Israel vs Hezbollah no Libano

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Bravo Two Zero

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« Responder #240 em: Julho 26, 2006, 09:48:36 pm »
A FINUL está praticamente naquela zona desde 1978 sem ter cumprido nenhum dos seus objectivos......e, a pedido do Líbano, foi extendida a sua comissão até 31 de Julho do corrente

http://www.un.org/Depts/dpko/missions/unifil/index.html
http://en.wikipedia.org/wiki/UNIFIL#Con ... eli_forces

Sugiro a leitura da resolução 1559 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de Setembro de 2004:

http://daccessdds.un.org/doc/UNDOC/GEN/ ... penElement

http://en.wikipedia.org/wiki/United_Nat ... ernal_link
 
E alguns episódios posteriores:

http://edition.cnn.com/2005/WORLD/meast ... index.html

http://www.un.org/News/Press/docs/2005/sc8299.doc.htm
"Há vários tipos de Estado,  o Estado comunista, o Estado Capitalista! E há o Estado a que chegámos!" - Salgueiro Maia
 

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ricardonunes

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« Responder #241 em: Julho 26, 2006, 10:01:07 pm »
Citar
A FINUL está praticamente naquela zona desde 1978 sem ter cumprido nenhum dos seus objectivos......e, a pedido do Líbano, foi extendida a sua comissão até 31 de Julho do corrente


É uma realidade, mas é isso que dá o direito, e autoridade aos Israelitas para fazerem o que bem lhes apetece?
Inclusive atacar as tropas, desarmadas, das UN?
Potius mori quam foedari
 

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Jorge Pereira

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« Responder #242 em: Julho 26, 2006, 10:29:48 pm »
Citação de: "ricardonunes"
Citação de: "Jorge Pereira"
Vital Moreira :lol:

Aquele que afirmou num artigo no «Público» que a invasão do Iraque foi devida a um pedido que Israel fez aos EUA. :lol:

Não tem nada a ver consigo caro ricardonunes.

E como é que se podia esperar imparcialidade num artigo de opinião?
Postei o artigo, pois revejo as minhas ideias, sobre a actuação de Israel, nas palavras do Sr. Vitor Moreira.
Quando diz "Não tem nada a ver consigo caro ricardonunes", e mesmo que tivesse, é assim que se constrói o Forum, com opiniões, se todos tivessem a mesma opinião o que estavamos aqui a fazer?


Caro ricardonunes:

Peço desculpa se não me expressei correctamente.

Quando disse que não tem nada a ver consigo, referia-me ao tom anedótico do teor da minha mensagem.

É que eu não sou grande apreciador da personagem em questão :jok: . Só isso.

As minhas desculpas pelo mal entendido.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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ricardonunes

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« Responder #243 em: Julho 26, 2006, 10:34:52 pm »
Não tem que pedir desculpas, como eu disse cada qual com a sua opinião.
Mais lhe digo, nao vi nenhum tipo de afronta nas suas palavras, mas sim uma opinião.
Potius mori quam foedari
 

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Jorge Pereira

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« Responder #244 em: Julho 26, 2006, 10:37:09 pm »
:G-beer2:
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






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Bravo Two Zero

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« Responder #245 em: Julho 26, 2006, 10:50:57 pm »
Citação de: "ricardonunes"
Citar
A FINUL está praticamente naquela zona desde 1978 sem ter cumprido nenhum dos seus objectivos......e, a pedido do Líbano, foi extendida a sua comissão até 31 de Julho do corrente

É uma realidade, mas é isso que dá o direito, e autoridade aos Israelitas para fazerem o que bem lhes apetece?
Inclusive atacar as tropas, desarmadas, das UN?


O que ganharia Israel com esse ataque deliberado? Nada......

