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Conflitos => Conflitos do Presente => Tópico iniciado por: Lynx em Setembro 01, 2004, 07:57:45 pm
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Portugal diário:
O Kremlin pediu esta quarta-feira uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para que se pronuncie sobre a onda de ataques terroristas que fustigou a Rússia nos últimos dias, noticiou a agência oficial Itar-Tass.
O pedido foi formulado pelo representante russo na ONU, Andrei Denisov. Segundo Denisov, esta reunião urgente do Conselho - de que a Rússia é um dos membros permanentes - poderá realizar-se ainda esta quarta-feira.
A 24 de Agosto, dois aviões de passageiros Tupolev explodiram em pleno voo quase em simultâneo, num duplo atentado que custou a vida a cerca de 90 pessoas.
Terça-feira, uma bombista suicida detonou uma carga explosiva junto à entrada de uma estação de Metro de Moscovo, causando, pelo menos, 11 mortos e 51 feridos, segundo o último balanço.
Estes dois ataques foram reivindicados pelas «Brigadas de Islambuli» («Brigadas islâmicas», e não Brigadas de Istambuli, ou Istambul, como anteriormente noticiado), uma organização fundamentalista islâmica presumivelmente vinculada à rede terrorista internacional Al-Qaeda.
Hoje de manhã, um comando terrorista ocupou uma escola na cidade de Beslan, na Ossétia do Norte e, como condição para libertar os reféns - entre 150 e 400 -, exige a retirada das tropas russas da Tchétchénia e o termo da guerra nesta república do norte do Cáucaso.
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"Foi declarada a guerra" a Moscovo
Ministro da Defesa russo sobre assalto terrorista a uma escola
O ministro da Defesa russo, Serguei Ivanov, afirmou, hoje, ter sido "declarada a guerra" à Rússia, ao referir-se ao assalto a uma escola na cidade de Beslan. O incidente, na Ossétia do Norte, república federada do Cáucaso Norte, é considerado um dos actos mais graves dos separatistas tchetchenos.
Lusa
Pela primeira vez desde a eleição do presidente Vladimir Putin, em 2000, um responsável do seu governo utilizou a palavra "guerra" para qualificar as acções dos separatistas. "Foi declarada guerra a Moscovo", disse o ministro da Defesa russo, Serguei Ivanov.
O comando militar russo enviou entretanto aviões com unidades anti-terroristas para Beslan. O chefe da Força Aérea russa, Vladimir Mikhailov, prometeu que "especialistas necessários em quantidades suficientes" serão disponibilizados para a operação de resgate.
Os sequestradores prometem matar 20 reféns por cada rebelde ferido e 50 por cada elemento do grupo que for morto durante uma eventual operação de libertação dos reféns.
Observadores militares chamaram a atenção para o alto grau de preparação dos rebeldes, cujo comportamento demonstra que a operação foi bem planeada.
Negociações difíceis e falta de alimentos
O canal NTV russo informou, ao final da tarde, que o contacto com terroristas foi estabelecido. As negociações "decorrem com muita dificuldade", disse o correspondente da NTV, sem mais pormenores.
O responsável do Serviço Federal da Segurança da Rússia (FSB) para a Ossétia do Norte, Valeri Andreev, assinalou aos jornalistas em Beslan que os "reféns estão a ser tratados de forma mais ou menos satisfatória", mas "há carência de produtos alimentares" dentro da escola assaltada.
Suspeita recaem sobre "Jamata Inguche"
Quanto às exigências do comando assaltante, observou que elas "serão conhecidas no decorrer das negociações". Os sequestradores, que, segundo algumas informações, terão exigido a retirada das tropas russas da Tchetchénia, poderão ser membros de um grupo denominado "Jamata Inguche".
Este grupo está relacionado com os rebeldes do comandante tchetcheno Chamil Bassayev, segundo uma fonte do ministério do Interior da Ingúchia. Os assaltantes são comandados por Doku Umarov, que dirigiu o ataque à Ingúchia em Junho passado, disse a mesma fonte.
Dois mortos e onze feridos é o primeiro balanço do assalto à escola, segundo as autoridades locais.Segundo outras versões, sete pessoas foram mortas e nove ficaram feridas.
