ForumDefesa.com

Outras Temáticas de Defesa => Área Livre-Outras Temáticas de Defesa => Tópico iniciado por: J.Ricardo em Julho 01, 2005, 07:52:54 pm

Título: Tributo: Dr. Hamilton Naki
Enviado por: J.Ricardo em Julho 01, 2005, 07:52:54 pm
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fhome.intekom.com%2Fsouthafricanhistoryonline%2Fpages%2Fclassroom%2Fpages%2Fprojects%2Fgrade6%2Flesson4%2FImages&hash=d52065f87040d03577175cdd1fb63012)

Citar
Hamilton Naki, um sul-africano negro de 78 anos, morreu no final de maio. A notícia não rendeu manchetes, mas a história dele é uma das mais extraordinárias do século 20. "The Economist" contou-a em seu obituário desta semana.

Naki era um grande cirurgião. Foi ele quem retirou do corpo da doadora o coração transplantado para o peito de Louis Washkanky em dezembro de 1967, na cidade do Cabo, na África do Sul, na primeira operação de transplante cardíaco humano bem-sucedida.

É um trabalho delicadíssimo. O coração doado tem de ser retirado e preservado com o máximo cuidado. Naki era talvez o segundo homem mais importante na equipe que fez o primeiro transplante cardíaco da história. Mas não podia aparecer porque era negro no país do apartheid.

O cirurgião-chefe do grupo, o branco Christiaan Barnard, tornou-se uma celebridade instantânea. Mas Hamilton Naki não podia nem sair nas fotografias da equipe. Quando apareceu numa, por descuido, o hospital informou que era um faxineiro.

Naki usava jaleco e máscara, mas jamais estudara medicina ou cirurgia. Tinha largado a escola aos 14 anos. Era jardineiro na Escola de Medicina da Cidade do Cabo. Mas aprendia depressa e era curioso. Tornou-se o faz-tudo na clínica cirúrgica da escola, onde os médicos brancos treinavam as técnicas de transplante em cães e porcos.

Começou limpando os chiqueiros. Aprendeu cirurgia assistindo experiências com animais. Tornou-se um cirurgião excepcional, a tal ponto que Barnard requisitou-o para sua equipe.

Era uma quebra das leis sul-africanas. Naki, negro, não podia operar pacientes nem tocar no sangue de brancos. Mas o hospital abriu uma exceção para ele. Virou um cirurgião, mas clandestino. Era o melhor, dava aulas aos estudantes brancos, mas ganhava salário de técnico de laboratório, o máximo que o hospital podia pagar a um negro. Vivia num barraco sem luz elétrica nem água corrente, num gueto da periferia.

Depois que o apartheid acabou, Naki ganhou uma condecoração e um diploma de médico honoris causa. Nunca reclamou das injustiças que sofreu a vida toda.

http://www.aliancaunimed.com.br/view.asp?id=2547 (http://www.aliancaunimed.com.br/view.asp?id=2547)

http://news.google.com/news?hl=en&ned=u ... on+Naki%22 (http://news.google.com/news?hl=en&ned=us&q=%22Hamilton+Naki%22)


Fonte: http://defesabrasil.com/forum (http://defesabrasil.com/forum)
_________________