Os Israelitas alegam, praticamente desde a sua retirada parcial do Líbano, que o Hezbollah monta postos a apenas algumas dezenas de metros dos postos de controle da FINUL, perante a passividade e cumplicidade dos capacetes azuis.

http://www.haaretz.com/hasen/objects/pa ... mNo=623427

http://archives.cnn.com/2001/WORLD/meas ... index.html
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Jorge Pereira

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« Responder #246 em: Julho 26, 2006, 11:04:57 pm »
Citação de: "Bravo Two Zero"
Os Israelitas alegam, praticamente desde a sua retirada parcial do Líbano, que o Hezbollah monta postos a apenas algumas dezenas de metros dos postos de controle da FINUL, perante a passividade e cumplicidade dos capacetes azuis.

http://www.haaretz.com/hasen/objects/pa ... mNo=623427

http://archives.cnn.com/2001/WORLD/meas ... index.html


De que nacionalidade é o comandante dessa força? :roll:
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

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« Responder #247 em: Julho 26, 2006, 11:16:15 pm »
Isso dos capacetes azuis é para rir. Já na intervenção de 82 no Líbano, os moços de azul também faziam das suas...
Uma treta.
Aliás, as "Nações Unidas" deveria chamar-se Tachistas Unidos.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Luso

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« Responder #248 em: Julho 26, 2006, 11:31:43 pm »
http://dn.sapo.pt/2006/07/26/opiniao/as ... mitas.html

As esquerdas anti-semitas

Vasco Graça Moura
Escritor
vgm@mail.telepac.pt
   
Assiste-se a um inacreditável branqueamento do terrorismo. Logo a seguir ao 11 de Setembro, as esquerdas pós-soviéticas esfalfaram-se a explicar o baixíssimo nível de desenvolvimento das sociedades onde campeia o fanatismo islâmico, o que, como não podia deixar de ser, era da responsabilidade do Ocidente

Disseram lamentar a chacina mas no íntimo rejubilaram. O poderio norte-americano, a democracia representativa, a civilização ocidental, tudo isso era posto em causa por uma horda suicida. Não faltaram os malabarismos intelectuais repugnantemente apologéticos.

No conflito palestiniano, os pós-soviéticos não se impressionam com a perda de vidas civis causada pelo terrorismo em Israel (e ainda menos com os sucessivos genocídios que têm vitimado milhões de seres humanos em África).

É característica do terrorismo a componente civil da acção violenta e a sua ocultação na sociedade, para tentar impedir uma repressão ou para engendrar dramáticos argumentos invocando as vítimas civis quando ela ocorre, porque tudo se faz para que assim seja.

É verdade que, da parte de Israel, há excessos condenáveis nessa repressão. Mas os pós-soviéticos descontextualizam tudo. Não perdoam a Israel que seja um Estado de Direito e lute firmemente pela sobrevivência. Escamoteiam sempre os termos periclitantes dessa sobrevivência. Omitem que, desde há décadas, se deve ao mundo árabe uma tremenda sucessão de ataques, tanto militares como terroristas, com vista à aniquilação de Israel, e que os radicais islâmicos e palestinianos nunca aceitarão a existência do estado judeu.

Nunca lhes fizeram mossa as actividades do Hamas e do Hezbollah, nem o não desarmamento deste no Líbano (contrariando a decisão da ONU), nem a colaboração da Síria e do Irão no sustento logístico e na operacionalidade da organização.

Não se preocupam com o facto de o Hezbollah não bombardear unidades militares, mas sim as populações. Aí, calam-se circunspectamente.

Formalistas sempre que lhes convém, angelizam o terrorismo. Exaltam o processo das eleições na Palestina, mas não falam na responsabilidade do eleitorado que colocou um grupo terrorista no poder, nas relações desse grupo com o Hezbollah, a Síria e o Irão, nos propósitos explícitos e irrenunciados da fundação do Hezbollah e do Hamas para o extermínio de Israel, na impossibilidade de tomar a sério as suas propostas. Ainda no sábado era noticiado que o Hamas tinha proposto, quanto a Gaza, um cessar-fogo condicionado, mas que dois grupos militares o não aceitavam…

Francisco José Viegas resume lapidarmente a posição dos pós-soviéticos: "Sim, dois estados soberanos. Desde que 1) Israel esteja disponível para ser alvo permanente do Hamas e do Hezzbollah e, 2) que o outro Estado soberano seja uma plataforma para que outros Estados soberanos ataquem Israel sempre que quiserem".

Na sua batota totalitária, desceram tão baixo que até já nem acham que a religião seja o ópio do povo! Tudo serve, desde que aponte a Israel e aos EUA. Nesse caso, centenas ou milhares de mortos já não têm importância nenhuma.

Criticam a UE pela sua passividade, quando se alguma crítica há a fazer-lhe é a de ela ter andado a alimentar, pela ajuda humanitária, algumas das molas reais do conflito e algumas das corrupções mais devastadoras de que há memória na Palestina.

