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Outras Temáticas de Defesa => Área Livre-Outras Temáticas de Defesa => Tópico iniciado por: JLRC em Dezembro 26, 2004, 02:30:31 pm

Título: Para que o Mundo não esqueça
Enviado por: JLRC em Dezembro 26, 2004, 02:30:31 pm
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg134.exs.cx%2Fimg134%2F4322%2Feuamontagemnotvel9va.jpg&hash=e74b8e21c81a19593c9357719c05a9c8)
Título:
Enviado por: [PT]HKFlash em Dezembro 26, 2004, 05:01:17 pm
:Soldado2:
Título:
Enviado por: Miguel em Dezembro 26, 2004, 05:05:51 pm
:shock:

Tantas vidas sacrificadas talvez para nada!!!!!!!!!!!

a historia julgara
Título:
Enviado por: P44 em Dezembro 26, 2004, 06:13:54 pm
:( Paz às Suas Almas!

(e Não se esqueçam também dos Inocentes Iraquianos mortos devido a esta guerra sem sentido!!!!---Eles também merecem ser lembrados.)
Título:
Enviado por: Paisano em Dezembro 26, 2004, 11:48:38 pm
Um retrato real desse anti-cristo chamado Bush.

Quanto aos mortos, apenas um gesto:  :Soldado2:
Título:
Enviado por: Tiger22 em Dezembro 27, 2004, 12:04:07 am
Citar
Ali Químico será apresentado à Justiça na próxima semana.

Bagdá - Uma autoridade ocidental em Bagdá informa que o braço direito de Saddam Hussein, Ali Hassan al-Majid, conhecido como "Ali Químico", será um dos primeiros altos representantes da ditadura de Saddam a comparecer aos tribunais na próxima semana.

Ali Químico é responsabilizado por uma sangrenta campanha contra os curdos do norte do Iraque, em 1988, na qual cerca de 100.000 civis curdos foram mortos ou desapareceram. Segundo a Human Rights Watch, em 1987 ele pessoalmente ordenou o uso de armas químicas num bombardeio contra curdos. Também foi o encarregado da ocupação do Kuwait durante a primeira Guerra do Golfo.

Ontem, o premier do Iraque, Ayad Allawi, havia dito que auxiliares de Saddam seriam levados à Justiça na próxima semana. A fonte ocidental, falando na condição de não ter o nome revelado, disse que as audiências da semana que vem serão preliminares, e que Ali Químico estaria entre os primeiros a aparecer. Ele foi capturado por militares americanos em agosto de 2003.


http://www.estadao.com.br/internacional/noticias/2004/dez/15/55.htm

Tanta hipocrisia…

Será que algum dos colegas que criticam a deposição do regime iraquiano se importou com aquele massacre dos curdos?

E com a opressão que sofriam os iraquianos que eram eliminados sem dó nem piedade quando ousavam desafiar o regime?

Ou com as crianças que morriam nos hospitais sem medicamentos enquanto o “Bom Saddam” desviava o dinheiro dos alimentos e medicamentos para alimentar a sua máquina bélica?

Claro que não. O que importa é criticar o Bush. Afinal o que é que são 100.000 Curdos!!!

Viva a propaganda. Viva a hipocrisia. Viva a demagogia. Vivam os ignorantes.
Título:
Enviado por: Centurião em Dezembro 27, 2004, 12:25:00 am
Citação de: "tiger22"
Tanta hipocrisia…

Será que algum dos colegas que criticam a deposição do regime iraquiano se importou com aquele massacre dos curdos?

E com a opressão que sofriam os iraquianos que eram eliminados sem dó nem piedade quando ousavam desafiar o regime?

Ou com as crianças que morriam nos hospitais sem medicamentos enquanto o “Bom Saddam” desviava o dinheiro dos alimentos e medicamentos para alimentar a sua máquina bélica?

Claro que não. O que importa é criticar o Bush. Afinal o que é que são 100.000 Curdos!!!

Viva a propaganda. Viva a hipocrisia. Viva a demagogia. Vivam os ignorantes.


 :G-beer2:  :G-Ok:
Título:
Enviado por: typhonman em Dezembro 27, 2004, 01:33:53 am
Tiger22 :G-Ok:  :Soldado2:
Título:
Enviado por: Paisano em Dezembro 27, 2004, 01:50:39 am
Citação de: "Typhonman"
paisano no brasil ninguem gosta do Bush.. provalmente para você Saddam é um santo.. mas Bush é o Anti-Cristo.. haja bom senso...


Prezado Typhonman,

Não posso falar pelos demais brasileiros, mas apenas por mim e na minha opinião Bush é o Anti-Cristo sim.

Quanto ao Saddam Hussein, não vejo diferença entre ele, a família real saudita e a ditadura de Pervez Musharraf no Paquistão, a não ser pelo fato de que os dois últimos tem total e irrestrito apoio de Bush e sua turma da Casa Branca.
Título:
Enviado por: FinkenHeinle em Dezembro 27, 2004, 02:34:38 am
Citação de: "P44"
Se existiram Guerras ESTÚPIDAS, INDECENTES e SEM UMA CAUSA JUSTA


Caro P44, não existem Guerras Justas, Decentes, ou Justificáveis...


TODAS ELAS são estúpidas, indecentes, e injustificáveis...

A Guerra é a maior prova da incapacidade humana de resolver os problemas que nós mesmos criamos!
Título:
Enviado por: [PT]HKFlash em Dezembro 27, 2004, 12:30:33 pm
Pena é que os responsáveis pelas guerras não são só de quem as declara.
Título:
Enviado por: Paisano em Dezembro 27, 2004, 05:38:58 pm
Bush, Rove, Cheney e a nova fase do Império*

Fonte: Tribuna da Imprensa (http://http)

Citar
NOVA YORK (EUA) - O diretor da revista "Time" disse há dias que se o escolhido como personalidade do ano não fosse o presidente George W. Bush, as opções seriam seu conselheiro político Karl Rove (chamado de "cérebro de Bush" no título de um livro), encarado como o arquiteto das duas vitórias eleitorais (2000 e 2004) - ou então os dois juntos, Bush e Rove. Subestimou, assim, o vice Dick Cheney, o "gênio do mal" no governo e na campanha.

Cheney teria simbolizado melhor o grupo que assaltou o poder com a chegada de Bush filho à Casa Branca. Teve a coragem de assumir o baixo nível, tanto ao longo dos quatro anos do primeiro mandato como durante a campanha eleitoral, pouco se importando com o fato de ser retratado como "presidente oculto", "verdadeiro presidente" (ou, no título de outro livro, "O homem que está presidente").

Mas a escolha de Cheney, convenhamos, seria exigir demais da imaginação da "Time", que em 2001 - quando Osama bin Laden era a opção natural, óbvia, mas um risco relações públicas em meio à histeria patrioteira - ficou com Rudy Giuliani, cujo mérito fora o de circular como barata tonta pela cidade, acolitado pelo fiel escudeiro Bernard Kerik, hoje desmoralizado pelas práticas no mínimo antiéticas mas talvez corruptas.

Os dois fujões e a estratégia neocon

Cheney, que se escondeu do serviço militar à época do Vietnã (alega que tinha "outras prioridades"), foi o principal cão de ataque de Bush contra o candidato John Kerry - ao contrário dele, herói militar legítimo, voluntário que voltou dos campos de batalha do Vietnã com o peito cheio de medalhas e teve a coragem de ir para a rua protestar contra a guerra que considerava um erro.

As imagens das torres e do Pentágono em chamas é que produziram o suposto heroísmo, risível, de Bush (outro que fugiu do Vietnã) e Cheney. Foi produção digna das fantasias extravagantes de Hollywood, tendo em Rove seu arquiteto maior. O que Bush sempre foi, de fato, é o terno vazio do ano 2000, com os bolsos recheados de milhões de dólares recebidos de especialistas em fraude como Ken Lay e sua Enron.

A estratégia de segurança nacional do governo Bush já existia antes dos ataques de 11 de Setembro - antes mesmo da direita republicana recrutar o atual presidente, de recursos intelectuais acanhados, para o papel que desempenha. E Cheney, secretário da Defesa no governo de Bush pai e entusiasta da guerra do Golfo de 1991, foi um dos formuladores da estratégia desde aquele tempo.

Enquanto alguns sonhavam com potenciais efeitos positivos do fim da Guerra Fria e da ameaça vermelha, pretextos para os orçamentos bilionários pós-II Guerra Mundial, o sonho do complexo militar-industrial nos anos 90 era outro. E uma nova visão de política externa nasceu no audacioso grupo de ideólogos neo-conservadores (Cheney à frente) que serviram ao primeiro Bush e voltaram com o segundo.

No processo de dominação mundial

Obviamente nunca estiveram alheios a tal estratégia as poderosas corporações de petróleo com interesses no Oriente Médio, ou com seus próprios planos potenciais para a região, da Chevron à Haliburton, passando pela Bechtel e outras, mais as beneficiárias de contratos bilionários do Pentágono. Não por acaso executivos delas passaram a integrar cargos críticos na atual equipe de segurança nacional.

A receita ideológica assumida pelo governo Bush, na política externa e na estratégia de segurança nacional, começou a surgir logo depois da primeira guerra do Golfo, no Pentágono de Cheney, com neocons como I. Lewis Libby (hoje seu chefe de gabinete), Paul Wolfowitz (número 3 do Pentágono sob Cheney, número 2 sob Donald Rumsfeld), Douglas Feith (hoje número 3), Richard Perle etc.

Eles redigiram em 1991 uma Orientação de Política de Defesa (DPG, Defense Planning Guidance) cuja visão unilateral de dominação americana no mundo horrorizou até republicanos - levando o primeiro Bush a virar tudo pelo avesso. Mas a visão voltou em 1997, reciclada fora do governo pelos mesmos neocons, já então sob o nome de Projeto do Novo Século Americano (PNAC).

A receita neocon foi aprofundada, uns quatro meses antes de Bush chegar à Casa Branca, num texto de 76 páginas, "Rebuilding America's Defenses: Strategy, Forces and Resources for a New Century" (RAD: Reconstruindo as Defesas da América). À página 51 está dito que o "processo de transformação" será lento a menos que ocorra "algum evento catastrófico e catalisador - como um novo Pearl Harbor".

A doutrina, muito antes do pretexto

O evento desejado pelos neocons veio a 11/9/2001. E é manipulado por eles como "novo Pearl Harbor", pretexto para impor a receita nascida como DPG em 1992 (no Pentágono) e reciclada como PNAC e RAD. O que em 1992 até republicanos sensatos repudiaram foi declarado por Bush, em setembro de 2002, política oficial do país - a nova NSS (National Security Strategy/Estratégia de Segurança Nacional).

A NSS diz que grupos de indivíduos podem "trazer caos e sofrimento ao nosso território a custo inferior ao de um único tanque". E que nessa "guerra assimétrica" (nova expressão do Pentágono) "os terroristas se organizam para dirigir contra nós o poder das tecnologias modernas". Só que a estratégia existia antes do 11/9. E só não tinha sido adotada ainda porque a derrota de Bush pai (1992) varrera os neocons do poder.

É compreensível, assim, a proliferação das teorias conspiratórias que atribuem o 11/9 a um governo em busca de pretexto para endurecer. Para se impor a Doutrina Truman em 1947 tinha sido necessário falsificar a "ameaça vermelha" e com ela amedrontar o país como o diabo - "scare hell out of the American people", conforme a frase célebre do republicano Arthur Vandenberg ao apoiar o presidente Truman.

Osama bin Laden, assim, realizou o sonho neocon. Para o grupelho enquistado no poder a imagem das torres veio na medida. Eles a manipularam, como ameaça maior que o comunismo na Guerra Fria, para justificar a Pax Americana, tentando fazer parecerem menos criminosas as guerras sem fim, ocupação militar e tropas a garantir controle do fluxo do petróleo e outros interesses econômicos.

*Colunista: Argemiro Ferreira
Título:
Enviado por: komet em Dezembro 27, 2004, 08:31:10 pm
Citar
Ou com as crianças que morriam nos hospitais sem medicamentos enquanto o “Bom Saddam” desviava o dinheiro dos alimentos e medicamentos para alimentar a sua máquina bélica?

Claro que não. O que importa é criticar o Bush. Afinal o que é que são 100.000 Curdos!!!


Como deve saber melhor que eu, Bush não começou esta guerra por causa dos curdos, aliás, curdos, para Bush, deve ser um prato típico árabe. Não há guerras limpas, é verdade, mas há guerras evitáveis a meu ver. Os melhores estrategas e até o minimamente informado cidadão como eu ou voçê já tinha ideia, no início da guerra, que quando acabasse a Hi-tech war, começava a luta de porta a porta, casa a casa, e todos sabemos o que isso implica em perdas humanas.
Título:
Enviado por: Spectral em Dezembro 27, 2004, 09:42:31 pm
Citar
Tanta hipocrisia…

Será que algum dos colegas que criticam a deposição do regime iraquiano se importou com aquele massacre dos curdos?

E com a opressão que sofriam os iraquianos que eram eliminados sem dó nem piedade quando ousavam desafiar o regime?

Ou com as crianças que morriam nos hospitais sem medicamentos enquanto o “Bom Saddam” desviava o dinheiro dos alimentos e medicamentos para alimentar a sua máquina bélica?

Claro que não. O que importa é criticar o Bush. Afinal o que é que são 100.000 Curdos!!!

Viva a propaganda. Viva a hipocrisia. Viva a demagogia. Vivam os ignorantes.
_________________


Será preciso uma lista de ditadores apoiados activamente pelos EUA nos últimos 50 anos  :?: Nada  :!:
Título:
Enviado por: Sniper BR em Dezembro 27, 2004, 09:47:38 pm
Citação de: "komet"
Citar
Ou com as crianças que morriam nos hospitais sem medicamentos enquanto o “Bom Saddam” desviava o dinheiro dos alimentos e medicamentos para alimentar a sua máquina bélica?

Claro que não. O que importa é criticar o Bush. Afinal o que é que são 100.000 Curdos!!!

Como deve saber melhor que eu, Bush não começou esta guerra por causa dos curdos, aliás, curdos, para Bush, deve ser um prato típico árabe. Não há guerras limpas, é verdade, mas há guerras evitáveis a meu ver. Os melhores estrategas e até o minimamente informado  cidadão como eu ou voçê já tinha ideia, no início da guerra, que quando  acabasse a Hi-tech war, começava a luta de porta a porta, casa a casa, e todos sabemos o que isso implica em perdas humanas.

 :D  (mas não em países que tem a 2º maior reserva de Petróleo do Mundo e tem como governante um desafeto familiar da família Bush!)

Alguém ja conntabilizou quantos opositores do regime de fidel castro ja foram mortos cruelmente? Vamos ser mais racionais! A ultima coisa em que o Bush pensou foram nos 100 mil coitadinhos curdos mortos por Saddam!  :?:  Pelo contrário, contribui com US$12 Mi para o  regime!

       Abraços!
Título:
Enviado por: papatango em Dezembro 27, 2004, 10:40:38 pm
Eu sei que hoje, pode parecer absurdo.

Mas vocês sabiam que em 1940 os empresários britânicos dirigiram-se à Força Aérea de Sua Majestade, nomeadamente ao Bomber Command, a pedir que não fossem bombardeadas as fábricas alemãs, porque afinal, tratava-se de propriedade privada, e os privados não tinham nada a ver com o senhor Hitler.

Hoje, todos damos risadas, mas, pensando bem, a segunda guerra mundial (sim aquela que acabou com os nazis) foi legitima?

Já pensaram que os ingleses e os franceses declararam guerra à Alemanha?
Que argumentos tinham?
A invasão da Polónia?
Mas a Alemanha não tinha o direito de expandir os seus territórios quando os ingleses o faziam na Índia e os franceses em África?
Que legitimidade tinham Franceses e Ingleses para pedir o que quer que fosse dos Alemães?

No entanto, a guerra começou.

A guerra começou, não porque também não houvesse gente a dizer que o melhor que havia a fazer era estar quieto e calado, e deixar o Hitler fazer o que lhe desse na veneta.

A guerra começou, não porque a Polónia tinha petróleo, que não tinha nenhum.

A guerra não começou por nenhuma peripécia especial.

A guerra começou porque há alturas na história em que é necessário dizer, BASTA, é necessário dizer CHEGA, é necessário dizer, NÃO PASSES A LINHA.

A mesma coisa aconteceu no Iraque.

Eu não quero saber se quem falou era tonto, se o Bush é um imbecil debilóide, ou se o interesse é também o Petróleo. Para mim o que interessa é que alguém disse CHEGA, e hoje, os regimes da região pensam seriamente como alterar os seus regimes, como democratizar, como reduzir o fundamentalismo islâmico.

Eu não quero saber se quem gritou é um imbecil.
O que quero saber é que alguém gritou, e goste-se ou não se goste, muita gente ouviu.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Tiger22 em Dezembro 27, 2004, 11:22:30 pm
Citação de: "papatango"
Eu sei que hoje, pode parecer absurdo.

Mas vocês sabiam que em 1940 os empresários britânicos dirigiram-se à Força Aérea de Sua Majestade, nomeadamente ao Bomber Command, a pedir que não fossem bombardeadas as fábricas alemãs, porque afinal, tratava-se de propriedade privada, e os privados não tinham nada a ver com o senhor Hitler.

Hoje, todos damos risadas, mas, pensando bem, a segunda guerra mundial (sim aquela que acabou com os nazis) foi legitima?

Já pensaram que os ingleses e os franceses declararam guerra à Alemanha?
Que argumentos tinham?
A invasão da Polónia?
Mas a Alemanha não tinha o direito de expandir os seus territórios quando os ingleses o faziam na Índia e os franceses em África?
Que legitimidade tinham Franceses e Ingleses para pedir o que quer que fosse dos Alemães?

No entanto, a guerra começou.

A guerra começou, não porque também não houvesse gente a dizer que o melhor que havia a fazer era estar quieto e calado, e deixar o Hitler fazer o que lhe desse na veneta.

A guerra começou, não porque a Polónia tinha petróleo, que não tinha nenhum.

A guerra não começou por nenhuma peripécia especial.

A guerra começou porque há alturas na história em que é necessário dizer, BASTA, é necessário dizer CHEGA, é necessário dizer, NÃO PASSES A LINHA.

A mesma coisa aconteceu no Iraque.

Eu não quero saber se quem falou era tonto, se o Bush é um imbecil debilóide, ou se o interesse é também o Petróleo. Para mim o que interessa é que alguém disse CHEGA, e hoje, os regimes da região pensam seriamente como alterar os seus regimes, como democratizar, como reduzir o fundamentalismo islâmico.

Eu não quero saber se quem gritou é um imbecil.
O que quero saber é que alguém gritou, e goste-se ou não se goste, muita gente ouviu.

Cumprimentos


 :Palmas:  :Palmas:
Título:
Enviado por: Paisano em Dezembro 28, 2004, 12:03:31 am
Será isso mesmo PT? Será que quem invadiu o Iraque tinha a preocupação de dizer BASTA a Saddam Hussein?

Então por que o Bush e a sua turma não tentam aplicar a mesma fórmula a Coréia do Norte? Por que eles não dizem BASTA a Coréia do Norte? Será por que eles têm medo de levar a detonação de um artefato nuclear pela frente?

Bater em cachorro morto é muito mais fácil, principalmente se esse "cachorro" tiver muito petróleo. Não é verdade? :wink:
Título:
Enviado por: komet em Dezembro 28, 2004, 12:05:51 am
Sim, porque a meu ver a Coreia do Norte é uma ameaça muito maior a essa sua democracia com florzinhas e pombinhas brancas que supostamente Bush defende.
Título:
Enviado por: Spectral em Dezembro 28, 2004, 12:53:58 am
Citação de: "papatango"
Eu sei que hoje, pode parecer absurdo.
[...]
 é que alguém gritou, e goste-se ou não se goste, muita gente ouviu.


Que comparação mais forçada papatango  :roll:

Tanto a França como a Inglaterra tinham acordos de assistência militar com a Polónia, que implicavam a sua entrada em guerra com a Alemanha a partir do momento em que esta invadiu a Polónia. Amnas decidiram honrar os seus compromissos e dizer BASTA, depois de terem entregue a Checoslováquia aos nazis.

Mas diga-me, onde está o equivalente da invasão alemã de 1 de Setembro ? Onde está o casus belli que alterou a situação ? Onde está a justificação num mundo em que existe uma organização como as Nações Unidas para se invadir um país ?

Não se lembram ? Logo a seguir à intervenção no Afeganistão ( completamente legítima e justa aliás), a administração Bush apontou para o Iraque, mesmo antes da pacificação do Afeganistão estar completa. Mesmo sabendo que o regime de Bagdade não estava ligado à Al-Quaeda ( nem podia estar aliás, pois são de naturezas diferentes), de tal maneira que foi preciso inventar "provas"...

Mas passando à frente. Ocorre a invasão . E depois ?

Passando à frente o total e completo falhanço dos americanos em prever e controlar o pós-guerra.


Os supostos efeitos positivos da invasão. Onde estão eles para vê-los.

Assustaram os regimes da Síria e o Irão, impelindo-os para o jogo perigoso das armas de destruição maçica. No entanto, estes sabem agora que uma intervenção militar directa americana para os derrubar é altamente improvável, devido ao pântano em que se transformou o Iraque.

 Que eu saiba os regimes da Jordânia, Arábia Saudita, Egipto, estados do Golfo etc,  são (por enquanto) dos maiores aliados dos EUA do mundo, logo certamente não tinham razões para se sentirem amedontrados com a nova guerra. E as suas populações ? Ficaram cheias de medo ao verem todo o poderio americano a esmagar o regime despótico de Saddam como que a dizer " if you do not behave, you're next" ? CLARO QUE NÃO! Apenas aumentaram o seu rol de queixas (algumas justas, outras injustas) contra os EUA e a sociedade ocidental no geral, crescendo a contestação aos governos pró-ocidentais e inclinando mais indíviduos para actividades fundamentalistas e/ou terroristas.

Até ao momento o único efeito que vejo foi a abertura das portas do Iraque a todo o tipo de terroristas e extremistas, tornando-o (mais) uma Jihad contra os cruzados, além do crescimento do sentimento anti-ocidenta/anti-EUA nos países árabes.


