As regalias que os militares tem

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soultrain

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As regalias que os militares tem
« em: Outubro 31, 2005, 11:49:33 pm »
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O serviço de saúde, é outra dor de cabeça. Não há um número suficiente de médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar para efectuar sequer evacuações de emergência e intervenções primarias. No entanto, os Hospitais Militares Principais, estão equipados e têm médicos para atender as familias dos senhores oficiais, até a filha de um senhor oficial, com 60 anos de idade, que continua a ter direito a assistência médica militar, porque nunca casou e é filha de um Oficial do Exército.


É a isso que eu chamo "Paz Podre".

Por isso não tenho a mais peuqena (ínfima que seja) réstia de solidariedade para com a classe dos juízes.

Fico com a impressão de que, sabiam que a justiça estava um nojo uma M###a, mas como tinham algumas benesses e algumas vantagens, calavam-se.

É ver agora o fim das benesses (apenas algumas delas) para os ver a saltar como bailarinas de balalaika  

Os nossos enfermeiros, coitados, têm que se reformar mais cedo, que isto de ser enfermeiro, faz doer os ossos.
O pobre coitado que trabalha na Carris agarrado a um volante, durante horas, que trabalha de noite, sujeito a ser assaltado pelas máfias do Bloco de Esquerda, ... err. digo, de bandidos da Cova da Moura  ou a senhora que trabalha no Junbo, na caixa, que todas as mãos manuseia centenas de quilos de coisas, e que chega a casa com dores nas costas, essa tem que amargar a trabalhar até aos 65 anos de idade.

A diferença?

A corporação dos enfermeiros tem o poder decorrente de ter uma caçadeira apontada às nossas cabeças e dizer:
Ou me pagas, ou morres.

A mulher que trabalha no Jumbo, ou trabalha, ou morre de fome.

Eu posso estar em desacordo com este governo relativamente a muitas coisas (Ota e TGV nem se fala) mas há coisas que há que tirar o chapéu ao governo. Já deviam ter feito isto há muito tempo. Só desta forma, mexendo, tocando fogo no traseiro de muito acomodado, é que se pode fazer alguma coisa.

Isto, independentemente de, ao mesmo tempo se estar a criar "jobs para os boys acomodados".

Cumprimentos

A verdade, é que também nunca vimos nenhum protesto contra a obsolescência dos meios, e os unicos protestos que vemos, são quando os interesses, o médico para a familia, e a idade da reforma são postos em causa.

Ficamos com a ideia de que ocorre a mesma coisa que com os juizes. Todos sabem que está tudo um nojo, mas enquanto receberem as benesses que lhes permitem calar o bico, calam-se " É la nave vá".

Quando lhes retiram as benesses que serviam de rolha para que se calassem, saltam que nem bailarinas. e gritam que nem virgens ofendidas, como se por acaso não tivessem colaborado com 30 anos de silêncio, na pouca vergonha que andaram a tolerar.

Na mesma estão as corporações de militares revoltosos.

Cumprimentos






Caro Papatango e companheiros do forum,

Em primeiro lugar, gostaria de lhe pedir desculpa, por usar uma resposta sua para iniciar este tópico e nao lhe responder por PM. Penso que este debate será util a todos.

Existe, na opiniao publica, esta percepçao que os militares tem "regalias". Vou vos deixar o meu testemunho, como filho de militar, nascido numa unidade militar:

O meu pai foi para Angola quando eu tinha 4 meses de gestaçao. Conheci o meu pai com 9 meses e só o voltei a ver com 2 anos e meio.

Com os meus 6 anos, fui novamente privado da sua companhia, pois foi colocado na NATO nos EUA. Foi correndo mundo, até cerca dos meus 15 anos, ora embarcado ou colocado.

Os movimentos da nossa família, eram a tempos controlados, o que embora nao fosse muito notado, era uma invasao da nossa privacidade.

Nunca pode escolher o seu destino, salvo raras excepçoes. Quando tinha ordem de embarque, vomitava durante a semana antecedente, durante toda a noite (só percebi o porque há poucos anos).

Nunca recebeu 1 hora extraordinária.
Sempre foi mais mal pago, que os colegas que sairam para a vida civil.
A titulo de exemplo, há uns bons anos, um motorista de recolha de lixo da CM de Lisboa, ganhava liquido quase o mesmo que um Capitao-Tenente. Agora nao sei.

Nunca pode ter uma vida politica activa.

Ainda hoje tem sonhos e sonos conturbados, o que lhe afecta gravemente a saude.

Hoje o meu Pai tem quase 60 anos e está na reserva, por pressao da familia, que por ele continuava no activo. Nao merece? Nao merece um sistema de saude para ele e que cuidasse dos seus enquanto nao esteve presente? Na minha opiniao merece muito mais.

O meu pai queria que eu fosse para a Escola Naval, mas depois de ver o que me aconteceria, nem fui aos testes.

Isto nao é só a minha estória, mas a de milhares de Portugueses.
_____________________________________________________________

Os militares sao pagos para estarem preparados para a guerra, mas os salários e "regalias" devem ser equiparados a civis? Eu conheço a vida militar por dentro e meus amigos, se poderem fujam. Sem falar da vida  de submarinistas, operaçoes especiais e mergulhadores.

