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Outras Temáticas de Defesa => Área Livre-Outras Temáticas de Defesa => Tópico iniciado por: soultrain em Agosto 12, 2005, 12:41:07 am

Título: A indústria dos incêndios
Enviado por: soultrain em Agosto 12, 2005, 12:41:07 am
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A indústria dos incêndios


A evidência salta aos olhos: o país está a arder porque alguém quer que ele arda. Ou melhor, porque muita gente quer que ele arda. Há uma verdadeira indústria dos incêndios em Portugal. Há muita gente a beneficiar, directa ou indirectamente, da terra queimada.

José Gomes Ferreira
Sub-director de Informação SIC



Oficialmente, continua a correr a versão de que não há motivações económicas para a maioria dos incêndios. Oficialmente continua a ser dito que as ocorrências se devem a negligência ou ao simples prazer de ver o fogo. A maioria dos incendiários seriam pessoas mentalmente diminuídas.

Mas a tragédia não acontece por acaso. Vejamos:

1 - Porque é que o combate aéreo aos incêndios em Portugal é TOTALMENTE concessionado a empresas privadas, ao contrário do que acontece noutros países europeus da orla mediterrânica?

Porque é que os testemunhos populares sobre o início de incêndios em várias frentes imediatamente após a passagem de aeronaves continuam sem investigação após tantos anos de ocorrências?

Porque é que o Estado tem 700 milhões de euros para comprar dois submarinos e não tem metade dessa verba para comprar uma dúzia de aviões Cannadair?

Porque é que há pilotos da Força Aérea formados para combater incêndios e que passam o Verão desocupados nos quartéis?

Porque é que as Forças Armadas encomendaram novos helicópteros sem estarem adaptados ao combate a incêndios? Pode o país dar-se a esse luxo?


2 - A maior parte da madeira usada pelas celuloses para produzir pasta de papel pode ser utilizada após a passagem do fogo sem grandes perdas de qualidade. No entanto, os madeireiros pagam um terço do valor aos produtores florestais. Quem ganha com o negócio? Há poucas semanas foi detido mais um madeireiro intermediário na Zona Centro, por suspeita de fogo posto. Estranhamente, as autoridades continuam a dizer que não há motivações económicas nos incêndios...

3 - Se as autoridades não conhecem casos, muitos jornalistas deste país, sobretudo os que se especializaram na área do ambiente, podem indicar terrenos onde se registaram incêndios há poucos anos e que já estão urbanizados ou em vias de o ser, contra o que diz a lei.
4 - À redacção da SIC e de outros órgãos de informação chegaram cartas e telefonemas anónimos do seguinte teor: "enquanto houver reservas de caça associativa e turística em Portugal, o país vai continuar a arder". Uma clara vingança de quem não quer pagar para caçar nestes espaços e pretende o regresso ao regime livre.

5 - Infelizmente, no Norte e Centro do país ainda continua a haver incêndios provocados para que nas primeiras chuvas os rebentos da vegetação sejam mais tenros e atractivos para os rebanhos. Os comandantes de bombeiros destas zonas conhecem bem esta realidade.

Há cerca de um ano e meio, o então ministro da Agricultura quis fazer um acordo com as direcções das três televisões generalistas em Portugal, no sentido de ser evitada a transmissão de muitas imagens de incêndios durante o Verão. O argumento era que, quanto mais fogo viam no ecrã, mais os incendiários se sentiam motivados a praticar o crime...

Participei nessa reunião. Claro que o acordo não foi aceite, mas pessoalmente senti-me indignado. Como era possível que houvesse tantos cidadãos deste país a perder o rendimento da floresta - e até as habitações - e o poder político estivesse preocupado apenas com um aspecto perfeitamente marginal?

Estranhamente, voltamos a ser confrontados com sugestões de responsáveis da administração pública no sentido de se evitar a exibição de imagens de todos os incêndios que assolam o país.

Há uma indústria dos incêndios em Portugal, cujos agentes não obedecem a uma organização comum mas têm o mesmo objectivo - destruir floresta porque beneficiam com este tipo de crime.

Estranhamente, o Estado não faz o que poderia e deveria fazer:

1 - Assumir directamente o combate aéreo aos incêndios o mais rapidamente possível. Comprar os meios, suspendendo, se necessário, outros contratos de aquisição de equipamento militar.

2 - Distribuir as forças militares pela floresta, durante todo o Verão, em acções de vigilância permanente. (Pelo contrário, o que tem acontecido são acções pontuais de vigilância e combate às chamas).

3 - Alterar a moldura penal dos crimes de fogo posto, agravando substancialmente as penas, e investigar e punir efectivamente os infractores

4 - Proibir rigorosamente todas as construções em zona ardida durante os anos previstos na lei.

5 - Incentivar a limpeza de matas, promovendo o valor dos resíduos, mato e lenha, criando centrais térmicas adaptadas ao uso deste tipo de combustível.

6 - E, é claro, continuar a apoiar as corporações de bombeiros por todos os meios.

Com uma noção clara das causas da tragédia e com medidas simples mas eficazes, será possível acreditar que dentro de 20 anos a paisagem portuguesa ainda não será igual à do Norte de África. Se tudo continuar como está, as semelhanças físicas com Marrocos serão inevitáveis a breve prazo.