Ou seja, o equivalente de pôr gasolina no fogo...
Título:
Enviado por: papatango em Dezembro 28, 2004, 12:54:26 am
Paisano ->

A politica mundial é complexa e acima de tudo nunca nos podemos esquecer de que os países não têm amigos, só têm interesses.

Eu não nego que, tendo os Neoconservadores tomado o poder em Washington, os seus contactos com os interesses petroliferos, tenham facilitado o desenvolvimento de um "envolvimento" petrolifero na guerra, que poderá até ser ilegitimo.

Mas se vamos contestar as acções americanas por serem ilegitimas, então também temos que contestar as acções dos franceses dos alemães e dos russos, que não foram para a guerra apenas porque não tinham nada a ganhar e porque as suas empresas tinham muito a ganhar com a continuação de Saddam no poder.

Todos os países que tiveram a ganhar com Saddam, tomaram as suas decisões, consoante os seus interesses. Veja que nos anos oitenta a america fechou os olhos ao Saddam, mas diga-me, para não ir mais longe, o que fez o Brasil?
Ainda hoje quando vemos imagens de Bagdad e vemos aqueles velhos Volswagen PASSAT, você sabe-me dizer onde eles foram feitos?
Resposta: São José dos Campos, São Paulo.
E os Cascavel que o Brasil vendeu ao Iraque, e as baterias de Astros?

Foi o Brasil, também um algoz, interessado apenas em vender armas para matar, fechando os olhos aos morticinios do Saddam?

Os países têm interesses. O interesse dos americanos pelo Iraque, justifica-se por causa do petroleo, mas também porque os americanos entendem que têm que acabar de raiz com os problemas no médio oriente, e para isso há que acabar com os focos de fundamentalismo (que  diga-se, eles próprios ajudaram a criar). A Coreia do Norte, é fogo de vista. Kim Sung Il, ou lá como ele se chama, nunca fará NADA sem que a China autorize. Essa é a realidade.

Uma coisa é dizer que a américa, como nação e os politicos americanos como estrategas, são brutos e meio incompetentes. Outra coisa é negar que a america com a sua forma de praticar politica, meio bruta e pouco educada, tem acabado por impôr a paz em muitos lugares do mundo. Nem sempre, o caminho mais direito é o melhor, e os americanos nem sempre vêm o melhor caminho, mas criticar os americanos por também defenderem os seus interesses, isso é algo completamente diferente.

A Tailandia e a Malasia, eram tão desenvolvidas como o Vietname. O Vietname ganhou uma guerra á America, mas é hoje um país pauperrimo comparado com a Malásia.

O que havia no Vietname? Petroleo?
Tanto quanto sei, a unica coisa que lá havia, além de ópio e heroína, era arroz, e mesmo assim em pouca quantidade.

Os americanos saíram, milhões morreram de fome, Pol Pot no Cambodja chegou ao poder e matou por desporto quase metade da população do país, no Laos, foi outro morticinio silencioso.

Hoje, depois de ter orgulhosamente vencido os americanos, o Vietname estende a mão ás esmolas dos americanos, e dos países vizinhos, que eram mais pobres, como a Tailandia.

Não podemos criticar os países por terem imnteresses e por os defenderem. Os Estados Unidos são uma potência á escala mundial, por isso pode ser criticado á escala mundial, da mesma maneira que as potências regionais também têm as suas culpas.

Nesta história toda, só há uma certeza absoluta.
Do país que nunca tenha passado por cima dos interesses de outro para defender os seus interesses, que venha a primeira pedra.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: papatango em Dezembro 28, 2004, 01:29:45 am
-> Spectral

Eu pretendo referir o contrasenso que era em 1940 os industriais ingleses colocarem em causa os bombardeamentos da Alemanha, por questões económicas. A critica á guerra, quando ela já lhes tinha entrado pela porta adentro.

Em 1940, não havia Nações Unidas, havia Sociedade das Nações, e tanto quanto sei, não funcionou. Em 1939, os Alemães e os Russos invadiram a Polonia sem qualquer razão aparentemente lógica, mas não foi por causa da Polónia e dos acordos com a Polónia que os ingleses e os franceses declararam guerra. Segundo o próprio Churchill nas suas memórias, o problema é que era necessário parar Hitler. Mostrar-lhe que tinha que parar.

Também havia acordos com a Checoslovaquia, e não serviram de nada. a Checoslováquia foi repartida e retalhada e entregue aos alemães, pelos civilizados Franceses e Ingleses. A Polonia, podería ter sido defendida, se Franceses e Ingleses quisessem de facto cumprir acordos.

Os Russos, segundo o livro "Quando Hitler atacou a leste", de Pierre Rondierre, propuseram-se atacar a Alemanha, antes de 1939 e pediram aos Ingleses e aos Franceses que autorizassem o exército vermelho a atravessar a Polonia. Propuseram atacar a Alemanha com quase 200 divisões. Os Franceses não propuseram quase nada e os Ingleses apresentaram quatro divisões mais umas unidades de tropas especializadas. Não havia qualquer interesse em ir para a guerra em 1939 ou noutra altura qualquer.

Foi a absoluta necessidade de tomar uma posição que forçou Franceses e Ingleses a declarar guerra á Alemanha. Hitler, não esperava que a guerra fosse declarada. Saddam, também fez mal os seus cálculos. Saddam, nunca pensou que a América aceitasse - como aceita - bastantes mortos.

Kadafi, esse, aprendeu a lição. Da mesma maneira que a Siria acabará por aceitar e o Irão, ou melhor, os Aiatolas, acabarão por aceitar o inevitável.

Quando o problema do médio oriente for resolvido, os problemas do médio oriente acabarão por acabar. Os árabes, não são um povo persistente. Facilmente se compram e facilmente se vendem (sempre foram negociantes e mercadores). Sem fontes de financiamento, o que será dos movimentos terroristas?

A invasão do Iraque é uma aposta. Pode ser ganha, ou pode ser perdida, eu acho que acabará por ser ganha, mesmo que para isso se acabe com o Iraque.

Os mundo islâmico árabe tem um problema para resolver. A visão fundamentalista, wahabita ou não, da sociedade, está em total e completo conflito com o mundo moderno. Uma sociedade que coloca 50% da populaçãoi atrás de um véu, é uma sociedade condenada. Não há teoria economica ou mago das finanças que mude isto. As sociedades muçulmanas fundamentalistas estão condenadas á miséria. Os estados do golfo, só são salvos pelo petroleo. O Paquistão (que não é Árabe) tem neste momento problemas sérios com a questão do Wahabismo, por causa dos financiamentos dos Sauditas, e começa a notar-se que se atrasa relativamente á India.

Faça-se o que se fizer, com as mulheres em casa, e uma sociedade essencialmente feudal e retrograda, nunca se vão criar e desenvolver como nos países ocidentais, economias de mercado saudáveis, ou pelo menos minimamente saudáveis e auto-sustentadas.

Sem o petróleo, a Arabia.Saudita, e os estados do golfo, seriam países tremendamente atrasados. O Egipto, não tem petróleo e é muito mais atrasado que esses países. O Egipto tenta conter o Wahabismo, mas  mesmo assim, os fracassos do regime não auguram nada de bom.

Saddam, não passou de um aventureiro. O seu fim é uma lição que deve ser aprendida. Se o Iraque se transformar num estado laico, essa transformação terá consequências em todos os estados vizinhos. Israel deixará de ter argumentos para pressionar a politica interna americana, e terá que estabelecer algum tipo de páz com os árabes. Quando esse problema estiver resolvido, ou pelo menos controlado, a questão do médio oriente, terá uma leitura completamente diferente.

Para finalizar, achqo que a ideia que presidiu á invasão do Iraque não era má, embora tenha sido conduzida de forma desastrosa.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Paisano em Dezembro 28, 2004, 01:44:11 am
Citação de: "papatango"
Paisano ->

A politica mundial é complexa e acima de tudo nunca nos podemos esquecer de que os países não têm amigos, só têm interesses.

Concordo.

Citação de: "papatango"
Eu não nego que, tendo os Neoconservadores tomado o poder em Washington, os seus contactos com os interesses petroliferos, tenham facilitado o desenvolvimento de um "envolvimento" petrolifero na guerra, que poderá até ser ilegitimo.

Mas se vamos contestar as acções americanas por serem ilegitimas, então também temos que contestar as acções dos franceses dos alemães e dos russos, que não foram para a guerra apenas porque não tinham nada a ganhar e porque as suas empresas tinham muito a ganhar com a continuação de Saddam no poder.

Todos os países que tiveram a ganhar com Saddam, tomaram as suas decisões, consoante os seus interesses. Veja que nos anos oitenta a america fechou os olhos ao Saddam, mas diga-me, para não ir mais longe, o que fez o Brasil?
Ainda hoje quando vemos imagens de Bagdad e vemos aqueles velhos Volswagen PASSAT, você sabe-me dizer onde eles foram feitos?
Resposta: São José dos Campos, São Paulo.
E os Cascavel que o Brasil vendeu ao Iraque, e as baterias de Astros?

Foi o Brasil, também um algoz, interessado apenas em vender armas para matar, fechando os olhos aos morticinios do Saddam?

PT, isso em nada justifica a decisão dos EUA de invadir o Iraque, a revelia da ONU e ainda por cima com um argumento falacioso da existência de armas de destruição em massa.

Além do mais, nunca foi objetivo dos EUA "libertar" a população do Iraque. Aliás, essa é a nova mentira, uma vez que a antiga (armas de destruição em massa) ficou desmoralizada.

Citação de: "papatango"
Os países têm interesses. O interesse dos americanos pelo Iraque, justifica-se por causa do petroleo, mas também porque os americanos entendem que têm que acabar de raiz com os problemas no médio oriente, e para isso há que acabar com os focos de fundamentalismo (que  diga-se, eles próprios ajudaram a criar). A Coreia do Norte, é fogo de vista. Kim Sung Il, ou lá como ele se chama, nunca fará NADA sem que a China autorize. Essa é a realidade.

Uma coisa é dizer que a américa, como nação e os politicos americanos como estrategas, são brutos e meio incompetentes. Outra coisa é negar que a america com a sua forma de praticar politica, meio bruta e pouco educada, tem acabado por impôr a paz em muitos lugares do mundo. Nem sempre, o caminho mais direito é o melhor, e os americanos nem sempre vêm o melhor caminho, mas criticar os americanos por também defenderem os seus interesses, isso é algo completamente diferente.

Ou seja, os fins justificam os meios.

Citação de: "papatango"
A Tailandia e a Malasia, eram tão desenvolvidas como o Vietname. O Vietname ganhou uma guerra á America, mas é hoje um país pauperrimo comparado com a Malásia.

O que havia no Vietname? Petroleo?

Tanto quanto sei, a unica coisa que lá havia, além de ópio e heroína, era arroz, e mesmo assim em pouca quantidade.

Os americanos saíram, milhões morreram de fome, Pol Pot no Cambodja chegou ao poder e matou por desporto quase metade da população do país, no Laos, foi outro morticinio silencioso.

Hoje, depois de ter orgulhosamente vencido os americanos, o Vietname estende a mão ás esmolas dos americanos, e dos países vizinhos, que eram mais pobres, como a Tailandia.

PT, você sabe que a intervensão no Vietnã aconteceu porque os EUA ficaram alarmados com a possibilidade dos países da Indochina passarem a ser comunistas. Ou seja, a guerra do Vietnã foi por causa de política (guerra fria) e não por causa de petróleo.

Citação de: "papatango"
Não podemos criticar os países por terem imnteresses e por os defenderem. Os Estados Unidos são uma potência á escala mundial, por isso pode ser criticado á escala mundial, da mesma maneira que as potências regionais também têm as suas culpas.

Nesta história toda, só há uma certeza absoluta.
Do país que nunca tenha passado por cima dos interesses de outro para defender os seus interesses, que venha a primeira pedra.


Mais uma vez você está dizendo que que os fins justificam os meios.
Título:
Enviado por: Paisano em Dezembro 28, 2004, 01:49:19 am
Citação de: "papatango"
Kadafi, esse, aprendeu a lição. Da mesma maneira que a Siria acabará por aceitar e o Irão, ou melhor, os Aiatolas, acabarão por aceitar o inevitável.

Quando o problema do médio oriente for resolvido, os problemas do médio oriente acabarão por acabar. Os árabes, não são um povo persistente. Facilmente se compram e facilmente se vendem (sempre foram negociantes e mercadores). Sem fontes de financiamento, o que será dos movimentos terroristas?

A invasão do Iraque é uma aposta. Pode ser ganha, ou pode ser perdida, eu acho que acabará por ser ganha, mesmo que para isso se acabe com o Iraque.

Os mundo islâmico árabe tem um problema para resolver. A visão fundamentalista, wahabita ou não, da sociedade, está em total e completo conflito com o mundo moderno. Uma sociedade que coloca 50% da populaçãoi atrás de um véu, é uma sociedade condenada. Não há teoria economica ou mago das finanças que mude isto. As sociedades muçulmanas fundamentalistas estão condenadas á miséria. Os estados do golfo, só são salvos pelo petroleo. O Paquistão (que não é Árabe) tem neste momento problemas sérios com a questão do Wahabismo, por causa dos financiamentos dos Sauditas, e começa a notar-se que se atrasa relativamente á India.

Faça-se o que se fizer, com as mulheres em casa, e uma sociedade essencialmente feudal e retrograda, nunca se vão criar e desenvolver como nos países ocidentais, economias de mercado saudáveis, ou pelo menos minimamente saudáveis e auto-sustentadas.

Sem o petróleo, a Arabia.Saudita, e os estados do golfo, seriam países tremendamente atrasados. O Egipto, não tem petróleo e é muito mais atrasado que esses países. O Egipto tenta conter o Wahabismo, mas  mesmo assim, os fracassos do regime não auguram nada de bom.

Saddam, não passou de um aventureiro. O seu fim é uma lição que deve ser aprendida. Se o Iraque se transformar num estado laico, essa transformação terá consequências em todos os estados vizinhos. Israel deixará de ter argumentos para pressionar a politica interna americana, e terá que estabelecer algum tipo de páz com os árabes. Quando esse problema estiver resolvido, ou pelo menos controlado, a questão do médio oriente, terá uma leitura completamente diferente.

Para finalizar, achqo que a ideia que presidiu á invasão do Iraque não era má, embora tenha sido conduzida de forma desastrosa.


 :shock:  :shock:  :shock:
Título:
Enviado por: NotePad em Dezembro 28, 2004, 03:29:45 am
...
Título:
Enviado por: komet em Dezembro 28, 2004, 01:59:14 pm
Citar
E talves quando ele invadiu a polonia foi o inicio da sua tentativa de dominar a europa e a frança e inglaterra talves lhe tenham declarado guerra, porque seriam os proximos...


Quem sabe... Hitler pretendia, pelo menos numa fase inicial, restaurar o antigo império austro-húngaro. Dadas as alianças de apoio militar que a Inglaterra tinha com a Polónia é completamente normal a declaração de guerra da primeira. Neste caso não vejo onde é que França e Inglaterra teriam a ganhar em abrir guerra com a Alemanha, interesses? Não me parece, receio sobre a sua própria soberania nacional? Muito provavelmente.
Título:
Enviado por: Yosy em Dezembro 28, 2004, 08:02:21 pm
Não se vai para a guerra porque se quer, vai-se porque é necessário. As "guerras da escolha" (Iraque, Vietname, Libano) são simplesmente impossiveis de ganhar.

A democracia não funciona se imposta, tem que vir de dentro. E já agora, alguém ainda se lembra do Afeganistão?
Título:
Enviado por: papatango em Dezembro 29, 2004, 12:23:29 am
Pessoalmente, acho que no Vietname os americanos estavam a tentar conter o comunismo no sudoeste asiático.

Na altura, o que se dizia é que era o império da Coca Cola, e que a América estava no Vietname apenas para vender os seus produtos e defender o capitalismo e as suas empresas.

Não era muito diferente do que se diz hoje do Iraque.

Eu não coloco em causa (nunca coloquei) que os americanos, tenham junto o util ao agradável e dado uma dentadinha no petróleo.

O objectivo dos neoconservadores, é resolver o problema do médio oriente, porque já entenderam que ou o resolvem ou o problema lhes rebenta na cara, como aliás já rebentou uma vez.

Os americanos são um país com grandes empresas e grandes interesses. Onde quer que vão as forças armadas, vão as empresas americanas e os interesses americanos.

Eu não pretendo criticar os americanos, como não critico os franceses e os ingleses por terem atacado a alemanha, sem razão aparente.

A França e a Inglaterra, declararam guerra á alemanha, sem uma razão aparentemente lógica. Aliás era tão ilógica que os proprios ingleses não queriam bombardear as fábricas alemãs de armamento.

O que acontece é que antes da Polónia, hjá tinha havido a Checoslováquia, e os Sudetas, e derrota da républica espanhola, ás mãos dos nazistas, e a ocupação da zona desmilitarizada da renania.

Chega a um ponto em que é necessário fazer algo. A nossa propria liberdade hoje, depende de alguém ter tomado uma posição e dito, basta!

Estamos tão habituados á nossa liberdade que a desprezamos, e não lhe damos a devida importância.

nota:
Com as minhas referências á Arábia Saudita, Egipto e Libia, apenas tentei explicar porque penso que há que fazer qualquer coisa para conter a expansão do fundamentalismo. De nada adianta negociar a questão da palestina, enquanto houver um Saddam a dar 10.000 dolares a cada martir que se explodir num autocarro cheio de crianças israelitas.

Deus escreve direito por linhas tortas.
(esperemos)

Cumprimentos
Título:
Enviado por: P44 em Dezembro 29, 2004, 09:16:27 pm
Os curdos???? como se alguma vez o Bush se ralasse com os Curdos!!!!

Tivesse o Iraque apenas areia e camelos, ao invés das SEGUNDAS MAIORES JAZIDA DE PETROLEO DO MUNDO, e aí sim, eu seria o 1º a aplaudir o Bush, por ter ido “libertar” um povo oprimido...oprimidos já eles eram á muito, mas aparentemente os Eua e amigalhaços só descobriram isso em 2003...claro que podem continuar a ser oprimidos na Arábia Saudita e em Israel...mas isso “não” tem nada a ver...

Tam´bem parece já se terem esquecido que o BIN LADEN é uma criação dos EUA para combater a URSS no Afeganistão...

Mas enfim, aqueles que adulatram o Bush, ao menos sejam coerentes com o que tem sido a politica externa dos EUA, e confessem a Admiração por PINOCHET, já agora, por MUSHARAF, por BATISTA, por MARCUS, porque toda a gente sabe, existem os bons e os maus ditadores!!!!!



Paisano, aplaudo vc, sim, esse individuo é um Criminoso que devia estar a ser JULGADO no TPI por crimes contra a humanidade, junto ao Saddam, que enquanto deu jeito, foi um dos maiores aliados dos EUA!!!! O gazeamento dos curdos deu-se em 1988, o Koweit foi invadido em 1990, e em 1991 podiam perfeitamante ter derrubado o Saddam , e no entanto, o paizinho da criatura deixou-o lá ficar no poleirozinho porque na altura convinha aos EUA!!!!



Tão criminoso é um como o outro!!!!

Citação de: "Yosy"
A democracia não funciona se imposta, tem que vir de dentro. E já agora, alguém ainda se lembra do Afeganistão?

Pelos menos alguma juventude parece ter mais lucidez do que os "Iluminados" neoconservadores de extrema-direita...
O problema , amigo Yosy, é que alguns se julgam "enviados de Deus" para impor a sua vontade...e nesse aspecto bush e bin laden estão mais próximos do que pode parecer...não esqueçamos a "gaffe" que foi, logo após o 11 de setembro, bush incitar á "CRUZADA" contra os muçulmanos...o problema do Ocidente é que se julga em tudo SUPERIOR a todas as outras culturas do mundo...mas, e já o dizia Napoleão..."ai do Mundo quando a China acordar!!!!" Sabes Yosy, em certos aspectos a URSS (ou outra superpotencia) faz falta ao mundo, quanto mais não seja para equilibrar a balança e evitar "cowboiadas" destas...

Citação de: "papatango"
Todos os países que tiveram a ganhar com Saddam, tomaram as suas decisões, consoante os seus interesses. Veja que nos anos oitenta a america fechou os olhos ao Saddam, mas diga-me, para não ir mais longe, o que fez o Brasil?
Ainda hoje quando vemos imagens de Bagdad e vemos aqueles velhos Volswagen PASSAT, você sabe-me dizer onde eles foram feitos?
Resposta: São José dos Campos, São Paulo.
E os Cascavel que o Brasil vendeu ao Iraque, e as baterias de Astros?

Portugal também vendeu armas ao Iraque...

Citar
Saddam, nunca pensou que a América aceitasse - como aceita - bastantes mortos.


Aceita? tem a certeza? e os aviões secretos que despejam caixões cobertos com a bandeira americana sem que ninguém saiba, como há tempos foi revelado???

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Yosy em Dezembro 29, 2004, 09:54:39 pm
Citar
Pessoalmente, acho que no Vietname os americanos estavam a tentar conter o comunismo no sudoeste asiático.

Esse era o objectivo da guerra mas o comunismo na Asia não se estava a propagar assim tão depressa. O Vietname foi um erro, tal como foi a invasão soviética do Afaganistão.

Sobre os neocons:

- são todos militaristas mas NENHUM foi sequer a tropa.
- têm uma visão do mundo errada, fanática e imperialista.
- o Angelo Correia (ex-ministro) não pode com eles

A comparação entre Alemanha Nazi e Iraque é completamente PARVA. Alemanha Nazi: forças militares extremamente poderosas comandadas por generais de génio. Iraque pós-Guerra do Golfo: é preciso dizer algo?

Citar
Deus escreve direito por linhas tortas.
(esperemos)


O problema é que:

a) a vontade de Deus é impossível de saber (que presunção pensar que Deus está sempre do nosso lado, ou que Deus até gosta de nós): eu sou agnóstico portanto isto não é problema para mim.

b) Bush não consegue escrever direito
Título:
Enviado por: [PT]HKFlash em Dezembro 29, 2004, 11:11:03 pm
Hmmm...as minhas observações indicam que o anti-americanismo está a subir. Vivo neste mundo á 15 anos e já começo a notar que as maiores potências são sempre criticadas....váh ok, talvez Portugal não pertença a esse grupo. :twisted:

A França também está na Costa do Marfim por interesses e a esse respeito está tudo calado.