Onze horas depois do sequestro, desconhece-se o número exacto de sequestradores e de reféns. Os primeiros serão entre 15 e 30 pessoas - entre as quais várias mulheres com bombas amarradas à cintura. Os reféns, entre quais pelo menos 132 são crianças, serão entre 150 e 400 pessoas.
Onda de terrorismo
Vladimir Putin, que, durante todo o dia, se não pronunciou sobre o ataque, chegou a Moscovo, interrompendo as férias no Mar Negro, para uma reunião de emergência. O assalto à escola de Beslan é o terceiro acto do género com esta envergadura a abalar o país, fora do território tchetcheno, nos últimos dez dias.
A 24 de Agosto último, dois aviões de carreira despenharam-se quase simultaneamente, em resultado de atentados perpetrados por duas mulheres suicidas tchetchenas. Morreram pelo menos 86 pessoas.
Na noite de terça-feira, mais uma mulher suicida, provavelmente tchetchena, fez explodir uma bomba numa praça próxima da estação de metro Rijskaia, em Moscovo, matando 11 pessoas e ferindo 51.
Segundo os analistas, a actual onda de terror é a resposta dos extremistas islamitas às tentativas do Kremlin de impor "um homem de Moscovo" como presidente da Tchetchénia.
As eleições presidenciais antecipadas realizadas naquela república separatista, no passado domingo, foram ganhas pelo general da polícia Alu Alkhanov, escolhido por Moscovo.
O anterior líder pró-moscovita da Tchetchénia, Akhmad Kadirov, foi morto num atentado bombista em Maio passado, apenas oito meses depois de ser eleito numa campanha sem alternativas reais também organizada por Moscovo.
fonte:http://sic.sapo.pt/index.php?article=6567&visual=3&area_id=2
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Esta situação de reféns, tendo em conta quer a presença de um número muito elevado de crianças, quer as lições que os tchetchenos aprenderam com operações anteriores, terá que ser conduzida com especial cuidado.
Acham que o Presidente Putin vai desencadear uma operação de resgate, como no caso do teatro de Moscovo, ou desta vez vai tentar o caminho da negociação?
Espero que tudo acabe depressa e com o mínimo possível de baixas, visto que infelizmente já não se podem pedir baixas zero...
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Estou pessimista e acho que vai acabar tudo em (mais um) banho de sangue.
Aliás, já se ouvem explosões na zona há 1 hora, segundo as televisões.
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Mesmo que não sejam rebentadas as bombas, imagino que tomem o edifício de assalto e acabe tudo num massacre estilo a barricada do teatro...
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Também concordo com vocês vão morrer muitos reféns.
Não percebo estes terroristas se querem ganhar apoiantes para a sua causa não é a fazer de crianças refens que os vão conseguir. Mas para os tipos de ataques que fizeram a esquadras da policia tambem é porque tem o apoio daa população.
Aínda estou é para descobrir o numero total de refens, primeiro eram 400 depois 200 a seguir 150 hoje no telejornal diziam que eram 1000
Até a esta hora já libertaram 26 pessoas vamos lá ver se libertam pelo menos as crianças.
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A ilação que penso ser a mais importante a reter de todas estas recentes situações é o facto de a guerrilha tetchena não ter reinvindicado os ataques e, no caso da escola, assumir que não possui qualquer responsabilidade.
Das duas umas, ou é contra-informação ou então os grupos islâmicos, independentes da guerrilha, presentes na Tetchénia começaram a actuar de uma forma independente com uma "agenda própria".
Isto é bastante perigoso.
Nota-se uma clara diferença entre as situações do teatro moscovita - onde existiu um claro contacto directo dos terroristas com os meios de comunicação social - e desta escola onde nem sequer água e alimentos são permitidos pelos sequestradores.
Este é um ataque repugnante e, tal como todos, espero que acabe da melhor maneira. O mesmo é dizer, espero que acabe o menos mal possível.
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Forças russas controlam grande parte de escola em Beslan
da France Presse, em Beslan
da Folha Online
As forças especiais russas controlam quase toda a escola na cidade de Beslan, na Ossétia do Norte, onde um grupo armado manteve como reféns centenas de pessoas desde a quarta-feira (1), anunciou o comitê de crise citado pela agência de notícias Interfax.
As forças especiais tiveram de entrar em ação no momento em que um primeiro grupo de cerca de 40 mulheres e crianças conseguiu fugir e alguns terroristas começaram a disparar contra eles, explicou o comitê.
