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Forças Armadas e Sistemas de Armas => Forças Aéreas/Sistemas de Armas => Tópico iniciado por: mcalberto em Dezembro 20, 2004, 10:10:58 am
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Bom dia,
Noticias recentes vindas a lume no Diário de Notícias, davam por concluído um estudo encomendado pelo Ministério da Admnistração Interna sobre o ataque aos fogos florestais, acrescentando que o mesmo apontava para a aquisição de 6 aviões anfíbios Canadair.
Sucede, que uma das questões que se coloca neste tipo de aquisição se prende com o facto de numa boa parte do ano, não existir necessidade de utilizar estes meios nos combates a incêndio, por inexistentes. Ora, sabe-se que na aquisição pela Força Aérea de 12 aviões para substituir os Aviocar, se pretende que cinco sejam dedicados a missões de vigilância marítima, o que por maioria de razão pode ser desempenhado por meios anfíbios.
A pergunta que eu faço, tendo em conta o País em que vivemos e a escassez dos recursos, é se não pode ser reduzida a frota a adquirir de C-27J/C-295 por contrapartida de partilha de recursos com os Canadair, ficando estes sob a alçada da Força Aérea e da Protecção Civil.
O que acham ??
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Caro McAlberto.
É sempre possível reduzir os gastos nas forças armadas. Não há um limite a essa redução.
Para dizer a verdade, verdadinha, limite de facto há:
Corresponderia pura e simplesmente a deixar de comprar toda e qualquer arma.
Claro que, como não se podem mandar os militares de carreira para o desemprego, estes, teriam que continuar a existir.
O que também não era problema nenhum. Afinal, funcionarios públicos que não fazem nenhum, é o que por aí mais há.
Teriamos apenas que fazer umas pequenas alterações á designação das forças.
Em vez de Forças Armadas, passariamos apenas a ter Forças (só forças porque deixaríam de estar armadas)
Em caso de necessidade, os nossos aviadores, sempre poderiam arranjar uns aviõeszitos de papel, e naturalmente, poderiamos sempre tentar afogar o inimigo com agua deitada dos Canadair.
= = =
Isto só para referir, que a questão dos Canadair é também uma falsa questão, porque o problema principal é o desleixo a que as nossas matas e florestas estão votadas.
Já falámos aqui da questão. Há 60 ou 70 anos, não havia os fogos que há hoje e não havia aviões para apagar fogos.
A falta de meios aéreos, é uma desculpa de mau pagador, para um Serviço Nacional de Bombeiros envolvido em escandalos de corrupção descarados.
É uma desculpa para corporações de bombeiros que não têm nem tiveram, nem vão ter a mais pequena capacidade e treino para atacar fogos florestais.
É uma desculpa para se gastar mais dinheiro em aviões, em vez de colocar a mão na ferida e dizer a verdade que todos conhecem mas que nenhum politico diz porque tem medo.
Os principais problemas são:
- O desleixo dos proprietarios dos terrenos
- O desleixo das câmaras municipais e dos funcionários responsáveis, que têm que agir quando se torna óbvio que proprietarios rurais envelhecido se descapitalizados não têm recursos para manter as suas propriedades desvalorizadas.
- A incompetência de muitas corporações de bombeiros
- A Bandalheira e Escandaleira monumentais instaladas no Serviço Nacional de Protecção Civil.
Se não tivermos governantes capazes de identificar os problemas com cabeça e com racionalidade, vamos sempre continuar a tentar encontrar soluções noutros lados.
Cá por mim, entre 1995 e 2002, Portugal abriu as portas a 200.000 novos funcionários públicos. Esses funcionários públicos custam ao estado, todos os meses, o preço de 3.5 aviões Canadair.
Quase quatro Canadair por mês. Mais de quarenta Canadair novinhos, todos os anos.
Mas claro, é mais facil por em causa os 12 C-27J que vão durar trinta anos, que os mais que 40 Canadair que o pais gasta TODO O SANTO ANO em salários, para funcionários públicos que nada mais fazem que receber um salário, e dizer que a vida está má.
Cumprimentos
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Bravo Papatango !!!!!!!!!
:Palmas: :Palmas:
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Eu por acaso discordo um bocado. Porque em muitos serviços públicos deste país, são exactamente esses tais 200.000 que trabalham, quem fica parado são os que já lá estavam. Por exemplo, no tempo em que Sousa Franco estava nas finanças fez-se uma coisa que nunca se tinha feito: admitir um grupo de novos funcionários para as finanças, mas pelas suas classificações numa prova de avaliação, não por serem amigos de um amigo do chefe.