E nutrem um ódio étnico e torpe contra os judeus. Lenine falava na "canalha bundista" e entusiasmou-se com a teorização de Estaline sobre o Bund judaico fundado em 1897.

A acção de Estaline culminou numa repressão feroz contra os Judeus, considerados "o inimigo principal" a seguir a 1945, já depois de conhecido o genocídio nazi. Laurent Rucker fala no seu "anti-semitismo obsessivo" e Pierre-André Taguieff destaca o fenómeno paradoxal e soviético que levava à prática do anti-semitismo e, ao mesmo tempo, à denúncia deste e do racismo…

A absoluta falta de escrúpulos do sinistro ditador levou-o a apoiar a fundação de Israel em 1948. Não por ter mudado subitamente de ideias, mas para desestabilizar a Inglaterra e os EUA, colhendo dividendos para a URSS pela perturbação que contava provocar no mundo árabe. Mas, em 1951, já acusava Israel de conluio com o imperialismo.

Os pós-soviéticos, que nem sequer criticam o negacionismo dos nazis iranianos, mantiveram-se reverentemente impregnados até à medula desse anti-semitismo atávico. Mas indignam-se virtuosamente contra o racismo e a xenofobia.
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Bravo Two Zero

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« Responder #249 em: Julho 26, 2006, 11:55:06 pm »
Para contrabalançar o artigo do Vasco Graça Moura, trago-vos esta "pérola":

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A guerra que o Hezbollah está realmente a combater
por Kaveh L Afrasiabi

 A guerra assimétrica entre a superpotência regional apoiada pelos EUA e um movimento islâmico de resistência mal equipado para retaliar com golpes mortíferos da mesma espécie do seu adversário está agora a entrar na segunda semana sem qualquer sinal de declínio.

Tanto militarmente como política e diplomaticamente, ambos os lados nesta "guerra em ampliação! têm imagens invertidas um do outro ao alvejar cidades e aldeias indiscriminadamente, apesar de a morte e destruição provocada pelo armamento do estado-da-arte de Israel amesquinhar amplamente os danos infligidos pelos rockets primitivos do Hezbollah.

Independentemente disso, o Hezbollah pode ostentar a sua firmeza em face do bombardeamento implacável, que recorda o bombardeamento da Sérvia pela Organização do Tratado do Atlântico Norte no verão de 1999. Pode também tomar alento da sua capacidade sem precedentes para atingir o norte de Israel com ataques de rockets, conduzindo a vida normal em um terço do estado de Israel a uma virtual paralisação.

A questão chave é, naturalmente, durante quanto tempo o Hesbollah pode opor-se ao poder aéreo israelense e ao (cada vez maior) ataque terrestre sem ficar desprovido de munições, apoio logístico e força de vontade. Uma guerra de atrito, quando o arsenal de Israel é plena e rapidamente reabastecido pelos EUA, conforme relatos da imprensa, ao passo que as rotas de abastecimento do Hezbollah são obstruídas, não está nos interesses estratégicos de Hesbollah.

Mas isto pode ser inevitável uma vez que Israel comprometeu-se publicamente a desmantelar a infraestrutura militar do Hesbollha "de uma vez por todas" e, ainda, a campanha aérea cairá terrivelmente perto deste objectivo. Enfraquecer o Hezbollah, ainda que temporariamente, pode ser o máximo alcançável pela campanha aérea israelense.

A ampliação da invasão terrestre de Israel

No momento desta redacção, o exército de Israel penetrou umas três milhas (4,8 km) dentro do Líbano, capturando algumas aldeias, enquanto concentrava tropas na fronteira na previsão de uma potencial invasão em plena escala. Isto tem o objectivo duplo de eliminar os pontos fortes do Hezbollah próximos à fronteira e criar um "amortercedor em profundidade".

Atento à história, de quando as guerrilhas do Hezbollha travaram uma contra-estratégia que acabou por ter êxito em 2000 ao forçar a retirada de Israel do sul do Líbano, Israel está plenamente consciente da "armadilha da guerra" e está à procura de uma fórmula de actuação pela qual possa cumprir seu objectivo de guerra limitado de reocupar partes do Líbano.