José Gomes Ferreira



Nao sei se este artigo chegou a ser publicado mas este senhor jornalista tem tomates, o que nao se pode dizer de muitos. Estragou tudo quando começou a falar das FA e especialmente dos helis :roll:

Comentários...

cump.
Título:
Enviado por: komet em Agosto 15, 2005, 03:12:12 pm
Um mail interessante que recebi:

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Os incêndios do regime
Paulo Varela Gomes
O território português que está a arder - que arde há vários anos - não é
um território abstracto, caído do céu aos trambolhões: é o território
criado pelo regime democrático instalado em Portugal desde as eleições de
1976 (a III República Portuguesa). Está a arder por causa daquilo que o
regime fez, por culpa dos responsáveis do regime e dos eleitores que
votaram neles.
Ardem, em Portugal, dois tipos de território: em primeiro lugar, a floresta
de madeireiro, as grandes manchas arborizadas a pinheiro e eucalipto. A
floresta arde porque as temperaturas não param de subir e porque, como toda
a gente sabe, está suja e mal ordenada. Não foi sempre assim: este tipo de
floresta começou a crescer nos últimos 50 anos, com a destruição
progressiva da agricultura tradicional, ou seja, com a expropriação dos
pequenos agricultores, obrigados em primeiro lugar a recorrer à floresta
pela ruína da agricultura, para, depois, perderem tudo com os incêndios e
desaparecerem do mapa social do país. Também isso está na matriz da III
República: ela existe para "modernizar" o país, o que também quer dizer
acabar com as camadas sociais de antigamente, nomeadamente os pequenos
agricultores. Em 2005, os distritos de Portalegre, Castelo Branco e Faro
ardem menos que os outros e não admira: já ardeu aí muita da grande mancha
florestal que podia arder, já centenas de agricultores e silvicultores das
serras do Caldeirão ou de S. Mamede perderam tudo o que podiam perder.
O segundo tipo de território que está a arder, em particular neste ano de
2005, é o território das matas periurbanas, características dos distritos
mais feios e mais destruídos do país: os do litoral Centro e Norte. Os
citadinos podem ver esse território nas imagens da televisão, a arder por
detrás dos bombeiros exaustos e das mulheres desesperadas que gritam
"valha-me Nossa Senhora!": é o território das casas espalhadas por todas as
encostas e vales, uma aqui, outra acolá, encostadas umas às outras, sem
espaço para passar um autotanque, separadas por caminhos serpenteantes, que
ficaram em parte por alcatroar - é o território das oficinecas no meio de
matos de restolho sujo de óleo, montanhas de papel amarelecido ao sol,
garrafas de plástico rebentadas. É o território dos armazéns mais ou menos
ilegais, cheios de materiais de obra, roupas, mobiliário, coisas de
pirotecnia, encostados a casas ou escondidos nos eucaliptais, o território
dos parques de sucata entre pinheiros, rodeados de charcos de óleo, poças
de gasolina, garrafas de gás, o território dos lugares que nem aldeias são,
debruados a lixeiras, paletes de madeira a apodrecer, bermas atafulhadas de
papel velho, embalagens, ervas secas. É o território que os citadinos,
leitores de jornais, jornalistas, ministros, nunca vêem porque só andam nas
auto-estradas, o território, onde, à beira de cada estradeca, no sopé de
casa encosta, convenientemente escondido dos olhares pelas silvas e os
tufos espessos de arbustos, há milhares - literalmente milhares - de
lixeiras clandestinas, mobília velha, garrafas de plástico, madeiras de
obras (é verdade, embora poucos o saibam: o campo, em Portugal, é muito
mais sujo que as cidades).
Este território foi criado, inteiramente criado, pela III República. Nasceu
da conjugação entre um meio-enriquecimento das pessoas, que, 30 anos depois
do 25 de Abril, não chega para lhes permitir uma verdadeira mudança de
vida, e o colapso da autoridade do Estado central e local, este regime de
desrespeito completo pela lei, que começa nos ministros e acaba no último
dos cidadãos. É o território do incumprimento dos planos, das portarias e
regulamentos camarários, o território da pequena e média corrupção, esse
sangue, alma, nervo da III República.
É evidente que a tragédia dos campos e das periferias urbanas portuguesas
se deve também ao aumento das temperaturas. Para isso, o regime tão-pouco
oferece perspectivas. De facto, seria necessário mudar de vida para
enfrentar o que aí vem, a alteração climatérica de que começamos a
experimentar apenas os primeiros efeitos: por exemplo, seria necessário
reordenar a paisagem, recorrendo à expropriação de casas, oficinas,
armazéns, sucatas. Seria necessário proibir a plantação de eucaliptos e
pinheiros. Na cidade, pensando sobretudo nas questões relativas ao consumo
de energia, seria necessário pensar na mudança de horários de trabalho,
fechando empresas, lojas e escolas entre o meio-dia e as cinco da tarde de
Junho a Setembro, mantendo-as abertas até às oito ou nove da noite, de modo
a poupar os ares condicionados - cuja factura vai subir em flecha.
Modificar os regulamentos da construção civil, de modo a impor pés-direitos
mais altos, menos janelas a poente, sistemas de arrefecimento não
eléctricos.
Para alterações deste calibre - que são alterações quase de civilização -,
seria preciso um regime muito diferente deste, um regime de dirigentes
capazes de dizer a verdade, de mobilizar os cidadãos, de manter as mãos
limpas.
Vivo no campo ou perto do campo, na região centro, há já alguns anos. Há
três Verões que me sento a trabalhar, enquanto a cinza cai de mansinho no
meu teclado, em cima dos meus livros, no chão que piso.
Não tenho culpa do que é hoje este país e o regime que o representa:
militei e votei sempre em partidos que apregoavam querer outro tipo de
regime e deixei de militar e de votar quando vi esses partidos tornarem-se
tão legitimistas como os outros.
Espero um rebate de consciência política por parte destes políticos, ou o
aparecimento de outros. Faço como muitos portugueses: espero por D.
Sebastião, desempenho a minha profissão o melhor que posso, e penso em
emigrar.
Historiador (Podentes, concelho de Penela)
(do Público, 11-08-05)
Título:
Enviado por: fgomes em Agosto 15, 2005, 04:02:33 pm
O problema dos incêndios, é de regime. Neste regime é impossível proceder às reformas necessárias para resolver este problema, portanto vamos continuar a arder...
Título:
Enviado por: Luso em Agosto 15, 2005, 05:01:57 pm
Bem dito e lembrado, fgomes.
Isto já deu o que tinha a dar.
Título:
Enviado por: NBSVieiraPT em Agosto 16, 2005, 04:09:10 pm
*clap* *clap*

Parabéns a esse digno senhor José Gomes Ferreira por ter os "tomates" que ninguém nesta terra de cegos (pior cego é aquele que não quer ver) teve até agora.