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Cá por mim, entre 1995 e 2002, Portugal abriu as portas a 200.000 novos funcionários públicos. Esses funcionários públicos custam ao estado, todos os meses, o preço de 3.5 aviões Canadair.
Quase quatro Canadair por mês. Mais de quarenta Canadair novinhos, todos os anos.
Mas claro, é mais facil por em causa os 12 C-27J que vão durar trinta anos, que os mais que 40 Canadair que o pais gasta TODO O SANTO ANO em salários, para funcionários públicos que nada mais fazem que receber um salário, e dizer que a vida está má.
- Vai nanar Papatango!
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O que estou a dizer é que não se deve olhar para outros lados para resolver problemas simples.
Despedir aí uns 10.000 funcionários publicos, também dava para comprar os Canadair, da mesma forma que se pode comprar os Canadair e deixar as Forças Armadas desarmadas.
A questão é que para a maioria das pessoas, não comprar aviões faz sentido.
Já organizar os gastos do Estado, (o que por muito que custe a muita gente só se vai fazer quando os governos tiverem a coragem de dizer ás pessoas que há muito funcionário público que está a mais e vai ter que ser despedido), já não parece boa ideia.
Não adianta esconder o óbvio.
Podemos fazer todas as engenharias financeiras e inventar soluções, mas nunca havemos de resolver problemas, sem pegar o touro pelos cornos.
Podemos inventar soluções criativas. Comprar os Canadair com o dinheiro dos C-27J, comprar os C-27J com o dinheiro dos F-16, comprar os F-16 com o dinheiro dos Pandur, comprar oos Pandur com o dinheiro do aluguer das pontes á iniciativa privada, pagar as portagens virtuais com o dinheiro da venda dos edificios do Estado, Alugar os edificios para instalar os organismos do Estado.
O peso do funcionalismo público é arrasador. O Estado consome com a sua máquina Kafkiana os recursos do país. A irresponsabilidade e o desleixo na Administração Pública atingem já, níveis de decadência que roçam a ruptura. Muitos organizmos e repartições públicas, não funcionam, porque os funcionários já desistiram há muitos, muitos anos, de resolver os problemas que vão envelhecendo e sendo resolvidos por morte dos participantes ou dos participados.
Já não há coragem para fazer nada ás pilhas de papeis que escondem funcionários publicos, muitos deles envergonhados por entenderem que se tornaram partes absolutamente inuteis de um mecanismo que deixou de servir o país, para passar a servir-se dele.
Os Advogados advogam mal, e só trabalham bem a troco de bastante dinheiro.
Os Juizes ajuizam de forma desastrada e desleixada.
Os politicos, politícam e descansam, os médicos, estão cada vez mais envolvidos em escandalos de má prática e desleixo.
A Direcção Geral de Viação, faz testes aos condutores com erros e com perguntas ás quais o proprio director não sabe responder.
O presidente da associação de escolas de condução é apanhado a mais de 200Km/h na estrada, é multado e contesta a multa com o argumento de que o Mercedes dele é mais pesado que os outros carros e que por isso é seguro.
O desleixo e a irresponsabilidade nos organismos do Estado atingirá dentro de não sei quanto tempo, um ponto em que esses mesmos organismos se tornarão inúteis. Quando atingirmos esse ponto, teremos uma anarquia institucionalizada.
Podemos andar eternamente ás voltas, numa ciranda mortal, a trocar entre um Santana tonto e um Sócrates tão ou mais tonto ainda.
O mais grave nisto tudo é que as pessoas estão desmoralizadas, e só aparece para fazer o trabalho, quem nitidamente não o sabe fazer, porque nem sequer tem consciência dos problemas.
Por isso o ex comunista Durão Barroso, disse que o país estava de tanga quendo chegou ao poder, da mesma maneira que o Sócrates dirá que o país está em cuecas, quando vir o estado em que estão as contas do Estado.
Andaremos assim, de recriminação em recriminação, até ao dia em que a situação se degradar tanto que rebente.
Provavelmente conforme a premonição de Mário Soares.
Cumprimentos
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Cá por mim, entre 1995 e 2002, Portugal abriu as portas a 200.000 novos funcionários públicos. Esses funcionários públicos custam ao estado, todos os meses, o preço de 3.5 aviões Canadair.
Quase quatro Canadair por mês. Mais de quarenta Canadair novinhos, todos os anos.
