Economia nacional

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Malagueta

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Re: Economia nacional
« Responder #870 em: Fevereiro 29, 2024, 10:21:01 am »
Bom dia,

Desculpa responder desta forma, dado que não também não sou economista ou matemático, pelo que cito uma explicação que se encontra nos site do dinheiro vivo.

Citar
A economia não registada calculada é apenas uma estimativa e como tal deve ser assumida, e não como um valor exato

Hoje procuraremos responder a uma última questão que nos é feita frequentemente: Como é possível quantificar o que não é observável?

De uma forma genérica diremos que nos devemos socorrer de toda a informação
disponível, tendo grande atenção à veracidade das informações recolhidas e à realidade de cada país e época. São exemplos dessas informações os resultados das actividades das polícias e as suas estimativas (ex. em relação ao tráfico de droga); a comparação de dados e seus diferenciais (ex. consumo de electricidade segundo as empresas e produção e distribuição e o seu uso pelas actidades observadas); a utilização da moeda (ex. sabendo que certas operações exigem notas de elevado valor ou que certas igualdades são inevitáveis entre variáveis "reais" e "monetárias"); os resultado de inquéritos à população, etc..

Estes eram os procedimentos habituais há umas décadas, mas que chocavam com várias dificuldades: há muitos aspectos da realidade que ficam por analisar; alguns procedimentos são muito caros ou exigem muito tempo; muitas informações são confidenciais; certas actividades têm impactos difusos; os erros de estimativa e cálculo são diversos; há uma certa subordinação epistemológica aos paradigmas científicos socialmente dominantes, etc.. A estes problemas de cálculo junta-se um outro: as técnicas dos diversos países são diferentes de um para o outro e são alteráveis no tempo, o que dificulta, ou inviabiliza, a comparabilidade dos dados no tempo e no espaço.

Este último problema seria resolvido pela utilização de um único modelo, como o método monetário (ex. MV=PQ) ou de indicador global (ex. utilização da electricidade), mas aumentava, eventualmente o erro.

Nos anos 80/90 foi descoberto o método da variável latente, possuindo rigor matemático, que consiste em calcular a economia paralela (variável latente) a partir de um conjunto de dados estatísticos que são indicadores, causas ou consequências da economia paralela. A utilização das mesmas variáveis em diversas situações torna os dados comparáveis. Daí se ter generalizado a utilização dos modelos MIMIC: a variável latente é calculada a partir de uma bateria de indicadores e causas.

Muitos problemas foram solucionados com a utilização destes modelos.

Contudo, nestes modelos há dois, eventualmente três, problemas: (a) As "causas" e as "consequências" têm de ser dados sistematicamente disponíveis estatisticamente, pelo que tendem a não englobar muita da actividade ilegal; (b) subestima outras informações que existem disponíveis, a que fizemos alusão anteriormente; (c) muitas vezes na escolha das variáveis há, implicitamente, a adopção de modelo teórico da Economia de um determinado paradigma (ex. o da "racionalidade económica", ao admitir que pagar o mínimo de impostos é uma questão de "eficiência" económica).

Por outras palavras,

Consideramos que o modelo MIMIC ao utilizar dados estatísticos disponíveis conduz essencialmente ao cálculo do que é considerado a "economia sombra": economia subterrânea e economia informal. Subestima a economia ilegal.

Carlos Pimenta, sócio fundador do Observatório de Economia e Gestão de Fraude (OBEGEF)

https://www.dinheirovivo.pt/opiniao/economia-paralela-final-12776425.html/

Se quiseres ir ainda mais fundo na questão, tens esta tese mestrado sobre o modelo e sua aplicabilidade


https://sigarra.up.pt/fep/pt/pub_geral.pub_view?pi_pub_base_id=37191
« Última modificação: Fevereiro 29, 2024, 10:54:57 am por Malagueta »
 
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legionario

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Re: Economia nacional
« Responder #871 em: Fevereiro 29, 2024, 11:54:01 am »
Confirma a ideia que tinha. Os valores da economia paralela são estimados. Também sempre pensei que um modelo único para calcular a economia paralela é de dificil execução porque há sempre muitas variaveis.
 

