Venezuela: Embaixador rejeita guerra contra portugueses

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André

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« Responder #30 em: Outubro 22, 2007, 10:47:14 pm »
7.529 cidadãos assassinados em nove meses

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Nos primeiros nove meses deste ano, pelo menos 7.529 pessoas foram assassinadas na Venezuela, 1.947 das quais em Caracas, segundo a imprensa que diariamente dá conta da ocorrência de casos de violência no país.

Ainda hoje jornais como o Últimas Notícias, o El nacional e o El Universal faziam títulos de casos como um produtor de gado sequestrado encontrado morto, três homens assassinados em El Valle ou um operário morto quando comprava medicamentos para o filho, exemplo do modo como a insegurança afecta os venezuelanos.

Apesar da gravidade da situação, como explicou à Lusa um vendedor de jornais, notícias deste tipo já não fazem subir as vendas.

«As pessoas vão-se habituando à insegurança, tomam as medidas que podem, mas começam a ficar insensíveis ao que acontece à sua volta perante tantas notícias diárias de assassínios», afirmou.

Para os profissionais da comunicação social, é uma verdadeira cruz conseguir dados oficiais sobre o número de assassínios.

Do Ministério do Interior e Justiça, os jornalistas são remetidos para o Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas, onde os dados são revelados a conta gotas.

A situação obriga a somar os casos confirmados e a elaborar estatísticas próprias como as que levam a concluir que entre 10 de Janeiro de 2007 e 30 de Setembro pelo menos 7.529 pessoas foram assassinadas na Venezuela.

A capital ocupa o primeiro lugar, com 1.947 casos, seguido pelos Estados de Carabobo e Miranda, com 1.009 e 1.003 respectivamente.

No Estado de Zúlia, 953 pessoas foram assassinadas no mesmo período, seguido por Bolívar (623), Arágua (600), Anzoátegui (514), Lara (429), Barinas (249) e Táchira com 202 homicídios.

Diário Digital / Lusa

 

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comanche

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« Responder #31 em: Outubro 28, 2007, 04:08:54 pm »
Portugueses da Venezuela regressam à Madeira por causa da falta de segurança


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Houve retornos e semi-retornos no rescaldo da revolução de 25 de Abril de 1974. Tornou a havê-los com a grave crise da década de 80. E quando Hugo Chávez se tornou Presidente da Venezuela (Dezembro de 1998). E no fim das enxurradas que desfiguraram Vargas (Dezembro de 1999). E daí para cá - a cada solavanco pessoal ou nacional. Nunca a presença da Venezuela se sentiu tanto na Madeira.

Não há estatística sobre regressos, vinca Brazão de Castro, secretário do governo regional que tutela a emigração: abundam luso-descendentes com dupla nacionalidade e portugueses com residência dupla que se movem sem registo. Há, como repara o historiador Alberto Vieira, uma "evidência".

A Venezuela sente-se nas caixas dos supermercados, nas lojas dos centros comerciais, nos corredores da Universidade da Madeira, nas noites da discoteca Copacabana... Não só no vozear afectado, também na música que esvoaça de repente, nos produtos arrumados nas prateleiras, nos salgados expostos nos cafés mais insuspeitos. A arepa, a mais popular expressão culinária venezuelana, infiltrou-se no quotidiano da região. Manuel Bonito nunca importou tanta Harina Pan.

A "culpa" é de quem tem dois países dentro, como Olavo Manica, fundador do Clube Social das Comunidades Madeirenses. Há seis anos, quando regressou, deixou escritório aberto, negócios pendentes. Agora, anda "mais cá do que lá". Não encontrou "até hoje povo mais amável do que o venezuelano", mas já não suporta viver sob "pressão constante". A insegurança "é tremenda", há quem perca tudo num sequestro. O "socialismo do século XXI" soa-lhe a "delírio tropical", Olavo perdeu "confiança para investir".

Há quem não queira (ou não possa) regressar. E há quem vá adiando a decisão, acalentando esperança, vendo "o que aquilo dá". Muitos registam matrimónios (mistos) e filhos (alguns já adolescentes ou mesmo adultos), solicitam (ou renovam) passaportes e bilhetes de identidade. Em suma, tratam de acautelar a cidadania europeia (ver página 6).

