Relembro que A Batalha de Aljubarrota, a 14 de agosto de 1385, colocou em confronto 30.000 castelhanos contra pouco mais de 5.000 portugueses, seguindo esta lógica ´´da batata´´ o melhor tinha sido enfiar a cabeça na terra e rendermos-nos.
O problema é que a analogia não procede.
Em Aljubarrota, as forças em presença do lado do inimigo, representaram o máximo que a coroa castelhana previsivelmente poderia juntar.
Foi um esforço supremo.
Os portugueses, assegurando a vitória poderiam respirar durante muitos anos (como veio a acontecer).
Já na India, o problema não era a desproporção efectiva que resultou da colocação das tropas indianas no terreno, mas o facto de os indianos poderem multiplicar por um numero muito grande, a já de si grande desproporção.
O resultado era por isso inevitável.
É claro que era possível ter feito muito mais, esperando (e é preciso frisar isto) infligir ao inimigo um numero de baixas tal, que este tivesse que recuar, mesmo que apenas numa primeira fase.
Mas para isto, precisávamos de ter lá equipamento e uma força militar que não achasse que ía ser triturada.
Havia uma meia duzia de peças de 57mm anti-tanque, com cerca de 20 anos (o que é equivalente a ter hoje material de 1991) mas não havia quem soubesse opera-las, mas também (aparentemente) ninguém tentou.
A idade das munições também foi determinante. Muito do material inglês e americano sofria com o problema do tempo e do acondicionamento.
É curioso analisar a quantidade de militares que disseram que as armas tinham encravado.
De resto teria sido possível fazer alguma coisa, mas a superioridade aérea da India seria sempre determinante. A distância a que a India se encontrava de outro território português (sul de Moçambique) também tornava inviável o envio de outros navios de guerra, nomeadamente de submarinos, que nós tínhamos mas que não podiam operar a distâncias tão grandes da base.
Os indianos já utilizavam aviões a jato e contra aeronaves a jato, os canhões começavam a mostrar-se demasiado lentos.
Estamos no tempo em que os exércitos começaram a estudar os mísseis anti-aéreos ligeiros. O Redeye americano ainda não estava disponível e mesmo que estivesse os americanos não nos vendiam.
Enfim.
A maior parte dos fatores jogavam a nosso desfavor.