O MPSS 9000 traz 2 canhões de 30mm. Querem substituir um deles por um RAM. Não será díficil. Querem pôr CIWS? E que tal no topo da ilha como o projeto do concurso do reabastecedor? No interior do navio estão 2600 m2 de espaço para cargas e drones. Para terem uma ideia é metade de um campo de futebol. Um VLS strike length é do tamanho de uma baliza. Não cabe querem ver? Têm dois elevadores 7mx6m bastava tirar um e já cabem 8 NSM com espaço de sobra. Querem por contentores de 40' (12 metrosx3m)? Na frente do 30mm têm 20mx9m livres no convés. Ponham lá dois e pumba são 32 ESSM.
Tanta coisa para replicares o que se consegue ter com um NPO armado ou uma corveta? Um OPV pensado para isso, tinha espaço para os mesmos contentores de ESSM, espaço para NSM, canhão de 76mm e 1 CIWS. E este tipo de navio (corveta) não tem capacidade de substituir uma fragata a sério.
A questão não é se o navio tinha ou não espaço para um par, ou mesmo uma mão cheia, de contentores. É se teria espaço suficiente, sem abdicar das capacidade "dronicas", para que conseguisse ter uma capacidade de combate
equivalente à de uma fragata moderna contemporânea, e portanto podendo substituí-la. Achar que um navio com 32 ESSM, CIWS, 8 NSM e um canhão se compara com uma fragata "mediana", é delusional.
Até uma fragata ligeira, consegue ter 16 células Mk-41 (64 ESSM), 8-16 NSM, canhão de 127 ou 76mm, e 1 ou 2 CIWS/RAM.
Conclusão: não, não substitui fragata nenhuma.
E que tal no topo da ilha como o projeto do concurso do reabastecedor?
Bom, a ilha tem uma dimensão relativamente contida. É capaz de ser possível colocar lá um CIWS, mas não sustinha a respiração por isso. Até porque, a partir do momento em que querem tornar o navio num "substituto de fragata", a ilha vai ter que acomodar sensores como deve ser (e portanto um mastro mais robusto), radar director de tiro (pelo menos 1), ECM, ESM e toda essa "tralha". Com sorte sobra espaço para um CIWS, com azar ficas com espaço para umas RWS para defesa próxima.
No interior do navio estão 2600 m2 de espaço para cargas e drones. Para terem uma ideia é metade de um campo de futebol.
E o que tem o interior do navio a ver com o assunto? Não podes disparar nada de lá de dentro. Ou estás a propor ter lá dentro contentores, e depois metê-los em rodinhas, subirem pelo elevador, e colocados no convés de voo? Não só estamos a brincar com contentores ambulantes enquanto o navio navega no mar, como estamos a partir do pressuposto que os elevadores são suficientemente grandes, e têm capacidade para erguer tamanha tonelagem. É que se formos a ver bem, aqueles 2 elevadores, que estão no interior da ilha, estão ali para transportar cargas leves, não havendo grande razão para se supor que terão capacidade para transportar objectos pesados e volumosos.
Um VLS strike length é do tamanho de uma baliza. Não cabe querem ver?
Não cabe onde? Deitado, no contentor, e no porão de carga do navio? Caber cabe, mas os problemas acima aplicam-se. O mais certo, sem andarmos a inventar, é que qualquer contentor teria que ser pré-colocado no exterior do navio.
Têm dois elevadores 7mx6m bastava tirar um e já cabem 8 NSM com espaço de sobra.
Epá simples, tiras um elevador (como quem muda de cuecas), e metes lá 8 NSM, 4 para um lado, com a traseira virada para o convés de voo, 4 para o outro, com o míssil, após lançamento, a cruzar à frente do convés de voo. Normas de segurança, para quê?
https://www.seaforces.org/wpnsys/SURFACE/Mk-143-launcher_DAT/Mk-143-launcher-05.jpg
Dentro destes contentores estão 8 tomahawks. Quando necessários sobrem para 45º e disparam. É um sistema já bastante antigo.
Sim, e, tal como todos os outros contentores, ocupam bastante espaço, e para ter contentores desses no MPSS, tens que abdicar de outros. Essencialmente, até um NPO podia, em teoria, ter contentores desses. É naturalmente muito mais prático ter fragatas com VLS Strike Length num número minimamente adequado (mínimo 16, ou mesmo 32) e, caso seja necessário, transportar os ditos Tomahawk em 8 dessas células. A vantagem, é que mesmo no pior dos casos, em que a fragata tem apenas 16 VLS, continua a ser capaz de transportar 32 ESSM, além dos 8 Tomahawk, 8-16 NSM, etc. O MPSS vai ter que abdicar de algo.
E, relembro, a Plataforma Naval Multifuncional (aka "Bimby") e MPSS 9000 são pouco mais de "conceitos", muito recentes; ainda não há - mas deve ser rápido para haver - drones (com IA, por exemplo) com capacidades surpreendentes para o que conhecemos agora. Concentrem-se no conceito, nas possibilidades a 10 anos... não no que há agora.
O mesmo se aplica a N outros equipamentos militares.
Concentrem-se é em perceber que os MPSS/PNM e/ou outros conceitos deles derivados, são conceitos interessantes, e que podem ser úteis (consoante os preços também) como navios multifunção e, em casos específicos, multiplicadores de força. Não vão substituir navios combatentes, mas sim complementá-los. Da mesma forma que navios não tripulados, como os LUSV, vão aparecer para complementar os navios convencionais.
E enquanto se anda aqui a discutir tretas irrelevantes, e a fantasiar com megalomanias de porta-drones milagrosos, não se avalia nem tenta desenvolver uma embarcação não tripulada de 50 a 80 metros, com o objectivo de pôr em prática ideias similares aos programas LUSV da USN e TRIFIC da Marinha Holandesa, para obter uma frota de navios, de construção nacional, com capacidade para transportar de 1 a 4 contentores de missão (ou quiçá mais).
Porque o futuro da MGP, não será com 3-5 porta-drones faz-tudo "opcionalmente armados" para substituir fragatas, vai ser a conjugação de uma frota decente de fragatas, 2 porta-drones estilo MPSS, e uma frota de 10-15 USVs de média ou grande dimensão dedicados a módulos contentorizados de armamento e sensores.
Mas isto se quiserem uma Marinha a sério. Se a ideia é só fingir, então é continuar o processo de eliminar os combatentes de superfície.