Já não vêm só emigrantes de primeira geração e/ou os seus filhos menores. "Hoje, os jovens também vêm à procura de segurança, de estabilidade", nota Alberto Vieira. Às vezes, até deixam por lá os pais. Presos aos seus negócios, ao seu estatuto sócio-económico.

Adaptação difícil

A mudança pode doer. Meliza Peña (25 anos) olha um miúdo de quase dois anos que parece uma roda-viva no clube social: "Este já é nascido aqui." O marido, um luso-venezuelano de 33 anos, foi "sequestrado três vezes", fartou-se de viver com medo. Ela aprecia o sentimento de segurança que a mudança lhes trouxe, mas sofre. "Viver numa pequena ilha não é fácil", sobretudo quando se cresceu num "país tão grande" como a Venezuela.

Não falta quem a compreenda no clube aberto em 2000. "É tudo perto. Fizeram as vias rápidas, agora é pior", resmunga Hélder Pestana atrás do balcão. "É asfixiante", observa uma mulher que apanhou a conversa a meio. "Lá, levanto-me às cinco da manhã e ando eléctrico. Aqui, parece que ando com um carro de bois. Deve ser da humidade!", torna o regressado.

Ali, mais do que em qualquer outro ponto da ilha, respira-se Venezuela. No salão, fotografias de misses e minimisses, de renhidos torneios de dominó e de canastra (jogo de cartas). No bar, arepas, empanadas (uma espécie de rissol), cachapas (panquecas de massa de milho) hallacas (iguaria natalícia), Mi Vaca Chicha (uma espécie de leite feito de arroz com açúcar que se serve com canela e gelo), Malta Caracas (cerveja de malte).

Dali, do centro com grandes planos de crescimento, Olavo avisa sem se cansar: "Cada um tem de avaliar bem a sua situação." Alguns precipitam-se, vendem tudo, mudam-se para a Madeira, depois não se adaptam, voltam para trás. Têm de tornar a comprar casa, móveis, electrodomésticos, talheres, toalhas...

O ideal será fazer viagens de reconhecimento. Como fez a estudante de Jornalismo Mary Beth Andrade este Verão. A proposta de Constituição a referendar a 2 de Dezembro define a Venezuela como um Estado socialista e isso cheira-lhe a um futuro de "pensamento único". Não quer exercer jornalismo nesse quadro, mas terá o mercado laboral da ilha lugar para ela?

Nem é preciso sair do clube para encontrar histórias de inadaptados. Madalena Gouveia Pestana nasceu lá, casou lá, teve lá os filhos. Em 2000, mudou-se para a Madeira. As filhas por ali andam; o filho tornou à Venezuela: "Aqui, quem trabalha como empregado não chega a lado nenhum." Para ascender "é melhor a Venezuela". "Lá, fazes um bolo e vais vender para a rua e já estás a fazer negócio", opina, por seu lado, Gilda Pestana.

Gilda embarcou com seis anos, "é como se tivesse nascido lá". O pai por lá permanece, os irmãos, os sobrinhos. Mas o marido "não quer saber daquilo para nada". Regressaram em Maio de 2002, um mês depois do golpe e do contragolpe de Estado. Ela tinha 50 anos, ele 60. "Com esta idade, o que é que se faz aqui? O comércio está saturado. As pessoas investem em apartamentos e não há quem os alugue!"

Não é só a economia que não convida. A maquilhagem, a exuberância, a alegria das portuguesas da Venezuela dá azo a coscuvilhice. Alguns jovens fecham-se em grupos (excluídos ou aliados?), como se pode ver no campus da Universidade da Madeira. Mas há mais mundo. Há quem opte por outros países, como Espanha, Estados Unidos (Miami). O irmão de Mary Beth escolheu Inglaterra.

