OS GRANDES PORTUGUESES (CANAL-1)

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Marauder

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« Responder #120 em: Janeiro 17, 2007, 11:11:19 pm »
Ricardo, por maior que fosse a minha mágoa ao ver as infraestruturas (do tempo dos tugas) degradadas de moçambique, a verdade é que é a terra deles. Se destruíram em vez de ocupar...foi uma desinteligência deles, mas também, aquilo que não destruíram não tiveram a mínima preocupação com manutenção..

E como é que a gente os sustenta? São os milhões de euros que a UE ou a ONU dá a África que os sustenta? Ou os perdões da dívida?

Chegue-se ao pé de um angolano ou moçambicano ou etc e pergunte pelo sustento que tem recebido de nossa parte.. (é certo que o dinheiro vai..mas não sabemos para aonde)

Outro aspecto: se a África se desenvolvesse a nível económico teríamos todos a ganhar. Para começar, diminuição da imigração ilegal. E segundo, as vantagens económicas de poder realizar negócios em África.

Citação de: "Pantera"
Pois mas será que isso tambem se passou nos outros países?Ou será que era mesmo a politica de Salazar.É que pelo menos era um emprego,antes empregado e ganhar pouco do que desempregado.
Sim, um emprego é melhor do que 1 ou mais bocas por alimentar sem dúvida. As grandes potencias europeias já tinham à muito tempo se industrializado.

Agora, se a desertificação do interior /movimentos demográficos foram assim tão fortes quando estes aconteceram bem....no caso português a isso juntamos a guerra colonial. Esta usou muitos recursos humanos, e muitos outros foram para França, Alemanha, etc.


Citação de: "Pantera"
Se calhar se os nossos navegadores como o Vasco da Gama e outros tantos não tivessem gasto dinheiro em viagens e barcos e porcarias hoje seriamos mais evoluidos,não?Lembra-te que foi as colonias que nos deram desenvolvimentos,tal como as colonias era desenvolvidas,

Os nossos antepassados fizeram bem em investir nas descobertas. Estando cercados por Espanha, não restava muito senão o mar. Ainda por cima após a batalha de Toro, a Espanha demonstrou dominar em questões terrestres.

E as colónias trouxeram prosperidade na medida que forneciam produtos que o mercado europeu ansiava. É claro que com o aumento da oferta devido aos outros países colonizadores, as receitas diminuiram relativamente a alguns produtos. Depois entram também no mercado os produtos industriais /manufacturados...

Ou seja, observou-se a uma diminuição da grande receita gerada por ter...colónias. O ganho estava agora não em ter os recursos naturais, mas em gerar produtos destes. E nisso Portugal falhava redondamente devido a uma inexistente industrialização. Vendia-se matéria prima relativamente barata para países industrializados.

Outra questão. O uso das províncias ultramarinas como mercado. O Estado Novo nunca ligou a estas como mercado. Somente lá para a década de 30, finais de 30, é que decide usar o mercado ultramarino como receptor de produtos antiquados que já não tem mercado em Portugal. Somente nos anos 50 é que se decide transformar as economias ultramarinas....e no entanto a guerra já estava bem perto.

Portugal podia ter aproveitado de forma muito mais eficiente e proveitosa as colónias. Depois, tal como todos os impérios coloniais, chegou a hora da "morte". Enquanto que uns foram sem dar luta, Portugal investiu sangue a proteger a terra que não era nossa.

Citação de: "Pantera"
pois mas se pensares naquela altura até poderia ir para um saco com fundo.Se tivessemos ganho a guerra certamente as colonias eram bem mais desenvolvidas e se calhar Portugal também.Penso que ninguem esperava que a guerra tomasse outro rumo do que não a vitória.


Se Portugal tivesse ganho a guerra estaríamos bem piores. Para além de termos que sustentar os portugueses, teríamos que sustentar muita outra gente.

Mesmo o petróleo e os diamantes de Angola, não sei se compensariam as despesas todas. Tirando isso, provavelmente tudo o resto seria negativo. Não terias ganho a guerra, mas somente uma batalha. Terias ataques às forças portuguesas (sim...não é por ganhares a guerra que eles decidem que já não querem ser independentes), terias a comunidade internacional inteira contra ti. Não terias recebido os trocos da CEE....

Penso que toda a gente é unânime ao afirmar que se Portugal não tivesse entrado na CEE estaria bem pior.

Mas isto já é no campo especulativo..já não é factual..
 

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Luso

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« Responder #121 em: Janeiro 17, 2007, 11:17:16 pm »
A razão leva-me a votar D. João II. Nem há discussão.
Todavia, ao votar Salazar o meu voto representa um dos dois métodos(legais) que ainda posso aplicar aos fieis de uma religião que destruiu (e que ainda se esforça por destruir) um dos meus valores mais sagrados que é a comunidade a que pertenço, de onde venho e que constitui parte do meu ser.