Imagens da televisão mostraram mulheres e crianças, algumas feridas, que eram levadas em ambulâncias, enquanto os helicópteros das forças russas sobrevoavam a escola. Habitantes de Beslan teriam abrigado alguns dos reféns que fugiam.
Alguns membros do comando também conseguiram escapar, disparando contra a multidão, e outros se refugiaram em uma casa particular, próxima da escola, enquanto o tiroteio continuava.
A agência de notícias Interfax afirma, citando um oficial do comitê de crise, que duas das mulheres que mantinham os reféns dentro da escola também conseguiram fugir. Elas vestiam roupas brancas.
Houve tiroteio e explosões. Segundo a Interfax, parte do teto da escola desabou. Informações não confirmadas dão conta que cinco terroristas teriam morrido no confronto. Segundo Lev Dzugayev, assessor do presidente Vladimir Putin, mais de 200 pessoas ficaram feridas.
Número de reféns
A imprensa de Moscou revela nesta sexta-feira que vários reféns libertados informaram que havia pelo menos mil pessoas dentro da escola ocupada em Beslan.
"São 1.020 reféns" na escola, informa "A Gazeta", citando uma mulher libertada. "A televisão fala em 350 reféns, mas não está certo. Há pelo menos 1.500 pessoas na escola", revela uma professora libertada com sua filha ao diário "Zvestia".
A disparidade sobre o número de reféns começou na própria quarta-feira. As agências de notícias informaram que havia cerca de 400 pessoas dentro da escola. Pouco depois, informaram que os reféns eram entre 120 e 150. Ontem, o serviço secreto russo (FSB) elevou novamente o número afirmando haver cerca de 350 pessoas sendo mantidas como reféns. Até o momento, o número continua incerto.
Vladimir Putin
Em suas primeiras declarações desde a invasão da escola na quarta-feira (1), logo após o final da cerimônia de volta às aulas, Putin afirmou ontem: "Nossa principal tarefa é, claro, salvar a vida e a saúde daqueles que se tornaram reféns".
"Entendemos que estes atos não são apenas contra pessoas em particular, mas contra a Rússia como um todo (...) O que está acontecendo na Ossétia do Norte é horrível", afirmou.
As declarações de Putin pareciam uma tentativa de evitar repetir uma tragédia como a de outubro de 2002, quando 129 reféns morreram em um teatro em Moscou, também tomado por terroristas tchetchenos. Ele adiou uma viagem à Turquia para acompanhar as negociações.
Ameaças e exigências
Logo após a captura dos reféns, o grupo armado ameaçou matar 50 crianças para cada combatente morto e 20 para cada combatente ferido. O Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia disse que o grupo era formado por 17 pessoas (homens e mulheres) e que algumas delas estariam usando cintos com explosivos.
O grupo exigia, além da libertação de presos envolvidos em atividades terroristas na Inguchétia, que as tropas russas fossem retiradas da Tchetchênia e o fim das ações militares nesta república, segundo informou Aslanbek Aslakhanov, assessor do presidente Putin, citado pela Interfax.
De acordo com o jornal "The New York Times", um correspondente chegou a falar com os ocupantes da escola por telefone, e disse que o homem que se apresentou como porta-voz deles falava russo com sotaque tchetcheno.
Aslakhanov também confirmou que os terroristas queriam negociações com os presidentes da Inguchétia e da Ossétia do Norte e com o pediatra Leonid Roshal.
Terror na Rússia
Esta é a terceira ação terrorista ocorrida na rússia em pouco menos que duas semanas. Na terça-feira (31), dez pessoas morreram e 51 ficaram feridas em um ataque perto de uma estação de metrô no centro de Moscou.
O grupo islâmico Brigadas Islambouli [supostamente ligado à Al Qaeda] assumiu a responsabilidade pelo atentado, segundo um comunicado divulgado em um site na internet. A explosão ocorreu uma semana após dois aviões caírem no sul de Moscou, matando todas as 89 pessoas que estavam a bordo, o que foi classificado como "ato terrorista".
As autoridades russas disseram ter achado o mesmo explosivo nos escombros dos aviões e duas mulheres tchetchenas foram consideradas suspeitas. O mesmo grupo, Brigadas Islambouli, reivindicou o "seqüestro" dos aviões.
