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Outras Temáticas de Defesa => Área Livre-Outras Temáticas de Defesa => Tópico iniciado por: Raul Neto em Julho 31, 2005, 06:46:50 pm
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Reportagem SIC/Visão
"Asas de Aluguer"
Uma reportagem para ver no Jornal de Domingo
Algures num hangar da Base Aérea nº 6, no Montijo, está armazenado um equipamento anti-fogo que, novo, custa entre 350 e 400 mil euros.
Chama-se MUFS, serve para lançar 10 toneladas de químicos retardantes sobre um incêndio e transforma os aviões militares C-130 em autênticas máquinas de guerra contra as chamas.
A Força Aérea comprou o material, preparou as tripulações, e todos os anos os C-130, reforçados com este dispositivo, entravam no dispositivo de combate aos fogos. Até 1996, ano em que foi riscado dos planos anuais e praticamente esquecido.
Hoje, o material está armazenado num hangar, à guarda da Força Aérea que espera novas instruções. Provavelmente, o kit estará, quase 10 anos depois desta inactividade forçada, ferrugento, talvez mesmo inutilizado.
Muitos especialistas do combate aos fogos e alguns bombeiros gostariam de saber porquê.
Qual a razão para que a Força Aérea tenha sido retirada do dispositivo anual de combate aos fogos?
Qual a razão para que não haja nenhuma explicação?
Qual a razão para que, todos os anos, o Estado gaste acima de 24 milhões de euros no aluguer de meios aéreos para combater os fogos, em vez de preparar uma alternativa própria que permita reduzir a factura e sobretudo aumentar a eficácia e a disponibilidade do dispositivo?
Qual a razão para que o fogo, um drama que afecta milhares de portugueses todos os anos, seja também um negócio de milhões?
Com o Estado (quase) sempre a perder.
Carlos Rodrigues
Jornalista
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Reportagem SIC/Visão
Título – “Asas de Aluguer”
Jornalista – Carlos Rodrigues
Imagem – José Eduardo
Edição de Imagem – João Mendes
Grafismo – Alexandre Ferrada
Produção – Isabel Mendonça
Coordenação – Daniel Cruzeiro
Fonte :
http://sic.sapo.pt/online/noticias/sic+tv/reportagem+sicvisao/20050725+Asas+de+Aluguer.htm[/list]
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"Qual a razão para que o fogo, um drama que afecta milhares de portugueses todos os anos, seja também um negócio de milhões?"
Está respondido. A esmagadora maioria dos actos públicos actualmente apenas pretendem serem negócios da china para as empresas e para as chefias públicas que as "lançam".
A minha experiência diz-me que são muito poucas (e desconheço exmplos) as chefias que procuram defender o bem público.
E os tribunais são cúmplices.