D. João II é um campeão muito maior que Salazar para derrotar qualquer Vasconcelos Vermelho (seria obsceno pensar sequer em tal confronto). Daí que a minha preferência pelo "velhinho" se deva a um certo... voluntarismo: com ele participo claramente na vitória sobre algumas das facetas mais assassinas da condição humana: a cegueira e a vaidade.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Luso

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« Responder #122 em: Janeiro 17, 2007, 11:30:10 pm »
Citação de: "Marauder"
Enquanto que uns foram sem dar luta, Portugal investiu sangue a proteger a terra que não era nossa.


Bom...
Voltemos aos conceitos.
A terra é de quem, afinal?
De quem sobre ela tem poder efectivo?
É dada por alguma "tradição"?
O que é feito do "slogan" (tão caro aos utopistas chãos) de " a terra pertence a quem a trabalha?"
Contraditório, não?
Irónicamente trágico, quanto a mim...

Curioso: nunca vi nenhum "vermelho" lamentar a desgraça em África. Nunca vi o "Berloque" a indignar-se contra Mugabe, por exemplo, ou a propósito de Darfur.
Quanto à defesa do bem estar da humanidade e sua correlação com filosofias políticas estamos conversados. E não me falem do tio Adolfo que daqui levam uma corrida!

Aos povos enganados apenas sugiro: estudem, vejam por vós próprios uns e outros, os exemplos do passado e do presente. Estudem, pensem. O futuro é de facto vosso. É por isso que estou tranquilo. É por isso que estou confiante. É por isso que vos desejo sucesso.
Como diria o Fernando Pessoa, "quem puder compreender, que compreenda!".
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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ricardonunes

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« Responder #123 em: Janeiro 17, 2007, 11:34:13 pm »
Citação de: "Luso"
A razão leva-me a votar D. João II. Nem há discussão.
Todavia, ao votar Salazar o meu voto representa um dos dois métodos(legais) que ainda posso aplicar aos fieis de uma religião que destruiu (e que ainda se esforça por destruir) um dos meus valores mais sagrados que é a comunidade a que pertenço, de onde venho e que constitui parte do meu ser.

D. João II é um campeão muito maior que Salazar para derrotar qualquer Vasconcelos Vermelho (seria obsceno pensar sequer em tal confronto). Daí que a minha preferência pelo "velhinho" se deva a um certo... voluntarismo: com ele participo claramente na vitória sobre algumas das facetas mais assassinas da condição humana: a cegueira e a vaidade.


Um pensamento racional, mas á que ter em atenção que as "massas" se vão apostar na "vaidade", e não na razão.
Potius mori quam foedari
 

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Luso

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« Responder #124 em: Janeiro 17, 2007, 11:46:24 pm »
Citação de: "ricardonunes"
Um pensamento racional, mas á que ter em atenção que as "massas" se vão apostar na "vaidade", e não na razão.


- Fixar baionetas!
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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ricardonunes

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« Responder #125 em: Janeiro 17, 2007, 11:59:14 pm »
Citação de: "Luso"

- Fixar baionetas!


HÁ CARGA!
Potius mori quam foedari
 

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ricardonunes

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« Responder #126 em: Janeiro 18, 2007, 01:03:01 am »
Para o Sr. Marauder, e para os defensores do despesismo durante a luta que Portugal travou para defender os seus interesses além fronteiras.

Citar
"Não parece haver dúvidas sobre a influência directa e indirecta dos gastos de guerra na evolução do produto nacional e, em especial, o seu efeito nas indústrias transformadoras.
Tudo leva, pois, a crer que os financiamentos de guerra também concorrem para a melhoria do produto nacional e que não foram sem proveito económico os gastos de elevadas somas no custeio de operações em África."


Citando o Sr. José Dias de Araújo Correia (1894-1974)
Potius mori quam foedari
 

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Marauder

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« Responder #127 em: Janeiro 18, 2007, 07:56:48 am »
Citação de: "ricardonunes"
Para o Sr. Marauder, e para os defensores do despesismo durante a luta que Portugal travou para defender os seus interesses além fronteiras.

Citar
"Não parece haver dúvidas sobre a influência directa e indirecta dos gastos de guerra na evolução do produto nacional e, em especial, o seu efeito nas indústrias transformadoras.
Tudo leva, pois, a crer que os financiamentos de guerra também concorrem para a melhoria do produto nacional e que não foram sem proveito económico os gastos de elevadas somas no custeio de operações em África."

Citando o Sr. José Dias de Araújo Correia (1894-1974)


Impacto na indústria transformadora?A nossa grande indústria militar?