Isto era o que se devia fazer aos incendiários-->  :Esmagar:

fgomes... toda a razão. No regime actualmente vigente no nosso território estas reformas nunca serão tomadas, porque, mais importante é o défice e limpar o cuzinho aos americanos. Quando a nossa população vai sofrendo estes dramas e outros, totalmente abandonada pelo "poder" e que pode apenas contar com a sua força de vontade e garra.

Mas pronto...

NBR Out!
Título:
Enviado por: J.Ricardo em Agosto 23, 2005, 05:40:01 pm
Amigos, chega a ser assustador as imagens que chegam a nós, dos incendios que assolam seu país, que medidas a população (voluntariamente) vem tomando para sanar esse problema.
Título:
Enviado por: Normando em Agosto 23, 2005, 10:42:59 pm
Ainda agora vi na Sic-Notícias que três bombeiros profissionais franceses meteram dez dias de licença, compraram bilhetes de avião e vieram para Portugal porque sentem que podem ajudar os colegas lusos (que não têm mãos a medir). Dizem eles que se conseguirem salvar uma casa já terá valido a pena porque uma casa quase sempre representa uma vida de trabalho de alguém. E quanto à possibilidade de o SNBPC poder não admitir a presença de bombeiros estrangeiros nos teatros de operações, diz um dos Sapeurs-Pompiers: "nem que tenhamos de ir de autocarro para a frente de fogo". Quem fala assim não é gago... Seja bem vindo quem vier por bem.

 :bombeiro:  :bombeiro:
Título:
Enviado por: Luso em Agosto 23, 2005, 11:45:15 pm
Como agradecer?
Como retribuir?
Há que pensar nisso, se somos honrados.
Título:
Enviado por: typhonman em Agosto 23, 2005, 11:54:10 pm
Ate nisto existe burocracia :roll:
Título:
Enviado por: emarques em Agosto 24, 2005, 12:03:22 am
É de agradecer, mas... Acho que isto requer uma certa coordenação, não? Suponho que eles saberão perfeitamente ajudar sem se meterem no caminho dos bombeiros portugueses, claro, mas ainda assim, espero que se consiga que fiquem inseridos em equipas portuguesas para saberem qual é a estratégia para que é suposto que contribuam.
Título:
Enviado por: Luso em Agosto 24, 2005, 01:20:18 am
Oh emarques, é de agradecer.
Claro que sim, caramba.
Acha que eles se iam meter aí num sítio qualquer com umas cervejas e a mangueira deles?
- Come on!
Título:
Enviado por: Raul Neto em Agosto 24, 2005, 03:25:37 am
Título:
Enviado por: P44 em Agosto 24, 2005, 10:12:56 am
Citação de: "Normando"
Ainda agora vi na Sic-Notícias que três bombeiros profissionais franceses meteram dez dias de licença, compraram bilhetes de avião e vieram para Portugal porque sentem que podem ajudar os colegas lusos (que não têm mãos a medir). Dizem eles que se conseguirem salvar uma casa já terá valido a pena porque uma casa quase sempre representa uma vida de trabalho de alguém. E quanto à possibilidade de o SNBPC poder não admitir a presença de bombeiros estrangeiros nos teatros de operações, diz um dos Sapeurs-Pompiers: "nem que tenhamos de ir de autocarro para a frente de fogo". Quem fala assim não é gago... Seja bem vindo quem vier por bem.

 :bombeiro:  :bombeiro:


Seungo percebi, até a esses bravos Soldados da Paz a PROTECÇÃO CIVIL estava a criar entraves, com "estórias" acerca de seguros e conversa da Treta :!:

Mas também me pergunto, desculpem não estar a par dos factos...

Os PUMA não iam ser colocados ao serviço dos Bombeiros  :?:

(desde já agradecia se me pudessem exclarecer...)

E claro que ás empresas privadas que dispobilizam os Meios de Combate aos Incêndios, qtos mais houver...MELHOR, certo????

VERGONHA!!!!!

Se calhar era melhor convidar os U2 a virem apagar uns incêndios, podia ser que assim o PR e o (des)Governo se mexessem....
Título:
Enviado por: P44 em Agosto 24, 2005, 10:17:45 am
Citação de: "emarques"
É de agradecer, mas... Acho que isto requer uma certa coordenação, não? Suponho que eles saberão perfeitamente ajudar sem se meterem no caminho dos bombeiros portugueses, claro, mas ainda assim, espero que se consiga que fiquem inseridos em equipas portuguesas para saberem qual é a estratégia para que é suposto que contribuam.


Para informação, eles são Bombeiro PROFISSIONAIS em França, não são "voluntários", que por muita boa vontade que tenham, muitas vezes são simples estudante que não desprezando a sua vontade de ajudar, não têm qq tipo de experiência no combate a incêndios...