Mas claro, é mais facil por em causa os 12 C-27J que vão durar trinta anos, que os mais que 40 Canadair que o pais gasta TODO O SANTO ANO em salários, para funcionários públicos que nada mais fazem que receber um salário, e dizer que a vida está má.
- Vai nanar Papatango!
:shock: :oops:
EDITADO: Jesus, Maria, Manel !!!! Que é aquilo na assinatura do papatango??????? :?
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Concordo com quase tudo o que o Papatango afirma, ainda mais sendo FUNCIONÁRIO PÚBLICO. Só uma nota, nos tais 200.000 que entraram somos capazes de encontrar alguns dos melhores e que mais trabalham. O mesmo é válido para os tarefeiros e contratados que (des)esperam há anos para entrar nos quadros. O grande problema é que não há coragem para começar a extinguir organismos públicos inúteis, que só existem para colocar "boys" em lugares de director-geral. Não é admissível haver direcções gerais ou equivalentes, em que 90% do orçamento se destina a pagar salários. É óbvio que numa situação destas se trata de desemprego encapotado. Também não é admissível que continuem a haver funcionários que não produzem trabalho absolutamente nenhum e sejam classificados da mesma maneira que os colegas que trabalham.
Por último o problema da crise dos valores éticos e morais, se bem que raramente mencionada nos diagnósticos que se fazem dos nossos problemas, parece-me ser da maior importância.
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O fgomes responde por si. Eu, que me enquadro no "quadro de parasitas" identificado pelo Papatango - eu e mais colegas meus, trabalhadores e dedicados e que apesar de tudo ainda não desanimam - considero-me insultado!
Que é o Papatango para nos chamar parasitas??
E os outros que já cá estava e que sabem a escola toda e que andam nisto há anos?
Se são tão bons então que se ofereçam e façam esforço por mudar a situação, porque não é com votos que a coisa vai. É "cá dentro" a passinhos pequenos porque senão nem isso. E ouvir bocas dos treinadores de bancada que quando chega a hora da verdade vão bater nas costinhas dos tipos do costume, pedindo favores.
Agora meus amigos, isto é que é tema para a "área livre" não para Canadairs.
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Eu disse que concordo com QUASE tudo. Luso, por favor leia com atenção o meu post. Não convém generalizar, mas que há uma muita gente que não presta na função pública, é verdade. Agora não se resolvem os problemas do País começando só a despedir funcionários. E sobre os tais 200.000 que tantas críticas têm merecido, se por hipótese fossem despedidos, posso garantir uma coisa, a administração pública parava !
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Para deixarmos este topico com os aviões, continuo aqui:
http://www.forumdefesa.com/forum/viewtopic.php?p=16264#16264
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Propositadamente fiquei fora de uma discussão "pateta" sem qualquer sentido, em que alguém se limita a debitar de ouvido um conjunto da "informações" despidas de senso, sem que se vá ao fundo das questões.
Por isso continuo à espera que o debate sobre questões das Forças Armadas, para que serve este fórum, se faça.
Este é o País que temos, que não se encontra em guerra, que não possui nenhum inimigo potencial, que faz parte de uma aliança militar, que entre outras coisas lhe garante a protecção necessária em caso de ameaça, que faz parte de uma europa política e certamente num futuro a curto prazo igualmente militar.
Um País, que possue como únicos inimigos declarados, que lhe desbastam a população e o territórios, os acidentes de viação e os incêndios.
Os primeiros matam em cada ano que passa uma boa parte dos nossos jovens em número que totalizam nos últimos dez anos muito mais dos que morreram na guerra de áfrica. Os segundos, destroem património, vidas de gente humilde, cuja única "culpa" é quererem, continuar os locais onde nasceram.
A maneira que alguns "iluminados" têm de fazer esta discussão, é assobiarem para o ar e dizer que a culpa é sempre dos outros.
Por isso debater os meios necessários para combater estes flagelos, não é susceptível de ser posto em contraponto a um rearmamento, que embora reconheça importante, tem de ter um objectivo claro de não se sobrepor, em minha opinião, ao que é no momento presente o nosso verdadeiro inimigo.
Se existir neste espaço um verdadeiro forum, terei muito gosto em cá continuar, se é para posições como a relatada no primeiro parágrafo, já sou demasiado adulto para estas "brincadeiras"
Bom Natal a todos
´+agrafoo neta sc m, "culpados" de quererem continuar humbaratam património, desbarauvens,ao ´´oriosas riquezaso a adversários Oaís
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Propositadamente fiquei fora de uma discussão "pateta" sem qualquer sentido, em que alguém se limita a debitar de ouvido um conjunto da "informações" despidas de senso, sem que se vá ao fundo das questões.
