Tecnologia de térmitas decisiva para produzir etanol

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comanche

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Tecnologia de térmitas decisiva para produzir etanol
« em: Março 11, 2007, 04:27:49 pm »
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As térmitas podem superar, dentro de alguns anos, o milho e a cana do açúcar como principais fontes para a produção de etanol, defendeu o director executivo do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA).

Segundo um editorial de Achim Steiner, publicado no site da Internet do PNUA, o tema assumiu grande relevância no âmbito do encontro desta semana entre os presidentes dos EUA e do Brasil, países que lideram a produção de biocombustíveis a nível mundial.

«Cientistas apoiados pelo governo norte-americano acreditam que os micróbios que vivem nos intestinos das térmitas possuem enzimas poderosas e capazes de transformar resíduos de madeira em açúcar, para a produção de etanol», escreveu Steiner.

O etanol produzido a partir desta tecnologia poderá, por isso, ultrapassar dentro de alguns anos a produção de etanol a partir do milho e da cana do açúcar.

O responsável da ONU refere que os Estados Unidos estão a investir milhões de dólares em combustíveis alternativos, parte dos quais destinados agora às térmitas e que estudos semelhantes estão a ser desenvolvidos em laboratórios de insectos tropicais do Quénia, financiados pela Europa.

Os biocombustíveis têm sido considerados, nos últimos anos, como o «ouro verde».

Os Estados Unidos planeiam aumentar o uso deste combustível alternativo em um quinto, no decurso da próxima década, enquanto a União Europeia pretende que os biocombustíveis representem 10% do consumo de combustíveis até 2020.

Mas Achim Steiner lembrou que têm sido manifestados receios de que este tipo de culturas «energéticas» devastem habitats e consumam florestas economicamente produtivas.

A Plataforma Transgénicos Fora, constituída por 11 organizações portuguesas, defendeu anteriormente que o Conselho Europeu, «não pode impor biocombustíveis contra o ambiente e o bom senso».

A Plataforma considerou que as «plantações para fins energéticos têm um balanço negativo em matéria de emissões de gases com efeito de estufa» e entende que estas propostas «irão acelerar a desflorestação e destruição da biodiversidade e aumentar os conflitos locais pela utilização da terra».

«As alternativas biológicas, como a que está a ser testada com as enzimas das térmitas, podem ser parte da solução. Ao contrário dos actuais biocombustíveis baseados em plantações, utilizam resíduos de celuloses e podem recorrer a trabalhadores qualificados ou semi-qualificados, levando a uma nova geração de centros de produção de biocombustíveis mais limpos», sustentou Steiner.

O Brasil, acrescentou, está bem posicionado para agarrar esta oportunidade e manter a liderança nos biocomsbutíveis, já que alberga um quinto da biodiversidade mundial, incluindo numerosas espécies de térmitas.


http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=60&id_news=266498