Programa de substituição do C-130

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Re: Programa de substituição do C-130
« Responder #495 em: Julho 12, 2016, 06:43:03 am »
Mis mais sinceras condolencias.

Por una casualidad, ayer aterre en Lisboa y desde el A319 de la TAP en el que venía, vi la Base de Montijo, quien iba a imaginarse que apenas 13 horas despois iba a ocurrir tan trágico accidente.

Un abrazo de Espanha a los Bisontes.
 
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Re: Programa de substituição do C-130
« Responder #496 em: Julho 12, 2016, 10:04:24 am »
http://defence-blog.com/news/c-130-hercules-transport-plane-crashed-in-portugal.html
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A Lockheed C-130 Hercules transport plane crashed on takeoff from Montijo Air Base, Portugal. A fire erupted.

According to the Publico news portal, three people were killed and four sustained injuries. There were reportedly seven people on board.

State news agency Lusa said three people were killed in the accident and another person had been injured. SIC television reported the accident happened as the plane burst into flames at take-off.

No one at the defense ministry was immediately available to comment.

The Lockheed C-130 Hercules is a four-engine turboprop military transport aircraft designed and built originally by Lockheed, now Lockheed Martin. Capable of using unprepared runways for takeoffs and landings, the C-130 was originally designed as a troop, medevac, and cargo transport aircraft.

Cumprimentos
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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Charlie Jaguar

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Re: Programa de substituição do C-130
« Responder #497 em: Julho 12, 2016, 11:27:19 am »
Apanhado de alguma imprensa de hoje referente ao trágico acidente de ontem na BA6.

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Co-piloto e mecânico morreram a salvar piloto do C-130
DN - 12 DE JULHO DE 2016
00:49

Rute Coelho, Carlos Ferro e Ana Maia

Capitão e sargento conseguiram sair antes do incêndio mas voltaram para ajudar o tenente-coronel. Morreram os três

O relógio marcava 12.22 e as televisões estavam em direto na Portela. Faltava pouco mais de dez minutos para aterrar o avião que trazia a seleção portuguesa. Do outro lado do rio Tejo, na base aérea do Montijo, um capitão da Força Aérea e um sargento ajudante - copiloto e mecânico, respetivamente - saíam de um C-130 onde deflagrara um incêndio a bordo. Aconteceu na descolagem para a segunda volta de um voo de treino no perímetro da base aérea número 6. Mas os dois oficiais que se salvaram antes da explosão a bordo decidiram voltar atrás para resgatar do avião o tenente-coronel que o pilotava e que tinha ficado preso no cinto de segurança, no cockpit. Acabaram por morrer os três. Segundo apurou o DN com fonte ligada à aviação, a história trágica dos três homens era ontem contada com pesar na base aérea do Montijo.

Os motores terão começado a arder e depois do incêndio seguiu-se uma explosão. Separou a frente do aparelho da cauda. Dos sete membros da tripulação, quatro escaparam com vida mas um ainda ficou gravemente ferido com queimaduras no corpo, tendo sido transportado para a a unidade de queimados do Hospital de São José, em Lisboa, onde ficou internado, apurou o DN com fonte daquela unidade hospitalar.

O avião estaria a fazer o que se chama no meio de "manobras evasivas", um treino que consiste em levantar o aparelho, dar uma volta na base e no momento da aterragem tocar apenas com as rodas no chão para voltar a descolar. A tripulação terá comunicado um problema a bordo, apurou o DN, o que explicará que o co-piloto e o mecânico tenham conseguido sair no momento do incêndio. Foi o primeiro acidente com vítimas mortais com um avião C-130 em Portugal: três mortos. Em comunicado, a Força Aérea confirma que três dos passageiros são feridos ligeiros, são todos militares e que vai desencadear "um inquérito conduzido pela Comissão Central de Investigação da Força Aérea" para apurar as causas do acidente.

Mais tarde, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa viria a sublinhar os dois momentos coincidentes - a chegada da Seleção em triunfo e a notícia triste do acidente - em declarações à rádio TSF, tendo lamentado a ocorrência com perda de vidas com o C-130.



Cockpit foi o mais atingido

Os incêndios nos C-130 são mais frequentes nos motores e nas asas, segundo fonte da Força Aérea. No entanto, neste caso, foi o cockpit a zona mais atingida, pelo que terá de ser apurado o que originou este sinistro que vitimou três oficiais experientes da esquadra 501 dos "Bisontes" (a que trabalha com estes aviões de transporte tático).