Presumo que esse alguém que tem nome, ou pelo menos “nick” seja eu.
É muito interessante o seu ponto de vista sobre o que referi.
Em primeiro lugar, lembro-lhe que eu não dei informações, eu dei opiniões. As opiniões são todas legitimas em democracia, mesmo que sejam desagradáveis. E quando se dizem verdades, como as que eu referi, há sempre quem não gosta. Lamento!
Este é o País que temos, que não se encontra em guerra, que não possui nenhum inimigo potencial, que faz parte de uma aliança militar, que entre outras coisas lhe garante a protecção necessária em caso de ameaça, que faz parte de uma europa política e certamente num futuro a curto prazo igualmente militar.
O seu é um ponto de vista muito interessante, compartilhado por exemplo pelos generais do exército espanhol. Mas é verdade. Este é o país que temos, só que eu, e outros patetas como eu, estão a ficar extremamente descontentes com ele. Claro que, provavelmente estou errado, e afinal isto é tudo normal.
No entanto este “alguém” também acha que Portugal não tem, no momento, nenhum inimigo conhecido ou reconhecido como tal. Mas inimigos reconhecidos ou inimigos potenciais são coisas completamente diferentes.
A Grécia faz parte da mesmíssima aliança militar que nós, e no entanto, tem problemas com um vizinho que, espanto dos espantos, também faz parte dessa mesma aliança.
A verdade, é que a aliança atlântica não defende Portugal, como também não defendeu a Grécia. A NATO foi feita para defender o ocidente dos russos e do comunismo. Hoje, os comunistas que ainda existem já se renderam ás vantagens do capitalismo selvagem e encontram-se nos países ex-comunistas, os mais selvagem e inumanos representantes do capitalismo que alguma vez existiram na face da terra (vide China).
A NATO não implica ajuda automática a Portugal, meu caro. O tratado do Atlântico diz que o ataque contra um país é um ataque contra todos, mas diz que cada país deve agir segundo as suas possibilidades, capacidades (e sem o dizer, interesses). A União Europeia nunca será uma unidade política, porque tal unidade seria contra-natura. Já existiu algumas vezes na história e acabou sempre em desastre, com o tradicional cortejo de miséria humana, fome degradação e morte.
Mas enfim, continuaría a discorrer sobre coisas que são obvias, ou mais que obvias para qualquer cidadão atento, e inevitavelmente passaríamos a discutir história e geoestratégia em vez de questões sobre os aviões C-295/C-27J ou os aviões bombeiros Canadair CL-415.
Isto, embora, meu caro mcalberto (porque eu não me dirijo a “iluminados”, a “certas pessoas”, ou a “alguns”) todo o seu anterior post, seja ele próprio uma resposta a exactamente aquilo que você mesmo afirma não querer responder.
Mas continuando…
O avião de transporte ligeiro das forças armadas (que é de facto um ligeiro/médio) vem substituir o AVIOCAR. O AVIOCAR, por seu turno, comprado por Portugal em mais de vinte unidades, foi comprado de facto, tendo como objectivo principal o teatro Africano de operações. A sua utilização do ponto de vista táctico, poderia permitir, por exemplo uma mais rápida movimentação de tropas em teatros de guerra onde quando se tem uma força numericamente pequena, a mobilidade dessa força é da maior importância.
Quando acabou a guerra, ficámos com aviões que foram adaptados ás nossas necessidades, mas que de facto não cumprem exactamente nenhuma função específica, porque Portugal, visto no seu todo, entre o continente Europeu, os Açores e a Madeira, necessita de meios de defesa que nos permitam manter o contacto entre essas partes integrantes do país, coisa que o AVIOCAR nunca permitiu.
Portanto, a escolha deverá agora recair sobre um avião que tenha capacidade para ligar as várias ilhas ao continente e as várias ilhas entre si.
O numero de aviões será de doze. Devo dizer que o numero de doze não parece, pelo menos pelo que conheço, obedecer a nenhum estudo especifico, mas apenas a uma redução para metade do numero de aeronaves. O C-27J ou o C-295 serão muito mais baratos de operar que o C-130 e em muitas situações são utilizados C-130 quando se poderiam utilizar aviões mais pequenos, se tais aviões existissem.
