Exactamente.
No Diário de Noticias de 9 de Junho deste ano, vinha um artigo interessante sobre este helicóptero que a seguir reproduzo e é bem elucidativo do nosso baixo nível de motivação para dispor de meios próprios:
"Além do combate a incêndios, o Erickson Aircrane S-64 pode transportar e instalar com precisão cargas de grandes dimensões ou desempenhar missões de salvamento de grupos de pessoas encurraladas em locais de difícil acesso. Pode, em poucos minutos, largar o tanque de 10 000 litros de água e transportar em suspensão um ERV (Emergency Rescue Vehicle - Veículo de Salvamento de Emergência) com capacidade para mais de 60 pessoas que estejam à mercê de uma inundação ou refugiadas no topo de um arranha-céus em chamas. Como "guindaste voador" (aircrane), foi usado na colocação de mais de 13 mil quilómetros de postes para linhas de alta tensão nos EUA e Canadá. Uma versatilidade que pode rentabilizá-lo fora da época de fogos florestais (veja http//www.ericksonaircrane.com/, clique em "Videos" e "esvoace" à vontade). Além do método tradicional de combate a incêndios de um helicóptero, dispõe de um sistema invulgar em meios aéreos um canhão de água que dispara a 60 metros. Depois de despejar o depósito sobre um fogo, o S-64 não precisa de mais do que uma "poça" com 45 cm de profundidade para, em 40 segundos, "chupar" quase 10 000 litros de água através de um tubo especial, uma espécie de "palhinha", e reencher o tanque. O dr. Guido Bertolaso, subsecretário de Estado e director-geral do Departamento de Protecção Civil da Itália, considerou-o recentemente como "a ponta de diamante da frota aérea de combate a incêndios italiana". A Itália comprou quatro, com opção para mais dois. Na Austrália são tratados como heróis nacionais e cada um deles tem uma alcunha Elvis, Gipsy Lady, Isabella, Incredible Hulk e Georgia Peach. No Verão de 2003, o DN perguntou ao Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC) se, dada a sua aparente eficácia, havia sido equacionada a compra ou aluguer destes aparelhos. A resposta de Pedro Lopes, então vice-presidente do SNBPC, foi a seguinte "Não interessam porque têm reduzidíssima autonomia e um consumo tão elevado que teríamos de andar com um comboio de combustível atrás deles." Segundo Pedro Lopes, essa reduzida autonomia seria de "uma hora".O DN contactou Gian Franco Blower, presidente da European Air-Crane, delegação da Erickson Air-Crane para a Europa. De acordo com o que nos disse, a autonomia do S-64 é de duas horas e 25 minutos (para o modelo mais antigo) ou duas horas e dez minutos (para o mais moderno). Blower lembrou que um helicóptero ligeiro tem de fazer dez viagens para transportar a mesma quantidade de água que um Erickson S-64, o que relativiza o consumo de combustível. A maioria dos hélis alugados por Portugal tem capacidades entre 800 e 1000 litros. O maior (Mi-8 russo, seis exemplares alugados em 2004) leva 3000 litros. Por último, o presidente da European Air-Crane disse ao DN que em Outubro de 2001, na conferência sobre fogos florestais que decorreu em Hyères (França), os helicópteros Erickson Aircrane S-64 fizeram algumas demonstrações a que assistiu "uma delegação de alto nível" portuguesa, representando aquilo a que chamou "Defesa Civil". De acordo com Gian Franco Blower, "tivemos também um encontro com esses distintos cavalheiros, mas nunca mais ouvimos falar deles". O Aircrane S-64 é usado em Itália, Grécia, França, Austrália, Estados Unidos, México, Peru, Equador, Coreia do Sul, Bornéu, Malásia, Indonésia e Nova Guiné, sem que se conheçam reclamações em relação à "reduzida autonomia" ou ao "comboio de combustível" necessário para o manter no ar"