De acordo com a página da Autoridade Nacional da Proteção Civil na internet, o alerta para o acidente com o C130 foi dado às 12.22 e pelas 13.30 as operações mobilizavam 48 operacionais e 15 veículos. Uma hora depois, como o DN constatou no local, saíam do interior da base aérea nº6 carros e ambulâncias de pelo menos três corporações de bombeiros: Montijo, Alcochete e Pinhal Novo.

Segundo apurou o DN, as vítimas mortais têm idades entre os 30 e os 50 anos. O acidente é um grande desaire para a Força Aérea (FA). Os C-130 têm sido uma espécie de "coqueluche", que até agora tinha provocado poucos desgostos - e nenhum com esta dimensão. Num acidente há quase 20 anos saltou a hélice de um destes aparelhos numa missão no continente africano mas não houve vítimas a registar (ver caixa). Como refere o site da Força Aérea, a esquadra 501 dos Bisontes "está qualificada para executar missões nos mais diversificados, complexos e delicados cenários de empenhamento, independentemente da permissividade do teatro de operações". Já estiveram em Angola, Afeganistão, Ruanda ou Balcãs. Mais recentemente Haiti, Egito e Líbia com missões de apoio humanitário.

Ministro desmarcou tudo

O ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes, estava no Porto quando se soube da notícia do acidente envolvendo o C-130 e a morte de três dos ocupantes e um ferido grave. Ao DN, fonte do Ministério adiantou que "o ministro desmarcou todos os compromissos públicos que tinha, nomeadamente uma reunião em Braga no final do dia, para se deslocar de imediato para a base aérea do Montijo, para reunir com o Chefe do Estado Maior da Força Aérea". A reunião teve início durante a tarde e ainda durava perto das 20 horas.

A Associação de Oficiais das Forças Armadas expressou, no Facebook, "a profunda consternação pelo sucedido e que terá tido como trágica consequência diversas vítimas entre os nossos camaradas".

http://www.dn.pt/sociedade/interior/co-piloto-e-mecanico-morreram-a-salvar-piloto-do-c-130-5278943.html

Citar
Força Aérea abre inquérito a acidente que fez três mortos
JN - Ana Correia Costa, Carlos Varela e Mário Freire
11 Julho 2016 às 13:26

Um C-130 da Força Aérea Portuguesa incendiou-se, esta segunda-feira de manhã, na Base Aérea número 6, no Montijo.

Segundo apurou o JN, há pelo menos três mortos e um ferido grave. O avião ficou praticamente destruído na sequência do incêndio, mas são ainda desconhecidas as causas. Sabe-se, no entanto, que morreu o comandante e piloto da aeronave, um tenente-coronel; o co-piloto, com o posto de capitão; e um sargento, ou seja, três dos sete tripulantes que seguiam a bordo do C-130. Há ainda mais três feridos. A frente do avião, em particular o "cockpit", foi a área mais atingida da aeronave, um facto que está a causar alguma estranheza, uma vez que os incêndios em aeronaves são mais comuns na zona dos motores.

O C-130 em causa pertence à esquadra 501, conhecida como "Os Bisontes". Estaria a levantar voo, na Base Aérea do Montijo, quando começaram as chamas, no interior da aeronave, por razões desconhecidas. A Força Aérea Portuguesa (FAP) já anunciou a abertura de um inquérito. "A análise às causas do acidente irá seguir os procedimentos previstos, através de um inquérito conduzido pela Comissão Central de Investigação da Força Aérea. A Força Aérea está de luto", refere a FAP em comunicado.

"A bordo da aeronave estavam sete tripulantes. O acidente causou três vítimas mortais, um ferido grave e três feridos ligeiros, todos militares da Força Aérea", acrescentou a FAP, adiantando que o acidente ocorreu cerca das 12 horas. Ainda segundo a Força Aérea, os feridos foram assistidos no local e depois transportados para unidades hospitalares. De acordo com a página da Autoridade Nacional da Proteção Civil na internet, o alerta para o acidente foi dado às 12:20 horas e pelas 14.30 horas estavam no local 49 operacionais e 16 veículos.