Eu fiz um Curso Avançado de combate a incêndios do Grp 2 de Escolas da Armada e aquilo não são "2 cantigas"
Título:
Enviado por: emarques em Agosto 24, 2005, 12:19:52 pm
E por serem profissionais devem saber que o esforço coordenado dá melhor resultado e tem menos possibilidades de ser contra-producente. Era só isso que eu queria dizer.

Citar
Os PUMA não iam ser colocados ao serviço dos Bombeiros

Se bem me lembro, ainda não era este ano, porque não há EH-101 que cheguem para os sustituir, ou porque os EH-101 ainda não estão completamente ao serviço, ou qualquer coisa assim.
Título:
Enviado por: Raul Neto em Agosto 24, 2005, 07:32:19 pm
Título:
Enviado por: TOMKAT em Agosto 25, 2005, 01:45:06 am
Há muitas pontas soltas neste novelo/a que são os incêndios em Portugal.

- A maioria dos presumíveis incendiários capturados no ano passado ainda
  aguarda julgamento,... em liberdade.

- Já foram identificados este ano cerca de 200 presumíveis incendiários,
  desde jovens a idosos, homens e mullheres, residentes e até jovens
  emigrantes em férias.

Independentemente de todas as outras causas para a origem dos incêndios, a mão criminosa continua a ser o factor principal para este flegelo. Cerca de 30% dos incêndios ocorridos até agora começaram durante o período da noite.

O mesmo "Estado" tão célere a agravar as penalizações aos automibilistas
devido à sinistralidade rodoviária, continua a ter mão branda para os
incêndiários com penas demasido leves.

E há um aspecto de toda esta tragédia que ninguém refere:
  O Estado sentir-se-á ressarcido ao pôr um incendiário na cadeia.
  E os proprietários lesados. Quem os vai indeminizar pelos prejuízos
  causados?
  O Estado???
Porque não obrigar os incendiários a indeminizar as pessoas lesadas pelos seus actos, mesmo com quantias simbólicas dada a enormidade dos estragos, mas obrigá-los a pagar os estragos nem que seja para o resto da vida, faria qualquer candidato a incendiário pensar duas vezes.

Finalmente esta "industria dos incêndios" não estará a matar um sector importantissimo para a nossa economia que é o turismo.
Pergunto aos membros do forum quantos de vocês iria de férias para um
país que estivesse, literalmente, a arder?

Já ouvi falar que isto é uma forma de terrorismo que está a assolar o nosso país.
Concordo absolutamente.
Aos incendiários tratem-nos como terroristas!!!!!!
Título:
Enviado por: TOMKAT em Agosto 25, 2005, 02:14:48 am
A tragédia dos incêndios vista do espaço

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg389.imageshack.us%2Fimg389%2F4696%2Fportugalfires21aug2005l7gi.jpg&hash=9b5857376a204a060a96b80f42d97092)

  :cry:
Título: Fogos
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 25, 2005, 12:20:46 pm
Só hoje é que vi que o 3ª Bipara em treino para os Balcãs em Abrantes apanharam um carro com um suspeito de ser incendiário. Foi depois entregue à GNR.
É pena que já não se faça como antigamente quando se apanhava um suspeito de "terrorismo": "ai o menino tá com vontade de queimar a floresta, FOGO..."
Treinava-se a pontaria e descarregava-se umas quantas dezenas de tiros das Galils e MG-3  :twisted:
Título:
Enviado por: Luso em Agosto 25, 2005, 01:56:31 pm
Essa das condenações dos incendiários fez-me lembrar um episódio em que um vigilante florestal detector um tipo a fzer uma lixeira. Registou a ocorreência e levou prevaricador a tribunal.
O juíz perguntou:

"- Quais são as suas razões pessoais contra o arguído?"

E o poluidor foi-se embora.

No que diz respeito aos incendiários em liberdade, pergunto-me se não será para nada dizerem sobre os seus patrões...
Título:
Enviado por: emarques em Agosto 25, 2005, 03:13:26 pm
Gosto mais da história do homem que se recusava a limpar a mata, porque dizia que as silvas que nasciam por todo o lado não eram mato, era "uma plantação de amoras".

Mostra bem a mania da chico-espertice que depois dá para o torto.
Título: Re: Fogos
Enviado por: USB80 em Agosto 26, 2005, 02:50:13 pm
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Só hoje é que vi que o 3ª Bipara em treino para os Balcãs em Abrantes apanharam um carro com um suspeito de ser incendiário. Foi depois entregue à GNR.
É pena que já não se faça como antigamente quando se apanhava um suspeito de "terrorismo": "ai o menino tá com vontade de queimar a floresta, FOGO..."
Treinava-se a pontaria e descarregava-se umas quantas dezenas de tiros das Galils e MG-3  :G-bigun:  Completamente de acordo, acho que não fazia mal de vez em quando mostrar que o povo não é tão morno e irresponsável como os que tem a obrigação de fazer justiça. Admira-me como é que com tanta alegada gente a por fogo este ano, ainda não ocorreu um caso de ajuste de contas de populares com esta escumalha. Somos assim tao faltos de sangue nas guelras? Se apanhasse alguém a fazer isso podem ter a certeza que não ficava só com uma denuncia...
Título:
Enviado por: papatango em Agosto 26, 2005, 03:33:45 pm
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acho que não fazia mal de vez em quando mostrar que o povo não é tão morno e irresponsável como os que tem a obrigação de fazer justiça

O problema é que muitas vezes, eu diria mesmo DEMASIADAS VEZES, o povo tem sido irresponsável.

Vendo televisão, eu nunca consegui ver um popular, nem um bombeiro a dizer que um fogo foi acidental. Praticamente em todos os casos toda a gente, repito TODA A GENTE afirma quase sob compromisso de honra, que este ou aquele incêndio teve que ter mão criminosa. É impossível que não seja fogo posto, dizem TODOS.

