França envia dois navios e não expulsará haitianos
As autoridades francesas anunciaram hoje que vão intensificar os esforços de ajuda humanitária ao Haiti, através do envio de dois navios de guerra, e comprometeram-se a suspender a expulsão de imigrantes ilegais haitianos.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, adiantou que o navio Francis Garnier, actualmente «em estado de alerta em Fort-de-France», em Martinica, nas Antilhas Francesas, vai zarpar «em direcção a Port-au-Prince», capital do Haiti, bem como um outro navio, equipado com duas salas cirúrgicas, e até agora atracado em Dakar.
Sarkozy apelou ainda ao Brasil, aos Estados Unidos e ao Canadá para que, juntamente com a França, convoquem uma «grande conferência internacional» para a reconstrução e o desenvolvimento do Haiti, atingido por um violento sismo na terça-feira.
"Vou propor ao presidente Obama, com quem terei a oportunidade de me reunir nas próximas horas, que os EUA, Brasil, Canadá e outros tomem a iniciativa de convocar uma grande conferência para a reconstrução e o desenvolvimento do Haiti", declarou Sarkozy no final de uma reunião com vários ministros sobre a catástrofe.
O objectivo da reunião, que decorreu no Eliseu, foi "intensificar" a ajuda francesa destinada ao Haiti e analisar a reconstrução do país com mais de nove milhões de habitantes.
Da mesma reunião saiu o anúncio, feito pelo ministro da Imigração, de que será suspensa a expulsão de imigrantes ilegais haitianos a viverem em França.
Segundo a agência AP, Eric Besson não adiantou quanto tempo durará a suspensão, nem quantas pessoas serão beneficiadas com a mesma, mas estima-se que vivam em França dezenas de milhares de haitianos (legais e ilegais).
O forte sismo de magnitude 7,0 na escala de Richter abalou terça-feira a ilha de Santo Domingo, partilhada por Haiti e República Dominicana, causando um número ainda indeterminado mas que se prevê elevado de vítimas mortais, e destruindo vários edifícios públicos, incluindo o Palácio Nacional, que acolhe a presidência do Haiti.
Lusa