Fonte: Folha de São Paulo (03/09/2004 - 08h18)
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Cena é de caos e pânico em frente à escola de Beslan
da BBC Brasil
A cena é de caos em frente à escola, em Beslan, no sul da Rússia, onde centenas de pessoas são mantidas reféns por rebeldes separatistas chechenos.
Os enviados especiais da BBC ao local afirmam que os parentes dos seqüestrados estavam gritando e chorando do lado de fora da escola, onde estão desde a quarta-feira.
Às 13h (horário local), foram ouvidas duas grandes explosões na escola.
Alguns dos reféns que conseguiram escapar disseram aos repórteres da BBC que uma das explosões ocorreu dentro do prédio. Uma parede e, possivelmente, o teto teriam desabado.
Invasão
"Nós vimos uma dúzia ou mais de mortos sendo trazidos do local, crianças cobertas em sangue, pessoas sendo carregadas por soldados, amigos e parentes", contou a jornalista da BBC Sarah Rainsford.
Os feridos estão sendo tratados em um hospital militar perto da escola.
Esses seriam, no entanto, apenas uma pequena parte dos reféns que estão presos no prédio.
"Fomos informados que até mil pessoas, sendo 150 crianças, poderiam estar dentro do prédio", afirmou Sarah.
Tiroteios também foram ouvidos e helicópteros estavam sobrevoando o local.
O repórter da BBC Artyom Liss disse que a população local temia que ocorresse uma invasão na escola.
Fonte: Folha de São Paulo (03/09/2004 - 08h52)
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Criança é socorrida após escapar da escola russa
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.estadao.com.br%2Fext%2Fman%2F0309russia2.jpg&hash=1514abf79368539ac4a2f82d7540ef74)
Fonte: O Estado de São Paulo
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«Não houve acção militar planeada»
As autoridades russas asseguraram que não tinham planeada qualquer acção militar para acabar com a crise de reféns em Beslan. Estas autoridades também já reconheceram que existem cadáveres no ginásio da escola.
( 14:54 / 03 de Setembro 04 )
Os Serviços de Segurança russos confirmaram que a acção que levou ao fim do sequestro de um número ainda indeterminado de pessoas na escola de Beslan, na Ossétia do Norte, não foi provocada.
«Quero fazer notar que não houve qualquer acção militar planeada. Queríamos continuar as conversações», afirmou o chefe do FSB da Ossétia do Norte.
As autoridades russas admitiram que são verdadeiras as informações que indicam que existem pessoas mortas no ginásio da escola de Beslan, sem que tenham para já apontado algum número de vítimas.
Esta informação foi avançada inicialmente por um jornalista da cadeia inglesa de televisão ITV que indicou que, pelo menos, os cadáveres de cem pessoas estariam amontoados no ginásio da escola e que os raptores terão activado cargas explosivas.
Existem ainda informações de que, no decurso da operação militar, houve um incêndio no local, já depois de todos os reféns estarem fora da escola.
Entretanto, uma equipa de especialistas está já a proceder à desactivação das diversas minas que se encontram no local, um trabalho que vai ser «muito demorado», porque o «edifício está 'recheado' de explosivos».
fonte: http://www.tsf.pt/online/internacional/interior.asp?id_artigo=TSF153767
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Dez cadáveres retirados após operação russa
Pelo menos dez cadáveres foram retirados após a operação de militares russos que pôs fim ao sequestro numa escola da Ossétia do Norte. Contudo, há já alguns relatos que falam de cerca de 150 mortos, na sequência de uma acção que não terá sido programada.
( 13:22 / 03 de Setembro 04 )
Pelo menos dez cadáveres, de crianças e adultos, foram retirados em macas, logo após o assalto feito pelas forças russas que pôs fim ao sequestro de um número ainda indeterminado de crianças numa escola em Beslan, na Ossétia do Norte.
A informação foi dada por um jornalista da France Press no local, muito embora os últimos relatos falem em pelo menos 150 pessoas mortas, uma vez que apenas terão saído da escola cerca de cem pessoas.
Até agora as autoridades da Ossétia do Norte confirmaram apenas sete mortos. As mesmas autoridades asseguram que 200 pessoas estarão no hospital de Beslan, enquanto que outras 110 já estarão em Vladikavkaz, capital da república.
