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Conflitos do Presente / Re: Invasão da Ucrânia
« Última mensagem por dc em Maio 09, 2024, 04:35:14 pm »Os Russos abandonaram Kiev devido às negociações?
O artigo descreve aquilo que a Ucrânia tem feito (exceto no verão passado), e descreve que a base economia é que ganha guerras (Se compararmos a Rússia vs Ucrânia a Rússia ganha mas se compararmos os 2 blocos a coisa já é diferente), contudo acho que o artigo falha em descrever a situação única com que a Ucrânia está a combater (uma mão atrás das costas), onde não pode invadir território inimigo (fronteiras Russas, o que obrigava a estender ainda mais a frente de combate Russa) tem limitações onde e como poder usar as armas fornecidas. Algo que torna esta guerra peculiar é a inexistência de supremacia aérea, o que dá maior importância maior a guerra de atrito.
Em relação a Guerra de Atrito acho que a Ucrânia está melhor (enquanto continuar a receber ajuda do ocidente), pois tem toda uma economia x vezes maior que a Russa a apoiar, com bastante capacidade industrial, algo que os Russos já começaram a ressentir-se e tiverem que recorrer a outros Países. No outro dia estive a ver uma informação que um dos maiores depósitos de peças de artilharia Russas já só tem 40% do stock inicial e que é possível que muito desse stock restante não esteja em condições de voltar ao ativo, pois acredita-se que a maioria foi usada para recuperar os outros 60%.
Em relação aos recursos Humanos, penso que a Ucrânia está pior contudo temos estado a ver noticias da Rússia estar a tentar recrutar em vários países e há várias noticias que falam em sectores da economia Russa que estão a sofrer uma enorme falta de mão de obra por causa da guerra. Ou seja penso que a guerra de Atrito está a fazer-se sentir nos 2 lados, mas ainda é cedo para um dos lados ceder.
Aquele tipo de artigos geralmente incorre em falhas graves, e este não é excepção.
Em primeiro lugar, é preciso relembrar que, no início da guerra, a Ucrânia tinha desvantagem numérica e tecnológica face à Rússia. A Rússia tinha portanto as condições ideais para uma vitória rápida (e foi isso que tentaram e falharam miseravelmente), sem sequer terem que incorrer numa guerra de atrito.
A actual guerra de atrito, só favorece minimamente a Rússia, por estar a enfrentar um país muito mais pequeno, e com uma população muito mais reduzida. A Rússia pode então dar-se ao luxo de abordar uma estratégia de carne para canhão, incorrer em baixas tremendas, tanto em pessoal como material, sob o pretexto de que "é uma guerra de atrito". E isto nem chegou à parte económica da coisa.
Este tipo de guerra de atrito, contra uma oposição equivalente ou superior à própria Rússia, seria um autêntico desastre. Principalmente se esta oposição muito mais poderosa, tiver algum nível de superioridade aérea. Agora imagine-se se o adversário for composto por vários países, e não apenas um.
Isto que dizer que não precisamos de ter uma melhor indústria de Defesa, e capacidade de combater guerras fora dos moldes típicos? Não. Mas quer dizer que a guerra de atrito não é a única forma de guerra exequível, ou sequer o maior ponto fraco da aliança, ou sequer a prioridade. Eu antes prefiro um aumento das capacidades base, nomeadamente nº de navios de guerra, de aeronaves de combate, etc, e a criação de meios de reserva (sobretudo caças, pois uma doutrina que visa a superioridade aérea, é extremamente desgastante para as aeronaves, e só com um "stock" de reserva é que é possível manter superioridade aérea de longa duração).