Alerta do chefe do Estado-Maior da Armada
Marinha: corvetas e patrulhas estão "no limite"
26.10.2007 - 19h02 Lusa
O chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Melo Gomes, alertou hoje que as corvetas e patrulhas, com mais de 30 anos de serviço, estão "no limite" e precisam de ser substituídas "com urgência".
O "recado directo e necessário" ao Governo, como admitiu Melo Gomes, foi deixado pelo almirante na abertura do ano operacional da Marinha, na Base Naval do Alfeite, em Almada, que incluiu um desfile de tropas em parada, e em que admitiu chefiar uma "esquadra envelhecida".
Em declarações aos jornalistas, o almirante Melo Gomes admitiu também que existem recursos na Lei de Programação Militar e nos planos de investimento, mas que é preciso serem "levados à prática" para que a Marinha mantenha "a sua operacionalidade".
Apesar de as corvetas e patrulhas, com 32 e 38 anos de serviço, manterem "operacionalidade e prontidão assinaláveis", Melo Gomes advertiu que "não será possível manter por muito tempo os actuais níveis de empenhamento" das embarcações.
"É necessário, é urgente que sejam substituídas por unidades tecnologicamente mais avançadas", afirmou Melo Gomes às tropas em parada, junto ao cais do Arsenal do Alfeite, no rio Tejo, onde estavam fundeados o navio-escola "Sagres", a fragata "Vasco da Gama" ou o submarino "Barracuda".
O chefe do Estado-Maior da Armada disse depois, em declarações aos jornalistas, esperar que os novos navios-patrulha, em construção nos Estaleiros de Viana do Castelo, sejam entregues "no final de 2008".
A substituição das patrulhas pelas lanchas de fiscalização costeira "ultrapassou há muito o epíteto de urgente", afirmou ainda o almirante Melo Gomes.
Ao longo do ano operacional 2006-2007, os navios da Marinha Portuguesa, no seu conjunto, efectuaram 37 mil horas de navegação. A Armada, ainda segundo os dados da Marinha, salvou 844 vidas, em 812 missões de busca e salvamento na costa portuguesa.