fim?
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O Estado tá a brincar com o fogo ;)) fazia o mesmo. Greve é a única maneira de eles mostrarem pacíficamente o seu descontentamento
NBR Out!
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Ais de espadas
Claro que já não se fala em "quarteladas", com a Guarda rebelada na Rotunda, a Marinha a ocupar o Terreiro do Paço, e o Exército a bombardear lealistas ou anarquistas em Monsanto. Mas o mal-estar entre forças armadas e de segurança atingiu os limites, e o repasto entre o comandante supremo, os responsáveis do Governo e os chefes dos ramos, fez muito sentido. Não vale a pena fingir que não se passa nada.
Ninguém quererá, em bom juízo ou de forma honesta, regressar aos tempos em que os militares vigiavam a República, através do Conselho da Revolução, e alegremente presidiam à falência de empresas e à fuga de pé descalço da África em guerra (depois entregue aos apetites neocoloniais e à desordem).
Ninguém contesta, igualmente, a integração ("subordinação" pode ter água no bico, e ofensa) das Forças Armadas numa estrutura de comando legitimada por direcções políticas, oriundas de processos de escolha governante, eleitorais ou por nomeação.
Por outro lado, as forças armadas, como outras áreas do serviço público, precisam de reformas profundas, de contenção de custos e de transformação da gordura burocrática em operações todos os ramos e armas têm, aliás, feito os (im)possíveis para se adaptar aos novos tempos.
Deve ainda dizer-se que, durante muito tempo, activistas militares mobilizaram-se mais por discussões de vírgulas de carreira e tostões de remuneração, do que por protesto face à escassez de meios, excesso de funções, indefinição de missões e confusão táctica e estratégica.
Deve ainda dizer-se que, durante muito tempo, esses activistas mexeram-se mais em função do momento remuneratório (o que pode até ser compreensível e humano), do que por causa da lenta destruição das próprias instituições, e da sua razão de ser.
Neste momento, porém, todos reconhecem que os contestatários da situação económico-estatutária se unem aos cépticos quanto aos rumos da defesa nacional e da "condição militar". As linhas de ruptura convergem.
Tudo isto se dá numa altura de reboliço e indefinição nas polícias e na GNR, nos serviços de segurança e informações, criando-se a sensação geral de que os problemas da "defesa nacional" alargada (da guerra reactiva à prevenção de catástrofes, da defesa do ecossistema à luta antiterrorista) ocupam pouco espaço nas preocupações governantes, e que a protecção comunitária não é uma prioridade, por se entender que não se devem criar fantasmas, e que não se podem inventar riscos.
Mas a verdade é que não só há ameaças reais sobre a comunidade nacional, que lhe minam a fibra, a economia e a cultura, como não desapareceram as missões "musculadas" das forças armadas.
Num caso de catástrofe ribeirinha, que meios anfíbios - para além dos possuídos pela engenharia do Exército e Fuzileiros - estariam disponíveis para resgatar populações? Num caso de ocupação de partes do território por bandos organizados, altamente armados, que forças de dissuasão rápida existiriam, para além dos POE da GNR, e das unidades da BAI, BLI e BMI?
Nem sequer focamos os "compromissos internacionais assumidos pelo Estado português", ou o catecismo das missões de apoio à paz, do Iraque à Bósnia, passando pelo desconhecido Afeganistão.
E não querendo forçar o tom, ou o drama, não focamos ainda a nova directiva de defesa nacional em Espanha, ou o facto de se verificar, na União Europeia, um retorno a políticas securitárias "soberanas".
Nem pretendemos abordar o problema do fornecimento de informações económicas às empresas nacionais, por parte dos serviços de inteligência (a exemplo do que acontece em países civilizados e laicos, como a França ou a Alemanha), que lhes permitam sobreviver num mar onde a igualdade de oportunidades é, infelizmente, uma falsidade.
Por fim, não queremos pensar em cenários extremos, do tipo Nova Orleães, ou Londres, depois da trovoada terrorista doméstica.
Entre a rocha e o mar, a quem recorreria o Estado em perigo?
E se o protector estivesse de folga, ou sem folgas?
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Clap Clap Clap
Ja agora que grupos podiam tomar conta de parcelas do territorio?
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contando que algumas unidades poderiam ficar fieis ao governo e dificil prever mas assumindo que todos agiriam de forma organizada suponho que os OE´s, DAE, COE e RESCOM poderiam ocupar-se de tomar de assalto o Palacio de Belem, S. Bento, A. Republica, 2 Vasco da Gama ficariam a prestar a apoio junto de Lisboa a 3ª seguiria com um submarino para o Porto. Fuzileiros e comandos tratariam de guardar a capital e BAI ocuparse-ia do Porto a BMI estaria de prevençao na margem norte do tejo não fossem os espanhois tentar aproveitar-se da situação, tal como a força aerea que deslocaria F-16 para Lx, (montijo?) ficando outra parte em monte-real as restantes unidades seriam tambem usadas para asegurar a segurança em lisboa porto e onde fossem necessárias mantendo sempre 1 organizaçao flexivel de forma a serem usadas onde necessário.