Não gostam de americanos não lhes dêem a importância devida bolas. Eu sei que estão a morrer pessoas por causa deles, e acho bem que se mostre a nossa oposição e desagrado a tal, mas não caminhemos mais nesse caminho, e apenas vos peço não vos exigo.
Título:
Enviado por: emarques em Dezembro 29, 2004, 11:13:16 pm
Eu ainda estou à espera de descobrir qual foi a "invasão da Polónia" do Saddam. Porque é que foi necessário fincar os pés e dizer "Basta" naquela altura? O senhor até tinha andado calmo...
Título:
Enviado por: Spectral em Dezembro 29, 2004, 11:57:41 pm
Citação de: "pt"
m 1940, não havia Nações Unidas, havia Sociedade das Nações, e tanto quanto sei, não funcionou.

Ai é que está, hoje EXISTEM as Nações Unidas, cujos poderes e atribuições em nada se comparam à SdN.

Citar
Também havia acordos com a Checoslovaquia, e não serviram de nada. a Checoslováquia foi repartida e retalhada e entregue aos alemães, pelos civilizados Franceses e Ingleses. A Polonia, podería ter sido defendida, se Franceses e Ingleses quisessem de facto cumprir acordos.

A Checoslováquia foi "sacrificada no altar da paz" no dizer hipócrita depois de Munique. Mas esse era o sentimento predominante: o presidente checo disse depois, resignado e derrotado, qualquer coisa como: se este acordo salvar a paz na europa que assim seja, mas ai de vós ( França e Inglaterra) se não, porque ter-nos-ão sacrificado em vão.

A Polónia não podia ser salva, como aliás aconteceu sempre ao longo da sua história.


Citar
Foi a absoluta necessidade de tomar uma posição que forçou Franceses e Ingleses a declarar guerra á Alemanha. Hitler, não esperava que a guerra fosse declarada. Saddam, também fez mal os seus cálculos. Saddam, nunca pensou que a América aceitasse - como aceita - bastantes mortos.

Hitler tinha sido informado pelos ingleses e franceses que desta vez haveria guerra. Sentia-se seguro com o pacto secreto com a URSS, mas estava à espera (embora sempre a prever uma guerra mais prolongada) que conquistada a Polónia as democracias fartassem-se e desistissem-me. As altas-chefias alemãs é que não queriam a guerra pois achavam ( e com razão ) que as forças armadas não estavam preparadas.

Que cálculos foram esses de Sadam ? A operação Iraqi Freedom, quando ele ainda mandava em alguma coisa, teve baixas ínfimas. No cômputo geral as baixas ainda não são muito elevadas, tendo em conta o nº de tropas no terreno.

A mudança no comportamento de Kadafi já tinha começado antes.


Citar
Quando o problema do médio oriente for resolvido, os problemas do médio oriente acabarão por acabar. Os árabes, não são um povo persistente. Facilmente se compram e facilmente se vendem (sempre foram negociantes e mercadores). Sem fontes de financiamento, o que será dos movimentos terroristas?

E quem disse que é preciso muito dinheiro para manter uma actividade de guerrilha no Iraque ? Kalashs é o que mais não falta, munições também não, explosivos arranjam-se e a vontade de uma parte significativa dos iraquianos está lá.

E presumo que seja o" problema do iraque". Quando o Iraque for pacificado, o ressentimento geral do mundo árabe para com os EUA e o Ocidente desaparece por artes mágicas ?
Quanto a serem "comprados e vendidos" eu não tinha tanta certeza. Fundamentalistas e fanáticos costumam ser indiferentes a essas análises.

Citar
Os mundo islâmico árabe tem um problema para resolver. A visão fundamentalista, wahabita ou não, da sociedade, está em total e completo conflito com o mundo moderno. Uma sociedade que coloca 50% da populaçãoi atrás de um véu, é uma sociedade condenada. Não há teoria economica ou mago das finanças que mude isto. As sociedades muçulmanas fundamentalistas estão condenadas á miséria. Os estados do golfo, só são salvos pelo petroleo. O Paquistão (que não é Árabe) tem neste momento problemas sérios com a questão do Wahabismo, por causa dos financiamentos dos Sauditas, e começa a notar-se que se atrasa relativamente á India.

Faça-se o que se fizer, com as mulheres em casa, e uma sociedade essencialmente feudal e retrograda, nunca se vão criar e desenvolver como nos países ocidentais, economias de mercado saudáveis, ou pelo menos minimamente saudáveis e auto-sustentadas.

Sem o petróleo, a Arabia.Saudita, e os estados do golfo, seriam países tremendamente atrasados. O Egipto, não tem petróleo e é muito mais atrasado que esses países. O Egipto tenta conter o Wahabismo, mas mesmo assim, os fracassos do regime não auguram nada de bom.

Concordo  :roll:  :roll:
E como disse acima, o Iraque já era um estado laico. Não era é livre.

Citar
A França e a Inglaterra, declararam guerra á alemanha, sem uma razão aparentemente lógica. Aliás era tão ilógica que os proprios ingleses não queriam bombardear as fábricas alemãs de armamento.

Tinham a lei internacional ( os tratados com a Polónia) e toda a MORAL do Mundo para declarar a Guerra à Alemanha.
Quanto a essas ideias ingleses, esqueci-me de referir que, na minha opinião, se encaixam mais nas dúvidas que então existiam sobre a chamada "Guerra Total" e o bombardeamento de alvos civis/privados. Dúvidas similares ocorreram aquando das campanhas submarinas alemãs. Com o evoluir da guerra tais posições tornam-se completamente irrelevantes.

Citação de: "yosi"
A comparação entre Alemanha Nazi e Iraque é completamente PARVA. Alemanha Nazi: forças militares extremamente poderosas comandadas por generais de génio. Iraque pós-Guerra do Golfo: é preciso dizer algo?

Aí está! A capacidade militar de Saddam depois da Guerra do Golfo era nula. Aliás, a capacidade do estado iraquiano funcionar era quase nula...

Citação de: "yosi"
citação:   
Deus escreve direito por linhas tortas.
(esperemos)
   
O problema é que:

a) a vontade de Deus é impossível de saber (que presunção pensar que Deus está sempre do nosso lado, ou que Deus até gosta de nós): eu sou agnóstico portanto isto não é problema para mim.

b) Bush não consegue escrever direito


eheh, muito bem dito  :wink:
Título:
Enviado por: soultrain em Dezembro 30, 2004, 12:44:41 am
Boa noite,

Considero a invasão do Iraque tão ignóbil como a invasão do Kuwait.

O único motivo, das duas, foi o petróleo e só não foi mais pacifica, para o Mundo inteiro, pelos intereses Franceses que estavam no Iraque!

Passo a explicar:

As reservas mundiais de petróleo estão a decair. As que vale apena explorar já estão encontradas, estima-se que as que falta encontrar são uma percentagem insignificante.

Em Dezembro 2000 Colin J. Campbell (Geólogo e especialista em petróleo) na Universidade Técnica de Clausthal (Alemanha) afirmou que os EUA teriam que "fazer" e justificar rápidamente uma guerra com um país do golfo rico em petróleo, o que veio a suceder.

Para todos nós, certas notícias, são filtradas embora já venha alguma coisa à superficie como o ultimo escandalo da Shell. (investiguem)

O petróleo do golfo é o mais barato de explorar, pois está quase á superficie.

O golfo é uma região muito instável, um barril prestes a explodir.

Os EUA tinham uma presença significativa na região desde a 1ª guerra do Golfo, adivinhem onde... na Arábia Saudita (Esta foi a razão, repito A razão do 11/9). Presionados pelos Sauditas a retirar este contingente de solo sagrado teria de se encontrar uma solução.

Conclusão:

Juntou-se o útil ao agradável e aqui está a invasão do Iraque.

Devo dizer que era obrigatório achar uma solução para o petróleo, a curto prazo até refinarmos alternativas viáveis. Com o prejuizo da economia mundial, tal qual a conhecemos, desaparecer. Mas esta, em minha opinião, foi a pior de todas as possíveis.

P.s.: Tenho a apresentação do senhor que referi em formáto electrónico, é dirigida a leigos portanto é de leitura fácil e muuuito interesante para compreender os ultimos e futuros desenvolvimentos.

Quem quiser mande-me uma pm pois é muito extenso para postar aqui.


Cumprimentos e boas Festas.
Título:
Enviado por: papatango em Dezembro 30, 2004, 01:17:34 am
As teorias da conspiração são sempre tão compridas que quase ninguém lê os documentos de prova.

Sabiam que o D. Sebastião afinal não morreu, e que foi o rei de Castela que pagou aos mouros para o matarem?  :roll:   :roll:  teorias da conspiração são mais que as Mães e todas têm algum pingo de verosimilhança

Cumprimentos
Título:
Enviado por: soultrain em Dezembro 30, 2004, 01:56:17 am
Caro papatango,

O que eu escrevi foram factos.

1- A invasão do Kuwait foi motivada pelo petróleo.

2- A primeira mensagem de Bin laden após o ataque justificava-o pela presença de forças infieis em terra santa.

3- A palestra que referi, feita por pessoa de credito no meio, quando a ouvi em 2000 fiquei á espera do desenvolvimento e qual foi? Repare que foi muito antes de 11/9/2001. Aconselho a sua leitura e se depois quiser trocar impressões tudo bem.

4-Hoje em dia é um facto assumido que as reservas de petróleo vão acabar muito mais cedo que julgava o cidadão comum. Este senhor foi um dos percursores da verdade que as petroliferas já sabiam há anos. O escandalo na Shell este ano é consequência disso. Todas as petroliferas sobre-valorizam as suas reservas, por diversos motivos que foram explicados na palestra. Na Shell alguns acionistas descobriram e as acções cairam em espiral e toda a administração foi demitida, outras virão.

5- A Arabia Saudita é uma das ditaduras mais implacaveis do mundo, com convulsões tremendas na população pobre, com a família Real e os à sua volta riquíssimos. Sei do que falo, aqui no ocidente fala-se nalguma coisa? É publico que a Arabia Saudita tinha pressionado os EUA a retirar o contigente pois já não tinham desculpas para o manter uma vez que o iraque tinha "cumprido" os requesitos da ONU.  
   
6- A quantidade de mentiras que esta administração (digamos antes empresas Norte Americanas) arranjou pra justificar algo injustificavel foram tantas que não são possíveis de inumerar.

7- Segundo a sua teoria do "basta" como explica então a intervenção. É que a França e Inglaterra temiam pela sua soberania, os EUA temiam pelo mesmo?

As relações internacionais hoje em dia são regidas pelo dinheiro, é tonto quem pensa o contrário.

P.s.: Gosto de discutir ideias, mas a sua resposta foi, digamos que, a roçar a má educação. Se desejar continuar peço-lhe que modere as suas respostas. Já passei por algumas coisas, que me levam a acreditar, que temos que olhar para todas as teorias da conspiração, tambem as que refere, com um olhar critíco muito grande, mas não as podemos por de parte.

Gosto muito do seu site, sou leitor assíduo. Quando volta on-line?

Cump.
Título:
Enviado por: Paisano em Dezembro 30, 2004, 02:56:28 am
Citação de: "soultrain"
Gosto muito do seu site, sou leitor assíduo. Quando volta on-line?


É verdade PT, quando irá voltar o seu site? Estou sentindo falta da minha leitura diária nele.
Título:
Enviado por: soultrain em Dezembro 30, 2004, 03:23:21 am
Só mais um ponto que resta esclarecer:

Não sou anti-americano, mas sim fundamentalista contra esta administração, assim como a maioria dos americanos com alguma cultura, segundo me dizem amigos americanos(alguns judeus) que me têm visitado, embora não conheça gente mais nacionalista que os mesmos.

Os EUA ajudaram todos os Europeus na WWII, a qual todos devemos estar gratos. Mas não foi de graça, não se esqueçam que tivemos (menos nós Portugas) de pagar e bem $$$$. Desde essa altura, com as Reservas de Ouro nos EUA a aumentar exponencialmente, o dolar foi senhor do mundo. Até á chegada do Euro, a ver vamos.

Cump.
Título:
Enviado por: papatango em Dezembro 30, 2004, 03:42:34 pm
Em Dezembro 2000 Colin J. Campbell (Geólogo e especialista em petróleo) na Universidade Técnica de Clausthal (Alemanha) afirmou que os EUA teriam que "fazer" e justificar rápidamente uma guerra com um país do golfo rico em petróleo, o que veio a suceder.

Todo o santo ano, bruxas e videntes afirmam todo o tipo de coisas. As bruxas e os videntes portugueses por exemplo, são especializados em prever a queda da ponte 25 de Abril. A chatice é que a porcaria da ponte, não há meio de cair, e até lhe colocaram mais 50% de tráfego, e ainda por cima comboio na ponte. A tal ponto que as bruxas ultimamente parecem ter passado para outras áreas de previsão de desgraças.

No entanto não deixaram de haver bruxas que previram a queda da ponte 25 de Abril e que disseram que quando a ponte de entre-os-rios caiu que se tinham enganado na ponte.

A bruxaria, os videntes e os especialistas em assuntos internacionais em geopolitica e em geoestratégia, produzem todos os anos todo o tipo de previsões. A variedade é tanta, mas tanta que aconteça o que acontecer, há sempre alguém que “previu” o que aconteceu.

A Casa Branca, recebe todos os dias, cartas a afirmar que o presidente americano vai morrer no dia seguinte. Se o Bush, bater a bota amanhã, GARANTO A TODOS OS PRESENTES, que algum maluco vai afirmar que estava convencido de que o Bush morrería, e que até mandou uma carta a avisar. A partir dessa carta, garanto que vão aparecer mil teorias da conspiração.

Para mim, que sou um simples leigo, não preciso que venha um senhor de uma universidade alemã, dizer o que é obvio.

Desde pequeno que ouço dizer que o petróleo vai acabar. É uma verdade de La Palisse. Até o meu vizinho do segundo direito sabe disso, e não é geólogo alemão.

Outras verdades óbvias:
O petróleo é mais barato de extrair em terra que no mar. (deve ser uma novidade do mesmo La Palisse)
O Médio Oriente é um barril de pólvora prestes a explodir. (eu acho que tem vindo a explodir-se aos poucos).

No entanto, confesso que não estou de acordo com algum anti-americanismo primário, sem pés nem cabeça e justificado com disparates ás vezes ridículos, e disfarçados de conspiração internacional das multi-nacionais americanas.

É evidente, pelo menos para mim, que os interesses petrolíferos foram muito importantes na questão do Iraque.
É evidente no entanto também, que se trata de uma tentativa americana de regularizar à americana as coisas, impondo uma democracia ocidentalizada, num dos países árabes  que está em melhores condições para o fazer.

Esta imposição da “PAX AMERICANA” vem junto com os interesses da industria petrolífera americana, mas esse não é, do meu ponto de vista o objectivo principal.

Confesso também que fico um pouco irritado com os insultos primários ao povo americano, acusado de ser burro e estupido.

Ainda mais irritado fico quando as criticas vêm de portugueses, que vivem num país, onde o sistema judicial está desgovernado e afogado na lama e no lodo do desleixo de juizes e advogados, quando na América os Juízes das comarcas são eleitos pelo povo.

Irrito-me quando fazemos criticas aos americanos, que elegem os seus deputados e senadores há mais de 200 anos, por voto directo, quando a nossa democracia ainda não foi capaz de dar o poder ao povo e continua a impor-nos deputados eleitos pelas máfias dos partidos.

Irrito-me quando criticamos os americanos, quando a nossa própria constituição não foi referendada pelo povo, e quando na América, de dois em dois anos há referendos em todos os estados para perguntar aos cidadãos se leis e legislações simples devem ser ou não aceites.

Quando a nossa “democracia” chegar aos joelhos da americana, talvez possamos criticar  os americanos com mais conhecimento de causa, em vez de lhes chamarmos estúpidos.

Os americanos são um povo muito mais activo nas suas escolhas, nas suas decisões e no respeito pelo seu (deles) direito a escolher. Comparados com os americanos, os europeus não passam de um povo amorfo, que tem um reduzidíssimo direito de escolha.

A única coisa que costumo pedir ás pessoas, nomeadamente aos anti-americanos “primários” que criticam antes de pensar, é:

“…E se os americanos estiverem certos e nós os errados?...”


Cumprimentos


PS: Portugal também recebeu dinheiro do plano Marshall, mesmo não participando na guerra. O valor foi de  50 milhões de dolares. De entre os países neutrais, a Irlanda recebeu 116 milhões, a Turquia 152 milhões e a Suécia 118 milhões.
Título:
Enviado por: alfsapt em Dezembro 30, 2004, 04:19:28 pm
Citação de: "papatango"
Desde pequeno que ouço dizer que o petróleo vai acabar. É uma verdade de La Palisse. Até o meu vizinho do segundo direito sabe disso, e não é geólogo alemão.

Outras verdades óbvias:
O petróleo é mais barato de extrair em terra que no mar. (deve ser uma novidade do mesmo La Palisse)


Não sei quem disse, até pode ter sido o tal La Palisse, mas mesmo que ninguém o tenha dito dizê-lo não será por muito descabido:
"A crítica não é alheia à inveja"
por estas ou por semelhantes palvras disseram-no e ... tenho dito.
Título:
Enviado por: soultrain em Dezembro 30, 2004, 06:06:36 pm
Caro papatango,

Quem apela ao adivinhismo é V. Exa que acaba por dar as suas opiniões sem as fundamentar o que torna a discusão esteril.

O Sr. C.J.Campbell  não é Alemão é Inglês e como disse não é um adivinho apenas um tecnico que no fim da carreira com a experiencia acumulada foi mais alem. Alguma coisa aprendi com esta discusão, pois pesquisei e voilá:

CV de  C.J.Campbell  http://www.hubbertpeak.com/de/cv.html

Lecture Presentation at the Technical University of Clausthal C.J.Campbell  http://www.hubbertpeak.com/de/lecture.html

E a main page http://www.hubbertpeak.com

Antes de falar pesquise;)

Não fazia ideia que este assunto era discutido na internet, ainda não tive tempo para explorar, mas parece-me interesante.

O meu pai foi militar da Armada e durante a decada de 80 e principio de 90 esteve ao serviço da OTAN, ou NATO, como preferirem, colocado nos EUA e Canadá. Percorreu as bases militares mais importantes da América do Norte (não só as Navais). A ideia que eu fiquei é que a maior parte dos americanos são grandes ignorantes mesmo os com formação superior especialmente os militares de alta patente. Então quando se vai para o interior... Basta ver o resultado das ultimas eleições.

Quem me disser o contrário só conhece os EUA dos filmes ou de passear na 5ª Avenida e quando conhecer a realidade vai ter uma grande desilusão. Admiro a cultura Americana mas tudo o que encontra de bom encontra tambem do pior que existe e do mais inimaginável,  podemos dizer que é uma relação de amor ódio. Aliás a melhor definição é que é uma terra de contrastes (grandes contrastes mesmo) em tudo.
Existe uma coisa em que são imbatíveis: é o maketing. Eles vendem tudo muito bem, desde a imagem do país, aos politicos etc... Aqui na Europa tambem já vamos pelo mesmo caminho. Aqui em Portugal, não sei se perceberam, mas a viragem foi o António Guterres e agora é o que se vê nos principais Partidos.

Mas é a minha opinião e vale o que vale, discutir isto é como discutir o sexo dos anjos.

Não seja cabeça dura, leia a apresentação, com abertura e depois falamos.

Cump.
Título:
Enviado por: Ricardo Nunes em Dezembro 30, 2004, 06:29:49 pm
Citar
A ideia que eu fiquei é que a maior parte dos americanos são grandes ignorantes mesmo os com formação superior especialmente os militares de alta patente. Então quando se vai para o interior... Basta ver o resultado das ultimas eleições.


Caro soultrain,

Você vive num país onde ainda existem cerca de 10% de analfabetos. Onde a taxa de abandono escolar é a maior dos países desenvolvidos e mesmo assim pinta, de uma forma descontraída e perfeitamente natural, a ignorância americana como sendo superior à nossa.  :roll:

É preciso ter noção do sistema de educação norte-americano antes de se fazerem afirmações vagas e até certo ponto descrimatórias como as suas.
O sistema educacional americano está vocaciado, no seu geral, para uma vertente interna.
Enquanto que qualquer criança ou jovem americano lhe consegue debitar todos os estados e respectivas capitais dos Estados Unidos, duvido que uma portuguesa lhe consiga dizer o mesmo em relação às nossas províncias.
O nosso sistema tem como base uma visão geral do mundo, uma componente, se assim o quiser dizer, mais de cultura geral, enquanto que nos EUA, em termos de história e geografia, se estuda principalmente história e geografia americanas.
Não sei qual dos sistemas o melhor ( pessoalmente defendo o europeu ) mas não se critiquem as pessoas.
Ignorantes existem em todo lado. Deduzo que não entra numa escola portuguesa à muito tempo para dizer o que disse. Os EUA têm a sua quota de pessoas incultas tal como nós temos a nossa.

Em relação à eleição do presidente George W. Bush devo confessar que acho errado apelidarmos de ignorantes os americanos que nele votaram.
Eu preferia Kerry. Sem dúvida. Mas sou europeu e português. O povo americano vota e escolhe o seu líder. Eu aplaudo. É assim a democracia. E o povo americano está-se nas tintas para a visão filosófica e sonhadora do mundo que os intelectuais europeus normalmente pintam. O povo americano quer, e logicamente, que os Estados Unidos continuem a ser o país mais poderoso do mundo. Nesse aspecto, e de um ponto de vista de um eleitor norte-americano, o voto em Bush fez e faz sentido.