O número de cidadãos de exclusiva nacionalidade venezuelana na Madeira desceu. Dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras: 606 em 1980; 1485 em 1985, 1783 em 1990; 1156 em 1995: 484 em 2000, 390 em 2005. Pelas reemigrações, mas também pela aquisição de nacionalidade portuguesa. Dantes, os portugueses não se empenhavam tanto em solicitar nacionalidade portuguesa para os filhos nascidos na Venezuela, diz o conselheiro das comunidades portuguesas Rui Ernesto Urbano. Alguns não o faziam nem ao regressar a Portugal. Como os de Elena Gonçalves: nascida em 1965, aterrou na Madeira com 12 anos. "Só mudei a nacionalidade quando acabei o curso de Enfermagem. Lembro-me de ir ao consulado por causa do serviço militar." Com a abolição de fronteiras na União Europeia, o passaporte português ganhou notoriedade. Com o avanço da revolução bolivariana ganhou força de "plano b". Muitos dos que nunca tinham pensado em registar os descendentes fizeram-no na última década. E muitos dos que adquiriram nacionalidade venezuelana (para poder comprar negócios) recuperaram a portuguesa, acrescenta Urbano. Sobretudo nos últimos meses circulam rumores acerca da possibilidade de o Estado assumir o controlo das crianças e adolescentes, aplicando mecanismos para impedir a saída de menores do país sem a sua autorização.

 

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André

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« Responder #32 em: Novembro 02, 2007, 05:00:36 pm »
Portugueses radicados na Venezuela estão «intranquilos»

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O secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, Fernando Serrasqueiro, disse hoje em Caracas que encontrou os portugueses "intranquilos" pela situação política na Venezuela, onde está a ser promovida uma reforma constitucional

Serrasqueiro falou à Lusa à margem da cerimónia de inauguração da Feira Internacional da Câmara Venezuelana Portuguesa (Cavenport) e das Comunidades Europeias.

A cerimónia serviu igualmente para a tomada de posse da direcção da Cavenport, organismo que surgiu da fusão da Câmara Luso-Venezuelana e da Câmara Portuguesa Venezuelana de Arágua e Carabobo.

O secretário de Estado explicou que desde Junho de 2005, altura em que esteve na Venezuela, «a comunidade está mais intranquila» situação política que se vive com o debate para uma reforma constitucional.

«Naturalmente em qualquer país as alterações profundas à Constituição trazem sempre alguma intranquilidade e alguma incerteza», sublinhou.

No entanto, Serrasqueiro deixa uma «mensagem de tranquilidade» aos portugueses e a garantia de que o governo português está a acompanhar toda a situação.

«Estamos também a ter os nossos contactos, quer pelas vias diplomáticas, quer pelas vias governamentais para assegurar que os seus interesses serão o menos beliscados possíveis», sublinhou.

Segundo Fernando Serrasqueiro, o governo português tem expressado às autoridades venezuelanas que «é de todo o interesse, quer de Portugal, quer da Venezuela, que esta comunidade esteja tranquila, que não tenha necessidade de ter que tomar nenhuma posição».

De acordo com o secretário de Estado do Comércio, as autoridades venezuelanas «apreciam muito a comunidade portuguesa» e «sabem o peso que ela tem, quer em termos da sua dimensão, quer também do seu trabalho, porque é muito representativa e praticamente domina os sectores da panificação, da distribuição e da restauração».

Fernando Serrasqueiro reuniu-se quinta-feira com o vice-ministro venezuelano do Comércio, Wilmar Contreras, com quem abordou temas relacionados com «o intensificar das relações comerciais entre Portugal e a Venezuela» e com «alguns problemas que existem na fluidez dessas boas relações».

Hoje, no penúltimo dia de uma visita de quatro a Caracas, Serrasqueiro deverá reunir-se com o titular do Ministério de Alimentação, Rafael José Oropeza, com quem abordará aspectos relacionados com as exportações de alguns produtos portugueses e com a sua colocação no mercado venezuelano.

O secretário de Estado vai ainda manter uma reunião com o superintendente Serviço Nacional Integrado de Administração Alfandegária e Tributária (Seniat), José Gregório Vielma Mora, para apresentar alguns «receios» da comunidade lusa.

