Os gostos das crianças também passaram a contar. Hoje os filhos são incrivelmente caros. Desde a primária, pedem aos pais coisas de marca, desde os estojos novos, cadernos de uma determinada marca etc.
Quando chegam ao ensino secundário a situação fica ainda mais complicada. Os pais têm tendência a ceder, porque não querem que os seus filhos fiquem atrás dos filhos dos outros.Isto gera uma situação de pescadinha de rabo na boca.
Como conclusão:
Mais uma vez, como cidadãos não somos os únicos responsáveis, mas também acabamos por influenciar de forma determinante a situação do país.
Mas isso é um problema educacional. O meu pai, por exemplo, não alinha nisso. Resultado: Sou muito poupador em relação ao dinheiro, tal maneira, que só com 200 euros, consigo ajudar na despesa da casa com 50 euros, pagar a um ginásio o mais acessivel (por exemplo livre transito a 35 euros, quando noutros é 49 ou 60 euros), e meter dinheiro de parte para o dia-a-dia (comprar o passe, ou comprar uma bebida, ou carregar o telemovel e abastecer o carro a gasolina
) e ainda meter dinheiro na conta-poupança.
Claro que não seria com todos, mas teriam alguma noção do gasto de dinheiro.
Tenho uns tios que têm uma filha de 5 anos. Eles tentaram anos ter um filho, e por fim conseguiram. Claro que para eles ela é " preciosa", pois devido á dificuldade de terem um filho e á situação economica do país, ela será a unica descendente. Até os avós estão " obcecados".
Os meus tios infelizmente, na maioria dos casos, não dizem não quando ela quer (é quer, não pedir, vejam lá a atitude), e compram. É o jogos, é bonecas, é roupa, é PSP, é Wii...um exagero. Resultado: ela é muito mimada, não tem noção do que é essencial, chorou no aniversário por os avós darem-lhe roupa em vez de bonecas enfim é exigente e vai ser a "menina" dos pais. Gosto muito dela, e ela é intelegente em certas coisas, até a falar. Mas está muito fora da realidade. Já disse aos meus tios isso do exagero das coisas que compram para ela, e eles simplesmente curvaram os ombros, sabendo que eu tinha razão. Entendo o porquê deles fazerem isso, mas tenho pena da personalidade que vão criar na miúda. É esse o problema de muitos: querem mimar os filhos.
"Ah e tal, o trabalho de construção civil é dura, e não quero que vás para lá", e quem disse foi um pai humilde, trabalhador e honesto, com a realidade assente nos pés, que sempre lutou para ter aquilo que queria. Mas depois diz "quero que vás para um trabalho melhor, mais calmo e etc etc" ao filho. E paga-lhe o carro e etc. Esse é o problema: não se apercebem que a "via dura" é que molda a pessoa, é que faz ver. E a "via fácil" é a ilusão de aquilo que não é na verdade a realidade.
Eu há muito que concluí isso, o " facilitismo" é estupido, faz-nos mais fracos, mais burros. E acredito que chegamos assim devido a isso. E isso é a unica coisa boa da crise: abrir os olhos. Há um texto que um "user" meteu aqui no forum sobre a "Geração á Rasca" que de "á rasca" nada tem, que eram na verdade a "geração desenrascada". Podemos estar muito bem da via, mas não podemos perder a humildade, de lutar e começar do zero até ao nosso sonho. E não ir por atalhos. Queriam o quê? A culpa é dos jovens? Não, é dos pais e da educação escolar, que são uma vergonha. O meu pai não é perfeito nem assim tão rigoroso, lá compramos certas coisas que não necessitamos, mas lá está, nós temos dinheiro para isso. Por exemplo somos á PizzaHut e ao cinema. E prontos, podiamos, fomos. Agora se quisermos ir outra vez, é poupar. Tudo se resume a isso, Educação.
Penso que se os Estado ajudasse mais nas despesas escolares por exemplo, talvez ter-mos um modelo igual ao francês onde os livros são gratuitos, e os pais apenas compram os cadernos e as esferográficas poderia ajudar a inverter a situação.... Ou talvez não.
Eu sempre apoiei esse projecto, de os livros escolares serem gratuitos até á 4º classe, ou 7º ano. Para mim seria perfeito até ao 12º ano, e a partir de aí, na Universidade ou Escola Profissional, pagava-se do bolso (e ainda temos bolsas de apoio). O problema é que seria muito dispendioso para o Estado...mas é por isso que pagamos impostos, e não aqueles ridiculos que nunca quisemos ou defendemos, tais como Imposto sobre Mijar, Imposto sobre Cagar, Imposto sobre Telefonar, Imposto sobre Automovel (então nós pagamos o carro para o ter, e pagamos o combustivel, e ainda tenho que pagar um imposto por ter carro? Palhaços do caraças. Seguindo a "lógica" deste palermas, ia pagar Imposto sobre Computador, Imposto sobre a Casa, Imposto sobre a Rádio, Imposto sobre as Bicicletas...porra).
E tambem apoio sem dúvida, creches e infantários publicos gratuitos, com a condição de terem apenas alunos necessários, ou seja, um infantário só permite uns 50 alunos (não há minimo nem máximo apenas um numero), então não se ultrapassa isso. Senão era uma corrida todos porem os filhos lá...e davam prioridades aos que têm rendimentos baixos. Os que têm rendimentos mais altos, metiam-os noutro lugar ou então nos infantários ou creches privados, e aí já pagavam.
Claro que são ideias não sei se seriam viáveis, não me é lógico, incentivar a natalidade no papel, e na prática penalizá-los por terem um filho. Cambada de imcompententes porra, mete-me nojo.
O que sei é: quanto mais sabemos (mais conhecimento), mais nos auto-extinguimos. Compare-se Europa com Africa ou Ásia ou América do Sul. Devia ser ao contrário, mas por força humana, é assim.
A unica esperança, é diminuir a carga horaria, dar mais oportunidades de natalidade (não significa aumentar salarios, apenas diminuir a "pressão financeira" de ter filhos) e melhores condições de vida.
Quanto ao facto de compararem esses paises europeus, tambem sofrerem com isso, não me é justo. Eles nao têm 37 anos de crise em pleno século, eles não têm imigrações em massa continuas, não têm crise após crise, não têm uma natalidade precária tão grave como nós, e na maioria dos paises, são mais de 20 milhoes de pessoas, pelo que a perda não é enorme (apesar de ser igualmente má). QUATRO milhoes de almas portuguesas? Meu deus...se fosse um milhão ou 2....agora 4 milhoes? E depois disso? É sempre a crescer? Eu digo isto acaba nestas eleições. Não se pode permitir enquanto povo, que isto se continue. Não se pode.