O padrão de escalada da guerra pode, por outro lado, criar o seu próprio momento em direcção a uma invasão em grande escala, caso em que todas as estradas conduzirão a Beirute. Isto é a principal razão porque a perseguição renhida do Hezbollah pelas forças israelenses culminará na guerra urbana na vizinhança de Beirute e, na verdade, em toda a extensão da cidade capital actualmente sob sítio.

Assim, este é o dilema militar de Israel: procurar menos do que a vitória plena contra o determinado Hezbollah danificará o prestígio militar de Israel, mas o preço da vitória total pode demonstrar-se demasiado alto em termos de destruição do Líbano e do nível de tolerância da opinião pública internacional. Pior: não há garantia de que a busca de Israel da destruição total do Hezbollha terá êxito. De facto, Beirute pode demonstrar-se a Stalingrado dos árabes, proporcionando um impressionante golpe ao exército invasor israelense e o fim de uma campanha sangrenta.

Com a guerra principiando a galvanizar a rua árabe, um conflito prolongado trará a al-Qaeda para o Líbano às horas, alargando então exponencialmente a rede de terrorismo árabe. Um oportuno desenvolvimento unificador que potencialmente adia o actual cisma sunita-xiita que se torna violento no Iraque e no Paquistão, a guerra no Líbano também está a proporcionar um antídoto crítico ao faccionalismo libanês, à luz do anúncio de vários líderes libaneses de que o Líbano permanecerá unido contra uma invasão israelense.

Analistas militares ocidentais prontamente descartaram o Exército Libanês como "sem comparação" com o de Israel, o que é verdade, mas os 60 mil soldados podem rapidamente duplicar de número através de uma moblização geral, bem como pela aceitação de recrutas de outros países árabes e muçulmanos.

Além disso, o primeiro-ministro do Líbano já aludiu a transformar o seu exército num exército do tipo guerrilheiro, o qual tem a vantagem da familiaridade com o terreno, de combater uma guerra pela independência e auto-determinação contra o que é percebido como um inimigo brutal que nem sequer poupou os hospitais de Beirute. O Líbano pode estar fisicamente devastado agora, mas politicamente demonstrou uma admirável nova maturidade que será louvado pelos futuros historiadores.

A guerra na frente diplomática

"Não há diplomacia" condenou o representante do Líbano na ONU após uma semana de derramamento de sangue passivamente observada pelas Nações Unidas, apesar de uma queixa formal apresentada pelo Líbano no Conselho de Segurança.

Ignorando repetidos pedido do secretário-geral da ONU, Koffi Annan, por um cessar fogo imediato, apoiado por certos países europeus, tais como a França e praticamente todo o bloco dos países em desenvolvimento conhecido como o Movimento Não Alinhado, os EUA por si sós levaram o Conselho de Segurança a um estado de paralisia. O fraco argumento do seu representante, John Bolton, é que "devemos esperar e ver o que será o resultado militar" e que fazer de outra forma é "colocar o carro diante do cavalo".

Isto mesmo sabendo que a Carta da ONU e o mandato do conselho é impedir conflitos armados e instituir a paz em conflitos inter-estados. Tal desprezo pelo papel da ONU simplesmente acrescenta nova acha ao forno candente do anti-americanismo que corre desenfreado no Médio Oriente e, na verdade, em todo o mundo muçulmano.

A justificação americana de que "Israel tem o direito de se defender" nunca é estendida ao povo oprimido da Palestina, que tem estado a aguentar a mais horrível série de assaltos aéreos e terrestres. De acordo com o representante palestino na ONU, que relatou ao Conselho de Segurança na sexta-feira, Israel executou mais de 100 ataques aéreos e bombardeou Gaza mais de 1.100 vezes.

O Congresso americano auto-limitou-se ao apoio acrítico a Israel, aprovando uma resolução que condena a Síria e o Irão, sem mesmo incomodar-se com as anteriores ninharias de manter uma fachada de equanimidade.

Uma nova resolução da House of Representatives apela à libertação de soldados israelenses sequestrados, sem mencionar o facto, citado pelo London Observer, de que um dia antes do sequestro de um soldado pelo Hamas, comandos israelenses violaram a soberania territorial de Gaza "sequestrando" ("abducting") dois membros do Hamas. Para serem equânimes, os respeitados juristas americanos deveriam analogamente pedir a Israel a libertação de detidos árabes.