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papatango

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Re: Economia nacional
« Responder #872 em: Fevereiro 29, 2024, 12:08:32 pm »


Os valores da economia paralela são estimados, mas não é só isso...

Quando vamos à procura de números, e há várias fontes, encontramos coisas curiosas, como a economia paralela per capita.



Os nossos queridissimos primos nordicos, aparentemente têm os bolsos cheios de dinheiro, assim, mais ou menos ... coff coff coff. :mrgreen:
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Lusitano89

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Re: Economia nacional
« Responder #873 em: Fevereiro 29, 2024, 01:18:31 pm »
Crédito à habitação





Preços das casas só são acessíveis em 45 concelhos


 

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Lusitano89

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Re: Economia nacional
« Responder #874 em: Março 01, 2024, 11:17:03 am »
Debate: Apoio público à construção de casas é solução para crise da habitação?


 

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Re: Economia nacional
« Responder #875 em: Março 06, 2024, 12:47:16 pm »
70% das mulheres recebe até mil euros


 

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Re: Economia nacional
« Responder #876 em: Março 06, 2024, 01:08:35 pm »
Mais famílias a pedir para renegociar crédito à habitação


 

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Re: Economia nacional
« Responder #877 em: Março 11, 2024, 11:24:03 am »
Mulheres ocupam menos cargos de topo nas empresas


 

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Lusitano89

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Re: Economia nacional
« Responder #878 em: Março 18, 2024, 11:27:18 am »
Dia Mundial do Consumidor


 

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Viajante

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Re: Economia nacional
« Responder #879 em: Março 22, 2024, 10:25:47 am »
Uma das nossas melhores empresas, reconhecida em todo o mundo!

Navigator lança OPA de 148,1 milhões de euros sobre britânica Accrol

A papeleira comunicou esta sexta-feira ao mercado que lançou uma Oferta Pública de Aquisição sobre a britânica Accrol. Oferta é de 0,44 euros por ação.



A Navigator lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para adquirir a totalidade das ações representativas do capital social da Accrol, empresa britânica que atua no segmento de transformação de papel.

A oferta é de 0,44 euros por ação, o que equivale a um prémio de 11,8% face à cotação de fecho da empresa britânica na quinta-feira (0,3969 euros), comunicou esta sexta-feira a empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A proposta valoriza o capital próprio da Accrol em cerca de 127,5 milhões de libras (148,1 milhões de euros ao câmbio atual).

"A Navigator considera que a oferta representa uma oportunidade atrativa para entrar no mercado britânico, através da aquisição de uma empresa líder no setor de transformação de papel 'tissue' [material a partir do qual é possível fabricar produtos como papel higiénico e guardanapos], com vantagens competitivas, valores complementares e forte alinhamento", refere a empresa na comunicação à CMVM.

A Accrol, que está cotada na bolsa de Londres, tinha um volume de negócios de 242 milhões de libras no último ano fiscal, que terminou a 30 de abril de 2023, e um EBITDA de 15,6 milhões.

Com a aquisição desta empresa, defende a Navigator, conseguirá "reforçar a sua posição no mercado de 'tissue' na Europa Ocidental", o que "resultaria num colume de negócios consolidado superior a 500 milhões de libras neste segmento, com o mercado do Reino Unido a contribuir com cerca de 50% deste valor".

A Navigator terminou 2023 com lucros de 275 milhões de euros, o que representa uma queda 30% face ao valor registado no ano anterior.

As ações da Navigator encerraram a sessão de ontem a valer 3,86 euros.

https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/detalhe/navigator-lanca-opa-de-1481-milhoes-de-euros-sobre-britanica-accrol
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Economia nacional
« Responder #880 em: Março 22, 2024, 12:45:06 pm »
Centeno avisa: margem financeira não é para consumir no presente
O governador do Banco de Portugal deixou um aviso ao próximo executivo: a margem financeira que existe atualmente é para guardar. Mário Centeno insistiu na ideia da estabilidade orçamental e disse mesmo que o espaço de manobra é "essencialmente nulo".

