Peço desculpa, mas eu não tinha reparado neste tópico.
Soultrain.
Eu sou contra a existência de "benesses" mais ou menos encapotadas que se dão aos militares, da mesma forma que sou contra essas benesses "encapotadas" que são dadas aos juizes ou a outras classes de funcionários do Estado.
No entanto, acho que devo explicar porquê:
Tomei conhecimento durante a minha passagem pela tropa, e posteriormente por pessoas da minha familia com ligações à instituição militar e à GNR, que as formas de "gastar" menos dinheiro que eu testemunhei, desde as poupanças nos generos alimentares, que as cozinhas distribuiam sempre ao fim do mês por oficiais sargentos e pessoal civil, até à utilização do trabalho de recrutas, ou soldados prontos, do SMO, com jeito para uns biscates.
E eu podia continuar a descrever formas de obter benesses.
Ora, o meu problema, é que da forma como eu vejo as coisas, há muitos militares que defendem esse tipo de esquema de apoio adicional, porque vêm nele a forma de garantir algumas mordomias que outras pessoas não têm, justificando este tipo de acção, que às vezes raia a ilegalidade, quando não o crime com o argumento de se tratar de defensores da Pátria.
Eu sou total e absolutamente contra este tipo de "apoio colateral".
Você tocou na tecla quando afirmou:
Nunca recebeu 1 hora extraordinária.
Sempre foi mais mal pago, que os colegas que sairam para a vida civil.
É aí que começa a diferença. É que eu acho que o actual sistema, está mal, e está podre desde o principio.
Eu acho que o país deve dignificar os seus militares, pagando-lhes um salário. Eu sou absolutamente favorável a que as comissões de serviço, os serviços à unidade, sejam pagos como trabalho extraordinario, e que os militares recebam uma compensação adicional sempre que estejam de serviço, deslocados, em comissão, etc...
Só assim teremos militares dignos e respeitados, em vez de termos homens e mulheres, que como compensação vão levando uns quilos de produtos comestíveis para casa, ou vão beneficiando de uns biscates a preço de trabalho escravo.
Também sou contra as contagens modificadas do tempo de serviço, porque isso é um paliativo.
Os governos, preferem a contagem do tempo de serviço, porque assim não têm que pagar o trabalho exgtraordinario, e o orçamento na prática não precisa de ser provido para pagar as horas extraordinarias dos militares.
O resultado, é um esforço adicional do sistema de segurança social, dentro de uns anos.
Para não pagar horas extraordinarias decentes (porque um militar de serviço à unidade está a trabalhar 24 horas por dia e deve ser pago pelas 24 horas por inteiro), o Estado, acaba transferindo para os sistemas de segurança social o ónus de ter um oficial um sargento ou uma praça de serviço à unidade.
Portanto, eu não estou contra o facto de os militares serem pagos pelo que fazem, o que eu acho é que a forma de retribuição deve ser limpida, e paga AGORA, en vez de de forma disfarçada, com contagens do tempo de serviço para efeitos de reforma ou outros.
Portanto, nada de confusões. Eu sou favorável a que se pague e bem, sou é contrário, absolutamente contrário ao sistema actual, confuso, criptico e absurdo.
Também por isso, acho que os sistemas de saude deve ser uniformizados.
A diferença pelo seu esforço, devem-na ter os militare no salário que recebem ao fim do mês. E se querem entreguem parte do salário a sistemas de saude privados adicionais.
Cumprimentos