Poucos políticos americanos ousam criticar a destruição por Israel de grande parte da infraestrutura da Autoridade Palestina, o aprisionamento de dúzias de juristas palestinos e de metade do seu gabinete de ministros.

Uma reacção justa do Congresso seria considerar abertamente represálias contra Israel se este recusasse parar sua campanha mortífera. Um conjunto de opções deve se explorado: reduzir intercâmbios militares, congelar a entrega de armas compradas por Israel e reduzir a cooperação de militares de um e outro lado.

Washington pode também ameaçar retirar a assistência económica, adiar investimentos, congelar acordos de comércio preferencial e dissolver projectos económicos conjuntos e, no cenário de pior caso, congelar activos económicos.

Com a falta do peso americano sobre Israel, a ameaça da escalada prejudicando potencialmente os interesses estratégicos americanos na região por um longo tempo assoma no horizonte.

Quando a secretária de Estado Condoleez Rice principia sua jornada "na região", a qual não inclui qualquer capital árabe [1] , apesar do desejo declarado pela Síria de entrar em diálogo com os EUA, é muito claro que isto é principalmente um quadro diplomático para enfeitar os esforços de guerra de Israel.

A bravata de Rice acerca de um "novo Médio Oriente" é oca, à luz da posição unilateral pró-Israel da administração Bush e da ausência anterior de qualquer iniciativa para de alguma forma resolver a "questão" palestina. E, se os EUA e Israel estão a empolgar-se com a noção de uma força internacional de interposição na fronteira Israel-Líbano, isto deve-se menos devido à preocupação americana com a paz e mais ao fracasso de Israel para quebrar a espinha do Líbano e os seus temores da guerra armadilha acima mencionada.

Opção do Hezbollah: cessar fogo unilateral

O Hezbollha é a única entidade árabe que proporcionou uma espantosa derrota a Israel, forçando-o a abandonar o Líbano após 18 anos de combate; mais uma razão para a sua imensa popularidade no Líbano e na região circundante.

Longe de ser um "grupo de terror puro e simples" como repetidamente etiquetado pelos líderes do governo americano, o Hezbollah é um movimento político-militar bem entrincheirado que participa na vida nacional do Líbano enquanto, simultaneamente, actua como um braço previdenciário do sistema libanês ao proporcionar serviços básicos de bem estar à sua base de massa de destituídos.

Claramente, o Hezbollah não é um exército estrangeiro, como a Organização Palestina de Libertação, que foi forçada a fugir do país. Ao invés disso, é um fenómeno que cresceu internamente e está profundamente imerso na sociedade libanesa e na sua identidade colectiva.

Em consequência, tanto a política americana como israelense de destruir o Hezbollah está condenada ao fracasso, e não importa quão severamente é triturado por bombas maciças, ele sobreviverá e o seu fénix levantar-se-á das cinzas do Líbano.

Ao mesmo tempo, isto não quer dizer que o Hezbollah esteja para além da censura crítica. Em primeiro lugar, ao alvejar civis em Israel o Hezbollah colocou-se na mesma equação (i)moral do estado de Israel que actualmente aterroriza toda a nação libanesa. Mas, uma estratégia mais prudente do Hezbollah poderá ser declarar unilateralmente um cessar fogo e evitar quaisquer novos ataques de rockets no norte de Israel, focando-se nas forças terrestres israelenses que fazem incursões no Líbano.

Há múltiplas vantagens numa tal iniciativa por parte do Hezbollah. Primeiro, o Islão proíbe o dano a populações civis e o Hezbollah juntaria sua firme resistência com um alto padrão moral.

Segundo, Israel seria pressionado pela comunidade internacional ao continuar com seu assalto aéreo sobre o Líbano na sequência do cessar fogo uniltateral do Hesbollah, e quanto mais Israel o mantivesse mais isolado ficaria internacionalmente, dada a maré da opinião pública mundial já horrorizada pelos danos colossais em Beirute e por toda a parte no Líbano.

Com a fachada de alguma "simetria" entre a campanha aérea de Israel e o ataques com rockets do Hezbollah, os quais os media americanos pro-Israel tem estado a explorar, assim desaparecendo, Israel pode vencer a guerra militarmente, mas certamente perderá política e diplomaticamente.