Isto é um desvio propositado e muito calculado de enfraquecer os militares. Existem problemas, muito mais graves, que deviam merecer mais atençao, que é ai que se gasta o orçamento.
 
Foi por necessidade militar que se construiram as primeiras estradas e pontes, até á internet, hoje. Sao do ramo militar os grandes saltos tecnológicos no mundo, até aos nossos dias. As guerras evitam-se com militares bem preparados.

Para onde caminhamos hoje, em Portugal?
Uma sociedade, que trata mal os seus militares, está condenada ao fracasso.  

Cump.
 

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Nautilus

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« Responder #1 em: Novembro 02, 2005, 01:49:08 pm »
Soultrain  :Soldado2:
"Que o país deixe de ter medo!"
Humberto Delgado

Cumprimentos
Nautilus
 

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C. E. Borges

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« Responder #2 em: Novembro 09, 2005, 05:02:19 pm »
«O ministro da Defesa autorizou, em Julho deste ano, a concessão de um subsídio de 20 mil euros [40 mil contos] à Fundação Mário Soares.
O ministro da Defesa, Luís Amado, atribuiu, no final de Julho, um subsídio de 20 mil euros à Fundação Mário Soares para a realização de um projecto de investigação sobre a ‘Participação dos portugueses em Missões de Paz’».

(Do «Correio da Manhã», 9-11-2005)

Sem comentários.
 

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typhonman

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« Responder #3 em: Novembro 09, 2005, 06:22:00 pm »
que cambada ... :roll:
 

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papatango

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« Responder #4 em: Novembro 13, 2005, 08:36:35 pm »
Peço desculpa, mas eu não tinha reparado neste tópico.

Soultrain.

Eu sou contra a existência de "benesses" mais ou menos encapotadas que se dão aos militares, da mesma forma que sou contra essas benesses "encapotadas" que são dadas aos juizes ou a outras classes de funcionários do Estado.

No entanto, acho que devo explicar porquê:

Tomei conhecimento durante a minha passagem pela tropa, e posteriormente por pessoas da minha familia com ligações à instituição militar e à GNR, que as formas de "gastar" menos dinheiro que eu testemunhei, desde as poupanças nos generos alimentares, que as cozinhas distribuiam sempre ao fim do mês por oficiais sargentos e pessoal civil, até à utilização do trabalho de recrutas, ou soldados prontos,  do SMO, com jeito para uns biscates.

E eu podia continuar a descrever formas de obter benesses.

Ora, o meu problema, é que da forma como eu vejo as coisas, há muitos militares que defendem esse tipo de esquema de apoio adicional, porque vêm nele a forma de garantir algumas mordomias que outras pessoas não têm, justificando este tipo de acção, que às vezes raia a ilegalidade, quando não o crime com o argumento de se tratar de defensores da Pátria.

Eu sou total e absolutamente contra este tipo de "apoio colateral".

Você tocou na tecla quando afirmou:

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Nunca recebeu 1 hora extraordinária.
Sempre foi mais mal pago, que os colegas que sairam para a vida civil.


É aí que começa a diferença. É que eu acho que o actual sistema, está mal, e está podre desde o principio.

Eu acho que o país deve dignificar os seus militares, pagando-lhes um salário. Eu sou absolutamente favorável a que as comissões de serviço, os serviços à unidade, sejam pagos como trabalho extraordinario, e que os militares recebam uma compensação adicional sempre que estejam de serviço, deslocados, em comissão, etc...

Só assim teremos militares dignos e respeitados, em vez de termos homens e mulheres, que como compensação vão levando uns quilos de produtos comestíveis para casa, ou vão beneficiando de uns biscates a preço de trabalho escravo.

Também sou contra as contagens modificadas do tempo de serviço, porque isso é um paliativo.

Os governos, preferem a contagem do tempo de serviço, porque assim não têm que pagar o trabalho exgtraordinario, e o orçamento na prática não precisa de ser provido para pagar as horas extraordinarias dos militares.

O resultado, é um esforço adicional do sistema de segurança social, dentro de uns anos.

Para não pagar horas extraordinarias decentes (porque um militar de serviço à unidade está a trabalhar 24 horas por dia e deve ser pago pelas 24 horas por inteiro), o Estado, acaba transferindo para os sistemas de segurança social o ónus de ter um oficial um sargento ou uma praça de serviço à unidade.

Portanto, eu não estou contra o facto de os militares serem pagos pelo que fazem, o que eu acho é que a forma de retribuição deve ser limpida, e paga AGORA, en vez de de forma disfarçada, com contagens do tempo de serviço para efeitos de reforma ou outros.

Portanto, nada de confusões. Eu sou favorável a que se pague e bem, sou é contrário, absolutamente contrário ao sistema actual, confuso, criptico e absurdo.
Também por isso, acho que os sistemas de saude deve ser uniformizados.
A diferença pelo seu esforço, devem-na ter os militare no salário que recebem ao fim do mês. E se querem entreguem parte do salário a sistemas de saude privados adicionais.

Cumprimentos
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