A indústria transformadora (forma geral) deve o seu desenvolvimento ao boom económico que Portugal passou na década de 60, e não ao esforço de guerra. O boom económico deu-se a dois motivos: a despreocupação que a nação tinha com o desemprego (a maior parte emigrava, o que poupava trabalho ao Estado Novo), e à entrada da EFTA e exploração de indústrias de trabalho intensivo. Foi nessa altura em que se começam a fixar as multinacionais estrangeiras em Portugal para explorar os baixos salários portugueses. A própria GM Azambuja provém desse período.

É possível também encontrar citações acerca de quem defenda o contrário ricardonunes.

Ricardonunes, eu não rejeito completamente a guerra colonial. Tenho a consciência que vivíamos em alturas diferentes, pensamentos diferentes (de certa forma o cortar do cordão umbilical com o "nosso" império iria provavelmente envolver sangue, embora há quem tenha feito quase sem o derramar). O que me chateia é que a guerra tenha durado tanto tempo e causado tanto mal financeiro quer emocional a Portugal. Porque é que ninguém teve coragem de ao fim de alguns anos bater o pé e pensar que a guerra não ia levar a nada? Porque é que eles não olharam para os casos em redor... enfim uma tristeza. Uma geração perdida.
 

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Viriatuga

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« Responder #128 em: Janeiro 19, 2007, 01:03:47 pm »
Acho estranho votar no Salazar, ja que se ele estivesse vivo(e no poder) nao se poderia votar :?

mas é a vossa opinião e teem o direito de a exprimir
6ºMandamento: O Pára-quedista não se rende. Vencer ou morrer constitui para ele ponto de honra.
 

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Pantera

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« Responder #129 em: Janeiro 19, 2007, 02:21:00 pm »
Citação de: "Viriatuga"
Acho estranho votar no Salazar, ja que se ele estivesse vivo(e no poder) nao se poderia votar :?

mas é a vossa opinião e teem o direito de a exprimir


E com o Cunhal no poder poderias votar?E com Afonso Henriques?E com D. João II? E por aí fora...os tempos mudam as mentalidades também

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Viriatuga

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« Responder #130 em: Janeiro 20, 2007, 01:07:22 am »
Sim mas isso era noutra época e as mentalidades eram diferentes no tempo do Salazar ja quase toda a europa occidental era democratica, nao compare a epoca de Salazar a de D.Afonso Henriques
6ºMandamento: O Pára-quedista não se rende. Vencer ou morrer constitui para ele ponto de honra.
 

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ricardonunes

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« Responder #131 em: Janeiro 20, 2007, 01:22:25 am »
Começou a tristeza da palhaçada eleitoral.

Magistrada participou na conferência como cidadã


Citar
O Procurador-Geral da República (PGR), Pinto Monteiro, esclareceu esta sexta-feira que a participação de Maria José Morgado na conferência a propósito do aborto, promovida pelo Partido Socialista na passada quarta-feira, foi feita na “qualidade de cidadã e de jurista” e não na de magistrada do Ministério Público.
Numa nota divulgada pelo seu gabinete, Pinto Monteiro salienta que “é vedado aos magistrados do Ministério Público o exercício de actividade político-partidária de carácter público, mas não o exercício do direito de cidadania”, acrescentando que na mesma conferência participaram “outros especialistas na matéria”.

As reacções do PGR surgem na sequência do requerimento entregue no Parlamento pelo antigo líder do CDS-PP Paulo Portas, onde este questiona a legalidade da participação de Maria José Morgado na conferência, intitulada ‘Sim à despenalização’.

Recorde-se que a magistrada defendeu que o aborto ilegal “é um negócio de dinheiro sujo, não tributado” que cria corrupção, comparando algumas clínicas que realizam abortos em Portugal a ‘slot machines’ dos casinos.

CM

O que se deve discutir, ideias, ideais, interesses, convicções, fica para depois.
Neste momento o que interessa é quem pode debater a causa, seja do SIM ou do NÃO.
Potius mori quam foedari
 

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Luso

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« Responder #132 em: Janeiro 21, 2007, 01:23:45 am »
Humm...
Votei.
Estranho a necessidade das perguntas sobre a idade, sexo e código postal. Vai servir para tirar nabos da púcara.
Lá vão .60c mas queria poder falar da experiência. Alegadamente a votação anula outras tentativas de voto, sendo considerada válida a última.
Bom, quem tiver vários telemóveis... :roll:
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Luso

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« Responder #133 em: Janeiro 21, 2007, 07:48:12 pm »
http://claro.motime.com/

Citar
EL HOMBRE

A eleição do “maior” de um Portugal praticamente milenar serve muito mais para nos informar de como vai a “cultura dominante” no momento, de como vão as cabeças das pessoas, do que para qualquer coisa. Ficamos a saber mais sobre os portugueses que respondem do que acerca da matéria sobre a qual respondem.