Há gente - e chegaram casos ao meu conhecimento - que já ateou fogos para queimar lixo, ou para tentar fazer um fogo controlado e que depois perde o controlo do fogo. Há inumeros casos do mais absoluto desleixo e incuria que originam incêndios. Mas a verdade é que não havia intenção de atear fogos.

Quando se faz uma análise fria, ou tão fria quanto é possível, os numeros vêm ao-de-cima. 80% Oitenta por cento ou quatro em cada cinco incendios deste ano NÃO TÊM ORIGEM CRIMINOSA.

Eu diria que em quase todos estes 80% haverá certamente gente disposta a jurar (embora sem qualquer razão lógica e apenas movidos pelo desespero) que houve mão criminosa.

Áqueles que querem fazer justiça pela propria mão eu apenas recomendo calma.

Há 80% de probabilidades de a vossa "vitima" ser apenas um inocente, queimado pela turba de desleixados que, incapazes de entender que são eles os principais responsáveis pela catástrofe, INVENTAM INCENDIÁRIOS, para desculpar o seu desleixo e a sua ganância.

Aqui sim, estamos perante um caso de incapacidade de olhar para o umbigo.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: NVF em Agosto 26, 2005, 05:03:25 pm
Excelentes comentarios PT! As pessoas, no meio do desespero, tendem a ser irracionais. :Palmas:
Título:
Enviado por: Luso em Agosto 27, 2005, 11:55:37 am
Permitam-me que discorde.

1 - Tendo bastante experiência de campo digo que não é própriamente fácil fazer uma fogueira, mesmo em condições optimizadas - leia-se combustível, comburente e fonte de ignição. O argumento das sardinhadas deixam algo a desejar;

2 - Foguetes das festas: extraordinário exemplo de estupidez e de atraso cultural do nosso povo. Enquanto o país arde lançam-se foguetes. Com autorização dos Bombeiros, Câmara e GNR;

3 - Vivo rodeado por floresta de "clipes" e pinheiros. Suja e abandonada. Andar no meio destes espaços é uma tortura e é tudo menos prazenteiro. As silvas e sobretudo o tojo dissuadem qualquer actividade lúdica a não ser a mais desesperada mas aí o fogo é outro;

4 - Não compreendo porque é que muitos incêndios ocorrem à noite em dias limpos, em zonas com estrada ou caminhos transitáveis. Eu já vi alguém numa motorizada a atirar uma garrafa de plástico com algum tipo de combustível: acende e atira para onde der mais jeito ou onde o lançamento permite mais alcance, ou seja, se a estrada atravessar uma encosta, o nosso amigo atira a tal garrafa ou coisa que o valha para a encosta de baixo;

5 - Correm boatos que determinada zona será para arder. E que haverá até folhetos que o dizem. Mas confesso que não os vi;

6 - Já vi uma pasta de arquivo com correspondência dirigida à PJ de documentos enviados com aviso de recepção a documentar casos de fogo posto e outras coisas que tal, indiciando motivos políticos;

7 - Suspeito - mas não garanto - que poderá haver alguma coincidência entre alguns incêndios e futuras obras públicas. Conhecendo certos projectos, estranho porque é que alguns incêndios tendem a coincidir com o traçado de determinadas vias. Será para facilitar levantamentos topográficos? Mas isto é apenas uma suspeita.

Não me acredito nesses 20%. Aliás, o que é que o Muinistério Público faz aos incendiários?
E serão todos maluquinhos?
E as pessoas que vêem cair chamas dos aviões?
Serão ovnis?
Nunca se detectou nada?
Nunca se descobre quem é?

Querem transferir a culpa para as populações e para a sua incúria e não para organizações ou agentes criminosos que serão aparentemente inimputáveis.  

Agora essa do vidro quebrado a servir de lente é para rir.

E já agora, mesmo que sejam 20% dos fogos resultado de acção criminosa: alguém já fez as contas à área ardida em resultado dessas acções?

É que se de 1000 incêndios que consomem 10000ha, 200 são de origem crimininosa mas consomem 90000ha então a coisa tem outra leitura...
Título:
Enviado por: Luso em Agosto 27, 2005, 12:07:17 pm
Outra coisa:

A lei que regulamenta a gestão da floresta é estúpida e irrelevante. Foi certamente feita por gente de gabinete das grandes cidades, sem grande experiência e que desconhecem a realidade "suja" do território. Sabem, aqueles pormenores "chatos" com números que aborrecem quem prefere declarar boas intenções e aplicar adjectivos e "bons princípios"...

Seria bom que as leis que afectam o campo, agricultura, ambiente e floresta fossem feitos por técnicos que conhecem a realidade e a vive todos os dias e não técnicozinhos da cidade que só vão ao campo nas férias e certamente para aldeamentos turísticos.

"Those god damn city slickers!"
Título:
Enviado por: TOMKAT em Agosto 29, 2005, 01:56:04 pm
Citação de: "Luso"
Não me acredito nesses 20%. Aliás, o que é que o Muinistério Público faz aos incendiários?
...


