ACADO sugiro que leia com atenção o que já aqui escrevi sobre o assunto para ver se compreende porque é que se procede de determinada maneira no que diz respeito a segurança e manuseio da arma nas FA.
Como infelizmente não vivemos num mundo perfeito em que nem seriam precisas armas ( excluo aqui as de caça ), nem semi-perfeito, recordo-lhe que como estava a falar do comportamento dos militares com armas e sobre as vantagens em que haveria se todos utilizassem as suas 4 regras, vamo-nos cingir a esse universo.
Quanto a mim não há vantagem nenhuma, porque quem não cumpre as regras de segurança que são/deveriam ser utilizadas também iria quebrar uma das suas e possivelmente com resultados bem mais desatrosos.
Causa perplexidade o comportamento e a atitude de pelos alguns militares com as regras de segurança. Certo, recordo-me que quando dava instrução aqueles que não conseguiam perceber à primeira e interiorizar esse conjunto de regras, depois de uma marretada na pinha e duma sessão de terraplanagem nas silvas nunca mais as esqueciam nem quebravam. Hoje com uma geração mais dada a brincadeiras com a PlayStation do que em coboiadas com muito joelho e cotovelo esfolado, e com pseudo traumatismos psicologicos se um gajo lhes der um berro se calhar teremos resultados diferentes.
Mas voltando ao assunto e à realidade das FA, mais especificamente Exército se calhar vai ficar chocado com o que se segue mas se calhar assim já conseguirá compreender melhor algumas coisas.
Nas Unidades as armas normalmente estão guardadas em arrecadações de material de guerra, nas respectivas Companhias.
Exceptuando o pessoal de serviço, o restante pessoal, salvo em formaturas gerais, não anda com a arma às costas ou à cintura.
As armas e as munições não podem ser armazenadas em conjunto.
É rara a Unidade com carreira de tiro no seu interior.
Mais raro ainda é a existencia de mecânicos de armamento ligeiro colocados nas Unidades ( para mim isso constitui uma burrice tremenda ).
Salvo tambem raras excepções, não há nas companhias armas atribuidas individualmente, por vezes atribui-se é a arma x ao militar com a ordem de batalha y, mas quando este é transferido ou cessa contrato será naturalmente entregue a outro.
Portanto meu caro, esta é a situação normal. Por si os disparos em seco seriam na direcção de um alvo, para si que pega na sua arma e a leva até uma carreira de tiro tudo bem, para um militar já seja um pouco mais complicado.
Como já tambem lhe expliquei, infelizmente o armamento em uso generalizado não prima pela sua juventude, e como o mesmo não é nosso, temos que zelar pela sua conservação.
Agora e para acabar, não há problema nenhum em montar e desmontar uma G3 com a mola comprimida, mas molas se passarem muito tempo comprimidas estragam-se sim senhor. E eu pessoalmente, chame-me maluco se quiser, gosto de confirmar se a arma que me foi entregue executa correctamente a sua função principal: disparar. Portanto, como não tenho o luxo de ter uma carreira de tiro ao lado nem munições para gastar (PEC e crise geral oblige), faço a coisa mais parecida possivel : dou a gatilhada empunhando a arma de modo a que esteja virada para um lado seguro.