No caso do C-27J esta aeronave, permite a sua utilização conjunta com o C-130, nomeadamente, permitindo a um piloto de C-130 passar para o C-27J com grande rapidez e reduzindo consideravelmente os custos de treino. Não basta ter aviões, é necessário ter pilotos preparados, e com um numero mínimo de horas para que a operacionalidade das unidades esteja garantida.
Portanto, mesmo sem ser necessário utilizar os aviões em operações militares, ou de apoio humanitário, eles precisam ser utilizados, quanto mais não seja para garantir a operacionalidade das forças.
Os novos aviões permitem por exemplo, apoiar forças na Bosnia, ou em outro lugar da Europa ou do Norte de África, que nos está mais próximo, com aviões mais modernos, mais seguros e menos gastadores.
Por outro lado, se devemos de alguma forma cooperar em forças de manutenção de paz da NATO ou da União Europeia, é da mais absoluta necessidade para o país, ser capaz de dar o seu contributo, para a segurança europeia, de forma a que possa ter uma palavra a dizer. Neste mundo, aqueles que se “encolhem” e dizem… “Que vão os outros…” estão condenados a nunca dizer nada.
Este tipo de avião, permite-nos cooperar por exemplo com a força anfíbia em que participam os Gregos e os Italianos (todos eles equipados com o C-27J) e os Espanhóis (que não operam este avião, porque o C-295 é montado na Espanha), utilizando o avião para apoiar as unidades, depois de elas serem colocadas no terreno.
O C-27J, pode transportar até 10 toneladas, embora o peso transportável se reduza consoante a distância a voar. Portanto, é o tipo de avião adequado para operar em algum teatro de operações mediterrâneo em caso de necessidade. Ao mesmo tempo, permite por exemplo apoiar qualquer operação humanitária nas ilhas, nos aeroportos mais pequenos, ou em pistas semi-preparadas, para evacuação de feridos, podendo operar em TODAS as pistas dos Açores, coisa que não é possível com o C-130. Pode ser utilizado no mesmo tipo de operações até Cabo-Verde a partir da Madeira, e de Cabo-Verde, pode operar para a Guiné-Bissau, onde esse tipo de apoio já foi necessário (a não ser, claro, que deixemos os Franceses tratar do assunto).
Os aviões são necessários:
Por razões que têm a ver com a nossa defesa nacional, com as nossas necessidades decorrentes do apoio ás populações em caso de catástrofe, e os Açores são uma zona sísmica, o país deve estar preparado para ajudar os açoreanos em caso de catástrofe natural, como deverá apoiar os alentejanos ou os minhotos se qualquer problema ocorrer.
Por razões que têm que ver com as nossas alianças, (que funcionam em dois sentidos), pois a EU e a NATO não são organizações onde só pedimos apoio, também temos que ser capazes de dar apoio se for necessário.
Por razões que têm a ver com o nosso compromisso, segundo o conceito estratégico de defesa nacional, que implica a necessidade de apoiar os países de expressão portuguesa.
O principal problema, é que doze, considerando que parte nunca está operacional por problemas técnicos ou por revisões periódicas, acaba sendo o mínimo indispensável.
Se não os tivermos, acabamos no ridículo de sempre.
Quando houver problema, andamos com as calças na mão a pedir coisas emprestadas, a esmolar aqui, a alugar acolá, quando de facto não é muito difícil adquirir tais meios.
Se formos pelo caminho simples, de deixar de comprar aviões de transporte militar para comprar aviões Canadair, não teremos os meios para potenciar a nossa defesa. Mas garanto, que resolver os problemas tapando buracos e tirando de um lado para tapar o outro, não adianta de nada.
Se formos por esse caminho, e o aplicarmos noutros campos, acabaremos a deixar de comparticipar os remédios para os idosos, para pagar os gastos exagerados da administração pública decadente que temos, porque essa, tem que ser sempre protegida
A não compra dos C-27J / C-295, não será nunca a solução para o problema dos incêndios, da mesma forma que os fogos não acabariam se não tivesse havido EXPO-98 ou EURO-2004. O problema é outro, o problema é o dinheiro gasto em quantidades astronómicas que não se vê. É fácil criticar as compras deste tipo, porque, embora seja uma compra para 20 a 25 anos (no mínimo), o volume total do dinheiro é bastante grande, e há muita gente que tem tendência a ver apenas a situação conjuntural, e não tem uma perspectiva global dos problemas.
O dinheiro para os Canadair terá que vir de outro lado, se os governantes neste país tiverem uma pinga de vergonha.