Na sequência da operação, 13 elementos do comando de raptores fugiu do complexo escolar e estão agora refugiados em vários pontos da cidade, nomeadamente numa casa que foi cercada por militares russos.
Entretanto, já foi confirmado que todos os reféns que estavam no interior da escola já foram retirados no ginásio, onde estiveram durante três dias, uma confirmação dada pelo ministério do Interior da Ossétia do Norte.
Por seu lado, o ministério da Defesa, em declarações à Interfax, revelou que foram encontrados no ginásio «muitas minas e armadilhas».
Operação não deverá ter sido preparada
Um incidente ainda não explicado poderá ter estado na origem na operação russa de libertação dos reféns, uma operação que não terá sido preparada.
O correspondente da TSF em Moscovo lembrou que o facto de haver civis a transportarem feridos para o hospital é uma prova de que as autoridades russas de facto não pretendiam levar a cabo nenhuma acção.
«Reagiram sim a acontecimentos dramáticos dentro da escola», afirmou José Milhazes, que recordou uma primeira versão dos acontecimentos, onde aquando da retirada dos cadáveres antes dos tiros, terá havido uma explosão que terá assinado alguns agentes.
Alguns reféns ter-se-ão posto, então, em fuga, o que levou elementos do comando a dispararem sobre os sequestrados, o que provocou uma resposta por parte dos agentes russos.
fonte: http://www.tsf.pt/online/internacional/interior.asp?id_artigo=TSF153764
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Infelizmente toda esta situação terminou de uma maneira que ninguém queria, com um número de baixas entre os reféns ainda por apurar, mas que provavelmente será bastante elevado... :roll: ), que deviam ser Spetznaz. De qualquer modo, ambos usavam uniformes militares normais, alguns com bornais, bolsos cheiíssimos e inclusive mochilas, o que não deve ajudar nada a movimentarem-se rapidamente. Nenhum tinha máscaras de gás, o que quer dizer que não terão usado qualquer tipo de gás atordoante. As armas empregues foram, tanto quanto pude ver, rudimentares (no mínimo!), para uma operação destas: AK-74 (e outras variantes da família AK, como as AKSU), sem qualquer mira óptica, ou laser, metralhadoras ligeiras e médias (para quê, num local em que supostamente se pretende abater terroristas, sem atingir os reféns?!!), e a única arma de atirador especial que vi era uma Dragunov, o que já não é propriamente tecnologia de ponta...
Como é que um país como a Rússia, numa situação destas, consegue atingir um tal nível de desorganização e falta de profissionalismo? (e não, a falta de dinheiro não explica tudo...)
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OSSÉTIA DO NORTE
Confusão reina junto à escola de Beslan
O cenário que se vive na escola de Beslan é ainda caótico. O número de vítimas é ainda incerto, apesar de notícias que dão conta da existência de vários cadáveres. Várias explosões ainda se ouvem no local.
( 16:40 / 03 de Setembro 04 )
Seis horas depois da entrada dos soldados russos na escola da Ossétia do Norte reina ainda a grande confusão no local.
É difícil avaliar ao certo o número de vítimas provocadas pelo fim deste sequestro e ninguém sabe, concretamente, quantas pessoas é que estavam, de facto, no interior da escola.
Um jornalista da cadeia inglesa de televisão ITV que indicou que, pelo menos, os cadáveres de cem pessoas estariam amontoados no ginásio da escola e que os raptores terão activado cargas explosivas. Uma informação já confirmada pelas forças militares russas.
Ainda não se sabe ao certo quem terá provocado estas mortes, mas a maior parte delas poderá ter acontecido na sequência da derrocada parcial do telhado da escola, logo após o assalto dos militares russos.
De acordo com um analista de segurança ouvido pela «CNN», neste momento, toda a operação de resgate é caótica.
O antigo membro das forças especiais britânicas referiu que a actuação da força de intervenção russa poderá ser considerada criminoso, pois a forma como tudo decorreu deu para perceber que nada foi planeado.
As últimas informações revelam também que alguns dos sequestradores conseguiram fugir da escola refugiando-se num edifício próximo da escola.
Segundo a agência Interfax, 3 dos treze sequestradores ainda se encontravam numa cave da escola. Entre eles poderá estar o líder do grupo.