  • PhD, autor de After Khomeini: New Directions in Iran's Foreign Policy (Westview Press) e co-autor de "Negotiating Iran's Nuclear Populism", The Brown Journal of World Affairs, Volume X11, issue 2, Summer 2005, com Mustafa Kibaroglu. Também escreveu "Keeping Iran's nuclear potential latent", Harvard International Review. É o autor de Iran's Nuclear Program: Debating Facts Versus Fiction.


 :shock:  :shock:

Aliás, sugiro uma visita a este site:

http://resistir.info/
"Há vários tipos de Estado,  o Estado comunista, o Estado Capitalista! E há o Estado a que chegámos!" - Salgueiro Maia
 

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Luso

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« Responder #250 em: Julho 27, 2006, 12:32:22 am »
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Há múltiplas vantagens numa tal iniciativa por parte do Hezbollah. Primeiro, o Islão proíbe o dano a populações civis e o Hezbollah juntaria sua firme resistência com um alto padrão moral.

 :mrgreen:

Eu também recomendo vivamente uma visita ao
http://resistir.info/

Vejam vocês mesmos e tirem as vossas conclusões.
Vejam a mentalidade de quem aí escreve.

Da minha parte já não tenho dúvidas quanto ao tipo de "relação" a ter com os advogados de tais ideias.

Visitem o site!
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Azraael

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« Responder #251 em: Julho 27, 2006, 01:21:31 am »
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Israel to Occupy Area of Lebanon as Security Zone


JERUSALEM, July 25 — Almost two weeks into its military assault on Hezbollah, Israel said Tuesday that it would occupy a strip inside southern Lebanon with ground troops until an international force could take its place.

The announcement raised the prospect of a more protracted Israeli involvement in Lebanon than the political and military leadership previously signaled or publicly sought. Officials have talked about limited raids into Lebanon, but now they seem ready to commit ground forces for at least weeks, if not months.

They said the zone would be much smaller than the strip of southern Lebanon roughly 15 miles deep that Israel occupied for nearly two decades before withdrawing in 2000.

As the war between Israel and Hezbollah continued, four unarmed United Nations observers were killed when an Israeli airstrike hit their observation post near the Israeli border, United Nations and Lebanese officials said. The Israeli Foreign Ministry said that Israel “regrets the tragic death” of the observers, and that it would investigate thoroughly.

The timetable and makeup of an international force remained vague, despite diplomacy by Secretary of State Condoleezza Rice on her second day of a trip to the region. Ms. Rice, who met with Israeli and Palestinian officials after a surprise trip to Beirut on Monday, secured commitments from Israel to allow relief aid into Lebanon, and said she would press Israel to ease border restrictions for Palestinians.

But she left without any sign of a quick end to Israel’s military campaigns in Lebanon or the Gaza Strip.

The United Nations secretary general, Kofi Annan, in Rome for talks on the Middle East scheduled to start Wednesday, issued a statement saying that he was “shocked and deeply distressed by the apparently deliberate targeting” of the United Nations post by the Israeli military. He said that the post, at Khiam, was clearly marked, and called on the Israeli government to conduct a full investigation. The official New China News Agency said one of the dead was a Chinese observer.

Elsewhere in southern Lebanon, in fighting over the two Hezbollah strongholds of Bint Jbail and Marun al Ras, Israel said it had killed the Hezbollah leader in the area, Abu Jaafer, and 20 to 30 Hezbollah fighters in a 24-hour period. At least six people were killed in two neighboring houses in a predawn raid on the southern town of Nabatiye.

Hezbollah continued to strike at Israel, firing nearly 100 rockets as of Tuesday night, the Israeli military said. The group’s leader, Sheik Hassan Nasrallah, threatened missile strikes “beyond Haifa.” Hezbollah is believed to have missiles able to reach Tel Aviv.

Another Hezbollah leader, Mahmoud Komati, deputy chief of the group’s political arm, told The Associated Press that Hezbollah was surprised by the force of Israel’s reaction to its capture of two Israeli soldiers. He said Hezbollah had expected “the usual, limited” response such as commando raids or limited attacks on Hezbollah strongholds.

Israel’s defense minister, Amir Peretz, said Israel’s plan for a buffer zone inside Lebanon was being worked out and did not provide details.

“We will have to build a new security strip, a security strip that will be a cover for our forces until international forces arrive,” he said.

“We are shaping it, but you can’t draw a single line that will become a permanent line along the entire zone,” Mr. Peretz said on Israeli radio. “Unless there is multinational force that will enter and take control, a multinational force with the ability to act, we will continue to fire against anyone who enters the designated strip.”

Israeli officials, mindful of the Israeli public’s reluctance to repeat its long occupation of southern Lebanon, say they do not plan a major ground invasion, and do not intend to hold large parts of Lebanese territory for extended periods. Israeli leaders say they want the Lebanese Army to assume control of the border eventually.

Israeli troops do not yet have control over the border strip. A senior government official said Israeli forces intended to clear out Hezbollah strongholds in border villages as the military is already doing in Bint Jbail and Marun al Ras.

The military plans to move into other villages as well, but “this will not be the re-establishment of the old security zone,” said the official, who spoke on condition of anonymity because he was not authorized to speak publicly on the matter. “It is not remotely similar.”

“If there is a strong international force, and if the Lebanese government is serious about establishing sovereignty on its border, then we will gladly leave,” the official said.

Ms. Rice, meanwhile, won a promise from Prime Minister Ehud Olmert of Israel to allow relief flights into Beirut International Airport, where the runways have been bombed by Israel. Ms. Rice also told the Palestinian Authority president, Mahmoud Abbas, that she would press Israel to ease border restrictions for Palestinians.

Ms. Rice received a warm welcome from Mr. Olmert in Jerusalem, in contrast to the much cooler receptions she received in the West Bank city of Ramallah, and in Beirut on Monday.

But her visit to the West Bank had echoes of her surprise stop in Beirut. In both cases, she assured a largely powerless leader that the United States was sympathetic to the suffering of his people, though American leaders have stopped short of pressuring Israel to let up on its campaign against militants.

Ms. Rice pointedly characterized Mr. Abbas as the “duly elected president” of the Palestinian Authority, and said “the Palestinian people have had to live too long” under harsh conditions.

But just as pointedly, she did not respond to Mr. Abbas’s urgent appeal for cease-fires in region, to ease what he said was suffering “beyond the capacity of any human being to endure.”

Ms. Rice and Mr. Abbas discussed the release of an Israeli soldier who was seized by Palestinian militants on June 25, setting off the current crisis in Gaza. But Mr. Abbas is seen as having little influence.

Hamas, which holds the Palestinian prime minister’s post and controls the cabinet, is demanding an exchange for a large number of Palestinian prisoners. Also, Hamas militants were one of three factions that claimed responsibility for seizing the soldier.

The United States, along with Israel, regards Hamas as a terrorist group and has no official contact with it.

In Ramallah, just as in Beirut, demonstrators protested Ms. Rice’s visit. About 250 turned out, with some carrying signs that said in Arabic and English, “Rice, Go Home.” A general strike was called throughout the West Bank, and shops in Ramallah were closed as Ms. Rice’s motorcade drove through the city, just north of Jerusalem. With the Beirut airport closed, even Prime Minister Fouad Siniora of Lebanon had to make special arrangements to travel abroad. He boarded a United Nations helicopter near a conference center north of Beirut that took him to Cyprus. He was heading to Rome for the international conference, which Ms. Rice will also attend.

The Lebanese government has now adopted four Hezbollah conditions for a settlement as its own: giving the small disputed slice of border territory known as Shabaa Farms to Lebanon, returning three Lebanese prisoners held by Israel, ending Israeli flyovers into Lebanese airspace, and providing a map showing the location of Israeli land mines in southern Lebanon.

The issue of Shabaa Farms has been the public rationale for allowing Hezbollah, alone among civil war-era militias, to keep its weapons. It was, Lebanese officials have said, resisting continued Israeli occupation.

As the fighting continued, the Israeli military said its aerial attacks included bombing a Hezbollah rocket launching site near the southern city of Tyre, and hitting 10 buildings used by Hezbollah in southern Beirut.

In Mughar, in northern Israel, a 15-year-old Israeli Arab girl died in a Hezbollah rocket strike, family members said. Three other family members were wounded.

Israel also hit in Gaza, with the air force bombing three buildings used for making and storing weapons, according to the Israeli military.

A Palestinian teenager was shot and killed by Israeli troops near Gaza’s border fence, Palestinian hospital officials said. The Israeli military said it fired at people who had planted a bomb.

