PSA Mangualde aumenta produção em 18,5% no 1º semestre
A Peugeot Citroën (PSA) de Mangualde aumentou a produção em 18, 5% no primeiro semestre deste ano e consolidou o terceiro turno de laboração, empregando actualmente 1.300 trabalhadores, disse à Lusa fonte da administração. Elísio Oliveira, director financeiro da PSA, sublinhou ainda que nestes seis meses a fábrica acrescentou "valor económico e maior intervenção industrial" nos modelos Peugeot Partner e Citroën Berlingo, produzidos em Mangualde, distrito de Viseu, nomeadamente na área da ferragem, que tem agora mais responsabilidade nesta unidade.
A área das ferragens, até aqui feita quase integralmente na fábrica de Vigo, Espanha, e depois transportada em camiões até Mangualde, deixou de ocorrer, sendo o factor essencial que determinou o aumento de mais 100 funcionários neste mesmo período.
O número de veículos produzidos até final de Julho é de 28.037, mais 18, 5% que em igual período de 2010, o que leva Elísio Oliveira a admitir como "sustentável" o número de trabalhadores da fábrica.
O director financeiro da PSA sublinha ainda que a unidade está agora em férias, mas "não há qualquer indício" de que a força laboral possa sofrer quaisquer cortes, considerando razoável a possibilidade de até haver aumento.
Um dos segredos para fazer crescer o número de trabalhadores, embora existam sinais de contestação a esta medida, foi a criação de uma bolsa de horas para o terceiro turno, com os dois primeiros, diurnos, "perfeitamente consolidados", onde a referência é seis horas pagas, embora os funcionários passam trabalhar menos ou mais. "Quer isto dizer que o trabalho efectivo pode ser menor ou superior, mas no final de um período as contas têm de estar acertadas, têm de estar niveladas a zero", disse Elísio Oliveira, que sinalizou ser possível, no futuro, "aumentar o número de horas de referência ou até o pagamento de horas extraordinárias".
Para já, o que a administração da PSA Mangualde promete é "férias tranquilas" aos 1.300 trabalhadores no mês de Agosto, porque, recorda o director financeiro, "fazer este esforço numa altura de crise grave e manter este crescimento, com mais de 97% da produção exportada, é claramente notável".
Elísio Oliveira notou ainda que, nos primeiros meses do ano, o que estava em cima da mesa era garantir o terceiro turno até Abril, "mas estamos em Agosto e o que se passou foi um crescimento" com expectativas de não haver retracção neste âmbito.
Em 2009, para responder aos efeitos da crise mundial no sector automóvel, a PSA de Mangualde tomou várias medidas, como a não renovação de contratos, a criação de uma bolsa de horas, a passagem de três para dois turnos, a diminuição da cadência de produção horária, a abertura de um plano voluntário de saídas e a antecipação de férias. Deixaram a empresa perto de 500 trabalhadores da fábrica, cerca de 400 contratados e temporários que não viram os seus contratos renovados e 80 efectivos que aceitaram uma rescisão amigável.
Lusa