Todos os conflitos entre os dois países a partir de agora vão ser resolvidos na mesa de negociações.
Deixe-me ser um pouco irónico:
E vão chover petalas de rosa, perfumadas, e os espanhois, que praticamente nunca respeitaram um tratado com Portugal, vão de repente transformar-se no povo mais honesto do mundo. Vão exalar, paz eterna pelas narinas, e compreensão universal pela boca.
Cabeça de Martelo:
A Espanha, junto com Portugal, é membro da UE há menos de 20 anos.
20 anos não é absolutamente NADA em termos históricos.
Já tivemos periodos de paz com os espanhóis muito superiores a 20 anos. No entanto, quando menos se esperava, as ideias anexionistas re-apareceram.
Não adianta de nada dizer que a maioria dos espanhóis não quer saber de Portugal. Isso é verdade hoje, como era verdade em 1801 ou em 1580.
O povo, não quer saber. O problema são as elites que definem uma sociedade. As nossas elites, andam tontas, mas as elites espanholas têm feito o seu trabalho.
Não devemos entrar em paranoias anti-espanholas apenas por entrar. Devemos, isso sim, estar alerta. E não devemos confundir os alertas, como os que eu aqui tenho lançado com paranoia patrioteira pateta. O problema, não é, NUNCA FORAM os povos dos vários países peninsulares. O problema sempre foi a elite castelhana. Os pensadores, os historiadores (falseadores ou não) nunca abandonaram a ideia peregrina de Hispanidad. Mesmo os repúblicanos, durante a guerra civil, avançavam com o conceito de confederação (há qual não escapava Portugal).
Lembro que um dirigente da República Espanhola (creio que o Negrin) disse sobre a revolta de Franco, que Portugal era a parte mais revoltada (ou rebelde) de Espanha.
O pior que podemos fazer é baixar todas as defesas, acreditando que do outro lado, quase mil anos de História, acabaram em 19 anos de União Europeia. A realidade geográfica é a que é. Nenhum outro país do mundo pode atacar directamente o território português. Apenas a Espanha o pode fazer. Contra este facto, não há qualquer argumento.
Nem tanto ao Mar nem tanto à Terra.
Não nos devemos enganar a nós próprios.
Cumprimentos