Testemunhas dão ainda cinta da existência de tiros esporádicos, o que demonstra que as forças russas ainda não dominam completamente a situação.
Entretanto, a fronteira Ossétia-Ingúchia foi fechada para impedir a fuga do comando que sequestrou a escola de Beslan para a república vizinha da Tchetchénia
Oficialmente, a fronteira entre as duas republicas está completamente fechada, mas, na prática, foram instalados postos de controlo suplementares e a polícia fronteiriça recebeu ordens para «inspeccionar minuciosamente» todos os veículos provenientes da Ossétia do Norte.
fonte: http://www.tsf.pt/online/internacional/interior.asp?id_artigo=TSF153770
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Há cada vez mais declarações de responsáveis militares que dizem que não tinham qualquer plano para assaltar a escola, visto que as autoridades políticas lhes tinham dito que esta via não seria seguida, e se apostaria na negociação! :? Se isto for verdade, é de uma incompetência a toda a prova...
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o perímetro de segurança em torno da escola era perfeitamente inexistente
Tem muita razão como é que é possivel que não se crie um corredor de segurança para se transportar os feridos para o hospital, inclusive os civis tiveram que arrastar carros mal estacionados para facilitar as manobras das ambulâncias (que eram obsoletas).
o GOE, as unidades da GNR, ou mesmo unidades militares como o DAE e os OE de Lamego, têm equipamento consideravelmente melhor
... hoje vi um soldado russo encostado a uma arvore calçando umas sapatilhas :shock: entre outras coisas referidas pelo JNSA.
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Completamente de acordo, Lynx.
Já agora, aqui vão algumas imagens para se ter a ideia da confusão e da desorganização...
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fcache.gettyimages.com%2Fcomp%2F51259048.jpg%3Fx%3Dx%26amp%3Bdasite%3DMS_GINS%26amp%3Bef%3D2%26amp%3Bev%3D1%26amp%3Bdareq%3D771BD3E8B814D5CDEFAA2C134FE5F4A9A9C30E9B9B114CE8&hash=870a1fc6e378ad0e5dc36d7a2108312a)
Quem serão estes "civis" armados? Com esta confusão de unidades, uniformes e agentes à paisana, não é de estranhar que alguns terroristas conseguissem fugir...
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fcache.gettyimages.com%2Fcomp%2F51258919.jpg%3Fx%3Dx%26amp%3Bdasite%3DMS_GINS%26amp%3Bef%3D2%26amp%3Bev%3D1%26amp%3Bdareq%3D771BD3E8B814D5CD6DE616B679E01B5AA9C30E9B9B114CE8&hash=131b15fb1d2b000f87690635d8dec77f)
Reparem no equipamento dos soldados à esquerda (ténis :shock:
É realmente triste pensar nas vidas que poderiam ter sido salvas se houvesse melhor organização...
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Ex-presidente da Chechênia diz que tragédia de Beslan é uma vergonha para os chechenos
PLANTÃO - Versão on line
MOSCOU - O ex-presidente da Chechênia, Said Khassan Abumuslimov, disse que a tragédia de Beslan é uma vergonha pa- ra os chechenos. "Nós estamos indignados", disse Abumuslimov, que vive no exílio em Berlim. Ele afirmou ao Globo que "os terroristas apenas mancharam a imagem dos separatistas chechenos, mostrando-os como pessoas sedentas de sangue, o que eles não são".
Fonte: O Globo (4 de setembro de 2004 - 16h35m)
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Último balanço aponta para 330 mortos
O número de vítimas mortais na tomada de reféns em Beslan, Ossétia do norte, subiu para 330, de acordo com o último balanço avançado, este sábado, por Lev Dzougaïev, porta-voz do governo daquela região do Cáucaso russo.
( 20:16 / 04 de Setembro 04 )
O balanço divulgado anteriormente pelas autoridades russas não tinha em conta o número de sequestradores mortos, dos quais pelo menos 26 perderam a vida.
Dzougaïev, que também pertence a cédula de crise que esta a resolver a situação, não precisou o número de crianças que figuram entre os mortos. O último balanço provisório indicava a existência de 156 corpos de crianças.
fonte: http://www.tsf.pt/online/internacional/interior.asp?id_artigo=TSF153788
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• VLADIMIR PUTIN
«Demos uma prova de fraqueza face ao terrorismo»
Num discurso dirigido à nação, o presidente russo Vladimir Putin reconheceu que as forças russas deviam ter agido de uma forma mais profissional. O chefe de Estado acrescentou que vai reforçar as medidas de segurança em todo o país.