Ministro da Defesa manifestou pesar

O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, manifestou hoje em nome pessoal e do Governo profundo pesar pela morte dos três militares. "A dedicação, a entrega e o serviço ao país prestado pelos militares que hoje pereceram não podem ser esquecidos. O Governo manifesta aos familiares, amigos e camaradas das vítimas as suas mais profundas condolências", referiu o ministro da Defesa, em comunicado.

José Alberto Azeredo Lopes deslocou-se hoje à tarde ao local do acidente, Base Aérea número 6, Montijo, para transmitir o "profundo pesar" em seu nome pessoal e em representação do Governo ao chefe do Estado Maior da Força Aérea, Manuel Rolo, que lhe expôs as "circunstâncias do acidente, o apoio prestado às vítimas e aos seus familiares".

http://www.jn.pt/nacional/interior/aviao-militar-incendiou-se-ao-levantar-da-base-area-do-montijo-5278056.html

Numa altura de profundo pesar pelo desaparecimento de 3 militares experientes, e a preocupação pelo estado de saúde do ferido grave que se encontra internado na unidade de queimados do Hospital de São José, é absolutamente incrível como se lêem comentários por essa internet fora que pura e simplesmente não levam em conta o que aqui é mais importante: as perdas humanas. Nem estou a referir-me às caixas de comentários de jornais pois na maior parte das vezes nem sequer vale a pena lê-los, mas antes a pessoas que parecem não se aperceber, ou querer aperceber, do que realmente está aqui em causa.

Ontem li coisas como "então e agora ficamos com quatro C-130?","é o fim dos C-130!","já não vai haver modernização","o avião ficou destruído por completo, e agora?", etc, etc, e pese embora saiba de antemão que certos cibernautas por vezes se assemelham mais a uma turba de animais irracionais, não pude contudo deixar de ficar indignado com isso.  :2gunsfiring:


Edit: Ironia do destino, o próprio Facebook da FAP prestava homenagem aos homens e mulheres que servem na Esq. 501 no passado sábado, dia 9 de Julho, sem que se pudesse adivinhar o que viria a acontecer dois dias depois.  :'(

https://www.facebook.com/188128631326969/videos/757419377731222/
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Re: Programa de substituição do C-130
« Responder #498 em: Julho 12, 2016, 01:37:07 pm »
Sendo um pouco frio!

Por muito que um carro de 1977 seja bem mantido, não deixa se ser um carro velho e mais cedo ou mais tarde vai dar problemas. Neste caso foi o que aconteceu!

Felicito a coragem dos militares pelo acto de coragem, que infelizmente resultou na morte dos militares.

O que importa agora é enterrar os mortos e apurar as responsabilidades!
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
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Re: Programa de substituição do C-130
« Responder #499 em: Julho 12, 2016, 01:43:49 pm »
Sendo um pouco frio!

Por muito que um carro de 1977 seja bem mantido, não deixa se ser um carro velho e mais cedo ou mais tarde vai dar problemas. Neste caso foi o que aconteceu!

Felicito a coragem dos militares pelo acto de coragem, que infelizmente resultou na morte dos militares.

O que importa agora é enterrar os mortos e apurar as responsabilidades!
Penso ser cedo para adiantar causas. Pode estar directamente relacionado com a idade do aparelho como pode não estar. De resto, partilho da mesma opinião.
http://www.operacional.pt/mau-dia-para-morrer/
Citar
Dia 10 de Julho de 2016, a selecção portuguesa de futebol, conquista pela primeira vez na história o título de Campeão Europeu. Dia 11 o avião que transporta dirigentes e jogadores aterra em Lisboa, sensivelmente à mesma hora morrem à vista do aeroporto da capital, na Base Aérea n.º 6, no Montijo, 3 militares da Força Aérea Portuguesa, num acidente com um C-130 envolvido numa missão de qualificação de pilotos.

Em Lisboa o ambiente é de apoteose para com a Selecção Nacional. Milhares de populares envolvem a comitiva, que tem como primeiro destino a Presidência da República. O mais alto magistrado da Nação e Comandante Supremo das Forças Armadas, que se empenhou pessoalmente nesta “campanha” em diversas ocasiões, em França e em Portugal, presta-lhes homenagem e anuncia que lhes serão, oportunamente, impostas condecorações.

Aumentando agora exponencialmente o tempo que já vinham dedicando ao campeonato da Europa de futebol, as televisões – RTP; SIC; TVI – potenciam ao máximo este envolvimento emocional da população com o facto desportivo, emitindo em directo tudo o que se está a passar.