Palestinian militants fired several rockets into southern Israel on Tuesday, wounding one agricultural worker from Thailand, the Israeli military said.

Ms. Rice said: “It is time for a new Middle East. It is time to say to those that don’t want a different kind of Middle East that we will prevail. They will not.”

Ms. Rice and other administration officials have repeatedly blamed Hezbollah for starting the crisis in Lebanon with a raid into Israel on July 12 that resulted in the deaths of three Israeli soldiers and the capture of two more who were taken into Lebanon.

While strongly supporting Israel, the Bush administration does not want to see the democratically elected Lebanese government harmed by the current conflict.

“I have no doubt there are those who wish to strangle a democratic and sovereign Lebanon in its crib,” Ms. Rice said. “We, of course, also urgently want to end the violence.”

Saudi Arabia pledged a financial package of $1.5 billion to aid the Lebanese economy and help rebuild the country, the official Saudi news agency reported.

International support is building for a multinational force in southern Lebanon, but many issues are unclear, including which countries would send troops. An American official traveling with Ms. Rice said he believed that those questions would be worked out.

“I think you will hear about the impossibility of deploying an international force until the day it is deployed,” the official told reporters, speaking on condition of anonymity because he was not authorized to speak publicly on the issue. “But there will be an international force, because all the key players want it.”

In Rome on Wednesday, Ms. Rice is expected to talk with officials from Arab and European countries about the possible makeup and mandate of such a force.

With the United States’ military already stretched with commitments in Iraq and Afghanistan, Ms. Rice has said she does not anticipate American troops’ being part of a force in Lebanon.

France is perhaps the most likely European country to contribute troops, given its history with Lebanon. France administered Lebanon as a protectorate from 1920 to 1943, and the former Lebanese prime minister, Rafik Hariri, who was killed in a car bombing last year that many believe was linked to Syria, was a close friend of the French president, Jacques Chirac.

But France is now resisting the American idea of moving a force in quickly, insisting on a cease-fire first, followed by a political agreement between Israel and Lebanon that would also be accepted by Hezbollah, said Jean-Baptiste Mattéi, the French Foreign Ministry spokesman.



http://www.nytimes.com/2006/07/26/world/middleeast/26mideast.html?hp&ex=1153886400&en=11765d02d6fb14ef&ei=5094&partner=homepage
 

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psychocandy

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« Responder #252 em: Julho 27, 2006, 01:24:08 am »
Citação de: "ricardonunes"
Citação de: "Jorge Pereira"
Vital Moreira :lol:

Aquele que afirmou num artigo no «Público» que a invasão do Iraque foi devida a um pedido que Israel fez aos EUA. :lol:

Não tem nada a ver consigo caro ricardonunes.

E como é que se podia esperar imparcialidade num artigo de opinião?
Postei o artigo, pois revejo as minhas ideias, sobre a actuação de Israel, nas palavras do Sr. Vitor Moreira.
Quando diz "Não tem nada a ver consigo caro ricardonunes", e mesmo que tivesse, é assim que se constrói o Forum, com opiniões, se todos tivessem a mesma opinião o que estavamos aqui a fazer?


Nem todos usam os mesmos jornais como fonte de informação, nem todos acreditam piamente no que se lhes diz.

A propaganda eh uma das maiores armas usadas nos conflitos actuais, onde uma informação dada na hora não confirmada e' dada como verdade 2 horas depois, quando vêm os pedidos de desculpa o rectificações ja ninguém esta' la para as ouvir... Passam ao lado ;)
"The nation which forgets its defenders will be itself forgotten."
 

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ricardonunes

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« Responder #253 em: Julho 27, 2006, 11:54:08 am »
A pedido de muitas familias, aqui fica um link de um bloco noticioso Israelita.
http://www.ynetnews.com/home/0,7340,L-3083,00.html
Potius mori quam foedari
 

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alfsapt

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« Responder #254 em: Julho 27, 2006, 02:40:29 pm »
Citação de: "ricardonunes"
A pedido de muitas familias, aqui fica um link de um bloco noticioso Israelita.
http://www.ynetnews.com/home/0,7340,L-3083,00.html


Interessante. Daí cheguei aqui:
http://my.ynet.co.il/englishsurvey6/okay.asp?pollID=11
"Se serviste a patria e ela te foi ingrata, tu fizestes o que devias, ela o que costuma."
Padre Antonio Vieira