Mas garanto ainda, que podem até comprar sessenta, em vez de seis Canadair, que se a gestão das Câmaras Municipais e do Serviço Nacional de Protecção Civil, continuar como está, arderemos todos até ao osso, por muita agua que todos os Canadair do mundo lancem do Céu.
Cumprimentos
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Desculpem o Off-Topic mas n pude deixar de reparar na signature hilariante do Papatango, em alusão aos muros à volta dos colonatos judeus, pobres Reis Magos!!! :o
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Desculpem o Off-Topic mas n pude deixar de reparar na signature hilariante do Papatango, em alusão aos muros à volta dos colonatos judeus, pobres Reis Magos!!! :o
É curioso Komet, eu não interpretei a assinatura da mesma forma que você. Eu vejo o muro (condenado pelo mundo inteiro), que separa Israel dos territórios árabes, cortando aldeias, destruindo culturas, etc. Pobres árabes
PS : A propósito, os lideres do mundo livre não se fartaram de condenar o muro de Berlim?
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Muito bem. Reposta a discussão onde ela, em minha opinião deve ficar, aqui neste "forum", onde de facto se devem discutem opiniões e ideias, sobre os temas a que nos propomos, acho que só faltou referir pelo "papatango" quando analisou a opção aviocar tomada no início da década de 70, que ela mesmo só foi opção, porque outros mercados de vendas de armas, nomeadamente o americano, se encontrava fechado à venda a Portugal em virtude da política africana seguida pelo governo de então. Por isso a opção Aviocar para substituição progressiva dos "dakota" e Noratlas e não os C-130, que se pretenderam na altura adquirir aos Estados Unidos.
A frota dos Aviocar, que não chegou a ir para a Africa, pagou também ela os custos da sua juventude, tendo sido perdidas duas unidades e respectivas tripulações, uma no continente outra nos Açores.
Quando introduzi o tema, foi no estrito sentido de analisar o facto de dos doze aviões previstos, existir uma opção de 5 para missões de vigilância maritima, isto é, com funções que pela sua natureza e pela dispersão geográfica de Portugal, significará destacamentos nas Regiões Autónomas e no Continente. Esta opção desviará certamente estes aviões de outras missões, como aquelas que apresenta, as quais ficarão a cargo da restante (7) frota, número que aliás me parece correcto para as reais necessidades do País.
Ora é em torno dos 5 previstos para missões no mar, que importa discutir, tendo como alternativa a já "rumorada" aquisição de meios anfíbios para a "Protecção Civil". Se a opção desta, for os Canadair, em número de 6, estamos a adquirir meios aéreos, que entre outras missões estritamente ligadas à Protecção Civil, estão aptos a fazer vigilância maritima. Por isso a minha questão inicial. Não será de equacionar estas propaladas aquisições de forma a melhor rentabilizar os meios aéreos ao nosso dispor.
É que, igualmente deve saber, que não basta ter dezenas de aviões, como ainda sucede no caso da frota dos Aviocar.
Sabe por acaso quantas tripulações se encontram aptas, neste momento, para voar os 22 212-100 mais os 2 212-300. E quantos destes se encontram neste momento verdadeiramente operacionais.
Já agora uma referência ao papel da NATO. Estranho que os Países ainda não tenham percebido o que v. já percebeu. Isto é, de nada serve a NATO, porque já não há nem os russsos (penso que queria referir soviéticos e o comunismo). Não tem sido esse o entendimento, nem o deverá ser nos próximos anos, enquanto não existir uma Europa Militar, a par da Europa Política e Económica.
Os tempos mudaram meu caro, é que se a NATO, teve entre outras vantagens o facto de ter evitado até agora um conflito entre dois vizinhos desavindos (Grécia e Turquia), muito mais ficará estabilizada a situação, se esta última vier a entrar, como pretende, para o espaço único europeu.
O que é facto, é que para além da natureza inicial da NATO, muitas alterações vieram a ser introduzidas ao longo dos anos nas suas regras de funcionamento e até na sua zona geográfica de actuação. Por isso não vale a apena ficar agarrado ao motivo e momento da sua criação.
Quanto ao tema EUROPA, não comungo da sua visão catastrofista. Claro que existe muito trabalho a fazer e muitos aspectos a melhorar, nomeadamente no que se articula com o papel dos cidadãos nesta mesma Europa, mas v. interrogue-se, situando-se há quinze anos a trás, sobre a viabilidade de uma união política e económica de 25 Países e olhe para o que se passa hoje. A resposta irá certamente ajudar a entender que a catástrofe não está no nosso horizonte.