Mas nós, europeus inertes no nosso pedaço de terra, temos tendência a pensar que os EUA servem para servir as mordomias da Europa, para o bem e para o mal. A realidade é bem diferente. Eu voto para eleger o líder do meu país e os norte-americanos votam para eleger o seu líder. Posso não concordar mas respeito e nunca chamaria de ignorante a quem tivesse uma opinião contrária da minha.
Título:
Enviado por: Tiger22 em Dezembro 30, 2004, 06:31:14 pm
Citação de: "soultrain"
A ideia que eu fiquei é que a maior parte dos americanos são grandes ignorantes mesmo os com formação superior especialmente os militares de alta patente. Então quando se vai para o interior


Pois…pois…

Foi graças a essa ignorância que eles conseguiram construir a maior potência do planeta…

Pois…pois…

 :lol:  :lol:  :lol:  :lol:
Título:
Enviado por: JLRC em Dezembro 30, 2004, 06:45:10 pm
Citação de: "soultrain"
A ideia que eu fiquei é que a maior parte dos americanos são grandes ignorantes mesmo os com formação superior especialmente os militares de alta patente. Então quando se vai para o interior...


Eu li, já não me lembro onde, uma estória contada por Freitas do Amaral. Contou ele, que no tempo em que foi presidente da ONU, durante os tempos livres, costumava dar uma volta pelo interior do país. Um dia parou numa terra chamada Angola para meter gasolina. Quando já estava para se vir embora, não resistiu e perguntou ao jovem americano se sabia que havia um grande país africano chamado Angola. O americano ficou muito admirado e chamou o colega : ó não sei quantos, aqui o homem está a dizer que há um grande país africano que nos copiou o nome.
Esta estória serve não só para demonstrar a ignorância da maioria dos americanos, mas também o seu egocentrismo.
Cumptos caro conterraneo
Título:
Enviado por: soultrain em Dezembro 30, 2004, 06:55:27 pm
Caro Ricardo,

Como disse é a minha opinião, fundamentada na experiencia e discuti-la é discutir o sexo dos anjos.

Mas o que mais me impressionou não foi a falta de formação, mas quem a tem e depois que ao longo da vida ocupou cargos de responsabilidade, não consegue manter uma conversa, que eu, por exemplo, tenho hoje em dia com o meu filho. Isto não é uma pessoa em particular mas a grande generalidade. Tenho experiencias similares com militares de toda a Europa, que ainda hoje continuam a frequentar a casa dos meus pais, e não é nada que se pareça. Já passei tambem pela maior parte dos países da Europa em turismo e trabalho e nunca tive esta sensação que sinceramente não consigo explicar. É claro que compreendo as limitações sociais e geográficas, mas não é só isso é uma questão mais profunda.

Cump.
Título:
Enviado por: Ricardo Nunes em Dezembro 30, 2004, 07:00:00 pm
Citação de: "JLRC"
Citação de: "soultrain"
A ideia que eu fiquei é que a maior parte dos americanos são grandes ignorantes mesmo os com formação superior especialmente os militares de alta patente. Então quando se vai para o interior...

Eu li, já não me lembro onde, uma estória contada por Freitas do Amaral. Contou ele, que no tempo em que foi presidente da ONU, durante os tempos livres, costumava dar uma volta pelo interior do país. Um dia parou numa terra chamada Angola para meter gasolina. Quando já estava para se vir embora, não resistiu e perguntou ao jovem americano se sabia que havia um grande país africano chamado Angola. O americano ficou muito admirado e chamou o colega : ó não sei quantos, aqui o homem está a dizer que há um grande país africano que nos copiou o nome.
Esta estória serve não só para demonstrar a ignorância da maioria dos americanos, mas também o seu egocentrismo.
Cumptos caro conterraneo


JLRC pergunte a um jovem português que trabalhe numa qualquer bomba de gasolina se conhece um país chamado Burkina-Faso.
De certo que a reacção será a mesma.
Ou tente perguntar a uma pessoa de Lagos se conhece o nome da capital nigeriana.  :roll:

Generalizar em questões tão importantes, e de elevada importância para os países, é sempre mau.

Cumprimentos,
Título:
Enviado por: soultrain em Dezembro 30, 2004, 07:06:58 pm
JLRC,

Uma estória engraçada que ainda hoje me lembro foi um Oficial de Alta patente "REDNEEK" chamar o meu pai de preto numa conversa social(o meu pai é alourado e eu tenho olhos verdes! apesar de termos uma tez de pele morena).
Então foi algo assim:

-Donde é?
-De Portugal.
-Em Africa?
-Não, na Europa...
-Na Europa tambem há pretos?

O Homem ficou realmente e genuinamente surpreendido....

Cump.
Título:
Enviado por: JLRC em Dezembro 30, 2004, 07:31:16 pm
Citação de: "Ricardo Nunes"

JLRC pergunte a um jovem português que trabalhe numa qualquer bomba de gasolina se conhece um país chamado Burkina-Faso.
De certo que a reacção será a mesma.
Ou tente perguntar a uma pessoa de Lagos se conhece o nome da capital nigeriana.  :roll:

Generalizar em questões tão importantes, e de elevada importância para os países, é sempre mau.

Cumprimentos,


Ricardo

Pelos vistos você não compreendeu o ridículo da estória. O problema não é os americanos desconhecerem que existe Angola. O grave, é eles serem tão egocentricos, pensarem que são a origem de tudo, que eles é que são os bons e os outros não prestam, que partiram do principio que o país africano tinha copiado o nome deles e não o contrário. É claro que se for perguntar a um jovem do ensino secundário qual é a capital do Burkina-Faso eles não sabem. E você sabe?
Cumptos
Título:
Enviado por: J.Ricardo em Dezembro 30, 2004, 08:10:58 pm
Também conheço algumas histórias interessantes, na Copa do Mundo de 2004, alguns norte-americanos viram as equipes de TV brasileiras e foram logo perguntando se no Brasil EXISTIA TELEVISÃO!!!!!!
Outra história é do pai de um professor de inglês de minha cidade, ele é nascido nos EUA e se casou com uma brasileira, então abriram uma escola de inglês (muito conceituada por aqui), mas em conversa ele reclamava que estava com saudades de seus pais, então perguntamos porque ele não os trazia para visitar o Brasil, então meio sem Jeito ele respondeu que seu pai se recusava terminantemente a vir conhecer o Brasil, meio confusos pela reposta perguntamos o motivo, e ele respondeu que seu pai tinha medo ser flexado por um índio!!!!!!
E minha cidade é no interior de São Paulo, índio por aqui só em ilustração de livros de história!!!

Agora vocês realmente acreditam que os "caipiras" do interior dos EUA realmente se importam com as crianças mortas no Iraque???
Título:
Enviado por: Yosy em Dezembro 30, 2004, 08:27:32 pm
A todos os pro-guerra eu pergunto: gostariam que os EUA nos tivessem invadido nos anos 50/60, para nos livrarem do Salazar e instaurar um democracia?

Pessoalmente, eu consideraria muito seriamente juntar-me aos resistentes/terroristas/whatever.

Vejam estes artigos: http://www.rollingstone.com/politics/story/_/id/6593163?pageid=rs.Home&pageregion=single7&rnd=1100666488500&has-player=true&version=6.0.12.872

http://www.lewrockwell.com/orig5/lorentz1.html

Vêem todos deste fantastico site: http://www.g2mil.com/Winter2005.htm
Título:
Enviado por: soultrain em Dezembro 30, 2004, 08:49:14 pm
The people in control in the Pentagon and the White House live in a fantasy world. They actually thought everyone would just line up and vote for a new democracy and you would have a sort of Denmark with oil. I blame Defense Secretary Donald Rumsfeld and the people behind him -- Deputy Defense Secretary Paul Wolfowitz and Undersecretary Douglas Feith. The vice president himself should probably be included; certainly his wife. These so-called neocons: These people have no real experience in life. They are utopian thinkers, idealists, very smart, and they have the courage of their convictions, so it makes them doubly dangerous.
Gen. Merrill "Tony" McPeak
Air Force chief of staff, 1990-94

Retirado do link da Rollingstone fornecido pelo Yosy.

É um resumo do que eu penso acerca desta administração. Só acrescento que o motivo foi só um, o que já referi, e que vêm o mundo atraves de uma grande angular, tem a lente zoom ao lado mas não a usam!

Se Americanos com altas posições têm esta opinião!? E acreditem para a dar deve ter sido difícil porque o nacionalismo reina nessas paragens.

Curioso é que parece que o presidente não tem opinião...então não tem culpa. Há, bem aventurados os pobres de espirito pois o ceu será o seu Reino...

Cump.
Título:
Enviado por: [PT]HKFlash em Dezembro 30, 2004, 09:08:16 pm
Prontos agora vamos discutir a ignorância americana...que conversa mais estúpida.

Eu conheço um americano, um miúdo da minha idade, e ele sabe muito bem onde fica Portugal, mas por acaso não sabia qual as armas que utilizavamos nas FA porque obviamente trata-se de cultura especifica. E enganam-se porque ele vive no interior do país na ...como se chama aquele estado....Virginia, Virignia Ocidental, no meio dos grandes campos de cerais numa quinta, perto de umas vilas e cidades, e não é ignorante nenhum.

Os Americanos são um povo fechado, é óbvio.
Título:
Enviado por: Paisano em Dezembro 30, 2004, 10:51:08 pm
Vamos lá pessoal, mais uma da série "a ignorância dos americanos":

O Bush em 2002 (creio ter sido em 2002 mesmo) perguntou a FHC se havia negros no Brasil. E ficou surpreso ao receber uma resposta afirmativa.

Acredito que os colegas brasileiros devem se lembrar desse episódio.
Título:
Enviado por: [PT]HKFlash em Dezembro 30, 2004, 11:35:59 pm
Caro Paisano,

Se não fossem as rotas dos escravos de negros para o Brasil, este país não teria tantos negros como tem agora. Não tenho a certeza mas ouvi dizer qe 50% da população do seu país, é negra, ou talvez mais. Não sou racista, mas é óbvio que se o Brasil tivesse sido colonizado noutra época não teria tantos negros como tem agora.

Como já foi dito os Americanos são um povo muito fechado. Se querem provar que eles são mesmo ignorantes, façam-lhes perguntas sobre o seu próprio país....afinal são 50 países num só, deve haver muito para conhecer e cultivar. :P
Título:
Enviado por: Paisano em Dezembro 30, 2004, 11:55:44 pm
Citação de: "[PT
HKFlash"]Se querem provar que eles são mesmo ignorantes, façam-lhes perguntas sobre o seu próprio país....afinal são 50 países num só, deve haver muito para conhecer e cultivar. :P


Prezado [PT]HKFlash,

Eu até aceitaria que o americano médio não tivesse conhecimento da existência de negros no Brasil, mas o chefe da nação, que tem um monte de "aspones", até para ajudá-lo a ir ao banheiro, não há desculpas.
Título:
Enviado por: soultrain em Dezembro 31, 2004, 12:21:54 am
Citar
Se não fossem as rotas dos escravos de negros para o Brasil, este país não teria tantos negros como tem agora. Não tenho a certeza mas ouvi dizer qe 50% da população do seu país, é negra, ou talvez mais. Não sou racista, mas é óbvio que se o Brasil tivesse sido colonizado noutra época não teria tantos negros como tem agora.


 :D

P.s.: são 51 estados, esqueceste o Alaska comprado aos Russos?;)

Cump.
Título:
Enviado por: emarques em Dezembro 31, 2004, 12:53:25 am
Que eu saiba são 50. Alaska, Havai, e os "lower 48".

Além disso, como é que o comentário do HKFlash provocou essa consideração sobre a fome em África? :P Ele disse alguma barbaridade ao dizer que a quantidade de negros no Brasil é um produto do tráfico de escravos?
Título:
Enviado por: soultrain em Dezembro 31, 2004, 01:14:07 am
Bom err..

Peço desculpa pelo erro, realmente são 50. Afinal eu um europeu tambem sou ignorante;) 50 estrelas na "Old Glory"! Provavelmente, subliminarmente, estava a contar com o iraque...Brincadeirinha.

Quanto ao meu comentário interprete-o como quiser.

Cump.
Título:
Enviado por: Spectral em Dezembro 31, 2004, 02:04:58 am
Citação de: "Pt"
Irrito-me quando fazemos criticas aos americanos, que elegem os seus deputados e senadores há mais de 200 anos, por voto directo, quando a nossa democracia ainda não foi capaz de dar o poder ao povo e continua a impor-nos deputados eleitos pelas máfias dos partidos.

Irrito-me quando criticamos os americanos, quando a nossa própria constituição não foi referendada pelo povo, e quando na América, de dois em dois anos há referendos em todos os estados para perguntar aos cidadãos se leis e legislações simples devem ser ou não aceites.

Quando a nossa “democracia” chegar aos joelhos da americana, talvez possamos criticar os americanos com mais conhecimento de causa, em vez de lhes chamarmos estúpidos.

Os americanos são um povo muito mais activo nas suas escolhas, nas suas decisões e no respeito pelo seu (deles) direito a escolher. Comparados com os americanos, os europeus não passam de um povo amorfo, que tem um reduzidíssimo direito de escolha.



Ah, a mais que perfeita democracia americana, esse facho de liberdade num mundo oprimido :roll:
Esse maravilhoso exemplo para todo o mundo, com leis eleitorais caricatas (eleições à 3ª feira), um sistema eleitoral que elimina completamente quaisquer forças fora dos 2 grande partidos, em que os congressistas e os senadores têm todos as mãos atadas às empresas que pagaram as suas campanhas,em que os partidos redesenham constantemente os círculos eleitorais para roubar votos ao outro, um sistema político mais próprio do século XVIII, etc... etc...

Mas quem sou eu para criticar o sistema político americano, quando segundo alguns o nosso está pouco acima do do Saddam ?  :?:
Título:
Enviado por: soultrain em Dezembro 31, 2004, 02:49:40 am
Já agora mais uma colherada:

-Não foi nos EU que o candidato com mais votos não foi eleito?
-Não se falou, não sei se realmente isso aconteceu, em observadores internacionais para vigiar as eleições, como num pais não democrata?
-Não é nos EU que é preciso grupos de influencia com muito dinheiro para aprovar certas politicas no Senado (que Portugal pagou para ajudar Timor)? Ou seja democracia para quem tem dinheiro!
- Esse exemplo de democracia foi visto na última campanha eleitoral com mentiras e ataques durante toda a campanha e com jornalistas a relatarem mentiras estapafúrdias acerca do Kerry no ultimo dia, retratando-se depois das eleições dizendo que estavam muito cansados ou qualquer coisa assim?
- Sendo dos paises do mundo com mais mortes por armas de fogo, continua a sua venda pela influencia do lobby da industria.
- Nos EU por exemplo era impossível o Socrates se candidatar. A sua vida privada era escarrapachada em todos os jornais conservadores (pelo menos os boatos que circulam nos meios partidários do PS).

Bom podia continuar pois existem muitos mais argumentos, mas isto de estar de férias está a arruinar o meu ciclo de sono.

Boas noites e bons sonhos.
Título:
Enviado por: Paisano em Dezembro 31, 2004, 10:58:31 am
Uruguai e Bolívia endurecem relações com os Estados Unidos

Fonte: Agência Carta Maior (http://http)*

Citar
Governo eleito no Uruguai quer rever acordo que protege investimentos dos EUA. Na Bolívia, Congresso recusa pedido do governo de ratificar um convênio de imunidade para militares norte-americanos.

Montevidéu e La Paz – Após o adesismo chapa branca dos anos 90, a América Latina continua redesenhando suas relações com os Estados Unidos neste início do século 21. A criação do G-20 durante a reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) de Cancún, em setembro de 2003, foi um marco dessa nova fase. A eleição de governos com perfil de esquerda em diversos países da região tem dado força a novos enfrentamentos.

Semana passada, o vice-presidente eleito do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, da esquerdista Frente Ampla, anunciou que o novo governo irá rever os termos do Acordo Bilateral de Investimentos, firmado em outubro deste ano pela atual administração e que protege investimentos norte-americanos.

Inspirado em artigos do Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta) - firmado entre EUA, Canadá e México -, o acordo permite, entre outras coisas, que empresas cobrem indenizações milionárias de governos caso se julguem prejudicadas por legislações ambientais, sanitárias ou trabalhistas. Segundo Novoa, a revisão será facilitada pelo fato de o acordo não ter passado ainda pelo Congresso.

No último dia 23, foi a vez de o Congresso boliviano recusar o pedido do governo de ratificar um convênio de imunidade para militares norte-americanos no país. A informação foi dada pelo presidente da Comissão de Constituição, Carlos Sandy, que deplorou a ameaça de diminuição das ajudas econômicas de Washington.

"Essa lei não vai passar", declarou Sandy. "No legislativo, tomamos o planejamento do governo nem sequer como uma exortação a agir de determinada maneira, mas como uma infâmia", acrescentou Sandy, senador do Movimento ao Socialismo (MAS), que tem a segunda força parlamentar.

O legislador concordou com o monsenhor Jesús Juarez, um dos mais influentes membros da Conferência Episcopal boliviana, ao qualificar como "uma chantagem" o condicionamento da ajuda norte-americana a que seja ratificado o convênio.

Esse acordo foi firmado em março de 2003 pelo governo do ex-presidente Gonzalo Sánchez de Lozada entre seu chanceler Carlos Saavedra Bruno, e o embaixador dos Estados Unidos, David Greenlee.

* Com informações da agência Ansa.
Título:
Enviado por: papatango em Dezembro 31, 2004, 12:03:01 pm
Citação de: "Spectral"
Esse maravilhoso exemplo para todo o mundo, com leis eleitorais caricatas (eleições à 3ª feira), um sistema eleitoral que elimina completamente quaisquer forças fora dos 2 grande partidos, em que os congressistas e os senadores têm todos as mãos atadas às empresas que pagaram as suas campanhas, em que os partidos redesenham constantemente os círculos eleitorais para roubar votos ao outro, um sistema político mais próprio do século XVIII, etc... etc...


Spectral, eu não disse que o sistema americano era maravilhoso. Aliás, não me lembro de ter lido ninguém neste fórum a dizer que América é maravilhosa. A única coisa que digo (e não sou só eu) é que deveríamos ter um pouco mais de respeito pela maneira de ser dos americanos e que deveríamos tentar entende-la em vez de aplicarmos estereótipos.

Veja o sistema eleitoral:
O nosso sistema eleitoral não é o americano, no entanto também produziu dois partidos que não passam de associações de interesses, que recolhem dinheiro para as campanhas eleitorais, através de sistemas ilegais, que muitas vezes parecem ligados ao crime organizado. Portanto, esse problema não terá a ver com o sistema eleitoral, é influenciado.

De outra forma, nos Estados Unidos você pode concorrer a qualquer coisa, cá, normalmente tem que ir através do partido. O problema também é o dinheiro, não apenas o sistema eleitoral.

A verdade é que o sistema eleitoral americano tem mais de 200 anos e nunca foi mudado. O nosso tem apenas 30 anos e está de tal forma gasto e desacreditado, que é um dos factores que faz com que muitos portugueses pura e simplesmente tenham deixado de acreditar num regime que foi vergonhosamente corrompido pelo próprio sistema de partidos, com o auxilio de um sistema eleitoral, feito para permitir ás famílias politicas de Lisboa, continuar a receber o salariozito que metem ao bolso.

<sarcasm>
O Dantas de Eça de Queiroz, continua por aí, seboso, cheio de brilhantina. Veste fatos Armani, perfuma-se com perfumes caros e não toma banho. Vai à sede do partido cumprimentar o líder com as suas mãos gordurosas, e com sorrisos porcinos, garantir mais quatro anos de subsidio de deputado, garantidos com um lugar discreto, numa lista nalgum distrito da província, onde nunca sequer se dignou por os pés.

O Dantas consegue o lugarzinho na lista do PS ou do PSD e exclama: Credo! Vila Real, Chaves, Viseu, Beja, Braga. Pobre gente!
Agarra apressado no mapa de Portugal e procura para ver se encontra o distrito pelo qual concorre. Olha espantado e verifica AAAi. Não há auto-estrada.
Imediatamente pega no telefone e pede auxilio aos outros Dantas sebosos. Arranjem-me um avião pede em desespero, qual José Castelo Branco que tem que carregar uma lata de agua para a sanita. Um helicóptero já!!!. Não estão à espera que eu vá pela estrada normal pois não?
E logo os outros deputados adiposos e porcinos, que também já pediram favores para as suas ninhadas se apressam a por um ar sério e a fazer telefonemas justificando a necessidade para a nação de arranjar helicóptero ou avião para que o Senhor Candidato, visite o SEU círculo eleitoral e esteja em contacto com as populações.
Este grande povo que vai ter a possibilidade de olhar de relance para os tão distintos deputados de Lisboa, pessoas brilhantes e viajadas, que até já foram ao Paris da França e a Bruxelas, lá muito longe, onde o povo é inteligente, muito diferente desta raça de bestas analfabetas que há cá em Portugal e á qual é preciso pedir votos. Que nojo, exclama o Dantas!

- Valha-nos o sistema eleitoral. Se estas bestas algum dia pudessem escolher, havia de ser bonito. Lá tinha eu que imigrar.

Precisamos em Portugal de um novo George Orwell, para re-escrever o Triunfo dos Porcos. que em Portugal, se chamará, O Triunfo dos Dantas.


</end sarcasm>

O sistema eleitoral americano (com todas as suas falhas) aguentou uma democracia por mais de 200 anos. O nosso, se durar mais dez, afastará os portugueses dos políticos de tal maneira, que sufocará a democracia e a destruirá sem apelo nem agravo.

O sistema eleitoral americano elege pessoas. O sistema eleitoral português, finge que o povo elege alguém (excepção para o presidente).

Quanto ás distorções que permitem que um candidato seja eleito com menos votos que outro, é uma situação decorrente das distorções provocadas por diferentes taxas de participação, em diferentes círculos eleitorais. Mesmo em Portugal, em 1979 a AD Aliança Democrática, com 42.2% dos votos, obteve maioria absoluta no parlamento.

Depois, não nos esqueçamos que o sistema americano, que se baseia no inglês, é um sistema de vencedor simples. Eles dizem “Running for president”. A eleição é uma corrida e ganha quem chegar em primeiro. A questão da maioria absoluta, é vista como uma questão secundária..