Lusa/SOL

 

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André

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« Responder #33 em: Novembro 12, 2007, 01:04:21 am »
António Braga apela a portugueses para prosseguirem obra de Daniel Morais

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O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas apelou hoje aos portugueses para que prossigam a obra de Daniel Morais, numa mensagem lida durante numa homenagem póstuma ao fundador e antigo presidente do Centro Português de Caracas (CPC).

Daniel Morais, que foi também fundador e presidente do Instituto Português de Cultura, faleceu a 24 de Agosto último vítima de problemas cardíacos, "uma perda" considerada "irreparável" para a comunidade portuguesa na Venezuela.

Na mensagem, lida junto a um busto de Daniel Morais, colocado há vários anos na entrada ao Salão Nobre do CPC, António Braga descreve "o amigo comum" como "um cidadão exemplar, cujas ideias e ideais o obrigaram, em 1948, a deixar o país que o viu nascer, a sua cidade de Lisboa e o seu bairro de Campo de Ourique, tendo escolhido a Venezuela como porto de abrigo".

O texto do secretário de Estado sublinha que Daniel Morais fundou em 1958 o Centro Português de Caracas e elogia o trabalho que desenvolveu durante duas décadas na Embaixada de Portugal onde foi responsável pelo pelouro da Língua e Cultura Portuguesa.

"(...) promoveu e divulgou o idioma e a literatura nacionais em terras venezuelanas" mediante conferências, exposições, seminários, debates, simpósios, refere a mensagem, destacando também "a dedicação e apoio permanentes ao leitorado de Português na Universidade de Caracas, bem como a forma sabiamente criteriosa como granjeou e organizou o notável acervo literário que hoje constitui a biblioteca da Embaixada de Portugal".

Segundo António Braga, "em 1985, Daniel Morais sonhou e concretizou a criação do que é hoje o Instituto Português de Cultura, que funciona nas instalações do Centro Português de Caracas".

"Era um sonhador, que concretizou muitos dos seus sonhos, mas deixou também muitos deles por realizar. O coração atraiçoou-o e ele deixou-se levar no dia 24 de Agosto. Homenageá-lo-emos , continuando a sua obra", conclui a mensagem.

Natural de Almada, onde nasceu em 1924, Daniel Morais, era casado e tinha três filhos.Emigrou para a Venezuela em 1948, por razões políticas e económicas, dada a sua militância anti-salazarista e anti-fascista, tendo integrado o Comité Central do MUD-Juvenil.

Simpatizante do Partido Socialista, esteve preso nas cadeias de Aljube e Caxias, na companhia de Mário Soares e Octávio Pato.

Em Lisboa, foi empregado de escritório no Grémio dos Armazenistas de Mercearia.

Em Caracas, em 1950, abriu uma fábrica de móveis "estéticos e modernos", a Arteque, que influenciou o mercado local e mais tarde foi comprada pela norte-americana Sears.

Nesse mesmo ano, foi nomeado vice-presidente da Associação Nacional de Industriais do Móvel.

Entrou para os quadros da embaixada de Portugal em Caracas em 1989, onde era adido cultural e promovia visitas à Venezuela de importantes personagens da cultura portuguesa.

Desde 30 de Novembro de 1985 que era presidente do Centro Fernando Pessoa, instituição que passou a ser chamada Fundação Instituto Português de Cultura.

Em 1956, produziu vários programas radiofónicos dirigidos à comunidade portuguesa na Venezuela, entre eles a Serenata Portuguesa e o Ecos de Portugal, que mais tarde se transformou em semanário da imprensa escrita, entretanto, já extinto.

Lusa

 

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comanche

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« Responder #34 em: Fevereiro 24, 2008, 06:34:18 pm »
Venezuela: Portugueses queixam-se de "injustificadas pressões" a proprietários de supermercados

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Caracas, 24 Fev (Lusa) - Além das crescentes dificuldades para obter produtos como o leite, açúcar, queijos, café e frango, os empresários portugueses queixam-se de alegadas e "injustificadas pressões" das autoridades para com os comerciantes.

Essas "pressões" causam mal-estar nos proprietários dos supermercados e mercearias e também nas próprias associações de vizinhos que por vezes tomam a iniciativa de defender os comerciantes.