Cmpts e Bom Natal a todos
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Parabéns Papatango, escelente observação.
Penso exactamente o mesmo. Há que haver coragem para reorganizar a administração publica e acabar com os milhares de "tachos" que por lá há, e que só esses não admitem.
Estive quase duas horas para reconhecer uma assinatura num notário com 4 ou 5 empregados lá e um a atender letargicamente.
Claro que por uns pagam os outros, e que nem todos os funcionarios publicos são assim. Mas que são muitos são, e que esse dinheiro podia muito bem ser canalizado para outros fins.
Por fim seja por que razão for nunca se deve descurar o investimento na defesa, quem diria no fim da década de oitenta que poucos anos depois iria existir uma guerra tão violenta na Europa como foi a dos balcas? E quanto a mim não tem sido a NATO a impedir um conflito Grecia/Turquia, mas sim o medo natural que um confronto desses provocaria, basta ver os investimentos na defesa e poderio militar de ambos os paises.
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"ATR 42 Marittime Patrol (MP)
Alenia Aerospazio and Galileo Avionica
Finmeccanica Companies
The ATR42 MP combines the ATR42 turboprop with an advanced Maritime Patrol Mission System (MPMS) package. The ATR 42 MP is designed to perform a wide range of maritime patrol missions complying with different specific requirements. The MPMS, which is available in palletized form, can be installed on other transport aircraft such as the C27 J and the C130 J."
Ou seja, a falta de uma variante dedicada do C27J poderá estar suprimida por este equipamento...
Mas será que o Sócrates quer regressar ao A400 (indicando o CASA)?
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Mas será que o Sócrates quer regressar ao A400 (indicando o CASA)?
Só se for parvo!
Porque será que não fiquei nada descansado :?:
A julgar pelas ultimas declarações, ele pretende deixar tudo na mesma, do que foi feito pelo actual governo Santana Lopes,
Porque será que também não fiquei nada descansado :?:
A opção C-130J/C-27J faz sentido por causa da tentativa que foi feita de compatibilizar os dois aviões. Por outro lado, o C-295/A-400 não existe. Embora sejam feitos por empresas do mesmo grupo, os aviões não foram feitos para terem equipamentos comuns.
Portanto, o C-27J, que é claramente superior ao CASA C-295, pode beneficiar do Binómio C-27J/C-130J mas não há nada que impeça a opção C-27J/A-400, embora a escolha não seja desejável.
3 A-400 não me parecem substituir 6 C-130. No entanto, 4 A-400, já davam para aumentar a nossa capacidade de transporte relativamente à actual frota.
O problema principal do A-400 parece ser de facto o preço muito elevado do aparelho. 100 milhões para cada um, parece ser muito, considerando que o C-130J deve andar pelos 40 milhões.
Depois há os atrasos. Lembro que o Reino Unido alugou quatro C-17, porque os atrasos do A-400 eram enormes. Agora passou o aluguer a compra.
Se não fosse altamente subsidiada a EADS/Airbus, já tinha entrado pelo cano. Por outro lado, a Lockeed, também já tinha falido se não fossem os subsídios encapotados que lhe dá o governo norte-americano.
E assim vamos no mundo do comércio livre, em que a técnica é: Subsidiar de forma encapotada, para não dar muito nas vistas.
Cumprimentos
cumprimentos.
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O problema principal do A-400 parece ser de facto o preço muito elevado do aparelho. 100 milhões para cada um, parece ser muito, considerando que o C-130J deve andar pelos 40 milhões.
Os americanos estão a pagar entre 50 e 60 milhões de dólares pelos seus "Jerkules", mas os ingleses estão a pagar bastante mais, 100 milhões ( no entanto este último valor parece-me um pouco exagerado, não sei se será de confiança).
Por outro lado os alemães vão pagar cerca de 114 milhões de dólares pelos A-400M ( valores de há 1 ano atrás, portanto com as variações cambiais não sei).
Claro que tudo depende muito da oferta de caso para caso, mas dá para ter uma noção.
Portanto talvez se possa assumir que cada um destes pacotes apresente um preço "por grosso" semelhante: 4 A400 + C-295 ou 6 C-130J +C-27J.
Aqui teríamos que entrar em conta com as outra varíaveis. Ter 4 aparelhos com uma grande capacidade de carga, mais 12 ( não tenho agora a certeza do número) "autocarros regionais" que vão servir apenas para pessoal e cargas ligeiras ( A-400 + C-295); ou 6 aparelhos com uma capacidade de carga intermédia ( 20 toneladas para o C-130, 35 para o A-400) +12 aparelhos com uma melhor ( nada do outro mundo) capacidade de carga que os seus equivalentes da proposta europeia :?:
A FAP que se decida.