Resta dizer que também sou contrário ao sistema de círculos uninominais, exactamente pelo problema das alterações demográficas que implicam a necessidade de redesenhar o mapa dos círculos eleitorais a cada eleição. O sistema que defendo, é o actual (método de Hondt). A única coisa que digo é que deveríamos poder escolher os deputados dentro da lista, porque se não, o nosso voto pode acabar indo (contra a nossa vontade) para bandidos, ladrões, pedófilos, e toda a sorte de gente, que encontra na vida de deputado uma forma simples de subir na vida, não para defender o povo, mas para se defender a si próprio.

Nem todos os políticos são bandidos. Há muita gente honesta. A maioria das pessoas são honestas. Essa é a grande verdade. Eu por mim quero ter o direito de decidir em qual das pessoas honestas votar, impedindo que aqueles que acho que são incompetentes sejam eleitos contra a vontade do povo.

Só um desabafo.
Título:
Enviado por: Yosy em Dezembro 31, 2004, 12:07:15 pm
Vejam este artigo sobre a democracia americana, escrito por um ex-Marine: http://www.fredoneverything.net/DemocracyText.shtml

O fim do artigo é especialmente interessante:

Citar
11) Finally, people do not want freedom. They want comfort, two hundred channels on the cable, sex, drugs, rock-and-roll, an easy job and an SUV. No country with really elaborate home-theater has ever risen in revolt. An awful lot of people secretly like being told what to do. We would probably be happier with a king.


Eu não sou assim, e duvido que muitos aqui (e nas forças armadas) sejam, mas nós estamos em minoria.
Título:
Enviado por: soultrain em Dezembro 31, 2004, 01:00:30 pm
Bom dia,

O sistema Norte Americano não é mudado há 200 anos porque manteve o status quo de uma elite.

Para concorrer a qualquer cargo é necessário dinheiro, ou próprio, ou angariado. Os candidatos são logo filtrados aqui! E por tal os candidatos são mais permeáveis a ser fantoches de outros interesses.

O método que preconiza papatango, tem as suas desvantagens, vejo logo à partida personagens regionais como o Sr.. Avelino Ferreira Torres e outros caciques uma subida rápida. Embora concordo consigo que deva ser o caminho a seguir, será o mal menor.

O nosso sistema tem quanto a mim um erro fulcral, ser possível uma pessoa sem experiência de vida "civil", só conhecendo toda a vida o partido poder ocupar qualquer cargo. Mas pronto, sempre temos os independentes.

cump.
Título:
Enviado por: JLRC em Dezembro 31, 2004, 01:27:50 pm
Citação de: "soultrain"
O nosso sistema tem quanto a mim um erro fulcral, ser possível uma pessoa sem experiência de vida "civil", só conhecendo toda a vida o partido poder ocupar qualquer cargo. Mas pronto, sempre temos os independentes.
cump.


Na sua opinião qual seria o melhor sistema para nós? Qual a sua opinião sobre um sistema "misto", com listas uninominais e uma lista nacional? Qual a melhor maneira de responsabilizar os deputados e de estes terem ligação com os seus eleitores?
Cumpts
Título:
Enviado por: emarques em Dezembro 31, 2004, 01:29:53 pm
Citação de: "papatango"
De outra forma, nos Estados Unidos você pode concorrer a qualquer coisa, cá, normalmente tem que ir através do partido. O problema também é o dinheiro, não apenas o sistema eleitoral.


Cá também é possível candidatar-se a um cargo sem o apoio de qualquer partido. O problema, aqui e nos EUA, é que para ganhar uma eleição é preciso dinheiro e uma máquina partidária organizada.Nos EUA um independente até pode ser eleito "sheriff" ou"mayor" de uma terreola (como aqui uma lista independente pode ganhar uma junta de freguesia), mas para chegar a esses cargos em terras maiores, ou para chegar ao congresso, já será preciso o apoio partidário. Pelas regras ninguém o impede de tentar formar uma lista de candidatos à AR por Setúbal, penso.

Não acho que o nosso sistema vá entrar em colapso dentro dez anos (já toda a gente "sabe" que os políticos são um bando de sacanas que não fazem nenhum, que mais desencanto é que vai acontecer?), mas como a única maneira de descobrir é esperar...
Título:
Enviado por: papatango em Dezembro 31, 2004, 02:24:28 pm
Pode-se apresentar uma lista em qualquer municipio para presidente da camara municipal, para a assembleia municipal ou para a junta de freguesia.

Não se pode fazer a mesma coisa para lugares de deputados.

São demasiado valiosos.

O sistema não tem que ser misto. Tem apenas que ser igual ao que já é, permitindo aos eleitores escolher o partido em que querem votar, e dentro do partido, escolher qual o deputado desse partico.
´
O problema é que as Máfias das distritais não querem esse sistema, porque aí, é o próprio povo que vota, dentro dos próprios partidos. Quem conseguiu chegar a um lugar de relevo numa distrital, através de conversa, pressão, un s presentinhos por debaixo da mesa, não suporta a ideia de ter que pedir votos e depois prestar contas.

Afinal , isto está tudo tão bem feito, por estes senhores que fizeram a constituição de 1976 (que nunca foi referendada), que não vale a pena mudar.

A própria constituição de 1976, é um insulto a todos os portugueses. Como é que a nossa lei fundamental não foi referendada?
A pouca vergonha há de ter limites.

= = =
Á medida que as pessoas vão tendo um pouco mais de conhecimento, vão entendendo as várias possibilidades que se lhes oferecem. Vai chegar a um ponto em que vamos acabar explodindo.

Explodiremos nós como expolodiram os Áustriacos ao votarem num partido de extrema-direita. Mas nós não somos Áustriacos. Somos por natureza um povo insatisfeito e rebelde. Nunca estamos contentes. Essa é a nossa fraqueza, mas ao mesmo tempo, uma das nossas forças.

cumprimentos
Título:
Enviado por: soultrain em Dezembro 31, 2004, 02:47:44 pm
JLRC,

Sinceramente não tenho uma opinião totalmente formada, mas não desgosto do Alemão:

"existem fórmulas mistas, como o modelo alemão "Representação Proporcional Personalizada", no qual metade dos mandatos do Bundestag são eleitos através de listas uninominais em circunscrições uninominais pelo sistema maioritário simples e, outra metade, eleitos pelo sistema de representação proporcional, mediante listas plurinominais com círculos eleitorais de "Land", havendo ainda recurso a cláusula barreira.

Cada eleitor dispõe de dois votos a que correspondem dois boletins, sendo os mandatos atribuídos com recurso a uma combinação de regras."

Mas complicar as coisas tem um grave perigo:

Hoje em dia uma grande parte da população não vota e temos um sistema bastante simples e compreensivel. Corremos o perigo de uma minoria de eleitores eleger contra a vontade da população.(onde é que eu já vi isto?).
O que aconteceu em Itália é prova disso.
Em 1997 estava em Veneza e vi um grande corropio de gente, puseram-me um pin no peito a dizer "Padania livre" e lá fui eu atrás... Já tinha ouvido falar do Sr. Humberto Bossi e tive curiosidade, era um comício.

Pois meus senhores, ainda hoje quando me lembro, percorre-me um arrepio na espinha.
Era exactamente como os filmes do regime Nazi, salvo é claro as proporções e as cores dos estandartes. O homem não disse nada de jeito, só gritava aqualas frases feitas que levavam a multidão ao rubro, até uma cidadã italiana que pôs a bandeira Italiana á janela foi apedrejada. Pensei para comigo que este tipo de charlatões não teriam lugar na nova Europa... Pois como me enganei, passado uns anos formava governo com um tipo do mais duvidoso que há.

Isto é o preço por ter um sistema, que os eleitores não compreendem.

Por isso entre um simples que todos compreendem (como já referiram em portugal, infelizmente, a percentagem de analfabetos  dava uns lugares no Parlamento) e um complicado que só uma percentagem percebe... venha o diabo e escolha.

Cump.

editado: o sistema que o papatango refere já é um compromisso e mantem a sua simplicidade. Agora os partidos aceitarem isso...
Título:
Enviado por: JLRC em Dezembro 31, 2004, 03:28:05 pm
Citação de: "soultrain"
Por isso entre um simples que todos compreendem (como já referiram em portugal, infelizmente, a percentagem de analfabetos  dava uns lugares no Parlamento) e um complicado que só uma percentagem percebe... venha o diabo e escolha.


Soultrain

Eu penso que o sistema que mais se coaduna com a mentalidade dos portugueses, era um regime presidencialista, do tipo francês. É claro que os candidatos com hipóteses de serem eleitos seriam normalmente apoiados pelos partidos, no entanto permitia que independentes podessem concorrer ao mais alto cargo da nação e até poderia haver candidatos suprapartidários. Eu participei nos GDUP (Grupos de Unidade Popular) aquando da candidatura de Otelo Saraiva de Carvalho e a participação popular foi indescritivel. Mesmo agora, as vozes que se levantam contra o Sampaio, são oriundas do aparelho partidário do PPD/PSD (como o santanaz gosta de dizer) e não do povo. Este último aceitou muito bem a atitude do presidente, até porque o povo revê-se mais na figura do presidente (foi eleito directamente pelo povo), que no primeiro-ministro (especialmente no último que lhe foi imposto, sem que o povo fosse consultado) e nos restantes políticos. Por isso penso que um presidente eleito por sufrágio universal e com mais poderes que actualmente, seria mais aceite e respeitado pelo povo, que os primeiros-ministros do actual sistema. É a minha opinião e como tal discutível, mas é o que penso. O governo tem de ser forte e ser respeitado pelo povo e esse respeito vai buscá-lo ao facto de ter sido eleito directamente pelo próprio povo.
Cumpts
Título:
Enviado por: Tiger22 em Dezembro 31, 2004, 03:33:51 pm
Citação de: "JLRC"
(como o santanaz gosta de dizer)


Penso que um pouco de respeito e boa edução não lhe ficavam nada mal, alias, estas duas qualidades ficam bem a qualquer pessoa.

Se a intenção foi de fazer uma piada aconselho-o a escolher uma que realmente a tenha.
Título:
Enviado por: emarques em Dezembro 31, 2004, 03:53:27 pm
Citação de: "papatango"
Pode-se apresentar uma lista em qualquer municipio para presidente da camara municipal, para a assembleia municipal ou para a junta de freguesia.

Não se pode fazer a mesma coisa para lugares de deputados.


Tem razão, é preciso fazer parte de uma lista partidária. Claro que um grupo que tivesse força para eleger um deputado também podia criar um partido para isso, mas sem partido não se pode.

Quanto ao "desencanto pela vida política", acho que a situação não será muito diferente da de outros países. Abstenções altas parecem ser a norma. Afinal, "eles são todos iguais". Não sei quais serão os níveis de abstenção nas eleições americanos, mas segundo me lembro também são bastante altos. O nosso problema é que achamos sempre que somos muito diferentes dos outros.
Título:
Enviado por: soultrain em Dezembro 31, 2004, 04:27:07 pm
JLRC,

Assusta-me o poder centralizado num só homem sem um garante da democracia como o é o nosso presidente. Em França, os presidentes dissolvem o Parlamento para acomodar a maioria parlamentar à maioria presidencial além disso é um facilitador de politicas populistas.

 Embora não concorde com as ultimas decisões do nosso Presidente, não é que apoie ou até goste do Santana, mas foi muito teatral e  pouco racional(mas isso é outra conversa).

Não era boa ideia abrir um novo tópico com um resumo do que foi dito? É que isto já se afastou um bocado do assunto inicial e é bastante interessante. Uma vez que sou novato aqui e vou sair para a borga, deixo-vos o trabalh..err a HONRA!!

Cump. e boas entradas em 2005. Que a qualidade do nosso MDN se mantenha, não é essa, é a qualidade do Jose Castello Branco que tudo o que vê compra, do melhor e de grife(Material para as nossas FA entenda-se ).
Título:
Enviado por: P44 em Dezembro 31, 2004, 06:53:25 pm
Bommmmmmm

Voltando ao que desencadeou este tópico...a foto dos soldados americanos mortos, se em vez de "EUA" estivesse escrito "Espanha", e em vez de "Iraque", "Portugal"...faço ideia quantos não mudavam logo de trincheiras...e talvez compreendesem a resistência Iraquiana aos "libertadores"...claro que para alguns se nós nos tornassemos o 51ºestado dos EUA seria "ouro sobre azul" (mas nós somos uma raça inferior, como a francesa...o máximo a que puderiamos aspirar era a um estado-livre associado ao Texas...) :mrgreen: Piada emitida do Tonight Show do Jay Leno

(outra boa foi: postal a dizer na frente: PEACE ON EARTH com uma pomba, e ao abrir-se: JUST KIDDING!!! signed, Donald Rumsfeld) :twisted:  8)
Título:
Enviado por: JLRC em Dezembro 31, 2004, 07:03:47 pm
Amigo Ricardo Nunes

Fazendo minhas as palavras do companheiro soultrain, será possível abrir um tópico sobre os sistemas eleitorais e transferir para lá o que já foi dito sobre o assunto. Eu podia abrir o tópico, mas só conseguia transferir as minhas intervenções. Faça uma forcinha. Desde já o meu obrigado.
Um BOM 2005 para o Ricardo e para todos os companheiros deste forum
Um forte abraço
Título:
Enviado por: [PT]HKFlash em Janeiro 01, 2005, 05:57:15 am
Citar
Bommmmmmm

Voltando ao que desencadeou este tópico...a foto dos soldados americanos mortos, se em vez de "EUA" estivesse escrito "Espanha", e em vez de "Iraque", "Portugal"...faço ideia quantos não mudavam logo de trincheiras...e talvez compreendesem a resistência Iraquiana aos "libertadores"...claro que para alguns se nós nos tornassemos o 51ºestado dos EUA seria "ouro sobre azul" (mas nós somos uma raça inferior, como a francesa...o máximo a que puderiamos aspirar era a um estado-livre associado ao Texas...)  



Que comparação mais absurda, nós não vivemos numa ditadura amigo P44. Porque se assim fosse, eu fazia duas coisas:

Juntava-me aos rebeldes independentes portugueses contra o regime dictatorial e apoiava os Espanhois.(só não os apoiava se eles quisessem anexar o país). A presença de tropas espanholas se viessem para nos libertar de um regime dictatorial só seria benefeciário, penso eu. A ditadura não poderia ser restablecida.

Se eles quisessem quisessem não libertar mas anexar o país, então vamos num tudo contra a todos e aí sim, eu mudaria de trincheira.
Título:
Enviado por: P44 em Janeiro 01, 2005, 05:22:59 pm
Prezado Flash,

Cada um acredita no que quer...

Você acredita que os EUA foram libertar o Iraque da Ditadura...eu não.
Eu continuo convicto de que a única coisa que os move é o interesse nos recursos do Petróleo e continuar a criar instabilidade entre os países árabes para continuar protejendo Israel.

Você concorda que se realizem "eleições" em apenas partes do País?
Se em Portugal apenas se realizassem eleições no Minho, Estremadura e Algarve para decidir o governo, achava bem? eu não...
Título:
Enviado por: Miguel em Janeiro 01, 2005, 06:19:03 pm
Caros amigos

O principal problema dae estabilidade mundial está em colapso por causa dos USA, ou seja são eles o problema do planeta.
Não cumprem as resoluções da ONU, puseram o Hans BLIX em reforma!!!
enfim prontos..............

existe 2 tipos de poder:

- HARD POWER(miltar-belico) este é o dos USA agora.
- SOFT POWER(economico-cultura,etc...) este foi o que acabou com a guerra fria,se os amigos se lembram não se bombardeou Moscovo em 1948 quando eles estavam a ter ADM em curso.
Título:
Enviado por: Yosy em Janeiro 01, 2005, 10:01:57 pm
Flash

A guerra do Iraque abriu um precedente perigoso, uma vez que desafiou o direito internacional.

Para um país declarar guerra a outro é necessário haver um "casus belli" (algo que o justifique). O "casus belli" dado por Washington era:

1- Iraque tem WMDs
2- Saddam coopera com a Al Qaeda.

1- Scott Ritter, ex-fuzileiro americano e inspector da UN no período entre guerras sempre disse que não existiam. Hans Blix não foi autorizado (pelos EUA) a acabar a sua comissão em 2003, mas concluiu que não existiam. Mais de um ano passou após a invasão e as WMD não apareceram. Alguns dizem que elas estão escondidas na Síria ou noutros países: isto é rídiculo - qualquer líder com mais de 2 neurónios iria recusar receber um carregamento tão "quente". Além disso, não seria possivel esconder a transferencia de um satélite espião. Conclusão: as WMDs não exitem.

2- a ligação Saddam-Bin Laden nunca foi provada.

Conclusão: a guerra foi e é ilegal
Título:
Enviado por: [PT]HKFlash em Janeiro 02, 2005, 02:23:32 am
yosy

Eu se que esta guerra foi uma mentira, não me venha explicar isso. Aliás eu nunca achei que existiam ADM. Mas diga-me, por que acha que eles conduziram esta guerra sem que os outros concordassem? Eles são os mais fortes, e quando os mais fortes caiem nas mãos erradas, pimba, entorna-se o caldo.

Os EUA são como uma arma nuclear, se estiver nas mãos erradas os resultados podem ser desastrosos.

Citar
Prezado Flash,

Cada um acredita no que quer...

Você acredita que os EUA foram libertar o Iraque da Ditadura...eu não.
Eu continuo convicto de que a única coisa que os move é o interesse nos recursos do Petróleo e continuar a criar instabilidade entre os países árabes para continuar protejendo Israel.

Voçê concorda que se realizem "eleições" em apenas partes do País?
Se em Portugal apenas se realizassem eleições no Minho, Estremadura e Algarve para decidir o governo, achava bem? eu não...


Pois de facto cada um acredita no que quiser, nem sei como isso veio ao barulho, mas continuando...

Eu acho que o petróleo é um dos interesses dos EUA no Iraque, mas será só isso? Você tem a certeza? Daqui a uma década ou duas (ou ainda mais) poderemos vir a descobrir que tal interesse era secundário. Eu não sei, e como você disse cada um acredita no que quiser por isso eu sinceramente acho que a malta anda sempre com o petróleo, petroléo blá blá blá blá... eu não concordo, e depois de ver o comentário que vi na RTP2 sobre Bush e ter analisado o cenário no Iraque, acho que talvez não seja esse o objectivo, obviamente posso estar errado.[/code]
Título:
Enviado por: P44 em Janeiro 03, 2005, 12:22:17 pm
Flash, é obvio que eles têm outros interesses.

Já agora , que acha deste artigo que postei aqui há algum tempo:

http://www.forumdefesa.com/forum/viewto ... highlight= (http://www.forumdefesa.com/forum/viewtopic.php?t=1370&highlight=)



Cumprimentos
Título:
Enviado por: Paisano em Janeiro 14, 2005, 01:47:54 am
CIA ganha carta branca para torturar

Fonte: Tribuna da Imprensa

Citar
WASHINGTON - Atendendo a um apelo do governo Bush, líderes do Congresso norte-americano eliminaram uma medida que poderia impor limites ao uso de "técnicas extremas" de interrogatório pela CIA, dizem autoridades ouvidas pelo jornal "The New York Times".

A queda da medida, segundo o "Times", afeta uma das áreas mais obscuras da guerra ao terror: a detenção e os interrogatórios secretos de suspeitos de terrorismo como Khalid Sheik Mohammed, visto como autor intelectual dos ataques de 11/9.

O Senado havia aprovado novas restrições aos interrogatórios por 96 votos a 2, como parte da lei de reforma dos serviços de espionagem. A medida estenderia explicitamente aos agentes secretos a proibição de aplicar tortura e tratamento desumano, e exigiria que a CIA e os militares informassem quais os métodos de interrogatório em uso.

Mas, em negociações conduzidas a portas fechadas, líderes parlamentares removeram os artigos da lei, após a Casa Branca expressar sua oposição. Em carta enviada ao Congresso em outubro, a conselheira de Segurança Nacional Condoleezza Rice dizia ser contra a medida prevista na lei, porque oferece a prisioneiros estrangeiros proteções legais às quais eles atualmente não têm direito.
Título:
Enviado por: JLRC em Janeiro 21, 2005, 04:29:15 pm
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg102.exs.cx%2Fimg102%2F1802%2Fmartinlutherking6uz.jpg&hash=552ba9227f0e051a774cae4f6195e3a6)
Título:
Enviado por: Paisano em Janeiro 23, 2005, 05:18:40 pm
A semelhança entre Bush e Bob Esponja*

Fonte: The New York Times

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Eu já deveria saber. Eu não acredito que eu pensei que ele fosse apenas uma pequena esponja inocente vestindo um shorts justo.

O que uma esponja estaria fazendo ao dar as mãos para uma estrela do mar ou vestindo uma roupa roxa e rosa pink para redecorar o Sr. Siriguejo, se ele não fosse um pervertido invertebrado?

Antes que isso termine, nós vamos descobrir que Bob Esponja é a representação ilícita do dj de Tampa, Bubba The Love Sponge. Quem iria dizer que Bob Esponja se tornaria tão repleto de enigmas quanto a capa de “Abbey Road”?

O dr. James Dobson, líder cristão conservador e oponente ao casamento homossexual, que diz que a reeleição do presidente foi mais um mandato para suas idéias do que para as de George W. Bush, apontou as ciladas pérfidas do personagem popular de desenhos, Bob Esponja Calça Quadrada. Uma esponja faz lavagem cerebral na criança.

Minha nossa! Dobson mostrou um Bob Esponja com um terno preto na semana passada para membros do Congresso e aliados políticos. Ele disse que um “vídeo pró-homossexual” – estrelado por Bob Esponja, Barney, Jimmy Nêutron, Miss Piggy, Caco, Ursinho Puff – foi feito para passar nas pré-escolas para promover a “tolerância”, incluindo tolerância pelas diferenças de “identidade sexual”.

Dan Martinsen, porta-voz da Nickelodeon, canal que transmite o desenho do Bob Esponja, estava aturdido. “É uma esponja. Ele não tem sexualidade”.

Dobson fez um serviço ao país, ao nos lembrar para tomar cuidado com o lado obscuro de amáveis, porém flexíveis esponjas. Ele me inspirou a examinar o discurso de posse do presidente com um olhar mais cético.