Em rodapé aparece subitamente a notícia do acidente que vitimou os militares.

Rádios e online (jornais, rádios e televisões), dão algumas, poucas, informações, porque também não as há de fonte oficial. A Força Aérea confirma o acidente de imediato mas os detalhes até provêm do INEM que evacuou três mortos e os feridos, um dos quais com gravidade.

Este ramo das Forças Armadas mais tarde emite um comunicado que é brevemente, muito brevemente, referido nos serviços noticiosos das 20H00 e a Presidência da República difunde uma nota de “condolências às famílias” dos falecidos e “célere restabelecimento dos feridos”. O ministro da defesa faz saber também a tempo do “horário nobre” que esteve durante a tarde na BA 5, com o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea e para isso cancelou a agenda: “uma sessão de esclarecimento na sede da Federação do PS de Braga às 21h30”.

A investigação foi iniciada pela Força Aérea e a seu tempo serão certamente difundidas informações seguras. Por agora parece haver mais dúvidas do que certezas como infelizmente não é invulgar nos acidentes de aviação, e o nomes das vítimas foram-se sabendo, oficiosamente. As redes sociais enchem-se de mensagens de condolências de amigos e camaradas.

Sobre tudo isto, hoje, já “mais a frio”, tanto quanto isso é possível, uma nota politicamente incorrecta – mesmo que muito satisfeito e vibrando com a vitória de Portugal. Muitos discordarão, mas é a minha opinião.

O Presidente da República tem dito publicamente em várias ocasiões que presta uma atenção muito especial às Forças Armadas. Na realidade, desde o seu discurso de tomada de posse, até agora, passando pelo dia 10 de Junho, visitas a instalações militares pelo país ou em actividades das Forças Armadas, assim tem feito, saudando efusivamente os militares quer em palavras quer mesmo “de facto” indo ao seu encontro, fazendo-se fotografar a seu lado. Tem assim sem dúvida dado visibilidade às Forças Armadas e honrado os militares, de ontem e de hoje, mesmo que no caso da demissão do Chefe do Estado-Maior do Exército (07ABR16), a sua posição tenha sido praticamente neutra, abstendo-se de intervir.

Ontem, no entanto, exigia-se, no mínimo, uma declaração de viva voz e não lhe ficaria nada mal se deixasse a recepção aos futebolistas na Presidência para o dia seguinte. Os novos heróis nacionais podiam passear pela capital perante o povo, debitar as suas palavras na Alameda, e ser condignamente recebidos hoje em Belém. Certamente não haveria tanta gente a aplaudir na rua frente ao Palácio Presidencial com o pleno dos directos para milhões em Portugal e  no Mundo, mas seria isso mais importante do que um pouco de decoro perante tão dramática coincidência temporal?

Nos anos 20 e 30 do século XX, os aviadores militares portugueses que cobriam o mundo em arriscadas viagens aéreas, contribuindo para a visibilidade do seu país e para o avanço da tecnologia, eram recebidos como heróis pela população, homenageados e condecorados pelo poder político. Hoje para grande parte da população portuguesa o papel de heróis está claramente noutro tipo de profissionais, e os aviadores militares que um pouco por todo o mundo continuam a defender o nome e o prestígio do seu país, em missões determinadas pelo poder político, estão, como em boa verdade as restantes Forças Armadas, remetidos por esse mesmo poder, a uma posição que do nosso ponto de vista não merecem.

Ontem era muito difícil fazer diferente, pois era, mas era o que devia ter sido feito e não foi!

Miguel Silva Machado

Citar
Cockpit de um C-130 da Força Aérea Portuguesa fotografado no decurso de uma missão de apoio às Forças Nacionais Destacadas. Piloto, Co-Piloto e Mecânico de Voo.

Saudações

P.S. "José Fernandes Dos Santos adicionou 6 fotos novas.
1 h ·
Soube agora que o C-130 acidentado no Montijo foi o FAP 16804, o mesmo que se exibiu no dia 3, no Lisboa Air Race. Aqui ficam estas fotos em memória dos Bisontes (Esquadra 501) falecidos. RIP"
« Última modificação: Julho 12, 2016, 02:08:16 pm por mafets »
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Re: Programa de substituição do C-130
« Responder #500 em: Julho 12, 2016, 05:46:48 pm »
Sendo um pouco frio!

Por muito que um carro de 1977 seja bem mantido, não deixa se ser um carro velho e mais cedo ou mais tarde vai dar problemas. Neste caso foi o que aconteceu!

