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http://www.naval.com.br/blog/2017/10/18/hms-sheffield-reveladas-as-falhas-que-levaram-ao-afundamento-nas-falklands/Relatório secreto revelado sobre o desastre mostra que os oficiais ficaram “hipnotizados” pela visão do míssil chegando e não conseguiram acionar o alarme
Por Ian Cobain
O catálogo de erros e falhas que terminou no naufrágio de um destróier da Royal Navy durante a guerra das Malvinas foi revelado depois de ter estado encoberto por 35 anos.
Vinte pessoas morreram e 26 ficaram feridas quando HMS Sheffield foi atingido por um míssil Exocet argentino durante os primeiros dias do conflito de 1982. Foi o primeiro navio de guerra da Royal Navy a ser perdido em combate desde a Segunda Guerra Mundial.
O relatório da comissão de inquérito sobre a perda do Sheffield, que finalmente foi tornado público, revela os motivos completos por que o navio estava completamente despreparado para o ataque.
A comissão constatou que dois oficiais foram culpados de negligência, mas escaparam dos tribunais marciais e não enfrentaram ações disciplinares, aparentemente para evitar prejudicar a euforia que tomava grande parte do Reino Unido no final da guerra.
Um resumo altamente censurado das descobertas da comissão foi divulgado pelo Ministério da Defesa em 2006, mas a redação do texto escondeu todas as principais conclusões e críticas da comissão, incluindo as constatações de negligência.
Também foi ocultado o alerta da comissão de que havia “deficiências críticas” no equipamento de combate a incêndio, a bordo de destróieres Type 42, como o Sheffield.
Denominado “Secret – UK Eyes Bravo”, o relatório completo e não censurado mostra:
Alguns membros da tripulação estavam “entediados e um pouco frustrados pela inatividade” e o navio não estava “completamente preparado” para um ataque.
O oficial de guerra antiaérea deixou o centro de operações de combate (COC) do navio e estava tomando um café na praça d’Armas quando a Armada Argentina lançou o ataque, enquanto seu assistente também havia deixado o COC para aliviar-se no banheiro.
O radar a bordo do navio que poderia ter detectado o avião de combate Super Étendard se aproximando foi desligado para uma transmissão de satélite para outra embarcação.
Quando um navio próximo, o HMS Glasgow, detectou a aeronave que se aproximava, o principal oficial de guerra no centro de operações do Sheffield não conseguiu reagir, “em parte por inexperiência, mas principalmente por inadequação”.
O oficial de guerra antiaérea foi chamado para o centro de operações de combate, mas não acreditava que o Sheffield estava no alcance da aeronave Super Étendard da Argentina que levava os mísseis.
Quando os mísseis atacantes estavam à vista, os oficiais no passadiço foram “hipnotizados” pela visão e não transmitiram um alerta à tripulação do navio.
A comissão de inquérito descobriu que o erro do oficial de guerra antiaérea foi baseado em sua leitura de uma avaliação de inteligência da ameaça argentina, que havia chegado a bordo em “um calhamaço considerável e assustador” de papel que era difícil de compreender.
Enquanto a tripulação do navio estava ciente da ameaça representada pelos mísseis Exocet, alguns parecem ter pensado que o Sheffield estava além do alcance da aeronave Super Étendard, porque eles desconheciam que os aviões poderiam ser reabastecidos no ar.
A comissão também concluiu que o “infeliz” comandante do Sheffield, o submarinista Sam Salt, e seu imediato, um aviador naval, tinham “pouca ou nenhuma experiência relevante de navio de superfície recente”.
No evento, ninguém chamou o comandante. Seu navio não foi para “postos de combate”, não disparou nenhuma nuvem de chaff na tentativa de desviar os Exocets e não se voltou para os mísseis atacantes, de modo a reduzir o perfil do Sheffield. Além disso, algumas das armas do navio estavam descarregadas e não tripuladas, e nenhuma tentativa foi feita para derrubar os mísseis recebidos.
Cumprimentos