( 15:31 / 04 de Setembro 04 )
A tomada de reféns numa escola da Ossétia do Norte (Cáucaso russo), que causou pelo menos 322 mortos, foi «um desafio a toda a Rússia», disse este sábado o presidente russo, Vladimir Putin, num discurso dirigido à nação.
Numa declaração pública sobre a tragédia de Beslan difundida pela televião, Putin prometeu a adopção de medidas de reforço da segurança em todo o país, e admitiu que as forças de segurança russas foram incapazes de lidar com a situação de forma eficaz.
«Demos uma prova de fraqueza face ao terrorismo», reconheceu o chefe de Estado russo.
Vladimir Putine sublinhou, no entanto, que apesar de a Rússia «ter dado prova de fraqueza» ao lidar com a tomada de reféns em Beslan, «não cederá a chantagens» de terrorismo «seja em que caso for».
«Nós não tínhamos compreendido a complexidade e o perigo dos processos que se desenrolam no nosso país e no mundo», declarou o presidente.
«Não soubemos reagir de forma apropriada. Demos prova de
fraqueza e os fracos são vencidos», admitiu.
fonte: http://www.tsf.pt/online/internacional/interior.asp?id_artigo=TSF153777
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Declaração impressionante de Vladimir Putin. Nunca pensei que fosse possível vinda de quem veio.
Tiro o meu chapéu ao Kremlin por ter admitido aquilo que seria mais díficil.
É pena que a falta de organização russa tenha custada a vida de centenas de pessoas, mas esta declaração de "mea-culpa" é meio caminho andado para melhorar a situação.
Que desncansem em paz os falecidos.
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Objetivo de ataque à escola de Beslan era desatar guerra no Cáucaso, diz suspeito preso
Agências Internacionais
BESLAN, Rússia - Um homem preso por suspeita de participação no seqüestro da escola de Beslan, em que mais de 330 reféns, metade deles crianças, acabaram mortos, disse que o objetivo dos terroristas era "começar uma guerra no Cáucaso". Na semana passada, ainda durante o cerco, um dos principais negociadores da crise advertiu que isso poderia acontecer, dependendo do desfecho. Depois do desenlace trágico da sexta-feira e da ira demonstrada pelas famílias de Beslan, na Ossétia do Norte, crescem os temores de confrontos.
O homem já havia sido mostrado no domingo, falando à TV russa. Nesta segunda-feira, foi divulgado um novo vídeo e mais detalhes de como teria sido planejada a ação - um dos mais dramáticos ataques terroristas da História. O suposto seqüestrador não identificado, que teria raspado a barba para tentar fugir entre os reféns, disse que os mentores da ação, foram o líder rebelde radical checheno Shamil Basayev, considerado o homem mais procurado da Rússia, e o ex-presidente Aslan Maskhadov, que lidera uma ala do movimento de resistência considerada menos radical.
Ele contou que o grupo, integrado por árabes, chechenos e uzbeques, foi reunido em regiões de floresta por um homem que identificou como "O Coronel".
- Eles nos reuniram na mata e "O Coronel" disse que deveríamos tomar uma escola em Beslan. Essa era nossa ordem, Quando indagamos por que faríamos isso, qual era o objetivo, "O Coronel" respondeu: porque precisamos começar uma guerra no Cáucaso.
As autoridades da região do Cáucaso temem que o massacre na escola em Beslan desencadeie uma onda de ódio étnico e religioso entre as populações locais, etnicamente diferentes, repetindo-se o ocorrido nos enfrentamentos de 1992, quando milhares de ossetas e inguches morreram. Agora, o governo diz que havia chechenos e inguches envolvidos no massacre.
Num site na internet dedicado ao movimento checheno, o www.kavkazcenter.com (http://www.kavkazcenter.com), Maskhadov negou envolvimento no massacre de Beslan, dizendo que os ataques a civis "atrapalhavam o reconhecimento internacional de um Estado checheno independente".
No vídeo anterior, exibido pela TV russa no domingo, o seqüestrador disse que teve pena das crianças e não atirou.