Dita esta elementaridade, gostei de, pelo meio da poeira que a coisa levantou, ler o Ferreira Fernandes que à sua maneira disse tudo:

“ Há que dizer que maiores de Portugal há muitos, desde que sejam D. João II ”

E explica: “ Dos finalistas quatro estão relacionados (com os Descobrimentos): o Infante, o do pontapé de saída, Vasco da Gama, o do maior feito, Camões, o que os cantou, e D. João II que os organizou.

Os Descobrimentos foram uma empresa pensada: ter os melhores pilotos, formando-os ou contratando estrangeiros, legislar para esconder o saber da concorrência, fazer e procurar  as melhores cartas de marear, arranjar dinheiro, proteger os homens de ciência, saber o que se quer. A obra, a empresa, vista assim no seu conjunto, tem uma cara, a de D. João II.”

Escassas décadas depois da sua morte bizarra, a Inquisição instalava-se entre nós com suas fogueiras, seu índex e sua censura. Pouco depois, Camões falará de “uma apagada e vil tristeza”. Seguro do que escreve, Pedro Nunes escreverá já a medo. Fernão Oliveira escapa à fogueira por pressão inglesa, entre os exílios e os cárceres inquisitoriais ainda consegue tempo para escrever a primeira gramática do português, a primeira história de Portugal, uma obra sobre a construção naval, o primeiro tratado de estratégia marítima e outras obras que serão silenciadas, algumas até hoje…

Até hoje…? Assaltado o poder real por gente que odiava D. João II, o projecto estratégico posto em marcha pelo estratega maior vai ser desviado dos seus objectivos (e Albuquerque morrerá “mal com el-Rei por amor dos homens e mal com os homens por amor d’ el Rei”) e os fabulosos recursos que gera desviados para fins diversos e mesmo contrários dos que o projecto supunha e, portanto, de efeito negativo. Os resultados do projecto estratégico de D. João acabam assim usados contra o próprio projecto, a visão que o suporta e os seus agentes económicos, políticos e militares.  

Durante séculos, são os recursos gerados pelo projecto joanino que irão alimentar as fogueiras, a censura e o índex, consolidar as suas posições e enriquecer “santos ofícios”, seus “familiares” e outros domini cannis. E assim Portugal entristeceu até chegar a um século XX dominado pelo triste complexo neo-corporativo e salazarento. Houve, com certeza reacções e revoluções. Intervalos e homens. Castelo-Melhor, Ericeira, Pombal, a longa guerra civil do século XIX, a República…

Castelo-Melhor, depois de ganhar a guerra com Espanha, acabou desterrado, Ericeira suicidou-se, Pombal ripostou a tudo mas acabou como Castelo-Melhor e ainda teve de ver a “Viradeira”, a guerra civil do século XIX acabou mal e a República espetou-se nas suas baionetas. Só no fim do século XX, se esgotam as fontes de recursos geradas pela estratégia de D. João II e que haviam sido desviadas para ser utilizadas “contra a lei e contra a grei”.

Se ele não tivesse sido envenado (Fernando Campos, na “Esmeralda Partida” tem óptimas páginas sobre o assassinato do Rei) e morto prematuramente (aos 40…), se o projecto estratégico não tivesse sido virado do avesso (pelos Braganças e seus aliados, com o apoio de Castela-Aragão) não seria apenas Portugal que tinha sido muito diferente, seria todo o globo a ser outro. Por isso, pelo que fez e pelo que não lhe deram o tempo de fazer, ele é o estratega maior da história e, obviamente, o Maior dos Portugueses.

“Cuida-te, Rei” tinha-lhe dito a feiticeira à beira do caminho… “Murió El Hombre” foi como Isabel a Católica comunicou à sua corte a morte de D. João II.

“El Hombre…”
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Lancero

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« Responder #134 em: Janeiro 21, 2007, 10:09:31 pm »
Uma leitura demorada

Citar
2007-01-21 - 00:00:00

História

Diferentes mas iguais


Salazar já era conhecido em Coimbra quando Álvaro Cunhal, em 10 de Novembro de 1913, ali nasceu: ainda não se formara em Direito, mas já se fizera notar com inflamados textos a zurzir a pouca vergonha da República nas páginas do jornal católico ‘Imparcial’ e admiradas conferências no Centro Académico da Democracia Cristã. A mãe de Cunhal, Mercedes, pia e devota senhora, só não se cruzou com Salazar nas missas de domingo celebradas na Sé Nova porque nesse tempo havia o bom costume de os homens ficarem à parte das mulheres.

Um e outro, separados por 24 anos, foram crianças de saúde frágil e educadas no temor a Deus. Com uma diferença: Cunhal teve mais berço. O pai, Avelino, era advogado e amante das artes. Salazar nasceu numa família de poucas letras. Veio ao mundo fora de tempo.


O resto: aqui - http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... idCanal=19
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito