Como alguém disse um dia (mas não sei quem...), “só temos um problema quando temos duas opções; quando só temos uma opção não temos um problema, temos um facto!”. Ora bem, independentemente de se achar que a FAP devia ter optado por uma avião de outra categoria (embora, a meu ver isso nunca fosse o A400, mas isso são outros quinhentos...), a verdade é que vamos levar com o C-390. Embora ache que há riscos associados a nos associarmos a uma avião tão novo, estou optimista que a coisa vá acabar por resultar porque ao contrário do que pode parecer à primeira vista, o divórcio entre a Embraer (na sua vertente civil, porque é disso que estamos a falar) e a Boeing não vai ter grandes repercussões no programa C-390 e até pode ser benéfico. Antes que me chamem maluco, digo isto pela simples razão porque o C-390 é a única hipótese realista de a Boeing começar a fazer frente à Lockheed Martin no segmento dos transportes militares de gama média. A Boeing vai ter que gastar todos os recursos de R&D nos tempos mais próximos no sector civil, porque além de ter que resolver o problema dos B-737 MAX, tem ainda que desenvolver um avião de médio curso que possa substituir os B-757 e assim evitar que esse mercado fique exclusivamente nas mão da Airbus. Com o C-390, a Boeing viu-lhe cair no colo, diretinho do céu, o concorrente do C-130J... não teve que lá meter um dólarzinho que fosse de R&D e a linha de produção já está montada e a funcionar... acham que o vão deixar cair? Nunca!
Ab
João