A promessa épica de Bush, de apoiar movimentos e instituições democráticas em cada nação e acabar com a “tirania no nosso mundo”, pode ser vista como uma falsa promessa, dado que o turbilhão iraquiano exauriu nossos militares.

Apesar do seu discurso incendiário sobre “fogo indomado da liberdade” ter sido interpretado como um alerta vermelho tanto para adversários quanto amigos, eu me pergunto se o presidente sabia que ele estava, literalmente, prometendo reprimir os governos não democráticos ao redor do planeta, o que incluiria alguns dos maiores aliados americanos. Ele provavelmente pensou que era um jeito mais elegante de falar sobre a invasão do Iraque, não como uma busca fracassada por armas de destruição em massa, mas como um sopro de liberdade (palavra usada 27 vezes).

Os Bushes nem sempre entendem que eles estão sendo amparados pela retórica nos seus grandes discursos. Para tal visão, a entrega de Bush foi curiosamente sem emoção.

Alguns dos mesmos conselheiros que preencheram o cérebro de Bush com visões açucaradas de uma maquiagem rápida e inofensiva do Iraque queriam que o discurso fosse ouvido literalmente; eles estão redigindo opções militares para o resto do Oriente Médio. Mais uma vez, o amável e flexível presidente parece estar absorvendo a tendência marcial daqueles ao seu redor, parecido com uma esponja.

Bush Esponja Calça Quadrada!

Nós só esperamos que Dobson não perceba as semelhanças.

Bush Esponja enlaçou o país numa grande bagunça no Iraque, porque ele absorveu com ingenuidade os avisos horríveis das capacidades de armas de Saddam e das hipóteses futuras sobre as capacidades de liderança de Ahmad Chalabi.

Dick Cheney é alguém grosseiro que dá tarefas ao Bush Esponja, mas Bush Esponja o adora assim mesmo.

Bush pode ter pensado que ele estava apenas assoprando lindas bolhas repletas de ideais confiáveis sobre liberdade no seu discurso, mas Cheney parecia estar atento em adornar o Irã e a Síria. (Richard Perle não lembra o vizinho pretensioso e sarcástico de Bob Esponja, o Lula Molusco?)

O vice-presidente disse a Don Imus que o Irã estava “no topo da lista” de focos de problemas, e que Israel poderia “agir antes” com um ataque militar.

A verdade é que o Bob Esponja mostra uma diversão limpa e boa para as crianças. Bush Esponja leva guerras intermináveis e terríveis para o mundo

*Maureen Dowd
Título:
Enviado por: Paisano em Janeiro 24, 2005, 10:42:08 am
Bush, suposto defensor da liberdade, patrocina tiranias*

Fonte: Tribuna da Imprensa

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NOVA YORK (EUA) - O discurso de posse do presidente Bush ainda centraliza o debate político no país, pela sugestão clara de novas guerras no futuro como a do Iraque - cujo pretexto, as inexistentes armas proibidas, teve de ser mudado a posteriori. Bush agora recomendou aos que lutam pela liberdade e contra tiranias, em qualquer parte do mundo, que se levantem, candidatando-se ao apoio imediato dos EUA.

Ele justificou que tal posição é no contexto da guerra ao terrorismo e da defesa do país, pois sem tirania e com liberdade cessaria a ameaça à segurança dos EUA. Será esse o caso das tiranias do Paquistão, do amigo Pervez Musharraf, do Egito, onde Washington sustenta Hosni Mubarak, e da Arábia Saudita, onde a família real é seu maior aliado no Oriente Médio? A queda de tais tiranos é só o que quer a maioria oprimida nestes países.

O tirano Musharraf tomou o poder num golpe militar em 1999. Seu arremedo de eleição em 2002 foi repudiado pelo mundo. Ele trocou o uniforme por roupas civis, mas sequer cumpriu a promessa de deixar o comando do Exército. Continua ditador militar. Foi o maior aliado de Bush na guerra do Afeganistão contra os talibãs, dos quais fora o padrinho (o Paquistão era o único país que reconhecia o regime talibã).

US$1 bi para sustentar Mubarak

O tirano Mubarak dificilmente sobreviverá um dia no poder se os EUA retirarem sua ajuda militar e econômica, que totaliza US$ 1 bilhão por ano e só é inferior, no mundo inteiro, à destinada a Israel. O ditador encena regularmente um espetáculo a que dá o nome de eleição. Mas eleição de verdade seria incompatível com os graves abusos dos Direitos Humanos e restrições às liberdades políticas e de expressão.

Quanto à família real saudita, não é só a aliada militar, política e econômica que vende 20% de todo o petróleo importado pelos EUA e aplica esmagadoramente em corporações americanas a receita do petróleo. Até pelos critérios de uma Freedom House, ligada ao governo de Washington, a Arábia Saudita é um dos países menos livres do mundo, violador contumaz dos Direitos Humanos e governado por decreto.

As três tiranias merecem destaque especial, mas estão longe de ser as únicas sob a proteção do governo Bush. O Kuwait, tomado de Saddam Hussein pelos EUA com a guerra de 1991, é outra tirania monárquica, onde mulheres não votam e nem ocupam cargos públicos. Hoje tem uma Assembléia Nacional nominal, mas se alguém ali reclamar liberdade corre o risco de ajustar contas com tropas americanas.

Muitas tiranias, um só padrinho

O Uzbequistão foi outro grande aliado americano na guerra do Afeganistão. Em sua campanha contra os terroristas islâmicos recebeu dos EUA, só entre 2002 e 2004, uma ajuda no total de mais de US$350 milhões. Democracia? Nada disso. O próprio Departamento de Estado diz que o Uzbequistão "não é uma democracia e não tem uma imprensa livre. Líderes oposicionistas que não foram presos tiveram de fugir".

Há muitas outras tiranias pelo mundo acobertadas pelos EUA, mas só acrescento à lista as duas mais notórias: a Rússia, que controla a mídia, faz eleições de mentira (Yeltsin, Putin) e massacra chechenos e outros vizinhos; e a China, maior parceiro comercial de Bush, recebendo investimentos americanos de US$35 bilhões e oferecendo às multinacionais dos EUA sua mão de obra semi-escrava.

Não estou sugerindo que por causa de tais tiranias os países sejam invadidos por outros. Estou apenas constatando que a promessa de Bush sobre as tiranias é mais uma bobajada - na verdade, uma lambança que aparentemente nem ele próprio soube avaliar direito ao ler o discurso. O que ele tentou foi criar nova retórica, encenar uma Doutrina Bush da liberdade, inspirada na velha (de 1947) Doutrina Truman.

Obviamente o objetivo de Bush era assustar outros, dando a entender (sem assumir compromisso concreto de ação) que a receita no futuro para países que incomodam os EUA seria a mesma do Iraque. No Senado, Condoleezza Rice já tinha apresentado aquele recado dos "postos avançados da tirania". Deu até os nomes: Coréia do Norte, Irã, Cuba, Bielorrússia, Zimbabwe e Mianmar (antiga Birmânia).

Allawi, nova vocação sanguinária

Rice ainda tropeçou em outro - a Venezuela. O senador Lincoln Chafee, um liberal republicano de Rhode Island, cobrou explicação: por que falava daquela forma de Hugo Chávez, que desde 1998 já foi eleito duas vezes e ratificado em quatro ou cinco referendos? A cobrança fazia sentido, pois Musharraf, Mubarak, as famílias reais saudita e do Kuwait, Putin etc. podiam ser qualquer coisa, menos democratas.

O Iraque é o modelo, mas se deteriora a cada dia, às vésperas do que Bush chama de eleição. Vejam, por exemplo, como está a imagem de Iyad Allawi, atual primeiro ministro. Bandeou-se para a CIA depois de servir Saddam Hussein. E ano passado, dias após assumir a chefia do governo, matou pessoalmente, a sangue frio e diante de testemunhas, seis presos algemados e com venda nos olhos. É uma vocação de tirano.

Esse episódio está sendo contado desde julho de 2004, graças a uma reportagem minuciosa de Paul McGeough, escrevendo de Bagdá para o jornal "Morning Herald", de Sidney, Austrália. O repórter tentou inutilmente ouvir Allawi, só conseguindo um desmentido desalinhavado e inconvincente do governo. A história foi repetida em várias jornais do mundo, embora nos EUA mal tenha merecido registro irrelevante.

*Argemiro Ferreira
Título:
Enviado por: Miguel em Janeiro 27, 2005, 05:42:30 pm
Latinos carne para canhão???

A pouco vi uma reportagem num canal TV Francesa, que a maioria das baixas das Forças Armadas dos EUA eram de origems Latinas(Mexicanos,Sul Americanos etc...) no final da reportagem via-se um oficial do US Marines Corps entregar a uma mãe que perdeu o seu filho no Iraque, a famosa Green Card..........................

cumptos
Título:
Enviado por: Paisano em Janeiro 27, 2005, 11:04:57 pm
Presos de Guantánamo tentaram suicídio

Fonte: O Globo

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MIAMI. Vinte e três prisioneiros do campo de detenção americano de Guantánamo, em Cuba, fizeram um protesto em massa em 2003 no qual os detidos teriam tentado se enforcar. A informação só foi divulgada ontem pelo Comando Sul do Pentágono, que alega que as tentativas de suicídio, à exceção de duas, na verdade não passaram de “danos auto-infligidos” para gerar ferimentos, não a morte.

O protesto em massa ocorreu entre os dias 18 e 28 de agosto de 2003. Segundo um comunicado do Comando Sul, as tentativas de suicídio foram “um esforço coordenado para atrapalhar as operações no campo (de prisioneiros)”.

No entanto, o porta-voz do Comando Sul, Chris Loundermon, admitiu que alguns prisioneiros chegaram a colocar a vida em risco, tentando se estrangular. Porém, segundo Loundermon, os ferimentos sofridos foram pequenos e apenas dois prisioneiros tiveram que receber tratamento médico mais sério:

— Eles permaneceram no hospital da prisão menos de 48 horas para observação e foram transferidos para a unidade de saúde de comportamento.

Governo britânico muda lei antiterrorista

Jumana Musa, uma diretora da Anistia Internacional que já visitou Guantánamo, disse que as tentativas de enforcamento são “apenas outro indício do que o aprisionamento indefinido faz com as pessoas”:

— Não importa do que se chame isso. É uma resposta extrema para uma condição extrema. É só outro exemplo do Pentágono tentando adiar a divulgação de informação danosa e, quando ela vem à tona, tentando minimizá-la.


Ontem, o ministro do Interior do Reino Unido, Charles Clarke, anunciou que o governo modificará a polêmica legislação antiterrorista, declarada ilegal pela máxima autoridade jurídica britânica mês passado. Estrangeiros não poderão mais ser presos sem acusação formal e por período indeterminado. Em vez disso, Clarke anunciou medidas que, na prática, instituem prisão domiciliar para pessoas consideradas suspeitas, que não poderão usar telefone e internet.

Em outra mudança controvertida, a prisão sem acusação poderá ser aplicada também a cidadãos britânicos.

— A ameaça é real e acredito que as medidas que estou anunciando hoje farão que sejamos mais capazes de enfrentar esta ameaça — disse Clarke.

Porém, muitas críticas já foram feitas à proposta.

— Isto ainda significa a perda total de liberdade — disse Natalie Garcia, advogada de duas das 11 pessoas detidas com base na lei anterior.

A polícia libertou ontem quatro ex-prisioneiros britânicos de Guantánamo. Eles haviam chegado ao país na terça-feira e sido detidos em seguida. Nada foi provado contra eles.
Título:
Enviado por: Paisano em Janeiro 29, 2005, 03:41:44 pm
Como Ashcroft declarou guerra às liberdades civis*

Fonte: Tribuna da Imprensa

Citar
NOVA YORK (EUA) - O papel de Alberto Gonzales, assessor jurídico da Casa Branca durante o primeiro mandato do presidente Bush, no debate sobre a tortura e a aplicação das convenções de Genebra a prisioneiros de guerra, foi suficientemente conspícuo para que não mereça qualquer comemoração sua indicação para suceder John Ashcroft como secretário de Justiça (procurador geral) no segundo mandato.

Isso não impede que se comemore a saída de Ashcroft. Na discussão da segurança interna pós-11/9, essa figura sombria impôs-se desde o primeiro momento. Na manhã de 12 de setembro de 2001, um subordinado dele - o diretor do FBI, Robert Mueller - deu-se mal com sua cautela, ao observar em reunião do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca que era preciso preparar mas não alarmar o público.

Ao descrever a investigação em andamento na sua agência para identificar os seqüestradores de aviões, Mueller disse ser essencial "não corromper qualquer prova, para que os cúmplices possam ser julgados e condenados". Tal preocupação com o respeito aos direitos constitucionais dos cidadãos foi prontamente repudiada por Ashcroft, segundo relato da reunião feito num livro do jornalista Bob Woodward.

A ânsia de violentar a Constituição

"A missão central do executor da lei", disse Ashcroft, "é impedir outro ataque e prender quaisquer cúmplices ou terroristas antes que voltem a atacar. Se não conseguirmos levá-los a julgamento, que assim seja". A partir daí prevaleceu no governo a obsessão de não se deixar limitar por "convenções" - na verdade, as liberdades civis garantidas pela Constituição e pela Carta dos Direitos.

Sem isso, que para Ashcroft são meras "convenções", desaparece a diferença entre um regime democrático e uma tirania totalitária fanática - meta que o governo Bush atribui aos terroristas e fundamentalistas extremados. Assim, o foco do FBI e do Departamento de Justiça mudou radicalmente naquele momento, com o respaldo de Bush, para que a prioridade fosse não o processo criminal mas a prevenção.

Cabe um paralelo aí com a mudança também radical, na política externa, para a Doutrina Bush do ataque preventivo, igualmente contrária às "convenções" antes respeitadas, às normas da boa convivência internacional - a pretexto de que não se pode primeiro esperar o cogumelo atômico para depois agir, a imagem fraudulenta a que passaram a recorrer o vice Dick Cheney e a assessora Condoleezza Rice.

Ficou para trás então o respeito pelo Direito Internacional, até então professado oficialmente até no campo militar - mesmo nos momentos críticos do equilíbrio nuclear EUA-URSS na Guerra Fria, quando o debate de estratégias gerou conceitos como o do "primeiro golpe", "retaliação maciça", "mútua destruição assegurada", "resposta flexível e gradual", etc.

Apoiado nos escorregões passados

Em defesa do novo rumo na política interna, Ashcroft citou exemplos passados de que o país nunca se orgulhara - as leis de 1798 para deportar estrangeiros e punir ações sediciosas (Alien and Sedition Acts, de John Adams, que tentava enfraquecer o rival Jefferson), a suspensão do habeas corpus por Lincoln na Guerra Civil, o decreto de Roosevelt depois de Pearl Harbor, abrindo caminho ao internamento de japoneses.

No primeiro caso, duas décadas depois da independência, a legislação especial que suspendera dispositivos constitucionais como a Primeira Emenda e proibira críticas ao Executivo e Legislativo, tinha expirado antes de Jefferson tomar posse (1801). No segundo, a Suprema Corte decidira depois que Lincoln tinha violado a Constituição. Ashcroft lembrou até tribunais militares que julgaram jornalistas libertários.

O mais alto tribunal considerou inconstitucional o que Lincoln fez: "A Constituição é a lei maior para os governantes e o povo, na guerra e na paz. Seu escudo protege todas as classes de homens em todos os tempos e sob quaisquer circunstâncias". No caso do internamento de japoneses na II Guerra, houve quase meio século depois um pedido formal de desculpas dos EUA às vítimas, com reparação para as famílias.

Bush e Ashcroft tiveram o cuidado de não falar nos dois períodos infames de excessos anticomunistas para reprimir opiniões dissidentes, em pleno século 20. Isso porque eles não tiveram como padrinhos ostensivos vultos da estatura de Adams ou Lincoln, mas insetos morais como o procurador geral Mitchell Palmer (assistido por J. Edgar Hoover) e o senador Joseph McCarthy (ainda à sombra do sinistro Hoover).

Da ameaça vermelha ao terrorismo

O pretexto do terrorismo, em vez da obsoleta "ameaça vermelha", para o assalto às liberdades civis, não foi invocado pela primeira vez à sombra do 11/9. Vocações antidemocráticas do país andaram sonhando com ele. Um ensaio geral para isso veio ainda na era Reagan-Bush iniciada em 1980, quando se tentou recriar na Câmara a HUAC, célebre Comissão de Atividades Antiamericanas dos anos McCarthy.

O nome novo seria comissão de Segurança Interna, mas a palavra "subversão", já desgastada àquela altura, foi substituída por "terrorismo", popular por causa dos aiatolás do Irã. E paralelamente o Senado reativou sua Subcomissão de Segurança e Terrorismo, palco da futura "ameaça terrorista", tendo à frente Jeremiah Denton, um almirante da reserva obstinado em reviver a antiga SISS (Subcomissão de Segurança Interna).

Se nada disso vingou antes foi porque não havia um 11/9, pretexto mágico. Reagan se curvou à perestroika, declarou findo o "império do mal", o escândalo Irã-Contras mostrou que ele negociava com terroristas, escândalos de sexo anularam a pregação de extremistas cristãos que o apoiavam. Mas o 11/9 fez esquecer tudo isso e abriu caminho às leis patrióticas e ataques às liberdades civis.

*Argemiro Ferreira
Título:
Enviado por: Paisano em Janeiro 30, 2005, 01:39:26 pm
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.diarioon.com.br%2Fnew%2Ffotos%2F2047.gif&hash=6c94bb315f0395d5ff2a5b297046bc5c)
Título:
Enviado por: Yosy em Janeiro 30, 2005, 07:38:23 pm
Citação de: "miguel"
Latinos carne para canhão???

A pouco vi uma reportagem num canal TV Francesa, que a maioria das baixas das Forças Armadas dos EUA eram de origems Latinas(Mexicanos,Sul Americanos etc...) no final da reportagem via-se um oficial do US Marines Corps entregar a uma mãe que perdeu o seu filho no Iraque, a famosa Green Card..........................

cumptos


Pois. O que é certo é que a maioria dos voluntários vão para as forças armadas (de qualquer país) por razões económicas. Vi á pouco um documentário sobre mercenários em que um deles disse que as nações ocidentais substituiram a palavra "mercenário" por "voluntário".
Título:
Enviado por: Ricardo Nunes em Janeiro 30, 2005, 08:22:14 pm
Citar
Pois. O que é certo é que a maioria dos voluntários vão para as forças armadas (de qualquer país) por razões económicas. Vi á pouco um documentário sobre mercenários em que um deles disse que as nações ocidentais substituiram a palavra "mercenário" por "voluntário".


Completamente em desacordo. Existem casos sem dúvida, mas parece-me uma generalização errada.
Vá dizer isso a um fuzileiro ou a um comando, a um cadete da Academia Militar, da Academia da Força Aérea ou da Escola Naval. Diga-o a um Precurssor ou a um qualquer paraquedista.
Depois diga-me a resposta que obteve.
Cada caso é um caso e acredite, existe muito boa gente que não vai para as forças-armadas pelo dinheiro.

Cumprimentos,
Título:
Enviado por: Yosy em Janeiro 30, 2005, 10:33:34 pm
Citação de: "Ricardo Nunes"
Completamente em desacordo. Existem casos sem dúvida, mas parece-me uma generalização errada.
Vá dizer isso a um fuzileiro ou a um comando, a um cadete da Academia Militar, da Academia da Força Aérea ou da Escola Naval. Diga-o a um Precurssor ou a um qualquer paraquedista.
Depois diga-me a resposta que obteve.
Cada caso é um caso e acredite, existe muito boa gente que não vai para as forças-armadas pelo dinheiro.

Cumprimentos,


Isso são as elites. Vá a um centro de recrutamento e pergunte aos que lá estão a assinar contrato porque razão é que o fazem. Não é por acaso que o número de voluntários aumenta em tempos de crise económica.
Título:
Enviado por: Ricardo Nunes em Janeiro 31, 2005, 01:25:00 pm
Yosy,

Muitos recrutas ingressam na carreira militar por outras razões que não o dinheiro.
O espírito de aventura, as especializações oferecidas e uma perspectiva de carreira pesam muito mais do que o salário económico. Mas nem imagina quanto.

A sua generalização é incorrecta. E acredita, mesmo fora das "elites" ( que pelos vistos você considera serem os oficiais e as forças de combate ) quase todos têm um grande paixão pelo país e sentido de patriotismo.
Título:
Enviado por: Paisano em Janeiro 31, 2005, 06:42:42 pm
Extremistas dizem ter derrubado avião britânico no Iraque

Fonte: O Globo

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LONDRES - Extremistas islâmicos disseram ter derrubado o avião militar britânico Hércules C-130, cuja queda, no Noroeste do Iraque, foi noticiada no domingo. A emissora de TV árabe Al-Jazeera mostrou imagens de um vídeo em que um grupo de insurgentes prepara dois mísseis, dispara e assiste a uma explosão - que teria sido produzida pelo abate da aeronave. Na seqüência das imagens, são vistos destroços de um avião no chão.

"Os mujahideen (guerreiros sagrados) dispararam um míssil guiado antiaéreo no Hércules C-C130 enquanto ele voava a baixa altitude", diz a mensagem assinada pela Brigada Saad bin Abi Waqqas do Ansar al-Islam. O nome é semelhante ao usado por extremistas do Ansar al-Islam, que realizaram uma série de atentados no Iraque e negaram declarações desse grupo no passado.

A Al-Jazeera, porém, disse ter recebido uma cópia do vídeo de um grupo intitulado Brigadas da Revolução de 1920, que já reivindicou atentados e seqüestros em outras ocasiões. O grupo é braço armado da Resistência Nacional Islâmica, que apareceu pela primeira vez em julho de 2003, assumindo ataques.

Segundo um comunicado impresso entregue junto ao vídeo, "40 oficiais britânicos viajavam no avião e todos estão mortos".

O governo britânico estima que 10 militares morreram na queda do avião de transporte, um Hércules C-130. A Grã-Bretanha já considera este o mais grave incidente isolado contra suas tropas no Iraque desde 21 de março de 2003, quando oito militares morreram na queda de um helicóptero.

