Johnnie, a questão prende-se com o seguinte, tudo isto tem um preço monetário, Bill Gates não está cá por achar que Portugal tem ou não potencial para seja o que fôr, está cá porque vai ganhar algo com isso, seja em mão de obra, mas também pelo grande negócio que é.
Agora eu pergunto-me, se temos assim tanto potencial porque não constituirmos as nossas próprias empresas de software, porque não pôr tudo isto em mãos de portugueses, tantos licenciados há sem emprego, porque não pegar neles e criar algo português? Na conferência falou-se e muito bem, que o problema de Portugal, ao contrário de países como os EUA, UK, e Alemanha, é que se importa mais software que o que se exporta. Não vejo em que medida esta relação nova com a Microsoft vai mudar isso, até pelo contrário, porque a concorrência (nacional), se é que havia potencial para haver concorrência, está logo à partida, esmagada.
Não se trata de deitar abaixo, trata-se de ver as coisas como deviam ser feitas. Que eu tenha visto, e posso estar errado, nada nos garante que quem vai criar o software para as nossas instituições públicas sejam portugueses sequer.