As autoridades dizem estar a combater o açambarcamento de produtos e o boicote.

Os empresários pedem condições para continuar a comercializar os produtos, queixam-se de excessivas fiscalizações e dizem que são acusados de açambarcamento, às vezes, até no momento em que recebem as mercadorias.

O último caso conhecido ocorreu, pelas 16:00 horas locais de sábado (22:30 horas em Lisboa), na urbanização Los Cedros, a leste de Caracas, quando, durante quase seis horas, oficiais da Polícia Metropolitana de Caracas "retiveram" um camião com 500 caixas de leite de longa duração, que estava a ser descarregado no Supermercado Maturín.

"Conseguimos comprar leite, o camião chegou e estávamos a descarregar algumas caixas que vendíamos aos clientes, mesmo na porta. A polícia chegou, pediu os documentos e começou a pôr obstáculos à venda do produto, argumentando que o camião estava retido", explicou à agência Lusa um dos proprietários.

Natural de Câmara de Lobos, Madeira, António da Silva recusou-se a avançar com mais pormenores sobre o ocorrido, por temer represálias, e remeteu para os quase 100 vizinhos da urbanização que testemunharam as quase seis horas de "injustificada pressão policial".

"Isto é só injustiças. Se não fosse que tudo o que tenho na vida está aqui, agarrava o passaporte e ia embora [para Portugal]", desabafou.

Fonte da Junta Comunal (associação de vizinhos) explicou à agência Lusa que na impossibilidade de acusar o comerciante de açambarcamento, a polícia exigiu documentos adicionais, que se requerem unicamente em casos de importação e tentou impedir que vendesse o leite argumentando que "era proibido vender fora do estabelecimento" e que "qualquer pessoa pode falsificar uma factura".

"Um dos oficiais chegou mesmo a dizer que não era o primeiro português que prendiam", disse um dos quase cem vizinhos que rodearam o supermercado para impedir o "abuso policial".

No lugar estiveram dois funcionários do Serviço Nacional Integrado de Administração Alfandegária e Tributária (SENIAT) que constaram a legalidade dos documentos e também tiveram dificuldades para persuadir os polícias metropolitanos a desistir da acção de "retenção" do veículo com a mercadoria.

Vários empresários portugueses queixaram-se á Agência Lusa que, em algumas situações, funcionários da Guarda Nacional (polícia militar) acompanham os camiões dos fornecedores e permanecem nos estabelecimentos comerciais, ou junto dos veículos, até que os produtos como o leite sejam vendidos na totalidade.

Em várias oportunidades o próprio presidente Hugo Chávez instou, recentemente, os seus simpatizantes a estar alerta ante situações de eventual açambarcamento de produtos, advertindo os comerciantes que "confiscará, intervirá ou expropriará" as empresas que onde se detectem irregularidades.

Os empresários queixam-se que, para as entidades fiscalizadoras, se um produtor estiver mais de quatro dias em armazém está açambarcado.

 

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comanche

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« Responder #35 em: Abril 01, 2008, 11:43:46 am »
Venezuela: Portugueses amam o seu país mas não o conhecem

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Caracas, 01 Abr (Lusa) - Os portugueses que emigraram para a Venezuela "amam o seu país mas não conhecem Portugal", limitando-se muitas vezes a fazer turismo nas aldeias de origem, disseram à Agência Lusa vários agentes de viagem venezuelanos.

Segundo um grupo de agentes que visitou Portugal durante a semana passada, essa tendência é mais acentuada no caso dos madeirenses, que constituem, segundo dados não oficiais, 80 por cento dos 600 mil portugueses que residem na Venezuela, cujo destino é invariavelmente o Funchal e "só passam pelo continente de maneira ocasional".

Esta percepção das tendências dos portugueses foi adiantada à Lusa por um grupo de 23 agentes de viagem que terminaram no domingo uma visita de uma semana a Portugal, onde além de Lisboa estiveram em Óbidos, Fátima, Ourém, Coimbra, Aveiro, Viseu, Régua, Alijó, Lamego, Porto, Sintra e Cascais.