O governo britânico disse que dez militares foram dados como desaparecidos e que acredita que eles tenham morrido. A informação foi divulgada nesta segunda-feira pelo Secretário de Defesa da Grã-Bretanha, Geoff Hoon. Antes, chegou-se a dizer que 15 soldados poderiam ter morrido.

Num comunicado, Hoon disse saber dos relatos de que o avião poderia ter sido derrubado. "Mas não estamos em posição de chegar a conclusão alguma até que a investigação se complete", acrescentou.

Consultado pela CNN, o analista militar Don Shepherd, general reformado das Forças Armadas dos EUA, disse que os destroços parecem ser do modelo de avião que a Grã-Bretanha perdeu. Mas o disparo dos mísseis, segundo ele, parece falso.

Shepherd afirma que os dois projéteis fazem um trajeto preciso no ar. Isso exigiria que fossem guiados por um sistema de radar complexo de instalar e transportar. Um míssil guiado por calor teria que ziguezaguear.

Especialistas do Departamento de Defesa da Austrália acham que a queda foi fruto de um ataque de insurgentes. A Austrália sofreu indiretamente sua primeira baixa no episódio.

"O Departamento de Defesa pode confirmar que um ex-integrante da Força Aérea Real da Austrália, que havia se inscrito na Força Aérea Real, morreu a bordo do Hércules C-130 que caiu no Iraque", informou um comunicado oficial.

A vítima foi identificada como tenente Paul Pardoel. A imprensa local informou que Pardoel, 35 anos, também tinha nacionalidade britânica, Ele era pai de três filhos, que vivem em Melbourne.

A Austrália tem cerca de 900 soldados no Iraque e foi um dos primeiros países a enviar tropas a pedido dos Estados Unidos.


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Enviado por: Paisano em Fevereiro 07, 2005, 03:46:18 am
CIA entrega supostos terroristas a países que praticam torturas

Fonte: AFP

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WASHINGTON, 7 fev (AFP) - A Agência Central de Inteligência americana (CIA) está entregando supostos terroristas a países acusados de recorrer a torturas, e essas transferências de detidos se encontram, atualmente, "fora de controle", de acordo com um ex-agente do FBI, citado em matéria da revista "The New Yorker".

A tortura "foi burocratizada" pela Administração do presidente dos EUA, George W. Bush, e a prática de transferências de suspeitos está "fora de controle", comentou Dan Coleman, um antigo especialista da luta antiterrorista do FBI, que se aposentou em julho de 2003.

Em uma matéria intitulada "A tortura terceirizada" que será divulgada na edição desta semana, a revista garante que os suspeitos são, muitas vezes, enviados para Egito, Marrocos, Síria e Jordânia, "todos países conhecidos por utilizar a tortura em seus interrogatórios".

Scott Horton, especialista em Direito Internacional, garantiu que a CIA já "transferiu" nestas condições 150 pessoas desde 2001.
Título:
Enviado por: Paisano em Fevereiro 07, 2005, 04:50:44 pm
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Finsoniasoniricas.net%2Fimages%2Fimages_blog%2Firao.jpg&hash=8b71daee5208f3ffd2cdaddd746ce01f)
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Enviado por: Paisano em Fevereiro 09, 2005, 04:41:27 pm
O ceticismo da França ante a arrogância do governo Bush*

Fonte: Tribuna da Imprensa

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NOVA YORK (EUA) - Na visita à França, a secretária de Estado Condoleezza Rice insistiu, em nome do governo Bush, em que os dois países esqueçam a divergência recente no episódio da invasão ilegal e truculenta do Iraque, sem respaldo internacional. E que pensem só no futuro, para que as alianças internacionais sejam restabelecidas e a França volte à condição de aliado americano tradicional.

Parece oportuno lembrar uma análise recente de Stanley Hoffman, autor de livros de política internacional, em especial sobre temas franceses. Ele registrou dois pontos críticos. Primeiro, a maneira como a divergência francesa foi tratada à época em Washington. No passado, o general Charles de Gaulle alertara os EUA para mudarem o rumo equivocado no Vietnã - e previu o desastre que viria a ocorrer.

A divergência naquela época foi séria. A França raciocinava a partir de sua própria derrota na Indochina em 1954, após oito anos de guerra sangrenta. Sabia que os EUA agiam como protetores de um regime espúrio no Vietnã do Sul, a pretexto de combater "agressão comunista". O presidente Johnson considerou maliciosa e antiamericana a interpretação francesa de que confrontava o nacionalismo vietnamita.

De Gaulle, colonialismo e Johnson

Para Kennedy e Johnson, os soldados americanos eram bem-vindos no Vietnã, como protetores contra o comunismo. O caráter colonialista do conflito só foi reconhecido depois de oito anos e 58 mil soldados mortos. Houve ressentimento na época pela posição de De Gaulle, mas isso não se fez acompanhar, segundo Hoffman, do assalto geral à França, como na divergência recente sobre o Iraque.

A missão Rice foi atrair a França de volta, sem admitir que os franceses estavam totalmente certos - e o governo Bush, errado. A França queria continuar as inspeções de armas enquanto Bush partia da certeza de que as armas existiam. Não existiam. Na etapa seguinte, a França recomendou o pronto restabelecimento da soberania do Iraque, mas os EUA insistiram na fase da ocupação militar, um novo desastre.

O que Bush quer agora não é bem recompor a aliança e sim convencer a França a dividir com os EUA as conseqüências dos erros americanos, para os quais Bush fora advertido por Paris. A França apoiou o aliado, indo à guerra com ele no Afeganistão. Mas, ao se opor ao erro no Iraque, foi alvo de campanha destrutiva e bem orquestrada de insinuações malévolas, distorções e mentiras. Por que arcar agora com o ônus?

O objetivo antes foi desacreditar argumentos e a própria França. Hoffman observou que a campanha só parou "depois que o embaixador francês afinal enviou à Casa Branca a lista das maiores mentiras. Era falsa a alegação de disposição fundamental da França de se opor a qualquer guerra contra Saddam: os franceses tinham informado Bush que dariam tropas se houvesse prova de que o Iraque não admitia livrar-se das supostas armas proibidas.

Desafio de Bush: "mostre suas cartas!"

Pouco antes da guerra, os franceses ainda ofereceram solução de compromisso segundo a qual os EUA interpretariam a ambígua resolução 1441, de novembro de 2002, como fundamento para sua ação contra o Iraque; enquanto a França e outros países apenas manifestariam sua divergência. Isso teria evitado a votação - e o Conselho de Segurança não se dividiria na segunda resolução.

O governo Bush preferiu ridicularizar as inspeções de armas da ONU (o secretário de Estado falou em "inspetor Clouseau") e insistir na escalada retórica - "quem não está conosco está contra nós", "que cada um mostre suas cartas", toda aquela bobajada de pôquer, num desafio cujo alvo era a França. O governo Chirac se limitou a advertir os EUA: "se houver votação, vocês vão perder". Só na última hora Bush caiu na realidade e desistiu do voto. Ignorou então a posição idêntica de outros (Alemanha, Rússia) e apontou sua ira contra a França, que cometera o pecado de estar certa e advertir lealmente o aliado.

O segundo ponto destacado por Hoffman - foi sobre a própria posição francesa. Chirac discordou por várias razões. De algumas delas participavam inclusive críticos americanos da obsessão neoconservadora de forçar a guerra. Para a França, era absurdo considerar o Iraque, enfraquecido pela derrota de 1991 e anos de inspeções e sanções, "perigo iminente e claro". Afinal a URSS nuclear não fora contida por 40 anos?

A tentativa de dividir a Europa

Os franceses - como também o general Brent Scowcroft, que tinha assessorado Bush pai na Casa Branca - temiam que o efeito da guerra ao Iraque seria o de desviar atenção e recursos do combate ao terrorismo e ainda atrair terroristas para o Iraque (e foi o que aconteceu). Enfatizavam a importância do Direito Internacional e instituições como ONU, OTAN e União Européia num mundo inderpendente no qual nenhuma potência deve impor sua vontade.

A linha dura do governo Bush, com desprezo pelas normas internacionais, pela ONU e pelas alianças estabelecidas, namorou abertamente o unilateralismo e o expediente batizado de "coalition of the willing" (coalizão de "voluntários" - a dos submissos), e hostilizando o que chamou de "velha Europa".

Finalmente, Hoffman viu três componentes na preferência da França pelas inspeções ao invés de guerra:

1. Confiança na capacidade e alcance das inspeções, como na objetividade e rigor de Hans Blix, chefe da equipe;

2. Mesmo sem simpatia por Saddam, a França relutava em apoiar uma guerra para mudar o regime, receita potencial de caos no mundo, ou impor democracia à força aos árabes;

3. Com 5 milhões de muçulmanos no país e longa experiência de terrorismo, encarava com apreensão um "choque de civilizações".

*Argemiro Ferreira
Título:
Enviado por: Paisano em Fevereiro 23, 2005, 12:29:30 am
Roma locuta, causa finita est*

Fonte: Tribuna da Imprensa

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BRASÍLIA - Tempos atrás, o Direito Romano era matéria obrigatória para quem estivesse iniciando os cursos jurídicos. Aprendiam-se leis e costumes dos tempos em que Roma impunha seus interesses a boa parte do mundo conhecido, mesmo sem ser, propriamente, a única superpotência mundial. A Pérsia e a China estavam em pé de igualdade com os césares.

Uma das lições que revoltava os jovens alunos era a máxima aplicada nos tribunais estabelecidos nas regiões conquistadas pelos romanos: Roma lucuta, causa finita est. Quer dizer, depois de a matriz se pronunciar, não poderia haver mais questionamentos nem demandas. As legiões estavam lá para garantir as sentenças.

Os séculos passaram, a humanidade progrediu, sofisticou-se, mas nada de novo acontece debaixo do sol. A Roma de hoje é outra, com capital em Washington, mas a injustiça praticada contra os povos conquistados permanece a mesma.

Exigiu o presidente George Bush, dias atrás, que a Síria retire suas tropas do Líbano. Claro que a ocupação armada de um país por outro significa um horror. Um gesto de abominável truculência. Mas o que dizer das tropas americanas no Iraque? Serão diferentes as situações? Uns podem, porque são superpotência, outros não?

Tem mais. O mesmo Bush acaba de reiterar a proibição para que o Irã, nada menos do que a antiga Pérsia, interrompa suas pesquisas nucleares, sob pena de intervenção armada americana. O diabo é que a Nova Roma detém o maior arsenal atômico do planeta, pronto, acabado e arrumado. Já foi até utilizado. Fazer o quê, além de indignarmo-nos, como nos tempos da faculdade de Direito, diante da reafirmação do preceito abominável Roma locuta, causa finita est...?

(...)

*Carlos Chagas
Título:
Enviado por: Paisano em Fevereiro 23, 2005, 12:24:46 pm
Neocons de Bush querem tornar armas nucleares fáceis de usar*

Fonte: Tribuna da Imprensa

Citar
NOVA YORK (EUA) - Ao mesmo tempo em que se arroga o direito de fazer guerras contra países que considera, com ou sem provas, terem programas de armas nucleares, químicas ou biológicas, o governo Bush prepara a modernização de seu arsenal nuclear, mais devastador do que qualquer máquina de guerra que já tenha existido no planeta. Isso por achá-lo envelhecido e, assim, menos destrutivo do que gostaria.

Pretende-se que a nova geração de armas do arsenal à disposição do presidente George W. Bush seja mais potente, mais confiável e com tempo de vida maior, até porque isso permitiria reduzir o custo de manutenção. Mas os críticos acham que tal modernização acabará por ressuscitar sem necessidade o complexo de instalações industriais e laboratórios de armas nucleares, ameaçando desencadear nova corrida armamentista.

Por enquanto, segundo disse há dias o "New York Times", o esforço silencioso para desenhar a nova geração de ogivas nucleares só envolve uma centena de pessoas e US$ 9 milhões nos três grandes laboratórios de armas - Los Alamos, Sandia e Livermore, dois no Novo México e um na Califórnia. Especialistas trabalham sob segurança rigorosa, conferindo os dados das armas secretas criadas ao longo de meio século - desde o Projeto Manhattan, que criou a primeira bomba atômica.

O único país que já usou bomba-A

É bom lembrar, neste momento em que Bush ameaça mais dois países usando o pretexto nuclear (Irã e Coréia do Norte), que os EUA fingem horror quando outros ousam avançar na área nuclear (mesmo sem objetivos militares, como é o caso do Brasil), mas são o único país na história que usou tais armas devastadoras. Não contra soldados, mas contra as populações civis indefesas de Hiroshima e Nagasaki.

Originalmente, as 10 mil ogivas nucleares construídas pelos EUA tinham uma expectativa de vida de 15 anos. Atualmente, isso já foi ampliado para 20 anos e algumas já são mais velhas do que isso. Segundo especialistas, um oneroso programa para garanti-las e mantê-las não pode confirmar a confiabilidade delas, devido ao tratado que proíbe testes com detonações subterrâneas.

Defensores do controle de armas citados pelo "Times" acham os novos programas americanos desnecessários e perigosos, até porque o revigoramento do complexo nuclear pode ajudar a projetar ogivas com nova capacidade militar, possivelmente tornando mais atraente o uso delas numa guerra. Isso seria o efeito de bombas mais sofisticadas, ainda que menores e mais portáteis.

Pequenas, portáteis e devastadoras

O esforço dos EUA será ampliado nos próximos cinco a 10 anos, produzindo os projetos finais que, aprovados, levarão aos protótipos. Com mudança radical na filosofia, a partir de tecnologias mais avançadas e métodos mais inovadores, os cientistas farão ogivas nucleares leves e destruidoras - em alguns casos, tão pequenas que a ponta reduzida de um míssil poderá levar uma dúzia delas.

Esse novo rumo armamentista americano tende a desencadear resposta de países como a Rússia. E não há porque comemorar a criação de uma geração de armas nucleares pequenas. Não só elas passam a ser uma tentação para cabeças militaristas como a dos neoconservadores bushistas, que não hesitariam defender seu uso em guerras, da mesma forma como os EUA têm usado bombas de urânio empobrecido.

Enquanto isso, a hipocrisia permite que essa gente - que inventou a fantasia das armas de destruição em massa de Saddam Hussein, como a versão mentirosa de Bush sobre suposta tentativa do ditador de comprar urânio em Níger, África - pressione a Aiea (Agência Internacional de Energia Atômica) a peitar até um país como o Brasil, que assinou voluntariamente e cumpre rigorosamente o Tratado de Não Proliferação Nuclear.

(...)

*Argemiro Ferreira
Título:
Enviado por: Tiger22 em Fevereiro 23, 2005, 03:27:51 pm
Ó Paisano, este artigo é original o está também manipulado?
Título:
Enviado por: Spectral em Fevereiro 23, 2005, 04:49:00 pm
Tirando todo o tom propangadístico, o artigo está correcto.

por exemplo

http://www.fas.org/faspir/2004/v57n3/nukes.htm

Os americanos estão a estudar o desenvolvimento de uma nova geração de armas nucleares de menor capacidade destrutiva, de modo a serem usadas em cenários tácticos como a destruição de bunkers.

Como é óbvio, toda a zona próxima do sítio do ataque ( e quem por lá passar) irá sofrer nos anos que se seguirem, mas aparentemente isso não interessa. :roll:

Sobre os efeitos, tenho aqui este pdf:

link (http://ftp)
Título:
Enviado por: Paisano em Fevereiro 23, 2005, 05:11:14 pm
Citação de: "Tiger22"
Ó Paisano, este artigo é original o está também manipulado?


Prezado Tiger22, sou leitor da Tribuna da Imprensa desde 1977 e jamais li um artigo desse jornal em que houvesse qualquer tipo de manipulação, principalmente os escritos pelo Argemiro Ferreira, que é considerado um dos mais sérios jornalistas brasileiros.

No entanto, caro Tiger22, quem tem hábito de manipular notícias e informações é a patota do bushinho (incluindo o próprio), pois basta lembrar das informações passadas por eles sobre a existência de ADM´s no Iraque.
Título:
Enviado por: Paisano em Fevereiro 24, 2005, 03:11:48 am
Tio Bush ganha meio milhão com a guerra*

Fonte: Tribuna da Imprensa

Citar
NOVA YORK (EUA) - O titio Bush - ou, mais especificamente, William H.T. (Bucky) Bush - está quase meio milhão de dólares (para ser preciso: US$ 450 mil) mais rico graças à guerra inventada pelo sobrinho George W. contra o Iraque, ao custo de US$ 300 bilhões para o contribuinte americano (por enquanto, pois o preço continua subindo), mais 1.500 vidas de soldados dos EUA e dezenas de milhares de civis iraquianos.

A revelação foi feita ontem pela mídia. Eu a encontrei no canto direito, embaixo, na primeira página do "Los Angeles Times". Segundo texto enviado de Washington pelo correspondente Walter F. Roche Jr, a guerra ajudou a Engineered Support Systems Inc, fornecedora do Pentágono sediada em St. Louis, a ter lucros recordes, que foram em parte para o bolso do tio Bucky, irmão mais novo do ex-presidente George H.W. Bush.

O atual presidente só o chama assim, "tio Bucky". Quanto à firma, é conhecida pelas iniciais, ESSI. Na certa ela se orgulha do trabalho "patriótico" para "disseminar a democracia pelo mundo" - mais novo pretexto do governo para justificar a guerra, que ao ser desencadeada era para defender o povo americano contra as inexistentes armas de destruição em massa e as fantasiosas ligações do Iraque com a al-Qaeda.

Uma velha tradição na família

O atual presidente deve achar perfeitamente natural o titio fazer dinheiro com guerras. De certa forma, é uma tradição de família. Há pouco tempo fiz referência nesta coluna à reportagem do jornal britânico "The Guardian" sobre vovô Bush - ou seja, Prescott Sheldon Bush (1895-1972). O título era "How Bush's grandfather helped Hitler's rise to power" (Como o avô de Bush ajudou a ascensão de Hitler ao poder).

Leitores do meu livro "O império contra-ataca: as guerras de George W. Bush antes e depois do 11 de setembro" já tinham encontrado ali as informações sobre o caso, que a grande mídia americana sempre preferiu ignorar ou subestimar. Os Bush estão envolvidos em negócios e relações promíscuas com o poder, eventualmente faturando com guerras, desde pelo menos a Primeira Guerra Mundial.

O primeiro personagem notório nesse capítulo da construção da fortuna da família sequer foi vovô Bush e sim o bisavô do atual presidente, Samuel Prescott Bush (1863-1948). Ainda no governo Woodrow Wilson, Samuel era dono da Buckeye Steel Castings Co., fabricante de peças para as rodovias do magnata E.H. Harriman (pai dos irmãos Averell e Roland Harriman), e como tal tornou-se diretor de armamentos menores e munições no Escritório das Indústrias de Guerra.

Mais tarde seria ainda conselheiro do presidente Herbert Hoover. A Buckeye não pertencia só a Samuel. Era em parte propriedade de Frank Rockefeller, irmão mais jovem do então odiado John D. Rockefeller (o barão-ladrão da Standard Oil, mais tarde Esso, hoje Exxon/Mobil). Samuel Bush dobrou a fortuna na Primeira Guerra Mundial. Seus produtos incluíam munição, canos de canhões e outras armas.

Sem espaço para a verdade

Como um dos "mercadores da morte" (banqueiros e industriais que ganhavam dinheiro com guerras), Samuel foi um dos alvos da célebre investigação parlamentar presidida pelo senador Gerald Nye em 1933-36. A Comissão Nye cobriu o período a partir da I Guerra Mundial. Estranho, mas nem tanto, é terem sido destruídos (a pretexto de "economizar espaço") os registros e a correspondência de S.P. Bush no Arquivo Nacional sobre armas e transações.

O assunto é examinado, como explico em "O império contra-ataca", num livro publicado em 1997 por Matthew Ware Coulter, "The senate munitions inquiry of the 1930s: beyond the merchants of death". Aos interessados, recomendo analisar ainda as conexões do banqueiro de investimentos George Herbert Walker, outro bisavô do atual presidente. Eram também relevantes, facilitando o envolvimento com finanças e contratos de guerra. Nos anos 1920 ele se tornou protegido e sócio daquele mesmo Averell Harriman numa nova firma de Wall Street.

Depois da guerra, Harriman e Walker entregaram-se a grandes investimentos e projetos na Rússia (produção de manganês e renovação dos campos petrolíferos de Baku, a uns 800 quilômetros do Iraque) e na Alemanha (em conexão com a Linha Hamburgo-América e os interesses metalúrgicos do grupo Thyssen), despertando as suspeitas do governo dos EUA.

Os negócios melhoraram mais com a união dos Bush com os Walker, pelo casamento da filha de George Walker, Dottie (Dorothy), com o filho de Samuel Bush, Prescott. Kevin Phillips, autor em 2004 de "American dynasty: aristocracy, fortune and the politics of deceit in the house of Bush", observou que a ascensão dos Bush à cena nacional refletia o surgimento daquilo que bem mais tarde, em 1961, Eisenhower chamou "complexo militar-industrial".

De sócio de nazista a senador

Samuel tivera aqueles vínculos com o governo durante a guerra, enquanto os Harriman, sócios dele, ligavam-se cada vez mais ao Partido Democrata. Ele nunca foi candidato a cargo eletivo. Isso ficou para seu filho Prescott Sheldon Bush, pai do primeiro presidente Bush e avô do segundo. Prescott elegeu-se senador por Connecticut logo depois da 2ª Guerra.

O incrível é o fato ter ocorrido depois dos negócios mais controvertidos da família. Prescott fora diretor e acionista do UBC (United Banking Corporation), banco acusado de transações com o inimigo (vendia armas e material crítico para a indústria armamentista alemã após comprar do industrial nazista Fritz Thyssen, o "anjo de Hitler", a Consolidated Silesian Steel Corporation, suspeita até de usar trabalho escravo de presos de Auschwitz.

Dois sobreviventes de Auschwitz estão há tempos na Justiça em processo bilionário contra os Bush, mas a mídia americana finge não saber. Em 1942, o caso chegara aos jornais porque o governo Roosevelt agiu: investigou o UBC, enquadrou-o na Lei de Transações com o Inimigo e fez uma intervenção branca no grupo. O banco ainda pôde operar, mas teve de desistir dos lucros em transações com o inimigo nazista.