Também não acredito Luso.
Quanto ás penas para os incendiários, num caso que conheço, já passado à alguns anos acrescento, um incendiário apanhado em flagrante, um pobre diabo alcoólico, denunciou o mandante, um madeireiro natural e com uma industria de madeiras na minha freguesia.
Ao incendiário foi-lhe aplicada uma pena de 2 anos de cadeia, ao mandante, dado louco, retiraram-lhe a carta de condução... e continuou a fazer a sua vidinha de sempre sem problemas de maior.
Título:
Enviado por: TOMKAT em Agosto 30, 2005, 01:46:54 pm
Ontem na RTP1 no Prós e Contras debate sobre os incêndios em Portugal.
Elucidativas as intervenções do historiador e professor universitário
Paulo Varela Gomes.
Sem "papas na lingua" disse aquilo que a maioria dos portugueses pensam e não têm coragem para dizer.
Vaticinou o fim deste regime político, deste tipo de democracia.
Bem hajam pessoas assim.
Título:
Enviado por: manuel liste em Agosto 30, 2005, 02:07:30 pm
Los incendios también son un problema en España. Recientemente murieron todos los miembros menos uno de una cuadrilla, cerca de Madrid, abrasados por las llamas de un fuego iniciado por una imprudencia. Como consecuencia de ello, el gobierno español prohibió toda clase de fuego durante el verano fuera de las zonas urbanas, incluyendo merenderos y otras áreas de esparcimiento.

Galicia también se vió azotada por una ola de incendios en agosto. El gobierno regional prohibió hace unos días arrojar cohetes de feria (foguetes) hasta el 30 de septiembre.

Son medidas poco eficaces, pero tienen un valor sicológico.

Dos preguntas:

¿Qué es un "clipe"? Sé lo que son "pinheiros", "tojos" y "silvas" muito bem  :wink:
¿Por qué unos incendios iban a acabar con el régimen político portugués? Es que no lo entiendo.
Título:
Enviado por: manuel liste em Agosto 30, 2005, 04:47:18 pm
Pensando en posibles soluciones al problema de los incendios, yo creo que daría buenos frutos una racionalización de los terrenos dedicados a plantaciones madereras. Por ejemplo:

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.lavozdegalicia.es%2Fgraficos%2F2005%2F08%2F12%2F145634.jpg&hash=049b3bb268904082f51e9731ba532bbd)

La Voz de Galicia (http://http)

Por supuesto, unas plantaciones así no saldrían gratis, pero darían más valor a los campos abandonados y crearían empleos rurales.

Tampoco debería despreciarse la promoción de la ganadería de montaña. Los rumiantes son unas bestias muy eficaces, cuando de limpiar terrenos se trata. ¿Para qué pagar a una persona por hacer un trabajo que una oveja hace igual o mejor? :shock: )
Título:
Enviado por: TOMKAT em Agosto 31, 2005, 09:25:12 pm
Citação de: "manuel liste"
Dos preguntas:

¿Qué es un "clipe"? Sé lo que son "pinheiros", "tojos" y "silvas" muito bem  :(
Título:
Enviado por: emarques em Setembro 01, 2005, 03:19:07 am
Citação de: "manuel liste"
¿Qué es un "clipe"? Sé lo que son "pinheiros", "tojos" y "silvas" muito bem  ;)
Título:
Enviado por: manuel liste em Setembro 01, 2005, 08:49:38 am
Saludaçoes, Tomkat.

Efectivamente, se llama igual en castellano: eucalipto.

Hay una forma de acabar con el eucalipto: cerrar las fábricas de celulosas (pasta de papel). Ya no sería rentable.

Estoy de acuerdo en que el eucalipto es un árbol pernicioso en general para el monte, cuando se utiliza como especie de repoblación forestal o cuando se permite su difusión descontrolada. Sin embargo, puede tener un papel económico para la economía agraria, si es tratado como un cultivo más.

Como todo cultivo, necesitaría un cuidado y limpieza periódicos.

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O prof. universitário que mencionei, referiu a titulo de exemplo ter visionado à poucos dias um programa da RTP em repetição ( na RTP Memória ) sobre a problemática dos incêndios passado em 1995. 10 anos depoisa única diferença que notou era haver mais bigodes (na moda na altura), o discurso era o mesmo: reordenamento do território, reordenamento florestal, emparcelamentos, blá-blá, blá-blá...

Es que una cosa es hablar, y otra actuar. En Galicia llevamos años con un proceso de concentración parcelaria con el fín de paliar el minifundismo propio del campo gallego. El problema es que identificar a todos los propietarios de todas las parcelas y hacer un nuevo reparto justo lleva mucho tiempo. Los políticos poco pueden hacer en eso, excepto poner más medios a disposición de los técnicos. Mais o reordenamento do território é a resposta estructural ao problema dos incêndios.

La respuesta coyuntural es una buena política de prevención y extinción. Por ejemplo: a mí me extraña que su país aún no posea aviones contraincendios en propiedad.

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Enfim muita conversa e pouca ou nenhuma acção. Ontem tal como hoje o discurso é o mesmo.
Um político quando sobe à cadeira do poder não vai com espírito de missão para servir o país, vai para se servir do país

Pero eso es igual en todas partes  :twisted:
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Enviado por: USB80 em Setembro 01, 2005, 03:27:25 pm
Mais uma acha para a fogueira

http://port.pravda.ru/portugal/2005/08/24/8502.html (http://port.pravda.ru/portugal/2005/08/24/8502.html)
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Contudo, os portugueses não são estúpidos. A grande maioria destes incêndios são causados por agentes de fogo posto (por isso mais que 100 pessoas foram já detidas) e pior, e mais sinistro, os próprios que combatem os incêndios. São muitos os relatos de testemunhos oculares chegarem a PRAVDA.Ru, denunciarem casos de aviões de luta contra os incêndios a deitarem bombas incendiárias em florestas, garantindo trabalho que pagará as despesas por mais um ano.

