Já falámos e discutimos várias vezes o assunto. De qualquer forma, a “Guardia Civil” não deixa de ser uma força de ocupação que impõe a ocupação castelhana sobre o território correspondente à Câmara Municipal da vila de Olivença.
Olivença foi libertada durante a guerra contra a França. Foram os ingleses que entregaram a vila de Olivença aos castelhanos. Por isso, Espanha deve á Inglaterra a presente ocupação de Olivença. Sem a Inglaterra, Olivença seria portuguesa.
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Depois da guerra civil entre Miguelistas e Liberais, houve uma certa tendência para deitar a culpa da decadência do império (e a perda do Brasil) para cima dos ingleses.
Isto, embora seja verdade que os ingleses boicotaram como puderam a criação do então reino Unido de Portugal Brasil e Algarves.
Tal nação só se afirmaria no mundo através da ligação entre as suas varias partes constituintes. Portanto, tal Reino Unido de Portugal e Brasil, seria inevitavelmente uma potência marítima. Os ingleses temiam o aparecimento de um concorrente nos mares, e Um Estado-Nação pluricontinental, seria sempre um problema para eles.
Ms os ingleses so fazem aquilo que os deixam fazer. Semearam as suas sementes e depois colheram os frutos. Muito do que aconteceu, deve-se à nossa incompetência e não aos ingleses.
Uma certa “elite” lisboeta do fim do Século XIX e inicio do século XX criou a ideia da França como pátria das luzes. A França era vista como um país latino e modelo a seguir.
No entanto, a França sempre teve problemas com os países ibéricos. A começar pelo estabelecimento da fronteira com a península ibéria nos pirinéus. Creio que nenhuma invasão estrangeira foi tão devastadora como as invasões do período Napoleónico.
A verdade é que o apoio inglês também foi muito menor que o que realmente se afirma. Os espanhóis/castelhanos, são normalmente aqueles que – nas suas Histórias - mais facilidade têm em explicar as suas inúmeras derrotas frente aos portugueses com as ajudas inglesas.
Hoje sabemos que a ajuda inglesa em Aljubarrota foi muito pequena (entre 500 a 700 arqueiros na melhor das hipóteses, e é dizer muito). Mas acima de tudo, já se testaram os arqueiros contra as armaduras medievais utilizadas pela cavalaria pesada e verificou-se que os arqueiros eram tudo menos eficientes. As setas não perfuravam as armaduras do fim do século XIV.
Aljubarrota deveu-se ao génio militar de D. Nuno Alvares Pereira, e ao aproveitamento de uma táctica conhecida desde a batalha de Termópilas na Grécia.
Por muito grande que seja o exército inimigo, se ele não conseguir entrar em contacto, não serve de nada.
Ao colocar o exercito português entre dois pequenos rios, Nuno Alvares Pereira, condicionou tremendamente o curso da batalha. Os castelhanos perderam, por causa da célebre “Soberbia” que lhe garante que vão ganhar antes de terem ganho, e pela imbecilidade dos seus chefes militares. Muito corajosos, mas muito pouco inteligentes.
No entanto, a verdade é que os ingleses estão na nossa história ligados á nossa resitência aos invasores. Provavelmente, nada mudaria. Os portugueses são demasiado “embirrantes”. De uma forma ou de outra, acabaríamos sendo independentes.
Por isso a Inglaterra tem de facto importância embora tenha muito menos importância que a que se lhe atribui.
-> João Ricardo
Os dados conhecidos, dizem que de facto apenas uma pequena parte do ouro do Brasil chegou a Portugal, de posse do Estado. O imposto era de 20% do total do ouro extraído, mas o contrabando de ouro, impediu que se atingisse tal valor. Aliás, temos o caso da Inconfidência Mineira para referir a resistência á cobrança de impostos.
A aplicação do ouro podia ter sido melhor, no entanto, o grande problema português foi que os franceses praticamente destruíram Portugal, exactamente quando começava a revolução industrial. Portugal e a Espanha foram os países mais fortemente afectados pelas guerras de Napoleão. Não foi Portugal que impediu a revolução Industrial de começar. Simplesmente não havia dinheiro gente ou estruturas, para aproveita-la. Tudo começou tarde. Tarde demais. Não nos podemos esquecer que a separação entre Portugal e Brasil se deu, mais por pressão portuguesa, com medo de se tornar novamente colónia.
D. Pedro IV ficou no Brasil, quando D. João VI voltou. D. João VI foi controlado pelo parlamento (cortes), mas Pedro IV com a morte de D. João VI, passaria a ser rei, e Portugal passava outra vês a colónia do Brasil, porque era no Rio de Janeiro que D. Pedro IV estava. Por isso D. Pedro IV é mandado para Portugal, e por isso acaba o Reino Unido, quando ele se recusa a voltar e é proclamado Pedro I do Brasil.
Depois das guerras napoleónicas não ficou pedra sobre pedra. Grande parte das estruturas sociais estavam destruídas. Portugal até perdeu a capital, que passou de Lisboa para o Rio de Janeiro. O que ficou foi pilhado pelos franceses (embora os ingleses também tenham molhado a colher).
O nível de decadência era enorme. Temos muitas culpas no cartório, mas ninguém nos prejudicou mais que os franceses.
A História é a memória das nações. Os portugueses têm uma memoria enorme. Quando esquecermos a nossa História, deixamos de entender o que estamos cá a fazer.
Sem a nossa História, não fazemos sentido.
Cumprimentos