Felicito a coragem dos militares pelo acto de coragem, que infelizmente resultou na morte dos militares.

O que importa agora é enterrar os mortos e apurar as responsabilidades!

No teu caso não é ser frio Nélson, afinal tratam-se de questões válidas. O que critiquei foi quem comentou - e não aqui no fórum, mas nas redes sociais, por exemplo - sobre a idade da aeronave, o seu estado, possível obsolescência, falha humana, etc, sem ter em conta a tragédia humana vivida e que colocou a Força Aérea de luto.

Há muito ainda para apurar, pode ter sido algo derivado da idade da aparelho ou não, depois se saberá. Apesar de descabidas neste momento, as afirmações que anteriormente reproduzi são todas elas pertinentes pois é absolutamente necessário saber o que fazer depois de enterrar os mortos já que as nossas Forças Armadas dependem, e muito, da frota C-130. Por enquanto os Hércules estão parados e a investigação levada a cabo pelo Gabinete de Prevenção de Acidentes em curso.

E, como disse e bem o mafets, trata-se do C-130H 16804: http://www.c-130.net/aircraft-database/C-130/airframe-profile/7432/
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Re: Programa de substituição do C-130
« Responder #501 em: Julho 12, 2016, 11:57:57 pm »
Sendo um pouco frio!

Por muito que um carro de 1977 seja bem mantido, não deixa se ser um carro velho e mais cedo ou mais tarde vai dar problemas. Neste caso foi o que aconteceu!

Felicito a coragem dos militares pelo acto de coragem, que infelizmente resultou na morte dos militares.

O que importa agora é enterrar os mortos e apurar as responsabilidades!

No teu caso não é ser frio Nélson, afinal tratam-se de questões válidas. O que critiquei foi quem comentou - e não aqui no fórum, mas nas redes sociais, por exemplo - sobre a idade da aeronave, o seu estado, possível obsolescência, falha humana, etc, sem ter em conta a tragédia humana vivida e que colocou a Força Aérea de luto.

Há muito ainda para apurar, pode ter sido algo derivado da idade da aparelho ou não, depois se saberá. Apesar de descabidas neste momento, as afirmações que anteriormente reproduzi são todas elas pertinentes pois é absolutamente necessário saber o que fazer depois de enterrar os mortos já que as nossas Forças Armadas dependem, e muito, da frota C-130. Por enquanto os Hércules estão parados e a investigação levada a cabo pelo Gabinete de Prevenção de Acidentes em curso.

E, como disse e bem o mafets, trata-se do C-130H 16804: http://www.c-130.net/aircraft-database/C-130/airframe-profile/7432/

Antes demais, as minhas condolências sinceras as famílias dos falecidos, estes sim os verdadeiros heróis.

Mesmo que a idade não seja a causa do acidente, voar aviões de transporte, que têm sido o worhorse da FAP, já com 40 anos de vida, não é um bom presságio...

 

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Major Alvega

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Re: Programa de substituição do C-130
« Responder #502 em: Julho 13, 2016, 01:20:29 am »
 Óbviamente! Independentemente da conclusão do inquérito, 40 anos de uso ainda por mais intensivo, é um abuso.

 Há que falar das coisas sem pruridos, porque já chega de conversas "mansas" e politicamente correctas.
Porque tudo isto já extravasou há muito os limites e as forças armadas são tratadas por este regime como algo que apenas acarreta despesa. Aproveitando-se igualmente da ignorância e pouca sensibilidade da opinião pública para as matérias relacionadas com a Defesa (ao contrário da de outros países europeus com cidadãos mais informados e esclarecidos nestas matérias) para indo gradualmente desinvestindo e desviando as verbas para as suas clientelas políticas.

Naturalmente toda esta situação perniciosa tem contado com o silêncio de muitas chefias militares que pagos com excelentes salários e regalias para não levantarem ondas excessivas e irem aguentando o "barco" até ao limite (já ultrapassado). Apenas estando "autorizados" pelo poder político a discursarem em determinadas efemérides alertando "levemente" os governos para o facto, como estes já não soubessem que as FA's estão numa situação de colapso iminente e de indigência declarada.   

