Outras notas, sobre o tema:
A noticia dada pelo El Confidencial, é publicada DEPOIS da noticia dos oito submarinos. Não é ao contrário.
a notícia sobre os problemas, pode ser interpretada como uma correcção à notícia anterior. (normalmente é assim, e não ao contrário).
A grande maioria dos sites na internet, de facto aponta o S-80 como um derivado do Scorpéne.
Isso é visivel pelos esboços que foram já apresentados e pelas maquetes da própria Navantia.
A acreditar nos dados conhecidos (se alguém tem informação adicional que a mostre) o submarino tem uma disposição interna, sala de torpedos, acomodações, area de comando, disposição das baterias, disposição dos motores, canalizações do sistema de ventilação, numero de tubos de torpedos, configuração do leme e configuração da vela, que copiam o Scorpéne.
Como todos sabemos, por uma questão cultural, os espanhóis têm a tendência de "agarrar" em projectos estrangeiros e acrescentar-lhes um "E" ou mudar-lhes o nome.
Vide o Leopard-2E, o Pizarro etc...
Isto não tem nada de mais, posto que não são os únicos a faze-lo, mas explica em parte a ideia de que o S-80 é de facto algo diferente do Scorpéne.
Desenvolver um submarino não é uma coisa que se faça de um momento para o outro, e quando isso acontece, se o navio é realmente diferente, então é porque se estudaram soluções novas. Nesse caos, realmente pode-se dizer que o submarino é diferente.
No caso do S-80, não é assim.
Os espanhóis no entanto, podem ter dado um passo maior que a perna, e o principal problema deles é o sistema AIP.
A industria espanhola, no caso a empresa AGENGOA, se não estou em erro, tentou uma parceria com a empresa alemã MTU, para criar um AIP novo, mas ao que consta, não deu em nada.
Só em meados do ano passado, é que foi encomendado o estudo para desenvolver o AIP que será de células de combustível (como no U212 e U214).
O problema é que o sistema ainda tem que ser desenvolvido, e os americanos falam em cinco anos para desenvolver o projecto.
Este é neste momento o principal problema, junto com outro:
O S-80, tem o layout do Scorpéne, e a necessidade de transportar Hidrogénio a bordo, é um problema complexo de resolver (com o Scorpene, ou com outro submarino).
Os alemães já estudaram a adaptação de AIP/ Oxigénio + Hidrogénio no U-209, mas a Navantia não tem experiência na área, e além disso, nem sequer sabe como é que vai exactamente ser o seu AIP / Oxigénio + Hidrogénio, o que atrapalha ainda mais os estudos que têm que ser feitos.
Esta é a razão principal dos silêncios, porque na realidade os estaleiros não sabem o que dizer, por uma razão simples: Não sabem como vai ser.
É por isso, que em Espanha, há quem afirme que o mais lógico teria sido comprar quatro U212 ou U214, fazer como os Italianos, e obter os submarinos mais tarde, continuando os estudos, mas com mais tempo.
Cumprimentos