Infelizmente, não podemos mostrar as fotografias porque os que as mostraram têm demasiado medo para se identificarem e um que mostrou e que lançou uma reclamação com as autoridades já teve um presente no seu quintal: uma bomba incendiária, deitada por uma avioneta de combate ao incêndio. Tanto é o medo que a maioria destes casos não chegam ao tribunal.
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Ignorada a oferta da Rússia

Externamente, e como sempre, foi totalmente ignorada a oferta de apoio oriunda da Federação Russa, nomeadamente a oferta de equipamento testado contra incêndios para Europa e América de Norte.

Em Julho, Nikolai Kovalev, Director de Serviços do Ministério de Recursos Naturais da Federação Russa, declarou que a Rússia tinha “preocupações graves acerca dos fogos florestais em países europeus”, acrescentando que os russos estavam “prontos a oferecer assistência a esses países”.

A vasta experiência da Rússia em gestão de florestas está praticamente ignorada no mundo ocidental, apesar do facto que todos os anos a Rússia oferece o seu apoio. Por exemplo, mais uma vez em 2005, Valery Roshchupin, Director da Agência Federal de Florestas (Rosleskhos) disse que os incêndios em Portugal e noutros países da U.E. eram parecidos aos incêndios que deflagram na Rússia.

A Rússia tem equipamento especializado de combate aos incêndios florestais que está licenciada a operar no estrangeiro. Entre esse equipamento está o Waterbomber, também conhecido como o Ilyushin-76TD ou IL-76.

Qualquer pesquisa na Internet irá revelar que a capacidade desse avião chega a cinco vezes os seus rivais mais pertos...é mais barato, precisa duma pista de descolagem menor, e de facto só tem vantagens. Mas por quê é que não é utilizado amiúde?

É simples. Porque é russo.

Interesses investidos querem dizer que os lobbies, e as pessoas ligadas a eles, preferem que os cidadãos morrem queimados em vez de empregarem os meios mais eficazes e mais baratos.

A realidade é essa.


Timothy BANCROFT-HINCHEY
PRAVDA.Ru
Título:
Enviado por: TOMKAT em Setembro 01, 2005, 06:44:19 pm
Citação de: "manuel liste"

Comprar media docena (duzia?) de aviones contraincendios no precisa de tanto tiempo como 2 años.

...

No soy capaz de dar una respuesta categórica respecto a su tesis. Los gobiernos estables son por principio mejores que los gobiernos precarios, pero no puedo asegurar que eso sea un factor determinante en una política forestal. Hay muchos factores que escapan al control gubernamental, no creo que sea una buena idea descargar toda la responsabilidad sobre él.

Eso sí: por principio, está bien apretarles las tuercas a los políticos  :?
Título:
Enviado por: Doctor Z em Setembro 01, 2005, 09:51:04 pm
Um artigo que encontrei no site da agência Lusa :

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Incêndios: GEOTA quer "amplo debate nacional" sobre causas e soluções
   

Lisboa, 01 Set (Lusa) - A organização ambiental GEOTA pediu hoje um "amplo debate nacional" sobre os incêndios florestais, defendendo soluções como o repovoamento do mundo rural e a punição "exemplar" dos criminosos que ateiam fogos.

Em comunicado, o Gabinete de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente atribui ao "abandono do mundo rural e da agricultura e às políticas erradas de florestação" as causas dos fogos florestais.

A sua prevenção, defende o GEOTA, passa por actualizar o cadastro da propriedade florestal, garantir "o apoio e controlo da gestão florestal" e alterar "comportamentos e atitudes dos cidadãos".

Lembrando que "95 por cento dos incêndios têm origem em actividades humanas", o GEOTA defende a proibição de "fogo de qualquer espécie" nas áreas rurais e florestais durante o Verão e a "punição exemplar" aos criminosos.

Na vertente do combate aos fogos, o GEOTA defende que "muito há ainda a fazer", apelando à concentração de esforços na "detecção dos focos de incêndio e no seu combate precoce".

A substituir a floresta queimada, o GEOTA propõe "subsidiar floresta de carvalhos e castanheiros, em detrimento da dos pinheiros e eucaliptos".

O GEOTA quer ainda que as "centenas de milhões de euros" gastos anualmente no combate aos fogos sejam reencaminhados para a promoção do mundo rural, agricultura biológica e ecoturismo e para a educação ambiental das populações.

APN.

Lusa/Fim
Título:
Enviado por: emarques em Setembro 02, 2005, 01:27:21 am
Citação de: "TOMKAT"
Quanto ao descarregar toda a responsabilidade no governo isso não foi feito. O governo não tem toda a reponsabilidade mas tem muita.
Muita mesmo. Não tem autoridade.
Por exemplo o nosso Presidente da República declarou à dias,na fase mais critica dos últimos incêndios, que é neccessário obrigar os proprietários a limparem as florestas, parecendo ignorar que existe uma lei que a isso obriga vinda do último governo ( promolgada por ele próprio). Há falta de autoridade em Portugal. As únicas pessoas que de facto são obrigadas a cumprir a lei são os automobilistas quando passam numa zona controlada.
O grande problema em Portugal não é falta de leis, é falta de quem as faça cumprir.
Aí aponto o dedo ao Estado e só ao Estado.
Cofunde-te esta situação? A mim também. :?

Outra bela situação foi a da declaração de um ministro de que se deviam punir as câmaras municipais pelo não cumprimento das leis do ordenamento, e a resposta da associação de autarcas de que o primeiro "munícipe" a punir pelas autarquias seria sempre o estado.

E a parte triste é que esta troca de declarações vai resultar em que ninguém vai ser punido, quando o que cada uma das partes devia fazer era mesmo o que disseram: punir o desleixo das autarquias e do estado na gestão da floresta pública e do ordenamento do território.
Título:
Enviado por: Doctor Z em Setembro 02, 2005, 08:17:32 am
Andamos nisto e para o ano, chegaremos ao mesmo ponto : floresta por limpar, lixo por tirar (não é o que falta, entre frigoríficos velhos, cadeiras partidas, faldras, roupa, lixo de obras ...), medidas por tomar, aviões por comprar => resultado : outra época de incêndios, com 200 mil hectares de floresta ou mais a arder ...