Um caso paradigmático e triste (entre dezenas) é o da hipotética modernização e também da substituição prevista dos C-130.
O governo anterior (isto não tem nada a ver com partidos) através do ministro Aguiar Branco (talvez o pior e mais incompetente ministro da defesa desde o gonçalvismo), que alertado para a obsolescência dos C-130 que já estavam com o upgrade ao cockpit com um atraso de uma década. Decidiu fazer uma espécie de proposta "cínica" à força aérea como condição para possibilitar essa modernização. A força aérea tinha de concretizar uma missão quase impossível, que era conseguir vender os helicópteros Puma (completamente em fim de vida útil) e com o dinheiro da receita da eventual venda fariam o upgrade do cockpit. Como a segurança de uma aeronave fosse uma espécie de capricho e não uma necessidade. Enquanto isso o Estado continuava a pagar PPPs, Swaps e a encher os bolsos das suas clientelas que comem à mesa do orçamento.
Óbviamente que ninguém quis comprar essa sucata (Pumas) e o ministro ganhou mais uns tempos para não se preocupar com o assunto. Tendo as chefias aceitarado esse "desafio" com uma calma olimpica. Depois o ministro resolveu atribuir uma verba que mal dava para modernizar adequadamente duas aeronaves, quanto mais seis e o pseudo concurso acabou por ser suspenso e empurrou-se mais uma vez com a barriga para a frente o problema.

Mas o mais incrível e absurdo é que agora devia-se estar a tratar da substituição pelo C-130J-30, pelo KC-390 ou mesmo pelo A400M (a aeronave mais indicada para a FAP, independentemente do preço, se é para durar 40 anos, este factor tem pouca preponderância), estamos ainda a falar em modernizar esta aeronave C-130H já caduca.
O actual governo com um ministro da defesa inenarrável (mas mais digno que o anterior) com a típica "chico-espertice" que prolifera neste governo, teve uma ideia "genial". Que foi solicitar a Bruxelas fundos comunitários para financiar a tão desejada modernização dos instrumentos de vôo dos C-130. Eu imagino as gargalhadas dos técnicos da UE a apreciarem o dossier e a sua perplexidade com tão estranho pedido. Bom, isto não é sério quando estamos a falar de um investimento pequeno em termos relativos.

 Enquanto isso, uma das principais e úteis aeronaves das nossas FA's estão obsoletas. Não sabendo até ao momento se a causa do trágico acidente do Montijo está relacionada com a fadiga do material, pois a aeronave contava com quase 4 décadas de utilização, embora possa ser argumentado que tinha o processo de manutenção escrupulosamente cumprido. Mas 40 anos são 40 anos e esses ninguém lhes tira.

 Contudo, não consigo deixar de pensar nas vitimas deste acidente que morreram ao serviço de Portugal num acto de enorme estoicismo e coragem ao tentar salvar um camarada.
 As minhas sinceras condolências aos seus familiares e amigos. E que estes malogrados militares e verdadeiros heróis nacionais descansem em paz.
 
« Última modificação: Julho 13, 2016, 02:08:39 am por Major Alvega »
 
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Re: Programa de substituição do C-130
« Responder #503 em: Julho 13, 2016, 02:05:17 am »
Hoje no telejornal da RTP1 disse que os 3 feridos ligeiros já tiveram alta e que o ferido grave estava estável, dentro do possível parece-me boas noticias.

Também soube que a Força Aérea vai declarar luto e vai ter os estandartes da Força Aérea a meia-haste.

Em relação ao futuro da frota C-130 nada de sabe, a não ser o obvio que é estar parada até a investigação estar concluída.
Em relação a missões, estava para haver um destacamento de C-130 no Mali...?
Há a companhia dos Comandos para enviar para a RCA.
E também o destacamento do F-16 na Lituânia (cerca de 90 militares) que deve regressar no fim de Agosto.

E agora só temos os C295 para transporte aéreo durante sabe-se lá quanto tempo.
« Última modificação: Julho 13, 2016, 02:11:49 am por Lightning »
 

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Re: Programa de substituição do C-130
« Responder #504 em: Julho 13, 2016, 02:09:43 am »
Em primeiro lugar minhas condolências aos amigos e parentes destes dois campanhas que deram a vida pela Pátria no cumprimento do dever.

Deixo aqui um vídeo do KC-390, cujo projeto e construção é 56% de Portugal, creio que seja uma opção válida para substituir os vetustos C-130 da FAP.

Podem se desejarem, serem os primeiros do mundo a incorporá-los as suas Forças de Defesa, pelo menos dois, não creio que haja problemas de financiamento.