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Cem milhões por um A400???
- Valha-nos S. Jericó!
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Cem milhões por um A400???
Ora, o preço está entre o C-130 J ( 60 milhões como disse acima) e o de um C-17, uns estrondosos 180 milhões ( e ainda o queriam alguns iluminados para a FAP) :wink:
Já agora, o sistema acima referido pelo Luso, o ATR 42 MP, foi há dias escolhido pela Turquia.
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Pois mas os iluminados também disseram que a FAP considerou como boa a proposta dos C17 + C130 modernizados..
Acho que alguem anda com a cabeça é sem luz...
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Para quem se interessar, após uma breve pesquisa é fácil constatar a diferença de preços estimados para uma uma aeronave "no papel" e para a mesma aeronave mas já "pronta a usar". Tem sido assim com todos os programas, portanto o A400 não vai ser diferente...
Deixo a pergunta: o que fará "mais falta" à FAP, um A400 ou um MRTT?
Não percebo como se dá tanta importância a um avião que ainda não passou de maquete!! :roll:
Voltando ao A400... Notícia interessante
:http://defensenews.com/story.php?F=614972&C=asiapac
Cumptos
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Perdonen la intromisión, pero es que la última notícia fiable sobre el precio del A-400M la acabo de ver ahora, y según dice el A400M cuesta 90 millones de euros
Tras la puesta de largo del A380, Airbus se lanza desde hoy a producir el A400M, el avión polivalente concebido para todo tipo de misiones de transporte aéreo militar.
La fabricación del fuselaje de la aeronave ha arrancado en la planta que el constructor aeronáutico paneuropeo posee la localidad de Varel, norte de Alemania. El ensamblaje final y la entrega se realizará en las instalaciones que la española CASA, que integra Airbus, posee en Sevilla. El A400M es capaz de operar en todo tipo de escenarios y climas, puede ser repostado en vuelo. Su capacidad de carga es de 32 toneladas. Dispone de una autonomía de 9.200 kilómetros. Su primer vuelo está previsto para 2008. Por último el coste de cada aparato es de 90 millones de euros. La fabricación del A400M tiene lugar apenas 18 meses después del lanzamiento oficial del programa, cuando siete países miembros de la OTAN dieron su visto bueno y sobre todo se comprometieron a adquirir 180 ejemplares. De los cuales 60 serán para Alemania, 50 para Francia y 27 para España.
El A400M representa no sólo otro proyecto industrial paneuropeo, también ilustra la estrategia de la OTAN de actúar fuera de su territorio en misiones humanitarias y de pacificación.
Airbus asegura que puede aterrizar incluso en pistas cortas de tierra.
http://www.euronews.net/create_html.php ... tion=7,eco (http://www.euronews.net/create_html.php?page=detail_eco&lng=5&option=7,eco)
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A descida de preços do A-400 tem a ver com componentes que são cotados em dolares americanos. Com a alteração dramática de paridade entre o Dolar e o Euro, os valores parecem mais baixos. No entanto, o valor em Dolares americanos, neste momento é de cerca de 120 milhões.
Portanto, um A-400 é pelo menos tão caro, quanto dois Hercules C-130J.
No entanto, é verdade que estes valores são tremendamente mutáveis.
O caso mais visivel é o do C-27J, que todas as publicações diziam que era muito melhor que o C-295, mas que custava demasiado dinheiro, por isso o C-295 era preferível, e agora, aparece numa proposta para a FAP a custar menos dinheiro que o C-295.
(Embora haja uma questão com a demonstração por parte da EADS de quais as razões pelas quais a sua proposta foi mais cara)
Antigamente, dentro do Partido Socialista, o Lobby alemão, costumava ter mais força que o Lobby francês. O Lobby americano tanbém tem força.
Vai ser necessário ver quem vai "ficar ministro" para ver qual dos Lobbies de facto venceu as eleições e quem levará as encomendas.
Ainda nos sái o Jerónimo de Sousa como ministro da defesa e entramos no projecto do Antonov-70
Cumprimentos
PS: Esse sería o menos dos males, porque o Antonov-70 é superior ao A-400 e mete o C-130 num canto, custando provavelmente menos que qualquer dos dois.
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"O Independente", esse jornal de referência
, afirma na sua edição de 18 de Fevereiro de 2005 que é o C295 que "vai à frente"...