Agentes como Esmeralda Sanz, de Esmeralda Tours, Mário Hernández da Uniglobe, Josianne Astorga, do Grupo Global, Cláudia Brelier de Viajes Humboldt, Nuria Assandria de Viajes Boulton, Michel Lepinoux de Dev Le Tour e Gerado Morrone, da Marrone Tours, coincidem que Portugal, "além de ser um país bonito, tem muito para oferecer a nível de turismo rural e congressos, com qualidade e a preços acessíveis".

"O português (emigrado) conhece a sua região mas não o seu país. Conhecer o Portugal é fazer um `master` para a nossa profissão, porque é bonito, tem lugares que são património da humanidade e localidades `sagradas` como Fátima", disse à Agência Lusa, Esmeralda Sanz.

Esse fenómeno, segundo estes agentes de viagem, é em tudo semelhante ao que acontece "na Venezuela, onde as pessoas gostam muito do país mas são os estrangeiros que mais o conhecem".

Vários agentes referiram à Lusa ter a percepção de que Portugal mudou muito nas últimas décadas, "há muitas construções novas, hotéis fabulosos, áreas para congressos, mas preserva-se a essência cultural".

Na visita a Portugal, organizada pela TAP e pela Intervisa, participaram ainda representantes das Viajes Okey, Viña del Mar, Viajes Humboldt, Viajes Miranda, Matecoco Tours, Conga Tours e Travel Ace.

 

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Naadjh

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« Responder #36 em: Julho 09, 2008, 08:00:03 pm »
Citação de: "p_shadow"
Espero que não seja a 2ª vaga de Retornados...  :twisted:

Assim como muitas famílias do género..
 

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G.B.Schmitt

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« Responder #37 em: Agosto 17, 2008, 02:35:52 am »
Amigos!


Existe o blog da Graça Salgueiro, com informações importantes do que realmente se passa na América Latina. Não vai demorar para tudo isso daqui ficar vermelho.

http://notalatina.blogspot.com/
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #38 em: Agosto 19, 2008, 12:09:03 pm »
Menos G.B.Schmitt, bem menos...
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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André

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« Responder #39 em: Dezembro 24, 2008, 06:58:57 pm »
25 portugueses vão passar o Natal na prisão, uma mulher continua à espera de indulto presidencial

Pelo menos 25 portugueses vão passar o Natal nas prisões venezuelanas, seis deles do sexo feminino, entre as quais se encontra a portuguesa Maria Antonieta Parreira Amaral, que em Maio último lhe foi prometido um indulto presidencial, revelaram fontes consulares e judiciais.

Segundo as fontes, «a grande maioria foi condenada por transporte e tráfico ilícito de substâncias estupefacientes (droga), quase todos detidos no Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía (Norte de Caracas) e condenados a cumprir entre 8 e 10 anos de prisão».

As mesmas fontes precisaram ainda que a polícia «tenta dar com o paradeiro de uma jovem portuguesa condenada por tráfico de droga, que há pouco mais de um ano passou a um regime de prisão semi-aberto (trabalha fora e pernoita na cadeia) mas que não se apresentou na prisão».

A quase totalidade dos detidos pertence à circunscrição do Consulado Geral de Portugal em Caracas, organismo que acompanha a sua situação e enviou, recentemente, alguns presentes de Natal.

Do total de detidos, 10 estão no Internado Judicial de Los Teques, 5 no Instituto Nacional de Orientação Feminina (INOF), 3 na prisão de La Planta - El Paraíso, 3 no Internato Judicial de El Rodeo, 1 na prisão de Yare I, 1 em Porlamar (Ilha de Margarita) e uma mulher no Centro Penitenciário de Monágas.

Entre as 5 portuguesas reclusas no INOF, encontra-se a portuguesa Maria Antonieta Liz, presa desde 24 de Outubro de 2004 e condenada, a 15 de Dezembro de 2005, conjuntamente com outras duas compatriotas, por tráfico de droga, pese embora documentos do Ministério Público português confirmarem que foi «convidada em extremis (... ) nada mais» para as acompanhar numa viagem a Caracas.

