Mais importante que ter o apoio dos países da CPLP, é necessário para secretário-geral ter o apoio ou pelo menos a indiferênça dos membros permanentes do CS da ONU.
Lembro-me do bom secretário-geral que foi Kurt Waldheim, o austríaco, que nos anos 80 não foi reconduzido no cargo por veto dos EUA, pressionados por Israel, por se ter descoberto que na sua juventude tinha militado nas SS nazis.
Portanto, os EUA põem em dispõem na escolha, e os outros países também têm uma palavra a dizer.
O Ramos Horta conhece os meandros da ONU, é um diplomata do mundo, e terá perfil para o cargo, pelo menos tanto quanto o teve o Boutros Galli, o Perez de Cuellar ou o actual Koffi Anan.
Mas tudo depende dos "jogos de poder".
Os EUA nunca aceitariam um secretário-geral que estivesse contra a politica imperial que levam a cabo.
O Ramos Horta de há 3 anos a esta parte abandonou o seu passado de militante marxista, e começou (e bem) a alinhar com as teses ocidentais relativamente aos grandes assuntos da agenda internacional.
Poderá ter hipóteses.
Quanto a isso ser bom para Portugal ou para o mundo lusófono já é mais duvidoso.
Não é por se ter um nacional em cargos-chave, que o país sai beneficiado.
Guterres no Alto Comissariado dos Refugiados da ONU, ou Durão Barroso na Comissão Europeia não favorecem Portugal, nem têm que o fazer.
São cargos supra-nacionais.
Em qualquer caso acho que o Ramos Horta só se canditará se achar que terá reais possibilidades de ser o escolhido.