Susana Paula susanapaula@negocios.pt

Num recado para o próximo executivo, o governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, avisou que a margem financeira que o país criou nos últimos anos não deve ser consumida no presente, mas sim guardada para uma eventual crise futura.

O ex-ministro não quis comentar um eventual orçamento retificativo ou medidas concretas de subida de salários entre alguns setores da administração pública. Mas Centeno insistiu na necessidade de assegurar a estabilidade orçamental e que frisou que a margem financeira é "essencialmente nula", sobretudo dadas as novas regras europeias.

No Boletim Económico divulgado nesta sexta-feira, 22 de março, o banco central reviu em forte alta a estimativa de crescimento económico para este ano, esperando agora que o PIB suba 2%, quando em dezembro antecipava que subisse 1,2%. O BdP antecipa também que os preços subam agora menos do que o previsto (2,4% contra 2,9%). Assim, as estimativas do BdP colocam a economia portuguesa a crescer perto do seu potencial e acima da média da Zona Euro.

"A previsão que fazemos traz boas notícias", comentou Mário Centeno, na conferência de imprensa para apresentar o Boletim Económico de março, que decorre em Lisboa.

No entanto, o governador fez questão de sublinhar que o bom desempenho previsto para a economia portuguesa acontece quando a economia da zona Euro deve praticamente estagnar e num contexto de "condições de financiamento desafiantes".

Nesse sentido, o ex-ministro das Finanças socialista deixou um recado para o próximo Governo: "A política económica deve preservar a margem financeira para a próxima crise".

"É das poucas certezas que temos: a próxima crise vai existir. E a primeira coisa que devemos perguntar é se estávamos preparados para a enfrentar", alertou.

E, para Mário Centeno, "a margem financeira que existe deve ser colocada ao nível do futuro e não consumida no presente".

Regras europeias reduzem margem

Na sua intervenção, o governador do BdP assumiu que as novas regras europeias passam a basear-se pela trajetória da despesa e que implicam que qualquer desvio face a um saldo orçamental equilibrado deva ser compensado.

Em concreto, explicou, um eventual aumento da despesa numa medida terá de ser compensado por outras descidas na despesa ou aumento de receita.

Com este contexto por trás, "a margem, a partir de tudo o que hoje já está legislado e da dinâmica habitual da despesa pública face à evolução do PIB, é essencialmente nula", avisou Centeno.

O agora governador, que era ministro das Finanças quando Portugal deixou o Procedimento por Défices Excessivos (PDE), acenou ainda com o risco de voltar a esse procedimento. "Portugal viveu 80% dos dias entre 2000 e 2017 em PDE. E manter o país fora dessa realidade é não criar uma ficção", terminou.

(Notícia atualizada com mais informação às 12:30)

https://www.jornaldenegocios.pt/economia/conjuntura/detalhe/centeno-avisa-margem-financeira-nao-e-para-consumir-no-presente
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 
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Re: Economia nacional
« Responder #881 em: Março 25, 2024, 02:26:32 pm »
Excedente do último ano atingiu 1,2% do PIB

As contas das administrações públicas fecharam com um saldo positivo de 3.193,5 milhões de euros. Fernando Medina alerta próximo Governo que é "fundamental" manter equilíbrio orçamental e redução da dívida.



As contas das administrações públicas terminaram, no ano passado, com um excedente de 1,2% do PIB, indica nesta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE) na notificação remetida a Bruxelas no âmbito do habitual procedimento dos défices excessivos.

Tal como esperado, o superávite público superou largamente as últimas previsões oficiais do Governo, que apontavam para 0,8% do PIB nas perspetivas do ministro cessante das Finanças, Fernando Medina, apresentadas em outubro.