Ei-lo:

 

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Re: Programa de substituição do C-130
« Responder #505 em: Julho 13, 2016, 02:21:18 am »
Deixo aqui um vídeo do KC-390, cujo projeto e construção é 56% de Portugal, creio que seja uma opção válida para substituir os vetustos C-130 da FAP.

Podem se desejarem, serem os primeiros do mundo a incorporá-los as suas Forças de Defesa, pelo menos dois, não creio que haja problemas de financiamento.

Amigo calma, sei que fala com boa intenção, mas nem Portugal constrói 56% do KC390, construímos uns 5% e a primeira Força Aérea a recebe-lo será a Brasileira, Portugal ainda não tem nenhuma encomenda feita, só uma intenção de compra, uma promessa.
O numero de aviões que Portugal quer é 6, pode ser agora haja um maior empenhamento de Portugal na aquisição de novos aviões de transporte.
 
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Johnnie

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Re: Programa de substituição do C-130
« Responder #506 em: Julho 13, 2016, 09:16:36 am »
O Correio da Manhã refere avaria no motor como causadora do acidente...

Isto de algum modo e salvo as proporções porque aqui temos a lamentar a perda de vidas humanas,  faz-me lembrar o celebre M-60 a deitar fumo no desfile há uns anos que precipitou a compra dos Leo II, pode ser que agora levem mais a serio este assunto...
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Re: Programa de substituição do C-130
« Responder #507 em: Julho 13, 2016, 10:17:24 am »
O Correio da Manhã refere avaria no motor como causadora do acidente...

Isto de algum modo e salvo as proporções porque aqui temos a lamentar a perda de vidas humanas,  faz-me lembrar o celebre M-60 a deitar fumo no desfile há uns anos que precipitou a compra dos Leo II, pode ser que agora levem mais a serio este assunto...

Concordo. Pode ser que finalmente decidam investir na modernização das FA. Apesar de que estou bastante céptico! A situação financeira do estado é grave. Dou-te o exemplo das Escolas Profissionais (financiadas a 85% por fundos comunitários), se te disser que hoje, 13 de Julho ainda não receberam um euro desde Setembro de 2015, quando já terminou um ano lectivo e estão já a preparar o arranque do próximo (com que dinheiro!!!!!). Atenção, estou a falar de 15% de financiamento público que facilmente é recuperável só nos impostos recuperados nos salários do pessoal docente e não docente, já nem falo no IVA.

Mas pode ser que tenhas razão!!!!
 

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Johnnie

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Re: Programa de substituição do C-130
« Responder #508 em: Julho 13, 2016, 11:09:50 am »
Penso que se o que motivou o acidente foi falha material o correto seria suspender de imediato as operações de toda a frota até se perceber em concreto as causas do mesmo por modo a evitar uma repetição.

Agora com a missão no Baltico e a futura missão no Mali se não se conseguirem desenrrascar com os C-295´s ou recorrem a um aliado ou alugam um Antonov da vida...

Ou então param de fazer missões no exterior  ::)

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tenente

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Re: Programa de substituição do C-130
« Responder #509 em: Julho 13, 2016, 11:54:28 am »
O Correio da Manhã refere avaria no motor como causadora do acidente...

Isto de algum modo e salvo as proporções porque aqui temos a lamentar a perda de vidas humanas,  faz-me lembrar o celebre M-60 a deitar fumo no desfile há uns anos que precipitou a compra dos Leo II, pode ser que agora levem mais a serio este assunto...

A falha de motor por si não é suficiente para causar um acidente nesta classe da aeronaves !!!
A aeronave consegue, transportando a carga máxima, ou seja com o PMD, que não era o caso desta missão, descolar com apenas dois motores na potência máxima.
Todos os plurimotores, sejam quadrimotores/quadrireactores, ou bimotores/reactores  civis ou militares são desenhados tendo essas capacidades aliás bem demonstradas quando fazemos os testes de performances dos diferentes tipos de aeronaves, algo mais teve de acontecer ou a aeronave já se encontrava em V1, velocidade e distância de pista percorrida que se deve decidir se se descola ou não " Go - No Go "  e tentou abortar a descolagem não tendo ASDA suficiente para imobilizar a aeronave em segurança, ou alguma outra anomalia ou até erro humano ocorreu.

Abraços
« Última modificação: Julho 13, 2016, 11:57:19 am por tenente »
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!