Moscovo avisa Coreia do Norte que está a arriscar um ataque contra si própria
A Rússia alertou a Coreia do Norte para o risco de que as suas ameaças de fazer "ataques nucleares preventivos" possam ser causa para o uso de força militar contra o regime de Pyongyang por forças estrangeiras. O governo russo é um dos poucos aliados de Kim Jong-Un, que governa isolado, fazendo frequentemente aquilo que afirma serem ensaios nucleares.
A Coreia do Norte, conhecida como DPRK, ou República Democrática Popular da Coreia, ameaçou recentemente atacar a Coreia do Sul e o território dos Estados Unidos com "ataques nucleares preventivos". Em resposta, o ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia respondeu com uma declaração em que apela à Coreia do Norte que tenha atenção a este tipo de ameaças, que Moscovo considera "absolutamente intoleráveis".
"Pyongyang deve ter consciência de que desta forma a DPRK vai ficar totalmente oposta à comunidade internacional, e criar fundamento legal internacional para o uso de força militar contra si própria, de acordo com o direito à autodefesa de cada estado que está na legislação das Nações Unidas", lê-se na declaração, citada pelo jornal britânico The Guardian.
As ameaças da Coreia do Norte, feitas na segunda-feira, são uma resposta ao agendamento dos exercícios militares anuais conjuntos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos. Pyongyang acredita que os exercícios anuais são ensaios para a invasão do país. "Se carregarmos nos botões para eliminar os inimigos neste momento, qualquer base para provocação vai reduzir-se a mares de chamas e cinzas num instante", lê-se numa declaração da Comissão para a Defesa Nacional da Coreia do Norte.
O regime autoritário de Kim Jong-Un faz ameaças frequentes aos regimes que considera inimigos, especialmente aos Estados Unidos e à vizinha Coreia do Sul, com a qual ainda está oficialmente em guerra, embora o conflito não esteja ativo há décadas. No entanto, as suas ameaças mais recentes parecem ter desagradado mesmo aos aliados como a Rússia.
A declaração do ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia também denuncia, no entanto, os exercícios militares conjuntos entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul. A Coreia do Norte, lê-se, "não pode deixar de sentir preocupações razoáveis pela sua segurança" quando é diretamente mencionada como um motivo para estas atividades militares.
DN