O excedente apurado em contas nacionais – o segundo da história democrática do país, após os 0,1% do PIB obtidos em 2019 – corresponde, segundo o INE, a um saldo positivo de 3.193,5 milhões de euros.

O resultado, considerando os subsetores das administrações públicas, reflete a forte situação superavitária dos fundos da Segurança Social, que no ano passado obtiveram um excedente de 5.669,9 milhões de euros.

Já na administração central, o saldo foi deficitário em 2.328,6 milhões de euros, sendo que o saldo ao nível da administração local foi igualmente negativo em 147,8 milhões de euros.

O resultado das contas públicas agora apurado reflete um forte crescimento da receita pública, que aumentou em 9,5 mil milhões de euros, subindo 9%. Já a despesa das administrações públicas aumentou em 5,2%, correspondendo a mais 5,6 mil milhões de euros que um ano antes, indica o INE.

Em comunicado, o Ministério das Finanças afirma que a forte melhoria do saldo e superação da meta orçamental prevista em outubro último, há seis meses, ocorreu "em larga medida devido a um melhor desempenho da economia, do emprego e dos salários, o que permitiu um aumento da receita contributiva e fiscal superior ao previsto em 1.135 milhões de euros". Já a despesa, em contrário, ficou 438 milhões de euros aquém do estimado pelo Governo.

Na comunicação do Terreiro do Paço, a dias de tomada de posse de um novo Governo liderado por Luís Montenegro, o executivo cessante defende que o excedente histórico "é fruto de boas políticas públicas"  e também de "uma boa gestão orçamental, que teve sempre presente o contexto de elevada incerteza económica e geopolítica", num quadro em que foi preciso acionar várias medidas de resposta às crises da pandemia e da inflação dos últimos anos.

"A capacidade de resposta evidenciada perante as dificuldades da pandemia e da crise inflacionista confirma que é fundamental que Portugal mantenha políticas que assegurem o equilíbrio orçamental e a redução da dívida pública. Só esse caminho nos permitirá apoiar as famílias e a economia em momentos de crise e preservar e contiuar a reforçar a credibilidade externa do país", alerta.

A nota admite também que os resultados de 2023 não deixarão de ter "um impacto positivo na execução de 2024". Ainda assim, avisa, o excedente histórico "não reduz as pressões orçamentais que condicionarão as decisões financeiras futuras". Em particular, é lembrado que os gastos com pensões e outras prestações sociais deverão em 2025 subir em 1,5 mil milhões de euros em resultado dos mecanismos de atualização automática indexados à inflação. Além disso, o comunicado de Fernando Medina destaca as previsões de encargos crescentes associados ao envelhecimento da população e também, no investimento, às necessidades das transições "ambiental, digital e de segurança externa, no contexto de uma previsível redução do financiamento europeu com a com a conclusão do Plano de Recuperação e Resiliência em 2026".

Para 2024, e segundo as estimativas da notificação a Bruxelas, um cenário sem alterações de políticas permitirá colocar novamente o saldo das administrações públicas em situação supervitária, com os dados do INE a reportarem a preevisão inalterada de um excedente de 0,2% do PIB pelo Ministério das Finanças.

Já quanto à evolução da dívida pública, o horizonte oferece neste momento a possibilidade de uma redução de quatro pontos percentuais, de 99,1% para 95,1% do PIB.

Os dados finais de 2023 apurados pelo INE confirmam a redução do peso do endividamento público para um valor abaixo de 100% do PIB no ano passado, sendo ainda assim ligeiramentre superior à estimativa inicialmente avançada pelo Banco de Portugal, que apontava para 98,7% do PIB.

https://www.jornaldenegocios.pt/economia/financas-publicas/detalhe/excedente-do-ultimo-ano-atingiu-de-12-do-pib

excedente de 3,2 mil milhões e num período de inflação!!!! O novo governo já tem as contas pagas durante ...... 2 semanas com tal cofre cheio herdado!!!!!!  :mrgreen:
Curioso o excedente de 3,2 mil milhões, que coincide com o dinheiro doado à TAP!!!!!