Roosevelt evitou aprofundar-se porque queria os homens de negócios unidos no esforço de guerra e sabia do risco de saírem chamuscados gigantes como a Standard Oil (Rockefeller), Chase Bank e General Motors. Prescott distanciou-se em 1943 do UBC, que ajudara Hitler e os nazistas exatamente quando a máquina de guerra alemã invadia Polônia e França, bombardeava Londres e criava os campos de extermínio.

*Argemiro Ferreira
Título:
Enviado por: P44 em Fevereiro 24, 2005, 02:05:53 pm
Citação de: "Paisano"
Citação de: "Tiger22"
Ó Paisano, este artigo é original o está também manipulado?

Prezado Tiger22, sou leitor da Tribuna da Imprensa desde 1977 e jamais li um artigo desse jornal em que houvesse qualquer tipo de manipulação, principalmente os escritos pelo Argemiro Ferreira, que é considerado um dos mais sérios jornalistas brasileiros.

No entanto, caro Tiger22, quem tem hábito de manipular notícias e informações é a patota do bushinho (incluindo o próprio), pois basta lembrar das informações passadas por eles sobre a existência de ADM´s no Iraque.


Isso é tudo calúnia e maledicência :lol:  :lol:

Só a CIA tem a verdade!!!!!  :lol:  :lol:
Título:
Enviado por: soultrain em Fevereiro 24, 2005, 09:33:21 pm
Boas,

A estoria completa no jornal dos aliados Britanicos The Guardian

http://www.guardian.co.uk/usa/story/0,1 ... 40,00.html (http://www.guardian.co.uk/usa/story/0,12271,1312540,00.html)

O $$$ manda.

Cump,
Título:
Enviado por: Paisano em Março 01, 2005, 01:28:36 am
Equívocos do governo Bush sobre a proliferação nuclear*

Fonte: Tribuna da Imprensa

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NOVA YORK (EUA) - A posição do governo Bush em relação à proliferação nuclear pode às vezes parecer piada. No solene discurso do Estado da União, com pompa e circunstância, em 2003, perante a reunião conjunta do Congresso, o presidente George W. Bush disse que o Iraque de Saddam Hussein tinha tentado às escondidas comprar urânio em Níger, na África, para fabricar a bomba atômica.

Era uma gigantesca mentira - igual às mentiras que o mesmo Bush, pessoalmente, ou através de seu vice Dick Cheney, de sua assessora Condoleezza Rice e de outros auxiliares de alto nível, tinham dito ao país e ao mundo, durante a campanha cínica para "vender" a guerra do Iraque, que já matou 1.500 soldados americanos e feriu mais de 10 mil (muitos aleijados), além de dezenas de milhares de civis iraquianos mortos.

Enquanto Bush mentia sobre as armas inexistentes do Iraque para amedrontar o povo americano, também escondia (ou subestimava) informações verdadeiras sobre como o pai da bomba atômica do Paquistão, protegido de seu aliado Pervez Musharraff, tão ditador como Saddam, disseminava as informações centíficas destinadas a permitir mais programas de armas atômicas "islâmicas" pelo mundo.

O ditador e o seu "herói nacional"

Bush não ousou sequer um puxão de orelha no ditador militar Musharraff, seu apadrinhado. Até porque esse general, ainda no poder com a proteção dos EUA, negou-se a punir Abdul Qadeer Khan, o tal pai da bomba-A paquistanesa e maior proliferador de armas nucleares no mundo. Musharraff manteve todas as medalhas e condecorações de Khan, explicando que ele continua a ser um herói nacional.

Ao invés de plantar na mídia dos EUA informações falsas contra países como o Brasil, o neoconservador troglodita do Departamento de Estado, John Bolton, poderia ao menos manifestar alguma preocupação com a impunidade do proliferador Khan - apontado como o homem que deu partida nos programas nucleares do Irã, da Coréia do Norte e outros países que ele próprio não concorda em revelar.

E mais. A Rússia de Vladimir Putin acaba de assinar acordo para o fornecimento de combustível nuclear ao Irã. E isso no mesmo dia em que o "Washington Post" disse, com base em fontes não identificadas, que o programa nuclear iraniano começou secretamente há 18 anos, em 1987, exatamente quando o Irã recebeu a oferta nuclear daquele mesmo Abdul Qadeer Khan.

Uma nova campanha de mentiras?

O encontro de autoridades iranianas com Khan, disse o jornal, foi num escritório de Dubai. O paquistanês começava então seu esforço para vender seu peixe no mercado negro - informações científicas sobre a produção de bombas atômicas. Ainda em guerra com o Iraque de Saddam Hussein, que recebera apoio oculto dos EUA, o Irã comprou um projeto de centífugas e um kit preliminar para enriquecer urânio.

O próprio governo de Teerã afirmou há pouco tempo à Agência Internacional de Energia Atômica que na ocasião rejeitara a oferta para comprar equipamento sensível necessário à construção do núcleo de uma bomba. Mas o "Post" diz haver provas de que o Irã aproveitou a oferta como uma espécie de "guia de compras" - e, depois, optou por comprar partes sensíveis do projeto nuclear de outros vendedores.

Agora, claro, o governo Bush está com o Irã na alça de mira. Talvez por isso, o jornal atribui a um "diplomata ocidental" a informação de que a oferta confessada pelo Irã é o indício mais forte até agora de que tinha programa oculto de armas nucleares, mesmo sem ser prova definitiva. Mas eram também fontes anônimas desse tipo as que permitiram vender a mentira das armas proibidas que Saddam não tinha.

O terrorismo e os critérios dos EUA

Jornais brasileiros noticiam um acordo meio escondido, entre Brasil e EUA, para cooperação na troca de informações sobre passageiros que viajam a esse país ou de cidades americanas para brasileiras. O objetivo é prevenir ações terroristas. Em princípio, isso interessa os cidadãos dos dois países que não querem correr o risco de morrer em explosão terrorista de avião seqüestrado.

O problema, como sempre, está nos detalhes. Hoje o Brasil respeita os direitos humanos e garante as liberdades civis - e não quer seus cidadãos transformados em suspeitos ou sofrendo constrangimentos ao desembarcarem nos EUA, como tem ocorrido em meio à guerra do governo Bush às liberdades civis, que reviveu, contra imigrantes, o pior macarthismo da caça às bruxas.

Seria bom saber mais sobre as negociações bilaterais havidas no fim de 2004. Por exemplo, cada país tem seu critério para identificar o que é terrorismo e quem é terrorista. Para os EUA, os terroristas que em 1976 explodiram um avião cubano de passageiros na Venezuela e mataram dezenas de pessoas são heróis e patriotas (festejados como tal em Miami) e não terroristas.

E mais: depois de Guantánamo e Abuh Ghraib, é preciso ainda mais cuidado sobre aqueles que os EUA consideram suspeitos de terrorismo. Gente inocente já foi presa em aeroporto de Nova York, trancafiada incomunicável em prisão do Brooklyn, depois mandada à Jordânia e Síria para torturas. Uma vítima inocente descreveu seu pesadelo de meses, antes de conseguir voltar ao Canadá, seu país.

*Argemiro Ferreira
Título:
Enviado por: Paisano em Março 28, 2005, 07:55:41 pm
Revoada dos falcões*

Fonte: Folha de São Paulo

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A afirmação de Condoleezza Rice, secretária de Estado dos Estados Unidos, de que "vamos construir um Oriente Médio de tipo diferente", lembra o que disse Cunning quando Bolívar terminou de derrotar os espanhóis em Ayacucho, nos Andes peruanos, em 1830. "A América Latina está livre e é nossa", festejou Cunning, na época ministro do Exterior inglês. A idéia de um "outro Oriente Médio", mais ocidental, menos islâmico, aberto a Israel, submisso a Washington, sempre ocupou a cabeça da agenda de montagem de um "novo século americano", o projeto de expansão imperial dos neoconservadores de Bush.

Rice e seus "vulcânicos", como era conhecido o grupo liderado por ela, se instalaram no Conselho de Segurança Nacional, dentro da Casa Branca, com esse propósito totalmente assumido. O mesmo se aplicou a Paul Wolfowitz, nomeado o segundo na hierarquia do Pentágono. Foi quem fez o "design" da invasão do Iraque e se encarregou de impulsiona-la. As autoridades civis de ocupação ficaram conhecidas como "wolfis", ou os rapazes de Wolfowitz, mas a operação tornou-se pesadelo do ponto de vista militar, tanto que sobreveio a convicção de que novas invasões ficam descartadas.

O projeto teria de encontrar novos instrumentos e por isso, em boa parte, há uma revoada de falcões, Rice pousando no Departamento de Estado, Wolfowitz no Banco Mundial, John Bolton na delegação junto à ONU, etc. Rice se encarrega de manter em ebulição as promessa de "espalhar a democracia", o mote adotado de forma agressiva no discurso de posse do segundo mandato de Bush. O foco é o Oriente Médio e a secretária de Estado cita como um possível modelo a transição nos ex-países comunistas da Europa oriental, hoje agrupados no que Rumsfeld, chefe do Pentágono, saúda como uma "nova Europa", sem os antiamericanismos da velha.

Ao lado de Rice foi colocada uma texana da intimidade de Bush, Karen Hughes, cuja tarefa é "mudar a percepção islâmica em relação aos Estados Unidos". A própria Rice fala que é preciso fazer muito mais do que é feito para "conter a propaganda de ódio muito comum no universo islâmico". É onde entra Hughes, que já foi repórter de televisão. Ela tem como assessora imediata Dina Powell, nascida no Egito, ex-diretora de pessoal da Casa Branca. O advento de um "poder popular", num pais árabe, o Líbano, faz a alegria de Rice e Hughes. É possível mudar sem invasões.

E capitaliza-lo por meio de retórica de intimidação da banda velha. Wolfowitz na presidência do Banco Mundial é encarado como movimento agressivo destinado a colocar o selo do governo Bush na maior fonte de ajuda aos países pobres. O Banco Mundial se torna Banco Americano, segundo o editor da "Foreign Policy". O arquiteto da invasão do Iraque assumirá o comando, caso sua indicação seja confirmada, de uma instituição que dá empréstimos totalizando, em média anual, 20 bilhões de dólares. Não estão isento de exigências. Elas em geral tem enorme influência na formação de políticas dos países que se endividam e com Wolfowitz podem ficar a serviço do governo Bush.

O presidente em retirada, James D. Wolfensohn, designado por Clinton, teve choques freqüentes com o pessoal de Bush. Na ONU se instalará John Bolton, uma nomeação intrigante. Como responsável por questões de desarmamento no Departamento de Estado ele adotou posições unilaterais desfazendo acordos. É em grande parte responsável pela impasse com a Coréia do Norte e quer posições de confronto com o Irã. Passa a representar os Estados Unidos numa instituição, a ONU, que procura manter a vigência de mecanismos multilaterais de negociações.

*Newton Carlos
Título:
Enviado por: Paisano em Março 31, 2005, 12:50:14 pm
A história do canadense exportado para tortura*

Fonte: www.tribunadaimprensa.com.br (http://www.tribunadaimprensa.com.br)

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NOVA YORK (EUA) - No livro "O Império contra-ataca", saído há pouco, dediquei um capítulo especial à guerra do presidente George W. Bush e seu secretário de Justiça (procurador geral) John Ashcroft contra as liberdades civis dentro dos EUA. E nele citei o engenheiro Maher Arar, um cidadão canadense de 35 anos de idade, nascido na Síria, pai de duas crianças.

O pesadelo que Arar viveu é digno de republiquetas de banana do passado - e dos países mais atrasados do Terceiro Mundo. Mas aconteceu aqui, não em Uganda ou Sudão. No país presidido por Bush, ele foi preso duas semanas depois do 11 de setembro de 2001, no aeroporto Kennedy de Nova York, onde tinha de desembarcar para trocar de avião na rota da viagem de volta a Montreal, procedente de Zurique.

Com seu perfil árabe, Arar não escapou. Levado do aeroporto para o Centro de Detenção do Brooklyn, como suspeito de terrorismo, não teve permissão para falar (nem por telefone) com a família, advogado ou representante consular. E semanas depois foi deportado - não para o Canadá, mas para a Síria, onde sofreria tortura e humilhação por 10 meses, após escala na Jordânia, onde foi acorrentado e espancado.

Há agora um capítulo novo na história dele, relatado ontem aos americanos pelo "New York Tims". Antes de chegar a essa última fase do drama de Arar, vale a pena recordar o resto da história vivida por ele, tal como contada no livro.

Novo tipo de exportação dos EUA

Só mais de um ano depois da prisão Maher Arar pôde voltar ao Canadá, assim mesmo graças a indignada campanha popular. "Sou um pai e um marido. Sou engenheiro de telecomunicações e empresário. Nunca tive qualquer problema com a polícia, fui sempre bom cidadão. Simplesmente não posso acreditar que isso tenha acontecido comigo, que tenham destruído minha vida e minha carreira", disse ele ao programa "60 minutes", da rede CBS de televisão.

Arar processa os governos dos EUA, Síria e Jordânia pela sua temporada de mais de um ano no inferno, cortesia do governo Bush - talvez um capítulo extra do apregoado esforço americano para "disseminar democracia" no mundo. Os interessados podem encontrar mais dados em duas fontes diferentes. Uma delas é o artigo de Peter Beinart na edição de 31 de maio de 2004 da revista "New Republic".

O título ("Outsourcing") é uma alusão ao novo tipo de exportação de Bush - de gente a ser torturada. A reportagem do "60 minutes", de 22 de janeiro de 2004, "His year in hell" (O ano dele no inferno), acrescentou detalhes escabrosos e pode ser lida na internet: www.cbsnews.com/stories/2004/01/21/60II ... 4974.shtml (http://www.cbsnews.com/stories/2004/01/21/60II/main594974.shtml)

Esse episódio foi um dos que ajudaram a devassar a política Bush-Ashcroft de exportar suspeitos para tortura em países (Egito, Arábia Saudita, Marrocos, Jordânia, Síria, Paquistão, Uzbequistão, Indonésia, etc.) com os quais os EUA compartem informações de inteligência. Oficialmente a prática foi batizada de "extraordinary rendition". Os críticos preferem chamá-la "outsourcing torture".

"A moralidade daquilo tudo"

A novidade contada pelo "Times" é que seus repórteres afinal conseguiram encontrar registros na Administração Federal de Aviação capazes de corroborar o relato do vôo de Arar (acorrentado a uma cadeira da classe executiva, enquanto seus carcereiros americanos viam filmes e ignoravam solenemente seus protestos). Os registros identificam o jato (Gulfstream III, N829MG), itinerário e tudo.

A descoberta é relevante, pois as autoridades simplesmente negavam toda a história como fantasiosa. Nas alegações levadas a um tribunal em Nova York pelos advogados do Departamento de Justiça, onde pontificava o procurador geral Aschcroft, o governo Bush sustentava que Arar foi deportado para a Síria com base em informação secreta segunda a qual era membro da al-Qaeda.

O vôo dele, dizem os registros localizados, saiu de Nova York para um aeroporto perto de Washington e seguiu daí para o estado do Maine e, depois, Roma, de onde rumou para Jordânia e Síria. A data: 8 de outubro de 2002, dia em que foi assinada a ordem de deportação. "Acho que é este sim. Vocês de fato encontraram o avião que me levou", disse Arar pelo telefone, do Canadá, ao "Times".

Ele acredita que a identificação do avião vai ajudá-lo nos processos judiciais que move contra o governo. "É penoso para mim reviver tudo isso. Mas sei que vai fazer as pessoas entenderem que aqueles fatos aconteceram realmente da maneira como tenho contado. Espero que agora as pessoas parem para pensar por um momento. E façcam uma reflexão sobre a moralidade daquilo tudo".

Guantánamo na rota - e mais aviões

Os registros das viagens do mesmo avião mostram também uma viagem em dezembro de 2003 para Guantánamo, Cuba, onde os EUA mantêm centenas de detidos. É indício de que o mesmo aparelho ainda foi usado pelo governo para transportar gente para a base-prisão dos EUA. A suspeita é de que esse é o quarto avião usado para transporte secreto, clandestino, de presos entre países.

Segundo o "Times", antes foram identificados mais três aviões - um deles é de propriedade de uma companhia aparentemente criada pela CIA, segundo o jornal "Washington Post". Outro avião, descrito pelo "Chicago Tribune", costumava fazer vôos fretados comuns (inclusive para a equipe do Red Sox, de Boston) mas era usado em transporte de detidos para Guantánamo, quando tiravam dele o nome "Red Sox".

O Departamento de Justiça dos EUA recusou-se a cooperar com a investigação iniciada no Canadá sobre o caso Arar. E foi além: pediu a um juiz para arquivar o processo da vítima torturada, a pretexto que poderia revelar "informações secretas", comprometendo a segurança nacional. A gente já viu esse filme, claro. Mas só em países sob controle de ditaduras militares sanguinárias.

*Argemiro Ferreira
Título:
Enviado por: Paisano em Abril 02, 2005, 01:45:59 am
Receita para nada apurar sobre a fraude das ADM*

Fonte: www.tribunadaimprensa.com.br (http://www.tribunadaimprensa.com.br)

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NOVA YORK (EUA) - A comissão criada pelo próprio presidente dos EUA para investigar por que os EUA erraram tanto ao jurar aos americanos e ao mundo que o Iraque tinha fantásticas armas de destruição em massa (ADM), entre elas até sofisticado programa de armas nucleares, concluiu a tarefa recomendando medidas concretas para que no futuro as informações de inteligência sejam verdadeiras.

Só para efeito de raciocínio, pode-se aceitar o pressuposto de que a culpa foi de fato das agências de inteligência, como sugere Bush - as 15, a começar da CIA, que a cada ano gastam mais de US$ 30 bilhões. E não da cúpula do governo (o presidente e o vice), que já encomendava a elas as informações que queria receber. Até porque a comissão foi criada para explicar por que elas (e não Bush, Cheney & cia.) erraram.

As 600 páginas do relatório, assim, ficam na periferia. Não entram no núcleo da questão. Por exemplo, a comissão horroriza-se com o fato de que informações dadas por uma fonte - o desertor iraquiano de codinome "Ball Curve" - tenham sido levadas a sério. Ele se bandeara para os EUA, bebia demais e queria fazer uns trocados. Inventou mentiras como a dos célebres "laboratórios móveis" de armas químicas.

As mentiras bem remuneradas

O tal personagem podia não ter imaginação suficiente para criar, sozinho, coisa tão sofisticada. Mas pertencia ao grupo do notório Ahmed Chalabi, lobista habituado a freqüentar o Pentágono de Donald Rumsfeld e Paul Wolfowitz, o vice-presidente Cheney e líderes do Congresso. Como Chalabi era remunerado pelo governo, o mínimo que podia fazer era fornecer "fontes" para dizer o que Bush-Cheney queriam.

Provavelmente todo especialista em inteligência com um mínimo de bom senso sabia que informações do tal "Ball Curve" - ou mesmo de Chalabi, pago todo mês com dinheiro do contribuinte americano - não eram confiáveis. Mas também sabia o que a cúpula do governo esperava ouvir. Os "laboratórios móveis", como o inexistente urânio da África, eram na medida: "confirmavam" a existência de ADM.

Estranho era alguém como o então secretário de Estado Colin Powell, que ousava resistir à guerra e contestar tais "informações" de inteligência, resolver recuar depois e comparecer ao Conselho de Segurança da ONU para dar o recado de Bush-Cheney - ou seja, repetir como verdade o que questionava no coração do governo. E era sabido o desprezo de Powell e George Tenet, diretor da CIA, por Chalabi e sua gente.

Os erros do jornalismo submisso

A comissão fez, ao final, 74 recomendações específicas para evitar no futuro os erros (supostamente das agências de inteligência) na avaliação de ADM. Sem ter analisado cada uma delas, desconfio que todas poderiam ser substituídas por apenas uma: o bom e velho bom senso. Como Powell e Tenet, os analistas sabiam que no caso do Iraque gente temerosa de perder o emprego achou conveniente deixar o bom senso de lado.

Valeria voltar ainda a outra pergunta. Por que a mídia, em vez de ter colocado em dúvida as informações claramente suspeitas sobre ADM, optou por engrossar o coro sobre a ameaça daquelas armas inexistentes? E a saudável relação adversária que devia ter com o poder, em nome do interesse público? Não me refiro à mídia patrioteira do australiano Rupert Murdoch e da seita coreana do reverendo Moon.

Falo da mídia respeitável. É sugestivo o papel do "New York Times", talvez o jornal com mais credibilidade no país - e sua opção posterior de fazer uma autocrítica qualificada, igual ao relatório da comissão. Pois teve o cuidado de evitar o núcleo da questão e ainda deixou impunes jornalistas como sua estrela Judith Miller, cujas reportagens enganosas venderam ao público a versão mentirosa do governo Bush.

Entre Blair e Miller, o que é pior?

Em colunas anteriores fiz referência à sobrevivência insólita de Miller nas páginas mais nobres do "Times". Não é difícil entender a razão. Se o que ela fazia era com as bênçãos de cima (e não por iniciativa própria, como Jayson Blair, exorcizado depois de descobertas suas fraudes), não havia por que puni-la pelo jornalismo fradulento. E preservou-se a imagem dela, apesar de suas mentiras terem ajudado a forçar a guerra.

Como há muito comparo os casos de Blair e Miller, fiquei agradavelmente surpreendido por ver que análise igual é feita pela jornalista Amy Goodman no livro "The exception to the rulers", publicado há pouco. "Miller encheu as primeiras páginas do `Times' de falsidades da propaganda do governo. Ao contrário de Blair, as mentiras dela deram pretexto para a guerra, que custou vidas", escreveu Goodman.

Dona de um corajoso programa diário em veículos alternativos do rádio e da TV, Goodman acrescenta no livro um detalhe que eu desconhecia: Miller foi a primeira jornalista a amplificar na mídia (e nas páginas do "Times") a imagem de Cheney, Condoleezza e outros de que era preciso atacar logo o Iraque e não esperar a "prova" de AMD na forma de um cogumelo atômico sobre os americanos. Haverá jornalismo mais irresponsável?

*Argemiro Ferreira