Porque será que ninguém se responsabiliza por isto ? Errar é humano, não fazer nada para que as coisas mudem é cobarde.  :evil:
Título:
Enviado por: komet em Setembro 02, 2005, 08:57:34 am
Imagino a quantidade de benesses que as empresas de aluguer de meios aéreos pagam aos nossos ministros para estes "deixarem arder".
Título:
Enviado por: Doctor Z em Setembro 02, 2005, 11:42:53 am
O que é óbvio e paradoxal, penso eu, é que quantos mais meios aéreos (alugados) tivermos, mais incêndios havera. Porquê ? Porque essas empresas privadas têm todo o interesse em que arde para poder combater depois as chamas.

Sabendo, por o que ouvir dizer, que os pilotos ganham 200 contos por hora, não ademira nada.

A solução passa pela a compra de meios próprios, mas quando será isso efectivo ?
Título:
Enviado por: emarques em Setembro 02, 2005, 11:43:21 am
Citação de: "komet"
Imagino a quantidade de benesses que as empresas de aluguer de meios aéreos pagam aos nossos ministros para estes "deixarem arder".

Mas acha mesmo que é preciso pagar alguma coisa? Por exemplo, ninguém precisa de pagar nada à DGCI para ela trabalhar mal, lá conseguem fazer isso sem incentivo nenhum.  :twisted: Suponho que nas câmaras municipais e na Direcção Geral de Florestas a coisa seja mais ou menos igual. Não fazem porque não estão para aí virados, porque não há dinheiro, porque chove, porque faz sol, etc...
Título:
Enviado por: komet em Setembro 02, 2005, 11:57:05 am
emarques, mas porque não aproveitar? Ser incompetente e receber ainda por cima! Com tanta situação caricata, só pode!
Título:
Enviado por: Doctor Z em Setembro 02, 2005, 12:35:08 pm
Deve ser um dos grandes problemas em Portugal : não fazem nada, mas o ordenado está certinho ao fim do mês ... Como o país pode ir para a frente nestas condições ?
Título:
Enviado por: JLRC em Outubro 05, 2005, 02:33:29 am
Be-200 Aircraft Manufactured by Irkut Corporation Confirmed Its Unique Capabilities in Fire-Fighting During Experimental Operation In Italy
 
 
(Source: Irkut Corp.; issued Sept. 30, 2005)
 
 
 In Italy the next stage of experimental operation of the Bе-200 multipurpose amphibian is successfully completed. From July, 6 till September, 17 this year Be-200 fighted forest fires within the framework of the leasing agreement between Beriev Design Bureau, the designer of the aircraft, and SOREM company, an official fire fighting applications operator of the Italian Civil Protection Department.  
 
In the first half of July the joint Russian - Italian crew of the aircraft executed the program of familiarization flights over the whole territory of Italy with landings, take-off and scooping water both from the 34 lakes, and from the open sea. On July 17, the crew of Be-200 aircraft started its first fire duty and that day it took an active part in forest fire fighting in remote mountain area on Sardinia island.  
 
It should be mentioned, that as a rule, during fires Bе-200 worked together with Canadair (CL-415) aircraft and fire fighting helicopters that was determined by complexity of a fire situation and availability of free on duty applications. High maneuverability and high-speed characteristics of Be-200, and its powerful engines have allowed to reconsider earlier working techniques of work on a fire and have enabled to carry out the drops of water on fire on an ascending trajectory. Engines of Be-200, even at imitation of one engine failure, allowed to perform such a maneuver, also during the flights with the maximal loading.  
 
There were also cases when Bе-200 was the only possible mean to fight fires under difficult meteorological conditions. So, on August 23, Skycrane helicopters and Canadair aircraft were sent to the fire which inflamed on one of abrupt hillsides, but they could not work in conditions of strong turbulence and they had to return to the base. After that the Bе-200 took off to the same area and successfully extinguished the fire by two approaches.  
 
The fire fighting duty of Bе-200 aircraft lasted till September 17 this year. All these days the Be-200 worked under complicated conditions of mountain area. It made scoop approaches in the open sea under conditions close to critical ones, practically always at the wind 15-17 m/s. In the course of its service the aircraft completed 63 sorties totaling 150 hours. It made 435 approaches scooping as much as 3,500 tons of water.  
 
Same as during last year's experimental operation in Italy the Be-200 has confirmed the efficiency in struggle against forest fires and, first of all its unique capabilities to reach the seat of fire in the shortest time and to execute the first powerful attack on it by droping the big volume of water (up to 12 tons), that allowed to locate the fire at once.  
 
The work of the Bе-200 constantly received a high estimation of the Italian foresters and ground fire services coordinating suppression of fires from the ground and estimating results of work of aviation engineering. At the same time during operation of the Bе-200 in Italy the additional technical requirements to the fire plane were determined. They will be realized in the future deliveries of the Be-200 to the customer.  
 
As Victor Kobzev, the Beriev Design Bureau General Director, has noted, “the statistics of the flight and operational data, summary parameters of efficiency and the general results of the experimental program show the unique opportunities of the aircraft of new generation in real conditions of operation are convincing without any comments. It goes without saying that the Be-200 aircraft easily and naturally integrated in the existing fire fighting system in the framework of the western legal field. The Beriev Design Bureau and Irkut Corporation have already started preparation for the future fire risk seasons and actively work with potential customers.”  
 
-ends-