O processo resultou da detecção de cerca de 400 quilos de cocaína de alta pureza num avião Citation X, fretado pela Air Luxor, cuja tripulação impediu que a droga fosse enviada da Venezuela para Portugal.

Segundo diversas fontes a 01 de Maio deste ano - antes da visita do primeiro-ministro José Sócrates a Caracas - Antonieta foi visitada na cadeia por uma procuradora, um representante do Ministério de Relações Exteriores da Venezuela e outro do Consulado Geral de Portugal em Caracas e foi notificada que «o Presidente Hugo Chávez lhe concedia um indulto»,com a promessa de que «sairia na semana seguinte».

Maria Antonieta Amaral Liz diz que, nessa altura, a tentaram persuadir a desistir de um recurso em tribunal, o que fez algumas semanas mais tarde «com a esperança de ir para casa».

Depois de escrever ao presidente Hugo Chávez e de pedir a intermediação do primeiro ministro português, José Sócrates, a portuguesa escreveu, em Outubro último, à Amnistia Internacional e ao Programa Venezuelano de Educação-Acção em Direitos Humanos, pedindo-lhes que a ajudem a recuperar a «liberdade plena».

Em declarações à Agência Lusa, a portuguesa explicou que, depois de desistir da acção em tribunal, disseram-lhe «que o melhor era assinar e pedir a repatriação» pois a juíza que a ouviu nessa ocasião a informara de não ter conhecimento de qualquer indulto presidencial.

Na área da circunscrição do Consulado Geral de Portugal em Valência (200 quilómetros a oeste da capital) apenas um português está oficialmente detido, beneficiando-se de um regime de prisão domiciliária, desde há quatro anos, aguardando julgamento por tráfico ilícito de substâncias estupefacientes na modalidade de transporte, num processo em que um dos réus conseguiu iludir a Justiça e o seu paradeiro é desconhecido.

Lusa

 

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André

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« Responder #40 em: Janeiro 26, 2009, 05:26:29 pm »
Portugueses pretendem que António Braga aborde insegurança com autoridades venezuelanas

Comerciantes portugueses radicados na Venezuela pretendem que o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, António Braga, em visita ao país, fale com as autoridades venezuelanas sobre os problemas de insegurança que enfrentam.

António Braga inicia hoje à noite uma visita oficial de cinco dias à Venezuela onde se encontrará com membros da comunidade portuguesa radicados nas cidades de Caracas e Valência e manterá vários contactos oficiais.

"É preciso voltar a insistir, uma, duas, dez vezes, até que as autoridades venezuelanas entendam que todos os que vivem aqui (no país) estão preocupados com a insegurança. Espero que durante a visita, o secretário de Estado ponha esse tema na agenda, principalmente o dos sequestros porque desde Dezembro pelo menos cinco portugueses foram raptados", disse à Lusa o comerciante Manuel da Silva

"Fala-se de sequestros, assaltos, as polícias dizem que estão trabalhando para garantir segurança, o governo fala de programas como Caracas Segura mas percebemos que o perigo está cada vez mais próximo de nós. Não é apenas com palavrinhas ocasionais que vamos ver resultados", afirmou.

Proprietária de uma loja de artigos para criança, no centro de Caracas, Matilde Farias, foi assaltada na semana passada. Opina que "os assaltos estão na ordem do dia, por mais cuidados que as pessoas tenham".

"Há que explicar aos políticos que a tranquilidade das pessoas é importante. Seria importante que o secretário de Estado das Comunidades falasse da insegurança e tentasse saber o que de concreto se está a fazer", adiantou.

Segundo José de Abreu, "os negócios entre países, a visita de um membro do governo e os contactos com as autoridades locais são uma oportunidade importante para transmitir as preocupações da comunidade e insistir nas questões que não avançaram".

No entanto, recomenda "precaução", porque "a Venezuela está em campanha eleitoral, a ausência de resultados está a fazer que questões como a insegurança sejam usadas pela oposição e abordar esse tema sem precisar as intenções da comunidade pode ser contraproducente".

Lusa