- Claro que tive pena das crianças, juro por Alá. Eu tenho filhos, eu não atirei. Juro por Alá. Não quero morrer. Juro por Alá. Quero viver - disse ele.
Pessoas que foram reféns do comando rebelde nas 52 horas de terror dentro do ginásio da escola de Beslan dizem que todos os terroristas abriram fogo.
O desenlace trágico do seqüestro teria começado quando explosivos foram detonados dentro da escola pelos terroristas - ainda não se sabe se de propósito ou não. As crianças teriam se apavorado e muitas teriam corrido. Os seqüestradores abriram fogo, e as forças de segurança russa invadiram o local.
Fonte: O Globo (06/09/2004 - 21h00m)
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Russia Threatens Pre-emptive Strikes Against Terrorists
(Source: Deutsche Welle German radio; issued Sept. 8, 2004)
In the aftermath of the school hostage-taking crisis in southern Russia, a high-ranking general announced Wednesday that Moscow would adopt the US policy of carrying out pre-emptive strikes on "terrorist bases."
Russia's top general said his country was ready to attack "terrorist bases" anywhere in the Caucasus, central Asia and other areas near Russia. According to Russian news agencies, Chief of Staff General Yuri Baluyevsky threatened pre-emptive strikes against organizations harboring terrorists.
"Our position on pre-emptive strikes has been stated before, but I will repeat it. We will take steps to liquidate terrorist bases in any region of the world," he said after talks with US General James Jones, NATO's supreme allied commander for Europe.
Baluyevsky admitted that "military steps are an extreme measure in the fight against terrorism," and said his country would not revert to the use of the country's massive nuclear arsenal. "This does not mean that we will resort to the use of nuclear force," he said in a statement that has perplexed many European observers.
A first for Moscow?
Embroiled in a five-year guerrilla war in rebel Chechnya, Moscow has frequently staged attacks against the break-away province, but outside its own borders Russia has been hesitant to carry out pre-emptive strikes against terrorists. So far it has only dropped a few bombs on the Panskisi Gorge in neighboring Georgia, where it suspects Chechen rebels are hiding and training.
It is therefore all the more surprising that Baluyevsky would make such statements, especially since President Vladimir Putin has not made any comments along the same lines since the hostage-taking crisis in a school in the Russian province of North Ossetia shocked the country and world a week ago.
A spokeswoman for EU External Relations Commissioner Emma Udwin said the threats would have more weight if coming from the Russian president. "I would pay more attention if it had come from Putin," she said when asked about Baluyevsky's remarks.
Kremlin adopts US policy?
The European Commission's chief spokesman, Reijo Kemppinen, also dismissed the comments, saying instead: "I think I've heard that kind of statement before. Not from Russia though."
Western analysts said Wednesday's remarks from Chief of Staff Yuri Baluyvsky carried echoes of the US doctrine in the "war on terror" of countering threats by launching first strikes, instead of waiting to be attacked.
On the other hand, Russia's sharply limited reach means the general's warning would apply in practice to former Soviet republics in the Caucasus and Central Asia which Moscow still regards as its sphere of influence.
"In practice this doctrine can only apply to the countries adjacent to Russia which are not part of a global alliance," Jonathan Eyal, Russia analyst at the Royal United Services Institute in London, told Reuters wire service.
US-Russian cooperation
The Chief of Staff's statements came during the first visit to Russia by NATO's top commander. Jones, who stressed the two former Cold War foes had entered a new friendly relationship since the September 11 attacks in the United States, said the bond between Washington and Moscow had grown even stronger after the seizing of the school in the town of Beslan by terrorists.
"We face common threats and common challenges," Jones said. "We are entering a period of heightened cooperation against these threats and this is very, very important."
At least 336 civilians, including hundreds of children, died in the three-day school siege in the North Ossetian province which borders Chechnya. The American general referred to the hostage-taking as an "insidious attack."
Just like before the launch of the US-led strike against Afghanistan that Russia backed in October 2001 as a retaliation for the September 11 attacks staged by the Afghan-based al Qaeda terror network, the two generals said the Beslan attack should redouble the two sides' efforts to fight terror.
"Today international terrorism has become an international force, and only through joint action (with NATO) can we fight this scourge," Baluyevsky said.
The Russian general added that the two sides agreed to exchange information on terror cells around the world and to coordinate a rapid response team to fight them.
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